Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Teorias, Conteúdos e Recursos 
Educacionais
Didática
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
MARLY SAVIOLI
AUTORIA
Marly Savioli
Olá! Meu nome é Marly Savioli. Sou mestranda em Educação e 
pós-graduada em Ética, Valores e Cidadania na Escola. Além disso, 
sou formada em Pedagogia, com especialização em Administração e 
Supervisão Escolar. Tenho 35 anos de experiência técnico-profissional na 
área educacional, durante os quais trabalhei para escolas particulares, 
Prefeituras Municipais e Assessorias Educacionais em geral.
Como educadora, exerci nas escolas diversos papéis, como 
professora, orientadora educacional, coordenadora pedagógica, vice-
diretora e diretora. Por acreditar nas pessoas e na capacidade de mudar 
o mundo por meio da educação, trabalho atualmente para a Fundação 
Lemann como formadora de educadores e gestores educacionais, 
orientando-os e subsidiando seus trabalhos com caminhos mais eficazes. 
Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo 
e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Principais Teorias da Aprendizagem no Ensino .............................. 10
Behaviorismo ou Comportamentalismo ......................................................................... 11
Teoria da Aprendizagem Social ............................................................................................ 14
Teoria do Cognitivismo................................................................................................................ 15
Teoria Sociointeracionista ......................................................................................................... 15
Teoria da Aprendizagem Significativa .............................................................................. 16
A Teoria de Henri Wallon ........................................................................................................... 17
Sala de Aula: Espaço de Construção do Conhecimento para o 
Aluno ................................................................................................................ 18
Conteúdos Escolares e de Aprendizagem........................................ 25
Seleção e Organização dos Conteúdos .............................................30
7
UNIDADE
03
Didática
8
INTRODUÇÃO
A Didática é uma área vasta e importante na educação. Dentro do 
traçado sobre o tema que estamos explorando chegou o momento de 
você entender melhor o que fundamenta as teorias existentes sobre o 
aprendizado dos alunos. Você perceberá que alguns teóricos foram por 
caminhos muito distintos em função da linha histórica que vivenciou.
Com base nessas reflexões iniciais pretende-se avaliar o trabalho que 
o professor desenvolve em sala de aula pautado nesses conhecimentos e 
explorar quais caminhos contemporâneos sonhamos em trilhar.
Vamos conhecer alguns aspectos sobre os conteúdos usados para 
concretizar a aprendizagem, como são escolhidos e para que servem. 
Essas reflexões vão desencadear diversos outros ângulos da Pedagogia e 
que fazem parte das atribuições do professor.
Didática
9
OBJETIVOS
Olá, seja muito bem-vindo a nossa Unidade 3 - Teorias, conteúdos e 
recursos educacionais, nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento 
das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de 
estudos:
1. Conhecer as principais teorias de aprendizagem;
2. Identificar a sala de aula como espaço de construção do 
conhecimento;
3. Entender a diferença entre conteúdo de ensino e aprendizagem e 
a importância na construção dos objetivos de aula;
4. Entender a logística que deve ocorrer na seleção e organização 
dos conteúdos.
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Didática
10
Principais Teorias da Aprendizagem no 
Ensino
OBJETIVO:
Antes de iniciar a reflexão sobre as teorias da aprendizagem, 
é fundamental que você entenda o que significa a palavra 
aprendizagem, de que forma a usamos e como se 
concretiza..
A aprendizagem pode ser definida como um processo de aquisição 
de conhecimentos, habilidade, competências, valores e atitudes. Este, 
pode ocorrer através de uma vivência, uma participação, uma troca de 
ideias e a escola que tem por prioridade garanti-la.
É importante saber que ter conhecimento não significa ter aprendido 
alguma coisa. Quando realmente se aprende é possível transferir esse 
conhecimento para seu cotidiano, resolvendo situações diversas através 
do uso do que conheceu.
Ao observar um aluno pondo em prática a teoria, é possível verificar 
se houve aprendizagem ou não. Na escola, a aprendizagem é o foco 
principal e é necessário entender como esse processo ocorre nas pessoas 
para que ele possa ocorrer de forma agradável e eficaz.
Para efetivar a aprendizagem, você precisa entender como o 
indivíduo aprende e conhecer as diferentes teorias. Isso nos ajudará a 
escolher caminhos mais eficazes. Espera-se que com a aprendizagem o ser 
humano seja capaz de mudar seu comportamento e facilitar seu cotidiano.
A Pedagogia reconhece várias formas de aprendizagem e na 
sequência você irá refletir sobre elas e sobre as principais teorias da 
aprendizagem que foram significativas na história da educação.
Cabe afirmar que as concepções de ensino e aprendizagem são 
influenciadas por momentos históricos, culturais e isso indica que não é 
possível atribuí-las somente a um pesquisador e sim a todo contexto em 
que viveu.
Didática
11
Figura 1: A teoria sob efeito do contexto histórico.
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
Behaviorismo ou Comportamentalismo
A denominação de behaviorismo significa em inglês 
comportamento, conduta, a teoria também pode ser denominada como 
comportamentalista.
