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SEGURANÇA PÚBLICA E TRÂNSITO AULA 2 Prof. Diego Nogueira 2 CONVERSA INICIAL O objetivo primeiro desta aula é apresentar a você o Sistema Nacional de Trânsito, instituído no Art. 5º do Código de Trânsito Brasileiro. O conhecimento dos órgãos, competências, atribuições e estrutura auxiliarão na aprendizagem de outros assuntos correlatos, como a educação, normas e a política nacional de trânsito. Também será tratado sobre as Normas Gerais de Circulação e Conduta, que se não observadas pelo condutor poderão ensejar em Infrações de Trânsito com suas implicações. São temas desta aula: 1. Brasil: uma República Federativa; 2. Descentralização e desconcentração administrativa; 3. O Sistema Nacional de Trânsito: o que é?; 4. Das normas gerais de circulação e conduta; 5. Infrações de trânsito, medidas administrativas e penalidades. TEMA 1 – BRASIL: UMA REPÚBLICA FEDERATIVA A Constituição brasileira em seu artigo 1º estabelece: CF. Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político. CF. Art. 18. A organização político-administrativa da federação compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição. A federação constitui-se, portanto, pela união política de territórios com governo próprio e certa autonomia, limitada pela própria constituição e leis nacionais. O federalismo é considerado cláusula pétrea (imutável), conforme o artigo 60, parágrafo 4º, da CF: “CF. Art. 60, § 4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado”; (...) A descentralização política das competências entre os entes autônomos visa atender ao princípio da predominância ou preponderância do interesse. Como vimos na Aula 1 a competência para legislar sobre trânsito cabe à União (Art. 22, XI). Competência que pode ser delegada aos demais entes desde que https://plenarinho.leg.br/index.php/glossary/republica/ https://plenarinho.leg.br/index.php/glossary/estado-democratico/ https://plenarinho.leg.br/index.php/glossary/cidadania/ 3 por lei complementar, sobre o assunto específico e com isonomia entre os entes federados (Art, 19, III, CF). TEMA 2 – DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA O Direito Administrativo, ramo do Direito Público, parte do pressuposto de que a pessoa jurídica denominada de Estado pode prestar suas atividades administrativas de duas formas: centralizada, personificada pela própria administração direta ou por seus órgãos, ou descentralizada, quando a prestação é transferida para outra pessoa jurídica, com nova personalidade (REDE LFG). Portanto, a descentralização consiste na transferência da prestação do serviço de titularidade do Estado para outro ente (política), para a administração indireta ou para o particular (administrativa). Não há relação de subordinação/hierarquia com a administração direta, mas apenas de controle e fiscalização sobre o serviço descentralizado (REDE LFG). As entidades são “as estruturas surgidas a partir da descentralização administrativa e que compõem a chamada administração pública indireta: autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista” (ARAÚJO). • Autarquia: criada por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita própria, executa atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada (Art. 5º, inciso I, Decreto-Lei 200/67). • Empresa Pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo do poder público, criada por lei para a exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa (Art. 5º, inciso II, Decreto-Lei 200/67). • Sociedade de Economia Mista: entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria ao poder público (Art. 5º, inciso III, Decreto-Lei 200/67). 4 • Fundação Pública: personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos públicos e de outras fontes (Art. 5º, inciso III, Decreto-Lei 200/67). De outro norte, a desconcentração é a distribuição do serviço dentro da mesma pessoa jurídica, no mesmo núcleo, razão pela qual será uma transferência com hierarquia” (REDE LFG). Conforme nos ensina Araújo “Os ‘órgãos’ são os entes da administração pública direta, criados por meio da desconcentração administrativa”. São os Ministérios, Secretarias, Diretorias, Departamentos, entre outras denominações, ligados diretamente à Presidência, ao Governo Estadual ou à Prefeitura. (ARAÚJO) Para ilustrar a aplicabilidade do tema à disciplina, apresentamos o julgado do Superior Tribunal de Justiça que inviabiliza a atuação do particular na aplicação de multas (ato com essência de sanção): Administrativo. Poder de polícia. Trânsito. Sanção pecuniária aplicada por sociedade de economia mista. impossibilidade. 1. (...) 2. No que tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido amplo, poder de polícia pode ser conceituado como o dever estatal de limitar-se o exercício da propriedade e da liberdade em favor do interesse público. A controvérsia em debate é a possibilidade de exercício do poder de polícia por particulares (no caso, aplicação de multas de trânsito por sociedade de economia mista). 