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editora científica REGINALDO DA SILVA SALES Organizador qUÍM ICA REGINALDO DA SILVA SALES Organizador 2021 - GUARUJÁ - SP 1ª EDIÇÃO editora científica Copyright© 2021 por Editora Científica Digital Copyright da Edição © 2021 Editora Científica Digital Copyright do Texto © 2021 Os Autores EDITORA CIENTÍFICA DIGITAL LTDA Guarujá - São Paulo - Brasil www.editoracientifica.org - contato@editoracientifica.org Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative Commons. Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Parecer e Revisão Por Pares Os textos que compõem esta obra foram submetidos para avaliação do Conselho Editorial da Editora Científica Digital, bem como revisados por pares, sendo indicados para a publicação. O conteúdo dos capítulos e seus dados e sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. É permitido o download e compartilhamento desta obra desde que no formato Acesso Livre (Open Access) com os créditos atribuídos aos respectivos autores, mas sem a possibilidade de alteração de nenhuma forma ou utilização para fins comerciais. Química: ensino, conceitos e fundamentos 4 CORPO EDITORIAL Direção Editorial R e i n a l d o C a r d o s o J o ã o B a t i s t a Q u i n t e l a Editor Científico P r o f . D r . R o b s o n J o s é d e O l i v e i r a Assistentes Editoriais E l i e l s o n R a m o s J r . E r i c k B r a g a F r e i r e B i a n c a M o r e i r a S a n d r a C a r d o s o Bibliotecário M a u r í c i o A m o r m i n o J ú n i o r - C R B 6 / 2 4 2 2 Jurídico D r . A l a n d e l o n C a r d o s o L i m a - O A B / S P - 3 07 8 5 2 Química: ensino, conceitos e fundamentos 4 5 Robson José de Oliveira Universidade Federal do Piauí, Brasil Eloisa Rosotti Navarro Universidade Federal de São Carlos, Brasil Rogério de Melo Grillo Universidade Estadual de Campinas, Brasil Carlos Alberto Martins Cordeiro Universidade Federal do Pará, Brasil Ernane Rosa Martins Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Brasil Rossano Sartori Dal Molin FSG Centro Universitário, Brasil Edilson Coelho Sampaio Universidade da Amazônia, Brasil Domingos Bombo Damião Universidade Agostinho Neto, Angola Elson Ferreira Costa Universidade do Estado do Pará, Brasil Carlos Alexandre Oelke Universidade Federal do Pampa, Brasil Patrício Francisco da Silva Universidade CEUMA, Brasil Reinaldo Eduardo da Silva Sales Instituto Federal do Pará, Brasil Dalízia Amaral Cruz Universidade Federal do Pará, Brasil Susana Jorge Ferreira Universidade de Évora, Portugal Fabricio Gomes Gonçalves Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Erival Gonçalves Prata Universidade Federal do Pará, Brasil Gevair Campos Faculdade CNEC Unaí, Brasil Flávio Aparecido De Almeida Faculdade Unida de Vitória, Brasil Mauro Vinicius Dutra Girão Centro Universitário Inta, Brasil Clóvis Luciano Giacomet Universidade Federal do Amapá, Brasil Giovanna Moraes Universidade Federal de Uberlândia, Brasil André Cutrim Carvalho Universidade Federal do Pará, Brasil Silvani Verruck Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil Auristela Correa Castro Universidade Federal do Pará, Brasil Osvaldo Contador Junior Faculdade de Tecnologia de Jahu, Brasil Claudia Maria Rinhel-Silva Universidade Paulista, Brasil Dennis Soares Leite Universidade de São Paulo, Brasil Silvana Lima Vieira Universidade do Estado da Bahia, Brasil Cristina Berger Fadel Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil Graciete Barros Silva Universidade Estadual de Roraima, Brasil CONSELHO EDITORIAL Mestres, Mestras, Doutores e Doutoras Química: ensino, conceitos e fundamentos 6 CONSELHO EDITORIAL Juliana Campos Pinheiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Cristiano Marins Universidade Federal Fluminense, Brasil Silvio Almeida Junior Universidade de Franca, Brasil Raimundo Nonato Ferreira Do Nascimento Universidade Federal do Piaui, Brasil Marcelo da Fonseca Ferreira da Silva Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Brasil Carlos Roberto de Lima Universidade Federal de Campina Grande, Brasil Daniel Luciano Gevehr Faculdades Integradas de Taquara, Brasil Maria Cristina Zago Centro Universitário UNIFAAT, Brasil Wescley Viana Evangelista Universidade do Estado de Mato Grosso, Brasil Samylla Maira Costa Siqueira Universidade Federal da Bahia, Brasil Gloria Maria de Franca Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Antônio Marcos Mota Miranda Instituto Evandro Chagas, Brasil Carla da Silva Sousa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil Dennys Ramon de Melo Fernandes Almeida Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Francisco de Sousa Lima Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil Reginaldo da Silva Sales Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Mário Celso Neves De Andrade Universidade de São Paulo, Brasil Maria do Carmo de Sousa Universidade Federal de São Carlos, Brasil Mauro Luiz Costa Campello Universidade Paulista, Brasil Sayonara Cotrim Sabioni Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil Ricardo Pereira Sepini Universidade Federal de São João Del-Rei, Brasil Flávio Campos de Morais Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Sonia Aparecida Cabral Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Brasil Jonatas Brito de Alencar Neto Universidade Federal do Ceará, Brasil Moisés de Souza Mendonça Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Pedro Afonso Cortez Universidade Metodista de São Paulo, Brasil Iara Margolis Ribeiro Universidade do Minho, Brasil Julianno Pizzano Ayoub Universidade Estadual do Centro-Oeste, Brasil Vitor Afonso Hoeflich Universidade Federal do Paraná, Brasil Bianca Anacleto Araújo de Sousa Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil Bianca Cerqueira Martins Universidade Federal do Acre, Brasil Daniela Remião de Macedo Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Portugal Dioniso de Souza Sampaio Universidade Federal do Pará, Brasil Rosemary Laís Galati Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil Química: ensino, conceitos e fundamentos 6 7 CONSELHO EDITORIAL Maria Fernanda Soares Queiroz Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil Letícia Cunha da Hungria Universidade Federal Rural da Amazônia, Brasil Leonardo Augusto Couto Finelli Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil Thais Ranielle Souza de Oliveira Centro Universitário Euroamericano, Brasil Alessandra de Souza Martins Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil Claudiomir da Silva Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Brasil Fabrício dos Santos Ritá Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Brasil Danielly de Sousa Nóbrega Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre, Brasil Livia Fernandes dos Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre, Brasil Liege Coutinho Goulart Dornellas Universidade Presidente Antônio Carlos, Brasil Ticiano Azevedo Bastos Universidade Federal de Ouro Preto, Brasil Walmir Fernandes Pereira Miami University of Science and Technology, Estados Unidos da América Jónata Ferreira De Moura Universidade Federal do Maranhão, Brasil Camila de Moura Vogt Universidade Federal do Pará, Brasil José Martins Juliano Eustaquio Universidade de Uberaba, Brasil Adriana Leite de Andrade Universidade Católica de Petrópolis, Brasil Francisco Carlos Alberto Fonteles Holanda Universidade Federal do Pará, Brasil Bruna Almeida da Silva Universidade do Estado do Pará, Brasil Clecia Simone Gonçalves Rosa Pacheco Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Brasil Ronei Aparecido Barbosa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Brasil Julio Onésio Ferreira Melo Universidade Federal deSão João Del Rei, Brasil Juliano José Corbi Universidade de São Paulo, Brasil Thadeu Borges Souza Santos Universidade do Estado da Bahia, Brasil Francisco Sérgio Lopes Vasconcelos Filho Universidade Federal do Cariri, Brasil Francine Náthalie Ferraresi Rodriguess Queluz Universidade São Francisco, Brasil Maria Luzete Costa Cavalcante Universidade Federal do Ceará, Brasil Luciane Martins de Oliveira Matos Faculdade do Ensino Superior de Linhares, Brasil Rosenery Pimentel Nascimento Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Irlane Maia de Oliveira Universidade Federal do Amazonas, Brasil Lívia Silveira Duarte Aquino Universidade Federal do Cariri, Brasil Xaene Maria Fernandes Mendonça Universidade Federal do Pará, Brasil Thaís de Oliveira Carvalho Granado Santos Universidade Federal do Pará, Brasil Fábio Ferreira de Carvalho Junior Fundação Getúlio Vargas, Brasil Anderson Nunes Lopes Universidade Luterana do Brasil, Brasil Química: ensino, conceitos e fundamentos 8 CONSELHO EDITORIAL Carlos Alberto da Silva Universidade Federal do Ceara, Brasil Keila de Souza Silva Universidade Estadual de Maringá, Brasil Francisco das Chagas Alves do Nascimento Universidade Federal do Pará, Brasil Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva Gomes Universidade Federal do Pará, Brasil Arinaldo Pereira Silva Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Brasil Laís Conceição Tavares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Ana Maria Aguiar Frias Universidade de Évora, Brasil Willian