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SEGURANÇA PÚBLICA E TRÂNSITO - III

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SEGURANÇA PÚBLICA E 
TRÂNSITO 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Diego Nogueira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
 O objetivo desta aula é expor os tipos penais existentes no Código de 
Trânsito Brasileiro (CTB) e refletir em especial sobre os bens jurídicos tutelados 
pela legislação especial, as penas criminais, a possibilidade de prisão em 
flagrante e a política de tolerância zero com relação à embriaguez na direção de 
veículo automotor. 
TEMA 1 – CRIMES DE TRÂNSITO: APLICABILIDADE 
 O Código de Trânsito Brasileiro (Brasil, 1997) em vigor assevera, em seu 
art. 291: “Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos 
neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de 
Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei 
n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber”. 
 São onze os crimes de trânsito em espécie; antes de descrevê-los e 
estudá-los, importante apresentar quatro institutos e premissas que se aplicam 
ao estudo: 
1. Princípio da especialidade – A norma especial irá excluir a aplicabilidade 
da norma penal geral (lex specialis derogat legi generali). Não importa se 
a pena do delito especial seja menor que na legislação geral, afastando-
se, também, o bis in idem. O Código de Transito Brasileiro é lei especial, 
tipificando de forma diversa os crimes de homicídio culposo, por exemplo, 
quando praticado na direção de veículo automotor (Fukassawa, 2015, p. 
182). 
2. Princípio da subsidiariedade – De acordo com o grau de violação do 
bem jurídico, as condutas são tipificadas aplicando-se maior ou menor 
rigor de sanção, de maneira que a infração definida por norma subsidiária 
(de menor gravidade) é absorvida pela norma principal. Esta subsunção 
pode ocorrer de forma expressa, quando explícita no próprio texto legal, 
ou tácita, quando a conduta humana tipificada pela norma subsidiária for 
elementar de outra conduta humana regrada com maior gravidade 
punitiva (lex primaria derrogat legi subsidiariae) (Fukassawa, 2015, p. 
183). 
3. Princípio da consunção – Neste caso, ocorre uma continência de tipos 
penais, sendo que um é absorvido por outro, dentro de uma linha 
 
 
3 
evolutiva, da parte para o todo. Os crimes menos graves são fase normal 
de preparação dos mais relevantes juridicamente (Fukassawa, 2015, p. 
184). 
4. Crimes de menor potencial ofensivo – “Consideram-se infrações penais 
de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções 
penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) 
anos, cumulada ou não com multa” (Brasil, 1995, art. 61). 
 De todos os delitos de trânsito, apenas o de homicídio culposo ao volante, 
embriaguez e racha não se enquadram como crimes de menor potencial 
ofensivo. A estes em especial não se aplicam a transação penal (art. 76), a 
composição civil como medida reparatória da mácula ao bem jurídico (art. 74) e 
a necessidade de representação da vítima para prosseguimento da ação penal 
(art. 88). 
 Com relação ao crime de lesão corporal quando na direção de veículo 
automotor, porém, há restrições para aplicação dos benefícios da lei dos 
Juizados Especiais, quais sejam: não estar o condutor “sob a influência de álcool 
ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência”, 
participando de racha, “transitando em velocidade superior à máxima permitida 
para a via em 50 km/h” (Brasil, 1997, art. 291, parágrafo 1º). Nestes casos 
específicos, deverá ser instaurado inquérito (parágrafo 2º). 
TEMA 2 – DOLO E CULPA 
 De acordo com a legislação especial, apenas os crimes de homicídio e 
lesão corporal são culposos (já que expressos). Todo o restante é doloso. De 
acordo com o Código Penal (Brasil, 1940), o crime é doloso “quando o agente 
quis o resultado [dolo direto] ou assumiu o risco de produzi-lo [dolo eventual]” 
(art. 18, I). Enquanto na primeira espécie o agente quer o resultado, tendo-o 
previsto como certo, na segunda o agente o prevê como possível; embora não o 
deseje, com ele consente. 
 Já o tipo culposo resguarda o dever de diligência do homem médio. 
“Culpa é ação delituosa que a norma proíbe e a que se realiza com negligência, 
imprudência ou imperícia, violando dever objetivo de cuidado” (Fukassawa, 
2015, p. 112). As modalidades de culpa são três (Marroni, 2011): 
 
