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Apostila Oficina Previdencia Social

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Centro Universitário de Bauru 
INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO – 2022
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
APOSTILA DE OFICINA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Prof. Glauber R. Oliveira Woida
I – 	A SEGURIDADE SOCIAL
1. 	SAÚDE, PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
· A seguridade social é um direito fundamental social que tem como objetivo a redução das desigualdades sociais. Há fundamentos na dignidade da pessoa humana, pois se trata de garantir o mínimo existencial aos indivíduos. 
· O sistema de seguridade social está previsto nos arts. 194 a 204 da Constituição Federal de 1988, e compreende o conjunto integrado de ações dos poderes públicos e sociedade (particulares).
· A seguridade social engloba a saúde, previdência e assistência social.
· A diferença principal entre previdência (art. 201), saúde (art. 196) e assistência (art. 203) está na contribuição, sendo que a primeira exige e as outras não.
· A seguridade social decorre de lei e regula relações entre pessoas físicas ou jurídicas, de direito privado ou público (beneficiários ou não) e o Estado (INSS – autarquia federal e SRF – órgão da administração direta)
· O direito é composto de normas jurídicas e relações jurídicas, sendo que estas tem sujeitos (ativo e passivo) e objeto.
· Na seguridade social os sujeitos ativos são os beneficiários (segurado, dependentes e necessitados – art. 203) e os passivos aqueles de quem pode ser cobrado: Poder Público (União, Estados Membros, Municípios e Distrito Federal).
2. 	PRINCIPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL
a) 	Princípio da solidariedade
	O princípio da solidariedade determina que o financiamento da seguridade social deva ser suportado por toda a sociedade. Assim, para custear a seguridade, no Brasil, adotamos o sistema de repartição simples, segundo o qual quem contribui atualmente tem uma expectativa de receber futuramente. Quem contribui hoje está, na verdade, custeando os benefícios que outros Segurados estão recebendo atualmente. 
	O sistema da repartição simples se contrapõe ao sistema de capitalização, consistente no sistema em que a pessoa só paga para si. 
	Em suma, toda a sociedade financia a Seguridade Social, como , aliás, determina o art. 195 da Constituição Federal, in verbis:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais. 
	b) 	Princípio da universalidade da cobertura e do atendimento
	Previsto no inciso I do art. 194 da CF
	A universalidade da cobertura é conhecida como universalidade objetiva. Significa que a seguridade social busca cobrir (cobertura) todos os riscos sociais (aí reside a universalidade). Ex. de riscos sociais: Doença, morte e invalidez. 
	 E a universalidade de atendimento é conhecida como subjetiva. O constituinte quer que todos sejam atendidos. 
	c) 	Princípio da seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços
	Previsto no inciso III do art. 194 da CF. Embora o objetivo seja a universalidade, como os recursos são limitados, devemos selecionar (seletividade) os riscos mais relevantes. Além disso, devemos distribuir (distributividade) para os mais necessitados (ex.: bolsa família)
	Não há conflito entre a seletividade/distributividade e a universalidade (objetivo), porque a distributividade e a seletividade implicam em reconhecer a escassez de recursos para objetivar atender o maior número de pessoas possível. 
	d) 	Princípio da uniformidade e equivalência às populações urbanas e rurais
	Previsão no inciso II do art. 194 da CF. Não é possível fazer diferença de tratamento entre urbanos e rurais. Uniformidade significa: tudo o que se disponibilizar a um deverá ser disponibilizado ao outro. A mesma forma de cálculo (equivalência) para urbano deve ser calculada para rural.
	Entretanto, eventuais diferenças entre a população urbana e a rural se justifica pela necessidade de inserir, socialmente, esses últimos, que sempre ficaram à margem da proteção Estatal. Em outras palavras, é possível o tratamento diferenciado, quando esse objetiva, única e exclusivamente, a inclusão social da população rural. 
	e) 	Princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios
	Os valores dos benefícios não podem ser reduzidos. A irredutibilidade é nominal e real
	f)	Princípio da diversidade da Base de Financiamento
	O financiamento da seguridade social deve ser o mais variado possível, a fim de que fique mais seguro, significado dizer que o dinheiro deve vir de várias fontes (cujas principais estão previstas no art. 195 da CF). Se o dinheiro não vem de um lado, vem do outro. 
