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SEGURANÇA PÚBLICA E TRÂNSITO - IV

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SEGURANÇA PÚBLICA E 
TRÂNSITO 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Diego Nogueira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
 O objetivo desta aula é apresentar a você o panorama da mobilidade 
urbana no Brasil, bem como os conceitos necessários à compreensão do tema. 
TEMA 1 – MOBILIDADE URBANA 
 No século XX, os deslocamentos de pessoas eram realizados 
predominantemente em transportes públicos. Bondes, trens e ônibus, movidos 
por tração animal ou energia elétrica. A partir de 1940, ocorreu no Brasil um 
processo de crescimento urbano, com 80% da população vivendo nas cidades. 
A urbanização é seguida pela implementação de políticas e leis que priorizaram 
o transporte rodoviário (Brasil, 2015, p. 20). Os marcos dessa tendência, 
conforme Vasconcelos (2012, citado por Brasil, 2015, p. 20), foram: 
 1934 – Constituição Federal define como prioritária a construção de 
rodovias; 
 1956 – Desenvolvimento da indústria automobilística nacional; 
 2003-9 – Incentivos para produção de automóveis. 
 A estratégia do governo federal era integrar o território nacional, 
favorecendo a industrialização do país com base na formação de polos 
automobilísticos. Citamos Washington Luis, presidente do Brasil de 1926-1930: 
“Governar é povoar; mas, não se povoa sem se abrir estradas, e de todas as 
espécies; governar é, pois, fazer estradas!" (citado por ABCP, 2009, p. 13). 
 Esta inclinação tendenciosa das políticas públicas fez com que o 
transporte coletivo viesse perder espaço para a individualidade. Dados da 
Associação Nacional de Transporte Público (ANTP, 2014) revelam que, devido 
à grande produção de automóveis e motocicletas no país, a guinada para a 
individualidade é uma tendência crescente. 
Tabela 1 – Transportes no Brasil 2003/2012 
Ano/Tipo Transporte coletivo Individual Não motorizado 
2003 29,8% 28,8% 41,4% 
2012 29% 31% 40% 
Fonte: ANTP, 2014. 
 
 
3 
 Os resultados, porém, são catastróficos para a vida nos grandes centros. 
As consequências mais visíveis são: (1) aumento do fluxo de veículos nas 
cidades, com a redução de velocidade média e ocorrência de 
congestionamentos; (2) aumento da poluição do ar, em virtude de emissões de 
gases e partículas na atmosfera; (3) aumento de stress no trânsito e de lesões e 
mortes causadas pelo trânsito (Brasil, 2015, p. 22). 
 No Brasil, as lesões de trânsito ocupavam a sétima posição na carga 
global de doenças no ano de 1990, passando a ocupar a quinta posição em 2010 
(dados do Instituto de Métrica em Saúde e Avaliação dos EUA). 
 A Emenda Constitucional nº 82, de 2014, acrescentou o parágrafo 10 ao 
art. 144 da CF, expressando o conceito de direito à mobilidade urbana eficiente 
(Brasil, 2014). Esta mudança legislativa evidencia que a segurança viária 
(educação, engenharia e fiscalização de trânsito) preocupou o constituinte 
reformador. Seu exercício visa a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas, garantido por 
força constitucional. 
TEMA 2 – CONCEITO DE MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL 
 A agenda estatal democrática, conforme preleciona Juarez Freitas (2011, 
p. 41), deve buscar o direito fundamental à sustentabilidade multidimensional, 
incluso nesse conceito o direito a políticas públicas de qualidade. Relembrando 
o conceito de política pública: 
decisões que envolvem questões de ordem pública com abrangência 
ampla e que visam à satisfação do interesse de uma coletividade. 
Podem também ser compreendidas como estratégias de atuação 
pública, estruturadas por meio de um processo decisório composto de 
variáveis complexas que impactam na realidade. São de 
responsabilidade da autoridade formal legalmente constituída para 
promovê-las, mas tal encargo vem sendo cada vez mais compartilhado 
com a sociedade civil por meio do desenvolvimento de variados 
mecanismos de participação no processo decisório (Castro; Gontijo; 
Amabile, 2012, p. 390). 
 O princípio da sustentabilidade é princípio constitucional implícito e deve 
regular as ações estatais, inclusive no desenvolvimento de políticas públicas, de 
forma cogente (Freitas, 2011, p. 56): 
Trata-se do princípio constitucional que determina, independentemente 
de regulamentação legal, com eficácia direta e imediata, a 
responsabilidade do Estado e da sociedade pela concretização 
solidária do desenvolvimento material e imaterial, socialmente 
 
