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Aula 03

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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS 
LINGUÍSTICOS DA LIBRAS 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Joana Melegari 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A título de curiosidade, existem outros campos que advêm e que são 
estudados pela Linguística1, como a Lexicologia, a Terminologia, a Estilística e 
a Filologia. Todos esses campos são tidos como Divisões da Linguística, mas 
não serão aprofundados em nossos estudos, apenas introduzidos para que você 
possa conhecer, ainda que de forma inicialmente abrangente, as áreas em que 
há um debruçamento por parte dos linguistas. 
A Lexicologia trabalha com o Léxico da Língua, e o mesmo é aplicável às 
Línguas de Sinais, no caso, a Libras. Léxico é o vocabulário da Língua, seja uma 
lígua oral como a Língua Portuguesa, por meio de suas palavras, seja uma 
Língua sinalizada como a Libras, por meio de seus sinais. Ainda acerca da 
Lexicologia, há estudos direcionados para diferentes perspectivas, como a 
Composição das Palavras. Muito similar à Lexicologia, temos a Lexicografia, em 
que há o estudo da grafia das palavras. Aqui, temos uma ressalva em relação à 
Libras, uma vez que o seu registro se dá por meio da Escrita de Sinais (ES)2 e 
não é tido como um registro da Língua se comparado à modalidade escrita da 
Língua Portuguesa, por exemplo. É da Lexicografia que temos a composição de 
dicionários, por exemplo, e o profissional que atua com esse campo é o 
lexicógrafo, ou então, o dicionarista. 
A Terminologia trabalha com termos de áreas técnico-científicas 
diferentes, e sim, trabalha com os próprios termos da Linguística, referindo-se 
aos termos técnicos existes e relativos aos seus estudos. A Fonética/Fonologia 
e Morfologia, tópicos que aprendemos em etapa anterior, são termos técnicos 
da Linguística. De forma semelhante, tem-se a Terminografia, que trabalha com 
termos que têm como destino final os dicionários criados para e em diversas 
áreas. Portanto, na Lexicografia tem-se a escrita de determinada palavra, e se 
comparada à Terminografia, a Lexicografia registra o Léxico, e a Terminografia 
apresenta de forma conceituada o que foi redigido pela Lexicografia. 
 
1 Optou-se, ao longo deste estudo, pelo uso maiúsculo da primeira letra de ‘Linguagem’, 
‘Linguística’ e ‘Língua’, de forma arbitrária, em certas ocasiões, no sentido de colocar esses 
conceitos como objeto de estudo em determinados momentos. O mesmo ocorrerá com outras 
palavras, assim como apresentado nas etapas anteriores. 
2 Ou então, em inglês, SignWriting (SW). Para mais informações acerca de sua criação e 
aplicação nos dias atuais, leia Escrita de sinais sem mistérios, de Madson Barreto e Raquel 
Barreto (2. ed. rev. atual. e ampl. Salvador: Libras Escrita, 2015. v.1.). 
 
 
3 
 Para seu conhecimento, para a Libras, temos o conhecido trabalho 
desenvolvido pelos psicólogos Fernando Cesar Capovilla e Walkiria Duarte 
Raphael. Capovilla e Raphael3 desenvolveram uma coleção de enciclopédias, 
chamadas de Enciclopédia da Língua de Sinais Brasileira – o mundo do surdo 
em Libras, em oito volumes, além dos notáveis e populares Dicionários, o 
Dicionário da Língua de Sinais do Brasil: a Libras em suas mãos, o Dicionário 
Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira e o Novo 
Dicionário Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira. Isso é para que você 
entenda a importância de outras divisões da Linguística às quais não nos 
ateremos por hora, mas que se apresentam à disposição, para pesquisa e 
consulta. 
 Temos, então, a Estilística e a Filologia. A Estilística, como o próprio nome 
sugere, trata-se do estilo, sendo ele de escrita, que emprega diversos recursos 
disponíveis da Língua. Já a Filologia trabalha com a Língua, com a Linguagem 
por meio da preservação dos textos, dos registros e fontes históricas, estudando 
a cultura e a sociedade, por exemplo, com base nesses textos, além da sua 
interpretação. 
 Estudante, para seu entendimento objetivo, observe a tabela. 
Tabela 1 – Divisões da Linguística 
DIVISÕES DA LINGUÍSTICA 
ÁREA OBJETO 
Lexicologia Palavra | Sinal 
Lexicografia Grafia da Palavra | NSA* 
Terminologia Termo 
Terminografia Registro do Termo 
Estilística Estilo 
Filologia Linguagem 
*Como dito anteriormente, não entraremos em discussões envolvendo a grafia da Libras, uma 
vez que sua “grafia” se dá por meio da Escrita de Sinais (ES). 
Nesta nossa Conversa Inicial, é importante que tenhamos registrado 
brevemente acerca de campos da Linguística que podem ser estudados e 
explorados por você, estudante. 
 
3 Os trabalhos de Capovilla e Raphael foram retirados do site Escavador, e podem ser 
consultados a qualquer momento por meio dos links: 
<https://www.escavador.com/sobre/5499096/fernando-cesar-capovilla>. e 
<https://www.escavador.com/sobre/1445289/walkiria-duarte-raphael>. Acesso em: 23 ago. 
2023. 
 