	
	g) 	Princípio da equidade na forma de participação no custeio
	Todo mundo vai pagar (universalidade), mas quem tem condições de contribuir mais, pagará mais e quem ganha menos paga menos (equidade). Por exemplo: as alíquotas das empresas são maiores do que as dos trabalhadores. O empregado que ganha menos, recolhe uma porcentagem menor. 
	h)	Princípio do caráter democrático e descentralizado da administração
	É a chamada gestão quadripartite. Significa que a gestão, a gerencia, a administração da seguridade social será feita de forma democrática (4 pessoas dão palpite) e de forma descentralizada (não são centralizadas em único ente somente).
	Art. 194 (...)
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregados, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiado. 
I) Princípio da pré-existência da fonte de custeio
Previsto no art. 195, 5, CF, que prega qualquer benefício que for criado ou majorado, deve-se primeiro criar a fonte de custeio (de onde virá o dinheiro), para somente depois gastá-lo (beneficio).
Trata-se da preexistência da fonte de custeio. É a regra da “contrapartida”.
5 – Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
II – A PREVIDÊNCIA SOCIAL
1. 	REGIMES DE PREVIDÊNCIA
	A palavra regime tem fundamentalmente o sentido de conjunto ordenado, coerente e sistematizado de normas ou regras jurídicas, que enquadram no plano jurídico determinadas situações, em que certas pessoas se podem encontrar, tendo em vista a prossecução de objetivos preciso de natureza protetora. 
1.1 Regime Principal
O regime principal de previdência é aquele que vincula o trabalhador de maneira obrigatória. Assim, tem-se que há obrigação de contribuir com o sistema, quer seja ele da iniciativa privada quer seja de funcionalismo público. É chamado principal porque as necessidades mais vitais serão cobertas em razão das regras desse regime. O regime principal pode ser do Setor Público ou do Setor Privado.
1.1.1 Setor Público
É o regime de previdência que alcança os funcionários públicos chamados estatutários. Não alcança, por exemplo, que exerce cargo público de livre nomeação (cargos de confiança)
Pode ser civil ou militar.
a. Civil
Se destina ao funcionalismo público civil. Cada entre federativo poderá criar seu próprio regime de previdência. 
Daí que surgem os regimes próprios de Previdência Social, ou RPPS.
Essa criação depende única e exclusivamente da unidade federativa (Município, Estado-membro), devendo prever aposentadoria e pensão como benéficos mínimos. 
Para exemplificar, podemos citar o SPPREV, que é o órgão responsável pelo Regime próprio de previdência social criado pelo governo do Estado de São Paulo. Isso significa que, via de regra, após a criação desse regime no Estado de São Paulo, todo e qualquer funcionário público não militar está obrigatoriamente vinculado a ele, devendo suas contribuições previdenciárias serem vertidas ao órgão estadual. Da mesma forma, ocorrendo as contingências, o regime próprio, administrado pelo SPPREV é que arcará com o pagamento do benefício ao seu funcionário. 
b. Militar
Trata-se de regime próprio de uma categoria especifica de funcionalismo público, com regras próprias. 
1.1.2 Setor Privado
Esseé, certamente, o maior regime de previdência social do país, pois é destinado às pessoas que exercem atividade remunerada na iniciativa privada e àqueles que não exercem atividades remunerada e desejam se filiar ao sistema. 
É chamado Regime Geral de Previdência Social, que tem à sua frente o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
Todos aqueles que exercem atividade remunerada na iniciativa privada estão obrigatoriamente filiados a esse regime. Daí a sua dimensão.
Isso significa que toda e qualquer pessoa física que exerce atividade remunerada deve contribuir com o RGPS, o que reverterá na possibilidade de se obter alguns benefícios e serviços.
1.2 	Regime Complementar
	Esse regime de previdência tem como principal característica a facultatividade. Nenhuma pessoa pode ser obrigada a ingressar no sistema complementar. Poderá haver regime complementar oficial e regime complementar privado. O objetivo de quem ingressa em um regime complementar é majorar o valor de seus benefícios previdenciários mediante a majoração da contribuição periódica. 
