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Aula 02

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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS 
LINGUÍSTICOS DA LIBRAS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Joana Bonato Melegari 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Prezado leitor, cá estamos nós avançando em nosso aprendizado. 
Anteriormente, você pôde ter acesso aos estudos iniciais relativos à Linguagem, 
Língua e Línguística1, e claro, a outras definições que são verdadeiramente 
importantes para nosso aprendizagem. 
Aprendemos parte importante do que temos por estudos voltados à 
Linguística. A partir deste momento, estaremos trabalhando as divisões, os 
pilares, ou os então chamados Níveis da Linguística: Fonética/Fonologia, 
Morfologia, Sintaxe, Semântica e Pragmática (estes três últimos em etapa 
posterior). Vale frisar que faremos uma breve introdução destes mesmos pilares 
da Linguística, aplicados às línguas orais, para então nos aprofundarmos na 
Língua Brasileira de Sinais (Libras), foco de nosso estudo. 
Diferentemente da etapa anterior, o teor desta etapa é mais prático, pois 
você observará de forma comparativa as aplicações das divisões da Linguística, 
nas duas línguas, nas orais (Língua Portuguesa) e nas sinalizadas (Libras). Isso 
não significa necessariamente que você praticará mais, mas sim, que observará 
o que aqui está sendo explicado, na língua que você usa para se comunicar – 
ou melhor, nas duas línguas, Língua Portuguesa e Libras, seja você pessoa 
Surda ou pessoa ouvinte. 
É interessante, prezado, que você saiba que, além dessas divisões, há 
outras ramificações como a Sociolinguística, por exemplo, a observação, análise 
e estudo da língua em determinado contexto de fala, em determinada sociedade, 
com usuários da mesma, além da Psicolinguística, que estuda a relação da 
Linguagem com a Mente Humana. 
Os cinco temas que formam esta etapa (com exceção do Tópico 1 que 
ainda não trata das subdivisões da Linguística), sempre iniciarão com definições 
e aplicações na Língua Portuguesa e concluirão com definições e aplicações na 
Libras, apenas por caráter didático. 
 
 
1 Optou-se, ao longo deste estudo, pelo uso maiúsculo da primeira letra de ‘Linguagem’, 
‘Linguística’ e ‘Língua’, de forma arbitrária, em certas ocasiões, no sentido de colocar estes 
conceitos como objeto de estudo em determinados momentos. O mesmo ocorrerá com outras 
palavras, assim como apresentado na etapa anterior. 
 
 
3 
TEMA 1 – LINGUÍSTICA, SOCIOLINGUÍSTICA E PSICOLINGUÍSTICA: BREVE 
INTRODUÇÃO 
Você aprendeu, mesmo que de forma inicial, a respeito da Linguística em 
etapa anterior. Para tanto, para refresco de sua memória, a conceituamos aqui, 
brevemente: Linguística é a ciência que estuda a Linguagem Humana, indo muito 
além da gramática que aprendemos em sala de aula. A Língua é um instrumento 
vivo. Caso seja necessário relembrar um ou outro ponto, retome a etapa anterior. 
Nesta etapa, por exemplo, estudaremos a Fonologia e a Morfologia, duas das 
Divisões da Linguística, reservando a etapa posterior para a Sintaxe, Semântica 
e Pragmática. 
Para que possamos ter acesso às outras subáreas Linguística, como a 
Sociolinguística e a Psicolinguística, vamos caminhar sinteticamente entre 
ambas. 
A Sociolinguística, como parte do próprio termo diz, observa a Língua em 
relação à Sociedade. Dessa forma, a forma como se ‘fala’ passa a ser 
importante, pois se trata da Língua em uso, entendendo que o mesmo se aplica 
à Libras, ou seja, a menção à ‘fala’ não necessariamente trata da forma oral de 
uma Língua, podendo se tratar da forma sinalizada. A Sociolinguística, enquanto 
ciência, inicia-se no século XX. Um de seus teóricos é o renomado Mikhail 
Mikhailovich Bakhtin (1895-1975), pensador russo, referido comumente como 
Bakhtin. Bakhtin construía essa relação entre falante – o emissor, e o receptor 
da fala – para quem estava sendo direcionada a fala. A Língua passa a ser 
observada de acordo com o falante, com o contexto, com o espaço em que 
encontra, e as condições de fala, sendo aspectos necessários para as análises 
que a Sociolinguística realiza. Havia, por exemplo, o entendimento de que todo 
o desempenho do indivíduo em vida se dava justamente como consequência de 
seus estudos. Mais tarde, William Labov (1927-), linguista estadunidense, viria 
para investigar o indivíduo analisado de forma mais profunda em relação ao seu 
desempenho escolar. Dessa forma, houve um estudo maior acerca dos 
fenômenos linguísticos, não considerando o certo como certo e o errado como 
errado, reservando essa dicotomia à gramática em si. 
A Psicolinguística também é considerada como uma subárea da 
Linguística, vista por vezes como autônoma, que trabalha a relação entre os 
processos psicológicos e o processo de aquisição e uso da linguagem. A 
 