 
4 
A partir desse momento, daremos continuidade ao estudo das divisões da 
Linguística que nos propusemos a desenvolver: Sintaxe, Semântica e 
Pragmática. 
TEMA 1 – LINGUÍSTICA: A SINTAXE DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LIBRAS 
Estudante, a Sintaxe, por definição etimológica, é a “disposição”, ou seja, 
trabalha com a disposição das palavras nas frases, e então, das frases dentro 
de um contexto de discurso. Quando falamos em Linguística e em aplicação da 
Sintaxe, estamos falando de Línguas Naturais e o estudo de regras para seu 
funcionamento. Saiba também que a Sintaxe não é aplicável apenas à 
Linguística, por isso a necessidade de ênfase nessa informação; ela está 
presente na Matemática também. 
Foi a partir do século XIX que a Sintaxe, de forma independente, começou 
a estudar a organização das palavras em uma frase. Na Gramática Tradicional, 
a Sintaxe é tida como uma Análise Sintática, classificando os vocabulários em 
três grupos diferentes, os essenciais, integrantes e acessórios. 
1.1 A Sintaxe da Língua Portuguesa 
Na Língua Portuguesa, como nas demais línguas, mas em especial nesta, 
entre os objetos de nosso estudo temos a Frase, a Oração e o Período, cujas 
conceituações são estritamente necessárias para o entendimento da Sintaxe. 
A Frase é toda enunciação que traz alguma ideia. A frase, curiosamente, 
pode ser formada por uma palavra, desde que transmita uma ideia, como já 
citado, pois importa o que ela tem a informar, e não a sua extensão, portanto, 
podendo ser simples, como também complexa. Em uma frase formada por uma 
palavra, podemos ter a ausência de um verbo, por exemplo, sem que o seu 
sentido seja perdido. A depender dessa única palavra, a sua Prosódia – da qual 
uma das características é a entonação – pode ter papel fundamental. 
As Frases podem ser Exclamativas, Declarativas, Imperativas, 
Interrogativas, Optativas e Imprecativas. 
• Frase Exclamativa: em que se exclama algo, manifestando algum tipo de 
emoção; 
• Exemplo: “Eu gosto de sorvete!” 
 
 
5 
• Frase Declarativa: em que se declara algo, apresentando algo que se trate 
de um fato, de uma ocorrência real; 
• Exemplo: “No meu bairro sempre vendem picolés”. 
• Frase Imperativa: em que se manifesta uma ordem, proibição ou até 
mesmo um conselho, e não necessariamente faz uso do ponto de 
exclamação: 
• Exemplo: “Saia daqui agora!” 
• Frase Interrogativa: em que se manifesta alguma pergunta, alguma 
dúvida; 
• Exemplo: “Você está bem hoje?” 
• Frase Optativa: em que se exprime algum desejo, e do mesmo modo que 
uma Frase Imperativa, não necessariamente apresenta um ponto de 
exclamação, variando quanto à intensidade do que se deseja: 
• Exemplo: “Que você tenha uma ótima semana.” 
• Frase Imprecativa: em que se deseja uma maldição, com forte teor 
negativo, no sentido de sentimentos negativos. De forma correspondente 
a uma Frase Optativa, o uso do ponto de exclamação não se faz 
definitivamente necessário, apenas em casos em que se deseje 
intensificar o que está se amaldiçoando; 
• Exemplo: “Tomara que ele nunca mais volte”. 
A Oração é uma frase quetem sujeito e predicado, com enfoque em um 
verbo ou então em uma locução verbal (dois ou mais verbos que, combinados, 
se apresentam enquanto um, expressando algo em uníssono). 
As Orações podem ser Absolutas, Coordenadas, Subordinadas e 
Independentes. 
• Oração Absoluta: expressa uma frase com um verbo; 
• Exemplo: “Ela foi para a aula ontem”. 
Orações Coordenadas: aqui, temos o plural quanto à indicação das 
Orações, uma vez que duas minimamente se fazem necessárias. São duas 
frases que mantêm seus sentidos, mesmo que separadas. 
Observação: é necessário que sejam orações e não frases, uma vez que 
uma frase pode ser composta por uma palavra, e para esse tipo de oração, são 
necessários verbos. 
 
 
6 
• Exemplo: “Vou dormir, amanhã preciso acordar cedo”. 
Observe que se separarmos as orações, elas manterão seus sentidos: 
“Vou dormir”. | “Amanhã preciso acordar cedo”. 
As Orações Coordenadas subdividem-se em outras categorias que não 
exploraremos aqui. 
Orações Subordinadas: já aqui, temos uma ou mais orações que 
dependem de uma oração principal para terem sentido completo. Uma é 
subordinada à outra, apresentando funções diferentes como um todo. 
• Exemplo: “É importante que você estude para ser aprovada no teste”. 
Observe que se separarmos as orações, uma delas não apresenta um 
sentido, de forma separada. 
• “É importante...” | “...você estude para ser aprovada no teste”. 
As Orações Subordinadas também se subdividem em outras categorias 
que não exploraremos aqui. 
Orações Independentes: em número, devem se apresentar como mais de 
uma, em um Período (que logo mais aprenderemos), tendo sentidos plenos em 
si só. 
• Exemplo: “Ele disse que sim, ela disse que sim, todos disseram que sim: 
iriam viajar para o exterior”. 
Observe: “Ele disse que sim”. | “Ela disse que sim”. | “Todos disseram que 
sim”. “Iriam viajar para o exterior”. 
 O Período trata da união entre os entendimentos que temos por Frase e 
por Oração. Trata-se de uma frase que tem uma ou mais orações, ou seja, é 
uma frase porque produz sentido, mas necessitada de uma ou mais orações, ou 
seja, verbos ou locuções verbais. 
Os Períodos podem ser Simples, Compostos e Mistos. 
Período Simples: formado por apenas uma oração. 
• Exemplo: “Ela foi comprar leite no mercado”. 
Observe: “Ela foi comprar leite no mercado” indica que se trata de uma 
oração. 
 