1.2.1 	oficial
	É o regime que se destina a complementar os benefícios daqueles que estão vinculados, obrigatoriamente, aos regimes próprios da previdência. Assim, se um município resolve criar um regime próprio de previdência social, poderá, ainda, criar um regime complementar oficial que se destinará aos seus funcionários estatutários. 
1.2.2	privado
	Destinado às pessoas que exercem atividade remunerada na iniciativa privada ou não exercem nenhuma atividade remunerada. 
	Pode ser aberto ou fechado.
a. Aberto – Qualquer pessoa pode nele ingressar.
b. Fechado – Apenas algumas pessoas podem ingressar, como, por exemplo, funcionários de uma mesma instituição. Ex.: Funcionários do Banco Bradesco S.A.
2. 	BENEFICIÁRIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
	Beneficiário é toda pessoa protegida pelo sistema previdenciário. É o sujeito ativo da relação jurídica de benefício. Pode ser de duas modalidades: Segurado ou dependente.
2.1	Segurado
	Os segurados são as pessoas que mantêm vínculo com a Previdência Social, decorrendo destes vínculos direto e deveres. Os direitos são representados pela entrega da prestação previdenciária sempre que constatada a ocorrência do risco/contingencia social protegida. Os deveres são representados pela obrigação de pagamento das contribuições previdenciárias. 
	Há dois tipos de Segurado: obrigatório e facultativo. 
2.1.1	Segurado obrigatório
	Segurado obrigatório é toda e qualquer pessoa que exerce atividade remunerada e, portanto, tem obrigação de contribuir com a previdência social. Em suma, significa que as regras do regime geral de previdência social lhes são aplicáveis independentemente de sua vontade. Não há opção, para essas pessoas, de não participar do RGPS. 
	Portanto, juridicamente há relação entre esses segurados e o instituto que gerencia o RGPS, que, no caso, é o INSS. Essa relação decorre da lei, e não de ato volitivo, como já afirmado. 
	No RGPS há cinco espécies de Segurado obrigatório: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e o segurado especial.
a. Empregado
É considerado segurado obrigatório tanto o empregado urbano quanto o rural. A diferença entre empregado urbano e rural é que esse último desempenha o trabalho em propriedade rural ou prédio rústico (destinado a atividades agrícolas).
O empregado é caracterizado pelos seguintes aspectos: é a pessoa física, exerce trabalho remunerado, mediante a subordinação, prestando serviços não eventuais. 
O Regulamento da Previdência Social (Decreto nº. 3.048/99) arrola, como segurado empregado, os seguintes:
Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas: 
b. Empregado Doméstico
É “aquele que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, no âmbito residência desta, em atividade sem fim lucrativo”.
Como aspectos que caracterizam o trabalho do doméstico temos: tem que ser prestado no âmbito residencial e o empregador não possuir finalidade lucrativa. 
c. Contribuinte Individual
O Regulamento da Previdência Social (Decreto nº. 3.048/99) arrola, como segurado empregado, os seguintes:
Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas: 
V – Como Contribuinte Individual: 
...
Percebe-se, portanto, que os segurados obrigatórios elencados como contribuinte individual não possuem todos os requisitos do empregado. Ora falta um requisito, ora falta outro. Ora não há subordinação, ora não pessoalidade, por exemplo.
d. Trabalhador Avulso
Definição do Regulamento: “aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a DIVERSAS EMPRESAS, sem vínculo empregatício, com a INTERMEDIAÇÃO OBRIGATÓRIA do órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da categoria”.
e. Segurado Especial
Segurado Especial: pessoa física residente em imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural que exerce suas atividades individualmente ou em regime de economia familiar, com ou sem auxilio eventual de terceiros.
Características: 
1ª segurado de baixa renda (O FATO DE SE TRATAR DE UM SEGURADO DE BAIXA RENDA SERVE PARA DIFERENCIÁ-LO DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL);
2ª Trabalho por conta própria;
3ª Trabalho Individual ou em regime de economia familiar;
4ª auxilio eventual de terceiros
Também são segurados especiais, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar (TENHAM PARTICIPAÇÃO ATIVA NAS ATIVIDADES RURAIS DO GRUPO FAMILIAR): a) os cônjuges ou companheiros; b) filhos maiores de dezesseis anos de idade ou a eles equiparados. 
