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Ebook da Unidade - Didática e o Processo Ensino-Aprendizagem

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Livro Didático Digital
Didática
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
MARLY SAVIOLI
AUTORIA
Marly Savioli
Olá! Meu nome é Marly Savioli. Sou mestranda em Educação e 
pós-graduada em Ética, Valores e Cidadania na Escola. Além disso, 
sou formada em Pedagogia, com especialização em Administração e 
Supervisão Escolar. Tenho 35 anos de experiência técnico-profissional na 
área educacional, durante os quais trabalhei para escolas particulares, 
Prefeituras Municipais e Assessorias Educacionais em geral.
Como educadora, exerci nas escolas diversos papéis, como 
professora, orientadora educacional, coordenadora pedagógica, vice-
diretora e diretora. Por acreditar nas pessoas e na capacidade de mudar 
o mundo por meio da educação, trabalho atualmente para a Fundação 
Lemann como formadora de educadores e gestores educacionais, 
orientando-os e subsidiando seus trabalhos com caminhos mais eficazes. 
Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo 
e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Tendências Pedagógicas na Educação ............................................. 10
Tendências Liberais ........................................................................................................................ 11
A Tendência Liberal Tradicional .......................................................................... 11
Tendência Liberal-Renovada .............................................................................. 12
Tendências Liberal-tecnicista ............................................................................. 13
Tendências Progressistas ....................................................................................... 14
Tendência Progressista-Libertadora .............................................................. 15
Tendência Progressista Libertária .................................................................... 15
Tendência Progressista Crítico-Social .......................................................... 16
Conteúdos Operacionais da Didática ................................................. 17
Objetivos ................................................................................................................................................ 18
Conteúdos Escolares.................................................................................................................... 21
Metodologia de Ensino ...............................................................................................................22
Relação Professor-Aluno ...........................................................................................................23
Avaliação ...............................................................................................................................................27
Avaliação Diagnóstica .............................................................................................. 30
Avaliação Processual ou Formativa ................................................................ 31
Avaliação Somativa ..................................................................................................... 31
Cuidados com as Avaliações ...............................................................................32
Planejamento de Ensino ............................................................................................................33
Componentes do Processo Ensino- Aprendizagem (Práxis 
Pedagógicas) ................................................................................................ 35
Interdisciplinaridade, Multidisciplina- ridade, 
Transdisciplinaridade e Pluridisciplinaridade ................................38
Multidisplinaridade ........................................................................................................................ 39
Pluridisciplinaridade ..................................................................................................................... 40
Interdisciplinaridade ..................................................................................................................... 40
Transdisciplinaridade ....................................................................................................................42
7
UNIDADE
02
Didática
8
INTRODUÇÃO
São muitas as referências teóricas que temos para elaborar
nossas aulas de forma eficiente e principalmente efetiva.
Conhecendo algumas teorias o professor será capaz de colocá-las 
em prática e aperfeiçoá-las.
Para isso, é importante que tenha consciência de tudo que envolve 
uma aula, o objetivo de aprendizagem e seu aluno.
Existem vários caminhos que pretendemos explorar nessa unidade, 
para que você, futuro professor, seja capaz de assumir sua classe e atingir 
seus objetivos de aprendizagem.
Como são organizadas as aulas? Por onde começar um plano de 
aula? Como relacionar os conteúdos com a realidade e permitir que o 
aluno entenda a aplicabilidade do conhecimento adquirido?
São perguntas como essa que tentaremos responder nessa unidade 
e esperamos que contribua para seu desempenho como professor.
Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Didática
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 2. Nesta unidade, o nosso 
objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais:
1. Entender a influência das tendências pedagógicas nas práticas 
atuais;
2. Identificar os trabalhos operacionais do trabalho docente em sala 
de aula;
3. Reconhecer a importância dos componentes do processo de 
ensino -aprendizagem e sua influência nas “práxis” pedagógica;
4. Entender as diferentes formas de organização disciplinas para 
explorar o conhecimento.
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Didática
10
Tendências Pedagógicas na Educação
OBJETIVO:
Considerando a didática como estudos, técnicas, 
percepções que que contribuem para o ensino de forma 
mais eficaz, ressalta-se a importância de sua aplicação, ou 
seja, discutir a prática em sala de aula. Entendemos como 
tendência pedagógica as diversas teorias filosóficas que 
pretenderam dar conta da compreensão e da orientação da 
prática educacional em diversos momentos e circunstâncias 
da história humana (LUCKESI, 1990, p. 53).
Já tivemos a possibilidade de explorarmos o termo “didática”, de 
onde provém, suas interpretações e algumas correntes filosóficas sobre 
o assunto. Agora, cabe-nos verificar como aplicá-la, e para isso vamos 
avançar em algumas questões importantes, como as tendênciasque 
afetam a Pedagogia.
Algumas tendências foram fortemente influenciadoras das práticas 
pedagógicas e por isso vamos explorá-las, onde poderemos retomar 
alguns pontos já estudados e conhecer outros detalhes muito significativos 
para o trabalho do professor.
Espera-se que esse estudo ajude o futuro professor a pensar em 
sua prática, pautado em conhecimentos e experiências de grandes 
personagens da Pedagogia.
De acordo com Paulo Freire:
O professor que não leva a sério sua formação, que não 
estuda e que não se esforça para estar à altura de sua 
tarefa não tem força moral para coordenar as atividades 
de sua classe. Isto não significa, porém, que a opção 
e a prática democrática do professor ou da professora 
sejam determinadas por sua competência científica. Há 
professores e professoras cientificamente preparados, 
mas autoritários a toda a prova. O que quero dizer é que 
a incompetência profissional desqualifica a autoridade do 
professor (FREIRE, 1996, p.36).
Didática
11
Para isso vamos conhecer as tendências pedagógicas e refletir 
sobre elas que são as Tendências Liberais e Tendências Progressistas. 
Vamos explorá-las?
Tendências Liberais
As Tendências Pedagógicas Liberais surgiram no século XIX, sob 
forte influência das ideias trazidas pela Revolução Francesa (1789), de 
“igualdade, liberdade, fraternidade”. Receberam também, contribuições 
do liberalismo no mundo ocidental e do sistema capitalista. Para os liberais, 
a educação e o saber já produzidos (conteúdo), são mais importantes 
que a experiência vivida pelos educandos no processo pelo qual ele 
aprende. Dessa forma, os liberais, contribuíram para manter o saber 
como instrumento de poder entre dominador e dominado. As tendências 
pedagógicas liberais mais importantes são: Liberal Tradicional e Tendência 
Liberal Renovada, vamos ver o que defendem cada uma destas
Surgidas no século XIX e forjadas com o capitalismo, a tendência 
Liberal entende o conhecimento como conteúdos fechados, sem reflexão. 
A Manutenção do poder se manter com a manutenção de classes, onde 
quem tem possibilidade de estudos tem mais poder que os demais.
As mais importantes tendências são liberais são: Tradicional, Liberal 
Renovada, Tecnicista e Renovada não- diretiva.
A Tendência Liberal Tradicional
Encontrada até hoje nas escolas, essa prática defende que o 
professor é o detentor do saber, senhor da sala de aula, manterá a ordem 
e a disciplina através de ações impositivas e castradoras, onde o aluno é 
visto como um ser inferior, que deverá ser moldado para a sociedade que 
manterá suas características sem posicionamentos contrários.
