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Sumário PROMOÇÃO COMERCIAL E SISTEMÁTICA DO COMÉRCIO EXTERIOR 2 Sumário .................................................................................................... 1 NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 3 EXPORTAÇÃO ............................................................................................ 4 INCENTIVOS E VANTAGENS AO REALIZAR A EXPORTAÇÃO ............... 4 PRECIFICAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR ............................................ 8 ENGENHARIA DE PREÇOS ........................................................................... 9 TIPOS DE PREÇO E OS INCOTERMS ........................................................ 11 SISTEMÁTICA DO COMÉRCIO EXTERIOR NO BRASIL ......................... 14 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO ............................................... 15 DISTRIBUIÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR .......................................... 17 SISTEMA DE REGISTRO DE INFORMAÇÕES DE PROMOÇÃO ............ 19 (SISPROM) ................................................................................................ 19 CRÉDITO PARA PROMOÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR .................... 23 REFERENCIAS .......................................................................................... 24 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de comunicação. Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. 4 EXPORTAÇÃO A atual conjuntura mundial, das intensas relações comerciais entre as nações, fez com que as empresas de todo o mundo, independente do seu tamanho e do país onde estejam localizadas, entrassem num ambiente de competitividade internacional. A entrada no mercado internacional é fator determinante para o crescimento econômico de um país. É através do mesmo, principalmente nas exportações que o país consegue atingir números significativos na balança comercial e consequentemente uma melhor qualidade de vida para seu povo. As empresas envolvem-se nas exportações buscando diversificar mercados, ampliar suas receitas, entre outros. Algumas vão mais além e internacionalizam sua produção, transferindo para outros países sua cadeia produtiva, utilizando de benefícios específicos de cada lugar. Quando a empresa decide exportar, é necessário ter conhecimento dos procedimentos que envolvam a operação e acima de tudo ter um planejamento para que tudo ocorra próximo do esperado, pois o comércio exterior é complexo, pois envolve questões políticas, Infra-Estrutura, além das particularidades relacionadas a cada produto. Especificamente para atingir o objetivo com qualidade a empresa empreendedora deve adequar-se a uma sistemática direcionada ao seu produto. O ingresso no comércio internacional mal sucedido pode levar a empresa ao fim de suas atividades, caso ela não esteja bem estruturada financeiramente e produtivamente. A entrada no competitivo comércio internacional deve ser muito bem analisada, em todas as variáveis possíveis, para que a empresa possa ajustar seus produtos de acordo com a demanda exigida pelo mercado internacional, seu processo produtivo e a cadeia de distribuição aos seus clientes internacionais de maneira a atingir as perspectivas dos mesmos. INCENTIVOS E VANTAGENS AO REALIZAR A EXPORTAÇÃO Toda empresa que desejar exportar deve estar apta para o enfrentamento da competitividade do mercado. Graças à exportação ser uma atividade projetada, voltada ao médio e longo prazo, exige-se o planejamento cuidadoso de todos os 5 recursos envolvidos. Isso se deve ao fato de que, no caso de ocorrência de qualquer problema ou crise, a empresa possa superá-los e continuar operando. Minervini (2001, p. 8) diz que: Após a análise da capacidade no projeto, e programação da produção, comunicação, embalagem, despacho, administração etc. Tudo conforme as exigências do mercado internacional, melhor ainda, segundo as exigências do mercado de destino das mercadorias. O autor, em suma, quer dizer que se deve fazer um diagnóstico da organização, em todos os seus níveis, para se encontrar seus pontos fracos ou inadequações, mais as exigências impostas por aquele mercado, no sentido de formatar a empresa conforme os padrões exigidos. Quando a empresa decide fazer uma exportação deve estar atenta a muitos fatores. A inexperiência no assunto a faz cometer muitos erros, principalmente em relação às variáveis existentes no mercado internacional. Entre elas se podem citar a legislação, câmbio, situação econômica do país destino e concorrência. A humanidade chega a um estágio de desenvolvimento em que os diversos povos estão cada vez mais integrados, seja no aspecto econômico, social, cultural e político. Os grandes avanços dos meios de transporte e de comunicação fazem com que o mundo se aproxime, as distâncias diminuam e haja uma maior interação entre as nações. Esse processo de globalização possibilita a expansão do capitalismo, se tornando, de acordo com Santos (2008), o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista, no qual os negócios se expandem para mercados muitas vezes distantes e emergentes, sem necessariamente requerer um grande investimento financeiro, pois os já citados avanços tecnológicos, da comunicação e dos meios de transporte, possibilitam essa diversificação na atuação de mercado, aumentando, assim, a concorrência. Fala-se, então, em um mercado global. Ao analisar a concorrência no mercado global, tem-se que lembrar um importante fator para a subsistência de qualquer empresa em atividade é a sua competitividade, ou seja, em termos microeconômicos, de acordo com Chudnovsky (1990), a aptidão de êxito de uma firma no projeto, produção e venda de um determinado produto em relação aos seus concorrentes. 