Essa corrente psicológica é uma das mais influentes dentro do 
campo da educação, surgiu no século 20, conhecida como behaviorismo 
e tem como objetivo o estudo do comportamento observável nos seres 
humanos ou animais.
O nome mais proeminente dentro do Behaviorismo é o 
do americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). A perspectiva 
behaviorista orientou o pensamento e a prática da psicologia em escolas 
e consultórios, no Brasil essa abordagem teve seu auge nos anos 1970/80 
durante a ditadura militar.
Durante algumas décadas essa perspectiva foi dominante nos 
cursos de formação de professores e nas escolas brasileiras, pressupunha-
se que a aprendizagem é o resultado de associações entre um estímulo 
e uma resposta. O estudante é visto como um ser passivo que pode ser 
moldado de acordo com o desejo do professor.
Didática12
Na atualidade esses conceitos coexistem com outras formas de 
entender a aprendizagem humana. As últimas décadas de pesquisa 
indicam que provavelmente essas visões são parcialmente equivocadas 
ou, pelo menos, precisam ser questionadas.
Apesar de Skinner ser o nome mais conhecido e sua produção 
teórica ser a mais lida e divulgada, seu trabalho teve como inspiração 
as descobertas realizadas por outro psicólogo americano Edward L. 
Thorndike (1874-1949). Ele queria compreender como se aprende uma 
nova habilidade. Na busca de respostas à essa pergunta, ele criou uma 
gaiola conhecida como a “caixa problema”. Seu objetivo era estudar 
como um gato poderia encontrar uma maneira de sair da caixa. Para 
isso ele colocou um pedaço de carne fora da caixa e ficou observando 
quais seriam as estratégias que o gato utilizaria para escapar da caixa. 
Por meio dos resultados desse experimento ele criou um princípio de 
aprendizagem conhecido como a Lei do Efeito que sugere que as ações 
que têm resultados agradáveis para o animal (incluindo o homem) tendem 
a se repetir, enquanto que as que têm resultados desagradáveis tendem a 
desaparecer (THORNDIKE, 1901).
ACESSE:
Veja o vídeo em que Kárcio Oliveira reproduz a Caixa 
Problemade Thorndike: clique aqui
Didática
https://bit.ly/2YbrTb8.
13
Figura 2: Condicionamento.
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
Como grandes precursores da teoria temos Ivan Pavlov e Burrhus 
Frederic Skinner. Pavlov desenvolveu a teoria do comportamento em 
resposta a estímulo. Explicou 3 tipos de estímulos:
 • Estímulo neutro: atribuído às reações involuntárias como, por 
exemplo, aquilo que ocorre de forma instintiva. É importante 
refletir que muitas reações são instintivas em relação a reação do 
corpo humano. Exemplo: diante de uma luz forte, nossa pupila se 
retrai.
 • Estímulo condicionado: após muitas repetições dede um 
determinado estímulo, o alvo do estímulo é condicionado para 
reagir de determinada forma. Exemplo: o adestramento de cães 
ocorre dessa forma.
 • Estímulo incondicionado: é a resposta do organismo a um 
determinado estímulo. Exemplo: se sentimos frio, nossos pêlos do 
corpo arrepiam.
Nessa concepção de aprendizagem o aluno é passivo, acrítico e 
mero reprodutor de informação e tarefas. A aula é centrada no professor 
que controla o estudante através de recompensas e punições.
Didática
14
REFLITA:
As escolas atuais tentam modificar seu trabalho 
trazendo ao aluno possibilidades de se manifestar, criar, 
concluir e ser proativo. A escola que você frequentou tinha 
professores que te possibilitavam esse desenvolvimento? 
Ou apenas encontrou professores que centravam o ensino 
em si próprios e passavam horas expondo conteúdos e 
ameaçando com notas? Será a pedagogia behaviorista 
ainda está presente na realidade escolar?
Teoria da Aprendizagem Social
A teoria social cognitiva de Albert Bandura (1925 -) é considerada uma 
forma de behaviorismo. Bandura iniciou seus trabalhos desenvolvendo o 
que ele chamou de Teoria da Aprendizagem Social e posteriormente a 
denominou como Teoria Social Cognitiva.
Para este teórico as respostas comportamentais não ocorrem de 
forma automática por meio de um estímulo externo, como sugeria Skinner. 
O pesquisador defende a tese de que os seres humanos não podem 
ser comparados a máquinas, robôs ou uma folha em branco e que nem 
sempre é necessário receber um reforço para se aprender algo, pois a 
aprendizagem também ocorre por meio de reforço vicário.
ACESSE:
Reforço vicário é o reforço recebido pelo modelo. Aprende-
se um comportamento mediante a observação do 
comportamento e da consequência de outra pessoa.
Didática
15
De acordo com Bandura:
O aprendizado seria excessivamente trabalhoso, para não mencionar 
perigoso, se as pessoas dependessem somente dos efeitos de suas 
próprias ações para informá-las sobre o que fazer. Por sorte, a maior 
parte do comportamento humano é aprendida pela observação através 
da modelagem. Pela observação dos outros, uma pessoa forma uma 
ideia de como novos comportamentos são executados e, em ocasiões 
posteriores, esta informação codificada serve como um guia para a ação 
(Bandura, 1977, p22).
