Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Livro Didático Digital Didática Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria MARLY SAVIOLI AUTORIA Marly Savioli Olá! Meu nome é Marly Savioli. Sou mestranda em Educação e pós-graduada em Ética, Valores e Cidadania na Escola. Além disso, sou formada em Pedagogia, com especialização em Administração e Supervisão Escolar. Tenho 35 anos de experiência técnico-profissional na área educacional, durante os quais trabalhei para escolas particulares, Prefeituras Municipais e Assessorias Educacionais em geral. Como educadora, exerci nas escolas diversos papéis, como professora, orientadora educacional, coordenadora pedagógica, vice- diretora e diretora. Por acreditar nas pessoas e na capacidade de mudar o mundo por meio da educação, trabalho atualmente para a Fundação Lemann como formadora de educadores e gestores educacionais, orientando-os e subsidiando seus trabalhos com caminhos mais eficazes. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Tendências Pedagógicas na Educação ............................................. 10 Tendências Liberais ........................................................................................................................ 11 A Tendência Liberal Tradicional .......................................................................... 11 Tendência Liberal-Renovada .............................................................................. 12 Tendências Liberal-tecnicista ............................................................................. 13 Tendências Progressistas ....................................................................................... 14 Tendência Progressista-Libertadora .............................................................. 15 Tendência Progressista Libertária .................................................................... 15 Tendência Progressista Crítico-Social .......................................................... 16 Conteúdos Operacionais da Didática ................................................. 17 Objetivos ................................................................................................................................................ 18 Conteúdos Escolares.................................................................................................................... 21 Metodologia de Ensino ...............................................................................................................22 Relação Professor-Aluno ...........................................................................................................23 Avaliação ...............................................................................................................................................27 Avaliação Diagnóstica .............................................................................................. 30 Avaliação Processual ou Formativa ................................................................ 31 Avaliação Somativa ..................................................................................................... 31 Cuidados com as Avaliações ...............................................................................32 Planejamento de Ensino ............................................................................................................33 Componentes do Processo Ensino- Aprendizagem (Práxis Pedagógicas) ................................................................................................ 35 Interdisciplinaridade, Multidisciplina- ridade, Transdisciplinaridade e Pluridisciplinaridade ................................38 Multidisplinaridade ........................................................................................................................ 39 Pluridisciplinaridade ..................................................................................................................... 40 Interdisciplinaridade ..................................................................................................................... 40 Transdisciplinaridade ....................................................................................................................42 7 UNIDADE 02 Didática 8 INTRODUÇÃO São muitas as referências teóricas que temos para elaborar nossas aulas de forma eficiente e principalmente efetiva. Conhecendo algumas teorias o professor será capaz de colocá-las em prática e aperfeiçoá-las. Para isso, é importante que tenha consciência de tudo que envolve uma aula, o objetivo de aprendizagem e seu aluno. Existem vários caminhos que pretendemos explorar nessa unidade, para que você, futuro professor, seja capaz de assumir sua classe e atingir seus objetivos de aprendizagem. Como são organizadas as aulas? Por onde começar um plano de aula? Como relacionar os conteúdos com a realidade e permitir que o aluno entenda a aplicabilidade do conhecimento adquirido? São perguntas como essa que tentaremos responder nessa unidade e esperamos que contribua para seu desempenho como professor. Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Didática 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 2. Nesta unidade, o nosso objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento das seguintes competências profissionais: 1. Entender a influência das tendências pedagógicas nas práticas atuais; 2. Identificar os trabalhos operacionais do trabalho docente em sala de aula; 3. Reconhecer a importância dos componentes do processo de ensino -aprendizagem e sua influência nas “práxis” pedagógica; 4. Entender as diferentes formas de organização disciplinas para explorar o conhecimento. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Didática 10 Tendências Pedagógicas na Educação OBJETIVO: Considerando a didática como estudos, técnicas, percepções que que contribuem para o ensino de forma mais eficaz, ressalta-se a importância de sua aplicação, ou seja, discutir a prática em sala de aula. Entendemos como tendência pedagógica as diversas teorias filosóficas que pretenderam dar conta da compreensão e da orientação da prática educacional em diversos momentos e circunstâncias da história humana (LUCKESI, 1990, p. 53). Já tivemos a possibilidade de explorarmos o termo “didática”, de onde provém, suas interpretações e algumas correntes filosóficas sobre o assunto. Agora, cabe-nos verificar como aplicá-la, e para isso vamos avançar em algumas questões importantes, como as tendênciasque afetam a Pedagogia. Algumas tendências foram fortemente influenciadoras das práticas pedagógicas e por isso vamos explorá-las, onde poderemos retomar alguns pontos já estudados e conhecer outros detalhes muito significativos para o trabalho do professor. Espera-se que esse estudo ajude o futuro professor a pensar em sua prática, pautado em conhecimentos e experiências de grandes personagens da Pedagogia. De acordo com Paulo Freire: O professor que não leva a sério sua formação, que não estuda e que não se esforça para estar à altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. Isto não significa, porém, que a opção e a prática democrática do professor ou da professora sejam determinadas por sua competência científica. Há professores