 
7 
Período Composto: formado por duas ou mais orações, sejam elas 
Coordenadas ou Subordinadas, ou seja, com relação ou não de dependência 
entre si. 
• Exemplo: “Fomos ao cinema, eu e ele, porque viajaremos semana que 
vem”. 
Observe: “Fomos ao cinema, eu e ele...” e “... porque viajaremos semana 
que vem” indicam que se trata de duas orações, em que uma não depende da 
outra. 
Período Misto: formado por três ou mais orações, sejam elas 
Coordenadas ou Subordinadas, ou seja, com relação ou não de dependência 
entre si. 
• Exemplo: “Ele me disse que não gostava de sair, porque sempre voltava 
tarde e não conseguia descansar bem à noite, acabando por passar mal”. 
Observe: “Ele me disse que não gostava de sair...” | “... porque sempre 
voltava tarde...” | “... e não conseguia descansar bem à noite,” e “... acabando 
por passar mal” indicam que se trata de quatro orações, em que uma não 
depende da outra, com exceção da última, que depende da antepenúltima. 
A título de curiosidade, quando construções sintáticas se levantam de 
forma alheia à gramática, estamos tratando do Solecismo, uma inadequação 
sintática. 
Para conclusão dos nossos estudos voltados para a Sintaxe da Língua 
Portuguesa, vejamos a Ordem Canônica das Frases, que nada mais é que a 
ordem em que os constituintes de uma frase se apresentam quando se produz 
Língua. 
Figura 1 – Ordem básica da Língua Portuguesa 
 
 
 
8 
A ordem estabelecida não se refere a todas as línguas, uma vez que elas 
podem se organizar de maneiras sintaticamente diferentes. Para a Língua 
Portuguesa, essa é a ordem básica, existindo outros formatos possíveis. 
Figura 2 – Variações sintáticas na Língua Portuguesa 
S. O. V. 
V. S. O. 
V. O. S. 
O. S. V. 
O. V. S. 
Aqui finalizamos nossos estudos introdutórios acerca da Sintaxe na 
Língua Portuguesa. 
1.2 A Sintaxe da Libras 
O estudo da Sintaxe nas línguas de sinais, em especial na Libras, é 
igualmente tão complexo quanto na Língua Portuguesa, isso porque sua 
organização se dá de forma espacial, uma vez que se trata de uma língua visual-
espacial. Para tanto, é necessário entender a espacialidade da Libras, para que 
se obtenha sucesso em estudos relacionados à Sintaxe (não apenas a ela, mas 
como estamos nos referindo a essa Língua, então nosso enfoque nesse 
momento será nela). 
Para o estabelecimento de relações sintáticas, devemos levar em 
consideração, com especial atenção, alguns aspectos, como: o espaço de 
sinalização, as restrições referentes ao espaço de sinalização, o sistema 
pronominal em Libras, além das colocações nominais. 
 
 
 
9 
Figura 3 – Espacialidade da Libras 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Estudante, quando pensamos na Espacialidade da Libras, algumas 
estratégias de sinalização nos são pertinentes, mas sem nos esquecermos de 
que esse processo é natural (quando se trata de falantes nativos da Língua, e 
um aprendizado gradual quando se trata de aprendizes da Língua), ou seja, não 
necessariamente se pensa acerca dos processos, mas, sim, a sinalização ocorre 
de forma instantânea, a não ser em outras situações, como o estudo da tradução 
de determinado material. 
Uma das estratégias de sinalização que está presente quando estudamos 
a Sintaxe da Libras é a Referenciação (tópico estudado na disciplina de Libras 
2, por exemplo). 
Figura 4 – Sinal de “carro”, com dois referentes em Libras 
 
 ‘CARRO DE NOME 01’ / CARRO / CARRO DE ‘NOME 02’ 
Crédito: Katherine Fischer. 
 
 
10 
Disponível em: <https://youtu.be/wNrkqSXqDag>. Acesso em: 21 ago. 2023. 
Disponível em: <https://youtu.be/CFEWJh_DGBo>. Acesso em: 21 ago. 2023. 
Disponível: <https://youtu.be/Ou_jyZw_kh4>. Acesso em: 21 ago. 2023. 
A referenciação, diferentemente do que está sendo apresentado, pode ser 
feita por meio dos olhos e da apontação propriamente dita. 
Figura 5 – Direção dos olhos, com dois referentes 
 
REFERENCIAÇÃO 01 / REFERENCIAÇÃO NEUTRA / REFERENCIAÇÃO 02 
Crédito: Katherine Fischer. 
Figura 6 – Apontamentos, com dois referentes (Sinal de “carro” + apontamentos) 
 
REFERENCIAÇÃO 01 / REFERENCIAÇÃO NEUTRA / REFERENCIAÇÃO 02 
Crédito: Katherine Fischer. 
Na Libras, tem-se os Classificadores (CL), formas representadas por meio 
de Configurações de Mão (CM), a serem mais bem estudadas em etapa 
posterior, que criam uma relação com objeto, pessoa ou até mesmo animal, 
marcadores de concordância. Observe o exemplo a seguir do Classificador de 
“CARRO”, ao lado do sinal de “CARRO” e, por fim, a representação imagética 
de “CARRO”. 
 