A prática é garantida pela exposição de conteúdos e memorização. 
Como apontava os estudos de Skinner, o aluno seria condicionado 
por punição e recompensas. A punição consistia em notas baixas e a 
recompensa em notas altas.
Didática
12
Nessa prática eram desconsiderados os conhecimentos prévios 
dos alunos, suas vivências, cultura, etc.
Figura 1: Tendência Liberal Tradicional
Professor Detentor do saber, inquestionável.
Aluno Receptor, passivo
Conhecimento Para ser armazenado, memorização
Metodologia
Aulas expositiva, decoração, exercícios e 
lições de casa.
Avaliação Centrada na decoração, repetição
Fonte: Autora
REFLITA:
Um aluno que participa desse tipo de educação sente-
se motivado para aprender e ir à escola? Reflita sobre as 
características do povo brasileiro e sua cultura. Como isso 
pode ser trabalhado com esse tipo de educação?
Tendência Liberal-Renovada
Vista como o mais forte movimento renovador, defende a escola 
pública para todos, e mesmo assim reforça a divisão classes e garante 
mais privilégios aos elitizados.
O objetivo inicial era garantir que um indivíduo livre, social e 
ativo. Por educação nova entendemos a corrente que trata 
de mudar o rumo da educação tradicional, intelectualista 
e livresca, dando-lhe sentido vivo e ativo. Por isso se deu 
também a esse movimento o nome de `escola ativa´” 
(LUZURIAGA, 1980, p. 227).
Com essa nova forma de olhar a educação o professor sai do papel 
centralizador e o conhecimento passa a ser visto como fruto da pesquisa 
e não um conhecimento fechado.
Didática
13
Alimenta-se ideias de proporcionar aos alunos a criatividade, 
inventividade, experimentação, curiosidade estimulados por um professor 
que deva estimular esses comportamentos.
Desdobra-se assim algumas escolas consideradas construtivistas. 
Entendidas de forma arbitrária por alguns educadores, os alunos ficaram 
livres demais e muito se perdeu nessa caminhada.
“Do ponto de vista da Escola Nova, os conhecimentos já 
obtidos pela ciência e acumulados pela humanidade não 
precisariam ser transmitidos aos alunos, pois acreditava-
se que, passando por esses métodos, eles seriam 
naturalmente encontrados e organizados” (FUSARI e 
FERRAZ, 1992, p. 28).
Figura 2: Tendência Liberal Renovada
Professor
Democrática e mediador de experiências 
que levem ao conhecimento.
Aluno Buscar, conhecer e experimentar.
Conhecimento
Conquista progressiva que deve ocorrer a 
partir das vivencias oferecidas na escola.
Metodologia Aprender a aprender, experimentando.
Avaliação Foco no processo e não no produto.
Fonte: Autora
Tendências Liberal-tecnicista
Influenciados pela força do militarismo, a escola sofre um retrocesso 
e volta a trabalhar com uma educação tradicional, behaviorista, que 
consequentemente ampliam garantias às elites, e assim mantem a 
posição dominante na sociedade.
O tecnicismo volta a reafirmar o professor como centralidade de 
poder e os conteúdos são trabalhados de forma fechada e sem reflexões. 
A ideia é garantir a mão de obra para o mercado de trabalho e as classes 
sem possibilidades de movimentação.
Didática
14
A compartimentalização do trabalho é reforçada pela 
compartimentalização das disciplinas que são transmitidas com técnicas 
de repetição.
O professor passou a ser refém de técnicas exigidas através de 
materiais didáticos previamente estabelecidos.
Cabe dizer que esse movimento ainda insiste em acontecer nas 
escolas. Professores aprenderam assim e ensinam assim.
Figura 3: Tendência Liberal Tecnicista
Professor
Detentor do saber que prepara para o 
trabalho.
Aluno Copiar e reproduzir.
Conhecimento
Com base em conhecimentos fechados e 
experiências já vivenciadas.
Metodologia
Uso excessivo de técnicas, repetição, 
decoração.
Avaliação Repetição dos livros didáticos.
Fonte: Autora
Tendências Progressistas
Com o período de abertura política surgem as tendências 
progressistas. Tendo Paulo Freire como seu maior inspirador, a educação 
caracteriza-se pela valorização do sujeito no processo de aprendizagem, 
progredindo a partir das experiencias pessoais e o professor volta ao seu 
papel de mediador.
Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire não considera o papel 
informativo, o ato de conhecimento na relação educativa, mas insiste 
que o conhecimento não é suficiente se, ao lado e junto deste, não se 
elabora uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos não podem 
adquirir uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita reelaborar 
e reordenar seus próprios conhecimentos e apropriar-se de outros.
Didática
15
Portanto, nessa concepção de escola, o aluno deve desenvolver seu 
senso-crítico e ser capaz de se posicionar na sociedade, estimulando 
o questionamento de classes. Por esse motivo é uma prática que de certa 
forma influencia o posicionamento político-social.
Tendência Progressista-Libertadora
Advogando pela ideia de que as discussões e reflexões sobre temas 
sociais e políticos deveria ser o foco central da educação, o professor 
deve agir como um organizador de problematizações sobre a realidade 
e o trabalho.
Não havia uma didática explícita para essas ações e essas reflexões 
ocorriam mais em escolas públicas, já que nas escolas particulares os 
interesses eram outros.
Figura 4: Tendência LibertadoraProfessor
Enfatiza o não-formal. Posição horizontal com os 
alunos.
Aluno
Refletir sobre a realidade e sua condição
Social.
Conhecimento Baseia-se nas experiências de vida.
Metodologia Participativa.
Avaliação Autoavaliação.
Fonte: Autora
Tendência Progressista Libertária
A crescente abertura política incentiva a democracia na educação, 
propiciando condições mais igualitárias a todos.
Nesse momento é ampliada a abertura nas escolas, permitindo 
que a comunidade escolar tivesse mais acesso as decisões, atuando em 
conselhos escolares, cooperando com a gestão democrática e outras 
formas de participação.
O aluno e o professor são parceiros de descobertas, e apesar dos 
conteúdos serem explorados, não são exigidos.
Didática
16
Figura 5: Tendência Progressista Libertária
Professor Monitor, conselheiro à disposição do aluno.
Aluno
Reconhecer as causas de suas condições e lutar 
pelos seus direitos.
Conhecimento Reflexão e busca de soluções.
Metodologia Livre-expressão.
Avaliação Autoavaliação.
Fonte:Autora
A aprendizagem que se dará informalmente é uma forma de negar 
a repressão e pretendem que as pessoas sejam mais livres e críticas.
Tendência Progressista Crítico-Social
Em oposição a escola libertária e acreditando que os conhecimentos 
historicamente adquiridos não devem ser menosprezados, essa tendência 
defende que a função social e política deve ser explorado a partir dos 
conhecimentos sistematizados.
Prioriza os conhecimentos científicos, a didática, a construção de 
raciocínio lógico e habilidades críticas que os ajudem a socialmente 
provocar modificações.
Conforme Libâneo (1990), a tendência progressista crítico- social dos 
conteúdos, diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia 
dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação 
da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas 
contradições, fornecendo- lhe um instrumental, por meio da aquisição de 
conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa 
na democratização da sociedade.