 
4 
Psicolinguística também é vista como um campo interdisciplinar em que a 
Psicolinguística e a Linguística confluem. É o estudo entre a Linguagem e a 
Mente Humana, como também observado por Chomsky (e este você bem 
conhece). Para o seu estudo, destacam-se seus períodos: Formativo, 
Linguístico, Cognitivo, Estado Atual e Estado de Transição. Na Psicolinguística, 
se estuda a relação entre Cérebro e Linguagem, a Neurofisiologia, Linguagem e 
Pensamento, Sistemas de Processamento Mental da Linguagem, entre outros 
pontos. 
A partir deste momento, nos deteremos às Divisões da Linguística. 
TEMA 2 – LINGUÍSTICA: A FONÉTICA/FONOLOGIA DA LÍNGUA 
PORTUGUESA 
Nas línguas, independentemente se orais ou sinalizadas, a Fonética e a 
Fonologia trabalham com as unidades mínimas, sejam elas as que formam as 
palavras (na Língua Portuguesa), sejam elas as que formam os sinais (na 
Libras). 
Fonologia é a área da Linguística que estuda a aplicação dos sons, dos 
Fonemas de uma língua, por meio do que chamamos de Traços Distintivos. 
Traços Distintivos nada mais são que a característica sonora de tal segmento, 
de um conjunto de Fonemas. Em Fonética, temos as transcrições 
(representações gráficas) de palavras da Língua Portuguesa – em diferentes 
Línguas, mas neste caso, a nossa, por meio do uso de barras transversais. Os 
Pares Mínimos, também encontrados na Libras, indicam palavras que 
apresentam significados diferentes, mas cujas pronúncias são aproximadas 
quanto parte do som de ambas as palavras. 
 
 
 
Observe que no exemplo acima, temos a presença de duas palavras que 
se distinguem foneticamente por conta do som da pronúncia da primeira sílaba: 
‘va’ e ‘fa’ são muito similares. Em Libras, os Pares Mínimos se manifestam de 
maneira diferenciada, logicamente não havendo traços distintivos nos sons, já 
que estamos falando de uma Língua visual-espacial. Nela, os Pares Mínimos se 
dão por meio da distinção entre os Parâmetros da Libras, em que nos 
 
 
5 
debruçaremos mais adiante, em etapa posterior. Os Parâmetros serão 
explanados, mas seu aprofundamento se dará na citada etapa, além, claro, de 
estar também presente em outras etapas, afinal, o estudo da Libras se dará ao 
longo de todo o conteúdo. 
A Fonologia vem para explicar o que está sendo analisado, com vistas a 
detectar a função linguística, resultado desta mesma análise. Por meio do estudo 
e discussão que gira em torno das unidades fônicas, descobre-se a diferença 
que palavras com pronúncia muito similares, transmitem, em seus significados. 
Quando estamos em processo de aquisição de uma Língua, de forma natural, 
regras não nos são ensinadas, mas ainda assim, o seu uso passa a ser mais 
afinado, ao ponto de se estabelecer comunicação com o outro. Quando os 
Linguistas se encontram em posição de análise, acabam por categorizar 
processos aos quais se dá o nome de Processos Fonológicos. Os já citados 
Traços Distintivos são propriedades que ocorrem de maneira conjunta, em um 
fonema. O papel do Linguista, neste contexto, é o de questionar como, quando 
e onde tais fenômenos ocorrem, por exemplo. 
TEMA 3 – LINGUÍSTICA: A FONÉTICA/FONOLOGIA DA LIBRAS 
Antes de tudo: a Fonética na Libras é diferentede quando se pensa em 
sons, uma vez que a Libras não é expressa por meio de sons. Fonética é o 
estudo das unidades mínimas das palavras, no caso, dos sinais, de forma 
isolada, e iremos aprofundá-la quando estudarmos os Parâmetros da Libras 
(unidades mínimas que compõem os sinais) em etapa posterior. 
O papel da Fonologia nas línguas de sinais, em especial na Libras, não é 
diferente do que se propõe nas línguas orais, com exceção primordial de que 
seu estudo não se baseia em Fonemas, nem mesmo em questões acústicas, de 
pronúncia e afins, como dito há pouco. Por questões de estrutura e produção da 
Língua, estuda-se o conjunto das unidades mínimas; essa é a Fonologia. 
Quando se fala em Libras, você deve ter observado que a expressão, a 
produção, se dá por meio das mãos, e recepção, por meio dos olhos. Em um 
dado momento em meio aos Estudos Linguísticos, propôs se a adoção do termo 
Quirema, enquanto “... unidade mínima da mão2...”, o que não se sustentou de 
forma posterior; o termo Fonologia continuou sendo aplicado, entendendo-se 
 
2 Tradução livre, baseada em poucos escritos disponíveis em meio eletrônico, sendo um deles 
incluído na bibliografia, trabalho de G. O. Barbosa. 
 