 
 
11 
Figura 7 – Exemplo 2, A – Sinal de “carro”/B – Classificador de “carro”/C – 
Sobreposição imagética de classificador de “carro” com uma imagem de “carro” 
 
 CARRO / CARRO (CL) / SOBREPOSIÇÃO IMAGÉTICA 
Crédito: Katherine Fischer; Snehit Photo/Adobe Stock. 
Disponível em: <https://youtu.be/WMf_mlleO4Q>. Acesso em: 21 ago. 2033. 
Disponível em: <https://youtu.be/uHiuDZ30zSs>. Acesso em: 21 ago. 2023. 
Verbos Direcionais também fazem parte da Sintaxe da Libras, pois 
concordam em sujeito com relação ao objeto da frase. Os Verbos Direcionais 
estão estabelecidos no espaço de sinalização, fazendo relação com outros 
pontos ancorados no mesmo espaço. Os olhos são fatores importantes nesse 
meio. 
Figura 8 – Exemplo 3 – Dirigir, de um ponto a outro 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/-lWMTAAW5EY>. Acesso em: 21 ago. 2023. 
 
 
12 
Você deve ter observado que o verbo “DIRIGIR” se trata de um Verbo 
Direcional, uma vez que consegue se dirigir a diferentesreferentes, 
movimentações são possíveis, e os olhos acompanham o movimento de um 
ponto a outro, delimitando o espaço de sinalização. 
Nesse exemplo, estamos, mesmo que não diretamente, tratando de 
alguém que está dirigindo de um local para outro, mas caso fosse necessário 
citar alguém que não estivesse presente no espaço real, o sinalizante poderia se 
referir a uma determinada pessoa que não está presente, de forma arbitrária, ou 
seja, em campo fora de onde o discurso está sendo executado. Caso a pessoa 
citada esteja presente, geralmente a marcação é onde ela se encontra. 
Esses tópicos apresentados, mesmo que de forma breve, nos apontam 
que o espaço de sinalização é primordial quando se trata da Sintaxe. Os 
elementos devem estar muito bem definidos e indicados no espaço, pois é nesse 
meio que a sinalização é realizada. 
Você aprendeu que na Língua Portuguesa há algumas formas de 
ordenação dos elementos em uma frase, por meio da Ordem Canônica, no caso, 
S-V-O, sendo possíveis outras combinações. Vejamos agora na Libras como se 
organizam esses elementos. 
Na Libras, observa-se que também há diferentes formas de ordenação de 
elementos em uma frase, sendo também considerada a ordem mais básica S-V-
O. Sempre que uma frase apresentar essa estrutura, ela será uma frase 
gramatical, ou seja, está de acordo com a gramática normativa, a que traz os 
princípios que regem uma Língua. 
 
 
 
13 
Figura 9 – Exemplo 4 – Frase “El@ 4está feliz”. 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/DpULppd_pFI>. Acesso em: 21 ago. 2023. 
Essa frase está estrutura segundo a ordenação S-V-O e trata-se de uma 
Frase, Oração Simples. 
Figura 10 – Estrutura S-V-O 
 
Um último ponto importante do nosso estudo da Sintaxe em Libras é a 
Topicalização. 
A Topicalização é um recurso que surge também nas línguas orais, mas 
com especial atenção aqui quando estamos estudando Libras. Trata-se de um 
fenômeno que faz com que determinados elementos de uma Oração sejam 
 
4 O uso do @ possibilita a escolha arbitrária do gênero, ou seja, pode-se escolher entre os 
gêneros masculino e feminino para sinalização da frase citada. 
 
 
14 
deslocados para a esquerda (no caso de línguas orais, uma vez que se trata de 
línguas lineares). Na Libras, isso ocorre quando se executa tal sinal antes do 
momento real em que seria sinalizada. Se você, estudante, bem entendeu o 
conteúdo até esse momento, observará que se o fenômeno da Topicalização 
ocorre, logo, há uma alteração na ordem S-V-O. 
Figura 11 – Exemplo 5, A – Frase: “Eu comprei esse carro”/B – Frase – “Esse 
carro, eu comprei” 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/lqaU8Vt898A>. Acesso em: 21 ago. 2023. 
Disponível em: <https://youtu.be/7S3iXmi5kqE>. Acesso em: 21 ago. 2023. 
Observe que no Exemplo 5 – A, temos a sinalização de uma frase na 
Ordem Básica, Canônica, da Libras, e no Exemplo 5 – B, temos a sinalização de 
uma frase com uma Topicalização, com o Objeto (carro) vindo para a esquerda, 
ou então, para o início da sinalização. Portanto, o Exemplo 5 – B está 
configurado no formado O-S-V. Essa organização é confortável para a 
sinalização, sendo uma forma bastante utilizada. Vale colocar aqui que a 
Topicalização pode ser utilizada com intenção de se dar destaque a algo, por 
exemplo, ao carro. Veja como seria um exemplo de destaque no sentido positivo. 
 
