Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fonte: Rozenfeld et al. (2006) 8.1 Sumário 8.2 Atualizar o plano do projeto detalhado 8.3 Criar e detalhar SSCs,documentação e configuração 8.3.1 Criar, reutilizar, procurar e codificar SSCs 8.3.2 Calcular e desenhar os SSCs 8.3.3 Especificar tolerâncias 8.3.4 Integrar os SSCs 8.3.5 Finalizar desenhos e documentos 8.3.6 Configurar produto e completar a estrutura do produto 8.4 Decidir fazer ou comprar SSCs 8.5 Desenvolver fornecedores 8.6 Planejar processo de fabricação e montagem 8.7 Projetar recursos de fabricação 8.8 Avaliar SSCs,configuração e documentação do produto e processo 8.9 Otimizar produto e processo 8.10 Criar material de suporte do produto 8.11 Projetar embalagem 8.12 Planejar fim de vida de produto 8.13 Testar e homologar produto 8.14 Enviar documentação do produto a parceiros 8.15 Monitorar a viabilidade econômico-financeira 8.16 Avaliar fase 8.17 Aprovar fase 8.18 Documentar as decisões tomadas e registrar lições aprendidas Projeto detalhado - Dá prosseguimento à fase anterior. - Tem como objetivo desenvolver e finalizar todas as especificações do produto, para então serem encaminhados à manufatura e às outras fases do desenvolvimento. Integração do Projeto Detalhado com o Projeto Conceitual Fase de projeto conceitual: são realizados desdobramentos sucessivos dos sistemas em subsistemas, depois em componentes, os quais são associados aos processos de fabricação, documentados no plano de processo macro, a partir da análise dos requisitos dos clientes. É realizado um processo top down (de cima para baixo - do produto final para os componentes) de raciocínio para a definição desses elementos. Integração do Projeto Detalhado com o Projeto Conceitual Projeto detalhado: acontece um processo contrário, bottom up (de baixo para cima - dos componentes para o produto final), no qual são integrados os componentes, subsistemas, sistemas, sucessivamente, até o produto final. Outros detalhamentos completam a concepção (resultante do projeto conceitual) com o objetivo de obter um produto integrado, contendo as tolerâncias de seus parâmetros e especificações críticas dentro de uma faixa de valores que atenda aos requisitos dos clientes e todas as especificações- meta da fase de projeto informacional. Desdobramento de itens e sua integração ao projeto conceitual e detalhado Outra particularidade da fase de projeto detalhado: criação dos detalhamentos dos planos de processos de fabricação e montagem. Pode existir uma superposição entre as fases do projeto conceitual e do detalhado. Natureza da fase do projeto detalhado As atividades não são realizadas de forma sequencial e, sim, por meio de vários tipos de ciclos, que garantem o paralelismo entre as atividades. Tipos de ciclos da fase de Projeto Detalhado Ciclo de detalhamento: ocorre quando se criam e se detalham os SSCs. Na primeira tarefa, procura-se reutilizar os SSCs da própria empresa ou do mercado. Caso de início isso já seja possível, aciona-se o ciclo de aquisição. Cada vez que existirem informações disponíveis (plano de processo) para se decidir comprar ou fabricar um SSC, aciona- se novamente o ciclo de aquisição. Quando o detalhamento do SSC estiver adiantado, aciona-se o ciclo de otimização, no qual primeiro avaliam-se as especificações obtidas, que são otimizadas em caso de necessidade. Os ciclos de aquisição e otimização estão integrados com o ciclo de detalhamento. Depois de esgotadas as possibilidades de aquisição e otimização, serão finalizadas as últimas tarefas da atividade de criar e detalhar os SSCs. Ciclo de aquisição - É acionado durante o ciclo de detalhamento. - Custos de fabricação de um SSC são calculados e comparados com os preços dos fornecedores. Se for vantajoso, será fechado um contrato de fornecimento. Ciclo de otimização - Também ocorre durante o ciclo de detalhamento, quando os SSCs são construídos (protótipos) e testados, portanto, avaliados. Quando necessário, eles são otimizados, sofrendo mais um ciclo de detalhamento e/ou aquisição. Atividade