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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO NORMAL E ED. PROFISSIONAL Unidade I

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Ana Cláudia Barreiro Nagy 
Colaboradores: Profa. Silmara Maria Machado 
Prof. Nonato Assis de Miranda
Profa. Renata Viana de Barros Thomé
Didática e Metodologia do 
Ensino Médio: Normal e 
Educação Profissional
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Professora conteudista: Ana Cláudia Barreiro Nagy
Ana Cláudia Barreiro Nagy é natural do Rio de Janeiro, onde cursou Magistério e começou a estudar na Universidade 
Federal do Rio de Janeiro. Graduou-se em Pedagogia na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Especializou-se em 
Psicopedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Cursa Letras (Português-Francês) na Universidade de São 
Paulo. É mestre em Educação: Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde iniciou o Doutorado 
em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem. Atualmente é professora titular da Universidade Paulista e líder das 
disciplinas Didática e Metodologia do Ensino Médio (Normal)/Ensino Profissional e Pedagogia Integrada.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
N582d Nagy, Ana Claudia Barreiro
Didática e metodologia do ensino médio: normal e educação 
profissional / Ana Claudia Barreiro Nagy. – São Paulo: Editora Sol, 
2014.
 72 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-009/14, ISSN 1517-9230.
1. Didática. 2. Ensino Médio. 3. Educação Profissional. I.Título.
CDU 373.5
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Lucas Ricardi Aiosa
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Sumário
Didática e Metodologia do Ensino Médio: Normal e 
Educação Profissional
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 EDUCAÇÃO BÁSICA E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL MÉDIO ........................................9
1.1 Entendendo a educação básica .........................................................................................................9
1.2 Educação básica no Brasil: um passeio pela história ............................................................. 10
2 EDUCAÇÃO BÁSICA: ETAPAS ..................................................................................................................... 13
2.1 Educação Infantil ................................................................................................................................. 14
2.2 Ensino Fundamental ........................................................................................................................... 15
2.3 Ensino Médio .......................................................................................................................................... 16
3 ENSINO MÉDIO NO CONTEXTO HISTÓRICO E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES .................... 18
4 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS 
DO ENSINO FUNDAMENTAL: CONTEXTUALIZANDO HISTORICAMENTE ........................................ 22
4.1 Formação de professores e a LDB 9.394/96 .............................................................................. 24
4.1.1 Formação de professores: Ensino Médio (normal) ou graduação em Pedagogia? ...... 28
Unidade II
5 ENSINO MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL .................................................................................... 36
5.1 Educação profissional no Brasil: contexto histórico .............................................................. 36
5.2 Educação profissional e a LDB 9.394/96 ..................................................................................... 39
5.3 Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio: uma nova organização 
por eixos tecnológicos ............................................................................................................................... 41
5.4 Serviços de apoio escolar: educação profissional técnica de nível médio na 
 área educacional ........................................................................................................................................ 42
5.4.1 Eixo Tecnológico: Apoio Educacional ............................................................................................ 44
6 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E A EMPREGABILIDADE ......................................................................... 48
7 DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA E DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: MÉTODOS 
E TÉCNICAS ............................................................................................................................................................ 52
7.1 Pensando sobre a Didática ............................................................................................................... 52
8 EDUCAÇÃO BÁSICA E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: MÉTODOS E TÉCNICAS ............................. 54
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APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Neste livro-texto você terá a possibilidade de compreender práticas pedagógicas desenvolvidas em 
variados contextos do Ensino Médio, nas modalidades normal (formação de professores) e educação 
profissional, e entrará em contato com as transformações político-econômicas, sociais e educacionais 
contemporâneas neste nível de ensino.
Outro viés desenvolvido neste material diz respeito a conhecer e analisar os fundamentos e práticas 
da educação no Ensino Médio e na educação profissional, assim como o apoio ao escolar, para que você 
possa refletir sobre a formação do professorda educação básica e também conhecer as metodologias 
indicadas aplicadas.
Quanto aos objetivos específicos, o livro-texto visa levá-lo a identificar e articular as metodologias 
de ensino às diferentes etapas da educação básica e profissional de nível médio, identificando a atuação 
do pedagogo no Ensino Médio, no curso Normal e na educação profissional e o apoio escolar nos 
diferentes espaços educativos. 
Para finalizar, você será convidado a refletir acerca da prática realizada nas escolas relacionadas às 
metodologias e sugestões didáticas, à luz das teorias e da legislação vigente em um processo reflexivo.
Espero que seja uma viagem interessante!
INTRODUÇÃO
Olá, aluno!
Começaremos a disciplina conhecendo a educação básica, etapa muito importante da escolaridade 
nacional, da qual fazem parte a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
Em seguida, faremos uma caminhada histórica a respeito do Ensino Médio e da educação profissional 
de nível médio, explorando especialmente o curso Normal, ou seja, específico para a formação de 
professores. 
Mais adiante, continuando nosso percurso, vamos discutir um pouco sobre a empregabilidade, para 
então chegarmos aos métodos e técnicas e às sugestões para o trabalho pedagógico com a educação 
básica e profissional.
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Unidade I
1 EDUCAÇÃO BÁSICA E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL MÉDIO
1.1 Entendendo a educação básica
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), em seu Artigo 21, define a 
composição dos níveis escolares, que são: 
I – educação básica, formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio;
II – educação superior.
A partir do disposto na legislação educacional, é necessário perceber o quão importante é a 
educação básica para o ser humano, visto que é em seu tripé que está fundamentado o processo de 
desenvolvimento educacional do homem para o pleno exercício de sua cidadania.
O Artigo 22 da mesma lei estabelece os fins da educação básica:
A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-
lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e 
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores 
(BRASIL, 1996).
Ainda nesta mesma Lei, no Artigo 23, é estabelecida sua organização:
A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos 
semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não 
seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou 
por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de 
aprendizagem assim o recomendar (BRASIL, 1996).
Para tanto, seu objetivo é assegurar a todos os brasileiros uma formação comum, indispensável para 
o exercício da cidadania, bem como propiciar meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
É durante a educação básica que o estudante toma posse dos conhecimentos mínimos 
necessários para exercer plenamente a cidadania. Esse é o período em que se espera propiciar 
o desenvolvimento de uma tomada de consciência sobre o futuro do profissional e a área do 
conhecimento à qual ele melhor se adaptar, tendo em vista sua formação – por exemplo, no nível 
posterior, a graduação.
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Unidade I
1.2 Educação básica no Brasil: um passeio pela história
Figura 1 
Para se compreender as várias mudanças da educação básica no contexto brasileiro, é fundamental 
conhecer as nuances históricas do país no que diz respeito aos processos educativos.
Posteriormente à Constituição Federal de 1988, o Brasil vem apresentando contornos bastante 
complexos, principalmente nos últimos anos. Deste modo, há questões de extrema importância a serem 
levantadas para esta análise. São elas:
A situação socioeconômica: a distribuição de renda e da riqueza no país determina o acesso e a 
permanência dos alunos no sistema escolar. Há vários estudiosos que vêm mostrando essa realidade, 
inclusive antes de 1988. Saviani (apud Cury, 2002, p. 167) afirma:
Sabemos que o aumento da permanência de estudantes na escola depende 
da realização do direito ao saber, sob um padrão de qualidade possível de 
ser incrementado. E sabemos também que não se deve exigir da escola o que 
não é dela, superando a concepção de uma educação salvífica e redentora. 