Douglas Guilherme Universidade Federal do Tocatins, Brasil Evaldo Martins da Silva Universidade Federal do Pará, Brasil Biano Alves de Melo Neto Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil António Bernardo Mendes de Seiça da Providência Santarém Universidade do Minho, Portugal Valdemir Pereira de Sousa Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida Universidade Federal do Amapá, Brasil Miriam Aparecida Rosa Instituto Federal do Sul de Minas, Brasil Rayme Tiago Rodrigues Costa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Priscyla Lima de Andrade Centro Universitário UniFBV, Brasil Andre Muniz Afonso Universidade Federal do Paraná, Brasil Marcel Ricardo Nogueira de Oliveira Universidade Estadual do Centro Oeste, Brasil Gabriel Jesus Alves de Melo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Brasil Deise Keller Cavalcante Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro Larissa Carvalho de Sousa Instituto Politécnico de Coimbra, Portugal Susimeire Vivien Rosotti de Andrade Universidade Estadual do Oeste do Paraná Daniel dos Reis Pedrosa Instituto Federal de Minas Gerais Wiaslan Figueiredo Martins Instituto Federal Goiano Lênio José Guerreiro de Faria Universidade Federal do Pará Tamara Rocha dos Santos Universidade Federal de Goiás Marcos Vinicius Winckler Caldeira Universidade Federal do Espírito Santo Gustavo Soares de Souza Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo Adriana Cristina Bordignon Universidade Federal do Maranhão Norma Suely Evangelista-Barreto Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Larry Oscar Chañi Paucar Universidad Nacional Amazónica de Madre de Dios, Peru Pedro Andrés Chira Oliva Universidade Federal do Pará Química: ensino, conceitos e fundamentos 8 9 APRESENTAÇÃO D a s c i ê n c i a s n a t u ra i s c l á s s i c a s ( G e o l o g i a , B i o l o g i a , F í s i c a e Q u í m i c a ) , a Q u í m i c a é a i r m ã c a ç u l a . A p e s a r d i s s o , p a r a m u i t o s , e l a é a “ C i ê n c i a C e n t r a l ” . P o r t a n t o , c o m p r e e n d e r o s f u n d a m e n t o s d e s s a c i ê n c i a é e s s e n c i a l p a ra a c o m p re e n s ã o d o m u n d o m a t e r i a l . Fa l a n d o e m m a t e r i a l , a q u e l e d e c a n t a d o c o n c e i t o d e q u e “ m a t é r i a é t u d o a q u i l o q u e p o s s u i m a s s a e o c u p a l u g a r n o e s p a ç o ” r e s u m e , s i m p l i f i c a d a m e n t e , o o b j e t o d e e s t u d o d a c i ê n c i a d a s s u b s t â n c i a s e s u a s t r a n s f o r m a ç õ e s , a s a b e r o m u n d o m a t e r i a l . C e r t a v e z , l i n u m a n t i go l i v ro d e A r i s t ó t e l e s , i n t i t u l a d o “ Te r ra M a t re m ” , e m t ra d u ç ã o l i v re , “ M ã e N a t u re z a ” , u m a f ra s e t ã o s i m p l e s , m a s q u e a b a r c a a a m p l i t u d e d o e s t u d o d a Q u í m i c a . A r i s t ó t e l e s c o m e ç a o o p ú s c u l o f a z e n d o u m e s c l a r e c i m e n t o o n d e d i z q u e : “ o q u e s e r á t r a t a d o n e s s e l i v r o é s o b r e o m u n d o m a t e r i a l e n ã o s o b r e o m u n d o e s p i r i t u a l ” , e i s o c a m p o d e e s t u d o d a Q u í m i c a , o m u n d o m a t e r i a l , l o go , t o d a s a s s u b s t â n c i a s q u e f o r m a m n o s s o u n i v e r s o . C o m o o b j e t i v o d e c o n t r i b u i r n a c o m p r e e n s ã o d e s s e m a r a v i l h o s o m u n d o d a s s u b s t â n c i a s , a p r e s e n t a m o s Q U Í M I C A : E N S I N O , C O N C E I T O S E F U N D A M E N T O S . A s t r a n s f o r m a ç õ e s m at e r i a i s ex p e r i m e n t a d a s p e l a h u m a n i d a d e s a o l o n go d o s ú l t i m o s d o i s s é c u l o s p e r p a s s a p e l a e v o l u ç ã o d o s c o n c e i t o s e f u n d a m e n t o s d a Q u í m i c a , d e s e n v o l v i d o s p o r p e s q u i s a d o r e s e c i e n t i s t a s e m m u i t a s b a n c a d a s d e l a b o ra t ó r i o m u n d o a f o ra . A d e m a i s , a o s e d u c a d o re s , a t rav é s d o e n s i n o d o s p r i n c í p i o s q u í m i c o s c o m p e t e a m i s s ã o d e t o r n á - l o s a c e s s í v e l à c o m p r e e n s ã o d e t o d a a s o c i e d a d e . A o b r a r e ú n e t r a b a l h o s d e E d u c a ç ã o Q u í m i c a , Q u í m i c a Te ó r i c a , Q u í m i c a O rg â n i c a , F í s i c o - Q u í m i c a , Q u í m i c a A n a l í t i c a , B i o t e c n o l o g i a , E n e rg i a e C o m b u s t í v e i s , Fá r m a c o s , Q u í m i c a d e A l i m e n t o s , d e P ro d u t o s N a t u ra i s e d e P ro d u t o s d o d i a a d i a e , c o m o n ã o p o d e r i a f a l t a r , Q u í m i c a E x p e r i m e n t a l . A f i n a l , a Q u í m i c a é u m a c i ê n c i a e s s e n c i a l m e n t e ex p e r i m e n t a l . D e u m q u í m i c o d i v i d i d o e n t r e a b a n c a d a d e u m l a b o r a t ó r i o e a s a l a d e a u l a . B o a l e i t u r a ! Reginaldo da Silva Sales SUMÁRIO CAPÍTULO 01 EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA E OS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS: UMA PRÁTICA COLABORATIVA DE INVESTIGAÇÃO Cleitor Jacob Konrad; Everton Bedim ' 10.37885/210604904 .................................................................................................................................................................................. 14 CAPÍTULO 02 DESVENDANDO FATOS: EXTRAÇÃO DE DNA DE BULBO E FRUTOS POR MEIO DE ATIVIDADES REMOTAS E DE BAIXO CUSTO DESENVOLVIDA PELO PIBID Ana Julia Moreschi; Cassia Vieira Vargas; Dielle Cristina Anastacio; Fabricio Gonçalves Ferreira; Gabriela Moreira de Almeida; Guilherme Seminatti; Isabela Pereira Garcia; Naommy Kareana Miranda; Rafaela de Souza Barbosa; Saulo Ribeiro Andrade Silva; Thayná Victoria Silva do Nascimento; Ricardo Rodrigues Jimenez; Romualdo Luciano da Silva; Marcelo Fabiano André ' 10.37885/210504566 ..................................................................................................................................................................................27CAPÍTULO 03 DOMINÓ DOS GRUPOS FUNCIONAIS: UMA PROPOSTA DIDÁTICA NO ENSINO MÉDIO PARA ASSOCIAR A FÓRMULA ESTRUTURAL DOS GRUPOS COM SEU RESPECTIVO NOME Rodrigo Aparecido de Souza Ribeiro; Elói Luis Krüger; Tayane Regina Campanholi Santos ' 10.37885/210604946 ................................................................................................................................................................................. 39 CAPÍTULO 04 DECIFRANDO A COMPOSIÇÃO DOS DESODORANTES ANTITRANSPIRANTES: UMA VISÃO DO CONSUMIDOR SOBRE OS BENEFÍCIOS, COMPOSIÇÃO E CURIOSIDADES Melânia Lopes Cornélio; Elaine Cristina Castro Almeida ' 10.37885/210202977 .................................................................................................................................................................................. 48 CAPÍTULO 05 UMA REFLEXÃO NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE EQUILÍBRIO QUÍMICO A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR Cláudio Eduardo Rodrigues-Santos; Maria Clara Ramalho Freitas; Jaqueline da Rocha ' 10.37885/210303959 ................................................................................................................................................................................. 60 SUMÁRIO CAPÍTULO 06 DESPERTAÊ: UM PROJETO PARA MOTIVAÇÃO DE ALUNOS DO EJA À CONTINUIDADE DOS ESTUDOS Laura Carolina Gonçalves; Nivaldo Rodrigues Santos; Juliana Barretto Toledo; Adilson Aparecido Cardoso ' 10.37885/210504572 ................................................................................................................................................................................. 84 CAPÍTULO 07 O PAPEL DA PESQUISA NO ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO Paulo José Menegasso ' 10.37885/210604899 ................................................................................................................................................................................. 95 CAPÍTULO 08 ON TEACHING CHEMISTRY IN BRAZILIAN AND AMERICAN HIGH SCHOOLS: A BRIEF APPROACH Mayker Lazaro Dantas Miranda; Lindsey Smaka ' 10.37885/210504739 ............................................................................................................................................................................... 102 CAPÍTULO 09 O ENSINO DE MODELOS ATÔMICOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA ANÁLISE DOS TRABALHOS PUBLICADOS DO ENEQ Lucas Giacomet; Bruna Jamila de Castro ' 10.37885/210303637 ................................................................................................................................................................................ 114 CAPÍTULO 10 ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA PARA DEFICIENTES VISUAIS: UM LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO DOS ÚLTIMOS QUINZE ANOS Michele Batista dos Santos; Isabella Maria Buoro da Cruz; Estéfano Vizconde Veraszto ' 10.37885/210504791 ................................................................................................................................................................................ 