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Resumo ORTOP N1 - Izabelly Julia

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Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia 
 DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL 
 Anormalidade anatômica progressiva do quadril durante o processo de maturação. 
 Epidemiologia 
 ● 1° filho e sexo feminino (8:1); 
 ● Oligohidrâmnios; 
 ● Apresentação pélvica (14x + no lactente a termo) - excessiva anteversão femoral e 
 anteversão e / ou deficiência acetabular;; 
 ● Fatores genéticos - displasia acetabular e frouxidão ligamentar; 
 ● Anomalias congênitas - torcicolo, plagiocefalia, pé metatarso varo ou calcâneo-valgo, 
 contratura em extensão dos joelhos, etc; 
 ● Luxação de quadril típica, teratológica e neurológica. 
 A - posição pélvica caracterizada por flexão exagerado do quadril e hiperextensão do joelho; B - excessiva flexão e rotação externa da 
 coxa; C - plagiocefalia; D - torcicolo; E - Pé calcâneo-valgo ou torto. 
 Manifestações clínicas 
 ● Alterações de marcha, claudicação; 
 ● Assimetria das pregas cutâneas; 
 ● Membro afetado em rotação externa, podendo estar em adução também; 
 ● Dificuldade em abduzir o membro afetado; 
 ● Sinal de Galeazzi positivo (encurtamento do membro inferior). 
 Diagnóstico 
 A - 0 aos 6 meses - diagnóstico precoce 
 Manobra de Ortolani (orto = certo, colocar no lugar) - LUXAÇÃO - flexão e abdução de quadril 
 tracionando a nível do grande trocanter para cima, a cabeça femoral para dentro do acetábulo. O 
 examinador sente o ressalto de redução do quadril e quando aduz, a cabeça desloca-se para fora do 
 acetábulo com ressalto de saída; 
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 Manobra de Barlow (tirar do lugar) - INSTABILIDADE - adução da coxa enquanto empurra a cabeça 
 femoral póstero-lateralmente na tentativa de deslocar o quadril sentindo ressalto de saída. Ao 
 abduzir e flexionar o quadril a cabeça femoral é reduzida para dentro do acetábulo. 
 B - 6 a 12 meses 
 Membro afetado em rotação externa; 
 Assimetria das pregas cutâneas; 
 Contratura em adução do quadril; 
 Sinal de Galeazzi positivo. 
 C - Após a marcha - diagnóstico tardio 
 Claudicação; 
 Lordose lombar; 
 Limitação da adução do quadril; 
 Sinal de Trendelenburg positivo (fraqueza dos músculos abdutores, principalmente glúteo médio); 
 Marcha anserina em casos bilaterais. 
 Ultrassonografia 
 Melhor método diagnóstico até os 6 meses de vida - quadril do RN é cartilaginoso (acetábulo, 
 cabeça e colo do fêmur). São indicadas para exame físico inconclusivo e acompanhamento do 
 tratamento. 
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 Radiografia 
 São importantes a partir de 2 a 3 meses de vida, em com o quadril dentro do quadrante de 
 Ombredane (interno) entre as linhas de Hilgenreiner (horizontal) e Perkins (vertical). 
 Tratamento - redução concêntrica da cabeça femoral no acetábulo 
 ● A - 0 a 6 meses - tirante de Pavlik 
 ● B - 6 a 12 meses - redução incruenta ou redução cruenta + aparelho gessado; 
 ● C - após a marcha - redução incruenta ou redução cruenta + aparelho gessado; 
 ● Após os 8 anos de idade não há tratamento. 
 Complicações 
 Osteoartrose do quadril jovem ou agravos devido tratamento inadequado - reluxação, necrose 
 avascular, displasia residual, lesão do nervo ciático, dor e rigidez articular, mioartrite e fraturas. 
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 DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES 
 Necrose isquêmica ou avascular da epífise proximal do fêmur durante o processo de maturação. 
 Epidemiologia 
 ● Causa idiopática (espontânea ou desconhecida) - trombose por trauma leve ou fibrinólise; 
 ● Sexo masculino - maior atividade e pré-disposição a traumas; 
 ● Entre 3 a 10 anos de idade; 
 ● Unilateral com prevalência à esquerda e bilaterais em 50% dos casos. 