Problemas há na escola que não são dela, mas que estão nela e problemas 
há que são dela e obviamente podem também estar nela.
A necessidade de olhar a escola a partir desse ponto de vista é crer na possibilidade de superação, por 
meio de políticas sociais reais que redistribuam a renda. É também preciso considerar que a situação da 
educação escolar, enquanto tal, passa pela questão dos princípios de ordem metodológica, indispensáveis 
para uma análise adequada das políticas educacionais nacionais.
O conceito de educação básica: conceito pelo qual o olhar sobre a educação, como um todo, 
arma-se de uma nova significação.
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
A Constituição Federal de 1988, no capítulo próprio da educação, criou as 
condições para que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 
nº 9.394/96, assumisse esse conceito já no § único do art. 11 ao assinalar 
a possibilidade de o Estado e os municípios se constituírem como um 
sistema único de educação básica. Mas a educação básica é um conceito 
definido no art. 21 como um nível da educação nacional e que congrega, 
articuladamente, as três etapas que estão sob esse conceito: a Educação 
Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio (SAVIANI apud CURY, 2002, 
p. 169).
O que se pode perceber é que, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, foram introduzidos 
novos conceitos no texto legal sobre a educação nacional, que não eram abrangidos na LDB nº 5.692/71. 
A educação era dividida em graus – primeiro, segundo e terceiro. A junção e a consequente articulação 
dos dois primeiros graus geraram a visão da educação básica, o que é um avanço, já que passa a 
ter, como mencionado anteriormente, os objetivos de assegurar aos brasileiros uma formação comum, 
indispensável para o pleno exercício da cidadania, e proporcionar-lhes meios para progredir no trabalho 
e em estudos subsequentes.
Deste modo, podemos perceber que o conceito na legislação educacional nacional abrange uma 
nova visão de educação, fruto de muita luta e dedicação de educadores que se esforçaram para que 
anseios e necessidades da classe se transformassem formalmente em lei.
A educação básica é um conceito mais do que inovador para um país que, 
por séculos, negou, de modo elitista e seletivo, a seus cidadãos o direito ao 
conhecimento pela ação sistemática da organização escolar. Resulta daí que 
a Educação Infantil é a base da educação básica, o Ensino Fundamental é o 
seu tronco e o Ensino Médio é seu acabamento, e é de uma visão do todo 
como base que se pode ter uma visão consequente das partes (SAVIANIapud CURY, 2002, p. 170).
A ação responsável do Estado e suas obrigações correspondentes: a educação é um serviço público 
para desenvolvimento e resgate da cidadania, com obrigações e ações necessárias ao desenvolvimento 
de processos de educação dentro de um sistema educacional coerente.
A Constituição, ao invés de criar um sistema nacional de educação, como o 
faz com o sistema financeiro nacional, com o sistema nacional de emprego 
ou com o sistema único de saúde, opta por pluralizar os sistemas de 
ensino (art. 211) cuja articulação mútua será organizada por meio de uma 
engenharia consociativa e articulada com normas e finalidades gerais, por 
meio de competências privativas, concorrentes e comuns. A insistência na 
cooperação, a divisão de atribuições e a assinalação de objetivos comuns 
com normas nacionais gerais indicam que, nessa Constituição, a acepção 
de sistema dá-se como sistema federativo por colaboração tanto quanto de 
Estado Democrático de Direito.
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Unidade I
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional denominará tal pluralidade 
consociativa de Sistema de Organização da Educação Nacional, em seu Título 
IV. É desta concepção articulada entre os sistemas que decorre a exigência 
de um plano nacional de educação (art. 214 da Constituição Federal) que 
seja, ao mesmo tempo, racional nas metas e nos meios, e efetivo nos seus 
fins (SAVIANI apud CURY, 2002, p. 173).
 Lembrete
A Constituição de 1988 reconhece na educação um direito social e 
também um dever do Estado. Como estamos falando de um país composto 
de unidades federativas – no nosso caso, de 27 estados e do Distrito 
Federal e mais de 5.500 municípios – sabemos que vivemos em uma não 
centralização do poder.
Para cumprir a ação do Estado, determinada não só na Carta Magna do país, mas na atual Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, há a necessidade, respeitando as características particulares 
e singulares de cada localidade, da promoção de um procedimento cujo grau de unidade respeite a 
legislação e possibilite o desenvolvimento da formação comum a todos os estudantes brasileiros.
A pobreza (ou miséria) gerada pela desigualdade social extrema vivida no Brasil: a exclusão 
histórica e atual de um número significativo de estudantes provindos de famílias de baixa renda. 
No Brasil vivemos uma desigualdade extrema, atualmente medida por vários instrumentos de 
análise, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que nos mostra as condições em que vivem 
os habitantes de um país.
O que é Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)?
É uma medida comparativa que engloba três dimensões: a riqueza, a educação e a 
expectativa média de vida de um país, sendo também uma maneira padronizada de 
avaliação e medida do bem-estar de uma população. Este índice foi desenvolvido em 1990 
pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq e vem sendo utilizado desde 1993 pelo 
Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento no seu relatório anual. No ano de 
2009, o Brasil estava na 75ª colocação mundial, com um índice de 0,813, valor considerado de 
alto desenvolvimento humano. Mesmo assim, continua a ser internacionalmente conhecido 
por ser uma das sociedades mais desiguais do planeta, onde a diferença na qualidade de 
vida de ricos e pobres é imensa. Dados estatísticos recentes contidos na Pesquisa Nacional 
por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 
mostram que o quadro começa a se alterar. Entre 2001 e 2004, a renda dos 20% mais pobres 
cresceu cerca de 5% ao ano, enquanto os 20% mais ricos perderam 1%. Nesse mesmo 
período, houve queda de 1% na renda per capita e o Produto Interno Bruto (PIB) não 
cresceu significativamente. A explicação dos economistas brasileiros e também de técnicos 
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
do Banco Mundial para a redução das desigualdades está nos programas de distribuição 
de renda, como o Bolsa Família. No entanto, como mais de dois terços dos rendimentos 
das famílias brasileiras provêm do trabalho assalariado, há necessidade de crescimento da 
economia e do mercado de trabalho.
A escola, diante dessa realidade, acaba por absorver questões que são de sua alçada e outras 
que não são, pois recebe todas as pessoas, ricas ou pobres. Deste modo, há de ser considerado 
quem são os alunos que adentram as portas escolares, quais as suas características e qual a sua 
realidade social.
[...] por isso mesmo não é desprezível o impacto desta situação de fato 
sobre o conjunto do sistema educacional. Se 35 milhões de alunos 
estão matriculados no Ensino Fundamental, só 9 milhões estão no 
Ensino Médio, dos quais apenas 1,8 milhão concluem essa etapa do 
ensino. É de se perguntar se pode-se desconsiderar a desigualdade 
socioeconômica como geradora remota das dificuldades próximas 
que afetam o desempenho intraescolar dos alunos. Se a qualidade da 
Educação Básica, portanto, não é exclusiva ou privativa de nenhuma de 
suas etapas e/ou modalidades, então, o caráter indispensável articulado 
à cidadania e ao trabalho é próprio de toda a educação básica (SAVIANI 
apud CURY, 2002, p. 179).