128 CAPÍTULO 11 AVALIAÇÃO TOXICOLÓGICA DE ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS DE JUSTICIA PECTORALIS JACQ. (ACANTHACEAE) EM CERRADO GOIANO Amanda Mendonça Domingos; Marcelo Garcez Rodrigues; Marcos Rodrigo Beltrão Carneiro; Josana de Castro Peixoto; Lucimar Pinheiro Rosseto ' 10.37885/210504848 ............................................................................................................................................................................... 140 SUMÁRIO CAPÍTULO 12 A AVALIAÇÃO DA CURCUMINA E ANÁLOGOS EM QUÍMICA TEÓRICA PARA O DESENVOLVIMENTO DE POTENCIAIS INIBIDORES DA ENZIMA ACETILCOLINESTERASE Débora Pereira Araujo; Marcia Helena Rodrigues Velloso; Emanuel Henrique da Silva; Fagner Mulinari Lacerda ' 10.37885/210504633 ............................................................................................................................................................................... 159 CAPÍTULO 13 DETERMINAÇÃO DE AÇÚCARES REDUTORES, AÇÚCARES SOLÚVEIS TOTAIS E SACAROSE EM VINHAÇAS DA CANA-DE- AÇÚCAR Laira Sabrina Rosa dos Santos; Daiane Santos Zanelotti; Naiara Maria Pavani; Jacqueline Roberta Tamashiro; Daniel Angelo Macena; Lucas Henrique Pereira Silva; Fabio Friol Guedes de Paiva; Maíra Rodrigues Uliana; Angela Kinoshita ' 10.37885/210303948 ................................................................................................................................................................................170 CAPÍTULO 14 ANÁLISE MICROSCÓPICA DE SUJIDADES EM CAMARÕES SEM CASCA, VENDIDOS NO MUNICÍPIO DE BELÉM/PA Ricardo Bruno Pereira de Souza; Beatriz Garcia Moura Pinheiro; Higo Octavio Brochado Campos; Tamirys Pereira Correa; Ana Karolina dos Santos Barbosa; Maila Karen da Silva Palheta; Camila Cristine Ferreira Moura Lobato; Everton Lucas dos Reis Freitas Nunes; Cynthia Letícia Serra Cabeça; Elenildo Garcia de Almeida ' 10.37885/210504703 ................................................................................................................................................................................178 CAPÍTULO 15 MATÉRIAS-PRIMAS PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL: EXTRAÇÃO E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO ÓLEO DA BORRA RESIDUAL DO CONSUMO DE CAFÉ Juliana Limana Malavolta; Eloíza Perônio da Rosa; Natanael Nascimento Lencina ' 10.37885/210504742.................................................................................................................................................................................187 CAPÍTULO 16 EVOLUÇÃO DOS COMPONENTES GRAXOS NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL DE ÓLEO DE SOJA POR TRANSESTERIFICAÇÃO ALCALINA Benjamim Henrique de Lima e Silva; Amanda de Sena Gusmão; Marina Barros Cavalcanti; Suzana Pedroza da Silva ' 10.37885/210404101 ................................................................................................................................................................................204 SUMÁRIO CAPÍTULO 17 BIOMASSA DA UVA COMO MATÉRIA-PRIMA PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL: DA PESQUISA PARA A SALA DE AULA Juliana Limana Malavolta; Eduardo Andrades da Silveira; Eloíza Perônio da Rosa; Kelvin Machado Camargo ' 10.37885/210504743................................................................................................................................................................................222 CAPÍTULO 18 REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NA CULTURA QUÍMICA Juliana Alves de Araújo Bottechia ' 10.37885/210504872 ...............................................................................................................................................................................236 SOBRE O ORGANIZADOR ....................................................................................................................................248 ÍNDICE REMISSIVO .............................................................................................................................................249 01 Experimentação no Ensino de Química e os Três Momentos Pedagógicos: uma prática colaborativa de investigação Cleitor Jacob Konrad Everton Bedim ULBRA 10.37885/210604904 https://dx.doi.org/10.37885/210604904 Química: ensino, conceitos e fundamentos 15 Palavras-chave: Experimentação, Três Momentos Pedagógicos, Aprendizagem. RESUMO O presente trabalho descreve uma atividade experimental desenvolvida em uma turma de 3º ano do curso técnico em química integrado ao ensino médio em uma escola da rede estadual, localizada na Cidade de Dois Irmãos/RS. Este trabalho apresenta o de- senvolvimento de uma prática experimental a partir dos três momentos pedagógicos, com a finalidade de tornar o ensino de ciências (química orgânica) mais atrativo quando desenvolvido na prática. Os dados, que foram coletados por meio da observação da prática experimental, da discussão entre pares e da aplicação de um questionário di- retivo aos alunos,após interpretados foram analisados a partir de teóricos. A atividade desenvolvida instigou a participação ativa dos alunos, apontando um resultado satisfa- tório quanto ao entendimento dos alunos em relação aos conceitos de polaridade nas moléculas orgânicas. Química: ensino, conceitos e fundamentos 16 INTRODUÇÃO E APORTES TEÓRICOS A experimentação no ensino de Química tem sido defendida por diversos autores por- que se constitui em um recurso pedagógico importante, o qual pode auxiliar na construção de conceitos e de saberes referentes a ciência química no aluno. A construção de conceitos sobre química é importante porque, de acordo com Trespach, Güntzel e Bedin (2016, p. 625), “a Química é uma ciência que está constantemente presente na sociedade seja em produtos, medicamentos, alimentação, combustíveis, geração de energia, meio ambiente ou nas consequências para a economia entre outros”. Portanto, é preciso que os alunos tenham “o mínimo de conhecimento químico para poder participar na sociedade tecnológica atual” (TRESPACH; GÜNTZEL; BEDIN, 2016, p. 625). Neste aporte, por ser também uma ciência experimental, a química precisa ser apre- sentada aos alunos por diferentes veículos, sendo a experimentação um deles. Segundo Hodson (1988 apud BEDIN, 2019), os experimentos devem ser conduzidos visando diferentes objetivos, tal como demonstrar um fenômeno, ilustrar um princípio teórico, coletar dados, testar hipóteses, desenvolver habilidades de observação ou medidas ou adquirir familiaridade com aparatos instrumentais. Neste sentido, Reginaldo, Sheid e Güllich (2012) afirmam que a realização de experimentos representa uma excelente ferramenta para que o aluno faça a aquisição do conteúdo e possa estabelecer a conexão entre a teoria e a prática. Desse modo, é de fundamental importância que o conhecimento dessas relações teórico-práticasseja significativo para a constituição científica dos sujeitos, bem como para que estes possam observar e avaliar na ciência algo que se aproxima da própria realidade, despertando-nos, além do interesse e da curiosidade, uma visão construtiva em relação à ciência. Afinal, os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula devem proporcionar ao aluno a capacidade de reflexão em seu cotidiano, fazendo com que o sujeito expresse suas ideias, pensamentos e críticas (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002). Nesse contexto, as atividades experimentais podem proporcionar aos estudantes, quan- do desenvolvidas em meio a competências e a habilidades docentes, a tomada de decisão mais confiável, desenvolvendo a observação, a curiosidade e a autoconfiança (FERREIRA; HARTWIG; OLIVEIRA, 2010).Afinal, de acordo com Bedin (2019, p. 104), “a experimentação no ensino de química é uma forma de maximizar o conhecimento do educando, pois faz com que o mesmo se questione a respeito do fenômeno que está sendo apresentado”. Ainda, segundo o autor, “é interessante destacar que a experimentação no ensino de química deve apresentar um aspecto filosófico e uma vertente pedagógica antenados com as questões contemporâneas relativas à educação científica sobre o conteúdo” (BEDIN, 2019, p. 105). Nesta perspectiva, é compreensível que “aspectos ligados a experimentação devem ser considerados durante todo o processo” (BEDIN, 2019, p. 105). Assim, Hodson (1988 apud Química: ensino, conceitos e fundamentos 16 17 BEDIN, 2019, p. 105) ajuíza três aspectos que devem ser considerados no desenvolvimen- to de atividades experimentais: “1- a proposta do experimento; 2- o procedimento experi- mental; 3- os resultados obtidos”. Para o autor, cada aspecto tem uma função pedagógica específica. O 1º aspecto é importante no ensino e na compreensão do método científico; o 2º aspecto refere-se a ideia de aumentar a motivação dos alunos e ensinar-lhes as tarefas manipulativas; e, o 3º aspecto contribui para a aprendizagem dos conceitos científicos. Considerando o escrito, e tendo em vista as dificuldades apresentadas por alunos para o entendimento dos conceitos científicos, é necessário que o docente desenvolva a experi- mentação por meio de metodologias de ensino em um viés