 
4 
inclusivo, durável e equânime, ambientalmente limpo, inovador, ético e 
eficiente, no intuito de assegurar, preferencialmente de modo produtivo 
e precavido, no presente e no futuro, o direito ao bem-estar físico, 
psíquico e espiritual, em consonância homeostática com o bem de 
todos. 
 A dimensão social da sustentabilidade se expressa com base em direitos 
sociais fundamentais, com os correspondentes programas relacionados à saúde, 
à educação e à segurança (serviços públicos por excelência), que precisam ser 
obrigatoriamente universalizados com eficiência e eficácia, sob pena de o 
modelo de gestão ser autofágico, ou seja, insustentável. 
 Neste sentido, a mobilidade urbana eficiente 
é o resultado de um conjunto de políticas de transporte e circulação 
que visa proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço 
urbano, através da priorização dos modos não motorizado e coletivo 
de transportes, de forma efetiva, que não gere segregações espaciais, 
socialmente inclusiva e ecologicamente sustentáveis (Brasil, 2015, p. 
191). 
 A Lei n. 12.587, de 3 de janeiro de 2012, institui as diretrizes da Política 
Nacional de Mobilidade Urbana expressando que (Brasil, 2012): 
Art. 1º. A Política Nacional de Mobilidade Urbana é instrumento da 
política de desenvolvimento urbano de que tratam o inciso XX do art. 
21 e o art. 182 da Constituição Federal, objetivando a integração entre 
os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e 
mobilidade das pessoas e cargas no território do Município. 
Parágrafo único. A Política Nacional a que se refere o caput deve 
atender ao previsto no inciso VII do art. 2º e no § 2º do art. 40 da Lei 
nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade). 
Art. 2º. A Política Nacional de Mobilidade Urbana tem por objetivo 
contribuir para o acesso universal à cidade, o fomento e a 
concretização das condições que contribuam para a efetivação dos 
princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano, 
por meio do planejamento e da gestão democrática do Sistema 
Nacional de Mobilidade Urbana. 
Art. 3º. O Sistema Nacional de Mobilidade Urbana é o conjunto 
organizado e coordenado dos modos de transporte, de serviços e de 
infraestruturas que garante os deslocamentos de pessoas e cargas no 
território do Município. 
TEMA 3 – PLANEJAMENTO URBANO 
 A Constituição Federal normatiza que todos os municípios com mais de 
20 mil habitantes tenham Plano Diretor (Brasil, 1988): “Art. 182. A política de 
desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme 
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento 
das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.” 
 
 
5 
 Assim, é o instrumento legal que define como o espaço da cidade pode 
ser ocupado. Estipula: (1) o tipo de circulação aceito; e (2) a infraestrutura da 
circulação. 
 O Governo Federal, neste planejamento, tem competência para 
estabelecer as diretrizes para a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, 
incluindo o transporte urbano. O Ministério das Cidades, criado em 2003, passou 
a reunir todas as atividades relativas ao transporte público, ao trânsito, à 
habitação e ao desenvolvimento urbano (Vasconcellos, 2012, p. 125). 
 Cria-se, vinculado ao referido ministério, a Secretaria Nacional de 
Mobilidade e Transporte Urbano e transfere-se o Departamento Nacional de 
Trânsito (Denatran) do Ministério da Justiça para o Ministério das Cidades. 
 Já os governos estaduais, com relação ao transporteurbano, dão ênfase 
aos problemas de trânsito nas linhas de longo percurso que interligam as 
grandes cidades, incluindo as regiões metropolitanas (Vasconcellos, 2012, p. 
125). 
 Os municípios, desde o Código de Trânsito Brasileiro vigente, têm 
responsabilidade direta sobre a organização do seu transporte público. Eles 
passaram a fazer parte do Sistema Nacional de Trânsito (SNT) e seus prefeitos 
ganharam legitimidade para planejamento, operação e fiscalização (como 
policiamento administrativo) do trânsito. Destacam-se as seguintes atribuições, 
ainda, com relação à coordenação no Planejamento Urbano, de Transporte e de 
Trânsito: (1) elaboração de leis e regulamentos de uso e ocupação do solo; e (2) 
controle de polos geradores de tráfego (Vasconcellos, 2012, p. 127). 
Tabela 2 – Planejamento: transporte e mobilidade 
Planejamento de Transporte Planejamento da Mobilidade 
Planejamento do sistema viário Planejamento geral 
Regulamentação do transporte público Projeto de circulação e estacionamento 
Planejamento da oferta do transporte Operação cotidiana 
Operação de transporte público Fiscalização 
Controle de transporte Avaliação 
Avaliação do transporte público Administração 
 
