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FEBRE FEBRE EM ADULTOS: - É um sintoma comum, principalmente em situações agudas. • Na maioria das vezes a febre é causado por infecções agudas e sem gravidade. • O médico deve identificar os casos graves e que necessitam de investigação. FEBRE X HIPERTERMIA: •A hipertermia é caracterizada pelo aumento incontrolável da temperatura corporal que vai além da capacidade do corpo de perder calor. O “Set point” do hipotálamo está normal. Em contraste com a febre em infecções e reações imunológicas não envolve moléculas com propriedades pirogênicas. Exposição ao calor externo e produção de calor endógeno são os dois mecanismos que podem resultar em temperaturas centrais elevadas. - OBS: Hipertermia é a capacidade de perda de calor inferior a produção de calor, pode se dar por estar muito agasalhado, sol intenso, forno, etc. A produção de calor aumenta muito como nos casos de hipertireoidismo, hipertermia maligna, síndrome neurolitica maligna. Possui alta letalidade. • A febre é o aumento da temperatura corporal além da variação diária habitual, relacionada a um novo ajuste habitual, relacionada a um novo ajuste no ‘’set-point’’ hipotalâmico. OBS: A alteração do set-point : o centro hipotalâmico é sensível a toxinas microbianas e vários mediadores inflamatórios que vai aumentar prostaglandinas 2 aumentando o centro regulador. FISIOPATOLOGIA: As células mieloides e endoteliais são os tipos celulares que primariamente produzem citocinas pirogênicas, antes conhecidas como pirogênios endógenos. As citocinas pirogênicas, como a IL-1, a IL-6 e o TNF, são liberadas por essas células e entram na circulação sistêmica. Contudo, essas citocinas circulantes produzem febre induzindo a síntese da PGE2. O aumento da PGE2 na periferia explica as mialgias e artralgias inespecíficas que costumam acompanhar a febre. Assim, a liberação de PGE2 pelo lado cerebral do endotélio hipotalâmico estimula seus receptores nas células gliais, e tal estimulação determina elevação rápida no 5′-monofosfato de adenosina cíclico (AMPc), um neurotransmissor. A liberação do AMPc ativa terminações neuronais do centro termorregulador. CARACTERISTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE: Na febre, temos que analisar quando ela começou, a sua intensidade, a duração, modo de evolução e o término. CAUSAS DE AUMENTO DA TEMPERATURA CORPORAL → Hipertermia • Insuficiência cardíaca congestiva. • Ictiose (grupo de doenças de pele caracterizadas por pele seca, escamosa ou espessa. É hereditário. • Hipertermia maligna • Insolação. • Intermação. → Febre. • Infecções (vírus, bactérias, fungos, protozoários). • Neoplasias malignas (linfomas, hepatocarcinomas, tumores renais). • Doenças autoimunes (artrite reumatóide, lúpus). • Fármacos (antimoniato de meglumina; anfotericina B; carbamazepina, outras.) OBS: Anfotericina B é uma droga antifúngica para fungos graves (EV). A regra do paciente é ter reação febril então eu faço antitérmico + corticóide junto em 500 ml de soro fisiológico. TIPO DE FEBRE: → Febre contínua: • Febre diária com variações de até 1 ºC sem períodos de apirexia (sensação de febre). → Febre irregular: • Picos muito elevados intercalados por períodos de apirexia ou mesmo hipotermia. → Febre remitente: • Febre diária com variações de mais de 1 ºC sem períodos de apirexia. → Febre intermitente: • Picos de febre intercalado por períodos de apirexia de no máximo dois ou três dias. → Febre recorrente ou ondulante: • Períodos de temperatura normal que duram dias ou semanas interrompidos por períodos de temperatura elevada. VARIAÇÕES NORMAIS DE TEMPERATURA: A temperatura no início do dia está mais baixa e mais alta no fim do dia. OBS: fatores que elevam a temperatura são mulheres em fase de ovulação, por exemplo. COMO ERA UMA DAS DOENÇAS INFECCIOSA ANTES DA ERA DOS ANTIMICROBIANOS? Antigamente