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CIDADES-INTELIGENTES-TECNOLOGIA-E-INOVAÇÃO-1

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1 
 
 
CIDADES INTELIGENTES - TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 
1 
 
 
SUMÁRIO 
 
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 
Cidades inteligentes ou cidade digitais ............................................................ 3 
Definição das cidades inteligentes................................................................... 7 
Dimensões das cidades inteligentes................................................................ 9 
Tendências para o crescimento das cidades inteligentes .............................. 11 
Serviços providos pelas cidades inteligentes ................................................ 13 
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO No DESENVOLVIMENTO .............................. 18 
INTERNET DAS COISAS, CIDADES INTELIGENTES E A EVOLUÇÃO DA 
SOCIEDADE URBANA ............................................................................................ 24 
CIDADE, TECNOLOGIA E DESENVOVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
CONEXÕES POSSÍVEIS ......................................................................................... 29 
Referencias ................................................................................................... 34 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
3 
 
 
 CIDADES INTELIGENTES OU CIDADE DIGITAIS 
 
Genericamente, associa-se o uso intensivo de tecnologias da informação e da 
comunicação (TIC) às cidades inteligentes, com o objetivo de criar novas soluções 
aos problemas existentes, melhorando a eficiência dos serviços providos aos 
cidadãos. Batty et al. (2012) afirma que as cidades estão se tornando inteligentes não 
somente pela automação de serviços rotineiros que atendem pessoas, edificações e 
sistemas de gestão, entre outros, mas porque permitem monitorar, compreender, 
analisar e planejar seu desenvolvimento, aumentando a eficiência, os investimentos 
e a qualidade de vida dos cidadãos em tempo real. 
Definir as cidades inteligentes não é uma tarefa trivial, pois ao pesquisá-las na 
literatura científica e nos relatórios técnicos podem ser observados diversos termos 
empregados em contextos similares, tais como: cidades digitais (digital cities), 
cidades cabeadas (wired cities), cidades do conhecimento (knowledge cities), cidades 
verdes (green cities), cidades inteligentes (inteligent cities1 ) e outros. Segundo 
Hollands (2008), estas cidades usualmente associam mudanças políticas, 
econômicas e socioculturais às transformações viabilizadas pela tecnologia da 
informação e comunicação. Particularmente, é possível notar o uso frequente dos 
termos cidades inteligentes e cidades digitais em situações análogas. Nestas, a TIC 
é uma das mais importantes ferramentas empregadas para suportar as estratégias 
definidas pelas entidades públicas e privadas, sendo provavelmente, por esta razão, 
citadas como sinônimos (Dameri, 2013). 
Contudo, Dameri e Cocchia (2013) afirmam que não é possível saber se os 
vocábulos inteligente e digital são utilizados com o mesmo significado ou se estes 
definem tecnologias, estratégias ou cidades distintas. As autoras defendem que esta 
não é somente uma questão acadêmica ou teórica, mas, uma definição operacional, 
porquanto especificar o tipo de cidade é o primeiro passo para direcionar as escolhas 
técnicas, políticas e econômicas para implementar projetos e ações assertivas e 
eficientes para a construção de cidades que realmente contribuam para a melhoria 
da qualidade de vida de seus cidadãos. 
Entre as diversas revisões sistemáticas da literatura disponíveis sobre este 
tema, Cocchia (2014) e Dameri e Cocchia (2013) descrevem que a primeira menção 
4 
 
 
às cidades inteligentes ocorreu em 1994. No entanto, foram poucos os pesquisadores 
que utilizaram o termo até 2010, quando a União Europeia começou a utilizar a 
nomenclatura smart para projetos sustentáveis e ações no espaço urbano (neste ano 
foi aprovada a Europe 2020 Strategy for smart, sustainable and inclusive growth pela 
comissão europeia – European Commission, 2010). Já as primeiras referências às 
cidades digitais ocorreram em 1997, sendo publicados entre 20 a 40 artigos por ano, 
entre 2000 e 2012. A Figura 1 descreve a análise de tendência no uso dos termos 
smart e digital, apresentando o número de artigos publicados no período de 1994 a 
2012 (o intervalo de pesquisa dos autores foi entre 1993 e 2012). 
Figura 1. Publicações sobre cidades inteligentes e cidades digitais entre 1993 e 
2012. 
 
Fonte: Cocchia, A. (2014). 
Segundo Dameri e Cocchia (2013), após analisar os trabalhos encontrados e 
considerar seus elementos constituintes, diversas peculiaridades puderam ser 
constatadas entre as cidades digitais e as cidades inteligentes: apesar de ambas 
promoverem estratégias para aumentar a qualidade de vida dos cidadãos, são 
utilizadas diferentes tecnologias e instrumentos. Também são distintas as áreas e os 
cidadãos que são alvos das iniciativas fomentadas. Os autores concluem que uma 
cidade pode possuir estratégias das cidades digitais, das cidades inteligentes ou uma 
composição de ambas. Para Cocchia (2014), há uma maior uniformidade no 
entendimento das cidades digitais, as quais possuem ênfase no papel central da TIC 
em melhorar a qualidade dos serviços e das informações providas aos cidadãos. 
5 
 
 
Segundo a autora, o mesmo não ocorre para as cidades inteligentes, pois seu 
propósito é bastante amplo, envolvendo diferentes aspectos da vida urbana. Para 
tanto, destaca-se o papel da inovação e da tecnologia, dos requisitos ambientais e do 
desenvolvimento socioeconômico. Desta forma, as cidades digitais podem ser 
consideradas como um subconjunto das cidades inteligentes. Tal afirmação corrobora 
com a visão de Batty et al. (2012), que descreve que as cidades digitais possuem 
enfoque na infraestrutura (capital físico), enquanto que as cidades inteligentes tratam 
especialmente da forma como estes recursos são utilizados. 
Outra observação interessante quanto ao nascimento das cidades digitais e 
das cidades inteligentes, é que estas surgiram basicamente de forma empírica. 
Somente após algum tempo, houve o interesse dos pesquisadores sobre estas áreas. 
Cocchia (2014) advoga que o aparecimento destes termos ocorreu segundo a 
estratégia bottom-up (de baixo para cima) porque a aplicação da tecnologia da 
informação e comunicação e de outras inovações tecnológicas ocorreu de forma 
independente e livre, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida nas cidades. 
Assim, ainda segundo a autora, frequentemente, esta é uma consequência de uma 
série de iniciativas individuais, ao invés do resultado de uma estratégia bem definida 
idealizada pela aplicação das políticas e das regras governamentais. A Figura 2 
apresenta o nascimento, o desenvolvimento e a consolidação das cidades inteligentessegundo a estratégia bottom-up, conforme exposto por Dameri (2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
Figura 2. Fluxo bottom-up para o desenvolvimento das cidades inteligentes. 
 