3. As atividades que envolvem a consecução do poder de polícia podem ser sumariamente divididas em quatro grupos, a saber: (i) legislação, (ii) consentimento, (iii) fiscalização e (iv) sanção. 4. No âmbito da limitação do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito, esses grupos ficam bem definidos: o CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão da carteira corporifica a vontade o Poder Público (consentimento); a Administração instala equipamentos eletrônicos para verificar se há respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização); e também a Administração sanciona aquele que não guarda observância ao CTB (sanção). 5. Somente os atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público. 6. No que tange aos atos de sanção, o bom desenvolvimento por particulares estaria, inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação de multas para aumentar a arrecadação. 7. Recurso especial provido”. (STJ, Resp 817.534, ministro Mauro Campbell Marques, j. 10.11.2009). 5 TEMA 3 – O SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO (SNT): O QUE É? CTB. Art. 5º. O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades. O Sistema Nacional de Trânsito é composto pelos seguintes órgãos eentidades (Art. 7º, CTB): (I) – o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo; (II) – os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores; (III) – os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (IV) – os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (V) – a Polícia Rodoviária Federal; (VI) – as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e (VII) – as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI. Tabela 1 – Sistema nacional de trânsito INSTÂNCIA NORMATIVOS CONSULTIVOS EXECUTIVOS TRÂNSITO - RODOVIÁRIO FISCALIZAÇÃO JULGADORES Federal CONTRAN DENATRAN DNIT PRF JARI Estadual CETRAN CONTRANDIFE DETRAN CIRETRAN DER PM / DETRAN / DER JARI Municipal - Órgão Municipal PM e Agentes Municipais JARI É permitido aos órgãos e entidades executivos do Sistema Nacional de Trânsito “celebrar convênio delegando as atividades previstas no CTB, devendo- se atender aos princípios da maior eficiência e da segurança para os usuários da via” (Art. 25, CTB). Estude sobre os elementos do ato administrativo: competência, forma, objeto, motivo, finalidade. TEMA 4 – DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA As normas gerais de circulação e conduta prescrevem comportamentos do condutor, obrigando, proibindo ou permitindo ações na utilização das vias terrestres, ou conforme dita Araújo “são regras de comportamento” que devem 6 ser observados ‘pelos usuários da via pública’ e seu descumprimento pode ensejar infração de trânsito”. Apresentamos alguns exemplos: CTB. Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem: I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas; II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, (...)”. Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino. Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: (...) II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas. TEMA 5 – INFRAÇÕES DE TRÂNSITO, MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E PENALIDADES Em caso de inobservância pelo condutor ou proprietário de veículo das normas do Código de Trânsito, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, o infrator de trânsito estará sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas no ordenamento jurídico, além das punições criminais previstas (ver definição de infração no Anexo I do CTB). As penalidades são aplicadas pela autoridade de trânsito. Estão previstas no capítulo XVI do CTB e são as seguintes: I) advertência por escrito; II) multa; III) suspensão do direito de dirigir; IV) cassação da Carteira Nacional de Habilitação ou da Permissão para Dirigir; V) frequência obrigatória em curso de reciclagem (Art. 256, CTB). Elas não elidem a eventual aplicação das punições criminais decorrentes de crimes de trânsito. As penalidades serão impostas concomitantemente aos proprietários e condutores de veículos “toda vez que houver responsabilidade solidária em infração dos preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um de per si pela falta em comum que lhes for atribuída” (Art. 257, parágrafo 1º, CTB). 7 Ao proprietário cabe sempre a responsabilidade “referente à prévia regularização e preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características, componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus condutores” (Art. 257, parágrafo 2º, CTB. Já ao condutor cabe “a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados na direção do veículo” (Art. 257, parágrafo 3º, CTB”. • Advertência: por escrito quando a infração for de natureza leve ou média, desde que não seja reincidente o infrator na mesma infração, considerando-se os últimos doze meses do prontuário. Ato discricionário da autoridade que levará em consideração o histórico de penalidades, sendo aplicado se for entendida como providência mais educativa. No entanto, com as alterações do CTB que passaram a valer a