Didática
17
Figura 6: Tendência Progressista Crítico Social
Professor
Autoridade que direciona o ensino- 
aprendizagem.
Aluno Sujeito ativo, do mundo.
Conhecimento Construída pela experiência pessoal.
Metodologia Contexto cultural e social.
Avaliação Julgamento a partir de critérios internos.
Fonte: Autora
Diante dessas constatações sobre as tendências pedagógicas, 
podemos verificar que muitas ideias vão e vem, ou seja, são pensadas, 
aplicadas, negadas e depois reinseridas com ajustes objetivando o 
aprimoramento.
Todos esses conhecimentos nos levam a pensar sobre a educação 
que tivemos e que podemos oferecer. Qual você escolhe para você como 
profissional da educação?
Conteúdos Operacionais da Didática
Quando pensamos em ensinar, parece tudo muito simples, mas 
o ensino se garante através de alguns conteúdos operacionais. Vamos 
agora explorar esse mundo.
Para falarmos de didática devemos pensar em objetivos de ensino, 
conteúdos escolares, metodologia de ensino, relação professor-aluno, 
avaliação e planejamento de ensino.
Não vamos nos estender em todos os itens nessa unidade. Alguns 
aspectos já foram discutidos ou serão ainda nesta disciplina em outras 
unidades de ensino.
Didática
18
Objetivos
Iniciaremos pelos objetivos de ensino, que serão citados e 
explorados novamente na próxima unidade. Cabe neste momento 
entender sua preponderância nesse contexto de aula.
Objetivos, em geral, discriminam aonde queremos chegar. Se vou 
viajar, tenho um objetivo que é conhecer um determinado lugar.
Figura 7: Objetivos
Fonte: Autora
Na escola, a palavra “objetivo” se apresenta em diversos documentos. 
Temos os objetivos do Projeto Político Pedagógico, que é como se fosse 
um farol, que iluminará os caminhos a serem trilhados.
Cada disciplina deve ter seu objetivo geral, que geram os objetivos 
gerais de cada ano ou série e depois devem gerar objetivos específicos 
da aula.
O objetivo geral nos direciona sobre o que queremos que o aluno 
saiba ao final de um contexto, que pode ser um curso ou uma série.
Vamos ser mais específicos e exemplificar.
Em relação a um curso de Pedagogia, temos por objetivo geral, ou 
seja, ao final do curso pretendemos:
Didática
19
Prepa rar profissionais para responder às diferenciadas demandas 
educativas da sociedade contemporânea atuando em uma complexa 
gama de atividades.
 • Considerando que esse é um objetivo que deve ser atingido em 
um período de quatro anos, devemos pensar em organizá-lo em 
objetivos menores, ou seja para cada ano cursado.
Podemos dar um exemplo istória da educação, psicologia da 
educação, etc.
Cada disciplina citada terá um objetivo geral e será recortado em 
outros mais específicos.
O principal dessa exploração por objetivos e suas variações, 
é entender que ele deve nos nortear para o desenvolvimento do 
conhecimento sobre determinada prática.
A definição de objetivos ajudará a determinar os conteúdos a serem 
explorados.
Existem alguns cuidados essenciais para serem garantidos na 
formulação de objetivos.
A primeira questão a ser garantida, é verificar se é possível 
desenvolver determinado objetivo. Podemos citar alguns objetivos que 
não se pode garantir, por exemplo:
 • Garantir que o professor se forme com todas as condições 
necessárias para ensinar em salas de diferentes tipos e diferentes 
disciplinas.
Como alguém pode garantir que outro individuo saberá tudo ao 
final de um curso? Como alguém pode saber ensinar tudo?
Considerando essa informação devemos pensar em objetivos 
viáveis, ou seja, possíveis de serem realizados e em um determinado 
período.
Outro aspecto é poder mensurá-lo. Se não tenho como mensurar, 
como saberei que o objetivo foi atingido. Vamos a outro exemplo?
Didática
20
 • Transformar a postura do aluno para que se torne um cidadão 
compreensível, colaborador, respeitoso.
É possível oferecermos alguns contextos onde o aluno irá refletir 
sobre essas posturas, porém como garantir que ele se transformou? Qual 
avaliação pode garantir isso?
Dessa forma, é preciso que o objetivo seja algo palpável e de 
preferência que atenda ao objetivo geral e as premissas da legislação e 
do Projeto Político Pedagógico, onde afinal teremos o produto esperado.
Os objetivos específicos devem apoiar os objetivos gerais.
Cabe lembrar que os objetivos, sejam quais forem, devem ser 
iniciados com um verbo no infinitivo. Existem vários verbos que podem 
ser explorados, conforme seu nível de exigência, na Taxonomia de Bloom 
e na atual Base Nacional Comum Curricular.
SAIBA MAIS:
Os verbos usados em objetivos devem ter uma coerência 
que respeite as características do aluno, suas possibilidades 
seus prévios conhecimentos. Por exemplo, não é possível 
solicitar um aluno que analise se ele ainda não consegue 
identificar.
Didática
21
Conteúdos Escolares
Neste ponto, passaremos brevemente sobre o assunto, pois como 
já foi explanado, será foco de uma próxima unidade, onde teremos a 
oportunidade de explorarmos com mais profundidade. Devemos, no 
entanto, deixar claro algumas questões.
Os conteúdos devem ser gerados a partir dos objetivos e não o 
contrário.
É muito comum que os professores tenham prontos os conteúdos 
de cada série e, se forem obrigados, irão pensar em objetivos.
Justamente por esse motivo que as avaliações e as metodologias 
usadas muitas vezes não estão alinhadas aos objetivos.
Figura 8: Alinhamento de aspectos importantes para o planejamento
AULA
Objetivo
Avaliação Procedimentos
Fonte: Autora
A reflexão deve ser a seguinte: se tenho determinado objetivo, qual 
o conteúdo que deve ser ensinado para atingir esse conteúdo?
Do que adianta eu ensinar a inferir sobre um texto, se meu objetivo é 
que esse aluno saiba decodificar uma palavra? O que ajudará a inferência 
para atingir esse objetivo?
Didática
22
Com isso, podemosafirmar que o objetivo e o conteúdo devem 
estar coerentes e levar ao mesmo sentido.
Metodologia de Ensino
A metodologia de ensino consiste na aplicação de diferentes 
métodos no processo de ensino-aprendizagem.
Segundo o dicionário Aurélio, metodologia consiste na arte de dirigir 
o espírito na investigação da verdade. Aplicação do método no ensino.
Método vem do latim “methodus” cujo significado é caminho 
ou via para realização de algo. Meta (objetivo, finalidade) somado a Hodos 
(caminho, intermediação).
Em nosso contexto, a metodologia vem complementar as ideias 
iniciais apresentadas nessa unidade.
Se eu tenho um objetivo, já defini os conteúdos a serem trabalhados, 
de que forma vou fazer isso, para garantir a aprendizagem dos alunos?
Metodologia de ensino são os estudos das diferentes trajetórias 
seguidas para se atingir os objetivos de ensino.