Fonte: Dameri R.P. (2013). 
Pode-se observar que o uso intensivo dos recursos tecnológicos é o alicerce 
das cidades inteligentes, especialmente, da TIC. Esta possibilita conectar os 
diferentes atores do espaço urbano e suportar os serviços digitais provisionados pelas 
organizações públicas e privadas. Dameri (2013) destaca ainda a importância da 
engenharia e de outras tecnologias na sustentação de áreas relacionadas à logística, 
mobilidade e sustentabilidade do meio ambiente. Entre os diversos atores envolvidos, 
é importante citar as empresas de alta tecnologia, universidades e institutos de 
pesquisa, pois estes utilizam suas competências para planejar e implementar 
soluções inteligentes para melhorar a vida urbana disponibilizadas sobre a forma de 
projetos e iniciativas. 
Segundo Dameri (2013), a maior lacuna encontra-se na concepção da visão 
das cidades inteligentes. Muitas vezes, os atores possuem conflitos de interesses (por 
exemplo, companhias privadas e universidades almejam objetivos distintos). Quando 
7 
 
 
há relação entre os projetos e os anseios da cidade inteligente, geralmente as metas 
são genéricas e não podem ser mensuradas e avaliadas. Para elucidar, não são alvos 
quantificáveis como objetivos a simples definição da melhoria na mobilidade urbana 
ou a redução na emissão de poluentes. 
Finalmente, ainda segundo esta autora, são usualmente negligenciados os 
aspectos relacionados à governança e aos cidadãos. O primeiro é um processo que 
assegura a inclusão de todas as partes interessadas e a definição de regras e de 
políticas, permitindo a sinergia entre todos os comportamentos individuais em direção 
à visão comum e ao cumprimento das metas. Já os cidadãos são muitas vezes 
ignorados, porquanto a maior ênfase encontra-se no sucesso da aplicação das 
tecnologias, ao invés do valor criado por meio dos serviços eletrônicos e do aumento 
da confiança nas instituições públicas, resultantes da aplicação destes recursos. 
 
DEFINIÇÃO DAS CIDADES INTELIGENTES 
 
A seção anterior expôs as principais diferenças entre as cidades digitais e as 
cidades inteligentes. Contudo, é essencial esclarecer algumas características das 
cidades inteligentes, principiando por sua própria definição, pois, existem importantes 
diferenças entre os trabalhos publicados na literatura acadêmica e nos relatórios 
técnicos. Hall (2000) relata que as cidades inteligentes monitoram e integram todos 
os componentes críticos de sua infraestrutura, tais como: rodovias, pontes, túneis, 
redes ferroviárias, portos, plantas energéticas, edificações, sistemas de 
comunicação, redes de abastecimento de água, entre outros. 
Assim, otimizam seus recursos, planejam as atividades de manutenção 
preventiva e asseguram os aspectos de segurança, enquanto maximizam seus 
serviços para os cidadãos. Alinhado com este autor, Harrison et al. (2010) acrescenta 
que é possível observar as cidades inteligentes como uma fusão de ideias sobre como 
a tecnologia da informação e comunicação pode melhorar seu funcionamento, 
aprimorando a eficiência, a competitividade e provendo novas formas de tratar 
problemas relacionados à pobreza, privação social e meio ambiente. 
8 
 
 
Giffinger, Fertner, Kramar, Kalasek, Pichler-Milanovic e Meijers (2007) 
apresentam as cidades inteligentes como aquelas que promovem a combinação 
inteligente das doações e das atividades de cidadãos auto-decisivos, independentes 
e conscientes. Pode-se observar que estes autores não mencionam explicitamente o 
papel dos recursos tecnológicos e das inovações, enfocando sobretudo na função 
dos cidadãos nestas sociedades. 
Já Dameri (2013) descreve as cidades inteligentes como uma área 
geograficamente bem definida, na qual os recursos tecnológicos (TIC, logística, 
energia e outros) cooperam entre si para criar benefícios para a população em geral, 
em termos de bem-estar, inclusão social e participação, e sustentabilidade do meio 
ambiente. Estas ainda possuem objetivos bem definidos que especificam as regras e 
políticas para seu desenvolvimento e sua governabilidade. É importante ressaltar que 
esta autora acrescenta a importância na delimitação da área física da cidade em 
estudo afim de que os objetivos possam ser melhor especificados, monitorados, 
mensurados e avaliados. 
Finalmente, Caragliu, Del Bo e Nijkamp (2011) detalham que as cidades 
inteligentes são aquelas que, além de realizarem investimentos em capital humano e 
social, desenvolvem as infraestruturas de comunicação convencionais (transporte) e 
modernas (TIC), com a finalidade de suportar o crescimento econômico sustentável 
e a melhoria na qualidade de vida, realizando a gestão racional dos recursos naturais 
por meio da governança participativa. Os autores descrevem alguns atributos 
comumente observados nas cidades inteligentes, a saber: 
1. Utilização da tecnologia da informação e comunicação (serviços disponíveis 
na Internet, smartphones, redes de telecomunicações etc.) para melhorar a eficiência 
político-econômica e possibilitar o desenvolvimento social, cultural e urbano; 
2. Ênfase no desenvolvimento urbano orientado aos negócios, ou seja, 
favorecimento de espaços urbanos neoliberais que fomentem a atração de novos 
negócios; 
3. Disponibilização de serviços públicos que se beneficiam do uso da TIC e 
inclusão social dos cidadãos para que todos tenham acesso aos mesmos; 
9 
 
 
4. Enfoque no setor de alta tecnologia e nas empresas criativas para estimular 
o crescimento urbano de longo prazo. Segundo os autores, a presença de uma força 
de trabalho criativa e competente nas economias globalizadas e intensivas no uso de 
conhecimentos, pode ser um dos fatores determinantes para o sucesso das cidades; 
5. Atenção ao papel do capital social e relacional no desenvolvimento urbano, 
pois as pessoas precisam ser capazes de utilizar a tecnologia e se beneficiar dela; 
6. Promoção da sustentabilidade social e ambiental, assegurando que a 
exploração dos recursos ocorra de forma segura e que permita a renovação da 
herança natural. 
Cidade inteligente: é uma área política e geograficamente bem definida, que 
utiliza recursos e inovações tecnológicas (redes de telecomunicações, sensores, 
dispositivos móveis, big data, ferramentas da área logística e das diversas 
engenharias, entre outras) de forma integrada e sinérgica aos serviços públicos 
providos aos cidadãos, aprimorando sua eficiência, eficácia e competitividade com a 
finalidade de melhorar a qualidade de vida da população em geral, fomentando 
inclusão social, colaboração e participação em todas as atividades desenvolvidas. 
Para tanto, possui um planejamento com objetivos e metas específicas, mensuráveis, 
atingíveis, relevantes e com prazos definidos, controladas e avaliadas por um 
processo rígido de governança. 
 
DIMENSÕES DAS CIDADES INTELIGENTES 
 
A análise das cidades inteligentes pode ser decomposta em seis dimensões 
distintas (Figura 3): economia inteligente (smart economy), pessoas inteligentes 
(smart people), governança inteligente (smart governance), mobilidade inteligente 
(smart mobility), ambiente inteligente (smart environment) e vida inteligente (smart 
living), conforme apresentado por Giffinger et al. (2007), Caragliu et al. (2011) e Batty 
(2012). Cada uma destas dimensões possui suas próprias características (Giffinger 
et al., 2007): 
1. Economia inteligente: inclui atributos pertinentes à competitividade 
econômica, como inovação, empreendedorismo, marcas registradas e patentes, 
10 
 
 
produtividade, flexibilidade do mercado de trabalho e integração com o mercado 
internacional; 
2. Pessoas inteligentes: dimensão definida pelo nível de qualificação e 
educação dos cidadãos,pela qualidade das interações sociais relacionadas à 
integração, à vida pública e à abertura ao mundo exterior; 
3. Governança inteligente: compreende aspectos da participação política, 
serviços para a população e funcionamento da gestão pública; 
4. Mobilidade inteligente: trata de questões sobre a acessibilidade 
internacional e local, sobre os sistemas de transporte modernos e sustentáveis e a 
disponibilidade de recursos providos pela tecnologia da informação e comunicação; 
5. Ambiente inteligente: abrange as condições naturais (clima, áreas verdes, 
tipos de vegetação etc.), poluição, gestão dos recursos e esforços para a proteção 
ambiental; 
6. Vida inteligente: especifica as diversas características da qualidade de 
vida, como cultura, saúde, segurança, moradia, diversão e outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
Figura 3. Dimensões e características das cidades inteligentes. 
 