e professoras cientificamente preparados, mas autoritários a toda a prova. O que quero dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor (FREIRE, 1996, p.36). Didática 11 Para isso vamos conhecer as tendências pedagógicas e refletir sobre elas que são as Tendências Liberais e Tendências Progressistas. Vamos explorá-las? Tendências Liberais As Tendências Pedagógicas Liberais surgiram no século XIX, sob forte influência das ideias trazidas pela Revolução Francesa (1789), de “igualdade, liberdade, fraternidade”. Receberam também, contribuições do liberalismo no mundo ocidental e do sistema capitalista. Para os liberais, a educação e o saber já produzidos (conteúdo), são mais importantes que a experiência vivida pelos educandos no processo pelo qual ele aprende. Dessa forma, os liberais, contribuíram para manter o saber como instrumento de poder entre dominador e dominado. As tendências pedagógicas liberais mais importantes são: Liberal Tradicional e Tendência Liberal Renovada, vamos ver o que defendem cada uma destas Surgidas no século XIX e forjadas com o capitalismo, a tendência Liberal entende o conhecimento como conteúdos fechados, sem reflexão. A Manutenção do poder se manter com a manutenção de classes, onde quem tem possibilidade de estudos tem mais poder que os demais. As mais importantes tendências são liberais são: Tradicional, Liberal Renovada, Tecnicista e Renovada não- diretiva. A Tendência Liberal Tradicional Encontrada até hoje nas escolas, essa prática defende que o professor é o detentor do saber, senhor da sala de aula, manterá a ordem e a disciplina através de ações impositivas e castradoras, onde o aluno é visto como um ser inferior, que deverá ser moldado para a sociedade que manterá suas características sem posicionamentos contrários. A prática é garantida pela exposição de conteúdos e memorização. Como apontava os estudos de Skinner, o aluno seria condicionado por punição e recompensas. A punição consistia em notas baixas e a recompensa em notas altas. Didática 12 Nessa prática eram desconsiderados os conhecimentos prévios dos alunos, suas vivências, cultura, etc. Figura 1: Tendência Liberal Tradicional Professor Detentor do saber, inquestionável. Aluno Receptor, passivo Conhecimento Para ser armazenado, memorização Metodologia Aulas expositiva, decoração, exercícios e lições de casa. Avaliação Centrada na decoração, repetição Fonte: Autora REFLITA: Um aluno que participa desse tipo de educação sente- se motivado para aprender e ir à escola? Reflita sobre as características do povo brasileiro e sua cultura. Como isso pode ser trabalhado com esse tipo de educação? Tendência Liberal-Renovada Vista como o mais forte movimento renovador, defende a escola pública para todos, e mesmo assim reforça a divisão classes e garante mais privilégios aos elitizados. O objetivo inicial era garantir que um indivíduo livre, social e ativo. Por educação nova entendemos a corrente que trata de mudar o rumo da educação tradicional, intelectualista e livresca, dando-lhe sentido vivo e ativo. Por isso se deu também a esse movimento o nome de `escola ativa´” (LUZURIAGA, 1980, p. 227). Com essa nova forma de olhar a educação o professor sai do papel centralizador e o conhecimento passa a ser visto como fruto da pesquisa e não um conhecimento fechado. Didática 13 Alimenta-se ideias de proporcionar aos alunos a criatividade, inventividade, experimentação, curiosidade estimulados por um professor que deva estimular esses comportamentos. Desdobra-se assim algumas escolas consideradas construtivistas. Entendidas de forma arbitrária por alguns educadores, os alunos ficaram livres demais e muito se perdeu nessa caminhada. “Do ponto de vista da Escola Nova, os conhecimentos já obtidos pela ciência e acumulados pela humanidade não precisariam ser transmitidos aos alunos, pois acreditava- se que, passando por esses métodos, eles seriam naturalmente encontrados e organizados” (FUSARI e FERRAZ, 1992, p. 28). Figura 2: Tendência Liberal Renovada Professor Democrática e mediador de experiências que levem ao conhecimento. Aluno Buscar, conhecer e experimentar. Conhecimento Conquista progressiva que deve ocorrer a partir das vivencias oferecidas na escola. Metodologia Aprender a aprender, experimentando. Avaliação Foco no processo e não no produto. Fonte: Autora Tendências Liberal-tecnicista Influenciados pela força do militarismo, a escola sofre um retrocesso e volta a trabalhar com uma educação tradicional, behaviorista, que consequentemente ampliam garantias às elites, e assim mantem a posição dominante na sociedade. O tecnicismo volta a reafirmar o professor como centralidade de poder e os conteúdos são trabalhados de forma fechada e sem reflexões. A ideia é garantir a mão de obra para o mercado de trabalho e as classes sem possibilidades de movimentação. Didática 14 A compartimentalização do trabalho é reforçada pela compartimentalização das disciplinas que são transmitidas com técnicas de repetição. O professor passou a ser refém de técnicas exigidas através de materiais didáticos previamente estabelecidos. Cabe dizer que esse movimento ainda insiste em acontecer nas escolas. Professores aprenderam assim e ensinam assim. Figura 3: Tendência Liberal Tecnicista Professor Detentor do saber que prepara para o trabalho. Aluno Copiar e reproduzir. Conhecimento Com base em conhecimentos fechados e experiências já vivenciadas. Metodologia Uso excessivo de técnicas, repetição, decoração. Avaliação Repetição dos livros didáticos. Fonte: Autora Tendências Progressistas Com o período de abertura política surgem as tendências progressistas. Tendo Paulo Freire como seu maior inspirador, a educação caracteriza-se pela valorização do sujeito no processo de aprendizagem, progredindo a partir das experiencias pessoais e o professor volta ao seu papel de mediador. Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire não considera o papel informativo, o ato de conhecimento na relação educativa, mas insiste que o conhecimento não é suficiente se, ao lado e junto deste, não se elabora uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos não podem adquirir uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita reelaborar e reordenar seus próprios conhecimentos e apropriar-se de outros. Didática 15 Portanto, nessa concepção de escola, o aluno deve desenvolver seu senso-crítico e ser capaz de se posicionar na sociedade, estimulando o questionamento de classes. Por esse motivo é uma prática que de certa forma influencia o posicionamento político-social. Tendência Progressista-Libertadora Advogando pela ideia de que as discussões e reflexões sobre temas sociais e políticos deveria ser o foco central da educação, o professor deve agir como um organizador de problematizações sobre a realidade e o trabalho. Não havia uma didática explícita para essas ações e essas reflexões ocorriam mais em escolas públicas, já que nas escolas particulares os interesses eram outros. Figura 4: Tendência LibertadoraProfessor Enfatiza o não-formal. Posição horizontal com os alunos. Aluno Refletir sobre a realidade e sua condição Social. Conhecimento Baseia-se nas experiências de vida. Metodologia Participativa. Avaliação Autoavaliação. Fonte: Autora Tendência Progressista Libertária A