de planejamento do processo de fabricação e montagem fornece informações importantes para todos esses ciclos e é realizada paralelamente. Informações principais e dependência entre as atividades da fase de Projeto Detalhado. Na homologação, a participação do cliente ou órgãos reguladores e/ou de homologação é comum. No entanto, ela ainda não é a certificação final do produto, que só ocorre na fase de preparação da produção, após a produção do lote piloto. Atividade genérica descrita anteriormente. Do projeto conceitual resulta a concepção do produto, composta de: - Alternativas de solução • Princípios de solução individuais • Princípios de solução totais - Lista dos SSCs (principais) - Arquitetura do produto • Layout do produto • BOM inicial - Desenhos iniciais - Especificações iniciais dos SCCs - Plano macro de processo Os principais SSCs são identificados no projeto conceitual, e, muitas vezes, criados durante aquela fase. Mas é mais comum que, naquela fase, eles sejam somente identificados, e a continuidade da sua criação ocorra durante o projeto detalhado. Esta atividade detalha a concepção. Tem a finalidade de: - criar todos os Sistemas, Subsistemas e Componentes (SSCs) do produto. - produzir as documentações finais e detalhadas, que compreendem todos os desenhos dos SSCs com cotas e tolerâncias finais, e a configuração final do produto, na maior parte das vezes refletidas na Estrutura de Produto (BOM). Relação entre os principais termos usados na fase de projeto detalhado. Termos Utilizados no Projeto Detalhado Termos Utilizados no Projeto Detalhado Termos Utilizados no Projeto Detalhado Tarefas da atividade de criação dos SSCS. Lógica da tarefa de criar, reutilizar, buscar e criar identificação - Item estratégico - Reutilização de um item - Procura no mercado - Criação de um código para a sua identificação. Se um item (SSC) for de importância central para o produto, a empresa o define como um item estratégico. Mesmo se ele estiver disponível no mercado, a empresa pode decidir desenvolvê-lo para obter um diferencial competitivo. Às vezes, não é viável para a empresa desenvolvê-lo, pois ela pode não conseguir o volume necessário para garantir um custo baixo, ou mesmo não dominar a tecnologia. Nesses casos, ela deve fechar uma parceria estratégica com um fornecedor deste item. Desde a fase de projeto conceitual, estamos tentando reutilizar itens já existentes na empresa e definir quais serão comprados, principalmente na atividade de definir a arquitetura. Empresas procuraram utilizar códigos de classificação de itens baseados em tecnologia de grupo. Tecnologia de Grupo (TG) - 1960. Filosofia na qual itens similares são identificados e agrupados para se aproveitarem as vantagens de suas similaridades nas diversas atividades da empresa (projeto, manufatura, compras, PCP etc.). Esta é a segunda tarefa da atividade de criar e detalhar os SSCs. Na definição dos novos SSCs, deve-se atentar para aqueles itens e características que são críticas para atender aos requisitos do produto. Esse foco deve ser garantido pelo gerenciamento dos parâmetros críticos do produto. Consideração do grau de inovação da tecnologia empregada nos SSCs. Tecnologias tradicionais (mecânica, elétrica, pneumática e hidráulica) - são difundidas há vários anos e cujo conhecimento está acumulado nas bibliografias existentes. - fornecedores deixam à disposição procedimentos de cálculo, que são utilizados por projetistas, como no cálculo de elementos de máquina (rolamentos, mancais de deslizamento, retentores, juntas etc.). Tecnologias inovadoras (nanotecnologia, as relacionadas com novos materiais, ótica, sensores e atuadores inteligentes, química, bioquímica, semicondutores etc.) A empresa que trabalha comessas tecnologias e não dispõe de conhecimento próprio acumulado terá grandes dificuldades em aplicar essas inovações em seus produtos e dependerá de acordos com parceiros que as dominam. No projeto conceitual - SSCs conhecidos podem ser especificados com maiores detalhes, contendo, inclusive, a