Fonte: Giffinger, R., Fertner, C., Kramar, H., Kalasek, R., Pichler-Milanovic, N., & 
Meijers, E. (2007). 
 
TENDÊNCIAS PARA O CRESCIMENTO DAS CIDADES 
INTELIGENTES 
 
A urbanização, as mudanças demográficas e as inovações tecnológicas estão 
definindo a forma como os serviços públicos são criados e disponibilizados à 
população. Segundo Clarke (2013), os principais fatores que norteiam a necessidade 
de um enfoque inovador na criação e na operação destes serviços nas cidades 
inteligentes são destacados a seguir: 
12 
 
 
 Competição global por talentos: é essencial atrair e reter trabalhadores 
talentosos e qualificados para assegurar a competitividade no mercado global. 
Neste cenário, as cidades inteligentes possuem um diferencial em relação às 
demais porque estão inseridas em um ecossistema inovador, atrativo para as 
novas empresas e para os jovens profissionais. Portanto, estas fomentam o 
crescimento econômico e as oportunidades de trabalho e de 
empreendedorismo; não obstante, favorecem indiretamente o mercado 
imobiliário e de entretenimento; 
 Demanda crescente por infraestrutura e recursos: as grandes cidades 
possuem uma malha viária congestionada, entre outras razões, porque 
existem limitações físicas para a expansão de infraestrutura no mesmo ritmo 
da expansão da demanda. Esta restrição também se aplica aos demais 
serviços públicos (escolas, hospitais, delegacias e outros), ou seja, os gestores 
devem empregar novas tecnologias para administrar e utilizar de maneira mais 
eficiente a infraestrutura existente e planejar as ações para suportar o 
crescimento futuro; 
 Uso eficiente dos recursos energéticos: as cidades inteligentes 
desempenham um importante papel ao fomentar ações para tratar a escassez 
dos recursos energéticos e as alterações climáticas globais. Assim, os 
sistemas modernos de iluminação, as técnicas de construção sustentáveis, os 
estímulos no uso do transporte coletivo e a redução nos índices de 
congestionamento promovem o consumo mais eficiente das fontes de energia 
e de água, além de reduzir a emissão de carbono; 
 Fornecimento de serviços públicos digitais (governo eletrônico): haverá 
um rápido crescimento na expectativa da população em interagir e acessar os 
serviços públicos por intermédio da Internet. Deste modo, as pessoas poderão 
localizar táxis, confirmar o horário e o itinerário de linhas rodoviárias e 
ferroviárias, encontrar um restaurante, reportar um semáforo danificado, 
renovar sua carteira de habilitação ou enviar uma mensagem para seus 
representantes no governo por meio de qualquer dispositivo móvel. Estes 
novos canais devem estar disponíveis concomitantemente às tradicionais 
centrais de atendimento presenciais ou telefônicas, pois, estas ainda 
possibilitam o acesso à população mais idosa ou com limitação de recursos 
tecnológicos; 
13 
 
 
 Explosão no volume de dados e informações: os dados coletados em 
sensores e em sistemas instalados na malha viária, nos estacionamentos, nos 
dispositivos de iluminação pública, nas latas de lixo e em outros locais serão 
monitorados e processados com a finalidade de analisar as condições da 
infraestrutura urbana. Estima-se que este volume de dados crescerá de 
maneira exponencial e dobrará a cada dois anos até 2020. As cidades que 
disponibilizarem estes dados e informações colaborarão para a geração de 
novos negócios que permitirão o desenvolvimento de serviços públicos 
inovadores para a população e criarão oportunidades no mercado de trabalho. 
 
SERVIÇOS PROVIDOS PELAS CIDADES INTELIGENTES 
 
Diversos serviços podem ser otimizados por intermédio da aplicação do 
paradigma das cidades inteligentes. Neste contexto, Neirotti, De Marco, Cagliano, 
Mangano e Scorrano (2014) realizaram uma extensa pesquisa para identificar quais 
são os domínios tangíveis (transporte, distribuição de energia, entre outros) e 
intangíveis (capital humano, capital intelectual etc.) que foram citados em artigos 
disponíveis na literatura relacionados ao desenvolvimento urbano. 
Os autores classificaram estes serviços em dois grupos: o primeiro, considera 
áreas em que os recursos tecnológicos e a inovação possuem um papel fundamental 
para viabilizar sua adoção nas cidades inteligentes, conjuntamente com o 
planejamento urbano e as intervenções políticas apropriadas (edificações, redes de 
transmissão de energia elétrica, recursos naturais, gestão de água e energia, 
gerenciamento de resíduos, meio ambiente, transportes, mobilidade e logística); já o 
segundo, compreende serviços em que a tecnologia desempenha uma função mais 
limitada e transacional (educação, cultura, empreendedorismo, inovação, inclusão 
social e serviços disponibilizados pelo governo eletrônico). A Tabela 1 delineia cada 
um destes grupos, indicando os serviços e os seus principais objetivos. 
 
 
 
14 
 
 
Tabela 1 Serviços providos pelas cidades inteligentes 
 
Nota. Adaptado de Neirotti, P., De Marco, A., Cagliano, A. C., Mangano, G., Scorrano, 
F. (2014). 
 
Já Piro, Cianci, Grieco, Boggia e Camarda (2014) expuseram em seu trabalho 
os resultados sobre a investigação dos principais projetos realizados pela União 
Europeia, em andamento ou recentemente concluídos à época de publicação. Para 
15 
 
 
tanto, os autores sugeriram uma classificação dos serviços provisionados pelas 
cidades inteligentes baseada em relatórios técnicos e em estudos disponíveis na 
literatura acadêmica. Estes foram organizados em nove domínios principais: 
transportes, governo e gestão pública, segurança, social, saúde, educação, 
edificações inteligentes e planejamento urbano, meio ambiente, e energia e resíduos. 
A Tabela 2 detalha a classificação destes serviços indicando exemplos de aplicações 
encontradas nas cidades inteligentes da União Europeia. 
Finalmente, Washburn e Sindhu (2010) agruparam os principais serviços 
providos pelas cidades inteligentes em sete categorias distintas: gerenciamento da 
cidade, educação, sistema de saúde, segurança, bens imóveis, transportes e 
utilidades públicas. A seguir são detalhadas cada uma destas áreas expostas pelos 
autores, descrevendo suas características fundamentais e exemplificando suas 
aplicações: 
• Gestão pública: as cidades inteligentes devem propor iniciativas para 
simplificar sua administração e promover um ambiente favorável aos negócios, 
suportando a atual economia baseada em serviços. Segundo os autores, nos Estados 
Unidos, os recursos tecnológicos viabilizaram a criação de um sistema computacional 
que realiza a análise científica dos dados e informações de todas as fases do 
processo de tomada de decisões públicas com a finalidade de melhorar a economia 
local e a qualidade de vida dos cidadãos. Washburn e Sindhu (2010) destacam ainda 
o Songdo International Business District, na Coréia do Sul, como um exemplo de 
cidade inteligente que promove zonas francas para fomentar o desenvolvimento 
econômico; 
• Educação: o uso intenso da tecnologiada informação e comunicação 
aumenta a acessibilidade, melhora a qualidade e reduz os custos com a educação 
nas cidades inteligentes. Igualmente, os recursos educacionais virtuais podem ser 
acessados em qualquer localidade por meio da Internet, o que os torna disponíveis à 
população que vive em regiões distantes ou àqueles que possuem restrições 
temporais. Conteúdos digitais e tecnologias colaborativas também podem melhorar a 
qualidade da educação e reduzir seus os custos operacionais; 
• Sistema de saúde: as novas plataformas de armazenamento de dados e os 
serviços de comunicação podem contribuir com a melhoria da saúde pública e 
16 
 