Para Bandura (1977) existem dois tipos de reforços:
 • Reforço direto: ocorre por reforço direto. Exemplo: um prêmio 
recebido após uma conquista.
 • Reforço vicariante: ocorre pela observação de um acontecimento. 
Exemplo: observo que o dente de alguém dói por não ter ido ao 
dentista.
Teoria do Cognitivismo
Defende a ideia de que as crianças têm fases de aprendizagem e 
o processo acontece gradualmente através da assimilação, acomodação 
e equilibração.
Teoria Sociointeracionista
O sociointeracionismo é uma teoria de aprendizagem proposta por 
Levy Vigostky e é dividida em dois princípios.
Por um lado, defende que os educadores precisam estudar o 
processo histórico do comportamento. Nesse contexto, o desenvolvimento 
cultural da criança somente pode ser compreendido como um processo 
vivo de desenvolvimento, formação e luta. Nesse sentido, deve ser objeto 
de um verdadeiro estudo científico (LA ROSA, 2003, P. 128). Por outro lado, 
reforça a necessidade de entender os fenômenos psicológicos.
Didática
16
Considerando esse entendimento, sua teoria da aprendizagem 
depende da adequação entre o social e o psicológico do estudante. O 
aluno para ser estimulado precisaria de um mediador que, através de 
perguntas, o levaria à resposta correta.
Outra concepção criada por Vigotsky é a ZDP, Zona de 
Desenvolvimento Proximal, que consiste no que o aprendiz sabe e 
até onde ele pode aprender. Entre dois pontos existe um espaço a ser 
desenvolvido pelo professor.
Desde os primeiros dias do desenvolvimento da criança, 
suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de 
comportamento social e, sendo dirigidas a objetivos definidos, são 
retratadas através do prisma do ambiente da criança. O caminho do 
objeto até a criança e desta até o objeto passa através de uma pessoa 
(VYGOTSKY, 1985, p. 39).
Teoria da Aprendizagem Significativa
Para David Ausubel, a aprendizagem se dá a partir dos 
conhecimentos prévios do indivíduo e conduzindo o estudante a aprender 
de forma prazerosa e significativa. “Os alunos sempre trazem alguma coisa 
deles mesmos para a negociação. Não são como uma tábua rasa ou um 
recipiente vazio que o professor deve preencher” (PELIZZATI ET AL, 2002).
Ainda, apresenta a ideia de que quando o estudante decora 
um conteúdo, logo o esquecerá. Quando aprender usando caminhos 
significativos de acordo com sua perspectiva, o aprendizado se consolidará 
e não será esquecido.
Didática
17
A Teoria de Henri Wallon
Wallon valorizava a pessoa completa, sendo um ser social e precisa 
de contextualização para o seu desenvolvimento, pois é afetada pelo 
mundo externo e suas emoções reagentes a esse mundo. A aprendizagem 
se dá por conflitos de desenvolvimento entre um estágio e outro.
Assim como Piaget, Wallon divide o desenvolvimento em estágios 
que veremos na tabela a seguir.
Tabela 1: Estágios de desenvolvimento de Wallon.
Estágio Idade Lógica organizada
Impulsivo- emocional Primeiro ano de vida
Afetividade 
predominante
Sensório-motor e 
projetivo
De 1 a 3 anos de 
idade
Preponderância da 
inteligência, sem 
anular a afetividade
Personalismo De 3 a 6 anos
Desenvolve 
personalidade 
opositiva ao adulto
Categorial De 7 a 11 anos
Desenvolve memória 
e atenção voluntária 
e seletiva
Puberdade e 
adolescência
Inicia por volta dos 12 
anos
Transformações 
físicas, emocionais e 
sujeitos a efeitos de 
hormônios
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
Didática
18
Sala de Aula: Espaço de Construção do 
Conhecimento para o Aluno
A escola é um espaço privilegiado onde se pode desenvolver a 
aprendizagem e a socialização dos alunos.
Mais que um espaço de ensino, é lá onde a maioria dos jovens 
se desenvolve,aprendendo a cada dia, formal ou informalmente, com 
professores e através da convivência.
Nesse sentido, a escola configura-se como o espaço institucional 
e se constitui o palco das diversas interações, sobretudo entre os 
intervenientes, professores e alunos e na relação entre eles, na qual 
aparecerão a autoridade e o poder, num primeiro momento, representados 
na figura do professor. Nesse contexto, a escola permite o confronto diário 
com normas e regras de comportamento institucional, que vão para além 
das relações pessoais e informais (GOUVEIA- PEREIRA, 2008).
Como a sociedade está em constante transformação, a escola 
acompanha tal processo e também sofre algumas mudanças, justamente 
por não saber lidar com a metamorfose evidente.
As famílias passaram por grandes transformações, pois o que era 
a pouco tempo formado por pai, mãe e filhos, atualmente constitui-se 
por diferentes arranjos familiares. A família nuclear com filhos biológicos 
deixou de ser o modelo predominante.
Devido as mudanças sociais, econômicas, política e tecnológicas 
surgiram novos arranjos familiares, tais como: família adotiva temporária; 
casal sem filhos; família monoparental; casal homossexual com ou sem 
filhos; família reconstituída depois do divórcio etc.
