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Aula 06

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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS 
LINGUÍSTICOS DA LIBRAS 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Joana Bonato Melegari 
 
 
 
2 
PARÂMETROS DAS LÍNGUAS DE SINAIS – INTRODUÇÃO À FONOLOGIA 
CONVERSA INICIAL 
Ao longo deste estudo, conhecemos os estudos que estão por trás da 
Língua1 e tivemos acesso a exemplos que elucidaram o que estávamos 
aprendendo. 
Anteriormente, adentramos os estudos linguísticos, como Linguagem, 
Língua e Linguística, aprendendo seus conceitos primordiais. Para aprofundar 
nosso entendimento, estudamos o estruturalismo e o gerativismo, dos 
renomados linguistas Ferdinand de Saussure e Avram Noam Chomsky, 
chegando à Metáfora do Jogo de Xadrez e à Gramática Universal (GU). 
Encaminhando-se para o fim, aprendemos acerca da Língua Natural, Língua 
Artificial, Língua Franca e suas facetas, como os empréstimos linguísticos e o 
purismo linguístico, quando conhecemos o Esperanto e o Gestuno, por exemplo. 
Na sequência, vimos as divisões da Linguística, iniciando com a 
fonética/fonologia e a morfologia e finalizando com a sintaxe, a semântica e a 
pragmática, passando pela sociolinguística e a psicolinguística, de maneira 
breve, para termos um vislumbre de outras subáreas correlatas à Linguística. 
Passamos então a comparar as Línguas Orais às Línguas Sinalizadas, enquanto 
aprofundadores e debatedores dos conteúdos que foram apresentados. 
Percebemos, nesse ínterim, as semelhanças e distinções entre essas 
modalidades de produção da Língua, quanto à Língua Portuguesa e à Libras, de 
modo a entender melhor as características que formam as Línguas em si. Essas 
diferenciações foram fortemente percebidas nos conteúdos anteriores, em que 
vimos que a fonética/fonologia e morfologia se manifestam de formas diferentes 
em ambas as Línguas. Depois, aprendemos sobre outros campos que são 
estudados pela Linguística, para reafirmarmos que, sim, esse universo é amplo 
e possui muitos desmembramentos. 
Também vimos os aspectos de produção da Libras. Quando possível, 
realizamos comparações com a Língua Portuguesa. Veja que com o passar do 
tempo e com o aprendizado que passamos a agregar ao que já possuímos, 
começamos a nos tornar mais conscientes do que estamos sinalizando. Do 
mesmo modo, passamos a entender os processos de produção e, até mesmo, a 
 
1 Optou-se, ao longo deste estudo, pelo uso maiúsculo da primeira letra de “Língua” “Linguística” 
e “Linguagem”, de forma arbitrária, em certas ocasiões, no sentido de colocar esses conceitos 
como objeto de estudo em determinados momentos. O mesmo ocorrerá com outras palavras. 
 