Quando um professor tem um objetivo a ser atingido ele precisa 
pensar: quem são meus alunos? O que os atrairia para trabalhar esses 
conceitos? Qual a aplicabilidade desses conceitos que eles poderiam 
considerar relevantes? O que é significativo para eles? Quais estudos 
já existem e fundamental essa aprendizagem? Posso usá-los nesse 
contexto?
Se o professor de matemática tem por objetivo que os alunos 
tenham decorado a tabuada, ele precisará de recursos de repetição. O 
que ele pode fazer para que os alunos repitam as tabuadas? Antigamente 
nós copiávamos várias vezes a mesma tabuada até decorá-las.
Hoje, antes da ação de decorar devemos garantir o entendimento 
do que é multiplicação. Isso resolvido, o professor pode proporcionar 
diversos exercícios em que o aluno consulta a tabuada para resolver. Isso 
pode ajudar na decoração, porém existem muitos outros caminhos como 
Didática
23
jogos, desafios, etc. O professor deve verificar o que mais atrai o interesse 
do aluno.
Cabe ainda ressaltar que um método não é uma solução geral 
para todos os alunos. Em uma determinada classe um método pode 
ser eficiente, porém em outra, o professor precisará procurar outro 
caminho. Tudo depende da caracterização dos alunos que influenciará o 
desempenho do professor.
Outro aspecto importante é que o professor deve dominar o que 
vai ensinar, mas isso também não garante que ela saiba ensinar. É preciso 
saber ensinar e a escolha da metodologia do ensino trará ao professor 
alguns desafios e poderá ser marcado por escolhas erradas.
Já ouviram as seguintes falas? Fulano é um professor tirano. Ciclano 
ensina por cópias sem fim. Beltrano é um animador de aulas.
A escolha da metodologia influenciara a forma como será visto e 
como a aprendizagem do aluno. Por esse motivo, existe a necessidade de o 
professor ser muito responsável e comprometido. Estar disposto a estudar 
sempre, entender a dinâmica da escola em que trabalha, participar da 
construção do Projeto Político Pedagógico, conhecer diferentes métodos 
de ensino e sua relação histórica cultural, e saber escolher caminhos em 
que as metodologias usadas abracem as necessidades locais.
Relação Professor-Aluno
Para muitos esse é um aspecto que não tem valor. Professores 
que aprenderam nas décadas de 1970, 1980, 1990, ainda têm em si o 
registro do que eram como alunos. Respeitosos, e os professores sendo a 
autoridade máxima de uma sala de aula.
Com a evolução humana as relações mudaram, e não se pretende 
aqui estender os vários aspectos que levaram essas relações em sala 
de aula a mudar tanto, mas aceitá-las e verificar de que forma tudo isso 
influencia no cotidiano escolar e principalmente na aprendizagem.
O que se constata é que nas salas dos professores e que se ouve 
muito sobre a irreverência e deboche dos alunos, a falta de interesse, 
Didática
24
as consequentes notas baixas e muitas vezes o medo de se enfrentar 
algumas classes, por terem alunos agressivos e que chegaram até a 
agredir seus professores. É possível ensinar ou aprender nesse contexto?
Figura 9: Relação professor-aluno
Fonte: Adaptado SBT Notícias
Será que estamos dando muita liberdade? Pensar nessa relação é 
tão importante assim? Como os professores devem se comportar nessa 
relação?
A princípio devemos reforçar que o professor tem a responsabilidade 
de, apresentar aulas que sejam envolventes e motivadoras aos alunos. 
Um bom plano de aula poderá ajudar muito nesse aspecto.
Por outro lado, o professor já não é mais um mero transmissor de 
conteúdo. Sua função se ampliou e agora ele deve ser um educador, 
preparado para, além de ensinar a disciplina, propiciar reflexões nos 
alunos que os ajudem com a postura cidadã.
Teríamos que conseguir que os outros acreditem no 
que somos. Um processo social complicado, lento, de 
desencontros entre o que somos para nós e o que somos 
para fora [...] Somos a imagem social que foi construída 
sobre o ofício de mestre, sobre as formas diversas de 
exercer este ofício. Sabemos pouco sobre a nossa história 
(ARROIO, 2000, p.29).
Didática
25
Para que tenhamos professores com essas competências é preciso 
que haja uma equipe técnico-pedagógica muito comprometida com a 
formação continuada.
Uma característica de professores bem aceitos pelos alunos 
é daquele profissional que permite abertura ao diálogo. Será que 
professores conseguem dialogar sem impor suas “visões de mundo”? 
Tudo isso fará parte de um trabalho formativo e reflexivo processual e 
que será um desafios aos coordenadores de cada escola. É preciso muita 
determinação para insistir nesse tema e abrir diálogo com o professor 
para que ele entenda o que se espera dele.
[...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é 
o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de 
seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado 
e humanizado, não pode reduzir- se a um ato de depositar 
ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-
se simples troca de ideias a serem consumidas pelos 
permutantes. (FREIRE, 2005, p. 91).
A perspectiva de haver diálogo em sala de aula permite desmistificar 
o professor como o que sabe tudo e concebê- lo como um mediador da 
aprendizagem. Acreditem, que esse professor aprenderá muito com os 
alunos, também.
Já a afetividade é outro aspecto muito importante e valorizado por 
diversos estudiosos da educação. Para Wallon, a aprendizagem está 
diretamente ligada a afetividade que se cria dentro da sala de aula.
Considerando alguns alunos extremamente agressivos, devemos 
pensar o que levou esse individuo a esse comportamento. Será que 
sofreu agressão em sua vida? Como é sua casa e as relações que lá se 
efetivam? Na escola esse aluno já foi valorizado alguma vez? O que ele 
pensa sobre os professores?
São muitas as respostas, mas várias experiências mostram que 
alunos podem mudar sua postura diante de atenção, e ao notar que 
alguém se interessa por ele. Muitas vezes um professor muda um destino 
com o respeito e atenção que demonstra ao aluno.
Didática
26
Inquestionável é que o aluno sente o que o professor pensa. 
Se sente desprezo por parte do professor, desprezará a disciplina, o 
conhecimento oferecido e o professor. Cabe aqui os professores refletirem 
sobre suas práticas, mas isso não descarta a realidade que muitas vezes é 
surpreendente. Aquele aluno quietinho poderá de repente ficar agressivo 
e por isso uma boa dose de observação individual é importante.
Um ponto muito importante é a imposição de algumas questões. 
Nenhum ser humano aceita certas imposições sem entender primeiro 
o motivo. Dessa forma, considere-se recebendo uma ordem arbitrária 
que você, mesmo como professor, não concorda. Essa geralmente é a 
motivação para adesões fracas em propostas escolares.
Deve-se reservar um tempo para fundamentar as regras, dialogar 
sobre elas, ouvir outros pontos de vista.
Como prática estritamente humana jamais pude entender 
a educação como experiência fria, sem alma, em que 
os sentimentos e as emoções, os desejos,os sonhos 
devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura 
racionalista. Nem tampouco jamais compreendi a prática 
educativa como uma experiência a que faltasse rigor em 
que se gera a necessária disciplina intelectual (FREIRE, 
1996, p. 146).
Considerando a citação acima também é importante reafirmar que 
ser afetivo não está diretamente ligado a ser permissivo. O professor deve 
ser afetivo, porém manter a postura respeitosa e a cultura que em sala 
de aula devemos estudar. Cada professor deverá achar a medida correta 
para que um ponto não suprima o outro.