 
suportar diagnósticos mais acurados e rápidos. Destarte, os prontuários dos 
pacientes estarão armazenados digitalmente e acessíveis em qualquer localidade, a 
todo o tempo e para todos os médicos autorizados, auxiliando no diagnóstico das 
enfermidades e nas pesquisas científicas. Washburn e Sindhu (2010) citam o serviço 
de saúde pública da Espanha, Servicio Extremeño de Salud, que centraliza todos os 
registros dos pacientes e os disponibiliza para os hospitais, ambulatórios e 
consultórios médicos da região na qual o paciente reside, conectando 13.000 
profissionais da saúde e gerenciando 9 milhões de atendimentos por ano; 
• Segurança: as cidades inteligentes devem lidar com um número crescente 
de emergências e ameaças à segurança pública. As inovações tecnológicas permitem 
a distribuição de informações aos departamentos de polícia e de bombeiros em tempo 
real para uma resposta rápida aos acidentes e incidentes. Além disso, muitas cidades 
estão investindo em câmeras de segurança e em tecnologias de reconhecimento 
facial para a identificação de suspeitos; estas possibilitam monitorá-los 24 horas por 
dia, 7 dias na semana, durante os 365 dias do ano; 
• Bens imóveis: a redução dos custos operacionais, a agregação de valor e o 
aumento nas taxas de ocupação para os bens imóveis (escritórios, plantas 
manufatureiras, shoppings, residências, entre outros) são benefícios usualmente 
promovidos pelas cidades inteligentes. Para tanto, sugere-se o uso das tecnologias 
de automação predial, as quais implantam sensores automáticos para o controle dos 
sistemas de iluminação e de condicionamento do ar, entre outros. Tais recursos 
reduzem as despesas com as concessionárias de energia elétrica e com a 
manutenção dos equipamentos, além de agregar valor às instalações físicas do bem 
imóvel; 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Tabela 2 Exemplos de aplicações nas cidades inteligentes da União Europeia. 
 
18 
 
 
• Transportes: as cidades inteligentes estimulam iniciativas para reduzir os 
níveis de congestionamento e encorajar o uso do transporte público. Logo, devem ser 
criadas alternativas de deslocamento eficientes, rápidas e com baixo custo, além de 
possibilitarem a redução nos impactos ambientais. Washburn e Sindhu (2010) 
descrevem a experiência de sucesso realizada em 2003 na cidade de Londres 
(Inglaterra). Neste local, foram implantados pedágios a fim de limitar o acesso às 
regiões mais congestionadas e incentivar o uso do sistema público de transporte. Os 
resultados indicaram uma redução média de 30% no índice de congestionamento, um 
aumento de 37% na velocidade média dos veículos e uma redução de 20% no 
consumo de combustíveis e na emissão de carbono; 
• Utilidades públicas: as cidades inteligentes investem em sistemas 
inteligentes de produção, armazenamento, distribuição e gerenciamento da energia 
elétrica, gás e água, reduzindo o desperdício destes recursos escassos. As novas 
tecnologias suportam estes sistemas por meio de sensores conectados às redes de 
computadores que permitem a monitoração e a gestão dos dispositivos de controle 
em tempo real. 
A análise das pesquisas de Washburn e Sindhu (2010), Neirotti et al. (2014) e 
Piro et al. (2014) evidencia uma grande similaridade entre os serviços que são 
providos pelas cidades inteligentes. Portanto, observam-se estudos acadêmicos e 
iniciativas técnicas em áreas essenciais que influenciam diretamente a melhoria na 
qualidade de vida da população e no desenvolvimento social e econômico das 
cidades, entre elas: mobilidade urbana, educação, saúde, segurança, serviços do 
governo eletrônico, gerenciamento dos recursos naturais, utilidades públicas e bens 
imóveis (edificações). 
 
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO 
 
Ao estabelecer os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a 
Constituição Federal, no seu artigo 3o , elenca a sociedade livre, justa e solidária, a 
erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais 
e regionais, a promoção do bem de todos e a garantia do desenvolvimento nacional. 
19 
 
 
Há objetivos de diferentes naturezas e, portanto, pressupõe-se uma compatibilização 
de interesses para alcançá-los. 
A considerar o cenário constitucional brasileiro, o processo de 
desenvolvimento deve levar a um salto, de uma estrutura social para outra, 
acompanhado da elevação do nível econômico e do nível cultural-intelectual 
comunitário, importando a consumação de mudanças de ordem não apenas 
quantitativa, mas também qualitativa. Não pode o desenvolvimento, desta forma, ser 
confundido exclusivamente com o crescimento econômico. (GRAU, 2015, p. 213). 
Referência internacional sobre o tema, SEN (2000, p. 77), um dos teóricos do 
desenvolvimento e crítico da teoria econômica ortodoxa, ao mesmo tempo em que 
não identifica os indicadores econômicos com o desenvolvimento, também não 
descarta esses indicadores como meios de expandir as liberdades desfrutadas pelos 
membros da sociedade. Trabalha com a ideia de que as liberdades substantivas (que 
não são apenas os fins primordiais do desenvolvimento, mas também os meios 
principais) dependem de outros fatores determinantes como as disposições sociais e 
econômicas e os direitos civis. 
Segundo o referido autor (SEN, 2000, p. 77), convém fazer, antes de qualquer 
coisa, uma distinção entre crescimento e desenvolvimento. O crescimento remete ao 
aumento quantitativo da produção material, medido pelo Produto Nacional Bruto e é, 
evidentemente, essencial ao desenvolvimento (em particular com o crescimento da 
população). Mas o desenvolvimento remete a um processo muito mais rico, complexo 
e multidimensional, onde a economia é apenas um dos componentes. 
Ao analisar o tema do desenvolvimento, SALOMÃO FILHO (2012, p. 144) 
ensina: O desenvolvimento, antes de um valor de crescimento, ou mesmo um grupo 
de instituições que possibilitem determinado resultar, é um processo de 
autoconhecimento da sociedade. Nesse processo a sociedade passa a descobrir 
seus próprios vetores aplicados ao campo econômico. As sociedades desenvolvidas 
sob essa visão são aquelas que bem conhecem suas próprias preferências. Portanto, 
dar privilégio aos valores não significa substituir o determinismo de resultados da 
teoria econômica por um determinismo de valores pré-estabelecidos. Significa, isso 
sim, dar prevalência à discussão sobre as formas específicas para cada sociedade 
20 
 
 
de autoconhecimento e auto definição das instituições e valores mais apropriados ao 
seu desenvolvimento econômico-social. 
A ordem econômica e financeira, igualmente, pressupõe a harmonia entre 
direitos de variadas ordens, como a livre iniciativa e a livre concorrência, a par da 
função social da propriedade e da defesa do meio ambiente e do consumidor, na linha 
do desenvolvimento sustentável. 
O tema de desenvolvimento sustentável foi inicialmente abordado no âmbito 
das Nações Unidas na Comissão Bruntland, de 1987, que o definiu como aquele que 
deve atender às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de 
atendê-las no futuro, através da superação da pobreza e do respeito aos limites 
ecológicos, aliados a um aumento do crescimento econômico, como condição de 
possibilidade parase alcançar uma maior sustentabilidade das condições de vida 
globais. (DELGADO, 2001, pp. 113-114). 
De acordo com ELKINGTON (2001, pp. 73-76), autor da teoria Triple Bottom 
Line, a sustentabilidade deve abarcar o prisma ambiental, mas também as 
perspectivas econômica e social, todos intimamente interligados, implicando uma 
redefinição radical das novas visões de igualdade social, justiça ambiental e ética 
empresarial. 
O artigo 170, da Constituição Federal brasileira, ao disciplinar os princípios 
gerais da atividade econômica, traz em si o embrião da sustentabilidade, como baliza 
do desenvolvimento, ao determinar: a) na vertente da sustentabilidade ambiental, a 
“defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o 
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e 
prestação” (inciso VI); b) no viés social, “redução das desigualdades regionais e 
sociais” (inciso VII); e c) na perspectiva de sustentabilidade econômica, “busca do 
pleno emprego” (inciso VIII) e “tratamento favorecido para as empresas de pequeno 
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no 
País” (inciso IX). 
Nesse prisma, as normas constitucionais citadas, com eficácia direta e 
imediata, determinam a responsabilidade solidária do Estado e da sociedade pela 
concretização do desenvolvimento sustentável, o que significa inclusão social, 
21 
 