Didática
19
Figura 3: Reconfiguração familiar.
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
A tecnologia invadiu o mundo e com ela a escola enfrenta uma 
crise em que os alunos têm mais acesso à informação do que a escola, 
onde muitos professores ainda não sabem usar o computador, quanto 
mais usá-lo como apoio pedagógico.
Diante dessa realidade, a escola pode-se tornar obsoleta e 
desmotivadora, ou seja, um grande desafio aos educadores que se 
deparam com os alunos diariamente e precisam constantemente estarem 
em formação para conseguir lidar com essas situações.
Para Saraiva (2004, p. 142), a escola, hoje, não é mais a principal 
detentora do saber. O papel do professor somente como transmissor 
do conhecimento não tem mais lugar nesse espaço. É mais importante 
indicar onde o aluno pode encontrar as informações de que necessita 
para a construção do seu saber e como poderá transformá-las em 
conhecimento do que ser um repassador dos conteúdos de sua área.
Diante dessa realidade, a chamada “educação bancária”, 
denominada por Paulo Freire, já não atende ao seu objetivo.
Didática
20
Figura 4: Formas de diálogo.
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
É preciso um professor que saia da figura de detentor do saber para 
que seja mediador, ouça os alunos e, assim, possa conhecê-los e usar 
esse conhecimento para atrair sua atenção.
É fundamental entender que o conhecimento científico pode ser 
ensinado, porém de forma a ser recriado. O aluno deve ser protagonista na 
aprendizagem e saber transformá-la significativamente para o uso cotidiano.
Sendo a sala de aula o local escolhido para que ocorra o ensino-
aprendizado, o professor precisa estar ciente de que é um desafio. Lá 
encontrará culturas diferentes, religiões diferentes, opções de vida 
diferentes e todas elas devem ser consideradas e respeitadas.
Para além disso, é preciso lembrar que mesmo havendo uma 
caracterização da comunidade escolar, cada sala de aula tem suas 
características. Aquele que ministra aulas em várias salas sabe disso, pois 
reconhece as diferenças que são geradas pelo grupo estabelecido.
A relação que se estabelece entre professor e aluno é um agente 
fundamental para o sucesso ou insucesso na aprendizagem. A forma 
como o professor conduz sua aula e sua postura diante de ações dos 
alunos definirá a cultura que se instalará na sala de aula. Por exemplo, se 
um professor for muito permissivo talvez seja amado pelos alunos, mas 
Didática
21
muitas vezes não consegue manter disciplina suficiente para desenvolver 
sua aula e garantir a aprendizagem. Por outro lado, se o professor tiver 
uma conduta mais disciplinar e comportamental, poderá ser odiado pelos 
alunos, mas garante a disciplina durante a aula.
O professor pode ser amigo dos alunos, desde que garanta que 
haja aprendizado e respeito em sua aula. Poderá também ser uma pessoa 
mais rígida, mas deve garantir que haja interação entre professor e aluno.
Para um professor exercer sua profissão precisará buscar um 
equilíbrio entre suas concepções de mundo, o respeito às concepções 
diferentes e a concepção da escola. Isso só acontecerá com ajuda de 
uma equipe técnico-pedagógica constante que permitirá ao professor 
aprender a respeitar o que é diferente, já que muitos foram formados em 
escolas com propostas pedagógicas mais tradicionais.
Existem condições básicas para que o professor atinja seus 
objetivos educacionais. Uma delas é o domínio do que deverá ensinar. 
Se o professor não domina a ciência que ensina, também não encontrará 
caminhos razoáveis para ensinar aos alunos.
Outra questão é o de preparar suas aulas. Muitos professores dizem 
que não precisam mais preparar aulas, pois já são professores a muito 
tempo e sabem exatamente o que fazer.
Na sala de aula há alunos de diversas culturas, o que requer 
do professor um olhar diversificado para seu planejamento. O professor 
precisa saber o que vai ensinar e como vai ensinar, pois precisa garantir 
a motivação dos alunos e ter consciência que a sala de aula muitas vezes 
conta somente com a lousa e o giz como recursos.
Não é possível simplesmente “tagarelar” frente à uma sala sobre 
determinado assunto, sem permitir um diálogo com os alunos. Dessa 
forma esse professor cairá na forma tradicional do ensino, onde a 
recompensa e a punição serão o aspecto motivador. As notas serão a 
punição ou recompensa.
Ainda pensando em planejamento, é preciso ensinar a muitos 
professores como construir objetivos e como escolher a dinâmica 
Didática
22
que usará em sala para alcançar esse objetivo. Dessa aprendizagem 
dependerá todo o trabalho pedagógico a ser desenvolvido.
Figura 5: Definição de conteúdos.
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
Se considerarmos que os alunos são “burros”, com certeza 
seremos professores medíocres, professores que somente querem 
garantir o mínimo de aprendizagem. Ao contrário disso, se tivermos altas 
expectativas de aprendizagem, o aluno sentirá essa sua expectativa e 
corresponderá ao planejamento mais exigente.