 
3 
classificar o que mais é encontrado quando produzimos e nos comunicamos com 
a Língua, assim como o que é menos utilizado por nós. 
Aprendemos ainda que há casos em que a Libras é nativa (primeira 
Língua a ser desenvolvida) para você e casos em que a Libras é a segunda 
Língua (Língua com a qual você está tendo contato para aprendizado). 
Curiosamente, há casos em que se percebe, pela forma de sinalização, pelo uso 
de vocabulários, da fluência como um todo, que tal sinalizante é nativo, como 
bem pode não ser. Estudamos acerca da flexibilidade e da versatilidade da 
Língua (a Libras é riquíssima!), da dupla articulação, da arbitrariedade e a 
descontinuidade. Até este momento, muitos novos aspectos foram descobertos 
em relação à Libras. 
Depois, demos total atenção à criatividade e produtividade nas Línguas, 
entendendo melhor como a Libras, a Língua, se manifesta em diferentes 
campos, das mais variadas formas. Levantamos aspectos acerca da fluência, 
esta necessária no processo gradual de aprendizado de uma nova Língua, ou 
então, de reconhecimento do bom uso natural dela (nos casos em que ela é 
nativa para determinados sinalizantes). Outra parte do conteúdo foi dedicada ao 
conhecimento dos métodos de ensino para surdos, a comunicação total, o 
oralismo e o bilinguismo. 
Conforme citado, agora teremos acesso aos estudos que envolvem os 
Parâmetros das Línguas de Sinais, necessários para a construção dos sinais 
que formam a Língua Sinalizada, a Libras. Você verá a importância de se 
articular de forma correta um determinado sinal, para entender e se fazer 
entendido enquanto usuário e comunicador. 
TEMA 1 – PARÂMETROS DA LÍNGUAS DE SINAIS: CONFIGURAÇÃO DE MÃO 
Para avançarmos no estudo das Línguas Sinalizadas, precisamos que se 
recorde do que foi aprendido acerca da fonologia. A fonologia estuda a relação 
entre as unidades mínimas, ou seja, literalmente, as pequenas partes que 
compõem um sinal (lembrando que estamos trabalhando com as Línguas 
Sinalizadas, por isso a referência a sinais). Essas partes/unidades passam a ser 
combinadas e geram os sinais que tanto conhecemos e visualizamos em nosso 
dia a dia. Sendo a Libras uma Língua visual-espacial, entendemos que toda 
informação linguística é retida por meio dos olhos, para então ser produzida por 
meio das mãos, em campos diferentes e em áreas diferentes do corpo. 
 
 
4 
William Stokoe (1919-2000), linguista americano, na década de 1960, foi 
precursor em estudos relacionados aos Parâmetros das Línguas Sinalizadas, 
uma vez que se aprofundou em estudos fonológicos e observou o 
compartilhamento de princípios linguísticos entre as Línguas Sinalizadas e as 
Línguas Orais. É importante apontar que seus estudos se basearam, 
inicialmente, na Língua Americana de Sinais (ASL)2 e que suas observações 
acerca dos Parâmetros vieram a partir do ponto em que se entendeu que estes 
são composicionais, ou seja, é necessário um conjunto, uma composição de 
Parâmetros para que se resulte em sinais. 
Os Parâmetros, como você bem observará, são unidades destituídas de 
significado, isto é, por si só, não apresentam significado. 
Configuração de mão (CM) 
Ponto de articulação (PA) 
Movimento (M) 
Estes foram os três primeiros Parâmetros estudados por Stokoe. Na 
perspectiva do linguista, esses são os três principais Parâmetros, ou aspectos, 
que sozinhos não apresentam significado. Mais adiante, com o linguista Robbin 
Battison, na década de 1970, tivemos a inclusão de outros dois Parâmetros: 
Orientação da mão (OR) 
Aspectos não manuais (NM) 
Veremos, ainda, que os Parâmetros acima também são estudados aqui 
no Brasil com leves alterações em suas nomenclaturas. Em nosso país, os 
estudos acerca da fonologia da Libras e dos Parâmetros da Libras se 
aprofundaram com a pesquisadora Lucinda Ferreira-Brito, importante nome para 
a Linguística da Libras. 
Alguns apontamentos são importantes para que tenhamos uma boa 
fundamentação quanto ao nosso entendimento acerca daquilo que podemos ter 
por mais básico de uma Língua, ou seja, seu próprio léxico, seus próprios sinais. 
Como você bem sabe, a Libras é articulada por meio de uma ou duas mãos, 
mas, essencialmente, com as mãos. 
Normalmente, quem se apresenta como destro fará uso maior da mão 
direita quando estiver fazendo uso de sinais monomanuais, aqueles que são 
realizados com uma mão; isso também se aplica a canhotos. Quanto aos sinais 
 
2 American Sign Language (ASL). 
 
 
5 
bimanuais, aqueles que são realizados com ambas as mãos, a mão que não é 
dominante acaba sendo o auxílio da mão dominante, em sinais cujas CMs são 
diferentes nas duas mãos. Sim, temos sinais que apresentam a mesma CM para 
ambas as mãos e os que apresentam CMs diferentes. 
Figura 1 – Espaço de sinalização 
 