investigativo, a fim de que o aluno possa participar ativamente do processo. A exemplo, este texto objetiva-se apresentar uma discussão relacionada a uma atividade experimental desenvolvida à luz dos Três Momentos Pedagógicos – 3MP – (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002): 1º: problematização inicial; 2º: organização do conhecimento e 3º: aplicação do conhecimento. Esta atividade teve por objetivo instigar a participação dos sujeitos em todas as etapas. Afinal, as atividades experimentais que exemplificam a importância da ciência podem contribuir para o melhor entendimento da disciplina (GUIMARÃES, 2009), e “as estratégias didáticas cooperativas são alternativas que contribuem para este processo, tornando o aluno mais ativo e autônomo” (DA SILVA; BEDIN, 2019, p. 67). Perpassando tais aspectos, foi necessário inserir no desenvolvimento da atividade expe- rimental a metodologia dos 3MP para instigar no sujeito a aprendizagem, quiçá, significativa em relação ao tema polaridade. Os 3MP foram considerados a partir da concepção de que o ensino por meio da experimentação, para ser expressivo à aprendizagem do aluno, deve ocorrer através da problematização dos conteúdos, servindo “para fortalecer as metodologias de ensino do professor e qualificar o processo de aprendizagem” (BEDIN, 2019, p. 105), sen- do necessário contextualizar os conhecimentos aprendidos pelos alunos. Afinal, entende-se que a “prática profissional se faz em caminhos de certezas e incertezas, decorrentes das metodologias utilizadas e da singularidade, assim como das especificidades e dos conflitos de valores dos sujeitos envolvidos no processo” (BEDIN; DEL PINO, 2018b, p. 223) METODOLOGIA DA PESQUISA O experimento foi realizado em uma aula para o terceiro ano do Curso Técnico em Química integrado ao Ensino Médio na disciplina de Química Orgânica, em uma escola da rede estadual de ensino, localizada na cidade de Dois Irmãos, Rio Grande do Sul. A aula prática foi realizada no laboratório da escola, totalizando 5 períodos de aula (50 minutos cada período). A turma era composta por 7 alunos, sendo o número de meninas (4) superior ao de meninos (3). Química: ensino, conceitos e fundamentos 18 Para desenvolver o experimento com os alunos, o professor considerou os 3MP de Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002) (problematização inicial; organização do conheci- mento e aplicação do conhecimento). No primeiro momento pedagógico, o professor propôs um desafio inicial, instigando o estudante a pensar sobre o conceito de molécula polar e apolar. No segundo momento pedagógico, o professor apresentou aos alunos os objetivos da proposta a ser desenvolvida, enfatizando a teoria sobre interações intermoleculares, a pesquisa em referências bibliográficas sugeridas e a aplicação do experimento da Síntese da Ciclohexanona. No terceiro momento pedagógico, o docente realizouuma ação para o aluno aplicar o conhecimento construído, instigando-o a uma reflexão crítica sobre o experimento, a qual ocorreu por meio da resolução de um questionário. Para o primeiro Momento Pedagógico, os alunos foram instigados a pensar, a partir da teoria trabalhada em sala de aula, como o conceito de polaridade era empregado na prática e entendido no contexto social. O experimento proposto para o segundo Momento Pedagógico foi a Síntese da Ciclohexanona, uma cetona intermediária utilizada na produção do Nylon. Para tanto, a parte experimental foi desenvolvida com base nas 5 etapas a seguir: i) No frasco de erlenmeyer de 250 mL, dissolveu-se 30 g de dicromato de sódio em 50 mL de ácido acético glacial, aquecendo-se um pouco, para dissolver, resfriando-o posteriormente até 15ºC;ii) Misturou- se, em outro frasco de erlenmeyer de 250 mL, 31,6 mL de ciclohexanol e 20 mL de ácido acético glacial, deixando resfriar até 15ºC;iii) Verteu-sea solução de dicromato de sódio sobre a solução de ciclohexanol, agitando bem e retirando do banho de gelo. A temperatura do meio subiu até 60ºC, sendo preciso manter a mistura nesta temperatura durante 30 mi- nutos, utilizando banho de gelo quando necessário; iv) Após abrandada a reação, deixou-se esfriar até a temperatura ambiente e verteu-se o conteúdo do frasco sobre 500 mL de água gelada; v) Transferiu-se a mistura para um funil de separação e se extraiu com 4 porções de 70 mL de éter etílico. Após a parte prática, os alunos responderam um questionário com o objetivo de pensar, analisar, socializar e refletir sobre a construção de conceitos destes em relação à questão do conceito de polaridade, findando-se o terceiro Momento Pedagógico. O questionário foi composto pelas seguintes questões: 1. Qual ou quais os componentes são os que ficam na parte inferior do funil de decan- tação?Justifique. 2. Qual ou quais os componentes são os que ficam na parte superior do funil de de- cantação? Justifique. 3. O éter etílico é polar ou apolar? 4. Qual a função do éter etílico? Química: ensino, conceitos e fundamentos 18 19 5. A cicloexanona é polar ou apolar? Justifique? Ademais, em relação à atividade experimental, o professor-pesquisador, por meio da observação, buscou identificar a existência da mudança de comportamento e atitude dos alunos em relação à colaboração, a interação e a construção de conceitos coletivamente, a fim de diagnosticar dificuldades na aprendizagem. Afinal, para Da Silva e Bedin (2019, p. 69), o convívio entre os sujeitos propicia “o desenvolvimento pleno do indivíduo, já que a relação entre os integrantes de um grupo específico não é apenas uma troca de significados, mas um processo de desenvolvimento autônomo construído em conjunto com indivíduos que se promovem intelectualmente”. Ou seja, o trabalho coletivo e colaborativo emerge da participação entre os alunos no processo de ensinagem, sendo este “primordial para a definição de conceito, não visando à uniformização, mas à heterogeneidade que possibilita novas formas de relações entre pares” (BEDIN; DEL PINO, 2015a, p. 47) Ademais, os dados coletados por meio da observação e do questionário aos alunos são expostos abaixo à luz de teóricos da área. RESULTADOS E DISCUSSÃO As respostas referentes ao questionário foram coletadas no caderno de laboratório e organizadas nas tabelas apresentadas abaixo. Destaca-se que, para cada questão, agru- pou-se uma reflexão em relação às colocações dos sujeitos, suas ações e interações, bus- cando validar a atividade desenvolvida com foco na aprendizagem. Ainda, destaca-se que a atividade desenvolvida apresentou um caráter colaborativo de viés investigativo porque se acredita que no desenvolver da prática pedagógica o aluno deve ter uma atitude ativa, sendo necessário que o docente “considere práticas e situações desafiadoras para provocar conflitos cognitivos de assimilação e contextualização, responsáveis pela aprendizagem” (BEDIN; DEL PINO, 2017a, p. 157). Quanto questionados por meio da questão: “Qual ou quais os componentes ficam na parte INFERIOR do funil de decantação?”, todos os alunos apontam água e ácido acético; logo, é possível observar que os alunos entendem que as moléculas de água e de ácido acético são miscíveis, ou seja, polares. Também foi mencionado pelos alunos, por meio do funil de separação, conforme imagem abaixo, que a água é o composto de maior densidade, portanto fica na parte inferior (princípio de separação do funil por meio da di- ferença de densidade entre líquidos), e o ácido acético está em menor quantidade, sendo solubilizado na água. Química: ensino, conceitos e fundamentos 20 Imagem 1. Realização da atividade experimental. Por meio das reações orgânicas estudadas na teoria, percebe-se que os alunos con- seguem entender que o ácido acético, que eventualmente poderia estar presente na parte inferior, é a substância que não reagiu. Assim, percebe-se que a atividade experimental, para ser desenvolvida em um viés conceitual, o qual possibilita ao aluno compreender o fe- nômeno por meio da investigação, deve ser “um processo situado em um contexto histórico e social, que exige uma ruptura com procedimentos acadêmicos inspirados nos princípios positivistas da ciência moderna” (BEDIN, 2019, p. 109). Isto é, na experimentação deve-se possibilitar ao aluno a vivência da prática, bem como da construção de ideias e troca de conhecimentos, a fim de que argumentos sejam construídos e os saberes ressignificados. Afinal, é por meio da interação ativa que os alunos deixam de ser meros expectadores e passam a ser participantes ativos na construção do próprio saber (DA SILVA; BEDIN, 2019). Em relação à questão 2, a qual instigava os sujeitos por meio do questionamento: “Qual ou quais os componentes ficam na parte SUPERIOR do funil de decantação?”, tem-se que estes respondem, em sua totalidade, éter, ciclohexanol e ciclohexanona. Ou seja, é possível observar que os alunos concluíram que as moléculas de éter etílico, ciclohexanol e ciclohexanona são apolares e, portanto, não se solubilizam com os componentes pola- res da parte inferior. Os alunos, também, mencionaram a correlação entre polaridade e o tamanho da cadeia carbônica, afirmando que quando há o aumento da cadeia carbônica (massa molecular), a molécula torna-se apolar, correlação ao ciclohexanol e ciclohexanona. Desta forma, por meio das