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Teoria do Direito O que é Direito? Direito significa controvérsia (sua definição está ligada em diversas ideias filosóficas e políticas que nem sempre entram em acordo). O direito acompanha a sociedade e não define conceito de “certo” ou “errado”, mas sim, o que é lícito e ilícito. É, nas sociedades modernas, um conjunto de normas que regulam o comportamento das pessoas socialmente. Características do Direito. Origem: Estatal (vem do governo, mas também designada por o que as pessoas acreditam); Forma: Escrita (lei) e mutável (está mudando conforme a sociedade muda); Conteúdo: Normativo (norma); Organização: Hierarquizante; Aderência: Consensual/Coercitiva (é garantido que as normas vão ser seguidas pois a maioria delas só existem por que são consideradas importantes no consenso geral, como a educação. Também por causa da coerção, medo da punição caso as regras sejam quebradas e do julgamento de sociedade). Teoria dos Sistemas Sociais de Luhmann. Luhmann define a economia, a política,a religião, a moral e o DIREITO como sistemas sociais que têm suas próprias regras, mas que devem trabalhar juntos para o funcionamento da sociedade. Sociedade: Corpo; Sistemas sociais (economia, política, religião, moral, DIREITO): Órgãos. Direito Natural. Emerge da compreensão existente quanto à natureza das coisas (prioriza princípios universais, morais e JUSTOS, inerentes à natureza humana, independentemente das leis criadas pelo homem). Características: Não escrito; imutável (defende direitos fundamentais e “fixas”, como a vida, a liberdade, etc…); revela o conteúdo do justo. Direito Positivo. Conjunto de leis e normas originadas pelo Estado (Poder Político legítimo naquele tempo e espaço), elaboradas pelo Homem. Não importa aqui se o Direito revela ou não o ideal de Justiça, importa o que é Lícito e Ilícito. É um reflexo do Direito Natural (uma coisa moralmente errada/injusta consolidada em forma de lei) Características: Escrito; mutável (varia em diferentes lugares e tempos e é moldado pelas culturas, tradições e formas de governo de cada sociedade.); revela o conteúdo da lei. Direito Natural x Positivo Antígona: Após uma guerra em Tebas, os irmãos de Antígona, Etéocles e Polinices, morrem em lados opostos. O rei Creonte decide honrar Etéocles com um funeral adequado, mas proíbe que o corpo de Polinices tenha o ritual fúnebre e seja sepultado corretamente. Antígona, movida pela moralidade, pelo que achava justo, pelo dever familiar e religioso, desobedece Creonte e sepulta Polinices. O Direito Positivo diz que ela não pode sepultar seu irmão, pois está na lei, mas, o Direito Natural disse pra ela sepultar seu irmão, pois era o que é justo. Positivação: Quando um Direito Natural é formalizado e passa a ser Direito Positivo. Percurso Histórico dos Sistemas Jurídicos. Direito Romano Tradicional. As leis (legislação) romanas tratavam de questões coletivas e de interesse público, como orçamento, desenvolvimento, relações com outras soberanias, etc… Já as questões particulares e de interesse privado (quando não existe uma lei específica para o caso) ficavam por responsabilidade dos próprios juristas, que as avaliavam por meio de precedentes (é extraído a regra jurídica dos casos concretos cotidianos, depois é identificado sua classificação e, em seguida, aplicando ao novos casos) catalogados em códigos. No século XI, a Universidade de Bolonha decide estudar o direito e de onde vem suas regras a partir dos precedentes romanos (Corpus Iuris Civilis), denominados glosas, atribuindo aos juristas que os estudaram o nome de glosadores. Com esse estudo, a escola dos glosadores tornou o direito fruto de um intenso trabalho intelectual, distanciando-se do pensamento do homem comum. Nesse contexto, surge o Common Law. Common Law. O “direito dos comuns” ou “direito anglo-saxão”, onde as soluções jurídicas eram alcançadas pela análise caso a caso, baseada nos precedentes romanos e nos costumes de senso comum, onde os juízes que decidem como aplicar a lei. Adotado principalmente pela Grã-bretanha (tribunais de westminster) e, depois, por seus