Temos acima o espaço de sinalizante usual, em que o sinalizante produz 
a Língua e no enquadro onde ela é observada. Para se evitar extensões quanto 
ao espaço, no sentido de se sinalizar fora do espaço de acompanhamento dos 
olhos, veja a estratégia utilizada a seguir. 
Figura 2 – Sinal de “bermuda” (mais abrangente) 
 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=sp-h23i8HYQ>. Acesso em: 10 nov. 2023. 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
 
 
 
 
6 
Figura 3 – Sinal de “bermuda” (menos abrangente) 
 
 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FDOO6RG6tK0>.Acesso em: 10 nov. 2023. 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Leitor(a), ambos os sinais são sinais de “bermuda”, mas garanto que você 
conseguiu observar a extensão dos sinais nos dois casos. Na Figura 2, temos 
um sinal mais expansivo, porque está além do acompanhamento dos olhos, 
estando localizado entre a coxa e o joelho; na Figura 3, temos um sinal 
“adaptado” para o conforto visual de quem está observando. Em geral, os sinais 
dentro de um contexto de sinalização se localizam entre o espaço acima da 
cabeça e o final do tronco. 
Entendido o espaço de sinalização, vamos procurar entender do que se 
trata as CMs. De forma breve, são as formas que a(s) mão(s) assume(m) na 
produção de um sinal. Há pesquisas que apontam diferentes números de CMs, 
quantidades estas que são similares entre si. A pesquisadora Ferreira-Brito, que 
estudava os Parâmetros da Libras nos anos 1990, apontou o número de 46 CMs, 
e para nosso conteúdo, reunimos 79 delas, ou seja, quase o dobro do que estava 
sendo estudado naquele período. Ainda assim, grande parte das pesquisas diz 
que há entre 44 e 64 CMs. 
 
 
 
 
 
 
7 
Figura 4 – Quadro das CMs 
 
Fonte: elaborado com base em INES, 2022. 
Veja que as CMs sofrem leves alterações, que em seu uso podem resultar 
em sinais com outros significados. 
Para finalizarmos nosso entendimento acerca das CMs, vejamos a Figura 
5, a seguir. 
 
 
 
 
8 
Figura 5 – Fotografia de “felicidade” e configuração de mão em “F” 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Temos na Figura 5 o sinal de “felicidade”, por meio de seu registro 
fotográfico, para melhor observação congelada das CMs (é um sinal bimanual, 
com duas CMs iguais), e, por fim, a CM em “F” (número 19 no Quadro das CMs). 
Conforme apontado anteriormente, as CMs de ambas as mãos podem ser iguais 
ou diferentes. Podemos vê-las como iguais no exemplo de “felicidade”, mas 
diferentes, no exemplo da Figura 6, a seguir. 
Figura 6 – Sinal de “ajudar”, fotografia de “ajudar” e CMs em “palma aberta” e 
“S” 
 
 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nyjz9Yp8wnQ>. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
 
 
9 
Veja que se trata de duas CMs diferentes, uma em “palma aberta”, com 
dedos fechados e polegar estendido, e outra em “S” (números 2 e 69, 
respectivamente, no Quadro das CMs). As CMs podem se expressar por meio 
de uma forma qualquer (como a “palma aberta”), como uma letra do alfabeto 
(como o “S” e o “F”), e por meio de um número, como em “sentar”, com a CM em 
“5” (número 52 no Quadro das CMs). Veja a Figura 7, na sequência. 
Figura 7 – Sinal de “sentar”, fotografia de “sentar” e CMs em “5” 
 
 
Disponível em: <https://youtu.be/GVR_kGAQ0yQ>. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Finalizamos aqui nosso breve conhecimento acerca das CMs. 
TEMA 2 – PARÂMETROS DA LÍNGUAS DE SINAIS: PONTO DE ARTICULAÇÃO 
O Ponto de Articulação (PA) é um Parâmetro que também pode ser 
chamado de Locação (L). Se estivermos tratando de uma, diretamente 
trataremos da outra. Trabalharemos esses termos aqui como sinônimos. O PA 
faz grupo com a CM enquanto Parâmetros primários. 
O PA trata-se do espaço, seja ele no corpo ou no espaço de 
articulação/espaço neutro (termos também sinônimos), onde determinado sinal 
é produzido. É nele que o Movimento (M) é realizado. 
 