Didática
27
Avaliação
O que é avaliar? Para que avaliamos? O que fazemos com os 
resultados obtidos?
Essas são perguntas fundamentais para serem realizadas com os 
professores. Será que pensam da mesma forma?
Normalmente a avaliação é vista como uma forma de repressão, 
onde o aluno que não atinge a nota estabelecida como “boa” será rotulado 
como ineficiente, preguiçoso, desinteressado e que não estuda.
Essa visão de avaliação é consequência da educação tradicional. 
Lembram como Skinner condicionava os ratos? Por recompensa e 
punição. Assim, fomos condicionados que ter uma nota baixa é uma 
punição e ter uma nota alta é uma recompensa.
O prazer de aprender desaparece quando a aprendizagem 
é reduzida a provas e notas; os alunos passam a estudar 
para se dar bem na prova e para isso têm de memorizar 
as respostas consideradas certas pelo professor ou 
professora. Desaparecem o debate, a polêmica, as 
diferentes leituras do mesmo texto, o exercício da dúvida e 
do pensamento divergente, a pluralidade. A sala de aula se 
torna um pobre espaço de repetição, sem possibilidade de 
criação e circulação de novas ideias. (GARCIA, 1999, p. 41)
Mas o que é e para avaliar? No dicionário “Aurélio” encontramos 
as seguintes definições: determinar o valor de; compreender; apreciar, 
prezar; reputar-se; conhecer o seu valor.
Avaliar é investigar a qualidade do desempenho dos 
estudantes, tendo em vista proceder a uma intervenção 
para a melhoria dos resultados, caso seja necessária. 
(Luckesi, 2005)
Na educação esperamos que a palavra avaliar venha ao encontro 
de refletir sobre um resultado. Eu avalio, tabulo os resultados, analiso no 
individual e no grupo, e depois penso em como corrigir algumas rotas 
realizadas e assim possibilitando aos alunos que não atingiram o objetivo, 
que por outros meios se apropriem desse conhecimento.
Didática
28
Figura 10: Para que avaliar?
AgirAvaliar
Refletir sobre os 
resultados
Fonte: Autora
Como corrigir resultados? Analisando sobre os motivos de cada 
resultado. O professor deve perguntar-se se aquele aluno conseguiu 
entender a forma como ensinou, se precisa de algum recurso especial 
para atingir o objetivo das aulas, se existem alguns motivos que o professor 
possa resolver.
É comum em conselhos de classe os professores justificarem notas 
baixas com desinteresse, falta de estudo, falta de atenção.
O que não é comum é serem questionados nesse momento os 
motivos desses comportamentos.
Caberia aos professores analisarem com muita atenção algumas 
questões. Em sua sala de aula, quantos alunos atingiram a média mínima? 
Se forem poucos, ou seja, abaixo de 10% da classe, o professor pode 
pensar em formas que levem o aluno a entender melhor o conteúdo 
trabalhado, considerando suas dificuldades específicas.
Se for um número grande de aluno, talvez seja o momento desse 
professor verificar a metodologia que tem usado em sala de aula, pois 
muitos alunos não apresentam aprendizagem.
Expectativas de Aprendizagem
Aluno Identificar os números até 20 Ordenar os números em 
sequência Entender o significado dos valores de cada número Identificar 
o posicionamento entre outros números.
Didática
29
Figura 11:Acompanhamento das expectativas de aprendizagem
Expectativas de Aprendizagem
Aluno
Identificar 
os números 
até 20
Ordenar os 
números 
em 
sequência
Entender o 
significado 
dos valores 
de cada 
número
Identificar o 
posiciona- 
mento 
entre outros 
números
Arnaldo
Caio
Cecilia
Debora
Fátima
Fábio
Gabriel
Hélio
Isaura
Maria
Renato
Rodrigo
Fonte: Autora
Observando a imagem acima e entendendo que o que está pintado 
em verde refere-se a expectativa atingida, e vermelho como expectativa 
não atingida, Como você analisa a situação de Fátima e Hélio?
É possível constatar que Fátima e Hélio não conseguiram atingir 
nenhuma expectativa de aprendizagem. Importante que o professor 
verifique as dificuldades individuais para proporcionar o aprendizado.
A metacognição é proporcionar ao estudante uma reflexão de como ele 
aprende. Nem todos aprendem das mesmas formas. Alguns aprender pelo 
visual, outros pela escrita, outros pela audição, etc.. Em casos assim, como 
o de Hélio e Fátima, é muito importante que o professor entenda como esse 
aluno aprende e estimule que ele próprio perceba isso. Essa é uma forma de 
preparar atividades que ajudem os alunos a atingirem os objetivos.
Didática
30
Quando analisamos a expectativa: “Entender o significado dos 
valores de cada número”, podemos afirmar que a professora deverá refletir 
sobre sua aula e buscar outras formas de atingir esse objetivo, pois a 
maioria não conseguiu apropriar-se dos conceitos da forma como foram 
oferecidos, o que nos leva a pensar que haverá outros encaminhamentos 
que podem proporcionar essa aprendizagem.
Muito comum que professores realizem períodos de recuperação 
com alunos que estão abaixo das médias. É preciso entender que esse 
deve ser um momento de recuperar aprendizagem e não somente a nota.
Antes de avançarmos em nossos conhecimentos ainda se faz 
necessário explorar os tipos de avaliação que conhecemos.
Avaliação Diagnóstica
Essa forma de avaliação normalmente é usada no início do ano, 
onde os professores conseguem identificar os pré- conhecimentos dos 
alunos. A partir dessa análise o professor dever delinear os conteúdos e 
níveis de aprofundamento que realizará.
A avaliação diagnóstica não se propõe e nem existe uma 
forma solta isolada. É condição de sua existência e 
articulação com uma concepção pedagógica progressista”. 
(Luckesi 2003, p.82)
É preciso ter cuidado em não rotular um aluno a partir dessa 
avaliação. A ideia é perguntar, como posso corrigir possíveis distorções 
na aprendizagem?
A avaliação diagnóstica também pode ser usada como processual, 
trazendo informações contínuas sobre o aprendizado dos alunos.
Didática
31
Avaliação Processual ou Formativa
Vista como um meio regulatório, a avaliação processual visa orientar 
o professor em suas atividades. Por meio desse tipo de avaliação é possível 
entender quais foram as expectativas que não foram correspondidas em 
tempo de corrigi-las.
Elas devem ocorrer processualmente, ou seja, ao final de cada 
módulo de ensino, o processo deve avaliar se o conteúdo foi apropriado 
pelos alunos.
Importante que avaliar não necessariamente deva ser uma prova. 
A avaliação processual pode ocorrer através da observação do professor 
nas atividades oferecidas aos alunos diariamente.
A avaliação formativa consiste na prática da avaliação 
contínua realizada durante o processo de ensino e 
aprendizagem, com a finalidade de melhorar as 
aprendizagens em curso, por meio de um processo 
de regulação permanente. Professores e alunos estão 
empenhados em verificar o que se sabe, como se aprende 
o que não se sabe para indicar os passos a seguir, o 
que favorece o desenvolvimento pelo aluno da prática 
de aprender a aprender. A avaliação formativa é um 
procedimento de regulação permanente da aprendizagem 
realizado por aquele que aprende.