maior parte das tolerâncias iniciais relacionadas com os parâmetros críticos do produto. - Um desenho inicial é criado durante o projeto conceitual. A empresa pode possuir sistemas CAE capazes de simular a sua aplicação com base neste desenho. - Dessa forma, há a possibilidade realizar testes na fase de projeto conceitual, envolvendo não somente as questões de forma, aparência, mas também as funcionais. No projeto detalhado - Podem ser realizados cálculos de dimensionamento e/ou otimização em cima das especificações do desenho inicial. Esses cálculos servem para verificar as especificações feitas no projeto conceitual. - No caso de tecnologia tradicional: as tolerâncias especificadas anteriormente possuem certa precisão, pois existe o conhecimento sistematizado. - Em novas tecnologias: o desenho vindo do projeto conceitual é utilizado para se fazerem os cálculos de dimensionamento e, em seguida, serão detalhadas as tolerâncias, que podem resultar desses cálculos. No caso de SSCs novos para a empresa - Testes realizados na fase de projeto conceitual preocupam-se com alguns aspectos do produto - como forma e aparência - e somente algumas tolerâncias são estabelecidas. - Para esse tipo de SSC, não se consegue montar qualquer protótipo, pois muitos deles precisam ser ainda especificados no projeto detalhado. -É comum que a concepção só contenha algumas características genéricas dos SSCs e que eles sejam criados na hora do detalhamento. - Pode ser realizado um desenho inicial para servir de referência para os cálculos . Após os cálculos, o desenho inicial é ajustado até estar dentro das especificações desejadas. Ele é então acrescido das tolerâncias e finalizado. Quando o SSC utiliza tecnologia tradicional Pode-se usar equacionamentos, manuais e sistemas conhecidos, e, de domínio público, para calcular suas especificações e desenhá-los. Se a tecnologia for inovadora Devem ser utilizados novos equacionamentos e podem ser construídos protótipos para se avaliarem os sistemas e/ou produto resultantes. Desde a criação do "esboço" de um produto, utiliza-se o CAD. A aplicação de sistemas CAD está difundida e abrange todas as fases de desenvolvimento de produtos. Durante o projeto conceitual, já existe a possibilidade de realizar simulações da aplicação parcial de um SCC empregando-se sistemas CAE específicos. Exemplos básicos dos tipos de análise que os sistemas CAD/CAE oferecem. Pela representação tridimensional de modelos sólidos do produto e seus componentes, estes sistemas podem realizar vários tipos de análises incluindo análise térmica, análise de tensões, fluxo de material, estudos de montagem e outros. Podemos dividir a especificação de tolerâncias em 2 casos: Especificação Analítica: empregada toda vez que se tratar de produtos, soluções, tecnologias e processos conhecidos e dominados. Especificação Experimental: quando estivermos tratando de novas tecnologias ou processo, ou seja, se não houver conhecimento acumulado e sistematizado. Especificação analítica de tolerância Pode tratar de ajustes mecânicos, quando dois componentes precisam trabalhar em conjunto, como no caso do ajuste de um rolamento em um eixo. Maneiras de especificar tolerâncias Na Figura a seguir, apresenta-se o exemplo da estrutura de produto do torno e seus documentos associados após o ciclo inicial de detalhamento. Todos os itens-filho estão definidos, assim como os desenhos e a maior parte dos planos de processo. Exemplo da estrutura do torno após o ciclo inicial de detalhamento. Fluxo top down (para definição dos requisitos e seu desdobramento) Fluxo bottom up (para integração e avaliação do produto). Fluxo de cima para baixo Definimos os sistemas, desdobrados em subsistemas e componentes, para atender aos requisitos dos clientes. Em seguida Passamos para as avaliações, integrando os componentes nos subsistemas, os subsistemas nos sistemas e os sistemas no produto. Paralelamente (engenharia simultânea), são realizados os planos de processo de fabricação e montagem, e a aquisição dos SSCs comprados. Desdobramento