Estamos falando agora de criar um clima escolar de Altas 
Expectativas Acadêmicas, é importante saber que os alunos leem nossa 
postura, nossa intenção e o que pensamos deles. Se você prepara uma 
aula rasa, os alunos saberão que sua aula é rasa e não precisam de 
muita dedicação para acompanhá-la ou, ainda, se você sempre aplicar 
provas muito fáceis, o aluno vai parar de estudar.
Lembre-se de seus professores e pense naqueles que você 
reconhecia que trariam uma aula sem muitas exigências e outros que 
você sabia que precisava se preparar, pois o professor iria explorar tudo o 
que puder de você. Em qual dessas aulas o aluno aprende mais?
Perguntem-se sempre que forem entrar em uma sala de aula: 
como você quer ser lembrado? Como o professor bonzinho ou o professor 
que garantiu a aprendizagem?
Didática
23
Segundo Mendonça (1987, p.33), o professor como agente ativo 
é responsável pelo norte do seu trabalho docente em oposição ao 
mero executor de tarefas definidas por outros. Um segundo ponto seria 
considerar os saberes tácitos dos professores e não ter somente os 
saberes acadêmicos como válidos e, por último, reconhecer a construção 
da prática do professor como um processo contínuo a ser aprimorado no 
decorrer de sua vida.
Vale ainda insistir que não existe uma maneira apenas de garantir o 
aprendizado, são muitos os caminhos e você pode conhecer alguns nas 
teorias da aprendizagem que foram apresentadas anteriormente.
Além do mais, o que funciona hoje com os alunos pode não 
funcionar amanhã,por isso o professor precisa ser um pesquisador de sua 
própria prática.
Sempre que o professor planeja uma atividade ele deve avaliar se 
na prática foi produtiva ou não. Aquilo que se evidenciar como produtivo 
deve ser garantido em outros momentos, o que não funcionar deve ser 
readequado. Dessa forma, o professor vai pesquisando sua própria prática 
e é isso que chamamos de pesquisa-ação.
Figura 6: Pesquisa-ação.
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
Didática
24
A escola e a sala de aula não querem mais um transmissor do 
conhecimento, querem um educador que além de ensinar de forma 
progressista, também desenvolva os “aspectos cidadãos” dos alunos.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 traz em seu Art. 1º:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem 
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de 
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade 
civil e nas manifestações culturais.
Considerando essa diretriz o aluno deve ser desenvolvido 
integralmente e, para isso, precisamos professores dispostos a se 
desenvolverem também.
Observando que a sala de aula é o local onde os professores vão 
desenvolver todas as questões mencionadas acima, devemos enxergar 
esse profissional como um ator principal na história da humanidade. Sobre 
isso, Moura (2001).
Ao falar da gestão do conhecimento pedagógico, enfatiza entre 
outros aspectos, o processo de tomada de decisões pelo professor sobre: 
que conteúdo trabalhar? Com qual objetivo? De que forma? Com quais 
recursos? Em que tempo? Para qual aluno? Para que tipo de sociedade?
Didática
25
Figura 7: Definição de conteúdos.
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
Conteúdos Escolares e de Aprendizagem
Iniciemos esse tema realizando algumas perguntas:
1. O que eu aprendi na escola é útil para a minha vida?
2. Em que momento apliquei a equação do segundo grau para 
resolver um problema cotidiano?
3. Consigo relacionar o conhecimento científico
4. adquirido com a sociedade?
5. Resolvo meus problemas cotidianos com base na aprendizagem 
recebida?
Essas perguntas não foram introduzidas sem intencionalidade. Elas são 
para que fique registrado que ao escolhermos determinados conteúdos eles 
Didática
26
serão interessantes quando relacionados ao cotidiano e desinteressantes 
quando não consigo entender o motivo de aprender aquilo.
Pietrocola (1999) afirma que,
Em geral, os alunos não veem as teorias científicas como capazes 
de gerar explicações engenhosas sobre situações conhecidas. A cor do 
céu, a eletricidade atmosférica, os diferentes tipos de materiais presentes 
no cotidiano não são temas tratados na escola e acabam recebendo 
explicações personalizadas, influenciadas por crenças, mitos, e todo tipo 
de informação não-científica. O conhecimento científico aprendido pelos 
estudantes parece incapaz de operar sobre essas situações e em muitos 
casos leva-os a conclusões contrárias àquelas encontradas no dia-a-dia.
Para darmos continuidade a esse tema vamos primeiro entender o 
que significa “conteúdo”. Segundo o dicionário Aurélio, essa palavra pode 
ser definida como assunto, dizeres de uma carta, o contido em caixa de 
qualquer invólucro.
Os conteúdos escolares são, dessa forma, os assuntos que serão 
ensinados em sala de aula. Para Antoni Zabala (2010) existem distintos 
conteúdos e são eles: conceituais, procedimentais e atitudinais.
Os conteúdos conceituais são fatos, informações, resultados 
de pesquisas construídos ao longo da história. Os conhecimentos 
procedimentais referem-se ao saber fazer, ou seja, a aplicação dos 
conceitos na prática. Já os conteúdos atitudinais são aqueles referentes 
as ações. Como queremos que nossos alunos sejam como cidadãos? 