 Manifestações clínicas 
 ● Alterações de marcha, claudicação; 
 ● Membro afetado em rotação externa, podendo estar em adução também; 
 ● Posição antálgica; 
 ● Sinal do obturador positivo (dor em região inguinal e face anterior da coxa); 
 ● .Sinal de Galeazzi positivo (encurtamento do membro inferior); 
 ● Sinal de Trendelenburg positivo em casos crônicos. 
 Diagnóstico 
 Deve ser feito com o auxílio da radiografia em AP e perfil (loewenstein). 
 ● Fase precoce - pode durar meses antes da próxima fase - assintomática (SÓ RNM PEGA) 
 ● Fase de fragmentação - dura em média 8 meses - áreas escuras de derrame sinovial 
 envolvendo zonas de radiopacidade na cabeça femoral; 
 ● Fase de reossificação - dura em média 4 anos - áreas radiolucentes gradualmente 
 substituídas por ossos novos ainda não mineralizados, suscetíveis à deformação; 
 ● Fase de deformação residual - não existem alterações na densidade da cabeça femoral, 
 tendo ela adquirido sua forma definitiva. 
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 Tratamento - obtenção de cabeça femoral com perfeita congruência ao acetábulo 
 Doença autolimitada, isto é, pode se resolver sozinha em 60% dos casos com repouso. Mas podem 
 ser utilizadas osteotomias em crianças mais velhas e aparelhos gessados, se necessário. 
 Complicações 
 Osteoartrose do quadril jovem e deformidades na cabeça femoral. 
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 EPIFISIÓLISE 
 Deslizamento da epífise em relação ao colo do fêmur. 
 Epidemiologia 
 ● Sexo masculino e raça negra; 
 ● Entre 11 a 13 anos de idade em meninas e 13 a 15 anos para meninos - causas hormonais; 
 ● Biotipo ectomorfo - alto e magro em estirão; 
 ● Biotipo endomorfo - gordo com hipogonadismo (subdesenvolvimento com deficiência dos 
 esteróides sexuais); 
 ● Unilateral com prevalência à esquerda e bilaterais em 50% dos casos em 18 meses. 
 Manifestações clínicas 
 ● Epifisiólise aguda (< 3 semanas) - dor súbita e persistente, dificuldade de deambular, 
 dificuldade de apoiar o membro acometido e histórico de trauma; 
 ● Epifisiólise crônica (> 3 semanas) - queixas vagas - claudicação, dor na face anteromedial da 
 coxa e joelho e sem histórico de trauma; 
 ● Epifisiólise crônica-agudizada - dor e claudicação crônica e insidiosa com piora dos sintomas 
 geralmente desencadeados por trauma leve. 
 Diagnóstico 
 Alterações de marcha, claudicação; 
 Membro afetado em rotação externa, podendo estar em adução também; 
 Dor relacionada aos esforços físicos - inicia em região inguinal, mas depois irradia para porção 
 ântero-medial da coxa e do joelho; 
 Sinal de Drehman positivo (rotação externa + abdução involuntária ao fletir a coxa); 
 Sinal de Trendelenburg positivo em casos crônicos. 
 ● Epifisiólise aguda: descolamento sem sinais adaptativos de neoformação; 
 ● Epifisiólise crônica: sinal do cajado (colo encurvado) devido ao remodelamento ósseo; 
 ● Epifisiólise crônica-agudizada: sem imagem típica. 
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 Radiografia 
 Deve ser feito com o auxílio da radiografia em AP e perfil (loewenstein). 
 A epifisiólise é verificada com o desencaixe, não com o achatamento. Alguns sinais prévios que 
 podem ser verificados previamente é o aumento da espessura da placa epifisária. 
 ● Sinal de Trethowan - sinal positivo em pacientes que não possuem epifisiólise. Ele analisa o 
 deslizamento quando a linha de Klein não atravessa a epífise, sendo o início da linha não 
 porção superior do colo femoral; 
 ● Sinal de Steel ou do crescente - linha de esclerose sobreposta à imagem do colo femoral, em 
 casos de escorregamentos maiores. 
 Tratamento - fechamentomecânico da placa epifisária 
 ● Osteotomia prendendo o colo femoral a epífise por fixação in situ; 
 ● Cirurgia bilateral como profilaxia. 