Nesse sentido, cabe refletir sobre a questão da inclusão e exclusão social e sua implicação no 
contexto da educação básica. De que modo ela afeta a aprendizagem, o planejamento e a atuação 
docente?
Para tanto, a fim de subsidiar o desenvolvimento da educação básica, foram definidas, por meio da 
Resolução MEC/CNE/CEB nº 4, de 13 de julho de 2010, as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para 
a educação básica.
2 EDUCAÇÃO BÁSICA: ETAPAS 
Tomando por base a LDB 9.394/96 e de acordo com a Resolução CNE/CEB nº 4/2010 em seu 
artigo 21, temos etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento 
educacional:
I – a Educação Infantil, que compreende a creche, englobando as diferentes etapas do desenvolvimento 
da criança até 3 (três) anos e 11 (onze) meses, e a pré-escola, com duração de 2 (dois) anos;
II – o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) anos, que é organizado e 
tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais;
III – o Ensino Médio, com duração mínima de 3 (três) anos.
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Unidade I
2.1 Educação Infantil
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A demarcação da Educação Infantil como primeira etapa da educação básica, reconhecida pela Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, é o marco de uma conquista histórica para as políticas 
públicas educacionais. Ela vem reiterar, entre outras conquistas sociais asseguradas na Constituição 
Federal de 1988, a Educação Infantil como direito da criança e dever do Estado. 
A prática da Educação Infantil deve ser organizada segundo os Referenciais Curriculares Nacionais 
para a Educação Infantil – RCNEI1, com o intuito de subsidiar as políticas públicas de Educação Infantil. 
No RCNEI, o objetivo precípuo são as relações educativas travadas num espaço de convivênciacoletiva em que o sujeito é a criança. O cuidar e o educar constituem-se premissas básicas para o trabalho 
educativo com a criança dessa faixa etária, não deixando de ser permeado pelo brincar (MENDES, 2007).
Ainda segundo Mendes (2007), as situações educativas são ressaltadas no RCNEI a fim de que os 
educadores proponham atividades nas quais as crianças tenham respeitadas suas individualidades e 
peculiaridades, pois a dimensão dos conhecimentos está ligada aos processos constituintes da criança. 
No documento é proposto que as crianças desenvolvam determinadas capacidades, como:
• desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com 
confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações; 
• descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, 
desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
• estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e 
ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social; 
1 Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/eduinf_esp_ref.pdf>.
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• estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus 
interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes 
de ajuda e colaboração; 
• observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como 
integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que 
contribuam para sua conservação;
• brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
• utilizar as diferentes linguagens ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, 
de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e 
desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua 
capacidade expressiva;
• conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e 
participação frente a elas e valorizando a diversidade.
Portanto, devem ser propostas atividades às crianças de modo que sejam desenvolvidos todos os 
seus potenciais, utilizando-se as mais diferentes linguagens. De acordo com essa perspectiva, as crianças 
constroem o conhecimento a partir de interações estabelecidas com outras pessoas e com o meio 
em que vivem. Deve-se também valorizar as crianças e promover seu desenvolvimento integral, nos 
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade, 
respeitando a diversidade e a individualidade de todas elas.
2.2 Ensino Fundamental
Figura 3 
O Ensino Fundamental é a segunda etapa da educação básica no Brasil. Conforme disposto no artigo 
32 da LDB 9.394/96, tem por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: 
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Unidade I
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos 
o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da 
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista 
a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e 
valores;
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade 
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
Sua duração é de nove anos, de acordo com a Lei nº 11.274/06, que alterou a redação dos artigos 
29, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com 
matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. 
O Ensino Fundamental é obrigatório e a matrícula da criança é de responsabilidade dos pais ou 
responsáveis; ao Estado compete a garantia de vagas nas escolas públicas. 
Tem sua origem no ensino de primeiro grau, instituído pela LDB nº 5.692/71, que foi o resultado 
da fusão dos antigos primário (com quatro a cinco anos de duração) e ginásio, com quatro anos de 
duração, constantes da Lei anterior (4.024/61). 
A prática pedagógica realizada no Ensino Fundamental poderá ser auxiliada com a utilização 
dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que propiciam a reflexão e a discussão de referenciais para a 
renovação e reelaboração da proposta curricular, além de reforçarem a importância de que cada escola 
formule seu projeto educacional.
2.3 Ensino Médio
O Ensino Médio, última etapa da educação básica, com duração de três anos, tem como finalidades, 
conforme disposto no artigo 35 da LDB 9.394/96:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no 
Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para 
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade 
a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo 
a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do 
pensamento crítico;
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IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos 
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina 
(BRASIL, 1996).
A organização social escolar precisa propiciar aos alunos a interação com a contemporaneidade. 
Por meio das tecnologias da comunicação e informação se poderá consolidar o Estado democrático, 
principalmente em suas dimensões fundamentais: cidadania e o mundo do trabalho.
O governo federal propôs, tendo em vista esse panorama, um documento de suma importância, os 
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio2, que tem uma dupla função: difundir os princípios 
da reforma curricular pela qual esse nível de ensino vem passando e a orientação do professor na 
busca por novas abordagens e metodologias para sua ação didático-pedagógica. É mais uma ferramenta 
com a qual os educadores contam para o aperfeiçoamento de seu papel docente, fundamental para o 
sucesso da prática educativa. O principal objetivo deste material é influenciar positivamente a prática 
do professor para que ela interfira efetivamente no processo de aprendizagem dos alunos.
Relembrando:
Quadro 1 – Quadro representativo da estrutura da educação básica
Educação Infantil
Compreende o período da vida escolar de crianças de zero a cinco anos.
A Educação Infantil será oferecida em creches ou entidades equivalentes para crianças de 
até três anos de idade e em pré-escolas para crianças de quatro a cinco anos de idade.
É a primeira etapa da educação básica.
Sua finalidade é promover odesenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, 
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da 
família e da comunidade.
Ensino 
Fundamental
Anteriormente chamado de 1º grau (LDB nº 5.692/71).
Tem duração de nove anos.
Destina-se a crianças e adolescentes com idade entre seis e quatorze anos.
É dividido em duas fases:
A primeira vai do primeiro ao quinto ano, incluindo a alfabetização e a consolidação dos 
conteúdos básicos (chamada de Fundamental I).
A segunda vai do sexto ao nono ano (chamada de Fundamental II).
Segundo o artigo 5º da LDB, o “acesso ao Ensino Fundamental é direito público subjetivo, 
podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização 
sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério 
Público, acionar o Poder Público para exigi-lo”.
Ensino Médio
Anteriormente chamado de 2º grau na LDB nº 5.692/71.
É a etapa final da educação básica.
É dividido em três anos, com duração mínima de 2.400 horas.
Seus objetivos são a consolidação e o aprimoramento dos conhecimentos adquiridos 
no Ensino Fundamental, além da preparação para a vida e para os primeiros passos no 
mercado de trabalho.
2 Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>.
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Unidade I
 Saiba mais
Conheça a Resolução CNE/CEB nº 4, de 13 de julho de 2010, que 
define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a educação básica. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&task=doc_download&gid=6704&Itemid=>.