não existiam remédios antimicrobianos, apenas cloroquina. • A febre aumentava no quarto dia de doença e o paciente se recuperava espontaneamente. • Os pacientes não morriam pela febre e sim pela infecção que estava causando a febre. OBS: a hipotermia, é uma condição associada ao aumento da perda de calor ou diminuição da perda de calor pelo corpo humano. Pode ocorrer devido a exposição ambiental, hipotireoidismo, choque, entre outros. ABORDAGEM DO PACIENTE COM FEBRE → Anamnese e exame físico: • Precisa ser muito detalhada e completa, sendo importante perguntar a idade, o sexo, a ocupação, procedência, exposições importantes. → Epidemiologia: • Situações locais, realização de viagens. → Exames laboratoriais: • Deve ser indicado de modo seletivo e adequado, tendo sempre atenção na interpretação do exame solicitado. • Caso exista infecção, a febre pode estar ausente em algumas situações como em imunossuprimidos, idosos, crianças muito pequenas e infecções graves. AGENTES INFECCIOSOS: Príons; vírus; bactérias; clamídias, riquetsias e micoplasmas; fungos; protozoários; helmintos; ectoparasitas. - SITUAÇÕES DE RISCO PARA INFECÇÕES GRAVES • Imunossurpressão como no caso de drogas imunossupressoras, corticoterapia, esplenectomia e SIDA. • Neoplasias. • Cardiopatia valvar. • Cirrose hepática/insuficiência hepática. • Extremos de idade. • Etilista. AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM FEBRE • Não há rotina ou exames obrigatórios. • É baseado nas particularidades clínicas e epidemiológicas. • Não pedir exames desnecessários, pois causam custos e não tem fundamentação. AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR DO PACIENTE (Exames gerais). Avaliação diagnóstica dos pacientes com febre Hemograma; Bioquímica: função renal, perfil hepático, eletrólitos, creatinafosfoquinase; Exame comum de urina; Radiografia de tórax anteroposterior e de perfil. Marcados inflamatórios: VHS e PCR; Culturas: sangue e urina. AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR DO PACIENTE (Exames Selecionados). Outras culturas: escarro, fezes; Fator antinuclear; Fator reumatóide; Sorologias: citomegalovírus, monoteste, toxoplasmose, hepatites, HIV, VDRL; Reação de mantoux Ecografias: cardíaca, Doppler de MMII; Tomografias: tórax, abdome, pelve. Ressonância nuclear magnética. OBS: pode ser realizado gota espessa ou teste imunocromatográfico para malária em pacientes procedentes da Amazônia legal ou de países endêmicos. (se eu não diagnosticar eu posso complicar) FEBRE E EXANTEMA (RASH). • Diagnóstico ocasionalmente difícil, embora o exantema seja uma pista importante no diagnóstico diferencial. • Geralmente a febre precede o exantema. • O exantema é uma reação inflamatória dos pequenos capilares da pele. • A anamnese detalhada de pacientes com febres + exantema inclui: → Evolução do exantema; → Estado imunológico; → Uso de fármacos; → Viagens; → Imunização; → Contatos com pessoas doentes; → Exposição a animais e picadas de animais (incluindo artrópodes). • No exame físico devemos determinar o tipo de lesão, a configuração do exantema e a sua distribuição, lembrando que existem algumas condições associadas a febre e exantema como: Dengue; Zika; Chikumgunya; Sarampo; Rubéola. SARAMPO • E uma doença viral aguda, causada por um Paramixoviridae. → Quadro clínico • Febre alta (acima de 38,5ºC) OBS: a febre é elevada e atinge o auge quando aparece o exantema e cai no 3 ou 4 dia de exantema. • Exantema maculopapular generalizado; • Tosse (SEMPRE PRESENTE); • Coriza (hialina no início, depois se torna purulenta) • Conjuntivite; • Machas de koplik (ocorre na região oposta aos dentes molares, sendo manchas vermelhas brilhantes, com centro branco ou branco- azulado) - PATOGNÔMICAS da doença. Estas manchas precedem o exantema 1 a 2 dias e desaparecem 2 a 3 dias depois do aparecimento do