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Propriedades Físicas e Químicas de Alimentos Introdução a Tecnologia de Alimentos Prof. Julio Rocha Prof. Julio Rocha2 Introdução • Líquidos, sólidos e gases • Fluidos são por definição materiais que podem fluir sem serem desintegrados, esse efeito irá ocorrer devido a ação de uma força externa (pressão); • Sólidos por sua vez não apresentam esse comportamento, sofrendo deformação quando uma força é aplicada sobre eles. Prof. Julio Rocha3 Introdução • O processo de mudança de um estado para o outro é denominado transição de fases e é importantíssimo para diversos processos de produção de alimentos; • O processo de mudança de fases é isotérmico, ou seja nessa etapa não ocorre mudança de temperatura. Prof. Julio Rocha4 Introdução • Cristalização é um fenômeno que ocorre quando um material amorfo se transforma para uma forma cristalina; • É um fenômeno normalmente exotérmico. Prof. Julio Rocha5 Introdução • Existe outro tipo de transição que é chamada de transição vítrea, essa ocorre sem liberação ou absorção de calor latente; • Os processos de transição vítrea não tornam os alimentos cristalinos, porém aumentam a sua estabilidade devido à imobillização de solventes, por sua vez reduzindo a velocidade de reações químicas. Prof. Julio Rocha6 Densidade e Peso Específico • A densidade de um alimento é crucial quando se pensa em processos de separação; • Por definição a densidade é dada pela massa dividida pelo volume tendo a sua unidade dada em kg/m³ no sistema internacional; • A densidade não é constante, podendo sofre variações de acordo com a temperatura do material. Prof. Julio Rocha7 Densidade e Peso Específico • A mudança da densidade com a temperatura tem um papel importante na formação de correntes de convecção; • Além da densidade temos o conceito de peso específico (ou gravidade específica) que é definido por: • Essa medida é especialmente utilizada para a produção de fermentados. SG=ρdo líquido ρda água Prof. Julio Rocha8 Densidade e Peso Específico • Para gases a densidade depende das condições de temperatura e pressão, de modo geral usamos tabelas para buscar essas informações ou trabalhamos usando propriedades que não sofrem tantas mudanças como massa ou quantidade de mols (n); • Usamos também o volume específico que é o volume ocupado por uma unidade de massa do gás ou vapor, ou seja, o inverso da densidade. Prof. Julio Rocha9 Exemplos • Um analista recebeu uma amostra de polpa concentrada de morango a 65°Brix para determinar a densidade da mesma. Ele utilizou um picnômetro de volume desconhecido. • Qual o procedimento adequado para realizar a análise? Prof. Julio Rocha10 Exemplos • Supondo que o analista tenha encontrado uma massa de água de 32,7g no picnômetro a 25°C e que a polpa de morango tenha uma massa de 41,1g. Qual é a densidade da polpa? • Considere que a densidade da água a 25°C é 997kg/m³. Prof. Julio Rocha11 Exemplos • Determine a gravidade específica de um mosto cervejeiro cuja densidade foi medida como 1,054g/cm³. Considere que a medida foi feita a 20°C e que a densidade da água nessas condições é 998kg/m³. Prof. Julio Rocha12 Atividade Superficial • Uma grande quantidade de alimentos é formada por dois ou mais componentes imiscíveis, esses materiais tem uma chamada camada limite interfacial; • As camadas são chamadas de fase contínua e fase dispersa; • Uma das principais características desses sistemas é a grande área superficial da fase dispersa na fase contínua. Prof. Julio Rocha13 Atividade Superficial h ttp://n sb.w ik idot.com /c-9-5 -5-4 • Os principais sistemas alimentícios formados por duas fases são espumas e emulsões; Prof. Julio Rocha14 Atividade Superficial https://boingboing.net/2008/08/21/ice-cream-is-an-igne.html • Espumas Prof. Julio Rocha15 Exemplos • Um kg base de sorvete foi produzida e apresenta uma densidade de 1,060g/cm³. Após o batimento atingiu-se um volume de 1,7 litros. Considerando as propriedades iniciais qual a densidade final? Calcule o overrun desse sorvete. Prof. Julio Rocha16 Exemplos O overrun é calculado considerando: Overrun=Vol .Espuma−Vol .Líquido Vol . Líquido x100 