crescente abertura política incentiva a democracia na educação, propiciando condições mais igualitárias a todos. Nesse momento é ampliada a abertura nas escolas, permitindo que a comunidade escolar tivesse mais acesso as decisões, atuando em conselhos escolares, cooperando com a gestão democrática e outras formas de participação. O aluno e o professor são parceiros de descobertas, e apesar dos conteúdos serem explorados, não são exigidos. Didática 16 Figura 5: Tendência Progressista Libertária Professor Monitor, conselheiro à disposição do aluno. Aluno Reconhecer as causas de suas condições e lutar pelos seus direitos. Conhecimento Reflexão e busca de soluções. Metodologia Livre-expressão. Avaliação Autoavaliação. Fonte:Autora A aprendizagem que se dará informalmente é uma forma de negar a repressão e pretendem que as pessoas sejam mais livres e críticas. Tendência Progressista Crítico-Social Em oposição a escola libertária e acreditando que os conhecimentos historicamente adquiridos não devem ser menosprezados, essa tendência defende que a função social e política deve ser explorado a partir dos conhecimentos sistematizados. Prioriza os conhecimentos científicos, a didática, a construção de raciocínio lógico e habilidades críticas que os ajudem a socialmente provocar modificações. Conforme Libâneo (1990), a tendência progressista crítico- social dos conteúdos, diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo- lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade. Didática 17 Figura 6: Tendência Progressista Crítico Social Professor Autoridade que direciona o ensino- aprendizagem. Aluno Sujeito ativo, do mundo. Conhecimento Construída pela experiência pessoal. Metodologia Contexto cultural e social. Avaliação Julgamento a partir de critérios internos. Fonte: Autora Diante dessas constatações sobre as tendências pedagógicas, podemos verificar que muitas ideias vão e vem, ou seja, são pensadas, aplicadas, negadas e depois reinseridas com ajustes objetivando o aprimoramento. Todos esses conhecimentos nos levam a pensar sobre a educação que tivemos e que podemos oferecer. Qual você escolhe para você como profissional da educação? Conteúdos Operacionais da Didática Quando pensamos em ensinar, parece tudo muito simples, mas o ensino se garante através de alguns conteúdos operacionais. Vamos agora explorar esse mundo. Para falarmos de didática devemos pensar em objetivos de ensino, conteúdos escolares, metodologia de ensino, relação professor-aluno, avaliação e planejamento de ensino. Não vamos nos estender em todos os itens nessa unidade. Alguns aspectos já foram discutidos ou serão ainda nesta disciplina em outras unidades de ensino. Didática 18 Objetivos Iniciaremos pelos objetivos de ensino, que serão citados e explorados novamente na próxima unidade. Cabe neste momento entender sua preponderância nesse contexto de aula. Objetivos, em geral, discriminam aonde queremos chegar. Se vou viajar, tenho um objetivo que é conhecer um determinado lugar. Figura 7: Objetivos Fonte: Autora Na escola, a palavra “objetivo” se apresenta em diversos documentos. Temos os objetivos do Projeto Político Pedagógico, que é como se fosse um farol, que iluminará os caminhos a serem trilhados. Cada disciplina deve ter seu objetivo geral, que geram os objetivos gerais de cada ano ou série e depois devem gerar objetivos específicos da aula. O objetivo geral nos direciona sobre o que queremos que o aluno saiba ao final de um contexto, que pode ser um curso ou uma série. Vamos ser mais específicos e exemplificar. Em relação a um curso de Pedagogia, temos por objetivo geral, ou seja, ao final do curso pretendemos: Didática 19 Prepa rar profissionais para responder às diferenciadas demandas educativas da sociedade contemporânea atuando em uma complexa gama de atividades. • Considerando que esse é um objetivo que deve ser atingido em um período de quatro anos, devemos pensar em organizá-lo em objetivos menores, ou seja para cada ano cursado. Podemos dar um exemplo istória da educação, psicologia da educação, etc. Cada disciplina citada terá um objetivo geral e será recortado em outros mais específicos. O principal dessa exploração por objetivos e suas variações, é entender que ele deve nos nortear para o desenvolvimento do conhecimento sobre determinada prática. A definição de objetivos ajudará a determinar os conteúdos a serem explorados. Existem alguns cuidados essenciais para serem garantidos na formulação de objetivos. A primeira questão a ser garantida, é verificar se é possível desenvolver determinado objetivo. Podemos citar alguns objetivos que não se pode garantir, por exemplo: • Garantir que o professor se forme com todas as condições necessárias para ensinar em salas de diferentes tipos e diferentes disciplinas. Como alguém pode garantir que outro individuo saberá tudo ao final de um curso? Como alguém pode saber ensinar tudo? Considerando essa informação devemos pensar em objetivos viáveis, ou seja, possíveis de serem realizados e em um determinado período. Outro aspecto é poder mensurá-lo. Se não tenho como mensurar, como saberei que o objetivo foi atingido. Vamos a outro exemplo? Didática 20 • Transformar a postura do aluno para que se torne um cidadão compreensível, colaborador, respeitoso. É possível oferecermos alguns contextos onde o aluno irá refletir sobre essas posturas, porém como garantir que ele se transformou? Qual avaliação pode garantir isso? Dessa forma, é preciso que o objetivo seja algo palpável e de preferência que atenda ao objetivo geral e as premissas da legislação e do Projeto Político Pedagógico, onde afinal teremos o produto esperado. Os objetivos específicos devem apoiar os objetivos gerais. Cabe lembrar que os objetivos, sejam quais forem, devem ser iniciados com um verbo no infinitivo. Existem vários verbos que podem ser explorados, conforme seu nível de exigência, na Taxonomia de Bloom e na atual Base Nacional Comum Curricular. SAIBA MAIS: Os verbos usados em objetivos devem ter uma coerência que respeite as características do aluno, suas possibilidades seus prévios conhecimentos. Por exemplo, não é possível solicitar um aluno que analise se ele ainda não consegue identificar. Didática 21 Conteúdos Escolares Neste ponto, passaremos brevemente sobre o assunto, pois como já foi explanado, será foco de uma próxima unidade, onde teremos a oportunidade de explorarmos com mais profundidade. Devemos, no entanto, deixar claro algumas questões. Os conteúdos devem ser gerados a partir dos objetivos e não o contrário. É muito comum que os professores tenham prontos os conteúdos de cada série e, se forem obrigados, irão pensar em objetivos. Justamente por esse motivo que as avaliações e as metodologias usadas muitas vezes não estão alinhadas aos objetivos. Figura 8: Alinhamento de aspectos importantes para o planejamento AULA Objetivo Avaliação Procedimentos Fonte: Autora A reflexão deve ser a seguinte: se tenho determinado objetivo, qual o conteúdo que deve ser ensinado para atingir esse conteúdo? Do que adianta eu ensinar a inferir sobre um texto, se meu objetivo é que esse aluno saiba decodificar uma palavra? O que ajudará a inferência para atingir esse objetivo? Didática 22 Com isso, podemosafirmar que o objetivo e o conteúdo devem