Daí encontramos nos Parâmetros Curriculares Nacionais os temas 
transversais e na Base nacional Comum Curricular (BNCC) as habilidades 
socioemocionais.
Toda essa reflexão embasa a responsabilidade no momento de 
escolha de conteúdo, ou melhor, na construção do currículo.
Lembremos então, que existe toda uma legislação que orienta esse 
momento, essa legislação norteia todo o país: trata-se da BNCC (Base 
Nacional Comum Curricular).
Didática
27
Figura 8: Influências curriculares.
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
Na sequência, temos as regulamentações regionais e por fim, 
o Projeto Político Pedagógico (PPP) onde o conteúdo tomará forma e 
objetividade. Mas como escolher esse conteúdo?
Os conteúdos podem ser conceituais e procedimentais. Conteúdo 
procedimental é citado nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN 
como:
Procedimentos que expressam um saber fazer, que envolvem 
tomar decisões e realizar uma série de ações, de forma ordenada 
e não aleatória, para atingir uma meta. Os conteúdos procedimentais 
sempre estão presentes nos projetos de ensino pois realizar uma 
pesquisa, desenvolver um experimento, fazer um resumo, construir uma 
maquete são proposições de ações presentes nas salas de aula. (PCN 
Apud Nogueira, 2001,p.20)
Portanto, o conhecimento conceitual deverá levar à uma aplicação.
Na escola o termo “conteúdo” é entendido como os conhecimentos 
que serão ensinados em sala de aula. Por exemplo, para saber realizar uma 
leitura é preciso antes dominar a decodificação das letras. Geralmente no 
Didática
28
início da escolaridade são ensinadas, independente da forma, práticas de 
leitura, escritas diversas etc.
As controvérsias que rondam o momento da escolha de conteúdos 
em cada disciplina iniciam incluindo a visão de professores. Para alguns, 
quanto mais conteúdo, melhor. Para outros, é preferível menos mas 
garantir a verdadeira aprendizagem.
Nogueira sugere que os professores se questionem ao escolher os 
conteúdos, com o objetivo de que sejam contextualizados e significativos. 
Indica que respondam as seguintes perguntas:
 • Para que é importante esse tópico?
 • Qual é a relação dessa unidade com as anteriores e com as 
próximas?
 • Como contextualizar esse conteúdo no cotidiano do aluno?
 • Como posso trabalhar essa unidade de forma procedimental e 
atitudinal?
 • O que aconteceria ao aluno se eu não ministrasse essa unidade?
Observem que são perguntas que irão fundamentar a escolha do 
conteúdo pelo professor. O ideal seria que antes de escolher o conteúdo a 
ser ensinado, fosse determinado o objetivo de cada aula, de forma a ficar claro 
aonde se quer chegar, deixando a escolha do conteúdo mais consciente.
Mas como definir um objetivo? Para definir um objetivo específico 
é preciso saber o que o professor espera do aluno ao final de uma aula e, 
pensando em um objetivo geral, o que espera ao final de um bloco de aulas.
Parece muito simples, mas muitos professores se confundem com 
isso e substituem pelo seu objetivo como professor (objetivo de ensino), 
quando na verdade o objetivo que precisamos é aquele que explicita o 
que o aluno deve saber fazer ao final da aula (objetivo de aprendizagem).
Ensino é diferente de aprendizagem, trata-se do foco do professor. 
A aprendizagem é o foco do aluno. As duas coisas se relacionam e se 
interdependem, mas são diferentes.
Vamos ver um exemplo de objetivo de ensino e um de aprendizagem.
OBJETIVOS:
Didática
29
1. Ensinar a leitura de tabelas.
2. Interpretar tabelas.
Verifique que o primeiro objetivo é de ensino, ele foi pensado no 
que o professor deve fazer. O segundo objetivo é de aprendizagem, ele 
foi pensado no que o aluno deve saber.
Devemos considerar o que Doug Lemov apresenta em seu livro 
“Aula nota 10”, onde afirma que um objetivo específico precisa ser pelo 
menos viável e mensurável.
Figura 9: Critérios fundamentais do objetivo.
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
Viável é verificar se o objetivo pode ser conquistado no período 
determinado. Veremos quais objetivos não podemos, por exemplo, querer 
ter para 50 minutos.Exemplo de objetivo inviável: conhecer e relacionar todos os ossos 
do corpo com seus respectivos músculos.
Percebam que não dá para ensinar tudo isso em uma aula.
Outro aspecto é pensar em objetivos que sejam mensuráveis. 
Exemplo de objetivo não mensurável: gostar de ler poesias. É possível 
medir se alguém gosta ou não de ler? Não. Dessa forma, a definição 
de objetivo é outro processo que precisa ser muito trabalhado com os 
professores.
Didática
30
Ainda no livro de Doug Lemov, encontramos mais dois critérios que são:
 • Prioritário: que seja um objetivo que faz parte do currículo 
estabelecido.
 • Definidor: que seja um norteador às atividades e vice e versa.
Voltando aos conteúdos, a partir do momento que o professor sabe 
o que esperar do aluno, será mais fácil definir o conteúdo a ser trabalhado 
no currículo.