do produto em SSCs e integração dos SSCs em produto para atender aos requisitos dos clientes Ex. torno: analisar o sistema de fixação e movimento da ferramenta, integrada ao sistema de avanço . Visualização do fuso, motor de avanço e suporte do torno CNC No exemplo anterior Durante a análise de tolerâncias, podemos concluir que o elemento de interface, o suporte, acrescenta um acúmulo desnecessário de tolerância. Verificamos a possibilidade de criar um único sistema no lugar dos dois e acoplar as funcionalidades do suporte no motor. Mas, avaliamos o custo associado, uma vez que os motores são padronizados, assim como os suportes. Essas são algumas das alternativas de raciocínio que se faz durante a análise das interfaces para integração dos SSCs. Um item de um produto poder ser um software. Nesta tarefa, deve-se também considerar a integração de software com os demais itens do produto. Nesta altura do desenvolvimento Todos os SSCs foram criados, comprados (quando for o caso), desenhados, especificados, testados e integrados. Os ciclos de otimização e aquisição (que serão descritos mais adiante) também foram finalizados. - Conclusão dos desenhos de conjuntos dos SSCs. - Destaca-se a codificação dos desenhos e seu cadastramento no sistema utilizado pela empresa e que será também usado pelo PCP, manufatura, almoxarifado etc. - Devemos nos preocupar em classificar os desenhos, para que possam ser recuperados no futuro e reutilizados em outros projetos. - A tarefa de conclusão verifica a integridade de todas essas informações e libera para a homologação do produto. Completar e atualizar a estrutura de produto (BOM) acontece continuamente durante o detalhamento do produto. A cada vez que se cria um item, deve-se inseri-lo na estrutura de produto. Estrutura de produto (BOM): contém a identificação dos itens (SSCs) e dos relacionamentos entre eles, assim como a conexão desses itens com todos os documentos relacionados. BOM: uma das fontes de informações fundamentais da manufatura, pois contém as informações de produtos usadas por todos os setores e processos envolvidos com a manufatura do produto. Empresas se preocupam em fabricar somente aqueles itens que são estratégicos, essenciais e importantes para manter a qualidade de seus produtos, se o custo de aquisição dos SSCs permitir. Isso faz com que os fornecedores concentrem sua atenção nos grandes volumes na fabricação de certos itens, permitindo assim um custo menor para todos os parceiros da cadeia de suprimentos. SSCs de um produto são divididos em: - Itens estratégicos: aqueles que fornecem vantagem competitiva para a empresa e, a própria empresa desenvolve todos esses itens ou define uma parceira de risco, tecnológica ou estratégica. - Commodities: são adquiridos mais para a frente, no PDP, pois a qualidade deles sempre é mantida pelos fornecedores e a decisão dependerá dos preços. - Itens comuns: podem ser fabricados ou não, dependendo da comparação do custo interno com o custo de sua aquisição no mercado. Tarefas da atividade de decidir fazer ou comprar SSCs (make-or-buy). A estimativa dos custos internos para a empresa fabricar um componente é composta de: - custo da matéria-prima. - custo por operação de fabricação (operações de produção, montagem, inspeção etc.). - custo de mão-de-obra direta. - custo de ferramentas e equipamentos necessários para a suafabricação. - custos indiretos associados. - custo de desenvolvimento. - Subsistemas e sistemas: adicionar os custos de cada componente de sua estrutura de produto e os custos das operações de montagem. - Uma cotação de um SSC deve ainda considerar: • custos de transporte, logística, armazenamento e manipulação (custos do ciclo de vida). • possível custo da falta de qualidade. - É montado um fluxo de caixa para se avaliar qual a melhor solução para todo o ciclo de vida do produto. - Pode ser mais econômico comprar um item ao se compararem os custos internos com o preço de fornecimento (na cotação), mas durante todo ciclo de vida isso pode ser desvantajoso.
Compartilhar