 
6 
que as Línguas, tanto orais quanto sinalizadas, eram analisadas com base em 
princípios linguísticos, se não iguais, pelo menos de forma análoga. Enquanto a 
Fonética estuda os Parâmetros, da Libras, no caso, de forma isolada, a 
Fonologia também estuda os Parâmetros da Libras, estes atuando em conjunto, 
formando os sinais. 
A diferença – se não uma das maiores – entre as línguas orais e as de 
sinais, é que a última pode transmitir uma estrutura simultânea de elementos da 
Língua. O Linguista William Stokoe (1919-2000) trouxe um esquema linguístico 
para análise e estudo dos sinais, valendo-se da ASL3 para apontar que 
determinados Parâmetros da Língua se trata do que seria o equivalente às 
unidades mínimas das línguas orais, e que não carregam significado quando 
observados de forma isolada e independente. São os Parâmetros: 
 
 
 
A CM, o PA e o M são as unidades mínimas das línguas de sinais, cuja 
articulação se dá de forma simultânea, apresentando significado. Este é um 
ponto importante dos nossos Estudos Linguísticos. Mais uma vez, quando se 
encaminhar para etapa posterior, verá de forma aprofundada os Parâmetros da 
Libras, com a inclusão da Direção/Orientação (O/D) e das Expressões Faciais e 
Corporais (EF/C), ou então, das Expressões Não Manuais (ENM). 
 
 
 
 Vamos entender, por meio de um exemplo, o que foi dito no quadro 
acima? 
 
EXEMPLO 01, FRASE 01: 
O MENINO, CORRENDO, SUBIU NA ÁRVORE. 
 
 
3 ASL é a sigla para American Sign Language, que traduzida, significa Língua Americana de 
Sinais. 
 
 
7 
A frase acima é uma frase que está construída conforme a gramática da 
Língua Portuguesa. 
 
Exemplo 1 – FRASE 02 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link4 
 
A frase sinalizada acima é a mesma frase citada como exemplo no 
EXEMPLO 1, FRASE 1. A diferença é que, em Libras, há possibilidade de se 
sinalizar toda a frase ao mesmo tempo, de forma simultânea. Os sinais são 
realizados de forma completa, por meio de seus Parâmetros, que juntos, 
apresentam significado porque formam os sinais. Na Língua Portuguesa, de 
forma objetiva, não há essa possibilidade, pois não é possível falar mais de “uma 
palavra ao mesmo tempo”, por isso ser sequencial/linear, pois as palavras se 
apresentam em sequência, em uma ordem estabelecida. 
Entendida a Fonologia, de forma introdutória, nos encaminhemos para a 
Morfologia. 
TEMA 4 – LINGUÍSTICA: A MORFOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
Você aprendeu que a Fonologia é o estudo dos elementos, no caso, sons, 
das palavras, e quando em línguas de sinais, dos Parâmetros. A Morfologia, em 
consequência, é mais abrangente. Trata-se do estudo da combinação desses 
pequenos elementos, dessas unidades mínimas. 
Assim como qualquer outra ciência, e como observamos na Linguística, 
há questionamentos realizados quando se está estudando algo, a Língua, aqui. 
A Morfologia busca compreender a relação dos elementos que formam as 
palavras, e a relação entre as palavras, ou seja, há uma construção interna, para 
a observação externa. Os elementos que se unem para composição de palavras 
são chamados de Morfemas, palavras estas que podem ser simples ou até 
mesmo complexas. 
 
4 Link de acesso disponível em: <https://youtu.be/k1RaCSijX2g>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
 
 
8 
 
 
 
