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DIREITO DE ESQUECIMENTO ou DIREITO DE SER DEIXADO EM PAZ ou DIREITO DE ESTAR SÓ – Consiste no direito da pessoa de ser esquecida pela opinião pública Nos EUA, é conhecido como “The right to be let alone” e, em países de língua espanhola, é chamado de “Derecho al olvido”. Não é pacificado, mas a doutrina se divide em entender que será um direito da personalidade autônomo e outra parte da doutrina entende ser ele uma faceta do direito à privacidade. Enunciado nº 531, da VI Jornada de Direito Civil, do Conselho da Justiça Federal – “A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento.” Ex.: RECURSO ESPECIAL Nº 1.335.153 - RJ (2011/0057428-0) Decisão de 2013 - Rede Globo exibiu um programa que relatou que uma pessoa, que foi envolvida num crime em 1993 e absolvida no processo, participou deste crime e mesmo a emissora informando que a pessoa foi absolvida, ela foi reconhecida como a pessoa do crime. Ou seja, a pessoa tem o direito de ser esquecida por este episódio infeliz de sua vida, o direito de não ser exposta por isso. Contudo o STF decidiu, em fevereiro de 2021, que o direito ao esquecimento é incompatível com a Constituição Federal e tal entendimento fez com que o direito ao esquecimento, fosse pauta dos noticiários jurídicos, bem como objeto de comentários de juristas em todo o Brasil, pois este julgado de um lado coloca o direito à liberdade de expressão e comunicação, proibição de censura, direito de comunicação da imprensa...e de outro, também com gigantesca importância, a garantia constitucional da dignidade da pessoa humana, expressada, principalmente, no resguardo da inviolabilidade da personalidade, nos direitos à imagem, à honra, à vida privada e à intimidade. “O caso concreto analisado pelo STF em fevereiro de 2021 O caso analisado pelo STF10 tem origem em um programa veiculado pela TV Globo, o "Linha Direta". Em um episódio específico, veiculado em 2004, o programa apresentou dramatização buscando reconstituir o trágico caso da menina Aída Curi, que foi brutalmente assassinada em 1958. A família buscou a justiça pretendendo reparação de danos morais, materiais e à imagem decorrentes da exibição do programa, aspirando o reconhecimento do direito ao esquecimento da tragédia familiar que os assolou. O pedido foi indeferido em primeira e segunda instância. O voto do relator min. Dias Toffoli menciona expressamente que, em razão os graves casos de feminicídio no país, crimes como esses "não podem e não devem ser esquecidos". A tese, de repercussão geral, firmada no julgamento do STF foi a seguinte: "É incompatível com a Constituição Federal a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social - analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais, especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral, e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível". Dessa forma o STF decidiu que, como regra geral, a Constituição Federal é contrária a ideia de um direito ao esquecimento - lembrem-se que estamos falando aqui de fatos verídicos, licitamente obtidos e publicados. Contudo, e essa ressalva é muito importante, eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão devem ser analisados no caso concreto, levando-se em consideração a proteção à honra, à imagem e a vida privada. Assim, ainda que o direito ao esquecimento não tenha sido reconhecido como um direito geral e abstrato, cabe expressamente a análise do caso concreto para evitar excessos ou abusos.” VER: https://www.migalhas.com.br/depeso/340982/direito-ao-esquecimento-e- a-decisao-do-stf-no-re-1-010-606-rj
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