2.1.2 	Segurado Facultativo
	A lei não impõe a filiação à previdência social por não exercerem atividade remunerada de enquadramento obrigatório. O artigo 13 da lei 8.213/91 dispõe que o maior de 14 anos pode se filiar como facultativo. Já o art. 16 do RGPS dispõe que o maior de 16 anos pode se filiar como facultativo. Como a doutrina se posiciona? E a jurisprudência? 
	O art. 201, 5º da CF/88 impede a filiação, como facultativo, do segurado filiado à regime próprio da previdência. Deve haver vontade de se filiar e recolhimento. 
	Portanto, como requisitos para se tornar segurado facultativo tem-se o seguinte: a) não exercício de atividade remunerada que enquadre como segurado obrigatório do RGPS; b) ter mais de 14 (16?) Anos; c) não pertencer há nenhum RPPS; e d) vontade de se filiar.
	O segurado facultativo tem direito aos seguintes benefícios: a) aposentadoria por tempo de contribuição; b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por invalidez; d) auxílio-doença; e) pensão por morte; f) auxilio-reclusão; g) salário maternidade.
Não tem direito a: aposentadoria especial, auxílio-acidente e salário família.
Exemplos de segurado facultativo: Dona de casa, síndico, estudante, bolsista, desempregado, membro do Conselho Tutelar, presidiário. 
2.2	Dependente
2.2.1	Conceito
	Dependente é toda pessoa física que possui relação jurídica com um segurado da Previdência social. Portanto, da relação que possui com o Segurado, decorre o direito à benefícios perante o RGPS.
2.2.2 	Classes de dependentes
	Há três classes de dependentes, a saber:
a) Classe Preferencial:
Essa classe é formada pelo cônjuge, companheiro (a), filho não emancipado menor de 21 anos ou inválido, bem como o enteado.
Merece atenção a disposição sumulada:
Súmula 336 do STJ: a mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente. 
b) Segunda Classe:
Formada pelos pais do Segurado.
c) Terceira Classe:
É formada pelos irmãos menores de 21 anos ou inválidos, desde que não emancipados. 
2.2.3 	Determinações aplicáveis aos dependentes
	Como regras gerais aplicáveis ao tema, tem-se o seguinte: dependentes de classes anteriores excluem dependentes de classes posteriores, não havendo direito superveniente que caiba a estes; dependentes de uma mesma classe concorrem em condições deigualdade; a primeira classe é chamada classe preferencial porque a dependência dos que nela figuram é presumida, ao passo que os dependentes da segunda e terceira classes devem comprovar a dependência. 
	Caso o benefício seja pago à dois ou mais dependentes de uma mesma classe, extinguindo-se o direito de um deles; sua quota-parte do benefício passará a pertencer aos demais dependentes.
3. 	QUALIDADE DE SEGURADO: MANUTENÇÃO E PERDA
	Qualidade de Segurado é um dos requisitos para a concessão da maioria dos benefícios previdenciários no Regime Geral. 
	Ser SEGURADO significa ter relação (jurídica) com o INSS, relação essa que é disciplinada pelas normas do RGPS. Dessa relação decorre a obrigação de contribuição, bem como o direito à proteção. 
	Mantém a qualidade de Segurado toda pessoa que está filiada ao sistema e contribui para o mesmo.
	Por ser a Previdência Social eminentemente contributiva, a falta de contribuições gera a perda da qualidade de Segurado. 
	Entretanto, a Lei 8.213/91 disciplina as hipóteses nas quais mesmo não havendo contribuição, a pessoa permanece protegida pelo sistema. 
3.1 	Manutenção da Qualidade de Segurado
	A manutenção da qualidade de Segurado é também chamada período de graça. Trata-se de um prazo no qual, mesmo não havendo contribuição, a pessoa continua protegida pelo sistema.