Prof. Julio Rocha17 Reologia e Viscosidade • A viscosidade é uma propriedade extremamente importante para alimentos, a sensação de boca dada por um alimento depende da sua viscosidade por exemplo; • A viscosidade de um alimento irá determinar as condições de escoamento e a energia necessária para bombeamento; • Por definição a viscosidade é a resistência de um material ao escoamento. Prof. Julio Rocha18 Reologia e Viscosidade https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Laminar_boundary_layer_scheme.svg • Modelo de escoamento Prof. Julio Rocha19 Reologia e Viscosidade • Tipos de fluidos • Uma vez que temos o modelo de camada limite o escoamento de um fluido se dá pela força ou tensão se cisalhamento; • O gradiente de velocidade com a qual ele se move é a taxa de cisalhamento; • O comportamento de um fluido devido à mudanças na tensão de cisalhamento é muito importante e pode ser diferente dependendo do tipo de fluido. Prof. Julio Rocha20 Reologia e Viscosidade • Fluidos Newtonianos: • Os chamados fluidos newtonianos possuem uma relação linear direta entre taxa de cisalhamento e tensão de cisalhamento. • Fluidos Não-newtonianos: • Fluidos pseudoplásticos: a viscosidade decresce com a taxa de cisalhamento; • Fluidos dilatantes: a viscosidade aumenta com a taxa de cisalhamento; • Fluidos plástico de Bingham ou Hershey-Buckley: existe uma resistência ao escomento até que o material começa a escoar, a relação entre taxa e tensão de cisalhamento pode ser linear. Prof. Julio Rocha21 Reologia e Viscosidade • Fluidos Não-newtonianos • Fluidos tixotrópicos: a estrutura se quebra e a viscosidade cai com a tensão de cisalhamento contínua; • Fluidos reopéticos: a estrutura se fortalece com a tensão de cisalhamento, ou seja a viscosidade aumenta; • Material viscoelástico: exibe propriedades viscosas e elásticas ao mesmo tempo, quando a tensão de cisalhamento é retirada do material ele não retorna ao estado inicial. Prof. Julio Rocha22 Reologia e Viscosidade https://www.youtube.com/watch?v=2mYHGn_Pd5M https://www.youtube.com/watch?v=2mYHGn_Pd5M Prof. Julio Rocha23 Reologia e Viscosidade (S teffe, 1996) • Tipos de fluidos Prof. Julio Rocha24 Reologia e Viscosidade Prof. Julio Rocha25 Reologia e Viscosidade Prof. Julio Rocha26 Reologia e Viscosidade Prof. Julio Rocha27 Reologia e Viscosidade Prof. Julio Rocha28 Reologia e Viscosidade Prof. Julio Rocha29 Reologia e Textura • Textura por definição é um atributo sensorial relacionado com a percepção tátil dada pelo alimento; • É um dos atributos sensoriais mais importantes, uma vez que uma textura inapropriada causa a rejeição do alimento pelo consumidor; Prof. Julio Rocha30 Reologia e Textura • Textura: • Propriedades mecânicas/reação do produto a pressão (dureza, viscosidade, fraturabilidade); • Propriedades geométricas (relacionadas ao tamanho e orientação das partículas no alimento: fibroso, granuloso, arenoso, floculento); • Propriedades relacionadas com a presença, liberação e adsorção de gordura, óleo ou umidade no produto (suculência, oleosidade, etc.). Prof. Julio Rocha31 Reologia e Textura • A Reologia por sua vez é a ciência que estuda a deformação de objetos sob a influência de forças aplicada sobre ele; • Diversos modelos são usados para interpretar textura e podem ser métodos sensoriais ou instrumentais. Prof. Julio Rocha32 Reologia e Textura Prof. Julio Rocha33 Comportamento Reológico Prof. Julio Rocha34 Comportamento Reológico Prof. Julio Rocha35 Comportamento Reológico Prof. Julio Rocha36 Comportamento Reológico Prof. Julio Rocha37 Propriedades Químicas • As propriedades físicas citadas são um reflexo das propriedades químicas; • Um alimento tem em sua composição uma grandevariedade de componentes químicos que modificam seu comportamento; • Alimentos são compostos de carboidratos, lipídios, proteínas, fibras, água e outros compostos minoritários. Prof. Julio Rocha38 pH • O pH é uma medida de propriedade química relevante para o processamento de alimentos; • É por definição o “potencial hidrogeniônico” sendo portanto uma medida da quantidade de íons H+ presentes no alimento; Prof. Julio Rocha39 Acidez • A maioria dos