6 Além disso, deve-se notar que no atual estágio da expansão capitalista, e, portanto, no atual comércio exterior, o mercado é demasiadamente amplo, devendo a empresa observar não só a concorrência do mercado interno onde atua, mas toda a concorrência mundial, que com o advento da globalização, acaba por influenciar, participar e atuar-nos diversos mercados. Nesse contexto, o comércio exterior é uma realidade para os diversos tipos de empresa e de países. Dessa maneira, as empresas buscam na internacionalização dos seus produtos as vantagens da exportação. Essas vantagens, de acordo com Keedi (2008), em linhas gerais são: a diversificação de mercados, o aumento da produtividade, aperfeiçoamento da qualidade do produto, diminuição da carga tributária e melhoria da imagem da empresa. Com a diversificação de mercados, diversificam-se os riscos (e a dependência da empresa aosriscos inerentes do mercado interno, como a redução de preço, de consumo, mudanças de hábitos e políticas governamentais) e aumenta-se o consumo do produto. Ainda na mesma obra, observa-se que o acréscimo da produtividade implica, consequentemente, no crescimento do emprego, resultando em mais salário disponível na economia, majorando, assim, o poder de consumo da sua população e impulsionando a economia nacional. A empresa, quando produz com qualidade internacional, satisfazendo desejos e necessidades dos consumidores externos faz com que seus produtos sejam mais facilmente aceitos a nível interno. As exportações são realizadas quando consideradas rentáveis aos exportadores. Para isso, há que se considerar: a minimização de custos e riscos, mercados em franca expansão, mercados onde a competição é menos agressiva e a exportação para grandes mercados, diz Minervini (2001). Nessa linha de raciocínio, o crescimento da produção aumentará, também, a competitividade, pela redução dos custos fixos, diluídos pela economia de escala, bem como fornecerá uma maior capacidade de negociação junto ao fornecedor de matérias primas. Como na exportação a exigência por produtos melhor elaborados para o atendimento de mercados exigentes é maior, o país exportador ganha com o 7 aprimoramento dos recursos humanos e tecnológicos. Assim, temos como efeitos diretos da internacionalização dos produtos o reconhecimento da empresa como produtora de bens para o mercado internacional, bem como o fortalecimento de sua marca. Para aumentar a competitividade dos produtos no mercado internacional, e permitir a competição em favoráveis condições de preço, tende-se a diminuir a carga tributária, incentivando os produtos que se destinam ao mercado internacional. Para Castro (2007), esses incentivos fiscais à exportação são comuns aos principais países exportadores e foram concedidos de acordo com as normas técnicas definidas no Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) e confirmados pela Organização Mundial de Comércio (OMC). O Brasil desonera os seguintes tributos, na exportação: Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), Imposto sobre Operação de Circulação de Mercadorias e de Prestação de Serviços de Comunicação e de Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Com isso, a desoneração dos tributos supracitados na exportação serve como incentivo fiscal para aumentar a competitividade dos produtos nacionais no mercado externo, no contexto da globalização e para estimular a exportação brasileira, para assim gozar dos benefícios provenientes da mesma. A necessidade de realizar negócios internacionais vem do crescimento econômico proporcionado ao país. Sua execução propicia o fluxo de dinheiro para dentro de suas fronteiras. Além disso, as empresas pagam impostos e geram empregos. Para Oliveira (1999, p. 48), "não custa repetir que a expansão das exportações brasileiras, independentemente do tipo de produto, representa saída do recesso econômico, mais empregos e melhor padrão de vida ao povo em geral". O autor reforça a ideia de que exportar traz benefício são país, as empresas e as pessoas. 8 Para visualizar melhor as vantagens da entrada no mercado internacional valem observar os oito motivos para exportar, apontados por Global 21 (2004), conforme descritos abaixo: • Amplia as chances de melhores resultados para a empresa; • Aumenta a produtividade; • Melhora a utilização da capacidade instalada; • Promove naturalmente a empresa no mercado interno; • Ficam menos vulneráveis os imprevistos do mercado interno; • Incorpora novas tecnologias; • Gera aumento de renda e emprego para a empresa e o pais; • Alcança crescimento empresarial. Pelo que fora apresentado a opção de entrada no comércio internacional não pode ser encarada como a solução para os problemas no mercado interno. A busca pelo mercado externo deve atender as necessidades de crescimento e desenvolvimento das empresas, não apenas de sobrevivência. Dadas As necessidades de crescimento e desenvolvimento do país, o comércio exterior pode propiciar os alicerces a esses interesses. PRECIFICAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR A determinação do preço de exportação é um dos aspectos mais importantes e decisivos no processo de internacionalização de empresas, pois representa importante reflexo na estratégia de atuação e manutenção da empresa no mercado externo. Ela exige conhecimento pleno da estrutura de custos. A competitividade do produto no mercado internacional também depende fundamentalmente do preço estipulado. O preço é elemento decisivo porque define uma condição básica para a realização de negócio. Já o maior fator motivacional para a participação no mercado externo é a obtenção de lucros esperados. Tem-se, então, de acordo com Lopez (2007), o conflito entre o preço atrativo para o consumidor e a maximização do lucro para a empresa. 