https://youtu.be/lqaU8Vt898A
https://youtu.be/7S3iXmi5kqE
 
 
15 
Figura 12 – Exemplo 6 – Frase “Esse carro, eu comprei” 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/6XCRrxUKqRg>. Acesso em: 21 ago. 2023. 
Uma vez que há Topicalização do elemento “carro” na frase, que se trata 
do Objeto (O), o que vem a seguir após a inversão sintática é o Comentário, por 
isso o uso do termo: “Estrutura Tópico-Comentário”. 
TEMA 2 – LINGUÍSTICA: A SEMÂNTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
Tendo trilhado os caminhos da Fonética/Fonologia, Morfologia e Sintaxe, 
estamos agora na Semântica. Como você bem sabe, trata-se de uma Divisão da 
Linguística que estuda o significado das Línguas Naturais. Assim como a 
Sintaxe, a Semântica divide-se em outras subáreas, mas o objeto permanece o 
mesmo, o estudo do Significado. A necessidade de seu estudo se deu por meio 
do homem, em que se percebe o ser humano como aquele que está no mundo, 
interage com o mundo e dá significados ao mundo. 
A partir do momento em que há um objeto de estudo, no caso, o 
Significado, teorias passam a ser desenvolvidas. A Semântica é o estudo entre 
as expressões linguísticas e os conceitos mentais criados por meio delas. 
https://youtu.be/6XCRrxUKqRg
 
 
16 
Figura 13 – Significante e Significado 
 
Ferdinand de Saussure (1857-1913), linguista, trouxe ideias 
dicotomizadas, como os de Signo Linguístico, Significante e Significado, 
apresentados na Figura 13. O Signo Linguístico é a junção do Significante e do 
Significado. O Significante trabalha a questão acústica; não o som em si, mas o 
que o som nos remete e, além disso, não necessariamente faz menção ao 
acústico em si, mas à palavra e imagem. 
O Significado trabalha a representação mental. Essas são as duas faces 
do Signo, sendo indissociáveis. 
A Semântica pode ser dividida em: Teórica, Histórica, Descritiva ou 
Comparativa 
Tabela 2 – Divisões da Semântica 
Teórica Conceito de Significado 
Histórica Estudo Diacrônico (ao longo da história) 
Descritiva Estudo Sincrônico (partes da história) 
Comparativa Relação de Significados 
Ademais, a Semântica enquanto Ciência também apresenta ramificações, 
entre elas, Semânticas Textual e Discursiva, por exemplo. Para esta etapa, 
focaremos apenas na Semântica Formal, para que possamos explorar melhor a 
Semântica na Libras, de forma posterior. 
A Semântica Formal enxerga a Língua Natural como aquela que cria 
referencialidades, ou seja, a possibilidade de se falar absolutamente sobre 
diversas coisas. Portanto, o ponto importante aqui é a referencialidade 
(fortemente presente nas línguas de sinais, como a Libras). Aqui, busca-se 
conhecer o significado de um enunciado e entender suas condições de verdade. 
FRASE: “HÁ UM AVIÃO NO CÉU”. 
Essa frase é apenas um exemplo a ser tratado aqui. Quem pode afirmar 
se a frase acima é verdadeira ou falsa somos nós, mas quando não é possível, 
podemos sim fazer juízo da verdade, no sentido de que conseguimos afirmar em 
quais situações essa situação é verdadeira, como: “Há um avião no céu, sim, 
 
 
17 
pois próximo a onde estamos existe um aeroporto”. Isso é estudar o Significado 
da sentença. Se não conseguimos verificar em quais condições a frase 
exemplificada é verdadeira, então não sabemos seu Significado. 
A Semântica Formal estuda as expressões linguísticas, e essa é apenas 
uma das ramificações existentes. 
TEMA 3 – LINGUÍSTICA: A SEMÂNTICA DA LIBRAS 
Os estudos semânticos em Libras são totalmente possíveis e necessários. 
Para sua análise, por já termos trilhado inicialmente e entendido o que é a 
Semântica como um todo, nos debruçaremos em outros aspectos pertinentes, 
neste caso, à Libras, com exemplos que elucidam nosso aprendizado, assim 
como temos feito. Gravemos: Semântica é o estudo do significado de conceitos 
de palavras que se encontram em determinada situação de comunicação, de 
expressão. 
O ser humano, naturalmente, cria palavras e assim tem sido desde os 
primórdios. A criação gera significados, então conceitos e, por fim, usos. O fator 
contexto é de suma importância, pois o estudo da Semântica se dá nesse meio. 
Na Libras, é possível encontrar: 
Sinonímia (= mesmo nome): dois sinais que aprendem significados 
similares, quando não idênticos, os conhecidos Sinônimos. 
Figura 14 – Exemplo 7, A – Sinal de “velho”/ B – Sinal de “idoso e “terceira idade” 
em Libras 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/alWwHvHMlRc>. Acesso em: 23 ago. 2023. 
Disponível em: <https://youtu.be/_ijn8oLcDkY>.Acesso em: 23 ago. 2023. 
 