partir do dia 12 de abril com a Lei 14.071/20, a orientação correta é conforme o texto abaixo: "A regra para aplicação da penalidade de advertência por escrito não dependerá, mais da decisão da autoridade de trânsito. A penalidade deverá ser imposta à infração de natureza leve ou média passível de ser punida com multa, caso o infrator não tenha cometido nenhuma outra infração nos últimos 12 meses”. • Multas: serão impostas e arrecadadas pelo órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via onde haja ocorrido a infração, de acordo com a competência estabelecida no CTB. Classificadas conforme o Art. 259 do CTB em: I. gravíssima - sete pontos e R$ 293,47; II. grave - cinco pontos e R$ 195,23; III. média - quatro pontos e R$ 130,16; IV. leve - três pontos e R$ 88,38. • Suspensão do direito de dirigir: Conforme o caput do Art. 261 e seu parágrafo 1º, todos do CTB, ocorrerá: I – sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos, no período de 12 (doze) meses: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e, no caso de reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos; II – por transgressão às normas estabelecidas neste Código, cujas infrações preveem, de forma específica, a penalidade de suspensão 8 do direito de dirigir”: de 2 (dois) a 8 (oito) meses, exceto para as infrações com prazo descrito no dispositivo infracional, e, no caso de reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses. • Cassação do documento de habilitação: Esta penalidade ocorrerá (Art. 263, do CTB): I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer veículo; II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175; III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito, observado o disposto no art. 160. O requerimento de reabilitação do infrator poderá ser realizado após dois anos da cassação da CNH, devendo ser submetido a todos os exames necessários à habilitação (parágrafo 3º). “CTB. Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de habilitação serão aplicadas em processo administrativo por decisão fundamentada da autoridade de trânsito competente, assegurado ao infrator amplo direito de defesa”. • Participação obrigatória em curso de reciclagem: “CTB. Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem (...): I. quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação; II. quando suspenso do direito de dirigir; III. quando se envolver em acidente grave para o qual haja contribuído, independentemente de processo judicial; IV. quando condenado judicialmente por delito de trânsito; V. a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando em risco a segurança do trânsito. As medidas administrativas, conforme Art. 269 doCTB, são aplicadas pelas autoridades de trânsito ou seus agentes, dentro de suas competências, e são as seguintes: (I) retenção do veículo; (II) remoção do veículo; (III) recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação ou da Permissão para Dirigir; (IV) recolhimento do Certificado de Registro e/ou do Certificado de Licenciamento Anual; (V) transbordo do excesso de carga; (VI) realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica; (VI) recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias, restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento de multas e encargos devidos; (VII) realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de primeiros socorros e de direção veicular. 9 As medidas administrativas decorrem do poder de polícia (Art. 78, do Código Tributário Nacional): CTB. Art. 269, § 1º. A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da pessoa. CTN. Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. • Retenção do veículo: CTB. Artigo 270. (...) §1º. Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o veículo será liberado tão logo seja regularizada a situação. §2º. Não sendo possível o saneamento, o veículo, desde que ofereça condições de segurança para circulação, poderá ser liberado e entregue a condutor regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, contra apresentação de recibo, assinalando-se prazo razoável ao condutor para regularizar a situação, para o que se considerará, desde logo, notificado. (...) §4º. Não se apresentando condutor habilitado no local da infração ou vencido o prazo e não regularizada a situação o veículo será recolhido ao depósito (...). O Certificado de Licenciamento Anual deverá ser devolvido ao condutor por quem aplicou as medidas administrativas, desde que o veículo seja apresentado devidamente regularizado (parágrafo 3º). Em se tratando de veículo de transporte coletivo transportando passageiros ou veículo com produtos perigosos ou perecíveis, de acordo com a discricionariedade do agente, a retenção não ocorrerá. Importante esclarecer que o veículo deve oferecer condições de segurança para circulação em via pública (parágrafo 5º). • Remoção do veículo: quando expresso no CTB (Art. 271, CTB). A restituição do veículo só ocorrerá mediante prévio pagamento de multas, taxas e despesas com remoção e estada, além de outros encargos previstos na legislação, estando condicionada, ainda, ao reparo de qualquer componente ou equipamento obrigatório que não esteja em perfeito estado de funcionamento (parágrafos 1º e 2º). 