colonizados, como Estados Unidos, Canadá, etc… Civil Law. Após a Revolução Francesa, houve a ruptura com a monarquia absolutista e ascensão da burguesia e do parlamentarismo ao poder, criando, assim, um novo direito, que também era baseado nos precedentes e costumes, mas é, principalmente, pautado na lei. Com o Civil Law, ou o “direito romano-germânico”, a função dos juízes foi limitada e eles passaram a ser apenas a “boca da lei”, repassando e seguindo o que está escrito, sem possibilidade de interpretação. Foi adotado pela Europa Continental e por seus colonizados, como a América Latina. Teoria Pura do Direito (Positivismo Clássico) de Kelsen. Após a Primeira Guerra Mundial, Kelsen escreveu a “Teoria Pura do Direito”, onde ele defendia que o direito é um conjunto de normas e não deve ter interferência de outras ciências sociais, como a moral, os valores, os costumes… Para ele, o direito deveria ser elevado ao patamar de ciência, pois, só assim, o ser humano poderia alcançar a imparcialidade. Silogismo Jurídico (Estrutura das Regras). O silogismo jurídico, é uma técnica de estrutura e escrita, que visa organizar melhor nossas peças processuais, permitindo maior clareza, eficácia e assertividade na escrita e comunicação. Ele consiste em 3 fases: premissa maior (suporte fático hipotético/hipótese), premissa menor (fato concreto) e sanção (consequência). “Se A, deve ser B” A= Hipótese (ex: matar alguém/fato concreto: matar alguém a facadas). B= Consequência (ex: reclusão de 6 a 20 anos). Pirâmide de Kelsen. Formulada por Adolf Merkl (aluno de Kelsen). OBS: Nem Kelsen, nem Merkl, falaram sobre uma “pirâmide”, o termo surgiu por um erro de tradução. Neoconstitucionalismo. Após a Segunda Guerra Mundial, fez-se necessário a positivação dos direitos humanos. Solução de Antinomias. Normas de Diferentes Hierarquias. Determinadas pela pirâmide de Kelsen. Critério de Hierarquia: A norma inferior que contraria a norma superior, é nula (ex: inconstitucionalidade, quando uma norma tenta ir contra a constituição, ela é nula, já que, na hierarquia da pirâmide de kelsen, a Constituição está no topo e nada pode ir contra ela). Normas de Mesma Hierarquia. Critério da Cronologia: A norma mais nova revoga a norma mais antiga, parcial ou integralmente (ex: o art.143 da lei 13.146, revoga o art.1548 do Código Civil, já que, ela é mais recente). Critério da Especialidade: Quando há um choque de regras, a norma específica é a norma aplicada e não a norma geral (ex: o feminicídio é um caso específico de homicídio, que tem uma ressalva específica no código penal, logo, quando há um caso de feminicídio, a pena aplicada será a da ressalva do feminicídio e não a de homicídio). Regra × Princípio. A norma Jurídica é composta pelos dois. Regra. Tem baixo grau de abstratividade; Operam pela lógica da subsunção, ou seja, se a regra existe, ela deve ser aplicada (aplicação do silogismo); Mandados definitivos, ou é cumprida ou não é cumprido. A regra é objetiva, rígida, sem margem para interpretação. Princípio. Alto grau de abstratividade, ou seja, partem da interpretação do sujeito, do sentido subjetivo; Lógica da ponderação, que diz que a regra deve ser aplicada na medida do possível e é preciso manter o equilíbrio já que, as vezes, uma regra pesa mais que a outra; Mandados de otimização, ou seja, sempre busca melhorar. Os princípios são a interpretação da regra, que vem de cada indivíduo, aquilo que está subjetivo, entre as linhas da lei positivada. Fontes do Direito. Fontes Materiais. São aquelas que dizem "de onde vem o direito?". Motivos históricos, sociais e econômicos que levaram o direito a ser o que é hoje. Fontes Formais. Aquelas que dizem "como o direito se manifesta?". A Lei: Subdividida em sentido material (lato sensu, que são normas com a característica da generalidade e abstratividade, que não é específica, como no direito natural) e em sentido formal (stricto sensu, que são as normaspositivadas e que passaram pelo processo legislativo). jurisprudência: A reiteração de uma mesma decisão por um mesmo tribunal sobre uma mesma matéria.
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