(BONIOL E VIAL APUD WACHOWICZ E ROMANOWSKI, 
2003, p. 126).
Avaliação Somativa
A avaliação somativa é aquela aplicada ao final de um determinado 
ciclo ou período. Nas escolas normalmente ocorrem ao final de um 
bimestre, trimestre ou semestre.
A avaliaçãosomativa visa um balanço somatório dos resultados dos 
trabalhos realizados.
Normalmente são resultados classificatórios que indicam o 
prosseguimento ou retenção dos estudos dos alunos.
Didática
32
Apesar de ser importante é preciso ter cuidado para que a avaliação 
não seja muito longa, pois muitas vezes o aluno tem todo o conhecimento 
necessário, mas não encontra tempo para realizar todos os processos 
solicitados no tempo oferecido para a avaliação.
Uma avaliação pontual, que geralmente ocorre no final do 
curso, de uma disciplina, ou de uma unidade de ensino, 
visando determinar o alcance dos objetivos previamente 
estabelecidos. Visa elaborar um balanço somatório de 
uma ou várias sequências de um trabalho de formação 
e pode ser realizada num processo cumulativo, quando 
esse balanço final leva em consideração vários balanços 
parciais. (GIL, 2006,p. 248).
Cuidados com as Avaliações
Avaliar é uma responsabilidade complexa que exige do professor 
alguns cuidados.
Podemos citar algumas situações que podem ser evitadas 
ao elaborar uma avaliação. O professor deve ter claro o objetivo da 
aprendizagem. Dessa forma, sua avaliação será em função desse objetivo. 
De que adiantar ensinar a pescar e cobrar na prova como cozinhar o peixe?
Figura 12: Avaliação
Didática
33
As perguntas ou reflexões solicitadas devem ser claras aos 
alunos. Usar um vocabulário familiar aos alunos é importante. Para o 
entendimento da questão, ela deve ser conduzida com o vocabulário 
usado no desenvolvimento de aula.
Perguntas devem ser elaboradas para que tenham apenas uma 
resposta. Não posso perguntas por exemplo: o que pensa sobre...? 
Qualquer resposta estará correta. A não ser que queira apenas avaliar a 
posição dos alunos frente a uma determinada situação.
Se for fazer várias perguntas em uma única questão procure 
organizar de forma que o aluno seja capaz de identificar cada uma e 
organizar em sua resposta.
Atualmente usamos perguntas contextualizadas para que o aluno 
consiga mostrar a transferência do que aprendeu para a realidade ou 
outras situações-problema. Nesse caso, cuide para que não seja uma 
pré-textualização, ou seja, apenas um texto usado sem ligação com o 
conteúdo ou questão solicitada. Contextualizar é transformar a questão 
em uma reflexão significativa para os alunos.
Planejamento de Ensino
Conforme dicionário Aurélio a palavra ensinar é definida como: 
instruir, dar lições a; dar lições de; indicar; adestrar.; castigar; educar.
Ensino pressupõe uma ação deliberada, planejada pelo
professor, para que ao final garanta-se a aprendizagem.
Planejar o ensino é fundamental para garantir a qualidade da aula, o 
bom aproveitamento do tempo, e para se atingir os objetivos.
Planejamos para tudo. Vamos verificar no caso de uma viagem. Se 
quero conhecer a América do Sul e moro na Europa, vou planejar a compra 
das passagens, a reserva nos hotéis, as roupas que devo levar para suportar 
o clima local, o tipo de alimentação que me será proporcionada, etc..
Didática
34
No caso do planejamento de ensino, existem algumas 
recomendações importantes e vou citar algumas indicadas por Doug 
Lemov em seu Livro “Aula nota 10”, que vem ao encontro do que 
consideramos importante nesse momento.
Para iniciar, Lemov cita a importância de se iniciar pelo fim, ou 
seja, como mencionamos anteriormente, o professor precisa ter claro o 
que quer que seu aluno saiba ao final de cada aula. Nesse momento ele 
inclui a ideia de que prever como avaliará, ajudará no alinhamento entre 
objetivo, procedimentos e avaliação, não causando ao aluno distorções 
entre o que aprendeu e o que foi avaliado.
Tendo objetivo e avaliação alinhadas é preciso pensar nos 
procedimentos que levarão a atingir esse objetivo.
Para isso o professor deve se perguntar: o que farei, em cada 
momento para que meus alunos atinjam o objetivo de aprendizagem?
Detalhando mais, o professor precisa saber o local, como disporá 
as cadeiras em cada atividade, que materiais usará e providenciará 
previamente, o que ele fará e o que os alunos farão enquanto ele faz sua 
parte e os tempos de cada atividade.
O que o professor fará?
O que o aluno fará? Como a sala deverá ser arrumada para essa 
atividade? Material necessário para a atividade? Tempo disponível para 
a atividade?
Figura 13: Componentes de um plano de aula
O que o 
professor 
fará?
O que o 
aluno fará?
Como a sala
deverá ser 
arrumada 
para essa 
atividade?
Material 
necessário 
para a 
atividade?
Tempo 
disponível 
para a 
atividade?
Fonte:Autora
Didática
35
Tudo isso? Sim. Mas não necessariamente em todo planejamento. O 
que o professor precisa é entender a complexidade de uma aula e garantir 
que ela ocorra de forma produtiva.
Quando falamos em organizar grupos para realizar uma discussão, 
deve prever o tempo que levará para organizar a sala como pensou, se os 
alunos serão indicados por ele, se se organizarão com os mais próximos. 
Tudo isso evita desperdício de tempo.
Outra questão é pensar nos materiais que serão usados. Se vou dar 
um texto para cada grupo, tenho de ter as cópias necessárias já prontas 
em mãos no momento da aula.
Tudo isso evitará que o seu objetivo seja suprimido por urgências, 
como sair correndo da sala para tirar xerox, ou pedir para um técnico 
ajustar o computador onde exporá sua apresentação.
Propiciar uma oficina com os professores onde poderão realizar 
esse tipo de planejamento em grupos, ou duplas ajudará com que eles 
se apropriem dessa forma de organização.
Componentes do Processo Ensino- 
Aprendizagem (Práxis Pedagógicas)
O ensino deve levar a aprendizagem e para isso, cada professor 
deve escolher uma forma de atingir seus objetivos de aprendizagem, 
através do ensino que proporcionará.
A teoria é o que deve embasar a prática. Adquirimos um 
conhecimento para ser útil em nossas vidas. No caso dos professores, 
eles estudam muitas teorias de ensino e aprendizagem que deverá 
fundamentar a sua práxis pedagógica.
A práxis pedagógica é o elemento que efetiva a aprendizagem. O 
educador precisa pensar em ações que propiciem a aprendizagem, e 
ainda ter consciência do que fundamenta cada ação.