 Complicações 
 Algumas são necrose avascular da cabeça femoral, condrólise e incongruência articular. 
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 SINOVITE TRANSITÓRIA 
 Inflamação transitória da membrana sinovial que provoca aumento da produção de sinóvia, 
 distendendo a cápsula articular durante o processo de maturação. 
 Epidemiologia 
 ● Sexo masculino; 
 ● Entre 3 a 8 anos de idade; 
 ● 70% dos casos ocorrem após infecção viral respiratória; 
 Manifestações clínicas 
 ● Alterações de marcha, claudicação; 
 ● Sintomas de início agudo (< 7 dias) que perduram por até 10 dias; 
 ● Dor à movimentação passiva do quadril sem limitação importante; 
 ● Membro afetado pode ter dor à rotação interna e abdução; 
 ● Dor na região anterior do quadril irradiando para coxa ou joelho; 
 ● Febre baixa ou inexistente. 
 Diagnóstico 
 ● Exames laboratoriais - hemograma, VHS (velocidade de hemossedimentação), proteína C 
 reativa, EAS e fator comum reumatóide; 
 ● Exames de imagem; 
 - Radiografia - alterações nas sombras musculares e capsulares durante derrame 
 intra-articular e presença de reações inflamatórias; 
 - Ultrassonografia - detecção de derrame intra-articular. 
 Tratamento - quadril em observação 
 Aos sintomáticos é recomendado repouso de 1 a 2 semanas + uso de AINE por 7 dias. 
 Complicações 
 Por ser transitória habitualmente não deixa sequelas, mas em alguns casos pode ter recorrência e 
 derrame articular com cultura negativa. Deve-se observar doença de Legg-Calvé-Perthes. 
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 PIOARTRITE 
 Infecção articular causada por bactéria piogênica. 
 Epidemiologia 
 ● Sexo masculino; 
 ● Qualquer idade, com maior incidência entre 2 a 3 anos; 
 ● Monoarticular, principalmente em quadril e joelho; 
 ● O agente mais frequente é o estafilococos, sendo as bactérias, respectivamente: S. aureus, 
 H. influenzae, S. do grupo B e N. gonorrhoeae em adolescentes sexualmente ativos. 
 Manifestações clínicas 
 Dor, edema na articulação, febre, astenia, posição antálgica, claudicação, bloqueio articular 
 (qualquer manipulação da articulação provoca dor intensa e contração muscular) e sinais flogísticos. 
 Diagnóstico 
 ● Alterações de marcha, claudicação; 
 ● Membro afetado em rotação externa, podendo estar em adução também; 
 ● Em joelho e cotovelo o paciente se mantém em flexão, já o tornozelo é do tipo equino; 
 ● Hemograma com leucocitose à esquerda, VHS sensível, PCR específico, cultura, 
 antibiograma e bacterioscopia de punção articular. 
 Radiografia 
 Normalmente será verificado edema de partes moles, aumento do espaço articular, distensão da 
 cápsula, presença de osteomielite na metáfise proximal. Pode ter subluxação e necrose da cabeça 
 devido a pressão intra-articular aumentada. 
 Ultrassonografia - presença de líquido na articulação. 
 Ressonância magnética - PO, mas necessita de sedação, por isso não é muito recomendada. 
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 Tratamento 
 ● Artrotomia para drenagem com lavagem exaustiva do espaço articular; 
 ● Alívio da pressão com uso de drenos que devem passar por cultura após 24 a 48h para 
 certificar a “esterilização”; 
 ● Repouso articular por imobilização ou tração por 10 a 30 dias; 
 ● Uso de antibióticos, analgésicos e antitérmicos. 
 Complicações 
 Deformidades, diminuição da mobilidade, dor crônica e até incapacidade funcional. 
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 OSTEOMIELITE 
 Infecção óssea que compromete a cortical, esponjosa e o canal medular. ABCESSO. 
 ● Inoculação direta - ferimento penetrante, infiltração, picada de inseto; 
 ● Contiguidade - proximidade de foco infeccioso adjacente (ex.: fratura exposta, celulite); 
 ● Hematogênica - por meio da circulação sanguínea. 