alimentos que consumimos tem algum tipo de acidez, alimentos alcalinos são bastante incomuns; • Vale ressaltar que acidez e pH são diferentes uma vez que a acidez remete ao total de ácidos presentes no meio e o pH à fração ionizada apenas. Prof. Julio Rocha40 Teor e tipo de Carboidrato • Os hidratos de carbono estão amplamente presentes nos alimentos e são divididos em açúcares e outros carboidratos; • Os carboidratos tem papel como fonte energética, sendo importantes do ponto de vista nutricional; • Tecnologicamente o papel é diferente, sendo responsável pela textura de alimentos, sabor e durabilidade. Prof. Julio Rocha41 Teor e tipo de Carboidrato • Os açúcares solúveis prendem a água dos alimentos, tendo importante papel na preservação de alimentos; • Os açúcares mais complexos como amidos, apresentam um papel de elevada relevância na textura de alimentos sólidos e corpo de bebidas; Prof. Julio Rocha42 Sólidos Solúveis • A presença de açúcares solúveis em um alimento líquido pode ser mensurada como teor de sólidos solúveis (não apenas o açúcar, mas outros componentes solúveis entram nessa medida); • A escala usual para medida de sólidos solúveis totais é dada em “°Brix”; • Por definição é o teor de sólidos solúveis por 100g de solução total. Prof. Julio Rocha43 Sólidos Solúveis • A presença de ácidos orgânicos como por exemplo o ácido cítrico causa um efeito de aumento dos sólidos solúveis, de modo que produtos alimentícios com teores elevados desse componente devem passar por uma correção dos valores; • Para sucos usamos um fator identificado como “ratio” que é a razão entre o teor de sólidos totais e a acidez titulável. Prof. Julio Rocha44 Exemplo • Um suco de laranja teve seu Brix mensurado como 10,5°Brix, sabendo que esse suco tem uma acidez de 0,65%, qual o valor corrigido para o teor de açúcares solúveis? Qual o “ratio” desse suco? Prof. Julio Rocha45 Propriedades Térmicas • Calor específico é uma propriedade da matéria, de modo que para cada substância temos um calor específico (cp); • Tal propriedades é responsável pela capacidade de um corpo transferir ou “armazenar” energia térmica; • Considere o caso do deserto e da praia. Prof. Julio Rocha46 Propriedades Térmicas Prof. Julio Rocha47 Propriedades Térmicas Substância kJ/kg °C Água 4,182 Ar 1,009 Alumínio 0,896 Cobre 0,385 Gelo (0°C) 2,09 Vidro 0,779 Carboidratos 1,424 Proteínas 1,549 Gordura 1,675 Prof. Julio Rocha48 Exemplo • Determine o calor específico de suco de laranja in natura com 10,5°Brix e um suco concentrado com 65°Brix. • Considere que o valor é a média ponderada entre os componentes do suco. *De maneira simplificada considere que o suco possui apenas água e carboidrato. Prof. Julio Rocha49 Exemplo • Determine o calor específico de uma mistura para ração de peixes cuja composição é: • Água: 11% • Carboidrato: 22% • Proteína: 57% • Gordura: 10% Prof. Julio Rocha50 Referências Bibliográficas • Fellows, P. J . Tecnologia do processamento de alimentos: princípios e prática. 2ª Edição, Porto Alegre: Artmed, 2006. • Steffe, J. F. Rheological methods in food process engineering. Journal of Food Engineering. 2nd ed., Vol. 23, Freeman Press, 1996. https://doi.org/10.1016/0260-8774(94)90090-6 https://doi.org/10.1016/0260-8774(94)90090-6 Slide 1 Introdução Introdução Introdução Introdução Densidade e Peso Específico Densidade e Peso Específico Densidade e Peso Específico Exemplos_clipboard0 Exemplos_clipboard1 Exemplos_clipboard2 Atividade Superficial_clipboard0 Atividade Superficial_clipboard1 Atividade Superficial Exemplos Slide 16 Viscosidade Viscosidade Viscosidade Viscosidade Viscosidade Slide 22 Viscosidade Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Reologia e Textura Reologia e Textura Reologia e Textura Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Propriedades Químicas pH Acidez Teor e tipo de Carboidrato_clipboard0 Teor e tipo de Carboidrato Sólidos Solúveis_clipboard1 Sólidos Solúveis Exemplo_clipboard2 Propriedades Térmicas_clipboard3 Propriedades Térmicas_clipboard4 Propriedades Térmicas Exemplo_clipboard5 Exemplo Referências Bibliográficas
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