Quando entendemos que a prática será tanto mais 
coerente e consistente, será tanto mais qualitativa, será 
tanto mais desenvolvida quanto mais consistente for a 
Didática
36
teoria que a embasa, e que uma prática será transformada 
à medida que exista uma elaboração teórica que justifique 
a necessidade da sua transformação e que proponha as 
formas de transformação, estamos pensando a prática a 
partir da teoria. Mas é preciso também fazer o movimento 
inverso, ou seja, pensar a teoria a partir da prática, porque se 
a prática é o fundamento da teoria, seu critério de verdade 
e sua finalidade, isto significa que o desenvolvimento da 
teoria depende da prática (SAVIANI, 2005, p.107).
Para além de colocar em prática uma teoria, o professor deverá 
aperfeiçoá-la, analisando seus resultados e procurando, através da 
pesquisa de sua própria prática, encontrar elementos que possam 
aprimorá-la.
Mas se estamos diante de uma escola que se transformou em 
muitas de suas características, onde os alunos são totalmente diferentes 
dos antigos, é preciso que o professor saiba implantar métodos e adequá-
los a realidade em que desenvolve sua aula.
“a práxis é, na verdade, atividade teórico- prática; ou 
seja, tem um lado ideal, teórico, e um lado material, 
propriamente prático, com a particularidade de que só 
parcialmente, por um processo de abstração, podemos 
separar, isolar um do outro”. (SÁNCHEZ VÁZQUEZ, 1977, 
p. 241)
Considerando essas possibilidades o professor deve mediar o 
conhecimento de forma a respeitar a comunidade em que trabalha e 
entender os alunos no grupo e individualmente. Para isso o professor 
mediador precisa muito do diálogo. Com o diálogo, o professor perceberá 
e conhecerá cadaaluno, podendo assim realizar ações que o afetem e 
ajudem a se apropriar do conhecimento.
Didática
37
Figura 14: Sala de aula
Fonte: Pixabay
É preciso que as atividades propostas em sala de aula tenham 
significado e sentido aos alunos. O aprendizado deve ser entendido como 
relevante e que podem contribuir na vida dos alunos de alguma forma.
A aprendizagem pode ser facilitada individualmente ou em grupo. 
Os diálogos proporcionados em sala de aula darão mais sentido ao 
contexto do aluno. A participação do outro, será sempre um caminho de 
aprendizado.
Qualquer ação planejada para uma aula deverá estar diretamente 
ligada ao objetivo predeterminado pelo professor. Elaborar caminhos que 
levem o aluno a chegar ao objetivo é papel do professor.
O que não se pode desconsiderar é que para além de toda a 
caracterização da comunidade escolar, o professor encontrará diferentes 
sujeitos em sala de aula. Cada um com suas peculiaridades e assim, 
muitas vezes o que é planejado nem sempre leva a 100% de resultados 
positivos. Sánchez Vázquez (1977, p. 187):
O resultado ideal, que se pretende obter, existe primeiro idealmente, 
como mero produto da consciência, e os diversos atos do processo se 
Didática
38
articulam ou estruturam de acordo com o resultado que se dá primeiro no 
tempo, isto é, o resultado ideal
Consideremos afinal, que a práxis pedagógica é sujeita ao 
momento histórico, político e social, a legislação vigente, ao projeto 
político pedagógico, ao currículo e principalmente ao conhecimento que 
o professor tem sobre ensino e aprendizagem e seu plano de aula.
Interdisciplinaridade, Multidisciplina- 
ridade, Transdisciplinaridade e 
Pluridisciplinaridade
Ainda explorando a práxis pedagógica podemos citar algumas 
condições que a influenciam, como a forma que a escola deseja que as 
disciplinas se articulem.
É preciso ficar claro, que essa forma de articular o conhecimento 
pode depender da política escolar e mesmo da ação de alguns professores 
que querem avançar em sua práxis.
Temas como: interdisciplinaridade, multidisciplinaridade, 
transdisciplinaridade e pluridisciplinaridade são ainda um tabu para 
os educadores, que mesmo sendo muito engajados em suas práticas 
profissionais, encontram obstáculos diversos para o aprimoramento.
Vamos conversar sobre cada uma das possibilidades de 
organização disciplinar, cabe iniciar refletindo sobre a disciplinaridade, 
que na verdade é a forma mais presente nas escolas até hoje.
A ideia inicial da disciplinaridade é de partir das partes para o todo, 
ou seja, subdivido o todo em partes, estudamos cada parte, esperando 
que ao final, seja possível uni-las novamente.
Figura 15: Disciplinaridade
MatemáticaPortuguês História CiênciasGeografia
Fonte: Autora
Didática
39
O que acontece é que geralmente, o todo foi tão subdividido, que 
deixa de fazer sentido para o aluno. Ele aprende uma partícula de um saber 
maior, mas não consegue depois organizá-lo dentro do todo. As relações 
entre as disciplinas não se estabelecem, e os alunos consideram muitas 
aprendizagens inúteis, pois não conseguem relacioná-la à realidade.
Questionando essa forma de ensinar, alguns caminhos foram sendo 
explorados e vamos desenvolver reflexões sobre cada um deles.
Multidisplinaridade
A multidisciplinaridade é identificada quando um determinado 
assunto é abordado por mais de uma disciplina, porém sem que se 
estabeleça relacionamento entre elas.
Podemos ver um exemplo de uma aula de história que desenvolve a 
leitura de um determinado texto para embase teórico de um período a ser 
estudado. A professora de inglês, por sua vez, usa o texto para trabalhar 
algumas questões gramaticais, enquanto isso, a professora de Língua 
Portuguesa pratica a leitura fluente dos alunos com o mesmo texto.
Apesar de ampliar o contato com o texto e possibilitar maior 
entendimento dele, ainda não existe conexão entre os saberes 
desenvolvidos. Cada professor fará sua parte sem relacionar com os 
demais. Dessa forma, cada professor trabalhará seu conteúdo pelo seu 
próprio ponto de vista.
Quais são as questões a se refletir sobre isso? De que forma o 
aluno conseguirá relacionar as disciplinar para chegar ao “todo” que 
foi desmembrado? Essa é uma questão em que a resposta é: não há 
articulação entre os saberes e assim, não se chega ao “todo”.
Apesar de algumas desvantagens dessa metodologia, ainda é a 
mais explorada após da disciplinar idade nas escolas.
Figura 16: Multidisciplinaridade
MatemáticaPortuguês História CiênciasGeografia
Fonte: Autora
Didática
40
Nessa imagem podemos verificar a mesma cor em todas as 
disciplinas, que podemos exemplificar, possuirem o mesmo tema, porém, 
são trabalhadas separadamente, sem relacionar os conteúdos abordados.
Pluridisciplinaridade
Na tentativa de estabelecer ligação entre as disciplinas, a 
pluridisciplinaridade trará a possibilidade de as disciplinas explorarem o 
mesmo tema, com uma maior cooperação que a multidisciplinaridade 
oferece.
Assim, Menezes (2010) explica que o termo pluridisciplinaridade 
se refere à justaposição de diversas disciplinas situadas geralmente 
ao mesmo nível hierárquico e agrupadas de modo a fazer aparecer às 
relações existentes entre elas.
Você deve estar se perguntando qual a diferença entre 
pluridisciplinaridade e multidisciplinaridade. Apesar de serem confundidas 
por muitos, elas têm uma leve diferença, que é tentativa de relacionar os 
conhecimentos. Apesar disso, ainda temos um trabalho individualizado do 
professor, que fará sozinho a tentativa de relacionar os conhecimentos, 
mas trabalhando apenas a sua área do conhecimento.