reações orgânicas estudadas na teoria, os sujeitos conseguiram entender que o ciclohexanol,que eventualmente poderia estar presente na parte inferior, é a substância que não reagiu. Em relação à terceira questão: “O éter etílico é polar ou apolar?”, a tabela 1 apre- senta as colocações dos alunos. Química: ensino, conceitos e fundamentos 20 21 Tabela 1. Respostas dos alunos em relação a questão: O éter etílico é polar ou apolar? Aluno 1 Apolar Aluno 2 Apolar Aluno 3 Apolar Aluno 4 Apolar Aluno 5 Não souberam responder Aluno 6 Não souberam responder Aluno 7 Não souberam responder Como destacado na tabela 1, dos 7 alunos participantes, 4 mencionaram que o éter etílico é uma molécula apolar e os outros 3 alunos, inicialmente, ficaram em dúvida sobre a polaridade da substância. Após a realização de uma pesquisa sobre a teoria de interações moleculares, os 3 alunos que haviam ficado na dúvida concluíram que o éter etílico é apolar. Ressalva-se que a pesquisa foi realizada no site da Revista Química Nova na Escola, no laboratório de informática da escola. A proposta foi direcionada pelo docente, que sugeriu o artigo científico para leitura: Interações Intermoleculares(ROCHA, 2001), encontrado nos Cadernos Temáticos da revista como fonte de pesquisa. Após a leitura, os alunos realizaram uma discussão e, neste ponto, por meio da interação e do diálogo colaborativo em pares, foi possível perceber mudança na concepção dos três alunos que não souberam responder. Neste sentido, considerando a aprendizagem colaborativa, acredita-se que para o sujeito construir conhecimentos, tendo como referência seus colegas e seu professor, este último como potencializador do processo de aprendizagem, “o objeto de estudo e o mundo ao qual pertence, é preciso estruturar, internalizar e contextualizar as informações da sua vivência em forma de saber científico” (BEDIN; DEL PINO, 2017a, p. 156). Isto é, é preciso que o aluno consiga conectar-se com outras experiências, a fim de aprender de forma sig- nificativa, como o que aconteceu por meio da troca com os colegas ou pela leitura do artigo indicado pelo professor. Este desenho é importante na experimentação em sala de aula porque na aprendiza- gem colaborativa a atenção não é centrada apenas no momento presente do aluno ou nos conteúdos ministrados, mas, como ressalvam Bedin e Del Pino (2015b, p. 190), “no seu futuro como cidadão, como desenvolvimento de habilidades pessoais que podem trazer benefícios sociais e profissionais”. A mudança na concepção dos alunos derivado trabalho coletivo e da aprendizagem entre os pares, instigando-os “para viver de forma mais autônoma”; a apren- dizagem colaborativa fortalece o vínculo do aprender por meio da experimentação porque ocorre por meio de “um conjunto de atividades desenvolvidas em parceria, isto é, um grupo de pessoas (professor e alunos) que busca atingir algo ou adquirir novos conhecimentos por meio da interação e troca de saberes e experiências” (BEDIN; DEL PINO, 2018a, p. 70). Química: ensino, conceitos e fundamentos 22 Uma pergunta investigativa foi realizada aos alunos, os quais necessitaram apontar qual foi à função do éter etílico na síntese do composto orgânico. A tabela 2 apresenta as colocações dos sujeitos. Tabela 2. Respostas dos alunos em relação a questão: Qual a função do éter etílico? Aluno 1 Separar a Ciclohexanona dos compostos apolares Aluno 2 Separar a Ciclohexanona dos compostos apolares Aluno 3 Separar a Ciclohexanona dos compostos apolares Aluno 4 Separar a Ciclohexanona dos compostos apolares Aluno 5 Separar a Ciclohexanona dos compostos apolares Aluno 6 Separar a Ciclohexanona e o Ciclohexanol dos compostos apolares Aluno 7 Separar a Ciclohexanona e o Ciclohexanol dos compostos apolares De acordo com os dados apresentados na tabela 2, é possível compreender que os alunos entendem que a função do éter etílico é separar os compostos apolares da fase superior dos compostos polares da fase inferior. Portanto, o éter solubiliza os compostos apolares, separando-osda fase polar. Apenas dois alunos mencionaram a solubilização da ciclohexanona e do ciclohexanol nesta etapa e os demais, cinco alunos, somente a ciclohe- xanona. Isto, talvez, tenha ocorrido em função da proposta da atividade experimental, que enfatizava a Síntese da Ciclohexanona e a separação da mesma. Ou seja, os alunos deixa- ram de relacionar que os reagentes não foram totalmente convertidos em Ciclohexanona, a reação não teve rendimento de 100%, assunto que não foi abordado na parte teórica. Neste sentido, os alunos foram instigados a pensar sobre a questão e construírem uma resposta plausível. Este momento, de interação e colaboração entre os sujeitos, mos- trou-se significativo no sentido de a aprendizagem acontecer entre pares, possibilitando a aprendizagem coletiva por meio da experimentação. Este desenho é importante porque “a aprendizagem, quando concebido de forma colaborativa e dialógica, perpassa por um pro- cesso de construção eorganização de conhecimentos” (BEDIN; DEL PINO, 2015a, p. 76). Afinal, “a experimentação não deve ser usada apenas para validar uma teoria, mas deve permitir a interação do estudante com os modelos, problematizando os conhecimentos de forma crítica, dinâmica e dialógica” (DA SILVA JÚNIOR; PARREIRA, 2016, p. 69). Em relação a questão: “A Ciclohexanona é polar ou apolar. Justifique?”, todos os alunos apontaram que a mesma é apolar; logo, pode-se perceber que os alunos entenderam o conceito de polaridade nas moléculas orgânicas, considerando o experimento realizado de forma colaborativa.Além disso, com o auxílio do Kit Molecular Modeling Kit, foi possibilitada aos sujeitos a visualização em 3D do grupo funcional da cetona (grupo carbonila em uma molécula cíclica e o elevado número de átomos que compõem a estrutura), demonstrando que a elevada massa molecular da molécula torna- a apolar. Apesar de a atividade experimental proposta ser orientada por um roteiro predetermi- nado, e o docente orientar os alunos em o que e como fazer, a proposta da experimentação Química: ensino, conceitos e fundamentos 22 23 colaborativa no laboratório da escola permitiu a percepção dos sujeitos em relação aos fenômenos de polaridade, e enriqueceu a atividade científica na medida em que havia interação e colaboração entre os sujeitos. Os alunos foram colocados frente a situação- -problema adequada, proporcionando a construção coletiva do próprio conhecimento sobre polaridade nas moléculas orgânicas. Afinal, quando os alunos trabalham colaborativamente eles argumentam e expõem suas ideias entre si, “trabalhando ativamente os seus conceitos, raciocinando sobre eles e refinando-os. Além disso, trabalhar em grupo também traz maior motivação para o membro, uma vez que o seu trabalho está sendo observado, avaliado e [...]comentado por outras pessoas” (BUCHINGER; HOUNSELL, 2012, p. 3). Assim, ressalva-se que a contextualização em relação à investigação a partir de fatos como fator essencial no processo de evolução conceitual dos alunos é de extrema impor- tância, de acordo com Zuliani (2006). Ou seja, por meio da aula prática pode-se perceber que, dentre os sete alunos que compõem a turma, todos tiveram aprendizagem expressiva em relação ao assunto polaridade nas moléculas orgânicas, ora de forma individual ora de forma coletiva. Ademais, para Finger e Bedin (2019, p. 12), “contextualizar no ensino de química é uma forma de qualificar e aprimorar a aprendizagem, para que os alunos consigam relacionar os saberes da sociedade com os conteúdos científicos”. Afinal, é importante que a experimentação ocorra de forma contextualizada para emergir saberes e despertar nos alunos “interesse próprio pelo assunto para usufruir desses saberes e, de forma positiva, intervir no meio social em que se situam” (FINGER; BEDIN, 2019, p. 13). Assim, compreende-se que quando o professor desenvolve aulas à luz de metodologias contextualizadas, instigando os sujeitos a pensarem cientificamente por meio da experi- mentação, aproximando os dois extremos (teoria e prática), a aprendizagem e a motivação são garantidas, a fim de que os sujeitos consigam construir conhecimentos sólidos a partir da interpretação de fenômenos. Ademais, não se “deve implicar na separação da atividade experimental do processo de desenvolvimento teórico dos conceitos químicos pertinentes ao tema abordado, pois a teoria é um processo inerente à aprendizagem” (BEDIN, 2019, p. 113). Portanto, como destacam Da Silva e Bedin (2019, p. 80), “a motivação despertada por estas aulas experimentais deve ser utilizada pelos professores a favor da aprendizagem cooperativa dos alunos; logo, é importante que os professores utilizem atividades práticas para tornar o conteúdo mais interpretativo aos discentes”. CONCLUSÃO Os alunos evidenciaram capacidade de utilizar o conteúdo conceitual e procedimental em busca de resolução do problema por meio da colaboração e da dialogicidade à luz da atividade experimental. Do ponto de vista cognitivo, definir se uma substância orgânica é Química: ensino, conceitos e fundamentos 24 polar ou apolar pode implicar apenas em procedimento mecânico, se os alunos estudassem apenas a teoria. Entretanto, utilizando a experimentação de forma colaborativa, os alunos podem visualizar e entender, além da prática de um químico orgânico de laboratório, as rela- ções que se estabelecem no próprio contexto cultural, por exemplo, ao temperar uma salada. No ensino por investigação, os alunos foram colocados em uma situação que exigia destes a realização de pequenas pesquisas, combinando simultaneamente conteúdos con- ceituais, procedimentais e atitudinais. Esta ação, em um viés experimental aliado a teoria por meio de uma metodologia ativa, foi rica para fazer com que os sujeitos se tornassem autônomos no processo de aprendizagem, logrando conhecimentos e saberes para além da sala de aula. Portanto, acredita-se que a experimentação no ensino de química é uma estratégia docente que transpassa a ideia de interligar a teoria e a prática, tornando-se uma ação que possibilita ao aluno, além da construção de conceitos de forma autônoma e crítica, o desen- volvimento do pensamento reflexivo e da argumentação científica. Além do mais, acredita-se que atividades como esta possam ser proliferadas nas diferentes escolas do país, quiçá nas universidades, pois o desenvolvimento de um experimento de caráter colaborativo é signifi- cativo na medida em que se entende que a aprendizagem colaborativaocorre por meio da troca de informações e do compartilhamento de conhecimentos. REFERÊNCIAS 1. BEDIN, E. 