Quando visualizamos a palavra ‘CAFEZINHO’, há possibilidade de 
desmembramento da palavra: a parte ‘CAFE' é o radical da palavra, ou seja, o 
núcleo da palavra que possui significado, chamado na Morfologia, de Morfema 
Lexical (Lexical = Vocábulo = Palavra). As outras partes que formam esta 
palavra, como ‘ZINH’ e ‘O’, são chamados de Morfemas Gramaticais, já que 
quando unidas ao radical, estão representando uma ideia. Neste caso, a ideia 
apresentada é o grau do adjetivo, no caso, o grau diminutivo, porque 
‘CAFEZINHO’ = ‘CAFÉ PEQUENO’, ou até mesmo, ‘CAFÉ EM PEQUENA 
QUANTIDADE’. Os Morfemas Simples são os que apresentam radical com 
significado próprio, também chamados de Morfemas Independentes. 
A Morfologia também estuda como as palavras se originam, por meio dos 
Processos Morfológicos. A combinação de morfemas gera novas palavras. Os 
processos mais conhecidos são o de Derivação e o de Composição, que serão 
explanados de forma breve aqui, para então estudarmos a Morfologia da Libras. 
• Derivação: formação de palavras a partir de palavras já existentes, no 
caso, de Palavras Primitivas, como por exemplo: ‘TERRA’ em 
‘TERRAÇO’. Na Derivação, temos a Prefixação e a Sufixação. 
• Prefixação: adição de um prefixo a um radical, a uma Palavra Primitiva. 
Ex: ‘INFELIZ’, onde houve acréscimo do prefixo ‘IN’ à ‘FELIZ’. 
• Sufixação: adição de um sufixo a um radical, a uma Palavra Primitiva. 
Ex: ‘CASARÃO’, onde houve acréscimo do sufixo ‘RÃO’ à ‘CASA’. 
• Parassintética: adição de um prefixo e um sufixo, a um radical, a uma 
Palavra Primitiva. Ex: ‘DESLEALDADE’, onde houve acréscimo do prefixo 
‘DES’ e do sufixo ‘DADE’, à ‘LEAL’. 
Tem-se também a Derivação Regressiva e a Imprópria, mas não nos 
estenderemos neste ponto. 
• Composição: diferentemente da Derivação, na qual há formação de 
novas palavras, na Composição temos a união de pelo menos dois, ou 
então, mais radicais. A Composição se apresenta em duas formas. 
 
 
9 
▪ Justaposição: radicais que se unem, compondo uma nova palavra. Ex: 
‘PONTA’ e ‘PÉ’ originam, quando se unem, ‘PONTAPÉ’. 
• Aglutinação: radicais que se unem, compondo uma nova palavra, desde 
que haja alteração em um dos radicais. Ex: ‘PLANO’ e ‘ALTO’ originam, 
quando se unem, ‘PLANALTO’. 
 É dessa forma que temos a Morfologia na Língua portuguesa. 
TEMA 5 – LINGUÍSTICA: A MORFOLOGIA DA LIBRAS 
Entendendo que a Fonologia estuda as unidades mínimas dos sinais, 
unidades estas que não apresentam algum significado quando isoladas, 
entramos em um terreno de discussão que é a Morfologia. 
Salientamos algumas vezes a nossa constante comparação entre a 
Língua Portuguesa e a Libras, necessária para entendermos como a Linguística 
se dá nessas duas línguas. Quando a pessoa é usuária de uma língua, ela passa 
a conhecer palavras/sinais e seus significados, e o fato de por acaso não 
conhecer tal palavra/sinal não significa que esta/este não exista na língua. 
Você deve saber que a Língua Portuguesa, enquanto língua oral, possui 
seu léxico dividido em categorias gramaticais, que são dez, o que também é 
encontrado na língua sinalizada. A diferença maior reside no fato de que como 
você viu no Tópico 4 ‘Linguística: A Morfologia da Língua Portuguesa’, há 
alteração de significado na composição de palavras com radicais diferentes, 
radicais que sofrem alguma influência, radicais que se unem, e onde há 
supressão de sílabas, entre outras formas, ou seja,adição de prefixos e prefixos 
a um radical. Já na Libras, não há como adicionar prefixos e prefixos por conta 
da modalidade da Língua; é justamente por esse motivo que a complexidade da 
Morfologia se dá por meio de movimentos no espaço em que se está sinalizando. 
 
 
 
Esta é a Morfologia na Língua Portuguesa (L. P.), ministrada há pouco. 
Na Libras, o estudo da Morfologia se dá de forma diferenciada. 
 
 
10 
 
 
 
Perceba que com exceção do conceito de ‘Derivação’, os demais 
apontamentos são todos diferenciados. Iremos trabalhar com cada um deles, de 
forma objetiva, porém clara, para que você entenda os processos envolvidos. 
 Vamos ao processo de Derivação, ou seja, na Libras, a alteração de 
algum dos Parâmetros da Libras (que exploraremos em etapa posterior) que 
acaba originando outro sinal com outro significado. 
 Derivação do Tipo ‘Nome-Verbo’: neste tipo de Derivação, há alteração 
de classe gramatical. O caso mais comum que ocorre é com as classes Verbo-
Substantivo, ou então, Substantivo-Verbo5. Veja o exemplo a seguir. 
 