 Observação
A sala de aula é o lugar privilegiado de atuação do professor. Assim, 
é importante refletir de que modo a escola pode permitir a descoberta 
do mundo do trabalho sem perder de vista os objetivos de seu Projeto 
Pedagógico.
Até aqui você teve um panorama da educação básica. Agora, que tal esmiuçar o Ensino Médio, 
especialmente a formação dos professores?
3 ENSINO MÉDIO NO CONTEXTO HISTÓRICO E A FORMAÇÃO DE 
PROFESSORES
No perpassar do tempo, o Ensino Médio teve várias denominações (segundo grau, colegial, científico, 
clássico, ensino técnico). Também seus objetivos foram se diversificando: tinha a intenção de formar 
para a vida, para o trabalho, para ir ao nível subsequente.
O foco desta unidade será estudar o Ensino Médio normal e a habilitação e formação de professores 
para atuação nos anos iniciais da educação básica, ou seja, Educação Infantil e Ensino Fundamental I. 
Para melhor compreendê-lo, faz-se necessário realizar um breve relato de como foi sua organização 
historicamente. 
Em 1930, houve uma primeira tentativa de organizar o sistema educacional brasileiro. Com 
base no trabalho de Pimenta e Gonçalves (1992, p. 26), foi possível criar o quadro a seguir, que 
apresenta as características históricas, políticas e sociais das diversas fases a partir desse ano:
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Quadro 2 
Período Características políticas, econômicas e sociais
1930/1936 Inicia-se com a Revolução de 1930 e se encerra com o Golpe de Getúlio Vargas e a instalação do Estado Novo. Ocorre a Reforma Francisco Campos.
1937/1946 Período de duração do Estado Novo. As Leis Orgânicas do Ensino e a criação do Senai e Senac são os marcos do período.
1947/1963 Cai o Estado Novo. É editada a Constituição de 1946. É aprovada, em 1961, a LDBEN nº 4.024. Finda com o Golpe Militar de 1964.
1964/1982
Período dos governos militares pós-64. É aprovada, em 1971, a LDBEN nº 5.692/71. Também há 
documentos que a complementam, como pareceres do Conselho Federal de Educação e a Lei nº 
7.044/82, que acaba com a não obrigatoriedade da profissionalização no ensino de 2º grau.
1983/1988
Eleição indireta para Presidente da República em 1984. A Assembleia Nacional Constituinte 
aprova, em 1988, a nova Constituição Federal. A Resolução CFE nº 6/86 reformula o núcleo 
comum do ensino de 1º e 2º graus.
1996 É aprovada, em 20 de dezembro, a LDBEN nº 9.394.
2009
É aprovada, em 6 de agosto, a Lei nº 12.014, que altera o artigo 61 da LDBEN nº 9.394 com a 
finalidade de discriminar as categorias de trabalhadores que se devem considerar profissionais 
da educação.
Assim, tomando-se por base a Lei nº 12.014/09, que altera o artigo 61 da LDB 9.394/96, temos a 
configuração dos profissionais da educação básica:
Art. 61. Consideram-se profissionais da Educação Escolar Básica os que, nela 
estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, 
são:
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na 
Educação Infantil e nos ensinos Fundamental e Médio;
II – trabalhadores em educação, portadores de diploma de pedagogia, 
com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e 
orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado 
nas mesmas áreas;
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou 
superior em área pedagógica ou afim.
Parágrafo único: a formação dos profissionais da educação, de modo a 
atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos 
objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá 
como fundamentos:
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos 
fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;
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Unidade I
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados 
e capacitação em serviço;
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições 
de ensino e em outras atividades (BRASIL, 2009).
Pode ser observado no quadro que cada um dos períodos identificados possui momentos históricos 
completamente distintos. Vamos focar especialmente nas marcas do período pós-64, momento de 
grandes contradições e incertezas, com a esperança totalmente voltada à formação no nível de 2º grau 
(o que atualmente chamamos de Ensino Médio), cuja intenção era formar profissionais para irem ao 
mercado de trabalho.
O aumento das vagas no nível superior não foi suficiente para atender à demanda saída do Ensino 
Médio. Assim, a solução encontrada foi fazer com que os alunos saíssem desse nível de ensino já como 
profissionais preparados para adentrar o mercado de trabalho, desviando-os, assim, da fatia que não era 
numericamente suficiente para atender a todos, ou seja, a universidade.
No caso específico do ensino de 2º grau, o caráter compulsório e universal 
de profissionalização tem a clara finalidade de desviar parte da clientela 
para o mercado de trabalho [...], e, ao mesmo tempo, exige-se do sistema 
educacional produtividade, formação de mão de obra barata e números, 
qualificada tecnicamente, mas disciplinada, dócil e ajustada às necessidades 
do sistema econômico vigente (PIMENTA e GONÇALVES, 1992, p. 34).
E, como vimos, são duas as principais leis que emolduraram o ensino de 2º grau à época, ouseja, a 
LDBEN nº 5.692/71, que manteve a mesma política educacional do regime vigente, procurando conter 
as pressões sociais para poder ampliar oportunidades educacionais a um maior número de alunos e 
introduzindo a Educação Geral e a Formação Especial, e a Lei nº 7.044/82, que revogou, onze anos depois, 
a profissionalização proposta pela Lei nº 5.692/71, já que essa ideia não funcionou como esperado, 
revelando-se um verdadeiro fracasso.
Na trajetória histórica nos 1960 aos 1970, o processo desenvolvimental provocado pela 
industrialização na América Latina priorizou no Ensino Médio, em decorrência dessa necessidade, 
no intuito de formar técnicos especialistas para atender a tal demanda na direção de processos de 
produção e utilização de conhecimentos técnicos em maquinários da indústria. 
O Brasil também seguiu essa tendência e, por meio da Lei 5.692/71, propôs o curso profissionalizante 
a todos os estudantes do chamado 2ª grau, com os objetivos de reduzir a demanda exigida pelo mercado 
e minimizar a procura demandada ao Ensino Superior.
Já nos anos da última década do século XX, o desafio que se apresenta inclui a formação dos 
jovens para o exercício da cidadania, mas não apenas com os conhecimentos acumulados com a 
escolaridade. 
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Dentre os Pareceres emitidos pelo Conselho Federal de Educação, existe um que nos interessa mais 
de perto: o de nº 349/72, que versa sobre a habilitação específica de 2º grau para o magistério (normal). 
Nele é mencionado que:
[...] o trabalho realizado pelo professor é altamente complexo e difícil, 
exigindo adequada formação e atualização permanentes. O ideal de melhorar 
é indispensável ao educador. Ao escolher a profissão, já se faz o ato de fé 
em que a humanidade, e cada um de nós em particular, somos suscetíveis 
de constante aperfeiçoamento. Essa constatação terá que aliar-se a uma 
resolução racional e permanente de melhorar o principal agente da obra 
educacional: o professor (BRASIL, 1972).