exantema. FASES • As manifestações clínicas são dividas em 3 fases - Fase de infecção: • Dura cercade 7 dias, iniciando com período prodrômico, quando surge a febre, acompanhada de tosse produtiva, coriza, conjuntivite e fotofobia. • Do 2º ao 4º dia desse período surge o exantema, quando se acentuam os sintomas iniciais. • O paciente apresenta prostração, exantema cutâneo maculopapular de coloração vermelha, iniciando na região retroauricular. - Período toxêmico: • A ocorrência de superinfecção viral ou bacteriana e facilidade pelo comprometimento da resistência do hospedeiro a doença. • São freqüentes as complicações, principalmente nas crianças até 2 anos, especialmente as desnutridas e os adultos jovens. - Remissão: • Caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, com declínio da febre. O exantema torna-se escurecido, em alguns casos surge descamação fina lembrando farinha. TRASMISSIBILIDADE • 4 a 6 dias antes do exantema, mas o período de maior transmissibilidade ocorre entre 2 dias antes e dois dias após o início do exantema. • Diagnóstico laboratorial: ELISA – amostra coletada até 28 dias após o inicio do exantema. • Não existe tratamento específico, tratar a sintomatologia do paciente. • Vacina é o que previne a ocorrência de casos (Tríplice viral aos 12 meses e Tetra viral (sarampo, caxumba, rubeola e varicela) aos 15 meses.) EXANTEMA MACULOPAPULAR RUBÉOLA • Doença exantemática aguda causada por uma togaviridae com curso benigno, mas sua importância epidemiológica está relacionada à síndrome de rubéola congênita (SRC). OBS: A SRC causa no feto Restrição de Crescimento Intrauterino (RCUI); microcefalia; catarata; meningoencefalites; perda auditiva; retinopatias; defeitos congênitos (cardiopatias, catarata, surdez) natimorto e malformações congênitas, OBS: Crianças que se infectaram congenitamente transmitem até 1 ano de idade ou até que a pesquisa de vírus na nasofaringe e na urina se negativa. • A transmissão ocorre pelo contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. • Todas as pessoas não vacinadas e/ou que não tiveram a doença estão susceptíveis a adquirir rubéola. - Quadro clínico: Exantema maculopapular e puntiforme difuso, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para tronco e membros. • Febre baixa. • Linfadenopatia retroauricular, occiptal e cervical posterior. • Adenomegalia antecede até 7 dias o exantema. Acomete gânglios da cadeia cervical e retroauricular • O diagnóstico laboratorial é feito pelo ELISA, coletada até 28 dias após o inicio do exantema. • O tratamento não é especifico e é prevenida pela vacinação (feita com 12 e 15 meses.) TRATAMENTO • Não deve ser de rotina, pois pode ter efeitos colaterais dos medicamentos e pode também piorar o prognóstico. • O tratamento é considerado em algumas situações específicas como grande desconforto; icc; desidratação; risco de convulsão e temperatura extrema (>41ºC). • O tratamento farmacológico pode ser feito com ácido acetil-salicilico na dose de 325 a 1000 mg de 6 em 6 horas ou de 4 em 4 horas até 3,5 g/dia. • Dipirona na dose de 320 a 1000 mg de 6 em 6 horas • Ibuprofeno na dose de 200 a 300 mg de 6 em 6 horas, sendo o máximo 1200 mg/dia. • Paracetamol na dose de 325 a 750 mg de 6 em 6 horas ou de 4 em 4 horas até 3g/dia (alguns autores colocam o limite de 4g/dia – até 1000 mg de 6 em 6 horas. • Antimicrobianos não são antipirético • A maioria dos pacientes com estado geral preservado deve aguardar o diagnóstico antes da instituição de antimicrobianos. • O uso empírico de antimicrobianos deverá ser indicado quando houver alta probabilidade de infecção, suspeita de infecção grave ou paciente muito vulnerável (neutropênico febril e outras situaçações). FEBRE DE ORIGEM OBSCURA (FOO): É qualquer doença febril sem uma etiologia óbvia inicial. • O termo FOO deve ser reservado para doenças febris prolongadas