 
5 Ou então, ‘Nome-Verbo’. 
 
 
11 
Exemplo 2 A – SINAL DE “PENTE” / 02 B – SINAL DE “PENTEAR”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link6 Link7 
 
Observe que há uma breve alteração no Parâmetro do Movimento. Não o 
exploraremos neste momento, para que bem entenda posteriormente, mas sim, 
como o próprio nome diz, há uma movimentação no sinal, que acaba sendo 
diferente. À esquerda, no sinal de “PENTE”, há um movimento repetitivo e mais 
curto, enquanto à direita, no sinal de “PENTEAR”, há um movimento não tão 
repetitivo e mais longo. À esquerda, temos um substantivo, e à direita, um verbo. 
Este é o primeiro caso de Derivação. 
Derivação do Tipo ‘Formação de Compostos’: neste tipo de Derivação, 
temos contato com outros subtipos de Composição. A Composição nada mais é 
que a junção de dois sinais que juntos, dão origem a outro sinal, com significado 
que possui relação com um dos, se não os dois, sinais iniciais. Vejamos agora 
os subtipos, ou então, as regras morfológicas que advêm da Formação de 
Compostos. Subtipo 1 (Regra Morfológica 1): 
Regra do Contato: basicamente, se trata do caso em que há dois sinais 
(lembrando que estamos trabalhando a Composição), sendo que pelo menos 
dele possui contato de alguma forma, este contato possui tendência a 
permanecer. A Regra do Contato deve ser profundamente estudada, porque vai 
além desta breve explicação. 
 
 
6 Link de acesso disponível em: <https://youtu.be/k1RaCSijX2g>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
7 Link de acesso disponível em: <https://youtu.be/VpM9qW7KgZc>.>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
 
 
12 
Exemplo 3 – SINAL DE “INTERNATO”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/FsIvp--7kKw>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
Observe o contato no sinal de “ESCOLA” e no de “CASA”. O contato inicial 
em “ESCOLA” permanece quando o sinal de “CASA” é realizado. Subtipo 2 
(Regra Morfológica 2): 
Regra da Sequência Única: já de acordo com esse Subtipo da Formação 
de Compostos, temos dois sinais (mais uma vez, Composição) que separados, 
possuem seus respectivos movimentos, mas que juntos, os perdem. 
Exemplo 4 – SINAL DE “CAMPO DE FUTEBOL”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/6TIYtut-ua8>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
Veja que o sinal de “CAMPO” de forma isolada, possui um movimento só. 
O sinal de “FUTEBOL” se repete. Quando ambos os sinais são combinados, o 
sinal de “FUTEBOL” perde o movimento. 
Subtipo 3 (Regra Morfológica 3): 
Regra da Antecipação: esta regra é muito frequente na Libras, pois se 
trata da antecipação da mão não-dominante (a mão que não é tão utilizada por 
determinado usuário, seja ela esquerda ou direita) para a realização do sinal. 
Essa antecipação ocorre com a mão não dominante ficando na espera da 
realização do sinal pela mão dominante. 
 
 
 
13 
Exemplo 5 – SINAL DE “COMPRAR”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/q3WPiUKgsV8>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
Observe que a mão de base fica na espera da realização do movimento 
por parte da mão dominante. 
Prezado, você acabou de aprender, mesmo que de forma breve, o que é 
a Formação de Compostos. 
Derivação do Tipo ‘Incorporação de Numeral’: este tipo de Derivação 
é tido como um morfema preso, ou seja, há uma combinação necessária para 
formação de novos sinais. Logicamente, por conta do nome, a Incorporação 
ocorre com o uso de números sendo incorporados a um sinal existente. 
Comumente, a Derivação, neste caso, está na alteração da Configuração de 
Mão, que se configura no número a que está se referindo, mantendo-se os 
demais Parâmetros (aprenderemos de forma aprofundada acerca dos 
Parâmetros, em etapa posterior), intactos. 
Exemplo 6 – SINAL DE “SÉRIE/ANO ESCOLAR”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/1r4kkju5KKY>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
 Observe que o sinal acima é o de “SÉRIE/ANO ESCOLAR”, realizado de 
determinada forma. Se quisermos indicar uma “6.ª SÉRIE”, ou então, um “.2º 
ANO”, observe como seria a representação de ambos os sinais, em Libras. 
 
 
 
14 
Exemplo 7 – SINAL DE “6.ª SÉRIE”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/291Fz1_Qoyg>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
Exemplo 8 – SINAL DE “2.º ANO”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/iCKkexhOyD8>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
 
Observe que o sinal de “SÉRIE/ANO” é realizado de tal forma, enquanto 
os de “6.ª SÉRIE” e “2.º ANO”, de maneira levemente diferente quanto ao 
movimento, mas em locação exata quanto ao sinal inicial. É possível fazer 
alterações nas configurações de mão, uma vez que se tem conhecimento das 
séries escolares (1.ª – 9.ª séries) e dos anos escolares (1.º - 3.º anos). Em alguns 
casos, se tem o 4.º ano (referente ao Curso de Formação de Docentes); não se 
tem a 10.ª série, por exemplo, então teríamos um erro conceitual, uma vez que 
não faz parte da cultura brasileira, e cremos nós, que em nenhum outro local em 
território internacional, salvo ledo engano. 
Vimos, então, que há números sendo incorporados à determinado sinal, 
gerando outros significados relativos ao primeiro. 
Derivação do Tipo ‘Negação’: este tipo de Derivação lembra o tipo 
anterior, o de Numeral. Basicamente, a realização se dá no mesmo formato, mas 
com alteração presente no Parâmetro Movimento, e não na Configuração de 
Mão. 
 