	As hipóteses são as seguintes:
a) Quem está em gozo de benefício
Nessa hipótese não há limite de prazo, ou seja, enquanto a pessoa estiver recebendo qualquer benefício ela mantém a qualidade de Segurado.
b) Até 12 meses após a cessação de benefício por incapacidade
Esse prazo pode ser aumentado para 24 meses se, durante sua vida profissional, a pessoa recolheu mais de 120 contribuições mensais. Porém, durante o recolhimento dessas 120 contribuições não pode ter havido a perda da qualidade de Segurado. Se, entre um e outro período de contribuição houver a perda da qualidade de segurado, os períodos não se somam. Conta-se, nesse caso, apenas a quantidade de contribuições mensais do último período recolhido ininterruptamente. 
c) Até 12 meses após a cessação das contribuições para aquele que deixou de ser segurado obrigatório ou que estiver suspenso ou licenciado sem remuneração. 
Esse prazo pode ser aumentado para 24 meses se, durante sua vida profissional, a pessoa recolheu mais de 120 contribuições mensais. Porém, durante o recolhimento dessas 120 contribuições, não pode ter havido a perda da qualidade de Segurado.
Tanto o prazo de 12 meses, quanto o de 24, acima mencionados, poderá ter acréscimo de mais 12 meses se o Segurado comprovar o desemprego. 
d) Até 12 meses após o livramento para o detido ou recluso
e) Até 03 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às forças armadas para prestar Serviço Militar. 
f) Até 06 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. 
3.2 	Perda da Qualidade de Segurado
	A questão que se faz é a seguinte: considerando-se todas as hipóteses acima, como saber o dia exato em que a pessoa perde a qualidade de Segurado da Previdência Social?
	A regra do art. 14 do Decreto 3.048/99 determina, in verbis: 
Art. 14. O reconhecimento da perda da qualidade de segurado no termo final dos prazos fixados no art. 13 ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente posterior ao término daqueles prazos.
	Sabe-se que, de acordo com a Lei 8.212/91, o vencimento da contribuição do contribuinte individual se dá no dia 15 de todo mês. 
	Logo, a perda da qualidade de segurado cairá sempre no dia 16. 
4. 	CARÊNCIA
4.1	Conceito
	Carência “é o lapso de tempo durante o qual os beneficiários não têm direito a determinadas prestações, em razão de ainda não haver sido pago o número mínimo de contribuições exigidas”.
4.2	Fundamento Para existência do Período de Carência. 
	Princípio da contributividade e Princípio do equilíbrio financeiro atuarial.
4.3	Períodos de Carência
a)	Auxílio-doença e Aposentadoria por Invalidez:
	São necessárias 12 contribuições mensais antes do evento da incapacidade ocorrer.
b) 	Aposentadoria por idade, Aposentadoria por tempo de Serviço e Aposentadoria Especial.
	Via de regra, para se ter direito a esses benefícios, faz-se necessário que o Segurado tenha ao menos 180 contribuições mensais.
	c)	Salário-maternidade para contribuinte individual e facultativa:
	Exige-se ao menos 10 contribuições mensais (para lembrar: são eles que recolhem a contribuição). Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. 
4.4	Dispensa de Carência 
	Há casos em que a Lei 8.213/91 não exige um número mínimo de contribuições mensais para conceder o benefício.
	São as seguintes hipóteses:
a) Pensão por morte, auxilio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente
b) Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez decorrente de:
-	Acidente
- 	doença profissional
- 	Doenças ou afecções constantes em lista elaborada pelo MS e MPS
Obs.: A portaria interministerial MPAS/MS Nº 2998/01 arrolou as seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante) AIDS, contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada, e hepatopatia grave. 
c) Aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, de auxilio reclusão ou pensão no caso do segurado especial – ver art. 39.
d) Serviço Social
e) Reabilitação Profissional
f) Salário-maternidade para a segurada empregada, trabalhadora avulso e empregada doméstica. Para a segurada especial, dispensa a carência, mas precisa comprovar o exercício da atividade no prazo de 12 meses.
4.5 	Perda da Qualidade de Segurado e Carência 
	Para os casos de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e salário maternidade, havendo perda da qualidade de segurado, é preciso cumprir metade do período de carência previsto para a concessão desses benefícios. Exemplo: para o caso da aposentadoria por invalidez, a lei fixa carência de 12 meses. Havendo perda da qualidade de Segurado, para ter direito a computar o período anterior, há que se completar 06 meses de contribuição. É o que determina a lei nº 8.213/91. 
Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para a concessão dos benefícios de que trata esta lei, o segurado deverá contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25 desta lei.

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