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Interações e intercessões em rodas de conversa: espaços de formação inicial docente. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 99, n. 251, 222- 236, 2018b. Disponível em: https://doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.99i251.3383. Acessado em: 17 abr. 2020. 7. BUCHINGER, D.; HOUNSELL, M. S. Colaboratividade em um Jogo Computacional Distribuído para Ensino sobre Dengue. In: XIII Congresso Brasileiro em Informática em Saúde–CBIS 2012, Brazil. 2012. 8. DA SILVA, C. S.; BEDIN, E. A METODOLOGIA COOPERATIVA NO ENSINO DE QUÍMICA: O ALUNO COMO CONSTRUTOR DE SUA APRENDIZAGEM. Revista de Educação, Ciências e Matemática, v. 9, n. 2, 2019. Disponível em: http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/ recm/article/view/4938. Acesso em: 10 fev. 2020. 9. DA SILVA JÚNIOR, E. A.; PARREIRA, G. G. Reflexões sobre a importância da experimenta- ção no Ensino da Química no Ensino Médio. Tecnia, v. 1, n. 1, p. 67-82, 2016. Disponível em: https://revistas.ifg.edu.br/tecnia/article/view/32/9. 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Acesso em: 17 abr. 2020. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/2177 02 Desvendando fatos: extração de DNA de bulbo e frutos por meio de atividades remotas e de baixo custo desenvolvida pelo Pibid Ana Julia Moreschi IFSP Cassia Vieira Vargas IFSP Dielle Cristina Anastacio IFSP Fabricio Gonçalves Ferreira IFSP Gabriela Moreira de Almeida IFSP Guilherme Seminatti IFSP Isabela Pereira Garcia IFSP Naommy Kareana Miranda IFSP Rafaela de Souza Barbosa IFSP Saulo Ribeiro Andrade Silva IFSP Thayná Victoria Silva do Nascimento IFSP Ricardo Rodrigues Jimenez IFSP Romualdo Luciano da Silva E.E. Dr. Nestor Sampaio Bittencourt Marcelo Fabiano André IFSP 10.37885/210504566 https://dx.doi.org/10.37885/210504566 Química: ensino, conceitos e fundamentos 28 Palavras-chave: Extração de DNA, PIBID, Aulas Remotas, Baixo Custo e Química. RESUMO Este trabalho foi realizado pelos participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), do Instituto Federal de São Paulo - Campus Catanduva, em conjunto com a E.E. Dr. Nestor Sampaio Bittencourt, remotamente, com o intuito de realizar um experimento de extração de DNA com materiais de fácil acesso e baixo custo. Para isso, a equipe selecionou os temas das aulas e a melhor abordagem, elaborando um plano de aula. Os alunos foram divididos em equipes, compostas por alunos da eletiva “Desvendando fatos” e participantes do PIBID, criando grupos no WhatsApp Messenger para facilitar a integração,cada equipe escolheu qual substrato utilizar – banana, tomate, cebola, morango e kiwi. Para a apresentação do experimento, foram utilizados recursos como vídeos e fotos da prática executada pelos participantes do PIBID, encaminhando- os para os alunos reproduzirem a mesma em suas casas. Química: ensino, conceitos e fundamentos 28 29 INTRODUÇÃO Em março de 2020, o Brasil foi paralisado pela pandemia do novo Coronavírus, a proteção contra a doença é o isolamento social e o uso de máscaras, por esse motivo as aulas presenciais foram suspensas e o ensino remoto foi a solução para a retomada das atividades educacionais. O conceito de educação foi repensado, adaptado e ampliado ao momento que estamos vivendo (SILUS, 2020). A tecnologia tem sido o grande pilar para a sustentação das aulas online e a garantia de emprego de milhões de pessoas, entretanto, não tem sido fácil lecionar nesse período de pandemia (SHINMI, 2021). Os educadores enfrentam dificuldades todos os dias e os alunos não se sentem diferentes (SILUS, 2020). Segundo Cordeiro (2020) os educadores tiveram que se reinventar para conseguir dar aula à distância através do ensino remoto e os alunos vivenciarem novas formas de apren- der, sem o contato presencial e caloroso da figura do professor. O ensino remoto tem sido a melhor estratégia para amenizar os atrasos e as defasagens escolares provocadas pela pandemia (COSTA, 2020). Os participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) vivenciaram a experiência como alunos da instituição do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSP) e como docentes da eletiva de química para a realização da experiência da extração do ácido desoxirribonucleico (DNA). Este artigo relata a experiência de extração de DNA a partir de frutas e bulbo (cebola) (NUNES, 2018). A eletiva, projeto interdisciplinar relacionado ao cotidiano com ênfase no mercado de trabalho, abordava o tema: “Desvendando os fatos” dentro da área forense, por esse moti- vo foi selecionado o experimento com o DNA. Os participantes do PIBID reuniram- se para aplicação da prática de extração com o intuito de a partir dessa inserir o conceito de reações químicas. No experimento em questão, utilizou-se frutas e bulbo, apresentando além das reações químicas envolvidas também a extração por maceração, a densidade, a separação de líquidos e sólidos e a definição de DNA, uma molécula presente no núcleo das células dos seres vivos que carrega toda a informação genética de um organismo. O objetivo foi abordar um experimento de baixo custo em que os alunos pudessem reproduzir em suas casas com segurança e compreender o assunto de maneira objetiva, supervisionado pelos participantes do PIBID e com o auxílio dos professores orientadores. Química: ensino, conceitos e fundamentos 30 RELATO DE CASO Elaboração da atividade A atividade foi idealizada e realizada no segundo semestre de 2020, um período mar- cado pela pandemia do vírus Sars-CoV-2. Período este que abrangeu um grande impacto na educação, diversas instituições acolheram o ensino remoto emergencial (ERE), uma configuração de ensino onde alunos e professores que estão privados em isolamento para suas próprias seguranças se encontram por meio de chats online (LEITE, 2020). Diante da situação vivida no momento foi deliberado pelos professores orientadores que todas as aplicações e práticas ocorressem de forma digital em consonância com orientações da portaria MEC nº 376 de 03 de abril de 2020 e nota da Reitoria nº 06, de 28 de abril de 2020. Partindo disso foram criados grupos através do Whatsapp Messenger para contato entre os alunos da E.E. Dr. Nestor Sampaio Bittencourt, e os participantes do PIBID do IFSP - Catanduva. Dentro da temática da eletiva foi montada uma lista de possíveis experimentos que seriam viáveis de aplicar para os alunos de forma remota e determinou- se várias estra- tégias para poder efetivar-se as propostas de atividades. Por fim foi decidido a elaboração do experimento de extração de DNA através de vídeos feito pelos participantes do PIBID. Com o experimento e forma de aplicação definidos foi elaborado um plano de aula conforme descrito por MORAIS, 2020. Ficando explícito os conteúdos abordados, como pro- cesso de extração por maceração, densidade, soluções e separação de líquidos e sólidos, e os resultados esperados, extração e visualização do DNA. Para uma aprendizagem mais significativa os alunos foram divididos em cinco grupos, cuja composição incluía cinco alunos da eletiva e dois participantes do PIBID, cada grupo ficou responsável pela extração do DNA de um substrato, sendo eles, banana, cebola, to- mate, morango e kiwi. Em seguida iniciou-se a etapa de pesquisa e gravação dos vídeos pelos participantes do PIBID, após essa gravação os vídeos foram apresentados aos orien- tadores e realizada algumas adequações. Após as mesmas a atividade foi executada em sala de aula virtual. Extração do DNA. Embora cada grupo tenha extraído o DNA de substratos variados, os materiais e procedimentos seguiram uma padronização garantindo assim que todos obtivessem uma aprendizagem análoga às outras. Além da padronização houve também o cuidado para que os materiais empregados fossem de fácil acesso e baixo custo. Química: ensino, conceitos e fundamentos 30 31 Materiais: • Substrato: 1 fruto ou bulbo para extração do DNA; • 2 