sem uma etiologia estabelecida apesar de avaliação e exames diagnósticos intensivos. • É definida por Petersdorf e Beeson como: → Febre ≥ 38,3°C em pelo menos duas ocasiões. → Duração da doença ≥ 3 semanas. → Diagnóstico que permanece incerto após anamnese e exame físico detalhados e os seguintes exames obrigatórios: VHS, PCR, hemograma completo, eletrólitos, creatinina, proteínas totais, fosfatase alcalina, AST, ALT, DHL, CK, Ferritina, FAN, FR, eletroforese de proteínas, EAS, hemoculturas (n = 3); urocultura; RX de tórax; ultrassonografia abdominal; PPD ou IGRA. - SITUAÇÕES ESPECIAIS QUE DEVEM SER CONSIDERADAS • FOO associado a serviços de saúde. • FOO em pacientes neutropênicos. • FOO em viajantes. • FOO associado ao HIV. • FOO em transplantados. - ABORDAÇÃO DO PACIENTE COM FOO: Buscar pistas diagnósticas por meio da anamnese e exame físico. • Na anamnese, as informações devem conter o padrão da febre (contínua ou recorrente) e sua duração, história médica pregressa, uso atual e recente de fármacos, história familiar, história sexual, país de origem, viagens recentes e remotas, exposição a ambientes incomuns associado a viagens ou hobbys e contato com animais. • Deve ser realizado um exame físico completo, com atenção aos olhos, linfonodos, artérias temporais, fígado, baço, locais de cirurgias prévias, toda a superfície da pele e membranas mucosas. • Antes de novos exames diagnósticos serem feitos, deve-se suspender o tratamento com antibióticos e glicocorticoides, que podem mascarar muitas doenças DESDE QUE A CONDIÇÃO CLÍNICA PERMITA. - TRATAMENTO • Tentativas terapêuticas empíricas com antibióticos, glicocorticoides ou agentes antituberculosos devem ser evitadas na FOO, exceto quando a condição clínica do paciente estiver rapidamente piorando após os exames diagnósticos descritos anteriormente não fornecerem um diagnóstico definitivo. DIP – SEPSE - Diferença da sepse e da infecção: - A sepse é definida como uma disfunção orgânica potencialmente fatal causada pela resposta inapropriada do hospedeiro à infecção - Trata-se de síndrome forjada pela interação entre o hospedeiro e agente infeccioso, como características que evoluem temporalmente. A diferença fundamental entre a sepse e a infecção é a resposta aberrante e inapropriada da resposta do hospedeiro com disfunção orgânica. Por que o paciente teve aquela resposta a pneumonia? - ativação inflamatória localizada a partir dos patógenos → ativa uma resposta anômala de amplificação da resposta → alterações endoteliais que vão desequilibrar a perfusão periférica → aumento da permeabilidade tecidual → isso acontece sistemicamente - Fisiopatologia: mecanismos de sensibilidade aos microrganismos; respostas locais e sistêmicas aos microrganismos invasores → citocininas e outros mediadores fatores de coagulação (fenômenos trombóticos – que prejudicam a microcirculação); disfunção orgânica e choque → disfunção endotelial; choque séptico. - Primeira ação da sepse: ressuscitação volêmica SOFA (Instrumento de triagem): FR > ou = 22/min; alteração do estado mental; Pressão sistólica < ou = 100 mmHg. - Tratamento: administrar oxigênio para manter as saturações de oxigênio alvo acima de 94% (ou 88%-92% em pessoas em risco de insuficiência respiratória hipercáprica - CO2 aumentado); coletar hemocultura e considerar outras amostras; administrar antib por intra venosa; começar a ressuscitação volêmica ** ( peso*30 = quantidade de soro nas primeiras horas); verificar o nível de lactato seriado (; monitorar o debito urinário a cada hora. - Conduta nas primeiras horas: • Oxigenação para manter Sat O2 > 94% • Início imediato da resuscitação volêmica e tratamento da infecção. • Para a resuscitação da hipoperfusão causada pela sepse ofereça cristalóide IV ≥ 30 mL/kg nas primeiras 3 horas - (1 L corresponde a 15 mL/kg para pacientes de 70-kg ) • Fluido cristaloide