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ORTOPEDIA PEDIÁTRICA

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MEDICINA | RESUMO DE ORTOPEDIA 
TATIANE CELEIRO NASCIMENTO 
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Ortopedia pediátrica 
 
DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL 
Quadril formado – 11ª semana intraútero 
Cabeça do fêmur mantida no acetábulo – liquido 
sinovial 
Displasia do desenvolvimento do quadril – DDQ: 
• Diversos distúrbios articulares congênitos ou 
não 
• Defeito da formação da relação normal 
acetábulo | fêmur 
Anteriormente: luxação congênita do quadril 
Evolução (incerta): 
• 60% se estabilizam na 1ª semana de vida 
• 88% se estabilizam até 2 meses de vida (sem 
tto) 
• 10% tendem a evoluir para subluxação/luxação 
Diagnóstico: 
• Teste de Barlow (determina instabilidade): 
provoca a luxação 
• Teste de Ortolani (significa luxação): manobra 
de redução 
Exame complementar: USG até os 6 meses (padrão 
ouro) 
Crianças mais velhas: 
• Limitação da abdução 
• Assimetria das pregas glúteas 
• Encurtamento femoral 
• Distúrbio da marcha 
• Trendelenburg positivo (insuficiência do glúteo 
médio) 
• Acometimento bilateral – hiperlordose – 
marcha anserina 
Após 6 meses: raio X de bacia, já surgiu o núcleo de 
ossificação secundário da epífise femoral (dos 4 aos 6 
meses) 
 
# DIAGNÓSTICO 
USG: melhor método até os 6 meses 
Dois métodos: estático de Graf e dinâmico de Harcke 
Após 6 meses: é possível realizar raio X da bacia 
 
Linha de Hilgenreiner: tangente às imagens em lágrima 
Linha de Perkins: perpendicular a linha de Hilgenreiner 
Delimita os quadrantes de Ombrédanne 
Arco de Shenton 
 
Tratamento: 
De 0 a 6 meses: suspensório de Pavlik 
Órtese que promove: flexão do quadril (tiras 
anteriores), abdução (tiras posteriores) 
De 6 meses a 2 anos: redução incruenta e gesso 
pelvipodálico, posição de Salter (100 a 110 graus de 
flexão, 45 a 60 graus de abdução) 
> 2 anos: redução aberta pode ser necessária, 
associada a osteotomia acetabular (cirurgia de Salter) 
 
 
DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES 
Necrose vascular autolimitada da epífise femoral 
proximal 
Mais comum dos 4 aos 12 anos 
Sexo masculino 5:1 
Teoria relacionada a deficiência de proteínas C e S 
Outros conceitos: traumas, hereditariedade 
Quadro clínico: dor no quadril, virilha ou joelho (nervo 
obturatório) | limitação do movimento | claudicação 
geralmente unilateral 
Diagnóstico diferencial: sinovite, pioartrite, artrite 
reumatoide, anemia falciforme, corticoides por tempo 
prolongado 
Pior prognóstico: idade > 8 anos, sexo feminino, 
obesidade 
Limitação precoce + limitação da abdução problema! 
4 fases da doença: 
A – Necrose: aumento da densidade da epífise 
B – Fragmentação: substituição de osso desvitalizado 
por novo (radiotransparente) – pode ocorrer 
deformidade: “sinal de Caffey” 
C – Reossificação: densidade retorna ao normal 
D – Remodelamento ou residual: pode apresentar 
vários padrões de deformidade 
MEDICINA | RESUMO DE ORTOPEDIA 
TATIANE CELEIRO NASCIMENTO 
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Tratamento: doença autolimitada 
Sequelas dependem de fatores mau prognóstico: 
• Idade > 6 anos – menor potencial de 
remodelação 
• Extensão do comprometimento do núcleo 
epifisário 
• Tempo entre o aparecimento da necrose e sua 
resolução completa 
• Apesar do raio X ruim, muitos pacientes vão 
bem 
• Grande parte: evolui para coxartrose 
Subluxação da epífise descoberta 
Calcificação lateral da epífise 
Alargamento da cabeça femoral antes da fase de 
fragmentação 
Alargamento precoce do colo do fêmur 
Horizontalização da placa fisária 
Sinal de Gage (lise epifísio-metafisária lateral) 
Cistos metafisários – congestão vascular e redução 
potencial crescimento 
Objetivo do tto: manter a cabeça do fêmur no 
acetábulo para impedir deformidade – osteotomias e 
cirurgia 
Métodos conservadores (alívio de carga): muletas 
Aparelho gessado: adbução e rotação interna 
Gesso de Broomstick 
 
EPIFISIÓLISE 
Um dos distúrbios mais comuns no quadril de 
adolescentes 
Período de estirão – enfraquecimento da fise 
(inclinada) com deslocamento anterior da cabeça 
(força de cisalhamento do peso do corpo) 
Bilateral 25 a 70% 
Masculino: 10 a 16 anos | Feminino: 9 a 15 anos 
Quadro clínico: 
Possível claudicação ou perda de apoio 
Perda da rotação interna na flexão do quadril 
Flexão limitada com quadril tendendo a rodar 
externamente (sinal de Drehman) 
Forma aguda: até 3 semanas 
Forma crônica: acima de 3 semanas crônica agudizada 
 
# SINAL DE DREHMAN 
Diminuição amplitude de movimento 
Rotação externa do quadril ao tentar fletir o quadril – 
devido ao deslocamento da cabeça ser posteromedial 
Queixa pode ser em joelho: dor em virilha, face medial 
da coxa e joelho (n. obturatório) 
 