copos de vidro acima de 200 mL; • Colher ou garfo; • 200 mL de água com temperatura entre 65°C a 80°C; • 20 mL de detergente neutro; • 15 gramas de sal de cozinha; • Peneira ou filtro de papel; • 200 mL de álcool etílico 92% com temperatura entre 10°C e 15°C. Procedimento: O primeiro passo foi a maceração do substrato, adicionou-se no copo o substrato e com o auxílio de um garfo ou colher amassou-se, no caso da cebola foi necessário picar a cebola antes de colocá-la no copo, em seguida adicionou-se a água, o sal e o detergente e com a colher ou o garfo misturou-se a solução formada, não se deve agitar muito, pois o detergente formará espuma e isso pode atrapalhar a visualização dos filamentos de DNA. Seguindo o experimento foi feita a filtração ou peneiração, a fim de separar a parte líquida dos sólidos do substrato, o produto desta separação foi colocado em outro copo de vidro. Por fim adicionou-se o álcool etílico, a adição foi feita cuidadosamente, utilizando a colher para escoar o álcool ou escorrer pelas bordas do copo. Para a visualização do DNA o sis- tema foi deixado em repouso por cerca de 10 minutos e os filamentos de DNA começaram a aparecer na divisão de fase entre o álcool e o substrato (BRITO, 2017). Segue abaixo a Figura 1 com demonstração dos materiais e execução dos procedimentos experimentais. Química: ensino, conceitos e fundamentos 32 Figura 1. Fluxograma contendo os materiais e métodos para a realização da extração do DNA. A apresentação da aula com os alunos foi realizada por vídeo chamada através da plataforma Google Meet, introduziu-se a aula com uma abordagem ao tema de DNA, ques- tionando os conhecimentos prévios dos alunos, foi bastante citado pelos estudantes, em diferentes grupos, a informação de que cada indivíduo possui sua própria sequência de DNA e que por ela é possível identificar as pessoas. Quando questionadas de onde adqui- riram essa informação, foram citadas por eles diversos seriados de entretenimento como “C.I.S. – New York”, “Criminal Minds” e vários outros. Também foi citado que com o DNA é possível identificar seus pais e familiares, essa informação foi adquirida por eles através de programas televisivos, como novelas, filmes e outros que abordam esse tema. Entretanto quando questionado como realizar a extração de DNA e se era possível ver ele todos os alunos citaram apenas exame de sangue, extração capilar e afins, revelando assim não possuírem o conhecimento da extração de DNA de frutas e bulbo da forma como o experi- mento os conduziu. Esta etapa obteve diferentes resultados apresentadospelos grupos, essa variação dos resultados se deu principalmente pela heterogeneidade de cada grupo, onde cada indivíduo carrega diferentes conceitos e formas de o expressar, esses adquiridos ao longo de sua vida (CENCI, 2020). Sendo assim, os dados obtidos são apresentados na Tabela 1. Química: ensino, conceitos e fundamentos 32 33 Tabela 1. Resultados de interação com alunos da eletiva antes do experimento. Grupos / Perguntas Grupo 1Banana Grupo 2 Cebola Grupo 3 Morango Grupo 4 Tomate Grupo 5 Kiwi Sabem o que é DNA? – Sim Sim Sim – Já viram o DNA? – Não Não Não – Acreditam conseguir extrair o DNA em casa? – Não Não Não – Acreditam conseguir visualizar o DNA em casa? – Não Não Não – Legenda: (–) - Não houve interação com os alunos. Fonte: Autoria Própria. Conforme visto na Tabela 1 dois grupos não conseguiram estabelecer contato com os alunos, além desses, os que obtiveram comunicação, já possuíam a informação de “o que é o DNA”, possivelmente um conhecimento adquirido por meio das séries e programas televisivos citados por eles, porém, nunca tiveram contato direto com o ele. Sendo assim, se tratava de um conceito teórico e abstrato. Quando questionados se acreditavam conseguir extrair e visualizar o DNA em suas casas todas as respostas foram negativas, isso expõem que há uma barreira dos alunos, que acreditam ser capazes de estudar ciências, contudo, não acreditam ser capazes de reproduzi-la (DORIGO, 2020). Explicação do experimento Cada etapa do experimento possui grande importância para visualização do DNA e para aprendizagem de química, nesse experimento trabalhou-se conceitos práticos da química, como a extração por maceração, formação de soluções, divisões entre sólido e líquido, que- bra de ligações, densidade de substâncias e suas influências por temperatura. Ao amassar o substrato, facilita-se a absorção da solução (água, detergente e sal), fazendo que haja interação com as células do meio. Com a adição de água, que deve estar morna ou quen- te, possibilita que as moléculas se agitem. Já o detergente, realiza a quebra de lipídio, em outras palavras, o detergente é o responsável do rompimento da bicamada lipídica que compõe a membrana plasmática, sendo assim, com a ação deste, o desmanche da célula se evidencia, removendo suas proteínas e tornando-se solúvel. O sal realiza um processo de osmose, extraindo o DNA do interior da célula para o meio. Sendo o DNA insolúvel em álcool, acontece uma precipitação, isso se deve a densidade – O DNA é menos denso que o álcool, assim foi possível visualizar os filamentos de DNA no sistema heterogêneo formado, tornando-se perceptível o aglutinamento do mesmo (GONÇALVES, 2020). Após a replicação do experimento pelos alunos, foi exposto por eles informações so- bre como se procedeu a extração e visualização, por meio de mensagens pelo Whatsapp Química: ensino, conceitos e fundamentos 34 Menssenger e por fotos enviadas também por este. Os dados baseados nas respostas e observações feitas por eles são apresentados na tabela 2. Tabela 2. Resultados dos alunos da eletiva após o experimento. Grupos \ Perguntas Grupo 1Banana Grupo 2 Cebola Grupo 3 Morango Grupo 4 Tomate Grupo 5 Kiwi Conseguiram extrair o DNA em casa? – Sim Sim Não – Conseguiram visualizar o DNA em casa? – Sim Não* Não – Legenda: (*) - Problemas com pectina. (–) - Não houve interação com os alunos. Fonte: Autoria Própria. Na tabela 2 é possível compreender que além dos grupos que não conseguiram es- tabelecer comunicação, um outro grupo não conseguiu realizar a extração, sendo este justificado pela falta de tempo dos alunos que estavam com excesso de atividades. Dos grupos que tiveram êxito na extração, apenas um conseguiu visualizar o DNA. O grupo que extraiu, mas não conseguiu visualizar, relatou ter visto no local dos filamentos de DNA uma “camada espessa branca’’. Imagens com os resultados esperados pela extração do DNA dos insumos escolhidos para a aula foram enviadas, para efeito de comparação entre os grupos participantes, con- forme se vê nas Figuras 2 a 6. Figura 2. DNA extraído do morango sobre diversos ângulos. Fonte: Autoria Própria. Química: ensino, conceitos e fundamentos 34 35 Figura 3. DNA extraído da banana sobre diversos ângulos. Fonte: Autoria Própria. Figura 4. DNA extraído do wiki sobre diversos ângulos. Fonte: Autoria Própria. Figura 5. DNA extraído da cebola sobre diversos ângulos. Fonte: Autoria Própria. Figura 6. DNA extraído do tomate sobre diversos ângulos. Fonte: Autoria Própria. Com o intuito de fixação dos conceitos trabalhados e absorvidos pelos alunos, foi desenvolvido uma poesia. Segundo Costa (2020) a poesia se faz como uma forma literária Química: ensino, conceitos e fundamentos 36 interdisciplinar, sendo essa interdisciplinaridade uma estratégia eficaz para absorção de conceitos e teorias novas, sendo assim a poesia foi elaborada e aplicada ao fim da atividade. DNA envolvente Agora irei fazer uma explicação consciente sobre o DNA, que ouvimos falar a respeito e frequentemente. Mas afinal, o que é a molécula de DNA tem a relacionar? De características físicas e fisiológicas, do nosso corpo e de outros seres vivos diretamente. A Molécula de DNA há de encontrar em organismos eucariontes e nas organelas chamadas de mitocôndrias. Também é encontrado no núcleo celular, Já nos organismos procariontes. Esse material se encontra de maneira dispersa E se encontra presente No citoplasma da célula DISCUSSÃO Como supracitado a decisão tomada para aplicação da atividade por meio do ERE foi através de vídeos, os participantes do PIBID junto dos professores orientadores os realizaram e conseguiram extrair o DNA com êxito. Contudo, o contato com os alunos foi prejudicado por causa do ensino remoto, diferente do planejado. Alguns grupos, mesmo com as abor- dagens por Whatsapp Messenger e chats online por meio do Google Meet, não obtiveram respostas e interação dos alunos, e neste sentido não foi possível saber se realizaram o experimento proposto o que prejudicou o processo de ensino aprendizagem por falta das habilidades e competências almejadas. Por outro lado, alguns grupos conseguiram interação e chegaram à realização do experimento até o ponto de visualização do DNA, esses grupos alcançaram os resultados esperados conforme a literatura apresenta. Um dos grupos, entretanto, teve dificuldades de visualização do DNA, foi observado uma “camada espessa branca”, esse problema foi apu- rado pelos participantes do PIBID e chegou-se à conclusão de ser uma camada de pectina, Química: ensino, conceitos e fundamentos 36 37 a partir disso houve uma busca na literatura sobre ela e esses foram mediados para o grupo que relatou essa experiência. Realizando