O documento analisa especialmente a questão dos recursos humanos como um dos maiores 
obstáculos a serem enfrentados em qualquer tipo de programa de atualização e expansão de ensino 
(de 1º e 2º graus), já que nele devem ser considerados alguns aspectos, como a filosofia de formação, o 
recrutamento e a manutenção dos quadros de profissionais da educação até a captação e a distribuição 
dos fundos necessários à concretização de um ensino de boa qualidade. Considera, ainda, como prioridade, 
a formação de professores com bases adequadas e em número suficiente, visando ao atendimento de 
todos aqueles que se encontram em idade escolar (regular), à habilitação do pessoal despreparado já 
em exercício, aos incentivos para que professores titulados que estão fora das salas de aula fossem 
atraídos para o exercício do magistério e à criação de condições de exercício da profissão que propiciem 
a melhoria dos padrões de educação.
Os antigos cursos normais, que formavam professores para o ensino 
primário, não levavam suficientemente em conta que, além de 
concorrerem para a cultura geral e a formação do professorado, 
deveriam ter caráter profissionalizante. Esse procedimento, além de 
prejudicar o ensino, formando de uma maneira inadequada o professor, 
permitia a má aplicação dos recursos, tendo em vista que muitos dos 
formados ingressavam na força do trabalho, pois buscavam a escola 
normal apenas como um curso de formação acadêmica que lhes 
garantia a elevação do status social e prosseguimento dos estudos em 
nível universitário (BRASIL, 1972).
O que se percebe nesta retrospectiva, portanto, é que o curso de formação de professores para 
atuarem no Ensino Fundamental I veio carregado de deficiências que, aos poucos, foram-se tentando 
adequar e corrigir, com o objetivo de dar qualidade à atuação deste docente para que houvesse melhora 
na qualidade do ensino.
Muitas foram as expectativas dos estudantes que formavam seu corpo discente, pois alguns viam 
nessa formação talvez a única possibilidade de conquistar um diploma de 2º grau que lhes oferecesse 
uma profissão.
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Unidade I
 Saiba mais
A primeira escola normal brasileira foi criada na Província do Rio de 
Janeiro, pela Lei n° 10, de 1835, que determinava: “Haverá na capital da 
Província uma escola normal para nela se habilitarem as pessoas que se 
destinarem ao magistério da instrução primária e os professores atualmente 
existentes que não tiverem adquirido necessária instrução nas escolas de 
ensino mútuo, na conformidade da Lei de 15/10/1827.” Para saber mais 
sobre o assunto, leia a História da formação de professores, de Leonor 
Maria Tanuri. 
Figura 4 
4 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E 
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: CONTEXTUALIZANDO 
HISTORICAMENTE
Alguns estudos e pesquisas realizadas após a Lei nº 5.692/71, conforme visto em Pimenta e Gonçalves 
(1992), Tanuri (2000) e Azanha (2004), mostraram que a habilitação para o magistério vinha cheia 
de questões que a enfraqueciam, como o fato de, esvaziada de conteúdo, não responder nem a uma 
formação geral adequada, nem a uma formação de cunho pedagógico consistente. 
Um dos pontos estava no fato de que a área de Fundamentos da Educação, que deveria “fundamentar” 
o aluno diante dos aspectos sociológicos, filosóficos, históricos e psicológicos da educação, não o fez, 
resultando em conhecimentos compartimentalizados, trabalhados em partes, de modo superficial. Vale 
ainda ressaltar que a articulação entre os conteúdos da parte comum e da parte profissionalizante não 
acontecia. Eles existiam de forma desarticulada, não mantendo nenhum tipo de diálogo. 
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Era comum na época se falar em preparar o futuro professor para lidar com um aluno “ideal”, 
construído a partir do modelo de classe média alta, que possuía os pré-requisitos e uma estrutura 
familiar que facilitavam o desenvolvimento do processo de aprendizagem. Isso demonstra a 
completa desarticulação entre a realidade do Ensino Fundamental e a formação daqueles que 
nele atuariam.
Ainda havia o estágio supervisionado, visto como o momento em que as teorias desenvolvidas na 
sala de aula do curso de formação de professores seriam postas em prática.
Esse estágio era dividido em três modalidades: 
• observação, quando o aluno ficava sentado num cantinho da sala de aula apenas assistindo e 
fazendo algumas anotações para ter subsídios para construir um relatório posteriormente;
• participação, momento em que o aluno tornava-se um auxiliar do docente titular da turma em 
que estagiava, corrigindo cadernos intermináveis, recortando formas geométricas para serem 
utilizadas pelo titular em alguma ocasião, acompanhando os alunos em fila para irem ou voltarem 
do recreio etc.;
• regência, o momento mais esperado e assustador, pois o normalista recebia um assunto do 
conteúdo de determinada disciplinae era encarregado de preparar uma aula “de verdade” a ser 
ministrada por ele sob o olhar atento e a avaliação do professor supervisor de estágio, do titular 
da turma ou de ambos, que em seguida lhe atribuiriam uma nota – o que poderia aprová-lo ou 
reprová-lo no curso. 
Com tantas questões a serem analisadas (e resolvidas), como manter a escola normal e formar 
professores especialmente para trabalhar com Ensino Fundamental, preparando alunos que “dialoguem 
com a realidade, inserindo-se nela como sujeitos criativos” (DEMO, 1993, p. 21)?
Como bem diz Azanha (2004, p. 370), 
[...] esse é o ponto que realmente importa. A adequada formação do professor 
não pode ser imaginada como a simples e direta aplicação à situação de 
ensino de um saber teórico. Não se trata de substituir uma orientação 
psicológica por outra nem de ampliar os estudos de ciências sociais como a 
Sociologia, a Antropologia e outras.
O ponto de vista pedagógico não é uma soma de parcelas de saberes 
teóricos que, embora necessários, nunca serão suficientes para alicerçar 
a compreensão da situação escolar e a formação do discernimento do 
educador. Nesses termos, é claro que não há fórmulas prontas para orientar 
essa formação, mas o próprio conceito de vida escolar é básico para que 
se alcance esse discernimento.
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Portanto, é necessária e muito importante uma formação que prepare o futuro professor para lidar 
com as diferenças e as mudanças que ocorrem no mundo. É necessário trazer para dentro da sala de aula 
as nuances do mundo em que se vive, o que exige uma formação-ação de boa qualidade, de modo que 
a fundamentação teórica seja sólida, pertinente, real e que permita interpretar e analisar a realidade de 
sua prática.
Além disso, não pode faltar uma instrumentalização nas metodologias de ensino que lhe deem 
ferramentas para agir diante da dinâmica da sala de aula.
4.1 Formação de professores e a LDB 9.394/96
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional vigente, em seu artigo 62, discorre sobre a formação 
de docentes para atuar na educação básica:
Far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em 
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação 
mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil e nas quatro 
primeiras séries do Ensino Fundamental, a oferecida em nível médio, na 
modalidade normal (BRASIL, 1996).
A Lei nº 9.394/96, em seu artigo, ainda admite o curso normal como formação mínima dos 
educadores e, em 2007, havia em torno de duzentos mil alunos matriculados nesse nível de 
ensino, alguns dos quais terão apenas essa habilitação para trabalhar com o Fundamental I e com 
alunos de Educação Infantil.
Mas, se a legislação atual da educação prevê a formação em nível superior, como lidar com esta 
realidade? Vamos pensar sobre esse tema?