 
18 
O sinal de “velho” e de “idoso” são relativos, inicialmente, a “pessoas de 
mais idade”. Ainda assim, enquanto “idoso” ou até mesmo “terceira idade” façam 
menção a pessoas, o sinal de “velho” também pode remeter a coisas e animais, 
por exemplo. A carga semântica dos sinais é a mesma, mas enquanto uma 
(exemplo 7, B) tem aplicação em uma situação, outra (exemplo 7, A) tem mais 
de uma aplicação possível. 
Antonímia (= anti-nome): dois sinais que são antagônicos entre si, os 
conhecidos Antônimos, diretamente inversos em relação aos Sinônimos, à 
Sinonímia. 
Figura 15 – Exemplo 8, A – Sinal de “certo”; B – Sinal de “errado” em Libras 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/FnyZWoQlLFQ>. Acesso em: 23 ago. 2023. 
Disponível em: <https://youtu.be/c4rItVXZmm0>. Acesso em: 23 ago. 2023. 
Observe que os sinais indicados têm significados diferentes e 
contraditórios em si. 
Paronímia (= junto do nome): diferentemente dos aspectos anteriores, a 
Paronímia trata-se de sinais (Significantes) similares, com conceitos 
(Significados) diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Figura 16 – Exemplo 9 , A – Sinal de “peixe”/ B – Sinal de “sexta-feira” em Libras 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/qeAKp-IxoZI>. Acesso em: 23 ago. 2023. 
Disponível em: <https://youtu.be/ujtQEPoXeT8>. Acesso em: 23 ago. 2023. 
No exemplo anterior, temos sinais que são extremamente similares, se 
distinguindo levemente quanto à torção da mão. 
Homonímia (= igual nome): a Homonímia em muito se assemelha à 
Paronímia. A diferença é que os sinais (Significantes) são iguais, com conceitos 
(Significados) diferentes. 
Figura 17 – Exemplo 10, A – Sinal de “história”/ B – Sinal de “lembrar” em Libras 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/uePZOdDsKWQ>. Acesso em: 23 ago. 2023. 
Disponível em: <https://youtu.be/lM8zTwuiSTc>. Acesso em: 23 ago. 2023. 
 Nesse exemplo, especificamente, os sinais de “História” e “Lembrar” 
remetem um ao outro, mas apenas por fatores de coincidência. São sinais iguais, 
mas têm Significados diferentes. A História é composta também de 
“lembranças”, portanto, “lembrar”, mas se trata apenas de uma coincidência no 
 
 
20 
sentido de que um remete ao outro. Temos a discussão aqui entre a Paronímia 
e a Polissemia, porque teoricamente indicam um mesmo Significante com 
Significados diferentes. Não vamos aqui nos aprofundar nesses aspectos, mas 
apenas por curiosidade, entendamos, grosso modo, que estamos tratando da 
mesma questão aqui. A Polissemia (= muitos significados) é representada pelo 
mesmo sinal que apresenta diferentes Significados. 
Figura 18 – Exemplo 11, A – Sinal de “lógico”/ B – Sinal de “literatura”/ C – Sinal 
de “Londrina”/ D – Sinal de lasanha em Libras 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/ARsj7EPXpZo>. Acesso em: 23 ago. 2023. 
O sinal representado traz diferentes significados, todos Substantivos, 
sendo o Exemplo 11 – C um Substantivo Próprio. 
É importante aqui ressaltar que os exemplos colocados até o momento 
não necessariamente são o que são em outra Língua. As regras semânticas 
podem até se estabelecer de igual forma em ambas as Línguas, mas seus 
exemplos podem não ser aplicáveis. 
 
 
21 
Por aqui, encerramos nossos estudos introdutórios em relação à 
Semântica. 
TEMA 4 – LINGUÍSTICA: A PRAGMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
Estudante, chegamos então à última Divisão da Linguística que nos 
propusemos a estudar, a Pragmática. Em etapa anterior, aprendemos acerca de 
Linguagem e da Língua, e como já estamos aprendendo muitos aspectos das 
Línguas, como a Sintaxe e a Semântica, nesta etapa, resta-nos entender do que 
se trata a Pragmática. 
A Língua é fruto da sociedade e é para uso em sociedade. Uma 
característica importante do uso da Língua é o seu contexto de uso. A 
Pragmática ocupa-se da relação da Língua com os seus falantes e a forma como 
ela é utilizada para manifestar sentidos. O contexto é algo estritamente 
necessário, porque é por meio dele que se conhecem as palavras e expressões, 
além das situações de comunicação e dos conhecimentos que podem se tornar 
acessíveis, como a cultura e as crenças, por exemplo. É o contexto que se 
interpreta uma mensagem, uma fala, uma colocação. 
Mas... o que é contexto? 
Contexto se trata de um conjunto de saberes, conhecimentos e crenças 
que permitem a interpretação de enunciados por pessoas de uma determinada 
sociedade. Contexto é também interação social por meio da Linguagem, 
instruindo quanto a condições e direcionando os Significados daquilo que é dito 
pelas demais pessoas. Em uma conversa, o contexto está naquilo que já se 
conhece, os conhecimentos prévios em relação à Língua que está sendo 
utilizada, além dos comportamentos, por meio da Linguagem Verbal e da Não 
Verbal. Os usuários de uma língua provavelmente não têm os mesmos 
conhecimentos, então o contexto vai sendo adequado por cada um deles, assim, 
o que está sendo dito consegue ser entendido e interiorizado. 
Durante uma interação, uma conversa, é possível recuperar alguma 
informação perdida, destacar algo importante e até mesmo reconhecer as 
intenções que partem da pessoa que está falando. A reação à fala também 
revela que o contexto do que se disse foi entendido. 
Na Pragmática, temos alguns aspectos importantes, dos quais 
destacamos a Referência, a Dêixis (Anáfora) e a Catáfora. 
 