a comparação entre os saberes iniciais dos alunos da eletiva, tabela 1, e os conhecimentos após o experimento, tabela 2, chegou-se à conclusão de que a respectiva temática de ensino, possibilitou o entendimento dos alunos da eletiva e ao mesmo tempo agregou conhecimento para os participantes do PIBID. A experiência de produção de vídeos da extração de DNA e aplicação desse através do ERE propiciou desenvolvimento, tanto acadêmico quanto profissional, de modo que os iniciantes à docência identifiquem a varie- dade e diversidade de uma sala de aula para, assim, conseguir envolver a todos da mesma maneira em práticas de ensino. A extração do DNA foi feita pelos participantes do PIBID e alguns alunos da eleti- va. A prática ocorreu como esperava-se se comparado com a literatura encontrada acerca do tema (BRITO, 2017). Já no caso em que a visualização foi prejudicada pela presença da pectina sabia-se por meio de FILHO, 2018 que esse poderia ser um resultado obtido. Nesse sentido, através deste trabalho, pode-se reforçar a importância que uma abor- dagem diferenciada para execução de aulas práticas, como estratégia didática e de baixo custo, facilitam a mediação do conhecimento e compreensão de conteúdos teóricos nas aulasde química. Além disso, fomentar experimentações acessíveis até mesmo em esco- las com poucos recursos e espaços adequados faz parte do processo de popularização da ciência. E com isso, enriquecer e humanizar a formação de todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, propiciando um conhecimento significativo e ao mesmo tempo contextualizado para superar o ensino fragmentado pelo distanciamento social (SILUS, 2020). REFERÊNCIAS 1. BRITO, I. A. JUNGES, L. J. S. F.; DA SILVA OLIVEIRA, J. M. Atividades práticas de ex- tração de DNA de diferentes materiais orgânicos como forma de estimular o ensino- -aprendizagem. Revista Maiêutica, Indaial, v. 5, n. 01, p. 41-56, 2017. disponível em <https://189-016-006-142.asselvi.edu.br/index.php/BID_EaD/article/view/1757/865>. Acesso em: 25 nov. 2020. 2. CENCI, C.; FERREIRA, G. P. C.; ANTÔNIO, M. D. T. UNIVERSIDADE INTEGRADA: O CO- NHECIMENTO DE ALUNO PARA ALUNO. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 10, n. 1, 14 fev. 2020. Acesso em 18 mai. 2021. 3. CHIESSE, A.; ROCHA, E. A.; AVELINO, J. L.; OLIVEIRA, L.; SILVA, L.; SILVA, R. M. B.; AS- SIS, M. E. S.; MOREIRA, M. M.; GARCIA, T. A.; ADÃO, T. M. S. Extração da molécula de DNA em frutas como ferramenta para auxiliar o ensino de biologia em turmas de ensino médio em uma escola no município de Volta Redonda -Rj. REVISTA PIBID – UGB/FERP - V.1, 2016, p. 4-8, 2016. Disponível em: <http://www.ugb.edu.br/pibid/revista/assets/docs/BIO- LOGIA_EXTRACAO-DA- MOLECULA-DE-DNA-EM-FRUTAS.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2020. http://www.ugb.edu.br/pibid/revista/assets/docs/BIOLOGIA_EXTRACAO-DA- http://www.ugb.edu.br/pibid/revista/assets/docs/BIOLOGIA_EXTRACAO-DA- Química: ensino, conceitos e fundamentos 38 4. CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, 58º. COSTA. E. R.; SILVA, E. M. M.; SILVA, C. M.; OLIVEIRA, L. A.; DIAS, K. G.; SILVA, . S.; ATÍDE, A. M. B.; SILVA, S. R.; ESPINDOLA, . M. M.; TRINDADE, N. S. Extração do DNA de frutas no ensino básico. Congresso brasileiro de química. 2018. Disponível em: <http://www.abq.org.br/cbq/2018/trabalhos/6/909-25805. html.> Acesso em: 13 dez. 2020. 5. COSTA, G. H. S. Química e literatura na sala de aula: crônicas periódicas. 2020. 67 f. Dis- sertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2020. Disponível em: <http://www.profqui.ufv.br/wp-content/uploads/2012/02/Produto- Educacional-Gustavo- -Henrique-dos-Santos-Costa.pdf>Acesso em: 19 mai. 2021. 6. DORIGO, A.; ANJOS, A.; MARCATO, A. C.; PIRES, D.; GONÇALVES, L.; ANHOLETO, L.; CHOLAK, L.; RAMALHO, M.; BORBA, R.; ORTELANI, M.; MELLO, D. Projeto Primeiros Passos na Ciência: Rompendo barreiras sociais e estreitando laços entre a comunidade acadêmica e o Ensino Médio público. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 11, n. 1, p. 47-59, 13 mar. 2020. Acesso em: 22 mai. 2021. 7. GONÇALVES, A.; LEMOS, A. C.; FURLAN, C. L.; DEL VALLE GARNERO, A. G como uma ferramenta didática. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 11, n. 1, 14 fev. 2020. Acesso em: 20 nov. 2020. 8. FILHO, L. J. A.; BARBOSA, M. S.; BATISTA, B. C. SILVA, M. P.; ARAUJO, A. B. S.; Extração de DNA utilizando diferentes plantas: uma alternativa para as sulas práticas de Bioquímica no ensino de Ciências e de Biologia. Anais do III Conapesc, Campina Grande, 2018. 9. MORAIS, I. R. D.; GARCIA, T. C. M.; RÊGO, M. C. F. D.; ZAROS, L. G.; GOMES, A. P. Ensino remoto emergencial, orientações básicas para elaboração de planos de aula. Cadernos de ensino mediados por TIC. Disponivel em: https://repositorio.ufrn.br/bitstre- am/123456789/29766/1/ENSINO%20REMOTO%20E MERGENCIAL_orientacoes_basicas_ela- boracao_plano_aula.pdf. Acesso em: 20 mai. 2021. 10. SANTANA, J. G. F.; FERNANDES, M. B.; LIMA, S. C. M. 16° SIMPEQUI - A utilização de ma- teriais alternativos no ensino de ciências/química no âmbito do PIBID IF Baiano Câmpus Guanambi, 06 a 08 de agosto de 2018. Disponível em: <http://www.abq.org.br/simpequi/2018/ trabalhos/90/601-26085.html.> Acesso em: 29 dez. 2020. 11. SHINMI, M. A importância da internet durante época de COVID-19. Disponível em https:// www.oxigenweb.com.br/artigos/a-importancia-da-internet-durante-epoca-de- covid-19/. 20 mar. 2020. Acesso em: 19 mai. 2021. 12. SILUS, A.; FONSECA, A. L. C; JESUS, D. L. N. Desafios do ensino superior brasileiro em tempos de pandemia da Covid-19: repensando a prática docente. Liinc em Revista, v. 16, n. 2, p. e5336, 11 dez. 2020. Acesso em: 22 mai. 2021. 13. ______. Nota da Reitoria nº 06, de 28 de abril de 2020. Disponível em: <https://www.ifsp.edu. br/images/reitoria/Comites/Covid19/Comite/ 14. ______. Portaria Mec nº 376, de 03 de abril de 2020. Disponível em: <https://www.in.gov.br/ en/web/dou/-/portaria-n-376-de-3-de-abrilde-2020-251289119>. Acesso em: 18 jun 2021. http://www.abq.org.br/cbq/2018/trabalhos/6/909-25805.html http://www.abq.org.br/cbq/2018/trabalhos/6/909-25805.html http://www.profqui.ufv.br/wp-content/uploads/2012/02/Produto- http://www.abq.org.br/simpequi/2018/trabalhos/90/601-26085.html http://www.abq.org.br/simpequi/2018/trabalhos/90/601-26085.html http://www.oxigenweb.com.br/artigos/a-importancia-da-internet-durante-epoca-de- http://www.oxigenweb.com.br/artigos/a-importancia-da-internet-durante-epoca-de- http://www.oxigenweb.com.br/artigos/a-importancia-da-internet-durante-epoca-de- 03 Dominó dos grupos funcionais: uma proposta didática no ensino médio para associar a fórmula estrutural dos grupos com seu respectivo nome Rodrigo Aparecido de Souza Ribeiro Elói Luis Krüger Tayane Regina Campanholi Santos 10.37885/210604946 https://dx.doi.org/10.37885/210604946 Química: ensino, conceitos e fundamentos 40 Palavras-chave: Química Orgânica, Ludicidade, Grupos Funcionais. RESUMO O estudo dos compostos orgânicos é muito importante para o ensino de Química, pois utilizamos essas substâncias na produção de combustíveis, medicamentos, alimentos e entre outros produtos. A Química Orgânica é uma área que estuda os compostos de carbono. Diante disso, o trabalho teve como objetivo criar e aplicar um jogo de dominó dos grupos funcionais para desenvolver de maneira lúdica habilidades necessárias para identificar e relacionar as fórmulas estruturais de cada grupo funcional com seus respec- tivos nomes. O trabalho foi realizado com os estudantes do 3º ano do ensino médio de uma escola pública do município de Nova Marilândia-MT. O diagnóstico realizado teve como partida um questionário antes e depois da aplicação do jogo, nele continha várias fórmulas estruturais de compostos orgânicos onde os estudantes tinham que reconhecer corretamente os grupos funcionais e seus nomes. O recurso possibilita uma aprendizagem mais significativa já que consegue prender a atenção dos estudantes, estimulando-os na construção de habilidades para compreender o conteúdo abordado. Química: ensino, conceitos e fundamentos 40 41 INTRODUÇÃO O estudo das substâncias é um dos principais pilares para o ensino de Química na Educação Básica, pois retrata fatores referente à estrutura, classificação, nomenclatura e situações onde essas substâncias podem ser empregadas. Existem inúmeras substâncias químicas e de acordo com suas propriedades são divididas em dois grandes grupo, os com- postos orgânicos e inorgânicos. Nesse contexto, o estudo desses compostos é muito importante para o ensino de Química, pois utilizamos essas substâncias na produção de combustíveis, medicamentos, ali- mentos e entre outros produtos, fato este que aproxima a disciplina com o cotidiano de todos. A Química Orgânica é uma área que estuda os compostos de carbono. Esses compos- tos são muito abundantes em nosso planeta e apresentam propriedades e características diferentes dos compostos inorgânicas, estando presente na matéria viva e não-viva. De acor- do com Solomons e Fryhle (2009), esses compostos são classificados em vários grupos que chamamos de funções orgânicas, e para que haja tal classificação é levado em consideração
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