Leia a reportagem a seguir e verifique qual a procura pelo curso normal mesmo diante do prazo legal, 
previsto pelo plano nacional de educação que teve sua vigência até o final de 2010, para a formação dos 
educadores na graduação em Pedagogia:
País tem 200 mil em cursos de Magistério
Lei prevê que docente com nível médio dê aula; MEC quer mudá-la
(Lisandra Paraguassú)
BRASÍLIA – Treze anos após a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação, 
que prevê a necessidade de graduação em Pedagogia para professores que ensinam da 
1ª a 4ª série, o Brasil tem atualmente mais de 200 mil alunos matriculados em cursos de 
Magistério – que dão certificado de Ensino Médio.
Apesar de a maior parte dos concursos já exigir nível superior dos docentes, esses 
estudantes ainda têm espaço na educação nacional.
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“Muitos municípios, especialmente os menores, têm dificuldade de atrair 
professores com bacharelado. Então, continuam contratando os de nível médio para 
dar aulas”, explica Marcelo Soares, diretor de Concepções e Orientações Curriculares 
para Educação Básica.
De acordo com dados do censo escolar, em 2007 eram 209.449 alunos de Magistério 
no país. Apesar de ainda alto, o número vem caindo. Em 2006, chegou a 514 mil e, no ano 
anterior, a 423 mil. São 2.252 escolas que oferecem o magistério, em praticamente todos 
os estados.
O Rio é o que concentra maior número de estudantes de Magistério (41.345). Em seguida, 
vem Pernambuco, com 39.989. Em São Paulo, são 1.174, todos em escolas municipais.
A partir do próximo ano, no entanto, esses futuros professores devem ter de se 
enquadrar a uma nova legislação. Uma das principais propostas do pacote de formação 
de professores, apresentado há duas semanas pelo Ministério da Educação, elimina o 
parágrafo da LDB (Lei 9.394/96) que libera a contratação de docentes com Magistério 
de nível médio.
“A LDB, no artigo 62, diz que a formação exigida é a graduação em Pedagogia, mas um 
de seus parágrafos permite também que professores com Magistério deem aulas. O projeto 
(encaminhado ao Congresso) deve mudar isso”, explica Soares.
O artigo foi incluído na LDB, aprovada em 1996, por dois temores à época: o de que não 
houvesse professor suficiente para cumprir a legislação e de que um enorme contingente 
de docentes com Magistério perdesse seu emprego. A avaliação do MEC é que, passados 13 
anos, a Lei pode ser mudada.
A intenção do Ministério é que os estudantes matriculados no magistério não engrossem 
a estatística de 474.950 professores que estão atualmente na rede pública e têm apenas o 
magistério.
Uma das medidas deverá ser a mudança das diretrizes curriculares do Magistério para 
atender à demanda de docentes da Educação Infantil (creche e pré-escola). “Esse será o 
nível apropriado para a formação de nível médio. Atualmente, temos muita carência de 
professores formados nessas escolas”, afirma Soares.
Boa parte desses alunos, no entanto, nem mesmo sabe que terá seu campo de trabalho 
limitado com a aprovação do projeto de lei. Por isso, o Ministério vai distribuir aos estudantes 
dessas escolas um material didático específico, voltado para o trabalho de pré-escola e 
trabalha com as Secretarias da Educação para redefinir os currículos.
Sem a modificação na Lei, esses formandos vão engrossar, nos próximos anos, um grupo 
de quase meio milhão de professores que atuam nas séries iniciais do Ensino Fundamental 
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(de 1º ao 4º ano) sem ter graduação. Ao todo, eles representam 25% de todos os professores 
na ativa no país.
Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,pais-tem-200-mil-em-cursos-de magistério>. 
Acesso em: 24 mar. 2010.
O que se deve considerar, no momento atual, é a alteração do artigo 61 da LDB pela Lei nº 12.014/09, 
sobre a formação do professor apenas no nível médio:
Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela 
estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, 
são: 
I – professores habilitados em nível médio ou superiorpara a docência na 
Educação Infantil e nos Ensinos Fundamental e Médio; 
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de Pedagogia, 
com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e 
orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado 
nas mesmas áreas; 
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou 
superior em área pedagógica ou afim (BRASIL, 2009). 
Percebe-se, portanto, uma mudança substancial, mas, na prática, deve-se pensar sobre a formação 
desse profissional: será que as escolas contratarão professores com nível médio e não exigirão que 
eles cursem Pedagogia ou, apesar de contratar professores formados somente no curso normal, não 
colocarão como exigência um prazo para a graduação?
São indagações pertinentes, mas a situação é uma questão de melhoria na qualidade de ensino, até 
porque pensa-se que o aumento do tempo de estudo poderá gerar à ação docente o atendimento às 
necessidades das etapas da educação básica.
Neste sentido, de acordo com o artigo 61 da LDB 9.394, com redação dada pela Lei 12.014/09, em 
seu parágrafo único, são fundamentos da formação dos profissionais da educação:
• a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos 
e sociais de suas competências de trabalho (inciso I);
• a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço 
(inciso II);
• o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras 
atividades (inciso III).
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Voltando ao curso normal, vale ressaltar alguns pontos: 
• o curso passou por uma profunda reformulação curricular no início da década de 1990;
• houve o retorno de disciplinas, como Filosofia e Sociologia;
• outras disciplinas foram incluídas, como Fundamentos Teórico-metodológicos do Ensino de 
Alfabetização, Português, Ciências, Matemática, História e Geografia, Arte e Educação Física (as 
metodologias específicas de cada disciplina que o aluno do Ensino Fundamental tem em seu 
currículo).
Tais mudanças objetivavam romper com uma formação alicerçada nos paradigmas tecnicistas e 
instrumentais nos quais estava baseada a formação docente desde a Lei nº 5.692/71 e as reformas que 
ela sofreu.
O perfil do profissional do Ensino Fundamental I passou a contar com uma característica muito 
importante: era necessário estudar e compreender as contribuições das teorias críticas, que veem 
a instituição escolar como um espaço de produção de conhecimento (não mais de transmissão) 
e os indivíduos que nela estão como sujeitos participantes nos processos de transformação da 
sociedade. 
Houve, em 1995, uma nova modificação na matriz curricular do curso normal, o qual passou 
a oferecer, também, a habilitação em Educação Infantil. Sua nomenclatura foi alterada e passou 
a se chamar Curso de Magistério com habilitação em Educação Infantil e séries iniciais do Ensino 
Fundamental.
Desde a promulgação da Lei nº 9.394/96, contudo, temos nos deparado com um grande impasse: 
uma vez que tal lei admite a formação ainda no Ensino Médio, mas valoriza a formação dos professores 
em cursos superiores, o que o aluno que pretende ir para sala de aula de Educação Infantil e Ensino 
Fundamental deve procurar para se formar? Nível médio ou graduação? Ou os dois?
Após a Lei nº 9.394/96, essa tem sido uma das grandes discussões no cenário educacional nacional. 
Continue a leitura para formar sua própria opinião!
 Saiba mais
Leia a LDB nº 9.394/96 com as alterações dadas pela Lei 12.014/09, 
disponível no site <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2009/Lei/L12014.htm>. Leia também a Resolução CNE/CEB nº2/99, 
disponível em <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb02_99.pdf>.
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Unidade I
 Observação
Em âmbito nacional, a Resolução CNE/CEB nº 2, de 19 de abril de 1999, 
que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de docentes 
da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em nível 
médio, na modalidade normal, respalda a continuidade deste curso de 
formação de professores. 