 OSTEOMIELITE HEMATOGÊNICA AGUDA 
 Epidemiologia 
 ● Até os 2 anos e dos 7 aos 9 anos; 
 ● Sexo masculino; 
 ● Relacionado a trauma; 
 ● Acomete mais MMII; 
 ● Metáfise - distal do fêmur e proximal da tíbia. 
 Manifestações clínicas 
 ● Febre > 37,5° C; 
 ● Perda de função do membro em RN; 
 ● Sensibilidade local; 
 ● Edema focal. 
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 Diagnóstico 
 ● Deve-se realizar punção para bacterioscopia com cultura + antibiograma; 
 - Staphylococcus aureus - + COMUM; 
 - Haemophilus influenzae tipo B; 
 - Streptococcus B; 
 - Streptococcus P; 
 - Salmonella - comum associada a anemia falciforme; 
 - Neisseria gonorrhoeae - sexualmente ativos; 
 ● Marcadores inflamatórios aumentados - leucocitose, VHS (pode estar normal em fase inicial) 
 e PCR (eleva entre 6-8h por lesão com perda de tecido); 
 ● Radiografia é a 1° etapa de investigação - sinais após 10-21 dias, redução de 30-50% da 
 densidade óssea; 
 ● Cintilografia com tecnécio 99 - localiza áreas de envolvimento após 24h - coluna e pelve. 
 Tratamento 
 ● Artrocentese (punção articular); 
 ● Análise laboratorial com cultura e antibiograma do líquido articular; 
 ● Antibioticoterapia presuntiva de amplo espectro, após cultura troca, se necessário. 
 Complicações 
 Fratura, artrite séptica, deformidade angular, osteomielite crônica. 
 OSTEOMIELITE HEMATOGÊNICA SUBAGUDA 
 Epidemiologia - crianças mais velhas de ambos os sexos. 
 Manifestações clínicas - dor óssea pouco definida, com mais de 2 semanas de duração, pouca ou 
 nenhuma manifestação sistêmica, dados laboratoriais pouco significativos, hemocultura negativa e 
 sinais radiológicos positivos. 
 Diagnóstico 
 Realizado entre 2 a 4 semanas após o início dos sintomas, compondo quadro clínico nada 
 exuberante, porém arrastado. 
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 ● Febrícula < 37,8° C, leucograma normal, VHS normal ou pouco aumentado e cultura + (30%); 
 ● Radiografia - abscesso de Brodie - lesão lítica bem delimitada em região metafisária; 
 ● Abscesso pode estar isolado por osso reativo, indicando que foco infeccioso inicial foi contido. 
 Tratamento 
 ● Artrocentese (punção articular); 
 ● Análise laboratorial com cultura e antibiograma do líquido articular; 
 ● Antibioticoterapia presuntiva de amplo espectro, após cultura troca, se necessário. 
 Complicações 
 Fratura, artrite séptica, deformidade angular, osteomielite crônica. 
 OSTEOMIELITE HEMATOGÊNICA CRÔNICA 
 Epidemiologia 
 Manifestações clínicas 
 Geralmente acontece por osteomielite aguda não diagnosticada, não tratada ou que teve tratamento 
 inadequado com sintomas que surgem ao longo de semanas a meses + antibioticoterapia 
 insuficiente por mais que 3 semanas. 
 Diagnóstico 
 ● Radiografia - sequestro ósseo (osso solto) por menor vascularização, osteopenia, esclerose 
 (área branca), periostite (triângulo de Codman), lise focal ou perda cortical (área preta), 
 abscesso de Brodie; 
 ● Os exames permanecem normais ou com pouca alteração; 
 ● Antibiótico não alcança área necrótica - desmineralização e destruição óssea intensa; 
 ● Maior fragilidade e risco de trauma. 
 Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia 
 Tratamento 
 ● Desbridamento agressivo do osso necrótico e do tecido com vascularização deficiente; 
 ● Antibioticoterapia de 6 a 12 semanas; 
 ● Nos casos em que há perda óssea devem ser utilizados fixadores externos para controlar 
 comprimento do osso e angulações; 
 ● Deve-se realizarcobertura óssea com enxerto e alongamento quando indicado. 
 Complicações 
 Fratura, artrite séptica, deformidade angular, osteomielite crônica.

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