9 Historicamente, segundo o mesmo autor, houve época em que se podia praticar o preço mais alto possível, desde que não malograsse a venda. Hodiernamente, em face do processo acentuado de internacionalização da economia e a acirrada concorrência resultante, os preços são reduzidos o tanto necessário para a manutenção da competitividade, desde que reste algum lucro. Existem até casos de vendas com prejuízos no curto prazo, em prol de preservar a fidelidade comercial. Conhecer os custos da empresa e o ambiente em que ela está inserida é fundamental para a formação do preço de exportação, visto que não se sabe o grau de influência que determinado fator, interno ou externo, irá afetar no custo final do produto da empresa. Um erro quanto ao processo de formação preço do produto no mercado externo pode retirar a sua competitividade no mercado internacional e inviabilizar a tomada de decisão correta e segura sobre o preço. Portanto, para avaliar se uma operação de comércio exterior é vantajosa, cabe identificar os custos incidentes sobre toda a operação, bem como levantar os incentivos e benefícios disponíveis nos mercados vendedores e compradores, de modo a precificar competitivamente os produtos da empresa. ENGENHARIA DE PREÇOS Minervini (2008) se refere ao processo de formação de preço como uma espécie de engenharia de preço, que são instrumentos de aumento de competitividade, como: a seleção de um parceiro adequado; a programação de compras; a classificação alfandegária correta do produto; o conhecimento e utilização dos acordos internacionais existentes; utilização de zonas francas e zonas especiais de exportação; a procura da melhor logística (embalagem, transporte e design) e dos incoterms mais apropriados. Autores a exemplo de Minervini (2008), Lopez (2007) e Castro (2007) destacam a importância de conhecerem-se todas as peculiaridades que irão afetar na comercialização do produto no mercado internacional. Dessa forma, Lopez (2007) e Castro (2007), convergem a três elementos essenciais para o processo de formação de preço: a estrutura dos custos internos ou os gastos normais à produção e 10 comercialização do produto, o conhecimento dos mercados externos e as suas inúmeras variáveis e o poder de percepção e síntese do negociador da empresa. O primeiro elemento, o levantamento dos componentes que geram gastos, é fundamental na montagem do cenário da formação de preço, qualquer que seja o enfoque. Definir a estrutura dos custos internos será o primeiro passo básico, mas não menos importante, a ser dado pelo administrador da empresa no processo de formação de preço para a exportação. Lopez (2007) elenca uma breve lista dos itens relevantes que irão compor o preço: custos de produção, custos de distribuição, custos de promoção, custosvariáveis e margem de contribuição. Estes custos são de cunho interno, sendo fundamental o seu domínio para qualquer empresa que planeje atuar, seja no mercado interno ou externo. Seguindo a linha de pensamento do autor, quando se fala de comércio exterior, entram novos elementos relativos à comercialização internacional, os custos dessa nova estrutura, que na realidade se distribuem pelos demais componentes citados. Vários detalhes pesam na composição dos custos externos, dentre os mais comuns: as características, peculiaridades e segmentação de mercado, o poder aquisitivo, o nível de concorrência, a estrutura tributária, a existência de acordos bilaterais ou multilaterais de comércio e a estrutura logística de escoamento, corroborando para a ideia de engenharia de preços de Minervini (2008). O conhecimento prévio e minucioso dos benefícios, desvantagens, rotinas, mecanismos de apoio creditícios e financeiros, custos, procedimentos e margens de lucro, são fatores que determinam a viabilidade para ingresso e atuação bemsucedidos no mercado externo. (LOPEZ, 2007) Conhecido o mercado e as suas variáveis e peculiaridades, parte-se para a terceira peça fundamental, relativa ao poder de percepção e síntese do negociador da empresa. Ela se dá após levantamento dessas informações, na análise dos dados e estruturação das previsões de preço e expectativas de viabilidade negocial. Todas as informações disponíveis, em princípio, são importantes, como também é importante ter propósitos claros, previamente definidos, quanto ao interesse no mercado externo. Tais premissas, conforme Castro (2007) tende a facilitar decisões que indiquem 11 caminhos práticos e seguros, permitindo viabilizar os objetivos da empresa. Esse é o papel do negociador, transformar os dados e informações em conhecimentos estratégicos para a empresa e para a melhor tomada de decisão do administrador. TIPOS DE PREÇO E OS INCOTERMS Lopez (2007) prevê quatro tipos de preço a serem trabalhados previstos pela Câmara de Comércio Internacional, os incoterms Ex Work (EXW), Free On board (FOB), Cost, Insurance and Freight (CIF) e DDP. Eles são organizados de acordo com o processo evolutivo de deslocamento da mercadoria do local de origem ao local de destino. Deduz-se, então, que todos esses fatores devem ser computados nos estudos de preço, visto que a formação de preços transpassa uma simples conta matemática e