 
 
 
6 
TEMA 4 – A NOVA LEI DE MOBILIDADE URBANA 
 Em 2012 foi sancionada pela Presidência da República a nova Lei da 
Mobilidade Urbana (Brasil, 2012). Os princípios, diretrizes e objetivos da Política 
Nacional de Mobilidade Urbana estão descritos no art. 5º: 
I - acessibilidade universal; 
II - desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões 
socioeconômicas e ambientais; 
III - equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo; 
IV - eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de 
transporte urbano; 
V - gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação 
da Política Nacional de Mobilidade Urbana; 
VI - segurança nos deslocamentos das pessoas; 
VII - justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos 
diferentes modos e serviços; 
VIII - equidade no uso do espaço público de circulação, vias e 
logradouros; e 
IX - eficiência, eficácia e efetividade na circulação urbana. 
 “Nos municípios sem sistema de transporte público coletivo ou individual, 
o Plano de Mobilidade Urbana deverá ter o foco no transporte não motorizado e 
no planejamento de infraestrutura urbana destinados aos deslocamentos a pé e 
por bicicleta de acordo com a legislação vigente” (Vasconcellos, 2012, p. 141). 
 Além disso, o Plano de Mobilidade Urbana deverá estar integrado com o 
plano diretor municipal, existente ou em elaboração no prazo máximo de três 
anos da vigência da Lei de Mobilidade (Vasconcellos, 2012, p. 141). 
NA PRÁTICA 
 Vamos tratar da Tecnologia em Sistemas Urbanos Inteligentes (Big Data). 
A transformação digital tem revolucionando todas as áreas da sociedade. Na era 
da computação cognitiva, as pessoas farão as perguntas e os computadores 
darão as respostas sobre as questões relacionadas ao trânsito em tempo real. 
 Atualmente, os dados captados pelos Sistemas Urbanos Inteligentes 
auxiliam o controle do fluxo do trânsito e a tomada de decisões. A coleta das 
informações é rápida e permite dados mais precisos sobre a situação do trânsito. 
Ocorrendo acidente, os policiais e socorristas conseguem ajudar os motoristas 
com maior agilidade. 
 
 
7 
FINALIZANDO 
 Nesta aula tivemos um breve contato com as questões relacionadas à 
mobilidade urbana e seu planejamento necessário enquanto política pública. 
 
 
 
8 
REFERÊNCIAS 
ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland. Governar é abrir estradas: 
o concreto pavimentando os caminhos na formação de um novo país. São Paulo: 
ABCP, 2009. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
_____. Emenda Constitucional n. 82, de 16 de julho de 2014. Diário Oficial da 
União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 17 jul. 2014. 
_____. Lei n. 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 4 jan. 2012. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Vida no Trânsito. Brasília: Universidade 
Federal de Goiás, 2015. 
CASTRO, C. L. F. de; GONTIJO, C. R. B.; AMABILE, A. E. de. N. (Orgs). 
Dicionário de Políticas Públicas. Barbacena: Ed. UEMG, 2012 
FREITAS, J. Sustentabilidade: direito ao futuro. Belo Horizonte: Fórum, 2011, 
p. 41. 
VASCONCELOS, E. A. Mobilidade Urbana e Cidadania. Rio de Janeiro: 
SENAC Nacional, 2012.

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