 
 
15 
Exemplo 9 A – SINAL DE “CONHECER” / 09 B – SINAL DE “NÃO-CONHECER”, 
EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/qSyifEkE5ZA/>./<https://youtu.be/CIHeK9ODv3Y>.Acesso 
em: 9 ago. 2023. 
 A Incorporação da Negação, neste caso, se encontra no movimento 
diferenciado que ocorre entre o sinal de “CONHECER” e o sinal de “NÃO-
CONHECER”. A Negação se encontra tanto no movimento, como na Expressão 
Facial (ou Expressão Não-Manual). 
 Na Libras, temos também as Flexões, presentes nos estudos 
Morfológicos na língua de sinais. Para eu estudo, sugerimos que realize a leitura 
do livro Língua de Sinais Brasileira: Estudos Linguísticos, indicado na Bibliografia 
desta etapa. Este livro aprofunda de maneira minuciosa o que estamos vendo 
aqui de maneira suscinta, pequenas pinceladas de uma superfície que trata dos 
estudos linguísticos da Libras. Prosseguimos, agora, tratando brevemente 
acerca das Flexões que ocorrem nas línguas de sinais. Neste ponto, é importante 
ressaltar, conforme indicam as autoras, a Profa. Dra. Ronice e a Profa. Dra. 
Lodenir, que se trata de estudos da ASL8, mas aplicáveis à Libras, como 
observaremos. 
 Flexão do Tipo ‘Deixis’: Deixis, ou então, Dêitico, é a ação de apontar, 
muito comum na Libras, fazendo referência a algo ou alguém. Há diferentes 
aplicaçõespara o uso do Dêitico, mas para fins de satisfação de curiosidade, 
colocamos aqui o uso dos Pronomes Pessoais em Libras, no caso, “EU” e 
“VOCÊ”, que são considerados como Deixis, uma vez que fazem uso de 
apontação para referenciar pessoas no espaço. 
 
 
 
8 ASL é a sigla para American Sign Language, que traduzida, significa Língua Americana de 
Sinais. 
 
 
16 
Exemplo 10 A – SINAL DE “EU” / 10 B – SINAL DE “VOCÊ”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari 
 
 Grave estes dois Dêiticos para os Pronomes Pessoais, uma vez que 
estudaremos as demais Flexões e precisaremos dos mesmos para entendermos 
o funcionamento dos demais. 
 Para nossos estudos, utilizaremos o verbo “PERGUNTAR” em Libras, ou 
então, em determinados momentos, “PERGUNTA”, em Libras, enquanto 
substantivo. 
Exemplo 11 – SINAL DE “PERGUNTAR/PERGUNTA”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/2XEFX4zkaj0>. Acesso em: 9ago. 2023. 
 
 Tendo o sinal de “PERGUNTAR/PERGUNTA” que precisamos, vamos 
para as demais Flexões. 
 Flexão do Tipo ‘Número’: quando tratamos do Deixis e de número, 
estamos tratando de referentes. Veja que nos valeremos do verbo 
“PERGUNTAR” para tratar das flexões. O verbo, quando se trata de número, se 
direciona para os referentes, o que é possível com o verbo citado, por ser um 
Verbo Direcional, ou seja, é possível que se faça uma referência que se inicie no 
emissor e termine no receptor, e vice-versa. Essa Flexão em Número pode se 
dar da seguinte forma: 
 
 
 
17 
Exemplo 12 – SINAL DE “PERGUNTAR”, NA 2.ª PESSOA DO SINGULAR 
(TU/VOCÊ) EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/HfgXQ8DM430>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
Exemplo 13 – SINAL DE “PERGUNTAR”, NA 3.ª PESSOA DO SINGULAR 
(EL@), EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/wQ7Z_-44xC4>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
Exemplo 14 – SINAL DE “PERGUNTAR”, NA 3.ª PESSOA DO PLURAL (EL@S), 
EM LIBRAS 
 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/a_gaXwKg9HI>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
 
 Observe que há uma alteração na direção do sinal realizado, uma vez que 
há um direcionamento para quem está sendo feito, e por conta do número, 
observando os Exemplos 14 e 15, respectivamente, com enfoque no “EL@” e no 
“EL@S”, havendo uma leve diferença entre a sinalização no singular e no plural. 
Flexão do Tipo ‘Grau’: neste tipo de Flexão, podemos observar como 
ocorre na Língua Portuguesa, como no diminutivo e no aumentativo. Utilizemos 
https://youtu.be/HfgXQ8DM430
 