se posiciona num conjunto mais abarcante. Os incoterms, ou termos internacionais de comércio, são conceitos universais de responsabilidade de transporte estabelecidos pela câmara de comércio internacional para a uniformização das regras de comércio e a internacional interpretação quanto às responsabilidades de exportadores e importadores. Utilizando os incoterms tem-se a certeza das responsabilidades de cada parte nas transações comerciais, em relação aos exportadores e importadores, visto que não produz efeitos para as outras partes indiretamente relacionadas como despachantes aduaneiros, operadores portuários, agentes de exportação e outros. Os incoterms, quando agregados aos contratos de compra e venda, possuem força de lei, auxiliando na interpretação e solução de possíveis mal entendidos ou desavenças judiciais. É importante destacar que a aplicação dos termos internacionais de comércio não é obrigatória nos negócios internacionais e serve como um facilitador nas relações exportador-importador. A utilização dos incoterms é feita por meio de 13 siglas denominadas condições de venda, divididas em 4 categorias. Todas essas definições estão dispostas no documento oficial do CCI - Câmara Internacional de Comércio (ICC, 2000). Segue breve explicação abaixo: Utiliza-se a Categoria E, quando a entrega é feita no estabelecimento do vendedor/exportador. Essa categoria conta com uma condição de venda Ex Work 12 (EXW). Usa-se Categoria F, quando o transporte principal não é pago pelo exportador. Esse grupo possui 3 condições de venda: Free Carrier (FCA);Free Alongside Ship (FAS); Free On board (FOB). Aplica-se Categoria C, quando o transporte principal é pago pelo exportador. Esse conjunto conta com 4 condições de venda: Cost and Freight (CFR); Cost, Insurance and Freight (CIF); Carriage Paid To (CPT); Carriage and Insurance Paid To (CIP). Emprega-se Categoria D, quando a mercadoria é entregue no local de destino. Possui 5 condições de venda: Delivered At Frontier (DAF); Delivered exShip (DES); Delivered exQuay (DEQ); Delivered Duty Unpaid (DDU); Delivered Duty Paid (DDP). A classificação acima obedece a uma ordem crescente nas obrigações do vendedor, ou seja, se no EXW, o vendedor tem apenas a obrigação de entregar a mercadoria no seu estabelecimento, no local designado; no DDP o vendedor deverá tornar a mercadoria disponível no país do importador no local combinado desembaraçada para importação, assumindo os riscos e custos referentes a impostos e outros encargos até a entrega da mercadoria. Os incoterms entram definitivamente como um fator essencial para a adequada formação do preço para o mercado internacional. Um bom domínio dos incoterms é indispensável para que o negociador possa incluir todos os seus gastos nas transações em comércio exterior. Seguindo a recomendação de Lopez (2007), na relação entre formação de preço e incoterms utiliza-se basicamente os incoterms EXW, FOB, CIF, DDP, cada um pertencente a uma categoria. Crê-se que devido a limitações de modalidades de transporte (apenas transporte marítimo) impostas pelos incoterms FOB e CIF, faz-se necessário abranger a definição dos incoterms FCA e CIP. Dessa maneira, destaca-se cada um desses incoterms abaixo. No incoterm Ex Works (EXW), a mercadoria será colocada a disposição no local designado. Pode ser utilizada em qualquer modalidade de transporte uma vez que logicamente será irrelevante para este termo. Nesta modalidade o comprador arca com todos os gastos de transporte por sua própria conta e risco. 13 Até mesmo o desembaraço e demais formalidades alfandegárias ocorrem por conta e risco do comprador/importador. Vale ressaltar que por força da legislação no Brasil, é estabelecida como regra geral a responsabilidade do exportador no despacho da mercadoria. Dessa forma, a responsabilidade pela emissão do RE recairá sobre o produtor, salvo em venda a Trading Company ou Empresa Comercial Exportadora. Nesse caso será também de sua responsabilidade a obtenção de eventuais certificados oficiais exigidos na operação e também a preparação da embalagem definitiva de exportação. Dessa maneira, para a utilização desses incoterm, as partes devem adequar o termo internacional à legislação brasileira, o que consequentemente vai onerar mais o exportador que ficará responsável por tais obrigações. Utilizando-se do FOB, a responsabilidade do exportador só será cessada quando a mercadoria estiver já por completa embarcada no navio que fará o transporte no porto de embarque. O FOB tem como modalidade de transporte exclusivamente o transporte marítimo. A utilização da cláusula FCA será empregada, no caso de utilizar o transporte rodoviário, ferroviário ou aéreo. Dessa maneira, ao utilizar o FCA, a obrigação do vendedor termina ao entregar a mercadoria, desembaraçada para a exportação, à custódia do transportador nomeado pelo comprador, no local designado; o desembaraço aduaneiro é encargo do vendedor. Quando se emprega o CIF o exportador ficará responsável pelo custo de transporte, e a sua cláusula de seguro. A responsabilidade do exportador termina exatamente com a transposição da mercadoria da murada do navio ao descarregar no porto de destino. O seguro a que este é obrigado a pagar é o seguro mínimo. Esse contrato de seguro de cobertura mínima deverá ser com companhia de boa reputação, de acordo com as instruções daCâmara de Comércio Internacional. Esta modalidade somente pode ser utilizada para transporte marítimo. Deverá ser utilizado o termo CIP para os casos de transporte rodoviário, ferroviário ou aéreo. Nesse incoterm o frete é pago pelo vendedor até o destino convencionado; os riscos e danos passam para a responsabilidade do comprador no momento em que o transportador assume a custódia das mercadorias. 