 
durável e equânime, ambiente limpo, inovador, ético e eficiente, no qual se assegure 
o direito ao bem-estar. (FREITAS, 2012, p. 41). 
Deve se reconhecer, todavia, que a noção de desenvolvimento sustentável não 
está imune a criticas, pela possibilidade de se tornar um mero rótulo publicitário sem 
conteúdo. Há tempos os recursos ambientais são limitados, porém, a geopolítica do 
desenvolvimento sustentável gerou um processo de mercantilização da natureza e da 
supereconomização do mundo: foram criados mecanismos para um desenvolvimento 
“limpo” e elaboraram-se instrumentos econômicos para a gestão ambiental que 
continuaram a estabelecer direitos de propriedade (privada) e valores econômicos 
para bens e serviços ambientais. (LEFF, 2010, p. 57). 
A par da teoria adotada acerca do desenvolvimento econômico, é ponto 
pacífico de que a tecnologia e a inovação, dentro de parâmetros de utilização 
responsáveis, o que se torna, por vezes, um grande desafio, são pilares que podem 
contribuir para o desenvolvimento, enquanto direito fundamental. 
A Constituição Federal de 1988 foi pioneira no destaque à ciência e à 
tecnologia conferindo um capítulo próprio à temática (artigos 218- 219-A e B). A 
Emenda Constitucional nº 85/2015 acrescentou uma série de dispositivos ao texto 
original, como a inclusão da tecnologia e inovação como prioridades, no § 1º, do artigo 
218, ou o fomento á inovação, também em ambientes privados, contemplado no 
parágrafo único, do artigo 219. 
Além disso, a considerar a extensão territorial brasileira, a mesma Emenda 
Constitucional insere a ciência, tecnologia e inovação como critérios de repartição de 
competências federativas, buscando a garantia ao desenvolvimento tecnológico 
equânime no todo territorial. 
A Lei n º 13.243/2016, que alterou a Lei nº 10.973/2004, dispõe sobre 
incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, 
representando um aspecto positivo ao país em termos de desenvolvimento. Não 
obstante, o panorama tecnológico em desenvolvimento é dinâmico e, para que haja 
a efetividade de todo o arcabouço legislativo que se refere à temática, será 
fundamental cogitar a complexidade do tema, sob pena de negligenciar fatores 
essenciais ao desenvolvimento. 
22 
 
 
Quando se fala em desenvolvimento tecnológico e nas implicações 
econômicas e sociais daí decorrentes, o debate a respeito da pertinência regulatória 
das novas tecnologias reflete o quão desafiador é conciliar interesses. De um lado, 
há a demanda pela positivação; de outro, surgem os argumentos de possível 
engessamento do desenvolvimento. 
A compreensão da inovação tecnológica como fator fundamental ao 
desenvolvimento nacional se reflete na preocupação simbólica com a inclusão do 
termo “inovação” no nome de órgãos públicos, como o Ministério da Ciência, 
Tecnologia e Inovação” ou Secretarias de Estados e, igualmente, na decisão de tornar 
a inovação objeto específico de tratamento legislativo infraconstitucional ou 
constitucional, verificando-se verdadeiro fomento legislativo. 
Ao regulamentar a tecnologia, é fundamental analisar o viés social, econômico, 
cultural, ambiental e político de determinada inovação, não devendo a análise ser 
reduzida a noções técnico-científicas. A ideia fixa de crescimento deve ser substituída 
por um ideal de desenvolvimento sustentável. O teórico belga e estudioso da 
tecnologia BAUWENS (2014, p. 19) salienta que a Internet simultaneamente contém 
elementos do pós-capitalismo. A tecnologia é determinante no que refere à redução 
do tempo de trabalho e, antes de restringir a crítica ao aspecto do desemprego 
estrutural, é fundamental considerar o contexto. 
Se o motor a vapor libertou os homens da servidão feudal para buscarem seus 
próprios interesses materiais no mercado capitalista, a Internet liberta os homens da 
economia de mercado para buscarem interesses imateriais compartilhados na 
sociedade. A tecnologia inteligente fará a maior parte do trabalho pesado em uma 
economia centrada na abundância e não na escassez. (RIFKIN, 2016, p.160). 
Era da Internet permitiu o retorno à ideia de compartilhamento, que remonta às 
antigas comunidades, entretanto, sob uma perspectiva um tanto ampliada. O modelo 
proposto reflete práticas milenares inerentes à própria natureza do ser humano 
quando organizado em comunidade. O compartilhamento evoluiu conforme o 
contexto social e adquiriu novas formas, tal como o consumo colaborativo. (GANSKY, 
2011, p. 69). 
Nessa linha, BOTSMAN e ROGERS (2011, pp. 37-38) propõem: Estamos 
começando a sair do transe do consumo em que vivemos nos últimos cinquenta anos. 
23 
 
 
No cerne desta transformação estão dois fenômenos que se entrelaçam. O primeiro 
é uma mudança de valores. O consumidor está cada vez mais consciente de que o 
crescimento finito e o consumo baseado em recursos infinitos não são uma 
combinação viável. Consequentemente, estamos encontrando maneiras de tirar mais 
daquilo que compramos e, principalmente, daquilo que não compramos. Ao mesmo 
tempo, estamos começando a reconhecer que a busca constante por coisas materiais 
ocorreu em detrimento do empobrecimento de relacionamentos com amigos, família, 
vizinhos e o planeta. Esta percepção está causando um desejo de recriar 
comunidades mais sólidas novamente. 
As mudanças debatidas estão ocorrendo em um momento em que uma 
confluência extraordinária de desenvolvimento tecnológico e cultural torna a 
realização destes valores não apenas possível, mas também duradoura. O 
compartilhamento sempre dependeu de uma rede mas agora temos uma que está 
redefinindo seu âmbito, seu significado e sua possibilidade: a Internet. (BOTSMAN; 
ROGERS, 2011, p. 46). 
A lógica operacional é otimizar a produção lateral entre pares, o acesso 
universal e a inclusão, as mesmas sensibilidades que são criticas para nutrir e criar 
capital social na sociedade civil. O propósito fundamental da nova plataforma 
tecnológica é estimular uma cultura de compartilhamento, justamente o que 
preconizam os bens comuns. (RIFKIN, 2016, p. 78). 
Uma vez utilizada com foco no cidadão, a tecnologia pode auxiliar na produção 
e circulação do conhecimento e na criação de valores não necessariamente 
mercadológicos. O uso progressivo e reflexivo dos avanços tecnológicos pode, de 
fato, desenvolver novas configurações sociais e urbanas mais colaborativas, 
solidárias e sustentáveis. (CHASE, 2015, p. 28). 
Nessa linha, a Internet das Coisas e a ideia decidades inteligentes, objetos 
específicos do presente estudo, proporcionam vias de diálogo e de harmonia entre 
interesses que, a princípio, eram tão díspares, com repercussão em solidariedade 
social e desenvolvimento, conforme será tratado a seguir. 
 