Diagnóstico: 
Raio X nas posições frente e Lauenstein 
Aumento da densidade da epífise (escorregamento da 
cabeça – sinal de Steel) 
Linha de Klein 
Tratamento: 
Fixação cirúrgica 
Não deve ser feita manobra da redução 
Objetivo: promover a epifisiodese com um parafuso 
 
SINOVITE TRANSITÓRIA DO QUADRIL 
Quadril em observação, coxite fulgaz, sinovite tóxica 
Causa de dor mais comum no quadril e de claudicação 
não traumática na infância 
Dos 9 meses a adolescência 
Média de idade: 6 anos (3 a 8) 
95% unilateral 
Causa específica desconhecida 
Porém, existe consenso sobre a relação com infecção 
recente: 
• Virais e bacterianas, pp foco amigdaliano 
Trauma 
Hipersensibilidade alérgica 
Semelhança a um quadro de artrite séptica, porem em 
uma criança saudável 
Dor aguda monoarticular 
Claudicação, diminuição da ADM 
Membro em flexão | RE 
Febre baixa, raramente > 38°C 
Sintomas podem durar de 1 a 10 dias 
Diagnóstico: exclusão 
 
JOELHO VARO E JOELHO VALGO 
 
Diagnóstico diferenciais: 
• Tíbia vara 
• Raquitismo 
• Displasia esquelética 
Tratamento: observação, quando ultrapassa 15 a 20° - 
hemiepifisiodese distal 
 
PÉ TORTO CONGÊNITO 
Deformidade congênita frequente 
Sexo masculino 
Bilateral em 50% dos casos 
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TATIANE CELEIRO NASCIMENTO 
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Pode estar associado com displasia do quadril, 
torcicolo congênito, meningomielocele 
Componentes intrínsecos (alterações musculares, 
herença familiar) e extrínsecos (oligodrâmnio) 
Diagnóstico: clinico – raio X de rotina 
Tratamento: 
Deve ser instituído o mais breve possível (primeiros 
dias de vida) 
Gessos seriados pelo método de Ponseti 
Troca semanal em torno de 5 a 8 semanas 
Troca progressiva (CAVE – cavo, aduto, varo, equino) 
Após gesso progressivo, tenotomia do tendão de 
Aquiles e gesso por 3 semanas 
Depois prótese de Denis – Browne: 23 horas/dia por 3 
meses seguido de 14 horas/dia até os 4 anos 
 
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE 
Desvio do eixo normal da coluna 
Infantil: 0 a 3 anos 
Juvenil: 4 a 10 anos 
Adolescentes: > 10 anos até maturidade esquelética 
Quadro clínico: mais comum em meninas 
Predomínio torácico a direita 
Teste de Adams = gibosidade torácica na flexão do 
tronco 
Mensuração radiológica do ângulo de Cobb 
Tratamento: 
Depende do ângulo encontrado 
Depende do potencial de crescimento (Risser) 
Risser = ossificação da apófise da crista ilíaca 
Tratamento: 
Até 25°: 
• Exercícios de fortalecimento 
• Monitorização (4 a 6 meses) ate maturação 
30 a 45°: 
• Com potencial de crescimento (Risser < ou = 3) 
• Órtese (colete de Milwaukee) 23 horas/dia 
• Maturação – impede a progressão 
45°: 
• Tratamento cirúrgico 
 
OSTEOCONDRITES 
Distúrbios de ossificação no esqueleto imaturo 
Associado a inflamação, necrose e trauma 
 
DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER 
Relacionada ao aumento da tuberosidade anterior da 
tíbia – praticantes de atividades desportivas 
Sexo masculino 
Microtraumatismo de tração no tendão patelar 
Autolimitada 
Cessa após fusão da tuberosidade anterior da tíbia com 
metáfise 
Caracterizada por dor e aumento de volume 
Geralmente unilateral 
Sem derrame articular 
Diagnóstico diferencial: 
Avulsão de tuberosidade:Osgood-Schlatter é fator de 
risco para avulsão completa da tuberosidade 
Joelho do saltador: tendinose patelar 
Sinding-Larsen-Johanssen: dor no polo inferior da 
patela por tração do ligamento patelar 
Diagnóstico: clínico 
Fragmentação do núcleo de crescimento de TAT 
Tratamento: 
Clinico sintomático 
Restrição desportiva por 6 a 8 semanas 
Raramente necessita de imobilização 
Tratamento cirúrgico é raro 
Complicações são raras: joelho recurvatum 
 
DOENÇA DE KOHLER 
Necrose avascular do navicular 
Meninos mais comum | < 6 anos 
Bilateral em 30% 
Dor e sensibilidade – claudicação 
Limitada – bom prognóstico 
 
DOENÇA DE FREIBERG 
Osteonecrose da cabeça do 2º metatarso 
Provável alteração da vascularização 
Sexo feminino ( raio X pode ser normal inicialmente) 
Tratamento por limitação de carga 
 
DOENÇA DE PANNER 
Osteonecrose do capitulo umeral em menores de 10 
anos 
Predomínio masculino – autolimitada 
Historia familiar e estresse em valgo (arremesso ou 
ginástica) – tensão o epicôndilo medial 
Dor e rigidez para extensão e supinação + derrame 
articular 
Tratamento clinico/cirúrgico para fragmentos 
 
OSTEOCONDRITE DE SEVER 
Apofisite no núcleo de ossificação do calcâneo 
Sexo masculino de 6 a 12 anos 
Bilateral 60% 
Dor em atividade esportiva e em crianças acima do 
peso 
Restrição de atividades, controle de dor (resolução na 
maioria das vezes espontânea) 
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TATIANE CELEIRO NASCIMENTO 
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# IMPORTANTE

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