14 Por fim, se a opção da negociação for utilizar o incoterm DDP o exportador terá o maior nível de responsabilidade. A mercadoria deve ser entregue já desembaraçada no local designado pelo importador. Pode ser utilizada por qualquer modalidade de transporte. Vale ressaltar de que, de acordo com Keedi (2001), o incoterm é negociado entre as partes de acordo com o poder de barganha delas, de modo a definirem-se as suas responsabilidades em concordância com as melhores condições negociais do vendedor e do comprador. SISTEMÁTICA DO COMÉRCIO EXTERIOR NO BRASIL A sistemática de exportação brasileira é dividida em três fases: fase administrativa, fase aduaneira e fase cambial. No Brasil as normas administrativas de exportação é regulada pela Portaria da SECEX nº36 de 22 de novembro de 2007. A fase administrativa, controlada pela SECEX relaciona os produtos sujeitos a procedimentos especiais, as normas específicas de padronizações e classificações, a impostos de exportação, ou que tenham a exportação contingenciada ou suspensa, em virtude da legislação ou em decorrências de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. (RECEITA FEDERAL, 2008) De acordo com Lopez (2001) a Secretária de Comércio Exterior (SECEX) é responsável pelo licenciamento (autorização para saída ou entrada de mercadoria), alimenta o sistema com normas de caráter comercial. A fase aduaneira é de responsabilidade da Receita Federal do Brasil, é ela que estipula as normas e os trâmites a serem seguidos nessa fase: A exportação ocorre com a saída da mercadoria do território aduaneiro, que compreende todo o território nacional. A constatação de saída da mercadoria varia em função do modal de transporte: para as via aéreas e marítimas, no momento de seu ingresso no veículo de transporte internacional (data do shipped on board, para o marítimo e do vôo, para o aéreo), e para vias terrestres (rodoviária ou ferroviária), quando do cruzamento de fronteira. (LOPEZ e GAMA, 2007, p.225). Os envolvidos na fase aduaneira são: Receita Federal do Brasil, os despachantes aduaneiros, depositários, transportadores, exportadores e importadores. Já na fase cambial do comércio exterior, que é administrada pelo BACEN, o exportador firma um contrato de câmbio com uma instituição financeira, na qual, em função da taxa de câmbio (preço de uma moeda estrangeira medido em 15 moeda nacional), o exportador se compromete a entregar determinada quantia de moeda estrangeira, decorrente de sua operação de exportação, em contrapartida, a instituição entrega o equivalente em moeda nacional, dentro de determinadas condições. A instituição financeira registra as operações de câmbio no Sistema de Informações Banco Central (SISBACEN). (LOPEZ e GAMA, 2007). O Fechamento do Câmbio implica os seguintes compromissos por parte do exportador: a) negociar as divisas obtidas com a instituição financeira escolhida, a uma determinada taxa de câmbio; b) entregar, em data fixada, os documentos comprobatórios da exportação e outros comprovantes, estes se solicitados pelo importador. É importante lembrar que a data acordada não pode ultrapassar o limite máximo de 15 dias após o embarque da mercadoria para o exterior, conforme determinação do Banco Central; c) efetuar a liquidação do câmbio em uma determinada data, que é marcada pela entrada efetiva da moeda estrangeira. O cumprimento deste compromisso depende, evidentemente, do pagamento por parte do importador. (CÂMBIO, 2008). O fechamento de contrato de câmbio é comum nas operações de comércio exterior, pois somente o Real tem livre circulação no país, ou seja, as divisas dos exportadores e importadores brasileiros são mantidas em moeda nacional. (LOPEZ e GAMA, 2007). O prazo total para liquidação de contrato de câmbio de exportação foi estendido de 570 dias para 750 dias, sendo 360 dias antes do embarque e até o último dia útil do 12º mês subseqüente ao do embarque da mercadoria ou a prestação de serviço. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2008). Os envolvidos na fase cambial são: BACEN, instituições financeiras, exportadores e importadores. PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO Registro do exportador e importador, a empresa deverá possuir Inscrição no Registro de Exportadores e Importadores (REI) da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Para que a operação de exportação seja viabilizada de forma direta, informatizada, a empresa adquire ainda uma senha junto A SRF (Secretaria da Receita Federal), que permite acesso a um software, com interface gráfica, para acessar o SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior), para a formulação do Documento informatizado de Exportação. As empresas deveram possuir contato com importador. De uma forma Possui caráter exploratório para a identificação de um comprador para produtos e/ou serviços. Os contatos poderão ser através de carta, fax, e-mail ou contato direto. 