 
22 
A Referência, no contexto de fala, serve para se identificar algo nessa 
mesma fala, considerando se tratar de pessoas, de coisas e até mesmo de 
lugares. A Referência é menção a algo. 
• Exemplo: “Katherine gosta de estudar. Ela se esforça todos os dias para 
ter uma boa profissão”. 
Nesse caso, temos o sujeito, Katherine, e o “ela” que faz menção à 
Katherine. Temos uma referenciação simples e inteligível. 
A Dêixis é a apontação, como você bem aprendeu em etapa anterior. Ela 
está presente na Língua Portuguesa também e indica literalmente algo. 
• Exemplo: “É aqui na Aula 3 que você aprende mais sobre a Linguística da 
Língua Portuguesa e da Libras”. 
Já nesse caso, o “aqui” é literalmente o apontamento. 
A Anáfora pode ser uma Figura de Linguagem (não é o nosso caso no 
momento) e também pode ser um elemento linguístico (nosso caso). É uma 
retomada do que está sendo dito, mas evitando repetição. A Anáfora é similar à 
Referência, mas no sentido de não repetir referências de forma desnecessária, 
substituindo as possibilidades por outras formas. Além disso, a Anáfora também 
é um exemplo de coesão. 
• Exemplo: “Pedro e Maria são irmãos. Eles gostam de brincar juntos e, 
além disso, gostam de brincar com seus amigos. Pedro possui uma 
bicicleta, e o piano é de sua irmã”. 
Observe as formas possíveis de tratarmos de Pedro e Maria, utilizando o 
“eles”, “seus” e “sua”. São referenciações equilibradas que não tornam os 
elementos das frases repetitivos. 
A Catáfora é a Anáfora, mas de forma posterior, no sentido de que se faz 
referência a algo e, em seguida, esse “algo” é revelado. 
• Exemplo: “Uma coisa que eu não gosto é disso: desorganização!” 
Há uma referência aqui, a “desorganização”, mas antes, o indicativo do 
“disso”. Tendo conhecido alguns aspectos da Pragmática, devemos entender, 
por fim, a Enunciação. A fala, o enunciado, aquilo que o emissor expressa, cria 
o contexto que torna capaz a compreensão do que está sendo dito. A Pragmática 
diz muito acerca de situações de fala, e aliada à Semântica, constrói Significados 
completos por meio de Contextos e Intepretações de fala. 
 
 
23 
TEMA 5 – LINGUÍSTICA: A PRAGMÁTICA DA LIBRAS 
Em Libras, a Pragmática também se faz presente. Mais uma vez, o 
contexto se faz necessário. Em Libras, entendemos a Linguagem também como 
um dos princípios da comunicação. Veja que estamos em nossa última Divisão 
da Linguística a ser estudada, e claramente conseguimostraçar comparações 
entre tudo o que estudamos até aqui. Enquanto a Semântica estuda o 
Significado, no caso, do sinal, ou então, do Signo Linguístico, a Pragmática 
estuda o Significado, mas após o uso em sociedade. 
O sentido daquilo que está sendo dito acaba sofrendo influência da 
Pragmática, do contexto. Tudo é possível de ser sinalizado, seja por meio de 
frases, textos ou produções próprias. A Pragmática trata, essencialmente, dos 
atos de fala, sejam eles em Libras ou em Língua Portuguesa. 
Figura 19 – Exemplo 12 – Frase “que horas são?” 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/Sl8-ZWOSm1I >. Acesso em: 23 ago. 2023. 
É importante aqui destacar a importância do uso das Expressões Faciais 
e Corporais (EF/C), e a frase acima necessita do uso de uma expressão 
 
 
24 
interrogativa. Entretanto, apenas para efeitos comparativos, a expressão facial 
não foi realizada. A frase citada trata de uma questão comum do cotidiano. 
Observe agora os dois exemplos a seguir e tente perceber a diferença no “tom” 
da sinalização. 
Figura 20 – Exemplo 12, A – Frase: “que horas são?”/ B – Frase: que horas são?” 
 
Crédito: Katherine Fischer. 
Disponível em: <https://youtu.be/_d0H4T-hKjI>. Acesso em: 23 ago. 2023. 
Disponível em: <https://youtu.be/JGnCECtHdUs>. Acesso em: 23 ago. 2023. 
Estudante, você consegue perceber a diferença entre ambas as frases? 
Apesar do uso de um único sinal para expressar uma frase (o que é totalmente 
possível em Libras), faz-se o uso de expressões faciais, o que justamente marca 
o entendimento que se tem “por detrás” do que está sinalizando. 
No exemplo 13 – A, temos a mesma pergunta acerca do horário, mas no 
sentido de indagação preocupada. No exemplo 13 – B, já temos a mesma 
pergunta, mas em tom de repreensão. Essa diferenciação pode ser observada 
por meio do uso da EF/C, por isso a importância. Já o exemplo inicial, exemplo 
12, trata de um pedido comum. 
Por isso, o contexto é muito importante. Como colocamos há pouco, as 
frases não apresentam contexto, por isso não entendemos de forma completa o 
que está por trás das indagações. Ainda assim, o que se deve levar em 
consideração é o que o sinalizante quis dizer com o que disse, já que o que o 
receptor entende pode tanto ser o que inicialmente se pretendeu dizer quanto 
não ser exatamente o que era para se ter entendido. Por fim, pode-se entender 
de uma forma totalmente oposta, por conta da subjetividade naturalmente 
existente. 
 