 
18 
o mesmo exemplo, o de “PERGUNTAR/PERGUNTA”, mas agora com enfoque 
no substantivo, a “PERGUNTA”. 
Exemplo 15 – SINAL DE “PERGUNTA”, NO DIMINUTIVO, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/6aMItX0-aLw >. Acesso em:9 ago. 2023. 
Exemplo 16 – SINAL DE “PERGUNTA”, NO AUMENTATIVO, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/Qsyfg0G0Ni8>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
 
 Observe a amplitude que marca a diferença entre o grau aumentativo e o 
diminutivo, além das expressões faciais, recurso importantíssimo da Libras. 
Flexão do Tipo ‘Modo’: quando falamos em Modo, estamos falando de 
tempos verbais, independente da Língua. Na Língua Portuguesa, temos os 
Modos Indicativo, Subjuntivo e Imperativo. Na Libras, não temos a conjugação 
verbal em todos os tempos do Modo Indicativo, como por exemplo, o Pretérito 
Imperfeito ou o Pretérito Mais-que-Perfeito. Em Libras, há presença de três 
tempos verbais, o Passado, o Presente e o Futuro. 
 
 
 
19 
Exemplo 17 – SINAL DE “PERGUNTEI”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/69nNW_EoVm4>. Acesso em: 9ago. 2023. 
 
Aqui, utilizamos o verbo “PERGUNTAR”, no Passado, sem o uso de um 
marcador temporal. Como se reconhece então o tempo verbal? Pela posição e 
execução do sinal, no caso, próximo ao ombro, remetendo ao Passado, 
lembrando que os tempos verbais em Libras podem ser demarcados pelo espaço 
onde são executados. 
Flexão do Tipo ‘Reciprocidade’: a Reciprocidade se trata de 
determinado verbo que é executado pela pessoa, verbo que é sinalizado com 
apenas uma mão, mas é realizado em duplicidade (ambas as mãos), indicando 
que a ação também está sendo feita por outra pessoa do discurso. Com o sinal 
de “PERGUNTAR/PERGUNTA” isso não é possível, pelo fato de o sinal 
naturalmente ser realizado com duas mãos. É sim um Verbo Direcional (posso 
sinalizar indicando o sentido da sinalização e posso indicar o sentido partindo da 
pessoa para comigo), mas não corresponde à Reciprocidade. Para exemplificar 
esta Flexão, utilizemos o sinal de “BRIGAR”. Observe inicialmente o sinal de 
“BRIGAR”, sendo sinalizado com uma mão, e em seguida, observe o sinal de 
“BRIGAR”, sendo realizado em duplicidade. 
Exemplo 18 A – SINAL DE “BRIGAR” COM 1 MÃO/18 B – SINAL DE “BRIGAR”, 
COM 2 MÃOS, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/DsJHIysc1Ow >. Acesso em: 9 ago. 2023. / Link disponível 
em: <https://youtu.be/URXiI0FEYXs>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
 
 
20 
 
Flexão do Tipo ‘Foco e Aspecto Temporal’: nosso penúltimo Tipo de 
Flexão que pode ser encontrado na Libras trata da forma e do movimento 
evidenciado por determinados sinais. Diferentemente do Tipo ‘Aspecto 
Distributivo’ que veremos em seguida, há uma distribuição temporal de 
elementos no espaço, no caso, verbos, mas que não se flexionam em número. 
Esse Tipo de Flexão é categorizado em algumas formas, mas aqui, para efeitos 
gerais, coloquemos apenas uma das categorias. 
Exemplo 19 A – SINAL DE “DIRIGIR” / 19 B – SINAL DE “DIRIGIR”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Link disponível em: <https://youtu.be/UEYg5oeNBWc>. Acesso em: 9 ago. 2023. / Link 
disponível em: <https://youtu.be/yI-jgPe0a1M>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
 
A categoria do sinal do EXEMPLO 20, B, realizado acima, pode passar 
pela Flexão de Aspecto Ininterrupto, já que o sinal apresenta uma alteração do 
movimento tido como natural (EXEMPLO 20, A). Assim, o EXEMPLO 20, B indica 
que o ato de “DIRIGIR” é prolongado, no sentido de se ter percorrido longa 
distância. 
Flexão do Tipo ‘Aspecto Distributivo’: nosso último Tipo de Flexão trata 
de aspectos de distribuição, e sim, se flexionando em número. Assim como no 
exemplo da Flexão anterior, há algumas categorias para esta, mas nos ateremos 
a uma apenas, a de Distributiva Não Específica. 
Exemplo 20 A – SINAL DE “AVISAR” / 20 B – SINAL DE “AVISAR”, EM LIBRAS 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
 