16 Deve se fazer formação de preço para exportação, considerando Preço Base no Local de Embarque = C + E + L - BIE + DIE onde: C = Custo Total (custos industriais + despesas financeiras + despesas administrativas + despesas de comercialização) E = Encargos (impostos, taxas) L = Lucro BIE = Benefícios Inerentes A Exportação (financiamento, drawback, isenção/suspensão de tributos) DIE = Despesas Inerentes A Exportação (comissão de agente, embalagem especial, corretagem de câmbio, transporte e seguro internos). Análise do pedido, e emissão da fatura pro-forma, documento que contém as condições de venda, pagamento, entrega, transporte, preço, prazo de entrega, especificações das mercadorias, caracterização do exportador e importador, embalagens, validade da cotação, entre outras informações que se julguem necessárias. Preparação da mercadoria (embalagem), confecção do romaneio ou packinglist, documento necessário para o desembaraço da mercadoria, que especifica os volumes de mercadorias e seus respectivos conteúdos. Obter o registro de exportação (RE), no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX). Posterior à inscrição junto à SECEX e mediante senha, para operação no referido sistema. Emissão de nota fiscal, utilizado para o trânsito interno da mercadoria, acompanhando-a até o ponto de desembaraço para o exterior. Conhecimento de embarque que é emitido pelo transportador internacional da mercadoria ou seu agente autorizado. Certificados especiais para o embarque da mercadoria ao exterior, exigidos muitas vezes no país de destino. Realizar a contratação de câmbio fazendo a negociação com a instituição financeira operadora de cambio. O pagamento em reais ou a conversão da moeda estrangeira recebida pela aquisição das mercadorias exportadas, formalizado através de contrato de câmbio. Realizar o embarque da mercadoria e despacho aduaneiro. Realizar a preparação dos documentos pós-embarque: Documentos para negociação junto ao Banco: Fatura Comercial, conhecimento de embarque, letra de câmbio ou saque, Carta de crédito (original), certificados adicionais (quando necessário), apólice ou 17 certificado de seguro (caso a condição seja CIF), entre outros, documentos contábeis (arquivamento): Fatura Comercial, conhecimento de embarque, nota fiscal, apólice ou certificado de seguro, contrato de câmbio, entre outros. E por fim, a liquidação do cambio efetuado após a transferência para o banco do exportador, conforme as condições descritas no contrato de câmbio. Seguindo esses procedimentosquaisquer empresas, certamente, estarão em conformidade com os órgãos legais e prontas a iniciar suas atividades de exportação. Apesar disso, existem ainda problemas adicionais a serem superados pelas empresas quando desejam ingressar nos mercados externos. DISTRIBUIÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR Como se sabe as empresas devem procurar os melhores canais de distribuição para reduzir seus custos, mesmo assim: Importante se faz a conscientização de que exportar não pode ser caracterizado com um acontecimento isolado no desenvolvimento empresarial. Trata-se de uma atividade que se desenvolve paralelamente aos demais compromissos representativos da vida econômica, significando o perfeito entrosamento da nova investida com aquelas operações regularmente desenvolvidas. (GARCIA 1997, p. 33). Para que o produtor/fabricante consiga atingir o mercado internacional existem, segundo o mesmo autor, as seguintes formas de operar: • Exportação direta: “É aquela em que o próprio produtor/fabricante fatura seu produto em nome do seu importador no exterior" (GRACIA, 1997, p. 36); • Exportação indireta ou via interveniente: primeiramente, a interveniência, no comércio de exportação, segundo Garcia (1997, p. 42) "pode ser praticada por diversos tipos de empresas, cujo objeto social tenha previsto a exportação", destacando-se entre elas: a) a empresa comercial exclusivamente exportadora; b) empresa comercial de atividade mista (que opera tato nas atividades de mercado interno como da importação e da exportação); c) cooperativas ou consórcios de fabricantes ou exportadores; d) indústria cuja atividade comercial da exportação seja desenvolvida com produtos fabricados por terceiros. (GARCIA, 1997, p. 42) 18 Neste caso o produtor/fabricante também emite os documentos em nome do comprador no exterior e, além disso, Administrativamente, cabe ao fabricante, nesta operação, detectar a existência de mercado para o produto; encontrar o comprador; definir o produto e suas peculiaridades de acordo com as imposições de quem está comprando; efetuar a venda; produzir; emitir os documentos em nome do comprador; cuidar e responder pelos custos e riscos da movimentação do produto até sua efetiva saída para o exterior; executar a operação cambial e responder pelos riscos inerentes à operação como um todo. (GARCIA 1997, p. 43-44). Exportação via Trading Company: como diz Garcia (1997) esta também é chamada de venda equiparada à exportação, "a venda feita pelo produtor/fabricante a este tipo de empresa equipara-se a uma operação de exportação em termos fiscais" (GARCIA 1997, p. 44), pois, os benefícios cedidos ao produtor/fabricante são os mesmos aqueles cedidos se o produto fosse comercializado diretamente no exterior. "Assim a venda com fim especifico de exportação feita pelo fabricante a essa empresa tem características de uma exportação direta". (GARCIA 1997, p. 45). Para melhor visualização dos três canais de distribuição propostos pelo autor tem-se a figura abaixo: Fonte Garcia, 1997, p.43. As empresas devem buscar todos os meios, todas as vias possíveis, para atingir os mercados, especialmente o externo. Obviamente, pelo fato deste trabalho contemplar o tema relativo aos Consórcios de Exportação tomar-se-á como análise aquela exportação feita de forma indireta, ou seja, por via interveniente, este na figura do consórcio. Garcia (1997, p. 35) lembra que: O exportar implica no conhecimento prévio e profundo de todos os benefícios, vantagens ou desvantagens, rotinas e procedimentos, margem de lucro a ser alcançada e uma infinidade de informações