24 
 
 
INTERNET DAS COISAS, CIDADES INTELIGENTES E A EVOLUÇÃO 
DA SOCIEDADE URBANA 
 
O tema da cidade já foi tratado por ARISTÓTELES (2001, pp. 53-56), na sua 
obra clássica “Política”, onde o filósofo afirma que “toda cidade é um tipo de 
associação, e toda associação é estabelecida tendo em vista algum bem”, e o homem 
que, “por sua natureza e não por mero acidente, não tivesse sua existência na cidade, 
seria um ser vil, superior ou inferior ao homem”. 
Ao longo do tempo, as cidades têm adquirido cada vez mais importância 
quando o assunto é o desenvolvimento. Atualmente, o mundo assiste a um acelerado 
processo de urbanização. Nas últimas décadas do Século XX, a população urbana 
mundial mais do que triplicou, passando para 2,9 bilhões de pessoas. De acordo com 
as Nações Unidas, a população mundial atingirá 8 bilhões de indivíduos em 2030, 
sendo que, por volta de 2050, dois terços da população mundial viverão nas cidades. 
(MORIN, 2013, p. 242). 
Diante desse quadro, mostra-se necessário direcionar amplos esforços no 
planejamento adequado, para que as cidades atuais e do futuro possam hospedar de 
forma eficiente, criativa e sustentável o desenvolvimento necessário para a melhoria 
de vida da sociedade, tarefa na qual a tecnologia pode contribuir decisivamente, 
mormente por meio do que se convencionou chamar de Internet das Coisas. 
Internet das Coisas pode ser resumida como a capacidade de capturar, 
analisar e agir por meio de dados gerados por objetos e máquinas conectados à 
Internet. Trata-se da terceira geração da Internet. A primeira geração foi baseada na 
digitalização da informação; a segunda (Web 2.0), consistiu na entrada maciça das 
pessoas, como geradores de conteúdo, principalmente através das mídias sociais; e 
a terceira, proporciona a capacidade de objetos se conectarem à internet e se 
comunicarem entre si, com máquinas, sistemas de informações e usuários. 
(GREENGARD, 2015, p. 24). 
O pesquisador britânico do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Kevin 
Ashton, é considerado o primeiro especialista a usar o termo “Internet das Coisas” 
25 
 
 
(IoT, na sigla em inglês), em 1999, durante uma apresentação sobre tecnologia a 
executivos da Procter & Gamble. (GREENGARD, 2015, p. 24). 
A noção de Internet das Coisas remete ao ano de 2010, com o serviço de Street 
View da Google e a capacidade de armazenamento de toneladas de dados das redes 
WI-FI, suscitando um debate a respeito da indexação do mundo físico. No mesmo 
ano, o Governo chinês anunciou a pretensão de tornar a Internet das Coisas uma 
prioridade estratégica. Em 2012, o tema da maior conferência de Internet na Europa, 
a LebWeb, foi a Internet das Coisas. (EVANS, 2017). 
Tecnologias de suma importância são aquelas que desaparecem e são 
integradas à vida cotidiana, até serem indistinguíveis, e é o que se espera da Internet 
das Coisas, ou seja, a incorporação na rotina dos usuários trazendo organização 
tarefas, economia de recursos, qualidade de vida e, no campo corporativo, a 
otimização de processos industriais. (WEISER, 1999, p. 07). 
Nota-se que uma revolução tecnológica está em curso e impactará variados 
setores da sociedade. Estudos divulgados recentemente estimam que, no ano de 
2025, a Internet das Coisas poderá alcançar um impacto econômico em torno de 
U$11,1 trilhões, equivalente a onze por cento da economia global, sendo que, no ano 
de 2050, serão cinquenta bilhões de objetos conectados à Internet. (BARROS, 2016, 
p. 20). 
O Brasil, por sua vez, responderá por mais de um terço dos valores que esta 
tecnologia adicionará à economia latino-americana nos próximos anos. O Ministério 
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, em parceria com o BNDES, 
lançou no mês de outubro de 2017 o Plano Nacional de Internet das Coisas, um guia 
para implementar a Internet das Coisas no Brasil, com a finalidade de preparar o 
mercado econômico com startups, profissionais da área e aspectos regulatórios. 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INTERNET DAS COISAS, 2017). 
A Internet das Coisas consiste na primeira revolução de infraestrutura 
inteligente da história, que irá conectar cada equipamento, empresa, residência e 
veículo em uma rede inteligente composta pela Internet das Comunicações, a Internet 
da Energia e a Internet do Transporte, todas embutidas em um único sistema 
operacional. (RIFKIN, 2016, p. 93). 
26 
 
 
Em uma escala ainda superior, a formação das smart cities ou cidades 
inteligentes, amplamente conectadas à Internet, utilizam a tecnologia para 
transformar a vida e o trabalho da comunidade, monitorando em tempo real o trânsito, 
segurança e o clima, por exemplo. Não há uma unidade terminológica nem conceitual 
sobre o uso do termo smart cities ou cidades inteligentes. Não obstante a 
complexidade terminológica, vem sendo utilizada cada vez mais como expressão 
contemporânea de um ideal urbanístico que, a princípio, agrega qualidade de vida, 
comunicação, gestão eficiente dos serviços e dos espaços públicos e 
sustentabilidade, tudo interconectado à rede mundial de computadores. 
O conceito de smart city remete aos diálogos sobre o futuro das cidades desde 
os anos 1980, originários de conceitos como techonopolis, wired cities ou inteligent 
cities. (BUNNEL, 2015). Entretanto, o fator sustentabilidade, em termos de 
desenvolvimento urbano, figura como principal fator da expansão das cidades 
inteligentes. 
Uma cidade pode ser definida como cidade inteligente quando os 
investimentos em capital humano, social, tradicional, moderno, infraestrutura, 
comunicação, desenvolvimento econômico sustentável, qualidade de vida e gestão 
dos recursos naturais ocorrem por meio de uma ação participativa e engajamento dos 
cidadãos. O conceito de cidade inteligente significa, essencialmente, a eficiência. Mas 
a eficiência com base na gestão inteligente e nas tecnologias da informação e 
comunicação, integradas com a participação ativa do cidadão. Isto implicaria em um 
novo tipo de governança, bem como na participação efetiva dos cidadãos nas 
políticas públicas. (CARAGLIU et al., 2009). 
O planejamento urbano atual não depende apenas da infraestrutura das 
cidades, mas, cada vez mais, da disponibilidade e da qualidade da comunicação, do 
acesso às informações, capital social e intelectual. O capital social e o capital 
intelectual são fundamentais para a competitividade urbana, e é neste contexto que 
o conceito de cidade inteligente é introduzido, estrategicamente abrangendo fatores 
de produção de forma inteligente, eficiente e sustentável. (PINTO, 2017). 
Ambientes inteligentes são espaços digitais em que a interação digital 
perpassa o computador e é incorporado em edifícios e infraestruturas da cidade. Os 
prédios são as primeiras células da cidade inteligente e ainda constituem um potencial 
27 
 