 
10 
Figura 8 – Ponto de articulação 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
A partir do espaço que se tem para a produção de sinais, os locais para 
realizá-los se tornam limitados, entendendo-se o natural alcance das mãos e 
braços. Lembra-se do que foi dito acerca do conforto visual? É exatamente isso 
que o Ponto de Articulação trata: de um espaço ideal utilizado pelo sinalizante 
para produzir a Língua, de modo a ficar em campo visível para o receptor. 
Espaços mais abrangentes tendem a não ser acompanhados pelo receptor, pelo 
menos não de forma confortável, uma vez que há necessidade de um 
deslocamento maior dos olhos e da cabeça. Muitas vezes, a sinalização 
realizada fora do seu campo natural pode trazer um “tom” diferente ao sinal 
pretendido. 
Pergunta: “Será que há vagas para carro naquela loja?” 
Resposta: “Tem.” 
Figura 9 – Sinal de “tem” (advindo de “ter”) 
 
Disponível em: <https://youtu.be/1sHIMGx8qrU >. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
 
 
11 
Observe que a forma de se sinalizar é absolutamente normal e adequada. 
Quando se expande o sinal de “tem”, ou então de “ter”, há uma mudança no 
“tom” da sinalização, dando a entender uma grosseria. 
Figura 10 – Sinal de “tem” (advindo de “ter”) de forma expansiva 
 
Disponível em: <https://youtu.be/A3oEO5BmsEY >. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Esses exemplos mostram a necessidade de se sinalizar de forma e em 
campo adequados. 
Há algumas condições possíveis quando falamos em PA. Ademais, 
podemos observar diferentes espaços de sinalização. Para tanto, veja na Figura 
11 as possibilidades de espaços onde os sinais podem ser realizados. 
Figura 11 – Pontos de articulação 
 
 
 
12 
 
Cabeça/tronco/membros superiores 
 
Espaço neutro 
Fonte: Com base em Ferreira-Brito; Langevin, 1995. 
Veja que, na Figura 11, temos a indicação de espaços em que os sinais 
podem ser realizados. É importante afirmar aqui que o trabalho de Ferreira-Brito 
e Langevin (1995) se estende e traz de forma minuciosa as partes de cada um 
dos grandes Pontos de Articulação. Para efeitos práticos, selecionamos a seguir 
apenas alguns, com boa incidência de sinais realizados em tais Locações (L). 
Sinais realizados no espaço neutro: sinais que são realizados em 
espaço de sinalização que não realiza contato com o corpo. 
Figura 12 – Sinal de “avião” 
 
Disponível em: <https://youtu.be/xHlCIwdO2gY >. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
 
 
13 
Sinais realizados em determinada Locação – exemplo: cabeça >> 
testa, com início e término no mesmo PA: sinais que são realizados em 
determinada Locação, aqui sendo sinalizados na cabeça e, especificamente, na 
testa. 
Figura 13 – Sinal de “mente” (relativo ao pensamento) 
 
Disponível em: <https://youtu.be/WrI8y6a0jxQ >. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Sinais realizados em determinada Locação – exemplo: cabeça >> 
testa – espaço neutro, com início e término em PAs diferentes: sinais que 
são realizados em determinada Locação, aqui sendo sinalizados na cabeça e, 
especificamente, na testa, que se inicia nesta e termina no Espaço Neutro. 
Figura 14 – Sinal de “dia” 
 
Disponível em: <https://youtu.be/WrI8y6a0jxQ >. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
O contrário, nesse caso, também é possível, quando um sinal se inicia no 
Espaço Neutro e termina, por exemplo, na testa. 
 