a serem analisadas. Mais ainda: 19 A busca de mercado externo não pode ser feita de maneira desorganizada, sob o risco de se desperdiçar recursos escassos. Antes de definir uma política de exportação precisa-se conhecer o mercado externo e suas tendências e, um aspecto muito importante com relação à busca de um novo mercado que a variável mais relevante não é o fluxo existente de comércio, mas sim algo que reflita o tamanho do mercado. (ABREU apud TONELLO, 2003, p. 11) SISTEMA DE REGISTRO DE INFORMAÇÕES DE PROMOÇÃO (SISPROM) O MDIC vem trabalhando á algum tempo com intuito de incentivar e ampliar as ações para promoção comercial e a utilização dos benefícios fiscais oferecidos por meio da lei nº 9.481, de 13 de agosto de 1997. Porem é importante ressaltar que o usufruto do beneficio contempla duas fases distintas: até o ano de 2008, onde as operações eram mais burocráticas e documentais, obtendo autorização por meio de ato concessório da SECEX. E a partir de 2009 onde se alterou os critérios que envolviam a sistemática do beneficio fiscal, desta forma o ato passou a ser declaratório no qual as empresas registram suas operações visando a promoção comercial no exterior (SISPROM, 2012). Por tanto o Sistema de Registro de Informações de Promoção (SISPROM) é um sistema informatizado para registro de operações que contemplem o beneficio fiscal do governo federal, instituído por meio do Decreto nᵒ 6.761, de 05 de fevereiro de 2009, que consisti na redução à zero da alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) (SISPROM, 2013). De acordo com SIPROM (2013) destacou-se as seguintes despesas contempladas pelo beneficio: Relacionadas a aluguel ou reserva de espaço, montagem e desmontagem de estandes; Necessárias ao funcionamento do respectivo local de realização da promoção de produtos e serviços brasileiros; Referentes à utilização de mão de obra no evento; Relacionadas à divulgação do evento ou à propaganda em seu âmbito; Referentes à logística dos produtos que serão promovidos (armazenagens, movimentações, despachos, etc.). Pesquisa de mercado no exterior visando identificar características, comportamentos, tendências e potenciais compradores, revendedores, distribuidores ou representantes comerciais de produtos ou serviços brasileiros. Este incentivo tem como objetivo principal do governo brasileiro, a internacionalização do setor de serviços. De forma geral para ter direito ao beneficio 20 fiscal, o representante legal da empresa, organizadora de feira, associação, entidade ou assemelhada deverá registrar a operação, em meio eletrônico, no SISPROM (SISPROM, 2013). O módulo Produto é administrado pelo Departamento de Normas e Competitividade no Comércio Exterior (DENOC) da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e o modulo Serviços é administrados pela Departamento de Políticas de Comércio e Serviços (DECOS) da Secretaria de Comércio e Serviços, meio eletrônico que integra todos os envolvidos com a concessão do beneficio, propiciando rapidez e racionalidade, preservando integralmente a segurança das operações (BRASIL, 2013). Por tanto o SISPROM apresenta um sistema eletrônico diretamente disponível no site do MDIC, onde um usuário habilitado pode inserir e acompanhar on-line os registros efetuados de qualquer microcomputador ligado à internet. O sistema também possibilita o cadastramento do representante legal e procurações para representação, com controles de prazos, que permite sua utilização para registro de todas as operações efetuadas durante seu período de vigência (SISPROM, 2013). O SISPROM oferece todas as informações relevantes aos usuários e tabelas conjuntamente criticas automática, no sentido de oferecer segurança as empresas que utiliza o benefício. A emissão de documentos previstos e a inserção complementar de informações extraídas de cadastros e registros efetuados possui preservação da uniformidade dos procedimentos (CARMO, 2008). Estes dados citados á cima são benefícios oferecidos pelo SISPROM com intuito de tornar fácil, rápido e seguro a utilização do sistema para os usuários do beneficio. Também é de incumbência do SISPROM a geração e divulgação de relatórios, com intuito de tornarde conhecimento dos órgãos governamentais envolvidos e da sociedade geral, o uso e os resultados do sistema SISPROM (SISPROM, 2013). O desenvolvimento do meio eletrônico busca simplificar o procedimento para facilitar as atividades de promoção e para somar com as demais políticas e ações de estimulo ao aumento das exportações e da participação brasileira no comercio 21 mundial, de produtos, bens e serviços (SISPROM, 2013). Para utilizar o sistema eletrônico do SISPROM é necessário acessar o site www.sisprom.mdic.gov.br e proceder com os passos descritos no Quadro 5 (SISPROM, 2013): Fonte: SISPROM (2013). Para efetuar credenciamento no sistema conforme Passo 2 do Quadro 5, se faz necessário seguir os procedimentos descritos no Quadro 6 (SISPROM, 2013): Fonte: SISPROM (2013). No caso de organizadora de feira, associação, entidade ou assemelhada, quando efetuado o Registro de Promoção (RP) é necessário identificar as empresas 22 ou entidades participantes que efetuarem pagamento com a utilização da alíquota zero do IR, discriminando a respectiva participação em valor nas despesas e fornecendo os documentos que atestem o poder de representação (SISPROM, 2013). Compete à instituição financeira comprovar a regularidade tributária e manter a documentação pertinente arquivada nas condições determinadas pelo Banco Central do Brasil. Em caso de utilização de recursos mantidos no exterior, observar