Figura 17: Pluridisciplinaridade
MatemáticaPortuguês História CiênciasGeografia
Fonte:Autora
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade pretende garantir a articulação entre os 
saberes, rompendo com a disciplinaridade e permitindo a interrelação 
entre as disciplinas.
A magnitude interativa dos fenômenos sociais e 
naturais do mundo atual escapa ao âmbito de análise e 
interpretação das áreas de conhecimento setorializadas 
e exige mais e mais uma interação produtiva entre 
os especialistas. Assim é que a complexidade das 
condições existenciais do homem de hoje demanda uma 
Didática
41
real colaboração das ciências naturais e sociais para uma 
leitura global e interpretativa do meio ambiente (Arizpe, 
1991, p.641-6).
Partindo de um contexto significativo para os alunos, os professores 
podem desenvolver seus conteúdos, demonstrando sua aplicabilidade.
Essa forma de trabalhar exige um apoio incondicional da escola 
e sua estruturação curricular. Por esse motivo, entre outros, a grande 
dificuldade em adotá-lo, mesmo assim já existem algumas poucas 
escolas tentando viabilizar esse trabalho, que já vem sendo discutido por 
pesquisadores desde a década de 1970.
A LDB 9394/96 é uma legislação que apoia e estimula o uso da 
interdisciplinaridade.
Existem diferentes linhas de ações interdisciplinares. Mas, 
de um modo geral, como afirmam Pátaro e Bovo (2012, 
p. 45): “São vários os significados atribuídos ao conceito 
de interdisciplinaridade e, apesar da grande variedade de 
definições, seu sentido geral pode ser definido como a 
necessidade de interligação entre as diferentes áreas do 
conhecimento”.
Não se deve desprezar a necessidade de aproximar pesquisa e 
ensino que darão maior consistência a essa forma de trabalhar.
Figura 18: Interdisiciplinaridade
Português
Ciências
Matemática
História
Geografia
Fonte: autora
Didática
42
Transdisciplinaridade
A transdisciplinaridade enfoca a pluralidade de conhecimentos 
articulados com objetivo de alcançar a unificação do saber, em um 
exercício de ampliação do cognitivo. Esta forma curricular rompe com a 
ideia de individualidade e busca a interação e cooperação entre disciplinas 
na construção de um conhecimento.
Na transdisciplinaridade, os conhecimentosatualmente 
fragmentados, são articulados com objetivo de entender os fenômenos 
como parte de um todo. Dessa forma, várias disciplinas se unem para um 
exercício amplo de cognição.
Segundo Moacir Gadotti, “a transdisciplinaridade na educação é 
entendida como a coordenação de todas as disciplinas e interdisciplinas 
do sistema de ensino inovado sobre a base de uma axiomática geral, 
ética, política e antropológica”.
O conceito de transdisciplinaridade é complexo e vem sendo muito 
discutido em todo o meio acadêmico.
Há de se cuidar para que essa forma de elaboração curricular não 
ultrapasse o momento histórico, social e político. Ainda é substancial 
a necessidade de estudos que envolvam essas propostas para que 
inovações não se transformem em pesadelos sociais.
Na transdisciplinaridade não existe hierarquia entre os 
conhecimentos, eles são tratados de forma transversal e horizontalmente.
Essa forma de ensinar rompe totalmente com o tradicionalismo do 
ensino e solicita uma transformação nas condições escolares.
Transdisciplinaridade diz respeito à dinâmica dos 
diferentes níveis de realidade. Para conhecê-la é preciso 
o conhecimento disciplinar, o que quer dizer que a própria 
pesquisa transdisciplinar se apoia na pesquisa disciplinar. 
No entanto, enfocada a partir da unidade do conhecimento. 
Portanto conhecimentos disciplinares e transdisciplinares 
não são antagônicos, são complementares. (SANTOS, 
2004 p.111)
Didática
43
A prática transdisciplinar passa de estudos por assuntos para 
estudos por fenômenos e proporciona maior autonomia para os alunos, 
estimulando seu protagonismo.
A metodologia é escolha do professor, desde que se garanta a 
pesquisa por fenômenos comuns entre as disciplinas e o ensino não se 
feche nos conteúdos individuais.
Figura 19: Transdisciplinaridade
Língua 
Portuguesa
Ciências
Matemática
História Geografia
Artes
Fonte:Autora
O termo Transdisciplinaridade foi usado pela primeira vez em 
1970, por Piaget, quando, em um Congresso sobre Interdisciplinaridade 
disse”...esta etapa interdisciplinar deverá posteriormente se sucedida por 
uma etapa superior “transdisciplinar”. Em seguida em 1971 e 1977, Piaget 
volta a usar o termo.
Didática
44
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso 
à seguinte livro de consulta e aprofundamento:
Metodologias Ativas e Personalizadas de Aprendizagem 
(Português). Por Angelo Luiz Cortelazzo (Autor), Diane 
Andreia de Souza Fiala (Autor), Dilermando Piva Junior 
(Autor), Luciane Panisson (Autor), Maria Rafaela Junqueira 
Bruno Rodrigues (Autor). Alta Books editora.
RESUMINDO:
Várias tendências influenciaram a prática nas escolas e 
conhecemos nesta unidade as tendências Liberais e as 
Progressistas.
Exploramos os conteúdos operacionais da didática 
que abordam como organizar a aula, como planejá-la 
para garantir a aprendizagem e para que avaliar essa 
aprendizagem.
Iniciamos uma reflexão sobre como a práxis-pedagógica 
influenciará no processo de ensino e aprendizagem.
Por fim, mergulhamos nas diferentes formas de organização 
do ensino que influenciará diretamente o trabalho do 
professor, a concepção de ensino de cada escola e as 
formas de aprendizagem.
Didática
45
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel G. Ofício de mestre: imagem e autoimagem. São 
Paulo: Vozes, 2004
ARIZPE, Lourdes. Le cube planétaire. Revue Internationale des 
Sciences Sociales, Paris: Unesco, 20p., nov. 1991
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. São Paulo: Olho D’água, 
1997. . Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
Educação como prática da liberdade. 19 ed. Rio de Janeiro: Paz e 
Terra, 1989.
Pedagogia do oprimido. 26.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999
GARCIA. ESTEBAN, M.T. (Org.) Avaliação: uma prática em busca de 
novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A.1999.
GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo 
: Ática, 1988
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LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia Da Educação. São Paulo: ed. 
Cortez,1994.
LUZURIAGA, Lorenzo. História da educação e da pedagogia. 12. 
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LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São 
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Didática
http://www/
	Tendências Pedagógicas na Educação
	Tendências Liberais
	A Tendência Liberal Tradicional
	Tendência Liberal-Renovada
	Tendências Liberal-tecnicista
	Tendências Progressistas
	Tendência Progressista-Libertadora
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	Conteúdos Operacionais da Didática
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	Conteúdos Escolares
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	Avaliação Diagnóstica
	Avaliação Processual ou Formativa
	Avaliação Somativa
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	Componentes do Processo Ensino- Aprendizagem (Práxis Pedagógicas)
	Interdisciplinaridade, Multidisciplina- ridade, Transdisciplinaridade e Pluridisciplinaridade
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