estar coerentes e levar ao mesmo sentido. Metodologia de Ensino A metodologia de ensino consiste na aplicação de diferentes métodos no processo de ensino-aprendizagem. Segundo o dicionário Aurélio, metodologia consiste na arte de dirigir o espírito na investigação da verdade. Aplicação do método no ensino. Método vem do latim “methodus” cujo significado é caminho ou via para realização de algo. Meta (objetivo, finalidade) somado a Hodos (caminho, intermediação). Em nosso contexto, a metodologia vem complementar as ideias iniciais apresentadas nessa unidade. Se eu tenho um objetivo, já defini os conteúdos a serem trabalhados, de que forma vou fazer isso, para garantir a aprendizagem dos alunos? Metodologia de ensino são os estudos das diferentes trajetórias seguidas para se atingir os objetivos de ensino. Quando um professor tem um objetivo a ser atingido ele precisa pensar: quem são meus alunos? O que os atrairia para trabalhar esses conceitos? Qual a aplicabilidade desses conceitos que eles poderiam considerar relevantes? O que é significativo para eles? Quais estudos já existem e fundamental essa aprendizagem? Posso usá-los nesse contexto? Se o professor de matemática tem por objetivo que os alunos tenham decorado a tabuada, ele precisará de recursos de repetição. O que ele pode fazer para que os alunos repitam as tabuadas? Antigamente nós copiávamos várias vezes a mesma tabuada até decorá-las. Hoje, antes da ação de decorar devemos garantir o entendimento do que é multiplicação. Isso resolvido, o professor pode proporcionar diversos exercícios em que o aluno consulta a tabuada para resolver. Isso pode ajudar na decoração, porém existem muitos outros caminhos como Didática 23 jogos, desafios, etc. O professor deve verificar o que mais atrai o interesse do aluno. Cabe ainda ressaltar que um método não é uma solução geral para todos os alunos. Em uma determinada classe um método pode ser eficiente, porém em outra, o professor precisará procurar outro caminho. Tudo depende da caracterização dos alunos que influenciará o desempenho do professor. Outro aspecto importante é que o professor deve dominar o que vai ensinar, mas isso também não garante que ela saiba ensinar. É preciso saber ensinar e a escolha da metodologia do ensino trará ao professor alguns desafios e poderá ser marcado por escolhas erradas. Já ouviram as seguintes falas? Fulano é um professor tirano. Ciclano ensina por cópias sem fim. Beltrano é um animador de aulas. A escolha da metodologia influenciara a forma como será visto e como a aprendizagem do aluno. Por esse motivo, existe a necessidade de o professor ser muito responsável e comprometido. Estar disposto a estudar sempre, entender a dinâmica da escola em que trabalha, participar da construção do Projeto Político Pedagógico, conhecer diferentes métodos de ensino e sua relação histórica cultural, e saber escolher caminhos em que as metodologias usadas abracem as necessidades locais. Relação Professor-Aluno Para muitos esse é um aspecto que não tem valor. Professores que aprenderam nas décadas de 1970, 1980, 1990, ainda têm em si o registro do que eram como alunos. Respeitosos, e os professores sendo a autoridade máxima de uma sala de aula. Com a evolução humana as relações mudaram, e não se pretende aqui estender os vários aspectos que levaram essas relações em sala de aula a mudar tanto, mas aceitá-las e verificar de que forma tudo isso influencia no cotidiano escolar e principalmente na aprendizagem. O que se constata é que nas salas dos professores e que se ouve muito sobre a irreverência e deboche dos alunos, a falta de interesse, Didática 24 as consequentes notas baixas e muitas vezes o medo de se enfrentar algumas classes, por terem alunos agressivos e que chegaram até a agredir seus professores. É possível ensinar ou aprender nesse contexto? Figura 9: Relação professor-aluno Fonte: Adaptado SBT Notícias Será que estamos dando muita liberdade? Pensar nessa relação é tão importante assim? Como os professores devem se comportar nessa relação? A princípio devemos reforçar que o professor tem a responsabilidade de, apresentar aulas que sejam envolventes e motivadoras aos alunos. Um bom plano de aula poderá ajudar muito nesse aspecto. Por outro lado, o professor já não é mais um mero transmissor de conteúdo. Sua função se ampliou e agora ele deve ser um educador, preparado para, além de ensinar a disciplina, propiciar reflexões nos alunos que os ajudem com a postura cidadã. Teríamos que conseguir que os outros acreditem no que somos. Um processo social complicado, lento, de desencontros entre o que somos para nós e o que somos para fora [...] Somos a imagem social que foi construída sobre o ofício de mestre, sobre as formas diversas de exercer este ofício. Sabemos pouco sobre a nossa história (ARROIO, 2000, p.29). Didática 25 Para que tenhamos professores com essas competências é preciso que haja uma equipe técnico-pedagógica muito comprometida com a formação continuada. Uma característica de professores bem aceitos pelos alunos é daquele profissional que permite abertura ao diálogo. Será que professores conseguem dialogar sem impor suas “visões de mundo”? Tudo isso fará parte de um trabalho formativo e reflexivo processual e que será um desafios aos coordenadores de cada escola. É preciso muita determinação para insistir nesse tema e abrir diálogo com o professor para que ele entenda o que se espera dele. [...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir- se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar- se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 2005, p. 91). A perspectiva de haver diálogo em sala de aula permite desmistificar o professor como o que sabe tudo e concebê- lo como um mediador da aprendizagem. Acreditem, que esse professor aprenderá muito com os alunos, também. Já a afetividade é outro aspecto muito importante e valorizado por diversos estudiosos da educação. Para Wallon, a aprendizagem está diretamente ligada a afetividade que se cria dentro da sala de aula. Considerando alguns alunos extremamente agressivos, devemos pensar o que levou esse individuo a esse comportamento. Será que sofreu agressão em sua vida? Como é sua casa e as relações que lá se efetivam? Na escola esse aluno já foi valorizado alguma vez? O que ele pensa sobre os professores? São muitas as respostas, mas várias experiências mostram que alunos podem mudar sua postura diante de atenção, e ao notar que alguém se interessa por ele. Muitas vezes um professor muda um destino com o respeito e atenção que demonstra ao aluno. Didática 26 Inquestionável é que o aluno sente o que o professor pensa. Se sente desprezo por parte do professor, desprezará a disciplina, o conhecimento oferecido e o professor. Cabe aqui os professores refletirem sobre suas práticas, mas isso não descarta a realidade que muitas vezes é surpreendente. Aquele aluno quietinho poderá de repente ficar agressivo e por isso uma boa dose de observação individual é importante. Um ponto muito importante é a imposição de algumas questões. Nenhum ser humano aceita certas imposições sem entender primeiro o motivo. Dessa forma, considere-se recebendo uma ordem arbitrária que você, mesmo como professor, não concorda. Essa geralmente é a motivação