as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) (SISPROM, 2013). No período de 2005 a 2012, o SISPROM registrou um crescimento no numero de operações de promoção comercial efetivadas na ordem de 285%, com uma média de 18% nos últimos 8 anos. Segundo relatório do modulo P (Produto) divulgado em 2012, este crescimento pode ser explicado por meio do incremento, a partir de 2009, da participação de empresas de pequeno porte em eventos no exterior, principalmente em setores intensivos em mão de obra como os têxteis, couro e calçados, móveis e artefatos de madeiras, entre outros (SISPROM, 2012). A partir da necessidade de as empresas brasileiras abrirem novos mercados, para adquirir independência do mercado interno, espera-se que os índices de crescimento continuem aumentando consideravelmente. Pois para abrir novos mercados e alcançar novos clientes em potencial no mercado global, é necessário que as empresas divulguem seus produtos e serviços, por meio de participações em feiras, workshops, ou por meio de missões comerciais (SISPROM, 2012). A atividade com maior índice de registros no modulo P em 2012, assim como em 2011, foi à atividade multissetorial que atingiu R$22,5 milhões, representando 26,5% do total de R$ 84,8 milhões registrados no SISPROM. Em seguida temos os calçados e couros, bem como os alimentos com R$ 10,7 milhões cada (SISPROM, 2012). Em 2012 os principais países de destinos de gastos com promoção comercial de produtos no exterior foram os Estados Unidos da America (EUA) com 36%, em seguida os países da União Europeia (EU) representados, na ordem, por França com 15%, Alemanha com 11%, Itália com 6% e Reino Unido com 2% (SISPROM, 2012). No modulo S (Serviços), observa-se em 2011 um total de 429 registros inseridos no SISPROM, um crescimento de 34,8% em relação á 2010. Os registros 23 foram inseridos por um total de 26 entidades cadastradas, sendo a maioria associações que reúnem varias empresas de um mesmo setor. Estas entidades registradas no modulo S do SISPROM em 2011 são domiciliadas no Distrito Federal, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina que respondem por uma entidade cada, enquanto Rio de Janeiro teve 6 e São Paulo 15 beneficiários (SISPROM, 2011). As despesas com a promoção de serviços brasileiro no exterior que se beneficiaram da redução à zero da alíquota do IR totalizaram R$ 6.437.154,20 em 2011. Levando em consideração uma base de alíquota de 17,65% do IR, chega-se ao valor total de renuncia de aproximadamente R$ 1.135.968,31 em 2011 (SISPROM, 2011f). Em 2011 foram registrados 88 eventos com participação de empresas brasileiras com registro no modulo S do SISPROM representando um crescimento de 30,7% em relação á 2010. Os países sede foram os Estados Unidos, com 36 eventos, França com 10, Alemanha com 7 e o Reino Unido com 5 eventos (SISPROM, 2011). Todos estes dados registrados no modulo S e no modulo P do SISPROM indicam que o beneficio pode ser um diferencial competitivo para as empresas brasileiras, podendo este ser fonte importante para busca de respostas á situação problema deste trabalho. É notório o crescimento no número de registro, tanto relacionado á promoção de produtos quanto de serviços brasileiros no exterior. É possível explicar tal crescimento verificando o aumento no processo de internacionalização das empresas brasileiras, estimuladas pelo governo federal, e principalmente os incentivos e o crescimento do setor de serviços. CRÉDITO PARA PROMOÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR Fundado em 1994, o Programa de Geração de Emprego e Renda (PROGER) é um conjunto de linhas de credito disponibilizado para empresas que desejam investir ou modernizar seu negocio ou obter recursos para custeio de suas atividades. Para ter acesso às linhas de credito oferecidas pelo PROGER, as empresas devem dirigir- se as agências credenciadas, onde apresentarão a proposta de credito e obterão informações sobre os procedimentos e as documentações necessárias para habilitação ao credito (BRASIL, 2013). 24 O PROGER Exportação oferece valor de no Máximo R$ 250 mil por operação e contempla até 100% do valor projeto, sendo o prazo de financiamento de até 12 meses, com carência de 6 meses. A finalidade deste projeto é estimular as exportações brasileiras, proporcionando competitividade das empresas nacionais em relação às internacionais, ainda no pré-embarque (BRASIL, 2013). As taxas de juros referentes à linha de credito PROGER Exportação são caracterizadas por encargos básicos como Taxas de Juros de Longo Prazo (TJLP) ou outro índice que venha legalmente substituí-la e encargos adicionais de até 9,94% efetivos ao ano (BRASIL, 2013). Micro e pequenas empresas que desejam participar de feiras no exterior possuem a possibilidade de procurar uma agencia da Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil e solicitar a linha de credito PROGER Exportação. Após a participação na feira a empresa poderá ter os valores gastos abatido do imposto de renda, mediante a cadastramento no SISPROM antes do evento (SISPROM, 2013). REFERENCIAS BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. MDIC. Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv). Brasília. [2013a]. Disponível em: < http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=4&menu=2234>.. Acesso em: 22 Ago. 2019. CÂMBIO. Central do Exportador. 2008. Disponível em:< http://www.centraldoexportador.com.br/cursos_export/fipe/fipe/11fipe.htm.>. Acesso em: 15 nov. 2019. CARMO, Miguel. O que é SISPROM?. São Paulo. [2008]. 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