 
 
14 
Figura 15 – Sinal de “arrependimento” 
 
Disponível em: <https://youtu.be/WrI8y6a0jxQ >. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Observe que o sinal de “arrependimento” se inicia no Espaço Neutro, mais 
ou menos na altura lateral superior da cabeça, e desce em direção à testa, de 
modo a tocá-la. 
Por fim, retomemos a aplicação do entendimento do sinal de “felicidade”. 
Figura 16 – Fotografia de “felicidade” e seu ponto de articulação 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
O Ponto de Articulação (PA), ou então a Locação (L), é o local de 
execução dos sinais. 
TEMA 3 – PARÂMETROS DA LÍNGUA DE SINAIS: MOVIMENTO 
Chegamos então ao terceiro Parâmetro primário, o Movimento (M). Uma 
vez que queremos produzir um sinal, já temos sua forma e sabemos onde será 
realizado, então podemos verificar se este possui, ou não, um Movimento. 
Temos sinais na Libras que não possuem movimento. 
O Movimento é um Parâmetro que necessita de atenção, pois suas 
características vão desde a direção que se toma para realizar o sinal até mesmo 
 
 
15 
os pequenos movimentos que são encontrados em cada sinal, sendo eles 
internos, de pulsoe os movimentos no Espaço Neutro. Como citado, temos os 
sinais estáticos, ou seja, os sinais que não possuem movimento. 
Figura 17 – Sinal de “telefone” 
 
Disponível em: <https://youtu.be/WrI8y6a0jxQ >. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
O sinal de “telefone” é um sinal absolutamente estático. Você pode até 
pensar que há um movimento no preparo do sinal que antecede a produção do 
sinal, mas a verdade é que isso não é contabilizado enquanto Movimento (M), 
sendo apenas um preparo para o sinal. Se todo preparo fosse contabilizado 
como Movimento, então todo sinal teria movimento, o que não é o caso. Por 
isso, temos sinais estáticos na Libras. 
Quadro 1 – Movimentos 
Tipo/direcionalidade 
Contorno ou forma geométrica 
Interação 
Contato 
Torcedura do pulso 
Interno das mãos 
Direcional: 
Unidirecional 
Bidirecional 
 
Não direcional 
Maneira/frequência 
Contínuo 
De retenção 
Refreado 
Simples 
repetido 
Fonte: elaborado com base em Ferreira-Brito, 1990. 
 
 
16 
Observou a complexidade dessa divisão acima? Veremos, para nosso 
melhor entendimento, um exemplo dessas quatro divisões relacionadas ao 
Movimento (M). 
Sinais realizados com Movimento de tipo >> contato: sinais da 
categoria tipo, pertinente ao primeiro grupo dos Movimentos (M). São sinais que 
desenvolvem algum tipo de contato e, devido a essa característica, podem 
envolver sinais bimanuais (sinal realizado com ambas as mãos), ou então 
realizar contato com alguma parte do corpo, sem necessariamente ser a outra 
mão. Na Figura 18, vemos o sinal realizando contato de uma mão com a outra, 
em movimento de “esfregar”. 
Figura 18 – Sinal de “fingir” 
 
Disponível em: <https://youtu.be/gIITBHplJeE >. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Já a Figura 19, a seguir, revela um contato da mão com a testa, ou seja, 
um Ponto de Articulação, e não contato com a outra mão. Consideramos um 
movimento de “deslizar”. 
Figura 19 – Sinal de “difícil” 
 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=x_28LVumCO0>. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
 
 
17 
Sinais realizados com Movimento direcional >> unidirecional: sinais 
que, como o nome diz, são produzidos com uma única direção. Pode-se dizer 
que se trata de um movimento simples. 
Figura 20 – Sinal de “ALT@”3 
 
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=4-QZMCczWp0>. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Sinais realizados com Movimento de maneira >> contínuo: sinais que, 
no contexto em que estão sendo sinalizados, apresentam uma certa tensão 
(característica dos sinais da categoria Maneira), ao tempo em que 
(curiosamente, neste caso!) são contínuos, de retenção e refreados. Perceba a 
ciclicidade do sinal (o quanto ele se repete diversas vezes), o quanto há retenção 
(limite propriamente dito) e o quanto é refreado (literalmente refreado por 
definição: limite é a delimitação de algo). 
Figura 21 – Sinal de “limitações” 
 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2GaBb1wr95M>. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
 
3 A palavra “ALT@” está grafada com o uso de uma arroba (@), indicando a possibilidade de uso 
da palavra com referência tanto ao gênero masculino quanto ao gênero feminino. 
 