 
4 
1. Imprudência – O sujeito pratica um fato criminoso. Decorre, portanto, de 
uma conduta omissiva. A culpa é de quem age, como por exemplo quem 
passa no farol fechado; 
2. Negligência – Sujeito se omite, deixando de tomar a cautela necessária 
antes de começar a agir (conduta omissiva). O ato ocorre sempre antes 
da ação, como não verificar os freios do veículo antes de colocá-lo em 
movimento; 
3. Imperícia – O sujeito não possui habilidade no exercício de uma profissão 
ou atividade. Decorrente também de uma conduta omissiva, realizada por 
alguém sem técnica. Por exemplo, condução de um carro por pessoa 
habilitada apenas para categoria A (moto). 
TEMA 3 – CRIME DE DANO E CRIME DE PERIGO 
 Os crimes culposos de homicídio e lesão corporal, e o doloso de “racha”, 
são crimes de dano, já que neles sempre haverá ofensa à incolumidade do bem 
jurídico protegido. Já nos crimes de perigo, o ato tipificado gera situações de 
risco, concreto ou abstrato, à incolumidade individual ou pública (Fukassawa, 
2015, p. 170). 
 O de perigo, portanto, pode ser individual, quando a exposição de risco é 
de um indivíduo ou de pessoas determinadas; ou coletivo, quando se coloca em 
risco um número indeterminado de pessoas (Mirabete, 2003, p. 134). 
 O risco concreto deve ser comprovado, já o abstrato é presumido pela 
própria norma, que se contenta com a prática de fato, pressupondo um risco 
(Mirabete, 2003, p. 134). 
TEMA 4 – PENAS 
 Uma pena típica é a suspensão ou proibição de obter permissão ou 
habilitação. Ela pode ser imposta como pena criminal, de forma isolada ou 
cumulativa (Brasil, 1997, art. 292). O prazo será de dois meses até cinco anos, 
devendo o réu, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, entregar 
ao juiz sua CNH em quarenta e oito horas (Brasil, 1997, art. 293). A aplicação da 
medida será comunicada pelo juiz ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran), 
e ao órgão de trânsito do estado em que o condutor for domiciliado (Brasil, 1997, 
art. 295). A pena só inicia após eventual cumprimento de pena privativa de 
 
 
5 
liberdade (Brasil, 1997, art. 293, parágrafo 2º). A reincidência em crime de 
trânsito enseja a aplicação da medida de forma cogente (Brasil, 1997, art. 296). 
 Outra pena aplicável é a medida cautelar. As medidas assecuratórias 
visam evitar a prática de novos delitos. O Código de Processo Penal invoca as 
medidas cautelares diversas da prisão (Brasil, 1941, art. 319), como por exemplo 
a suspensão do exercício de função pública e a monitoração eletrônica. O 
Código de Trânsito, aos que são indiciados por crimes previstos nesta legislação 
especial, traz a suspensão ou proibição de obter permissão ou habilitação 
como medida cautelar apropriada, segundo o art. 294: 
Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo 
necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como 
medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou 
ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em 
decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para 
dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção. 
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida 
cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, 
caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo. 
 Outra forma de penalização é a multa. Diferentemente da multa do 
Código Penal, valor recolhido ao fundo penitenciário da quantia estipulada em 
sentença (Brasil, 1940, art. 49), a multa penal do CTB visa a reparação da vítima,ou sucessores, segundo texto do art. 297: 
A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante 
depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia 
calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, 
sempre que houver prejuízo material resultante do crime. 
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo 
demonstrado no processo. 
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do 
Código Penal. 
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será 
descontado. 
 O CTB também estipula circunstâncias agravantes das penas. Trata-
se de circunstâncias que influenciam no cálculo final da pena. O quantum de 
aumento da pena-base fica a critério do juiz. Vejamos o art. 298: 
São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de 
trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração: I - com dano 
potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave 
dano patrimonial a terceiros; II - utilizando o veículo sem placas, com 
placas falsas ou adulteradas; III - sem possuir Permissão para Dirigir 
ou Carteira de Habilitação; IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira 
de Habilitação de categoria diferente da do veículo; V - quando a sua 
profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de 
passageiros ou de carga; VI - utilizando veículo em que tenham sido 
adulterados equipamentos ou características que afetem a sua 
 
 
6 
segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de 
velocidade prescritos nas especificações do fabricante; VII - sobre faixa 
de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres”. 
 A próxima categoria que vamos ver é o flagrante delito. Flagrante, 
palavra derivada do latim, significa “acalorado, notório, visível”. Para o direito, “é 
uma qualidade do delito” que está sendo praticado, permitindo a prisão sem 
mandado pela “certeza visual do crime” (Mirabete, 2005, p. 401). O art. 301 
estabelece: “ Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que 
resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se 
prestar pronto e integral socorro àquela”. 
 Há também penas restritivas de direitos. “As penas restritivas de 
direitos são sanções penais impostas em substituição à pena privativa de 
liberdade e consistem na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do 
condenado” (Cera, 2010). Vejamos o art. 312-A: 
Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas 
situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de 
liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação 
de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das 
seguintes atividades: (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) I - trabalho, 
aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros 
e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas 
de trânsito; II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da 
rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsito e 
politraumatizados; III - trabalho em clínicas ou instituições 
especializadas na recuperação de acidentados de trânsito; IV - outras 
atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de 
vítimas de acidentes de trânsito. 
TEMA 5 – CRIMES EM ESPÉCIE 
 Vejamos, nessa seção, os crimes em espécie, segundo o CTB, a começar 
pelo homicídio culposo na direção de veículo automotor: 
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de 
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, 
a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: (Incluído 
pela Lei nº 12.971, de 2014) 
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; 
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à vítima do acidente; 
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo 
veículo de transporte de passageiros. 
 O segundo crime é a lesão corporal culposa na direção de veículo 
automotor: 
 