10 • Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade puder ser sanada no local da infração: os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo poderão ser contratados por licitação pública realizados quando não realizados diretamente por órgão público, sendo o proprietário do veículo o responsável pelo pagamento dos custos desses serviços. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados por particulares poderão ser pagos pelo proprietário diretamente ao contratado (parágrafo 4º). • Recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação ou da Permissão para Dirigir: nos casos expressos no CTB, ou quando houver suspeita de inautenticidade/adulteração (Art. 272, CTB). • Recolhimento do Certificado de Registro: nos casos expressos no CTB; quando houver suspeita de inautenticidade/adulteração; se alienado o veículo, não for transferida sua propriedade no prazo de trinta dias (Art. 273, CTB). • Recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual: nos casos expressos no CTB; quando houver suspeita de inautenticidade/adulteração; se o prazo de licenciamento estiver vencido; no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não puder ser sanada no local (Art. 274, CTB). • Transbordo do excesso de carga: condição para que o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado às expensas do proprietário do veículo (Art. 274). Não sendo possível ser realizado o transbordo o veículo será recolhido (parágrafo único). • Realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica: CTB. Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165”. Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência. § 2º A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito admitidas. 11 § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165-A deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo. NA PRÁTICA Por muito tempo o Batalhão de Polícia Rodoviária da Polícia Militar do Paraná realizou fiscalização de trânsito em algumas rodovias federais no Estado. Havia convênio entre o extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), atual Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), autorizando a atuação. Ocorre que em maio de 2009 o Tribunal Regional Federal, da 4ª Região, considerou a invalidade dos convênios firmados antes da Constituição de 1988. O Tribunal entendeu que, mesmo sendo legal à época da assinatura, o convênio perdeu a validade após a promulgação da Constituição de 1988. No entendimento do desembargador federal Valdemar Capeletti, se antes a PRF estava subordinada ao DNER, uma autarquia federal, a partir da Constituição isso deixou de ocorrer. A PRF passou a ser órgão permanente, organizado e mantido pela União. ‘Deixou de ser possível admitir, pois, que DNER pudesse, sem a interveniência da União, delegar competência que não mais lhe pertencia’, diz o despacho judicial. (Gazeta do Povo, Vida e Cidadania, Mauri König, 15.05.2009). FINALIZANDO Nesta unidade conhecemos o Sistema Nacional de Trânsito, constituído de órgãos da administração direta e indireta de todos os entes da federação, com suas competências normativas, consultivas e/ou executivas. Na fiscalização das infrações de trânsito pelos órgãos e entidades da estrutura, verificamos que podem ser aplicadas diversas espécies de penalidades e medidas administrativas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Departamento_Nacional_de_Estradas_de_Rodagem https://pt.wikipedia.org/wiki/Departamento_Nacional_de_Estradas_de_Rodagem https://pt.wikipedia.org/wiki/Departamento_Nacional_de_Infraestrutura_de_Transportes https://pt.wikipedia.org/wiki/Departamento_de_Estradas_de_Rodagem https://pt.wikipedia.org/wiki/Maio https://pt.wikipedia.org/wiki/2009 https://pt.wikipedia.org/wiki/Tribunal_Regional_Federal https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_de_198812 REFERÊNCIAS ARAUJO, J. M. de. Comentário ao Art. 5º do CTB. CTB Digital. _____. Comentário ao Art. 26 do CTB. CTB Digital. Perkons. Disponível em: <http://www.ctbdigital.com.br/index.php?p=Comentarios& Registro=47&campo_busca=&artigo=26>. Acesso em: 24 out. 2017. BAIL, O. Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário. São José dos Pinhais: APMG, 2012. DI PIETRO, M. S. Direito administrativo. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2007. PIRES, A. de C. Crimes de Trânsito na Lei nº 9.503/97. Belo Horizonte: Del Rey, 1998. REDE LFG. Qual a diferença entre descentralização e desconcentração. Disponível em: <https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1126602/qual-a-diferenca- entre-descentraliza cao-e-desconcentracao>. Acesso em: 24 out. 2017. NOGUEIRA, D. Embriaguez versus direção. Curitiba: AVM, 2009. PERKONS. Disponível em: <http://www.ctbdigital.com.br/?p=comentarios®istro=7&campo_busca=&arti go=5>. Acesso em: 24 out. 2017.
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