Cardiomiopatia hipertrófica em felinos

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30/03/2020
CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA 
EM FELINOS
PROFA. VANESSA UEMURA DA FONSECA
CASUÍSTICA EM FELINOS
• Cardiomiopatia hipertrófica: 58% a 68%
• Cardiomiopatia restritiva: 21%
• Não-classificada: 10%
• Cardiomiopatia dilatada: 10%
CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA
INTRODUÇÃO
• Doença miocárdica primária mais comum em gatos
• Associada com desenvolvimento de ICC, tromboembolismo arterial e morte súbita
• Fazer diferenciais de causas de hipertrofia concêntrica ventricular esquerda:
• Estenose sub-aórtica
• Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
• Hipertireoidismo
• Acromegalia
FISIOPATOGENIA
• Causa da hipertrofia concêntrica: Defeito funcional do sarcômero
• Aumento da atividade de substâncias intracelulares relacionadas ao cálcio e resposta ao estresse
• Fibrose intersticial miocárdica
• Síntese de colágeno (Infiltrados neutrofílicos e linfocíticos; ação de citocinas inflamatórias)
• Hipertrofia dos miócitos e desarranjo de miofibrilas
• Hipertrofia ventricular esquerda
• Diversos padrões de hipertrofia
• Simétrica
• Assimétrica
• Septo interventricular
• Parede livre do ventrículo
• Focal (Basal; Apical)
Hipertrofia simétrica 
Septo + parede VE
Hipertrofia 
assimétrica 
> septo
Hipertrofia 
assimétrica 
> Parede VE
Coração 
normal
Hipertrofia 
apenas apical
Hipertrofia 
focal na via 
de saída
CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA OBSTRUTIVA
Obstrução na via 
de saída:
Prejuízo para o 
débito cardíaco
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FISIOPATOGENIA
• Característica da doença: Hipertrofia VE e dilatação do AE
• Hipertrofia do VE
• Disfunção diastólica (Alteração nas pressões de enchimento do VE)
• No Eco: alterações onda E e onda A
• Dilatação do AE
• Probabilidade de desenvolvimento de tromboembolismo arterial (hipercoagulabilidade + estase 
sanguínea)
GATO COM ↑ÁTRIO 
ESQUERDO = 
PENSAR NO RISCO 
DE TROMBO
EPIDEMIOLOGIA
• Machos
• Meia idade 
• 5 a 7 anos (ampla variação, animais mais jovens ou mais idosos também 
estão presentes)
• Raças acometidas:
• Pêlo curto doméstico; Persa; Maine Coon; Ragdoll; Bengal; Sphynx
• Base genética
• Herança autossômica dominante
• Mutação do gene que codifica a proteína C ligante da miosina
(MyBPC3)
• Maine Coon (MyBPC3-A31P)
• Ragdoll (MyBPC3-R820W)
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Assintomáticos
• Vai detector em Check-up, avaliação pré-anestésica, alterações na ausculta
• Sintomáticos (ICC)
• Taquipneia / distrição respiratória (Edema pulmonar e/ou efusão pleural)
• Letargia / Anorexia
• Exame físico
• Sopro sistólico
DIAGNÓSTICO
• Radiografia torácica
• Sem alterações (fase inicial)
• Cardiomegalia
• Aspecto de coração apaixonado (Valentine Shaped Heart)
• Edema pulmonar
• Efusão pleural
Fonte: UNISA, 2019
DIAGNÓSTICO
• Ecocardiograma
• Exame de escolha!