 Lembrete
O artigo 61 da LDB foi modificado pela Lei nº 12.014, de 6 de agosto de 
2009, recebendo uma nova redação que ampliou o seu alcance e manteve 
os fundamentos básicos para a formação dos profissionais de educação 
escolar básica. O objetivo foi definir de maneira mais objetiva quem são 
esses profissionais.
4.1.1 Formação de professores: Ensino Médio (normal) ou graduação em Pedagogia?
Sempre há alguém com quem tivemos a feliz oportunidade de nos encontrarmos na vida e que nos 
deixou marcas. Um professor, talvez... Daí a importância de pensar sobre a formação desse profissional 
tão importante em nossas vidas.
Mas também observamos que há falhas na formação deste profissional na escola normal, 
embora ainda estejamos formando professores para atuarem na Educação Infantil e nos anos 
iniciais do Ensino Fundamental sem que esses professores passem pela graduação. Como você está 
em um curso de graduação em Pedagogia, refletir sobre esta questão é absolutamente pertinente, 
não concorda?
Diante do exposto, o que se coloca em xeque é: fazer mudanças na formação do professor 
que passa pelo Ensino Médio, alterando e adaptando currículos e programas para que, em três 
ou quatro anos ele tenha condições de atuar com boa qualidade nas salas de aula brasileiras? Ou, 
após formá-lo em nível médio, encaminhá-lo para a continuação de seus estudos na graduação 
em Pedagogia? Ou mesmo formá-lo apenas com estudos da graduação em Pedagogia? Eis a 
questão...
O que prevê a legislação para formação de professores em nível de graduação no curso de 
Pedagogia? Vejamos a Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 01, de 15 de maio de 2006, 
que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de Pedagogia no Brasil:
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DCN (Diretrizes Curriculares Nacionais)
A ideia das DCN considera a questão da autonomia da escola e da proposta pedagógica, 
incentivando as instituições a montar seu currículo, recortando, dentro das áreas de 
conhecimento, os conteúdos que lhe convêm para a formação daquelas competências 
que estão explicitadas nas diretrizes curriculares. Dessa forma, a escola deve trabalhar esse 
conteúdo nos contextos que lhe parecerem necessários, considerando o tipo de pessoas que 
atende, a região em que está inserida e outros aspectos locais relevantes. 
As DCN se diferem dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Enquanto as DCN 
são leis, dando as metas e objetivos a serem buscados em cada curso, os PCN são apenas 
referências curriculares, não leis. 
De acordo com o CNE, as diretrizes curriculares contemplam elementos de fundamentação 
essencial em cada área do conhecimento, campo do saber ou profissão, visando promoverno estudante a capacidade de desenvolvimento intelectual e profissional autônomo e 
permanente.
 
Dessa forma, foram estabelecidas:
 
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil; 
• Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental; 
• Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio; 
• Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores. 
Fonte: MENEZES, E. T.; SANTOS, T. H. DCN (Diretrizes Curriculares Nacionais) (verbete). Dicionário Interativo da 
Educação Brasileira – EducaBrasil. São Paulo: Midiamix, 2002. Disponível em: <http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/
dicionario.asp?id=96>. Acesso em: 27 mar. 2011.
 Observação
As DCN são normas obrigatórias para a educação básica que orientam 
o planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino, fixadas pelo 
Conselho Nacional de Educação (CNE). As DCN têm origem na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que assinala ser incumbência 
da União “estabelecer, em colaboração com os estados, Distrito Federal 
e os municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o 
Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e os 
seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar a formação básica comum” 
(BRASIL, 1996). 
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Unidade I
Analisar uma política pública, como são as diretrizes curriculares nacionais sobre as quais discutiremos 
neste tópico, é considerar a origem dos princípios e dos determinantes referentes à elaboração e à 
efetivação dessa política.
Isso significa dizer que, por trás de cada política pública, encontram-se concepções teóricas, 
ideológicas, culturais e sociais, assim como fatores de ordem econômica e, certamente, política. E é 
necessário conhecê-los.
No processo de desenvolvimento social e econômico de um país como o nosso, com movimentos de 
ampliação do acesso à escola, as exigências de qualificação docente vêm crescendo e se tornando uma 
necessidade primária.
Ao professor, também chamado docente, a política atual requer de sua atuação o entendimento 
da multiplicidade de características e perspectivas apresentadas pelos alunos, em um processo de 
orientação do saber, ou seja, do processo de aprendizagem, como um grande estimulador. 
Ainda, é fundamental considerar a complexidade organizacional e pedagógica que a democratização 
da entrada na escola exige. Junto a isso, também vieram novas necessidades para estes profissionais; 
em especial, falamos aqui sobre os pedagogos, nos papéis de gestores escolares, cobrando-lhes funções 
especializadas e maior autonomia e responsabilidade institucional. 
Assim, a formação do profissional da educação não se fixa apenas na docência, mas também 
na formação para direção, planejamento e orientação educacional, visto o que se apresenta na LDB 
9.394/96, bem como nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Pedagogia vigente.
A partir deste panorama, cabe perguntar: mas afinal, o que está previsto e o que efetivamente se 
apresenta nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia em nosso país?
A resposta é obtida no texto do Conselho Nacional de Educação:
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia ancoram-se 
na história do conhecimento em Pedagogia, na história da formação de 
profissionais e de pesquisadores para a área de Educação, em que se incluem, 
entre outras empenhadas em equidade, as experiências de formação de 
professores indígenas.
Ancoram-se também no avanço do conhecimento e da tecnologia na área, 
assim como nas demandas de democratização e de exigências de qualidade 
do ensino pelos diferentes segmentos da sociedade brasileira.
Constituem-se, conforme os Pareceres CNE/CES nº 776/1997, 583/2001 
e 67/2003, que tratam da elaboração de Diretrizes Curriculares, isto é, de 
orientações normativas destinadas a apresentar princípios e procedimentos 
a serem observados na organização institucional e curricular. 
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Visam estabelecer bases comuns para que os sistemas e as instituições 
de ensino possam planejar e avaliar a formação acadêmica e profissional 
oferecida, assim como acompanhar a trajetória de seus egressos, em padrão 
de qualidade reconhecido no país.
As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação 
inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais 
do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio de modalidade normal 
e em cursos de educação profissional, na área de serviços e apoio escolar, 
bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos 
pedagógicos.
A formação oferecida abrangerá, integradamente à docência, a participação 
da gestão e avaliação de sistemas e instituições de ensino em geral, a 
elaboração, a execução, o acompanhamento de programas e as atividades 
educativas. 
Na organização do curso de pedagogia, dever-se-á observar, com especial 
atenção: os princípios constitucionais e legais; a diversidade sociocultural e 
regional do país; a organização federativa do Estado brasileiro; a pluralidade 
de ideias e de concepções pedagógicas, a competência dos estabelecimentos 
de ensino e dos docentes para a gestão democrática.
Na aplicação destas Diretrizes Curriculares, há de se adotar, como 
referência, o respeito a diferentes concepções teóricas e metodológicas 
próprias da pedagogia e àquelas oriundas de áreas de conhecimento 
afins, subsidiárias da formação dos educadores, que se qualificam com 
base na docência da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino 
Fundamental.