 
21 
Link disponível em: <https://youtu.be/khK85Ke1mDM>. Acesso em: 9 ago. 2023. / Link disponível 
em: <https://youtu.be/ld2JnEop5Gg>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
 
Observe a diferença no número de mãos entre A e B do EXEMPLO 21. O 
exemplo B marca uma distribuição no espaço de forma não específica, como se 
houvesse o ato de “AVISAR” a inúmeras pessoas. Estes foram nossas tratativas 
quanto à Morfologia da Libras. 
NA PRÁTICA 
Para a concentração de tudo o que trilhamos nesta etapa, reunimos, a 
seguir, os exemplos praticados aqui, englobando os estudos voltados aos 
processos de Derivação, Composição e de Flexão, tanto em Língua Portuguesa, 
como em Libras. Nesse caso, estamos tratando de uma junção de estudos 
voltados à Morfologia de ambas as Línguas, uma vez que nos estendemos nesse 
tópico. 
 
MORFOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
DERIVAÇÃO 
PREFIXAÇÃO 
Exemplo: Infeliz 
SUFIXAÇÃO 
Exemplo: Casarão 
PARASSINTÉTICA 
Exemplo: Deslealdade 
 
COMPOSIÇÃO 
JUSTAPOSIÇÃO 
Exemplo: Pontapé 
AGLUTINAÇÃO 
Exemplo: Planalto 
 
MORFOLOGIA DA LIBRAS 
 
DERIVAÇÃO 
NOME-VERBO 
Exemplo: Pente/Pentear 
FORMAÇÃO DE COMPOSTOS 
- REGRA DO CONTATO 
Exemplo: Internato 
- REGRA DA SEQUÊNCIA ÚNICA 
 
 
22 
Exemplo: Campo de Futebol 
-REGRA DA ANTECIPAÇÃO 
Exemplo: Comprar 
INCORPORAÇÃO DE NUMERAL 
Exemplo: Série/Ano 
INCORPORAÇÃO DA NEGAÇÃO 
Exemplo: Conhecer/Não-Conhecer 
 
FLEXÃO 
PESSOA (DEIXIS) 
Exemplo: Eu/Você 
NÚMERO 
Exemplo: Perguntar (2.ª e 3.ª Pessoas do Singular e 3.ª Pessoa do Plural) 
GRAU 
Exemplo: Pergunta (Diminutivo e Aumentativo) 
MODO 
Exemplo: Perguntei (Modo Indicativo, Passado) 
RECIPROCIDADE 
Exemplo: Brigar (com 1 e com 2 mãos) 
FOCO TEMPORAL e ASPECTO TEMPORAL 
Exemplo: Dirigir (comum e de forma extensiva) 
ASPECTO DISTRIBUTIVO 
Exemplo: Avisar (para 1 pessoa/para número indeterminado de pessoas) 
Fonte: Melegari, 2023. 
Reveja esta tabela quantas vezes for necessário. Para isso, você deve ter 
bem entendido os exemplos colocados. 
FINALIZANDO 
Chegamos ao fim desta etapa. Tivemos breve acesso (uma retomada) à 
Linguística, e conhecemos de forma introdutória a Sociolinguística e a 
Psicolinguística. Em seguida, passamos a conhecer as Divisões da Linguística, 
sendo elas a Fonética/Fonologia e a Morfologia, tanto da Língua Portuguesa, 
como da Libras. Estivemos diante de exemplos que elucidam nosso aprendizado 
e nos permitiram adentrar estudos e discussões que giram em torno dessas 
temáticas. Nos encontramos na próxima etapa. 
 
 
 
 
23 
REFERÊNCIAS 
BARBOSA, G. O. A Etimologia de Estudos de Terminológicos Referentes à 
Escrita de Sinais. 21. ed. Editora Arara Azul, Centro Virtual de Cultura Surda, 
Revista Virtual de Cultura Surda, 2017. Disponível em: <https://editora-arara-
azul.com.br/site/admin/ckfinder/userfiles/files/2%C2%BA%20Artigo%20de%20
Barbosa.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2023. 
GESSER, A. LIBRAS? que língua é essa: crenças e preconceitos em torno da 
língua de sinais e da realidade surda. Parábola, 2009. 
MENGARDA, E. J. Fundamentos da Linguística. Indaial: Centro Universitário 
Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, 2012. 
QUADROS, R. M. de.; KARNOPP, L. B. Língua de Sinais brasileira: Estudos 
Linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
SILVA, I. B. de O.; LESSA-DE-OLIVEIRA, A. S. C. Propriedades Funcionais 
Verbais na Língua Brasileira de Sinais. Revista Linguística – Teoria Sintática, 
v. 12, n. 2, dez. 2016.

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