• Hipertrofia concêntrica do VE
• Disfunção diastólica
• Obstrução dinâmica da via de saída do VE
• Dilatação atrial
• Presença de auto-contraste (Smoking)
• Trombo
Dilatação atrial
Presença de auto-contraste (Smoking)
TRATAMENTO
• Objetivos
• Melhorar manifestações clínicas
• Prevenir ocorrência de tromboembolismo
• Melhorar qualidade de vida e aumento da sobrevida
• Melhorar o débito cardíaco e diminuição da obstrução dinâmica
• Animais assintomáticos
• Considerar tratamento se:
• Dilatação do AE
• Disfunção sistólica do VE
• Obstrução dinâmica da via de saída do VE
• Taquiarritmias
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ASSINTOMÁTICO
• Dilatação do AE
• Clopidogrel (18,75 mg/SID)
• Disfunção sistólica do VE
• Pimobendan: 0,2 mg/kg/BID
• Inibidores da ECA podem ser considerados
ASSINTOMÁTICO
• Obstrução dinâmica da via de saída do VE
• Atenolol pode ser considerado
• Pode relaxar a musculatura, melhorar a diástole e durante a sístole reduz a 
obstrução dinâmica
• Taquiarritmias
• Atenolol ou sotalol podem ser considerados
SINTOMÁTICOS (TROMBO OU ICC)
• Insuficiência cardíaca congestiva
• iECA
• Diuréticos
• Furosemida (1-4 mg/kg/SID a TID)
• Cuidado com desidratação e hipocalemia: iniciar com dose mais baixo
• Pimobendan
• Espironolactona
• Desenvolvimento de dermatite ulcerativa facial em 1/3 dos animais 
TROMBOEMBOLISMO
• Ocorre em qualquer cardiopatia em que haja aumento de AE (estase sanguínea)
• Pode se despreender e migrar:
• SNC
• Rins (artéria renal)- IRA
• Mesentério (artéria mesentérica)
• Bifurcação da aorta (artérias ilíacas) 
• Artéria braquial e subclávia
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Dor
• vocalização
• Paralisia de membros (localização do trombo)
• Ilíacas
• Paralisia de membros pélvicos (uni ou bilateral)
• Braquial e subclávia
• Membros torácicos (unilateral)
• Exame físico
• Impotência funcional de membros
• Déficit de pulso
• Palidez / cianose do leito ungueal e coxins
• Hipotermia (mau prognóstico)
Neuropatia 
isquêmica
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TROMBOEMBOLISMO
TRATAMENTO
• Objetivos: 
• Estabilização do quadro
• Identificar a causa base o quanto antes: CMH? Pedir ECO
• Primeiras 72 horas: Essenciais para o sucesso do tratamento
Analgesia e tratamento suporte, redução do trombo, reestabelecimento do fluxo, melhora da circulação
collateral, profilaxia
ABORDAGEM DO ANIMAL EM CRISE
• Primeiros 60 minutos
• Analgesia
• Tratamento suporte para ICC
• Toracocentese
• Oxigenioterapia
• Furosemida: 1-2 mg/kg/IV
ABORDAGEM DO ANIMAL EM CRISE
• Primeiros 60 minutos
• Tratamento anticoagulante
• Evitar o aumento do trombo existente e a formação de novos
• Heparina sódica
• Dose de ataque: 100 a 350 U/Kg/IV seguido por dose de manutenção: 100 U/Kg/SC/6-8h
• Heparina de baixo peso molecular
• Enoxaparina: 1 mg/kg/8-12h/SC
TROMBOEMBOLISMO
TRATAMENTO
• Circulação colateral
• Prejudicada por mediadores inflamatórios
• Serotonina e tromboxano A2
• Vasomodulação
• Clopidogrel: 75 mg/gato (dose cheia)- primeira dose. Segundo dia 17,5mg/gato/SID. Depois manter 18,75mg/SID
TROMBOEMBOLISMO
TRATAMENTO
• Clopidogrel
• 18,75 mg/gato
• Aspirina x Clopidogrel (FAT CAT Study – Hogan et al. - Journal of Veterinary Cardiology (2015) 17, S306-S317)
• Vantagem do Clopidogrel: 
• menor chance de rescidiva bem como maior tempo até a ocorrência da mesma (443 x 192 dias)
• Maior sobrevida
PROGNÓSTICO
• Altamente variável
• Mau prognóstico
• Tamanho do átrio esquerdo
• ICC
• Ocorrência de tromboembolismo
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OBRIGADA
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