Assim concebida, a formação em pedagogia inicia-se no curso de graduação, 
quando os estudantes são desafiados a articular conhecimentos do campo 
educacional com práticas profissionais e de pesquisa, estas sempre planejadas 
e supervisionadas com a colaboração dos estudantes.
Tais práticas compreendem tanto o exercício da docência como o de 
diferentes funções do trabalho pedagógico em escolas, o planejamento, a 
coordenação, a avaliação de práticas educativas em espaços não escolares, 
a realização de pesquisas que apoiem essas práticas.
Nesta perspectiva, a consolidação da formação iniciada terá lugar no 
exercício da profissão que não pode prescindir da qualificação continuada 
(BRASIL, 2006b).
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Em todas essas atividades, os licenciados em Pedagogia devem ser aqueles que estejam qualificados, 
e bem qualificados, para que possam contribuir com o desenvolvimento da educação brasileira.
Para entender a organização do curso de Pedagogia, devemos levar em consideração alguns aspectos 
que nos ajudarão a analisar sua estrutura, as ideologias que o cercam e os objetivos pensados para ele. 
Assim, faz-se fundamental:
[...] observar com especial atenção aos princípios constitucionais e legais: 
a diversidade sociocultural e regional do país; a organização federativa do 
Estado brasileiro; a pluralidade de ideias e de concepções pedagógicas,a 
competência dos estabelecimentos de ensino e dos docentes para a gestão 
democrática (BRASIL, 2006a).
Somente tendo em mente tais princípios é que será possível a aplicação das Diretrizes. Além 
disso, é importante ter como referência o respeito a diferentes concepções teóricas e metodológicas 
próprias do curso de Pedagogia e as que são próprias das demais áreas de conhecimento, também 
muito importantes à formação de educadores, docentes da Educação Infantil e das séries iniciais do 
Ensino Fundamental.
É certo que o pedagogo deve, ainda, ter uma sólida experiência como pesquisador, sendo aquele que 
está sempre aberto a conhecer novas práticas, estudá-las, compreendê-las e aplicá-las em sua atuação 
profissional.
Nessa esteira, caberá ao curso de Pedagogia formar profissionais investigadores, a fim de que possam 
analisar as situações decorrentes das ações docentes para a aprendizagem do aluno, em organizações 
escolares e não escolares Para tanto, na formação do pedagogo é necessário: 
I. o conhecimento da escola como uma organização complexa que tem a 
função social e formativa de promover, com equidade, educação para e na 
cidadania;
II. a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de 
interesse da área educacional;
III. a participação na gestão de processos educativos e na organização e 
funcionamento de sistemas e instituições de ensino (BRASIL, 2006a).
O profissional de Pedagogia precisa reconhecer, entre outros aspectos, que a instituição escolar se 
constitui em forte mecanismo de desenvolvimento e valorização das práticas sociais, tendo em vista a 
melhoria da qualidade de vida na sociedade brasileira.
Outro aspecto importante é que pesquisar, investigar e aplicar resultados obtidos precisa ser uma 
constante em sua docência, considerando as perspectivas histórica, cultural, política, ideológica e 
teórica, para que conhecimentos produzidos possam contribuir para o periódico redimensionamento 
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
das condições em que educadores e seus alunos estejam preparados para participar da vida social como 
atores, e não apenas como observadores. Para tanto, como afirma Paulo Freire (1996, p. 29):
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. [...] faz parte da natureza 
da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. Enquanto ensino 
continuo buscando, reprocurando. 
Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso 
para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. 
Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar 
a novidade.
É de suma importância que o pedagogo participe da gestão de processos educativos, na organização 
e funcionamento de sistemas e das próprias escolas, olhando para elas como organizações democráticas, 
corresponsabilizando-se e colaborando para o desenvolvimento da perspectiva de direitos iguais para 
todos, respeito à diversidade da sociedade brasileira em todos os segmentos das instituições educacionais 
escolares e não escolares.
Assim, pode-se dizer como Paulo Freire (1996, p. 98):
Minha presença de professor, que não pode passar despercebida dos alunos 
na classe e na escola, é uma presença em si política. Enquanto presença não 
posso ser uma omissão, mas um sujeito de opções. Devo revelar aos alunos 
a minha capacidade de analisar, de comparar, de avaliar, de decidir, de optar, 
de romper, minha capacidade de fazer justiça, de não falhar à verdade. Ético, 
por isso mesmo, tem que ser o meu testemunho.
 Resumo
Você teve oportunidade de verificar, nesta Unidade, as etapas da 
educação básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, 
bem como a legislação vigente que trata a formação docente, podendo 
ser realizada em nível médio – normal ou por meio do curso superior de 
Pedagogia.
No que tange à educação profissional de nível médio, você tomou 
conhecimento do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível 
Médio, organizado por eixos tecnológicos, e conheceu o objetivo das 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação profissional de nível 
técnico. Para maior aprofundamento, você deve ler na íntegra os 
documentos pertinentes à educação básica e à educação profissional 
de nível médio.
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Unidade I
 Exercícios
Questão 1 (Enade 2005, Questão 9). A primeira iniciativa, no Brasil, de formar o professor primário 
em nível universitário se deu com a Escola de Educação da Universidade do Distrito Federal, em 1935. 
Liderada pelo intelectual Anísio Teixeira, esta iniciativa contribuiu na configuração do perfil e da carreira 
do educador, com a definição de um espaço de atuação profissional precisamente identificado. Contudo, 
para que esta formação docente obtivesse resultados positivos, era preciso:
A) conceber a atividade educativa somente como prática ascética.
B) preparar o professor para assumir funções técnicas e administrativas.
C) definir a educação como arte prática e instrumento de análise das Ciências Sociais.
D) construir conhecimentos educacionais independentes das demais Ciências Humanas.
E) dispensar o exercício científico na ação educativa a partir da perspectiva da organização da escola.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: na concepção de formação de professores de Anísio Teixeira, o profissional da educação 
deve ser preparado para uma prática pautada na realidade e não no puro idealismo.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: Anísio Teixeira entendia a formação de professores de forma humanística e crítica, ou 
seja, como um tipo de formação que transcendia a preparação para as funções meramente técnicas 
e administrativas, preocupada com a formação teórica e científica voltada para a reflexão e para a 
produção de conhecimento.
C) Alternativa correta.
Justificativa: para Anísio Teixeira, a formação docente deveria ter como meta a formação da cultura 
nacional, que só poderia ser realizada na universidade, com produção de conhecimento que partisse 
da atenção aos problemas de ordem social. A formação docente deveria também buscar as soluções na 
formação educacional dos sujeitos e estimular a produção de pesquisa e de ciência, fazendo com que os 
indivíduos ampliassem e transmitissem o saber para toda a sociedade. Daí a necessidade da abordagem 
educacional pelas Ciências Sociais.
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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: NORMAL E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: para Anísio Teixeira, a construção de uma ciência brasileira pautada na realidade social 
só se torna possível com a presença de diversos ramos das ciências humanas, como a antropologia, a 
ciência política, a sociologia, a história etc.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: na concepção de formação de professores de Anísio Teixeira, o exercício científico é 
indispensável, já que o professor não é um mero executor das diretrizes escolares,

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