Já os objetivos de aprendizagem, esses estão relacionados a uma 
seleção do que esperamos que os alunos saibam fazer ao final de um 
processo de ensino.
Como características, os verbos que iniciam o objetivo devem estar 
no infinitivo, ou seja: falar, escrever, ler, analisar, etc.
Bloom apresenta sua taxonomia, nível de profundidade das 
aprendizagens. A teoria baseia-se no fato de que um indivíduo 
somente pode compreender e aplicar um determinado conceito depois 
que conhecê-lo.
SAIBA MAIS:
Sendo de extrema importância, acredito que seja 
interessante que leiam Taxonomia de Bloom: Revisão 
teórica e apresentação das adequações do instrumento 
para definição de objetivos instrucionais de Ana Paula 
do Carmo Marcheti Ferraz e Renato Vairo Belhot. Está 
disponível pelo link: 
Seleção e Organização dos Conteúdos
Para selecionar os conteúdos das disciplinas precisamos ter uma 
lógica que oriente essa ação. Precisamos ter clareza sobre quais são as 
propostas da escola onde será ministrado. No que você acredita, onde 
quer chegar, sua forma de organização curricular.
Didática
https://bit.ly/2fqoQGw
31
Existem propostas diversas de organização curricular, inclusive 
visando uma educação individualizada, onde cada aluno terá sua 
organização de acordo com suas necessidades.
Em relação a isso, é preciso pensar que as dificuldades de 
aprendizagem podem estar relacionadas a diferentes fatores, desde a 
metodologia utilizada pelo professor até problemas que se originam 
no próprio estudante. Esses estudantes que apresentam problemas 
relacionados à questões psicopedagógicas já têm regulamentado por 
lei o direito de ter uma organização de conteúdos que atenda às suas 
necessidades.
Antes de mais nada é preciso ter definido o Projeto Político 
Pedagógico que orientará os trabalhos da unidade escolar, sempre 
objetivando atender as necessidades específicas locais. Determinado o 
projeto, precisa ficar claro aos professores o que se espera deles e, por 
isso, a construção do PPP deve contar com a ajuda do corpo docente.
O passo seguinte é verificar se a escola é apresentada por disciplinas 
ou módulos, suponhamos que é por disciplinas. Neste caso, é preciso ter 
clareza sobre a estrutura de cada disciplina e, dentre o Currículo Nacional, 
o que será ensinado e como.
Figura 10: Organização disciplinar.
Escola organizada por disciplinas
Língua Portuguesa
Matemática
Ciências
Inglês
História
Geografia
Etc.
Fonte: Editorial Telesapiens baseado na autora
Didática
32
É preciso levar em conta a inter-relação entre os conteúdos, o 
grau de complexidade para o aluno, sua idade e os pré-requisitos que 
necessita para entendimento, além do tempo disponível em sala de aula 
para atingir os objetivos. Parece simples, mas a organização didática que 
a escola escolheu será de grande influência no momento de organizar os 
conteúdos.
Vejamos, por exemplo, uma escola que trabalha disciplinarmente, 
tratando as disciplinas separadamente sem haver a necessidade de 
relacioná-las. Trata-se da escola que normalmente conhecemos, apesar 
de ultrapassada.
Morin (200, p. 105) conceitua disciplina como uma “categoria 
organizadora dentro do conhecimento científico, a qual a institui a divisão 
e a especialização do trabalho, sendo diversas como as áreas das ciências 
humanas, biológicas e exatas.”
De início, as disciplinas devem definir seus objetivos gerais, depois 
específicos para cada série/ano e responder às perguntas citadas acima.
Respondido isso, a sequenciação precisa ser garantida. Não 
podemos ensinar a equação do segundo grau se os alunos não sabem 
contar. É preciso uma linearidade coerente na apresentação dos 
conteúdos.
Vejamos a área de Língua Portuguesa, em que um de seus objetivos 
gerais é produzir diferentes tipos de textos orais e escritos, considerando 
a situação de uso e refletir criticamente a respeito dessa prática da 
linguagem.
Se vamos ensinar a produção de textos orais e escritos, devemos 
pensar qual a sequência de conteúdos a serem trabalhados para que o 
aluno desenvolva as habilidades de realizar a escrita e a leitura de forma 
autônoma.
Primeiramente é preciso garantir o domínio da leitura e escrita, o 
que pode ser atribuído ao 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. Apesar de 
saber ler e escrever, ainda existem questões como gramática, coesão, 
coerência, etc.
Didática
33
Todas essas questões devem ser distribuídas uniformemente de 
acordo com a capacidade de compreensão do estudante, o que está 
relacionado a fatores de ordem cognitiva, emocional, cultural entre outros.
Os assuntos podem ser oferecidos de forma básica inicialmente e 
em cada série seguinte vai sendo aprofundado. Por exemplo, o aluno 
pode escrever um pequeno texto ao final do segundo ano, mas nas 
séries seguintes serão exploradas possibilidades de aumentar o grau de 
dificuldade e complexidade dos temas trabalhados.
Dessa forma, os conteúdos pensados disciplinarmente devem ser 
elencados atendendo à essa coerência e permitindo que os alunos se 
apropriem gradualmente do que é ensinado.