para adesões fracas em propostas escolares. Deve-se reservar um tempo para fundamentar as regras, dialogar sobre elas, ouvir outros pontos de vista. Como prática estritamente humana jamais pude entender a educação como experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos,os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura racionalista. Nem tampouco jamais compreendi a prática educativa como uma experiência a que faltasse rigor em que se gera a necessária disciplina intelectual (FREIRE, 1996, p. 146). Considerando a citação acima também é importante reafirmar que ser afetivo não está diretamente ligado a ser permissivo. O professor deve ser afetivo, porém manter a postura respeitosa e a cultura que em sala de aula devemos estudar. Cada professor deverá achar a medida correta para que um ponto não suprima o outro. Didática 27 Avaliação O que é avaliar? Para que avaliamos? O que fazemos com os resultados obtidos? Essas são perguntas fundamentais para serem realizadas com os professores. Será que pensam da mesma forma? Normalmente a avaliação é vista como uma forma de repressão, onde o aluno que não atinge a nota estabelecida como “boa” será rotulado como ineficiente, preguiçoso, desinteressado e que não estuda. Essa visão de avaliação é consequência da educação tradicional. Lembram como Skinner condicionava os ratos? Por recompensa e punição. Assim, fomos condicionados que ter uma nota baixa é uma punição e ter uma nota alta é uma recompensa. O prazer de aprender desaparece quando a aprendizagem é reduzida a provas e notas; os alunos passam a estudar para se dar bem na prova e para isso têm de memorizar as respostas consideradas certas pelo professor ou professora. Desaparecem o debate, a polêmica, as diferentes leituras do mesmo texto, o exercício da dúvida e do pensamento divergente, a pluralidade. A sala de aula se torna um pobre espaço de repetição, sem possibilidade de criação e circulação de novas ideias. (GARCIA, 1999, p. 41) Mas o que é e para avaliar? No dicionário “Aurélio” encontramos as seguintes definições: determinar o valor de; compreender; apreciar, prezar; reputar-se; conhecer o seu valor. Avaliar é investigar a qualidade do desempenho dos estudantes, tendo em vista proceder a uma intervenção para a melhoria dos resultados, caso seja necessária. (Luckesi, 2005) Na educação esperamos que a palavra avaliar venha ao encontro de refletir sobre um resultado. Eu avalio, tabulo os resultados, analiso no individual e no grupo, e depois penso em como corrigir algumas rotas realizadas e assim possibilitando aos alunos que não atingiram o objetivo, que por outros meios se apropriem desse conhecimento. Didática 28 Figura 10: Para que avaliar? AgirAvaliar Refletir sobre os resultados Fonte: Autora Como corrigir resultados? Analisando sobre os motivos de cada resultado. O professor deve perguntar-se se aquele aluno conseguiu entender a forma como ensinou, se precisa de algum recurso especial para atingir o objetivo das aulas, se existem alguns motivos que o professor possa resolver. É comum em conselhos de classe os professores justificarem notas baixas com desinteresse, falta de estudo, falta de atenção. O que não é comum é serem questionados nesse momento os motivos desses comportamentos. Caberia aos professores analisarem com muita atenção algumas questões. Em sua sala de aula, quantos alunos atingiram a média mínima? Se forem poucos, ou seja, abaixo de 10% da classe, o professor pode pensar em formas que levem o aluno a entender melhor o conteúdo trabalhado, considerando suas dificuldades específicas. Se for um número grande de aluno, talvez seja o momento desse professor verificar a metodologia que tem usado em sala de aula, pois muitos alunos não apresentam aprendizagem. Expectativas de Aprendizagem Aluno Identificar os números até 20 Ordenar os números em sequência Entender o significado dos valores de cada número Identificar o posicionamento entre outros números. Didática 29 Figura 11:Acompanhamento das expectativas de aprendizagem Expectativas de Aprendizagem Aluno Identificar os números até 20 Ordenar os números em sequência Entender o significado dos valores de cada número Identificar o posiciona- mento entre outros números Arnaldo Caio Cecilia Debora Fátima Fábio Gabriel Hélio Isaura Maria Renato Rodrigo Fonte: Autora Observando a imagem acima e entendendo que o que está pintado em verde refere-se a expectativa atingida, e vermelho como expectativa não atingida, Como você analisa a situação de Fátima e Hélio? É possível constatar que Fátima e Hélio não conseguiram atingir nenhuma expectativa de aprendizagem. Importante que o professor verifique as dificuldades individuais para proporcionar o aprendizado. A metacognição é proporcionar ao estudante uma reflexão de como ele aprende. Nem todos aprendem das mesmas formas. Alguns aprender pelo visual, outros pela escrita, outros pela audição, etc.. Em casos assim, como o de Hélio e Fátima, é muito importante que o professor entenda como esse aluno aprende e estimule que ele próprio perceba isso. Essa é uma forma de preparar atividades que ajudem os alunos a atingirem os objetivos. Didática 30 Quando analisamos a expectativa: “Entender o significado dos valores de cada número”, podemos afirmar que a professora deverá refletir sobre sua aula e buscar outras formas de atingir esse objetivo, pois a maioria não conseguiu apropriar-se dos conceitos da forma como foram oferecidos, o que nos leva a pensar que haverá outros encaminhamentos que podem proporcionar essa aprendizagem. Muito comum que professores realizem períodos de recuperação com alunos que estão abaixo das médias. É preciso entender que esse deve ser um momento de recuperar aprendizagem e não somente a nota. Antes de avançarmos em nossos conhecimentos ainda se faz necessário explorar os tipos de avaliação que conhecemos. Avaliação Diagnóstica Essa forma de avaliação normalmente é usada no início do ano, onde os professores conseguem identificar os pré- conhecimentos dos alunos. A partir dessa análise o professor dever delinear os conteúdos e níveis de aprofundamento que realizará. A avaliação diagnóstica não se propõe e nem existe uma forma solta isolada. É condição de sua existência e articulação com uma concepção pedagógica progressista”. (Luckesi 2003, p.82) É preciso ter cuidado em não rotular um aluno a partir dessa avaliação. A ideia é perguntar, como posso corrigir possíveis distorções na aprendizagem? A avaliação diagnóstica também pode ser usada como processual, trazendo informações contínuas sobre o aprendizado dos alunos. Didática 31 Avaliação Processual ou Formativa Vista como um meio regulatório, a avaliação processual visa orientar o professor em suas atividades. Por meio desse tipo de avaliação é possível entender quais foram as expectativas que não foram correspondidas em tempo de corrigi-las. Elas devem ocorrer processualmente, ou seja, ao final de cada módulo de ensino, o processo deve avaliar se o conteúdo foi apropriado pelos alunos. Importante que avaliar não necessariamente deva ser uma prova. A avaliação processual pode ocorrer através da observação do professor nas atividades oferecidas aos alunos diariamente. A avaliação formativa consiste na prática da avaliação contínua realizada durante