 
18 
Sinais realizados com Movimento de frequência >> simples e 
repetido: sinais que, ao serem realizados, naturalmente, revelam alguma 
frequência em sua construção. Manifestam-se de duas formas possíveis, 
podendo ser de repetição simples ou de repetição repetida (não, não é um 
pleonasmo). 
Frase: “El@ foi e voltou.” 
Figura 22 – Sinal de “ir-voltar” 
 
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=xD8H7OyC0CI>. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Frase: “El@ participava das aulas com muita frequência.” 
Figura 23 – Sinal de “frequência” (no sentido de “ida”) 
 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UmczUaZCxsc>. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Ambos são exemplos de repetições. A Figura 22 é menos intensa e finita, 
e a Figura 23 é finita, claro, mas mais intensa, prolongada e contínua. 
Então, aplicamos o Movimento (M) em nosso exemplo-base (Figura 24). 
 
 
 
19 
Figura 24 – Fotografia de “felicidade” e seu movimento 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Veja que o sinal de “felicidade” parece possuir um movimento interno, 
onde as CM em “F” imitam o movimento de zigue-zague em direção para baixo. 
Para tanto, consideremos o movimento externo, ou seja, entendendo que “F” não 
possui movimento em si mesmo, e sim um movimento externo que o direciona 
para baixo. 
O Movimento (M) é o deslocamento interno ou externo dos sinais. 
TEMA 4 – PARÂMETROS DA LÍNGUAS DE SINAIS: ORIENTAÇÃO/DIREÇÃO 
O Parâmetro da Orientação/Direção (O/D) pode ser encontrado com o 
nome de Orientação da Mão (OR). Juntamente com as Expressões Não Manuais 
(EMNs), a O/D não estava contemplada nos estudos iniciais de Stokoe. 
Entretanto, mais adiante, descobriu-se que a O/D também exercia papel 
importante na produção do sinal, uma vez que a alteração da orientação e 
direção da palma da mão (sim, essa é a nossa referência), ou seja, se realizada 
de forma diferenciada, poderia resultar em outro sinal distinto do que se intentava 
inicialmente. 
 
 
 
20 
Figura 25 – Direções para onde a palma da mão, na execução do sinal, pode 
apontar 
 
 
A Figura 25 indica as possíveis direções para onde a palma da mão, na 
execução do sinal, pode apontar. Lembre-se de que temos sinais monomanuais 
e bimanuais, ou seja, produzidos com uma e duas mãos, respectivamente. Em 
sinais monomanuais, teremos apenas uma orientação e direção da palma da 
mão. Em sinais bimanuais, teremos duas orientações/direções da palma, que 
podem ser iguais ou diferentes. 
Para compreendermos esse parâmetro de forma clara, iremos utilizar os 
mesmos exemplos que vimos, agora, de forma fotografada, para que você 
observe a orientação/direção que a palma da(s) mão(s) aponta(m). 
 
 
 
21 
Figura 26 – Sinal de “telefone” 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
O sinal de “telefone” é monomanual, em que a palma da mão aponta para 
a esquerda/direita dependendo da mão de dominância do sinalizante. 
Figura 27 – Sinal de “sentar” 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
O sinal de “sentar” é bimanual e possui ambas as mãos com O/D 
apontando em direção para baixo. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
Figura 28 – Sinal de “fingir” 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
O sinal de “fingir” é bimanual e possui as mãos com O/D apontando em 
direção diferentes: a mão à esquerda aponta para baixo, e a mão à direita para 
cima. 
Interessante, não? Quanto a esse Parâmetro, não há segredo: para se 
descobrir a O/D do sinal, desfaça a(s) CM(s) da(s) mão(s), até deixar sua(s) 
palma(s) aberta(s), revelando, então, para onde a(s) palma(s) está(ão) 
apontada(s). 
Voltemos, então, ao nosso exemplo-base, aplicando a O/D. 
Figura 29 – Fotografia de “felicidade” e sua orientação/direção 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Sempre relacione a O/D com a palma da mão. 
 
