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3- Atividade (A3)

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(A3) LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL
1. 
222RGR1861A - LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL
2. UNIDADE 3
3. Atividade 3 (A3)
Atividade 3 (A3)
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A técnica do entalhe, seja em qual for a matéria-prima escolhida, consiste na retirada de material até conseguir a forma planejada. O material é sempre rígido e requer certa habilidade técnica do artista. O período Barroco brasileiro é icônico quando se trata da técnica do entalhe em madeira, momento em que foram produzidas peças com temas cristãos para igrejas e oratórios em espaço privados.
A partir de fins do século XVII, os jesuítas deram preferência à madeira, que viria a predominar, determinando também modificações na conformação das peças. A técnica da época exigia que as peças de barro fossem modeladas compactamente, com um relevo baixo e sem partes projetadas, que poderiam facilmente romper durante o cozimento. Já a madeira possibilitava a escultura com formas abertas, esvoaçantes e dinâmicas, muito mais livres no espaço tridimensional (SANTOS, 2017, p. 4).
 
Sobre o período citado, tendo como base o material estudado, construa um texto dissertativo sobre o Barroco no Brasil e o uso de entalhes em madeira. Fale sobre a função da estatuária sacra para a igreja, cite modelos de peças e exemplos de locais onde há aplicação da técnica.
 
SANTOS, A.; FERNANDES, C.; SANTOS, V. O barroco no Brasil e as imagens devocionais em madeira: intervenção em uma imagem de roca. In: SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA ARTE, 17, Pelotas, 2017. Anais [...] Centro de Artes – UFPel, Pelotas, n. 6, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/Arte/article/view/11550/7390. Acesso em: 26 jul. 2020.
o Barroco no Brasil e o uso de entalhes em madeira
O Barroco no Brasil tem início no final do século XVII. No país, essa tendência artística teve grande destaque na arquitetura, pintura, literatura e escultura como o entalhe em madeira ou talha que foi utilizada no Brasil como arte cristã desde o século XVII, abrangendo o período do predomínio do barroco no século XVIII. A técnica do entalhe ou talha em madeira, usavam-se predominantemente o cedro, o pinho e o cipreste. No fim da Idade Média já era utilizada a decoração retabular em entalhes, porém o momento de intensificação da arte sacra,  notadamente com o uso da talha em madeira, dá-se como uma resposta da Igreja de Roma ao movimento da Reforma, ao que chamamos de Contrarreforma.
A estatuária sacra para a igreja é um reflexo da história e cultura, sendo utilizada por diversas religiões e crenças, por exemplo: a arte cristã, a arte budista, a arte islâmica, a arte religiosa barroca, etc. Destacando na arquitetura das igrejas e templos, esculturas de santos, painéis no teto das igrejas, pinturas, gravuras, afrescos, vitrais, mosaicos, desenhos de passagens bíblicas, utensílios litúrgicos, vestimentas, etc.
Na escultura popular brasileira, veem-se alguns notáveis exemplares dessa técnica. Na região de Minas e São Paulo, no Vale do Paraíba e no sul de Minas há, por exemplo, criações em miniatura de imagens sacras, geralmente de tamanhos entre 3 e 4 centímetros realizadas em madeira dura, no chamado nó da madeira. Na Península Ibérica, a talha é empregada em motivos ornamentais e diferenciados nos altares-maiores e altares menores, recobrindo o interior da igreja, até mesmo no teto e em componentes decorativos dos retábulos, esses influenciados pelos arcos triunfais da Roma antiga. Nas obras tridimensionais em madeira temos as insólitas carrancas do rio São Francisco. As carrancas antropomórficas com aspectos animalescos eram figuras entalhadas em madeira e acopladas às embarcações de populações ribeirinhas, que datam entre 1.875/1.880 e 1.940. Na , Igreja Matriz de São Roque, Portugal temos a “Decoração do século XVI, com trabalho de talha no retábulo e no teto, decoração mesclando características barrocas e do rococó. Temos também as pinturas de peças cerâmicas em Micenas e nas Ilhas Cíclicas que temos peças em madeira.
Artistas como Pablo Picasso (1881-1973) trabalharam com este material, sendo que suas primeiras esculturas quase ou protocubistas, de 1907, são implementadas em entalhe em madeira. Alberto Giacometti (1901-1966) produziu estatuetas que adquirem notoriedade pela semelhança com as figuras humanas alongadas. Agnaldo Manoel dos Santos (1926-1962) criador de obras que agregam em suas figuras antropomórficas influências católicas e africanas, os temas de suas criações estavam predominantemente ligados ao culto, com esculturas de Oxóssi, Xangô e Iemanjá, de santos católicos, alguns com atributos mestiços, além de produzir carrancas inspiradas nas figuras dos barcos do rio São Francisco. Seu mestre em escultura foi Mario Cravo Júnior (1923-2018) que também esculpiu em madeira, tendo como temática a teologia do mundo jeje-nagô (iorubás) e dos orixás. Héctor Julio Páride Bernabó (1911-1997), o Carybé, trabalha com entalhe em madeira e produz o mural entalhando em baixo e alto relevo, localizados atualmente no Museu Afro-Brasileiro, em Salvador.

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