 
teste para a infraestrutura da Internet das Coisas e solução em âmbito urbano. 
(LARIOS et al., 2014) 
Existe uma combinação de indicadores que fornece uma estrutura para a 
compreensão de como as comunidades e regiões podem ser inseridas no modelo 
inteligente, a começar pela implantação significativa de comunicações digitais (banda 
larga) para as empresas, instalações governamentais e residências; capacitação de 
profissionais para formar o capital intelectual; políticas e programas que promovam a 
democracia digital, garantindo que todos os setores da sociedade sejam alcançados 
pela tecnologia e inovações nos setores público e privado; bem como o financiamento 
de novos negócios, como as startups. (PINTO; GASPAR, 2017). 
As condições estruturais essenciais advêm de um modelo de planejamento 
urbano integrado à capacidadede inovação e à cooperação da sociedade, com amplo 
acesso e integração dos aspectos sociais da vida urbana. De acordo com COCCHIA 
(2014, p. 21), 
Cidade Inteligente pode ser uma cidade que monitora e integra as condições 
de toda a sua infraestrutura crítica, incluindo estradas, pontes, túneis, metrôs, 
aeroportos, portos, comunicações, água, energia, até construções maiores, e pode 
otimizar seus recursos, planejar prevenção e manutenção das suas atividades, e 
monitorar aspectos de segurança enquanto maximiza os serviços cívicos (tradução 
livre). 
As cidades inteligentes introduzem novos parâmetros em termos de 
inteligência artificial, antes restrita ao usuário individualmente considerado, atingindo 
o âmbito mais complexo das relações humanas, quando expandida nas cidades e 
incorporada aos serviços e atividades dos indivíduos na condição de cidadãos. 
(PINTO, 2017). 
Todas as cidades inteligentes são cidades digitais, mas nem todas as cidades 
digitais são inteligentes. A diferença está na capacidade de resolução de problemas 
das cidades inteligentes, enquanto que a capacidade das cidades digitais é restrita à 
prestação de serviços por meio da comunicação digital. (KOMNINOS, 2009, p. 33). 
Este modelo está em expansão ao redor do mundo, e os recursos da Internet 
das Coisas já são empregados no âmbito urbano. Há cidades cujo planejamento e 
28 
 
 
desenvolvimento basearam-se integralmente na conexão à Internet, como é o caso 
de Songdo, na Coréia do Sul, e de Masdar, em Abu Dhabi, entre outras que inserem 
sistematicamente projetos inteligentes em meio às infraestruturas centenárias. 
(PENSAMENTO VERDE. CIDADES SUSTENTÁVEIS, 2017). 
A partir de uma perspectiva geral, as soluções inteligentes a nível urbano 
devem compreender edifícios sustentáveis, sistemas de mobilidade e gestão pública, 
planejamento e participação cidadã, plataformas destinadas a economia da inovação, 
com foco em inteligência estratégica e inovação colaborativa etc.. Os principais 
campos de ativação das cidades inteligentes são (a) a economia e a inovação, com 
inovações industriais, educação e profissionalização tecnológica e fomento à criação 
de startups; (b) a infraestrutura urbana, no que diz respeito ao transporte, energia e 
segurança e, por fim, (c) a governança, abrangente dos serviços da administração ao 
cidadão, instrumentos de democracia participativa e direta e garantias à qualidade de 
vida do cidadão. (DROEGE, 2007, p. 67). 
Dentre os processos de conhecimento fundamentais a sustentar os 
planejamentos das cidades inteligentes, destacam-se a comunicação digital, serviços 
interativos, pulverização de informação, inovações e monitoramentos e mediação, 
especialmente a integração, que permite que os processos trabalhem conjuntamente 
e com mais eficiência. (DROEGE, 2007, p. 69). A inteligência espacial das cidades é 
outro fator a ser considerado. Refere-se aos processos cognitivos da informação, 
como a coleta e processamento de informações em tempo real, além da implantação 
combinada e utilização das tecnologias da informação e comunicação. (PINTO; 
GASPAR, 2017). 
Tal inteligência espacial se baseia, então, na comunicação, colaboração e 
solução de um problema em um ambiente urbano, através do uso da rede mundial de 
computadores, na combinação cada vez mais eficaz das redes de telecomunicações 
digitais (nervos), inteligência onipresente incorporada (cérebro), sensores e tags 
(órgãos sensoriais), software (conhecimento e competência cognitiva). (KOMNINOS, 
2009, p. 39). 
O fato, contudo, é que a tecnologia pode aprisionar ou libertar o homem. 
Aprisiona quando há a apropriação automática daquilo que é imposto pela tecnologia, 
seja por meio da cultura, costumes, valores. (FOGEL, 1998, p. 43). É fundamental 
29 
 
 
ponderar a essência da tecnologia quando se pretende o desenvolvimento, sob pena 
de negligenciar fatores fundamentais ao mesmo, conforme será analisado a seguir. 
 
CIDADE, TECNOLOGIA E DESENVOVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
CONEXÕES POSSÍVEIS 
 
O contexto em que se desenvolvem as cidades inteligentes, dentre outras 
iniciativas inerentes à era da Internet das Coisas, favorece progressos otimistas. Não 
obstante, é preciso ponderar acerca das inseguranças que naturalmente decorrem da 
inovação, bem como observar o aspecto crítico. 
Atribuir às inovações tecnológicas a capacidade de solucionar problemas 
sociais, urbanos, ambientais ou morais, depositando todas as esperanças de um 
mundo melhor na aptidão tecnológica, num determinismo e reducionismo tecnológico 
exclusivamente otimista e entusiasta, não permite visualizar eventuais efeitos 
contraproducentes daí decorrentes. 
Ademais, reduzir os desafios ambientais e urbanos a uma perspectiva 
essencialmente tecnológica é um tanto utópico, posto que ignora aspectos não 
tecnológicos fundamentais, principalmente se levadas em consideração as 
dificuldades econômicas dos países em desenvolvimento. 
A crença de que a implementação da inteligência artificial nas cidades, 
automaticamente, garantirá sustentabilidade, crescimento econômico, eficiência, 
inclusão social, desconsiderando o contexto local e estrutural, compromete o próprio 
desenvolvimento. Os desafios urbanos atuais e futuros ultrapassam a esfera da 
tecnologia e demandam iniciativas mais amplas e abrangentes que podem e devem 
ser articuladas em conjunto com a noção de cidades inteligentes, tudo calcado nos 
pilares da sustentabilidade ambiental, econômica e social. 
O processo de urbanização dos países do sul, em especial, possui algumas 
particularidades que devem ser consideradas, como a sua velocidade e amplitude, o 
crescimento da pobreza, das periferias empobrecidas e da economia informal. Ao 
contrário das cidades ocidentais, a maioria das cidades do Sul, essencialmente as da 
África, cresceu sem desenvolvimento econômico, industrialização e progressão da 
30 
 