Agora vamos pensar no oposto dessa proposta. Vamos pensar em um 
Ensino Transdisciplinar. Como afirma Morin (2009, p. 20), o conhecimento 
torna-se pertinente quando é capaz de situar toda a informação em seu 
contexto e, se possível, no conjunto global no qual se insere”. Pensando 
dessa forma os conteúdos seriam trabalhados conjuntamente, ou seja, 
através de projetos, onde o aluno na busca da solução dos problemas 
apresentados, aprenderia os caminhos, e mesmo o conhecimento 
científico, que embasa as ações necessárias para essa resolução.
Comparando, o ensino transdisciplinar é baseado em fenômenos 
ao invés de assuntos, de forma a fazer referência a um tópico ou tema de 
interesse (HERINGER, 2015).
Dessa forma, as disciplinas não são extintas, mas o fenômeno 
explorado torna-se o referencial que promove a conexão entre elas.
Mesmo dessa forma a coerência no momento da escolha é 
fundamental e pensando em cada aluno e suas características, é preciso 
escolher qual projeto poderá ser desenvolvido. A partir daí, é preciso 
pensar quais conteúdos de cada disciplina serão explorados e quais estão 
diretamente ligados ao projeto e a visão de mundo que se espera.
Parece complicado? Essa forma de ensinar ainda está sendo 
explorada e poucos países ousaram adotá-la. Um dos casos que 
podemos citar como exemplo de adoção é a Finlândia, que aos poucos vem 
Didática
34
transformando seus currículos em função de projetos transdisciplinares e 
terão muito o que nos ensinar em breve.
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o que exploramos nesta unidade, 
recomendo o acesso aos textos:
Teorias educacionais: expressão e resposta de um projeto 
social. Maria de Loudes Longhini Trevisan. Disponível aqui
Conteúdo: Natureza, seleção e Organização. Maria Altair 
Farias Galvão. Disponível aqui
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso 
à seguinte fonte de consulta e aprofundamento:
Artigo: “A Importância e Influência do Setor de Compras nas 
Organizações” (FRANCO& VALE), acessível pelo link: 
RESUMINDO:
Existem várias teorias sobre como ocorre a aprendizagem. 
Aprendizagem no sentido amplo, que é mais do que 
conhecer, é entender e saber aplicar. Como o objetivo 
da escola é garantir a aprendizagem, nós educadores 
devemos ampliar nossos conhecimentos e inteirar-nos 
sobre os grandes pesquisadores e suas conclusões como 
Piaget, Skynner, Wallon e outros. Além disso, toda teoria 
sofre influência do momento sócio-histórico onde ela 
foi construída e a escolha dos conteúdos passa por um 
processo de atender às necessidades, valores, missão e 
organização curricular de cada escola.
Didática
https://bit. ly/2Yj2e0B
https://bit.ly/2Rxnj4B
https:// bit.ly/2MlByp4
35
REFERÊNCIAS
GARRIDO, Elsa. Sala de aula: espaço de construção do 
conhecimento para o aluno e de pesquisa e desenvolvimento 
profissional para o professor. In: Ensinar a ensinar : didática para a escola 
fundamental e média[S.l: s.n.], 2001.
HERINGER, V. (01 de Abril de 2015). Finlândia terá 100% das 
escolas transdisciplinares. Acesso em 30 de Março de 2016, disponível 
em Instituto Embratel Claro: https://bit.ly/2XB1mqG.
LA ROSA, J. (Org). Psicologia e Educação: o significado do 
aprender. 7. ed. Porto Alegre: Edipucurs, 2003.
MORIN, Edgar. Educação e Complexidade: os sete saberes e 
outros ensaios. São Paulo: Cortez, 2009.
PELIZZARI, A; KRIEGL, M. L; BARON M.P; FINCK,
N.T.L; DOROCINSKI, S.I......Teoria da aprendizagem significativa 
segundo Ausubel. Rev PEC. 2001- 2002; 2(1): 37-42.
SARAIVA, I. S.. Aprendendo com alunos: uma experiência dialógica 
no curso de pedagogia anos iniciais. In. MUHL, E. H.; ESQUINSANI, V. A. 
(Orgs.). O diálogo
ressignificando o cotidiano escolar. Passo Fundo, RS: UPF Editora, 
2004. p. 124-152.
Thorndike, E. L. Animal intelligence: An experimental study of 
the associative processes in animals. Psychological Review Monograph 
Supplement, 1901, 2, 1-109.
VYGOTSKY: Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação, 
Teresa Cristina Rego, 138 págs., Ed. Vozes,
Didática
	Principais Teorias da Aprendizagem no Ensino
	Behaviorismo ou Comportamentalismo
	Teoria da Aprendizagem Social
	Teoria do Cognitivismo
	Teoria Sociointeracionista
	Teoria da Aprendizagem Significativa
	A Teoria de Henri Wallon
	Sala de Aula: Espaço de Construção do Conhecimento para o Aluno
	Conteúdos Escolares e de Aprendizagem
	Seleção e Organização dos Conteúdos

Mais conteúdos dessa disciplina