o processo de ensino e aprendizagem, com a finalidade de melhorar as aprendizagens em curso, por meio de um processo de regulação permanente. Professores e alunos estão empenhados em verificar o que se sabe, como se aprende o que não se sabe para indicar os passos a seguir, o que favorece o desenvolvimento pelo aluno da prática de aprender a aprender. A avaliação formativa é um procedimento de regulação permanente da aprendizagem realizado por aquele que aprende. (BONIOL E VIAL APUD WACHOWICZ E ROMANOWSKI, 2003, p. 126). Avaliação Somativa A avaliação somativa é aquela aplicada ao final de um determinado ciclo ou período. Nas escolas normalmente ocorrem ao final de um bimestre, trimestre ou semestre. A avaliaçãosomativa visa um balanço somatório dos resultados dos trabalhos realizados. Normalmente são resultados classificatórios que indicam o prosseguimento ou retenção dos estudos dos alunos. Didática 32 Apesar de ser importante é preciso ter cuidado para que a avaliação não seja muito longa, pois muitas vezes o aluno tem todo o conhecimento necessário, mas não encontra tempo para realizar todos os processos solicitados no tempo oferecido para a avaliação. Uma avaliação pontual, que geralmente ocorre no final do curso, de uma disciplina, ou de uma unidade de ensino, visando determinar o alcance dos objetivos previamente estabelecidos. Visa elaborar um balanço somatório de uma ou várias sequências de um trabalho de formação e pode ser realizada num processo cumulativo, quando esse balanço final leva em consideração vários balanços parciais. (GIL, 2006,p. 248). Cuidados com as Avaliações Avaliar é uma responsabilidade complexa que exige do professor alguns cuidados. Podemos citar algumas situações que podem ser evitadas ao elaborar uma avaliação. O professor deve ter claro o objetivo da aprendizagem. Dessa forma, sua avaliação será em função desse objetivo. De que adiantar ensinar a pescar e cobrar na prova como cozinhar o peixe? Figura 12: Avaliação Didática 33 As perguntas ou reflexões solicitadas devem ser claras aos alunos. Usar um vocabulário familiar aos alunos é importante. Para o entendimento da questão, ela deve ser conduzida com o vocabulário usado no desenvolvimento de aula. Perguntas devem ser elaboradas para que tenham apenas uma resposta. Não posso perguntas por exemplo: o que pensa sobre...? Qualquer resposta estará correta. A não ser que queira apenas avaliar a posição dos alunos frente a uma determinada situação. Se for fazer várias perguntas em uma única questão procure organizar de forma que o aluno seja capaz de identificar cada uma e organizar em sua resposta. Atualmente usamos perguntas contextualizadas para que o aluno consiga mostrar a transferência do que aprendeu para a realidade ou outras situações-problema. Nesse caso, cuide para que não seja uma pré-textualização, ou seja, apenas um texto usado sem ligação com o conteúdo ou questão solicitada. Contextualizar é transformar a questão em uma reflexão significativa para os alunos. Planejamento de Ensino Conforme dicionário Aurélio a palavra ensinar é definida como: instruir, dar lições a; dar lições de; indicar; adestrar.; castigar; educar. Ensino pressupõe uma ação deliberada, planejada pelo professor, para que ao final garanta-se a aprendizagem. Planejar o ensino é fundamental para garantir a qualidade da aula, o bom aproveitamento do tempo, e para se atingir os objetivos. Planejamos para tudo. Vamos verificar no caso de uma viagem. Se quero conhecer a América do Sul e moro na Europa, vou planejar a compra das passagens, a reserva nos hotéis, as roupas que devo levar para suportar o clima local, o tipo de alimentação que me será proporcionada, etc.. Didática 34 No caso do planejamento de ensino, existem algumas recomendações importantes e vou citar algumas indicadas por Doug Lemov em seu Livro “Aula nota 10”, que vem ao encontro do que consideramos importante nesse momento. Para iniciar, Lemov cita a importância de se iniciar pelo fim, ou seja, como mencionamos anteriormente, o professor precisa ter claro o que quer que seu aluno saiba ao final de cada aula. Nesse momento ele inclui a ideia de que prever como avaliará, ajudará no alinhamento entre objetivo, procedimentos e avaliação, não causando ao aluno distorções entre o que aprendeu e o que foi avaliado. Tendo objetivo e avaliação alinhadas é preciso pensar nos procedimentos que levarão a atingir esse objetivo. Para isso o professor deve se perguntar: o que farei, em cada momento para que meus alunos atinjam o objetivo de aprendizagem? Detalhando mais, o professor precisa saber o local, como disporá as cadeiras em cada atividade, que materiais usará e providenciará previamente, o que ele fará e o que os alunos farão enquanto ele faz sua parte e os tempos de cada atividade. O que o professor fará? O que o aluno fará? Como a sala deverá ser arrumada para essa atividade? Material necessário para a atividade? Tempo disponível para a atividade? Figura 13: Componentes de um plano de aula O que o professor fará? O que o aluno fará? Como a sala deverá ser arrumada para essa atividade? Material necessário para a atividade? Tempo disponível para a atividade? Fonte:Autora Didática 35 Tudo isso? Sim. Mas não necessariamente em todo planejamento. O que o professor precisa é entender a complexidade de uma aula e garantir que ela ocorra de forma produtiva. Quando falamos em organizar grupos para realizar uma discussão, deve prever o tempo que levará para organizar a sala como pensou, se os alunos serão indicados por ele, se se organizarão com os mais próximos. Tudo isso evita desperdício de tempo. Outra questão é pensar nos materiais que serão usados. Se vou dar um texto para cada grupo, tenho de ter as cópias necessárias já prontas em mãos no momento da aula. Tudo isso evitará que o seu objetivo seja suprimido por urgências, como sair correndo da sala para tirar xerox, ou pedir para um técnico ajustar o computador onde exporá sua apresentação. Propiciar uma oficina com os professores onde poderão realizar esse tipo de planejamento em grupos, ou duplas ajudará com que eles se apropriem dessa forma de organização. Componentes do Processo Ensino- Aprendizagem (Práxis Pedagógicas) O ensino deve levar a aprendizagem e para isso, cada professor deve escolher uma forma de atingir seus objetivos de aprendizagem, através do ensino que proporcionará. A teoria é o que deve embasar a prática. Adquirimos um conhecimento para ser útil em nossas vidas. No caso dos professores, eles estudam muitas teorias de ensino e aprendizagem que deverá fundamentar a sua práxis pedagógica. A práxis pedagógica é o elemento que efetiva a aprendizagem. O educador precisa pensar em ações que propiciem a aprendizagem, e ainda ter consciência do que fundamenta cada ação. Quando entendemos que a prática será tanto mais coerente e consistente, será tanto mais qualitativa, será tanto mais desenvolvida quanto mais consistente for a Didática 36 teoria que a embasa, e que uma prática será transformada à medida que exista uma elaboração teórica que justifique a necessidade da sua transformação e que proponha as formas de transformação, estamos pensando a prática a partir da teoria. Mas é preciso também fazer o movimento inverso, ou seja, pensar a teoria a partir