 
produtividade agrícola, num modelo de cidade dual, ou seja, que abarca, de um lado, 
uma explosão marcante na construção de hotéis de luxo, autoestradas, 
infraestruturas turísticas e bairros de luxo protegidos; e, de outro lado, milhões de 
pessoas se amontoam em favelas, sob condições subumanas. (MORIN, 2013, pp. 
243 e 245). 
Por outro lado, a priorização de interesses individuais pode comprometer a 
noção de que as cidades sejam os motores da remodelação econômica do Século 
XXI quando as cidades inteligentes se tornam meros instrumentos de marketing ou 
promoção privada, por representar uma moldura lucrativa frente às demandas sociais 
e ambientais globais. 
Nesse sentido, MORIN (2013, pp. 249-250) ensina que: A cidade não pode ser 
deixada ao livre jogo de investidores, de construtores, de tecnocratas, de políticos 
desculturados, em um mercado voltado para a maximização do lucro. Uma 
complexidade viva como essa necessita ser pensada e repensada. Um pensamento 
repensado deve alimentar-se de conhecimentos históricos, econômicos, ecológicos e 
sociológicos. Ele deve levar em conta a geografia, o clima (chuva,vento, sol), englobar 
o urbanismo e, ao mesmo tempo, ultrapassá-lo por todos os lados. Assim, poderia 
emergir um “urbanismo reflexivo”, que desenvolveria efetivamente uma reflexão sobre 
o presente e o futuro urbanos, a partir de conhecimentos ligados de modo 
transdisciplinar. 
A despolitização da governança urbana consiste em outro fator a ser 
considerado nas cidades inteligentes. Apesar do discurso tecnológico ser 
essencialmente neutro sob a perspectiva política, é inegável que as cidades estão 
inseridas em dinâmicas políticas, governamentais e econômicas próprias. A 
ignorância a esse respeito pode levar a uma lacuna entre o imaginário comercial das 
cidades inteligentes e os problemas urbanos reais a serem enfrentados pela 
tecnologia. (HOLLAND, 2008). 
Nesse sentido, HOLLAND (2008, p. 303) afirma que: sob a superfície bastante 
auto-congratulatória das cidades inteligentesautodesignadas, há alguns 
pressupostos não falados e problemas urbanos contínuos. As questões relativas aos 
efeitos de fragmentação da cidade informacional, os limites do empreendedorismo 
urbano, os problemas criados pelas classes criativas para as comunidades locais, 
31 
 
 
incluindo o aprofundamento da desigualdade social e a gentrificação urbana, para 
não mencionar o conflito entre sustentabilidade ambiental e crescimento econômico, 
aparecem no fundo atrás do rótulo da cidade inteligente (tradução livre). 
Diante disso, a massificação da tecnologia a formar cidades inteligentes, pode 
aprofundar a fragmentação urbana, acentuando disparates e exclusões sociais e 
reafirmando relações de poder desiguais preexistentes na cidade. Deve haver uma 
coalisão com a governança, democracia e a política local, de modo a viabilizar o 
desenvolvimento igualitário e bem-sucedido da inteligência artificial urbana. A 
obsessão aos padrões exclusivamente tecnológicos mostra-se prejudicial à questão 
da sustentabilidade. (KHANNA, 2017, p. 56). 
Não obstante o fato de ser a sustentabilidade um dos pilares do discurso da 
Internet das Coisas, suas dimensões socais e igualitárias, como a mudança 
comportamental, relações de poder assimétricas, justiça social e participação popular 
não devem ser negligenciados. (HOLLAND, 2017, p. 304). 
Para uma maior humanização das cidades, é preciso que se pratique uma 
governança baseada na participação dos habitantes-cidadãos, num movimento de 
cidadania reencontrada, em que o governo considere as demandas sociais, 
associando cidadãos e associações locais aos projetos que lhes dizem respeito. 
(MORIN, 2013, p. 262). 
Por outro prisma, quando o desenvolvimento tecnológico atinge a estrutura das 
cidades de forma tão determinante, é fundamental analisar os reflexos regionais. 
Partindo dos estudos de FURTADO (2000, pp. 9-40), a respeito da autonomia 
tecnológica e da propagação desigual do progresso técnico, considerando a ausência 
de um centro autônomo de desenvolvimento tecnológico como a questão chave do 
desenvolvimento, o subdesenvolvimento manifesta-se como: 
(...) um desequilíbrio na assimilação dos avanços tecnológicos produzidos pelo 
capitalismo industrial a favor das inovações que incidem diretamente sobre o estilo 
de vida. Essa proclividade à absorção de inovações nos padrões de consumo tem 
como contrapartida atraso na adoção de métodos produtivos mais eficazes. É que os 
dois processos de penetração de novas técnicas se apóiam no mesmo vetor que é a 
acumulação. Nas economias desenvolvidas existe um paralelismo entre a 
acumulação nas forças produtivas e diretamente nos objetos de consumo. O 
32 
 
 
crescimento de uma requer o avanço da outra. A raiz do subdesenvolvimento reside 
na desarticulação entre esses dois processos causada pela modernização. 
A observância da propagação equânime do desenvolvimento tecnológico da 
Internet das Coisas é essencial para evitar a potencialização das desigualdades 
regionais e globais. O agente facilitador é a amplitude do acesso às informações, com 
a disseminação dos dispositivos tecnológicos a baixo custo, passível de otimizar o 
processo de nivelamento tecnológico a um prazo razoável. 
Se assim não o for, o desenvolvimento torna-se uma fórmula-padrão que 
ignora os contextos humanos e culturais, aplicando-se de forma indiferenciada a 
sociedades e a culturas muito diversas, desconsiderando singularidades, oferecendo 
o modelo ocidental como arquétipo universal ao restante do planeta. (FURTADO, 
2000, pp. 9-40). Numa crítica ao processo de ocidentalização como imperialismo 
cultural, VERHELST (1992, p. 132) afirma: 
Até quando será que o Ocidente vai acreditar que está investido de uma missão 
caritativa em relação ao Terceiro Mundo? Primeiro, foi para “civilizá-lo” – e o Terceiro 
Mundo foi despojado de seus metais preciosos e de sua soberania; depois para 
desenvolvê-lo – e o Terceiro Mundo foi privado de suas matérias-primas; em seguida, 
foi para “modernizá-lo”; enquanto isso, o Norte se desfazia de seus excedentes 
industriais e, para cada dólar emprestado, obtinha de volta 3 dólares. Atualmente o 
Ocidente pretende “alimentá-lo”. Desta vez, qual será o preço a pagar? [...] 
Os impactos socioambientais e culturais associados com a produção das 
tecnologias da Internet das Coisas e, por conseguinte, das cidades inteligentes, são 
fundamentais à análise do desenvolvimento. Apesar do mérito atribuído à Internet das 
Coisas de desmaterializar a economia, possibilitando a redução dos gastos de água 
e energia, emissão de gás carbônico e otimização dos processos industriais e da 
mobilidade relacionada à poluição, esta automática correlação entre cidade 
inteligente e sustentabilidade deve ser cuidadosamente avaliada. 
A materialização da Internet das Coisas ainda existe. Há dispositivos sendo 
desenvolvidos para dar suporte às inovações tecnológicas daí advindas, e, por 
conseguinte, haverá o descarte dos mesmos. Por outro lado, devido ao fato de que 
os objetos da Internet das Coisas são embarcados com chips e sensores, estes 
33 
 
 
poderão ser rastreados durante seu ciclo de vida e remanufaturados, reduzindo 
desperdícios, custos e o trabalho de montagem. (FALSARELLA, 2015). 
Sobre o tema, ILLICH (1975, p. 30) afirma: Necessitamos de pesquisas sobre 
a possibilidade de usar a tecnologia para criar instituições que sirvam à interação 
pessoal, criativa e autônoma e que façam emergir valores não passíveis de controle 
substancial pelos tecnocratas. Necessitamos de pesquisas que se oponham à 
futurologia em voga. 
Analisados aspectos positivos e negativos, nota-se que a era da Internet das 
Coisas, com a inteligência artificial das cidades, tem potencial transformador, desde 
que sejam consideradas todas as variáveis, tecnológicas e não tecnológicas, que 
envolvem a vida em sociedade. É preciso considerar a complexidade que o tema 
apresenta, sob pena de restringir-se a um cenário tecnológico futurista, sem 
substancial impacto no social, ambiental, político e cultural. 
Nessa dinâmica, as cidades inteligentes, ao aliarem a tecnologia à melhoria na 
qualidade de vida, ao equilíbrio econômico e social, ao compartilhamento, à tolerância 
cultural e à sustentabilidade, além da democratizarem a tecnologia, podem se tornar 
um meio para alcançar o equilíbrio socioambiental no futuro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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