 
 
 
 
23 
TEMA 5 – PARÂMETROS DA LÍNGUA DE SINAIS: EXPRESSÕES NÃO 
MANUAIS 
Por fim, chegamos ao último Parâmetro do nosso estudo acerca dos 
Parâmetros da Libras. Esse Parâmetro pode ser encontrado como Expressão 
Facial/Corporal (EF/C). Aqui temos, mais uma vez, o entendimento imediato do 
termo, que trata de aspectos relacionados a expressões que são produzidas por 
alguém, no caso um sinalizante da Língua. 
As ENMs possuem papel sintático, estando presentes, em especial, em 
contextos de pergunta, como você pode bem se lembrar. É o melhor exemplo 
que temos, espontâneo, para afirmarmos a importância do seu uso adequado. É 
importante dizer que as ENMs estão presentes em outros contextos de 
sinalização, expressando outros significados. 
Figura 30 – Sinal de “suspeito”/sinal de “cansaço” 
 
Rosto: parte superior/parteinferior 
Disponível em: <https://youtu.be/rzDGL7gTMOc> e <https://youtu.be/PGKSG89gv-Q>. Acesso 
em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Figura 31 – Sinal de “talvez” 
 
Cabeça 
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=U601tPPAv9g>. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
 
 
 
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Figura 32 – Sinal de “como assim?”/sinal de “empurrar” 
 
Rosto e cabeça/tronco 
Disponível em: <https://youtu.be/rzDGL7gTMOc> e 
<https://www.youtube.com/watch?v=IpA2Ks6ttsI>. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: elaborado com base em Ferreira-Brito; Langevin, 1995. 
Os exemplos acima indicam as partes da cabeça, do rosto e tronco, onde 
há uso de EF/C. 
Vamos agora aplicar a ENM ao nosso exemplo-base (Figura 33). 
Figura 33 – Fotografia de “felicidade” e sua expressão não manual 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Sim, aqui temos as expressões propriamente ditas. 
NA PRÁTICA 
Esta etapa foi, além das explicações trazidas, muito prática. Vamos então 
reunir todos os cinco Parâmetros aprendidos em nosso exemplo-base. 
 
 
 
 
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Figura 34 – Sinal e fotografia de “felicidade” e apontamento dos parâmetros 
 
Disponível em: <https://youtu.be/p_fsWpGqZsI >. Acesso em: 10 nov. 2023 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Figura 35 – Apontamento dos parâmetros no exemplo-base 
 
Fonte: Joana Bonato Melegari. 
Aqui, pudemos visualizar de forma clara a aplicação de todos os 
Parâmetros da Libras em um sinal, o de “felicidade”, aplicando nosso 
conhecimento construído durante este conteúdo. 
FINALIZANDO 
Terminamos aqui nosso material. Fazemos votos de que, durante esta 
jornada, tenha adquirido conhecimentos, de modo a aprofundá-los, tornando sua 
experiência e prática mais valorosas. 
Certamente, reafirmamos aquilo que já vínhamos comentando: a Libras é 
viva e rica! 
 
 
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REFERÊNCIAS 
FERREIRA-BRITO, L. Uma abordagem fonológica dos sinais da LSCB. Espaço: 
Informativo Técnico-Científico do INES, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 20-43, 
1990. 
FERREIRA-BRITO, L.; LANGEVIN, R. Sistema Ferreira Brito-Langevin de 
transcrição de sinais. In: FERREIRA-BRITO, L. Por uma gramática de línguas 
de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995. 
INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS (INES). Alfabeto de 
Libras e configuração de mãos. 2022. Disponível em: 
<https://www.gov.br/ines/pt-br/central-de-conteudos/publicacoes-1/alfabeto-
manual-e-configuracao-de-maos>. Acesso em: 6 set. 2023. 
MELEGARI, J. B. Libras II: rota de aprendizagem 01. Uninter, 2023. 
QUADROS, R. M. de; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos 
linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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