 
7 
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo 
automotor: 
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição 
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se 
ocorrer qualquer das hipóteses do § 1º do art. 302. 
 O terceiro crime é omissão de socorro: 
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de 
prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, 
por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não 
constituir elemento de crime mais grave. 
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do 
veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se 
trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. 
 O quarto crime é a fuga do local do acidente: “Art. 305. Afastar-se o 
condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou 
civil que lhe possa ser atribuída. Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou 
multa.” 
 O quinto é a embriaguez ao volante: 
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora 
alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância 
psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, 
de 2012) 
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor”. 
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: 
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de 
sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar 
alveolar; ou 
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração 
da capacidade psicomotora. 
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante 
teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova 
testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado 
o direito à contraprova. 
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes 
de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime 
tipificado neste artigo. 
 O sexto é a violação da proibição de dirigir: 
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou 
a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento 
neste Código: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova 
imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa 
de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão 
para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. 
 
 
 
8 
 Na sequência, temos a participação em “racha”: 
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, 
de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela 
autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade 
pública ou privada: (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) 
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão 
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor. 
§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de 
natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não 
quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de 
liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das 
outras penas previstas neste artigo. 
§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultarmorte, e as 
circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem 
assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de 
reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas 
previstas neste artigo. 
 O oitavo crime é o de direção sem habilitação: “Art. 309. Dirigir veículo 
automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação 
ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano. Penas - 
detenção, de seis meses a um ano, ou multa”. 
 O nono é o de entrega da direção do veículo a quem não tem 
condições de dirigir: 
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a 
pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de 
dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou 
mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo 
com segurança: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 
 O décimo é o de velocidade incompatível com a segurança: 
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas 
proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e 
desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja 
grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de 
dano: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 
 O último, o de inovação artificiosa de local de acidente 
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico 
com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial 
preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de 
coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, 
ou juiz: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não 
iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o 
inquérito ou o processo aos quais se refere. 
 
 
9 
NA PRÁTICA 
 Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte 
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, em qual do 
casos listados abaixo? 
 Tentou a todo custo evitar o acidente. 
 Confessou a autoria à autoridade policial. 
 Não teve a intenção de causar o acidente. 
 Prestou pronto e integral socorro à vítima. 
 Evadiu-se do local do acidente para descaracterizar o flagrante. 
Trata-se do penúltimo, quando se presta socorro. 
FINALIZANDO 
 Nesta etapa, pudemos aprender um pouco mais sobre nosso Código de 
Trânsito vigente, especialmente sobre os onze crimes de trânsito. Diferenciamos 
os crimes dolosos e culposos, bem como os de lesão e de perigo. Apresentamos, 
ainda, as espécies de penas previstas na legislação especial. 
 
 
 
10 
REFERÊNCIAS 
ARAUJO, J. M. de. Código de Trânsito Brasileiro: anotado e comentado. São 
Paulo: Letras Jurídicas, 2016. 
BAIL, O. Policiamento de trânsito urbano e rodoviário. São José dos Pinhais: 
APMG, 2012. 
BRASIL. Decreto Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial da 
União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 31 dez. 1940. 
_____. Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 3 out. 1941. 
_____. Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 27 set. 1995. 
_____. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 23 set. 1997. 
CERA, D. C. M. Quais são os critérios de aplicação das penas restritivas de 
direito e quais as hipóteses de conversão das mesmas em pena privativa 
de liberdade? 2010. Disponível em: <https://goo.gl/zoyz58>. Acesso em: 23 out. 
2017. 
FUKASSAWA, F. Crimes de Trânsito. 3. ed. São Paulo: APMP, 2015. 
MARRONI, F. Qual o conceito, espécies e modalidades de culpa? 2011. 
Disponível em: <https://goo.gl/f6KGg5>. Acesso em 23 out. 2017. 
MIRABETE, J. F. Manual de Direito Penal: parte geral. 19. ed. São Paulo: Atlas, 
2003. 
_____. Processo Penal. 17. ed. São Paulo: Atlas: 2005. 
NOGUEIRA, D. Embriaguez versus Direção. Curitiba: AVM, 2009.

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