 
25 
Na Pragmática da Libras, observe sempre muito bem o uso de todos os 
Parâmetros da Libras (Configuração de Mão, Ponto de Articulação/Locação, 
Movimento, Orientação/Direção, Expressões Faciais/Corporais ou Expressões 
Não Manuais), cujo conteúdo veremos em etapa posterior, pois sempre terão 
algo a nos dizer. 
NA PRÁTICA 
Como fizemos na etapa anterior, listaremos aqui, em formato de Tabela 
3, o que aprendemos na segunda parte da aula que trata sobre as demais 
Divisões da Linguística: a Sintaxe, a Semântica e a Pragmática. A diferença entre 
as etapas anteriores está nos exemplos que foram apresentados. Por conta da 
extensão do estudo, tais exemplos não estão presentes, sendo apresentados 
apenas os tópicos estudados. 
Tabela 3 – Resumo 
SINTAXE DA LÍNGUA PORTUGUESA 
FRASE ORAÇÃO PERÍODO 
EXCLAMATIVA ABSOLUTA SIMPLES 
DECLARATIVA COORDENADA COMPOSTO 
IMPERATIVA SUBORDINADA MISTO 
INTERROGATIVA INDEPENDENTE 
OPTATIVA 
IMPRECATIVA 
 
SEMÂNTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
TEÓRICA 
HISTÓRICA 
DESCRITIVA 
COMPARATIVA 
 
PRAGMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
CONTEXTO 
REFERÊNCIA (OU REFERENCIAÇÃO) 
DÊIXIS (ANÁFORA) 
CATÁFORA 
 
SINTAXE DA LIBRAS 
ESPACIALIDADE 
REFERENCIAÇÃO 
 
 
26 
VERBOS DIRECIONAIS 
TOPICALIZAÇÃO 
 
SEMÂNTICA DA LIBRAS 
SINONÍMIA 
ANTONÍMIA 
PARONÍMIA 
HOMONÍMIA 
 
PRAGMÁTICA DA LIBRAS 
CONTEXTO 
ATOS DE FALA 
PARÂMETROS DA LIBRAS 
(em especial, EXPRESSÕES FACIAIS E CORPORAIS – EF/C) 
É importante aqui colocar que há outros tópicos a serem aprofundados, 
mas ou foram mencionados ou não foram listados. Sugerimos que para adentrar 
os conteúdos, você realize buscas em outros espaços, em outras fontes. Aqui 
estão os conteúdos que julgamos ser necessários para seu conhecimento 
introdutório aos estudos linguísticos. 
FINALIZANDO 
Concluímos aqui as Divisões da Linguística, parte importante do nosso 
aprendizado. Até o momento, tivemos acesso a conceitos importantes da 
Linguística, e em nossa próxima etapa, nos aprofundaremos em outros tópicos. 
Contudo, é necessário que você tenha entendido o que foi posto até o momento, 
por exemplo, as estruturas da Língua Portuguesa quanto à fala e escrita, e da 
Libras, quanto à sinalização. 
 
 
 
27 
REFERÊNCIAS 
BARRETO, M.; R. BARRETO. Escrita de sinais sem mistérios. 2. ed. rev. 
atual. e ampl. Salvador: Libras Escrita, 2015. v. 1. 
CAMPREGHER, J.; CAMERLENGO, V. A. Semântica e pragmática das 
línguas. Indaial: Uniasselvi, 2019. 
COESÃO TEXTUAL – Anáfora e Catáfora – Aprenda em menos de 4 minutos! 1 
vídeo. (4 min.). Publicado pelo canal Português On-line/Profa. Aline. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=AzJexO1RLxI>. Acesso em: 21 ago. 
2023. 
DIVISÕES DA LINGUÍSTICA. Universidade Federal de Goiás, 2021. Disponível 
em: <https://pos.letras.ufg.br/n/2105-divisoes-da-linguistica>. Acesso em: 21 
ago. 2023. 
LEXICOLOGIA, LEXICOGRAFIA, TERMINOLOGIA e Terminografia – entenda a 
diferença! Tradlitteris, 19 fev. 2010. Disponível em: 
<https://navarrosandra.wordpress.com/2010/02/19/lexicologia-lexicografia-
terminologia-e-terminografia-entenda-a-diferenca/>. Acesso em: 21 ago. 2023. 
QUADROS, R. M. de.; KARNOPP, L. B. Língua de Sinais brasileira: estudos 
linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
SVOBODOVÁ, I. Sintaxe da Língua Portuguesa. Masarykova Univerzita, Brno, 
2014. 
	CONVERSA INICIAL
	A título de curiosidade, existem outros campos que advêm e que são estudados pela Linguística0F , como a Lexicologia, a Terminologia, a Estilística e a Filologia. Todos esses campos são tidos como Divisões da Linguística, mas não serão aprofundados em...
	A Lexicologia trabalha com o Léxico da Língua, e o mesmo é aplicável às Línguas de Sinais, no caso, a Libras. Léxico é o vocabulário da Língua, seja uma lígua oral como a Língua Portuguesa, por meio de suas palavras, seja uma Língua sinalizada como a ...
	A Terminologia trabalha com termos de áreas técnico-científicas diferentes, e sim, trabalha com os próprios termos da Linguística, referindo-se aos termos técnicos existes e relativos aos seus estudos. A Fonética/Fonologia
	e Morfologia, tópicos que aprendemos em etapa anterior, são termos técnicos da Linguística. De forma semelhante, tem-se a Terminografia, que trabalha com termos que têm como destino final os dicionários criados para e em diversas áreas. Portanto, na L...
	Para seu conhecimento, para a Libras, temos o conhecido trabalho desenvolvido pelos psicólogos Fernando Cesar Capovilla e Walkiria Duarte Raphael. Capovilla e Raphael2F desenvolveram uma coleção de enciclopédias, chamadas de Enciclopédia da Língua d...
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