da prática, porque se a prática é o fundamento da teoria, seu critério de verdade e sua finalidade, isto significa que o desenvolvimento da teoria depende da prática (SAVIANI, 2005, p.107). Para além de colocar em prática uma teoria, o professor deverá aperfeiçoá-la, analisando seus resultados e procurando, através da pesquisa de sua própria prática, encontrar elementos que possam aprimorá-la. Mas se estamos diante de uma escola que se transformou em muitas de suas características, onde os alunos são totalmente diferentes dos antigos, é preciso que o professor saiba implantar métodos e adequá- los a realidade em que desenvolve sua aula. “a práxis é, na verdade, atividade teórico- prática; ou seja, tem um lado ideal, teórico, e um lado material, propriamente prático, com a particularidade de que só parcialmente, por um processo de abstração, podemos separar, isolar um do outro”. (SÁNCHEZ VÁZQUEZ, 1977, p. 241) Considerando essas possibilidades o professor deve mediar o conhecimento de forma a respeitar a comunidade em que trabalha e entender os alunos no grupo e individualmente. Para isso o professor mediador precisa muito do diálogo. Com o diálogo, o professor perceberá e conhecerá cadaaluno, podendo assim realizar ações que o afetem e ajudem a se apropriar do conhecimento. Didática 37 Figura 14: Sala de aula Fonte: Pixabay É preciso que as atividades propostas em sala de aula tenham significado e sentido aos alunos. O aprendizado deve ser entendido como relevante e que podem contribuir na vida dos alunos de alguma forma. A aprendizagem pode ser facilitada individualmente ou em grupo. Os diálogos proporcionados em sala de aula darão mais sentido ao contexto do aluno. A participação do outro, será sempre um caminho de aprendizado. Qualquer ação planejada para uma aula deverá estar diretamente ligada ao objetivo predeterminado pelo professor. Elaborar caminhos que levem o aluno a chegar ao objetivo é papel do professor. O que não se pode desconsiderar é que para além de toda a caracterização da comunidade escolar, o professor encontrará diferentes sujeitos em sala de aula. Cada um com suas peculiaridades e assim, muitas vezes o que é planejado nem sempre leva a 100% de resultados positivos. Sánchez Vázquez (1977, p. 187): O resultado ideal, que se pretende obter, existe primeiro idealmente, como mero produto da consciência, e os diversos atos do processo se Didática 38 articulam ou estruturam de acordo com o resultado que se dá primeiro no tempo, isto é, o resultado ideal Consideremos afinal, que a práxis pedagógica é sujeita ao momento histórico, político e social, a legislação vigente, ao projeto político pedagógico, ao currículo e principalmente ao conhecimento que o professor tem sobre ensino e aprendizagem e seu plano de aula. Interdisciplinaridade, Multidisciplina- ridade, Transdisciplinaridade e Pluridisciplinaridade Ainda explorando a práxis pedagógica podemos citar algumas condições que a influenciam, como a forma que a escola deseja que as disciplinas se articulem. É preciso ficar claro, que essa forma de articular o conhecimento pode depender da política escolar e mesmo da ação de alguns professores que querem avançar em sua práxis. Temas como: interdisciplinaridade, multidisciplinaridade, transdisciplinaridade e pluridisciplinaridade são ainda um tabu para os educadores, que mesmo sendo muito engajados em suas práticas profissionais, encontram obstáculos diversos para o aprimoramento. Vamos conversar sobre cada uma das possibilidades de organização disciplinar, cabe iniciar refletindo sobre a disciplinaridade, que na verdade é a forma mais presente nas escolas até hoje. A ideia inicial da disciplinaridade é de partir das partes para o todo, ou seja, subdivido o todo em partes, estudamos cada parte, esperando que ao final, seja possível uni-las novamente. Figura 15: Disciplinaridade MatemáticaPortuguês História CiênciasGeografia Fonte: Autora Didática 39 O que acontece é que geralmente, o todo foi tão subdividido, que deixa de fazer sentido para o aluno. Ele aprende uma partícula de um saber maior, mas não consegue depois organizá-lo dentro do todo. As relações entre as disciplinas não se estabelecem, e os alunos consideram muitas aprendizagens inúteis, pois não conseguem relacioná-la à realidade. Questionando essa forma de ensinar, alguns caminhos foram sendo explorados e vamos desenvolver reflexões sobre cada um deles. Multidisplinaridade A multidisciplinaridade é identificada quando um determinado assunto é abordado por mais de uma disciplina, porém sem que se estabeleça relacionamento entre elas. Podemos ver um exemplo de uma aula de história que desenvolve a leitura de um determinado texto para embase teórico de um período a ser estudado. A professora de inglês, por sua vez, usa o texto para trabalhar algumas questões gramaticais, enquanto isso, a professora de Língua Portuguesa pratica a leitura fluente dos alunos com o mesmo texto. Apesar de ampliar o contato com o texto e possibilitar maior entendimento dele, ainda não existe conexão entre os saberes desenvolvidos. Cada professor fará sua parte sem relacionar com os demais. Dessa forma, cada professor trabalhará seu conteúdo pelo seu próprio ponto de vista. Quais são as questões a se refletir sobre isso? De que forma o aluno conseguirá relacionar as disciplinar para chegar ao “todo” que foi desmembrado? Essa é uma questão em que a resposta é: não há articulação entre os saberes e assim, não se chega ao “todo”. Apesar de algumas desvantagens dessa metodologia, ainda é a mais explorada após da disciplinar idade nas escolas. Figura 16: Multidisciplinaridade MatemáticaPortuguês História CiênciasGeografia Fonte: Autora Didática 40 Nessa imagem podemos verificar a mesma cor em todas as disciplinas, que podemos exemplificar, possuirem o mesmo tema, porém, são trabalhadas separadamente, sem relacionar os conteúdos abordados. Pluridisciplinaridade Na tentativa de estabelecer ligação entre as disciplinas, a pluridisciplinaridade trará a possibilidade de as disciplinas explorarem o mesmo tema, com uma maior cooperação que a multidisciplinaridade oferece. Assim, Menezes (2010) explica que o termo pluridisciplinaridade se refere à justaposição de diversas disciplinas situadas geralmente ao mesmo nível hierárquico e agrupadas de modo a fazer aparecer às relações existentes entre elas. Você deve estar se perguntando qual a diferença entre pluridisciplinaridade e multidisciplinaridade. Apesar de serem confundidas por muitos, elas têm uma leve diferença, que é tentativa de relacionar os conhecimentos. Apesar disso, ainda temos um trabalho individualizado do professor, que fará sozinho a tentativa de relacionar os conhecimentos, mas trabalhando apenas a sua área do conhecimento. Figura 17: Pluridisciplinaridade MatemáticaPortuguês História CiênciasGeografia Fonte:Autora Interdisciplinaridade A interdisciplinaridade pretende garantir a articulação entre os saberes, rompendo com a disciplinaridade e permitindo a interrelação entre as disciplinas. A magnitude interativa dos fenômenos sociais e naturais do mundo atual escapa ao âmbito de análise e interpretação das áreas de conhecimento setorializadas e exige mais e mais uma interação produtiva entre os especialistas. Assim é que a complexidade