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Arte/cultura e trabalho: Oficinas terapêuticas e de geração de renda Economia Solidária e sustentabilidade Cooperativas de trabalho Centro Universitário Barão de Mauá Psicologia AILA CAROLINA SILVA DE SOUZA BEATRIZ DE SOUZA BUENO BERNARDO CARLA CRISTINA DA SILVA BRANCO ISABELA CRISTINA ABILIO BONISENHA MATHEUS HENRIQUE GROSSI RIBEIRO TAMIRES CRISTINA DE SOUZA THAÍS ROCCA ROCHA VICTÓRIA CRISTINA BOVO REFLEXÕES INICIAIS No passado a ideia de reabilitação era vista como um estágio anterior da normalidade. Nos dias atuais a reabilitação psicossocial é o processo que facilita ao usuário com limitações, a sua melhor reestruturação de autonomia e suas funções na comunidade. A desinstitucionalização deve acontecer dentro e fora dos hospitais psiquiátricos com o objetivo de reabilitar todo o contexto, restituir a subjetividade e singularidade do indivíduo na sua relação com as instituições sociais. PITTA (1996) O Ministério da Saúde define os objetivos das oficinas terapêuticas como: atividades grupais de socialização, expressão e inserção social e as cooperativas sociais, visando à integração social dos cidadãos A reabilitação psicossocial precisa contemplar três vértices da vida do indivíduo: casa, trabalho e lazer, ideia de que o trabalho é um instrumento de reabilitação. Atividades artísticas, artesanais, ou em dar-lhes acesso aos meios de comunicação (RAUTER, 2000). Highlight Highlight Antigos conceitos e novas práticas Terapias x Oficinas Antigamente, não utilizava-se o termo “oficinas”, mas sim “atividades terapêuticas” ATIVIDADES TERAPÊUTICAS: atividades de trabalho e recreação individuais ou em grupos, subdivididas em: motoras, sociais e auto- expressivas OFICINAS: atividades grupais de socialização, expressão e inserção social, funciona como um facilitador de comunicação e das relações interpessoais. Entretenimento X Empowerment ENTRETENIMENTO: ação provida de prazer capaz de fazer o tempo passar e com o objetivo de apenas reproduzir conceitos. EMPOWERMENT: discussões sobre saúde mental e a construção de sua práticas no cotidiano, objetivo de fazer um espaço terapêutico. Highlight VALLADARES et al., 2003 Highlight Highlight Highlight Oficinas terapêuticas Oficinas terapêuticas O que são Oficinas terapêuticas? • Podem ser entendidas como a prática de inclusão através da arte, de modo que pessoas que apresentam sofrimento psíquico realizam atividades em conjunto, promovendo assim, união de diferentes pessoas e liberdade de expressão. • As oficinas já apareceram ao longo do processo histórico da psiquiatria, mas tinham um objetivo diferenciado do referencial da reabilitação psicossocial, o foco atualmente é na reinserção das pessoas em sofrimento psíquico. (VALLADARES et al., 2003) O que mudou? ANTES HOJE Técnica Livre. Técnica com finalidade e propósito definido. Indivíduo extraído do contexto familiar e social. Indivíduo inserido no seu contexto familiar e social. Ênfase nos trabalhos individuais e grupais com usuários. Ênfase nos trabalhos individuais e coletivos com usuários, familiares e comunidade. Processo de ocupação aleatória do doente mental. Processo que permite a expressão de sentimentos, emoções e vivências singulares aos doentes mentais. Ênfase na segregação, no estigma, na exclusão, na violência, no preconceito, na alienação, na cronificação, nas desigualdades, na diferença e na discriminação. Prioriza a autonomia, o processo criativo e o imaginário do paciente. Ênfase na originalidade, na expressividade, nas possibilidades e na desmistificação. Utiliza vários recursos expressivos como a pintura, o desenho, a modelagem e o artesanato. Utiliza-se de múltiplos recursos expressivos, como dramatização, fotografia entre outros, além dos já citados anteriormente. (VALLADARES et al., 2003) Highlight Highlight Highlight Princípios básicos que deveriam nortear as Oficinas terapêuticas ⮚Todos os indivíduos podem e devem projetar seus conflitos internos sob forma plástica, corporal, literária, musical, teatral etc; ⮚Valorização do potencial criativo, expressivo e imaginativo do paciente; ⮚Fortalecimento da auto-estima e da autoconfiança; ⮚Visa a reinserção social os usuários; ⮚Inter e transdisciplinariedade: uma “miscigenação” de saberes e intervenções; ⮚Intersecção entre o mundo do conhecimento psíquico e o mundo da arte, pela expressão da subjetividade; ⮚Reconhecimento da diversidade. (VALLADARES et al., 2003) Trabalho e loucura A RELAÇÃO TRABALHO E LOUCURA • Muito antiga • O trabalho nos Hospícios como forma de disciplina e cura • Franco da Rocha • Contexto histórico do Brasil Franco da Rocha Médico e participava da administração do Asilo de Alienados da capital paulista. (VALLADARES et al., 2003) CURIOSIDADE foram expostas as artes dos “alienados” (Andrade; Costa-Rosa 2014) Cooperativa e reforma psiquiátrica Reforma psiquiátrica o É um processo político e social complexo. o Conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais. o A Psiquiatria Democrática Italiana criou cooperativas que admitiam que 30% de seus associados tivessem históricos psiquiátricos. A cooperativa o É um espaço para as pessoas que tem dificuldades de inserção no mercado; o É uma via acolhedora; o As cooperativas sociais são constituídas com o objetivo de construção efetiva de autonomias e possibilidades sociais e subjetivas. o Um lugar de trabalho para os pacientes ao invés da exclusão nos manicômios. AMARANTE et al 1997 Cooperativa trabalho: o que há de novo Atual reforma psiquiátrica e reabilitação psicossocial com o trabalho Trata de inserir socialmente indivíduos encarcerados, segregados, ociosos, recupera-los como cidadãos, por meio de ações para inserir o paciente psiquiátrico no trabalho, ou em atividades artísticas, meios de comunicações, etc... As cooperativas atuais passam a romper com as noções de ergoterapia, arteterapia e terapia ocupacional, fazendo com que o próprio sujeito tenha a possibilidade de criar, produzir e consumir, o envolvendo ainda mais com a sociedade. Possibilitam a produção de recursos que podem ser, parcialmente, reconvertidos em recursos assistenciais, como a construção de moradias abrigadas, de espaços de lazer, a construção de novas possibilidades sociais e subjetivas. Esse trabalho é visto como uma “inserção laborativa” e pode fazer com que o indivíduo desenvolva interesses, desejos, necessidades, desenvolva também suas funções de autonomia e de proteção. Considerações finais Considerações Finais □ “vetores de existencialização”. □ construção de territórios existenciais □ transformação da realidade □ referenciais humanistas Retomada dos objetivos gerais das oficinas terapêuticas As oficinas terapêuticas têm como objetivos gerais: Socialização do indivíduo com os outros pacientes, familiares e comunidade; Trabalhar conteúdos emocionais; Impulsiona os pacientes à autonomia e autoconfiança; Politização do indivíduo; Desconstrução de preconceitos e estigmas; Auxiliar para que o paciente consiga escrever uma nova trajetória. Vídeo para ilustrar e trazer uma visão prática sobre o tema https://www.youtube.com/watch?v=Q5lO-xxKFSY&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=Q5lO-xxKFSY&feature=youtu.be Andrade, M. C; Costa-Rosa, A. O encontro da loucura com o trabalho: concepções e práticas no transcurso da história. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, Maringá, v. 7, n. 1, p. 27-41, jun. 2014. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882496/v7n1a04.pdf. Acesso em: 21 abr. 2023. CEDRAZ, Ariadne; DIMENSTEIN, Magda. A. Oficinas terapêuticas no cenário da Reforma Psiquiátrica: modalidades desinstitucionalizantes ou não?. Revista Mal- Estar e Subjetividade, Fortaleza, v. 5, n. 2, p. 300-327, set. 2005. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482005000200006&lng=pt&nrm=iso.Acesso em: 19 abr. 2023. VALLADARES, A. C. A; LAPPANN-BOTTI, N. C; MELLO, R.; KANTORSKI, L. P; SCATENA, M. C. M. Reabilitação psicossocial através das oficinas terapêuticas e/ou cooperativas sociais. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia-GO, v. 5, n. 1, p. 4-9, 21, dez. 2003. DOI: https://doi.org/10.5216/ree.v5i1.768. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fen/article/view/768/851. Acesso em: 15 abr. 2023. Referências https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882496/v7n1a04.pdf https://doi.org/10.5216/ree.v5i1.768 https://revistas.ufg.br/fen/article/view/768/851
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