das condições existenciais do homem de hoje demanda uma Didática 41 real colaboração das ciências naturais e sociais para uma leitura global e interpretativa do meio ambiente (Arizpe, 1991, p.641-6). Partindo de um contexto significativo para os alunos, os professores podem desenvolver seus conteúdos, demonstrando sua aplicabilidade. Essa forma de trabalhar exige um apoio incondicional da escola e sua estruturação curricular. Por esse motivo, entre outros, a grande dificuldade em adotá-lo, mesmo assim já existem algumas poucas escolas tentando viabilizar esse trabalho, que já vem sendo discutido por pesquisadores desde a década de 1970. A LDB 9394/96 é uma legislação que apoia e estimula o uso da interdisciplinaridade. Existem diferentes linhas de ações interdisciplinares. Mas, de um modo geral, como afirmam Pátaro e Bovo (2012, p. 45): “São vários os significados atribuídos ao conceito de interdisciplinaridade e, apesar da grande variedade de definições, seu sentido geral pode ser definido como a necessidade de interligação entre as diferentes áreas do conhecimento”. Não se deve desprezar a necessidade de aproximar pesquisa e ensino que darão maior consistência a essa forma de trabalhar. Figura 18: Interdisiciplinaridade Português Ciências Matemática História Geografia Fonte: autora Didática 42 Transdisciplinaridade A transdisciplinaridade enfoca a pluralidade de conhecimentos articulados com objetivo de alcançar a unificação do saber, em um exercício de ampliação do cognitivo. Esta forma curricular rompe com a ideia de individualidade e busca a interação e cooperação entre disciplinas na construção de um conhecimento. Na transdisciplinaridade, os conhecimentosatualmente fragmentados, são articulados com objetivo de entender os fenômenos como parte de um todo. Dessa forma, várias disciplinas se unem para um exercício amplo de cognição. Segundo Moacir Gadotti, “a transdisciplinaridade na educação é entendida como a coordenação de todas as disciplinas e interdisciplinas do sistema de ensino inovado sobre a base de uma axiomática geral, ética, política e antropológica”. O conceito de transdisciplinaridade é complexo e vem sendo muito discutido em todo o meio acadêmico. Há de se cuidar para que essa forma de elaboração curricular não ultrapasse o momento histórico, social e político. Ainda é substancial a necessidade de estudos que envolvam essas propostas para que inovações não se transformem em pesadelos sociais. Na transdisciplinaridade não existe hierarquia entre os conhecimentos, eles são tratados de forma transversal e horizontalmente. Essa forma de ensinar rompe totalmente com o tradicionalismo do ensino e solicita uma transformação nas condições escolares. Transdisciplinaridade diz respeito à dinâmica dos diferentes níveis de realidade. Para conhecê-la é preciso o conhecimento disciplinar, o que quer dizer que a própria pesquisa transdisciplinar se apoia na pesquisa disciplinar. No entanto, enfocada a partir da unidade do conhecimento. Portanto conhecimentos disciplinares e transdisciplinares não são antagônicos, são complementares. (SANTOS, 2004 p.111) Didática 43 A prática transdisciplinar passa de estudos por assuntos para estudos por fenômenos e proporciona maior autonomia para os alunos, estimulando seu protagonismo. A metodologia é escolha do professor, desde que se garanta a pesquisa por fenômenos comuns entre as disciplinas e o ensino não se feche nos conteúdos individuais. Figura 19: Transdisciplinaridade Língua Portuguesa Ciências Matemática História Geografia Artes Fonte:Autora O termo Transdisciplinaridade foi usado pela primeira vez em 1970, por Piaget, quando, em um Congresso sobre Interdisciplinaridade disse”...esta etapa interdisciplinar deverá posteriormente se sucedida por uma etapa superior “transdisciplinar”. Em seguida em 1971 e 1977, Piaget volta a usar o termo. Didática 44 SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte livro de consulta e aprofundamento: Metodologias Ativas e Personalizadas de Aprendizagem (Português). Por Angelo Luiz Cortelazzo (Autor), Diane Andreia de Souza Fiala (Autor), Dilermando Piva Junior (Autor), Luciane Panisson (Autor), Maria Rafaela Junqueira Bruno Rodrigues (Autor). Alta Books editora. RESUMINDO: Várias tendências influenciaram a prática nas escolas e conhecemos nesta unidade as tendências Liberais e as Progressistas. Exploramos os conteúdos operacionais da didática que abordam como organizar a aula, como planejá-la para garantir a aprendizagem e para que avaliar essa aprendizagem. Iniciamos uma reflexão sobre como a práxis-pedagógica influenciará no processo de ensino e aprendizagem. Por fim, mergulhamos nas diferentes formas de organização do ensino que influenciará diretamente o trabalho do professor, a concepção de ensino de cada escola e as formas de aprendizagem. Didática 45 REFERÊNCIAS ARROYO, Miguel G. Ofício de mestre: imagem e autoimagem. São Paulo: Vozes, 2004 ARIZPE, Lourdes. Le cube planétaire. Revue Internationale des Sciences Sociales, Paris: Unesco, 20p., nov. 1991 FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. São Paulo: Olho D’água, 1997. . Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. Educação como prática da liberdade. 19 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989. Pedagogia do oprimido. 26.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999 GARCIA. ESTEBAN, M.T. (Org.) Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A.1999. GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo : Ática, 1988 LEMOV, DOUG. Aula nota 10. Editora Penso, 2018. LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia Da Educação. São Paulo: ed. Cortez,1994. LUZURIAGA, Lorenzo. História da educação e da pedagogia. 12. ed. São Paulo: Nacional, 1980. LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo : Loyola, 1990 MENEZES, E. T.; SANTOS, T. H. “Pluridisciplinaridade” (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002, http://www. educabrasil.com.br/eb/dic/ dicionario.asp?id=94, visitado em 1/11/2010. SANTOS, Akiko. Didática sob a ótica do pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2004. PÁTARO, Ricardo F.; BOVO, Marcos C. A interdisciplinaridade como possibilidade de diálogo e trabalho coletivo no campo da pesquisa e da educação. Revista NUPEM, Campo Mourão, v. 4, n. 6, p. 45-63, jan./ jul. 2012. VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Filosofia da Práxis. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007. Didática http://www/ Tendências Pedagógicas na Educação Tendências Liberais A Tendência Liberal Tradicional Tendência Liberal-Renovada Tendências Liberal-tecnicista Tendências Progressistas Tendência Progressista-Libertadora Tendência Progressista Libertária Tendência Progressista Crítico-Social Conteúdos Operacionais da Didática Objetivos Conteúdos Escolares Metodologia de Ensino Relação Professor-Aluno Avaliação Avaliação Diagnóstica Avaliação Processual ou Formativa Avaliação Somativa Cuidados com as Avaliações Planejamento de Ensino Componentes do Processo Ensino- Aprendizagem (Práxis Pedagógicas) Interdisciplinaridade, Multidisciplina- ridade, Transdisciplinaridade e Pluridisciplinaridade Multidisplinaridade Pluridisciplinaridade Interdisciplinaridade Transdisciplinaridade
Compartilhar