embolus repetidos (volume típico de 500 mL) administrado ao longo de 5 a 30 minutos pode ser eficaz para corrigir a hipotensão secundária à hipovolemia. • Alternativa - Solução coloide administrada em bolus (volume típico de 250-300 mL) – Não há evidências de melhores resultados. • Avaliação da resposta à beira do leito pelos achados do exame físico como: Pressão arterial, FC, débito urinário e PVC repita hidratação IV em bolus se mais hipoperfusão ou se o lactato estiver elevado. • Os antimicrobianos devem ser iniciados de acordo com a sensibilidade local. - Tratamento efetivo de uma infecção depende de: conhecimento dos microrganismos infectantes mais prováveis; provável susceptibilidade a antimicrobianos; local da infecção; espectro de ação dos antimicrobianos considerados para utilização; farmacologia dos antimicrobianos considerados para utilização; adequada indicação e acompanhamento do paciente. - Parâmetros indicativos de disfunção orgânica: •Hipóxia arterial ([PaO2/FIO2] < 300) • Elevação da creatinina ≥ 0.5 mg/dL (44.2 mcmol/L) • Coagulopatia (INR > 1.5 or activated partial thromboplastin time [aPTT] > 60 seconds) • Trombocitopenia (platelet count < 100,000/mm3) •Hiperbilirrubinemia (bilirrubina total > 4 mg/dL [70 mmol/L]) - Conduta nas primeiras 6 horas: todo paciente com sepse é candidato ao atendimento em unidade de terapia intensiva; manter a ressuscitação volêmica e monitorização clinica e laboratorial (lactato) – se não melhorar fazer dobutamina; caso a resposta pressórica seja inadequada iniciar vasopressores (noradrenalina 1ª escolha); corticoides apenas, se não houver resposta aos vasopressores – hidrocortisona 400 mg/dia IV por mais de 3 dias; Transfusão se hemoglobina (HgB) < 7g/dL; manutenção da glicemia < ou = 180 mg/dL (10 mmol/L) e > ou = 110 mg/dL (6.1 mmol/L); profilaxia para TVP e ulcera gástrica; início de nutrição enteral. ANIMAIS PEÇONHENTOS Princípios da soroterapia Pré-medicação: ● 30 minutos antes do soro heterólogo. ● Bloqueador histamínico – H1 – Prometazina - IM. − Adulto – 50mg. − Criança – 0,5 mg/kg. ● Bloqueador histamínico – H2 – Cimetidina ou Ranitidina - EV.. − Adulto – Cimetidina – 300mg/Ranitidina 50mg. − Criança – Cimetidina – 10mg/kg/Ranitidina 1,5mg/kg. ● Corticóide – Hidrocortisona - EV. − Adulto – 10 mg/kg em dose única até 1000mg. − Criança - 10 mg/kg em dose única até 1000mg. # Ofidismo Gêneros de serpentes peçonhentas no Brasil: ● Bothrops: JARARACA, jararacuçu, comboia, surucucurana - Características do veneno: proteolítico, coagulante e hemorrágica - acidente botrópico - Quadro Clínico: dor imediata, edema, sangramento no local da lesão, pode evoluir para necrose local; manifestações sistêmicas (sangramentos). - Exames laboratoriais: TC, função renal. Complicações: síndrome compartiental, necrose, infecções, choque, hemorragias sistêmicas graves, insuficiência renal aguda. Tratamento: acidente leve- soro antibotrópico 4 ampolas; acidente moderado: soro antibotrópico 8 ampolas; acidente grave: soro antibotrópico 12 ampolas. Tratamento Geral: Membro elevado; Analgesia; Não utilizar AINE; Dipirona; Opiáceos em caso de necessidade; Hidratação (Manter diurese alta); Profilaxia do tétano; Antibioticoterapia: Cloranfenicol/Cefalosporinas de 1a geração..Pode ser associado à clindamicina. ● Crotalus: CASCAVEL Ações do veneno: Miotóxica. Neurotóxica. Coagulante; Nefrotóxica. - Exames: Função renal, TC, CPK, DHL, Billirubinas - Manifestações clínicas: Manifestações locais: Discreta dor quando presente; Parestesias Manifestações sistêmicas: Prostação, Náuseas, Vômitos, Xerostomia precocemente; Mialgias; Visão borrada; Face neurotóxica/miastênica; Rabdomiólise. - Complicações: Locais: Infecção; Necrose; Sistêmicas: Insuficiência renal aguda; Hemorragias (Raras). - Tratamento: soroterapia- acidente leve:5 ampolas; moderado:10 ampolas; grave: 20 ampolas. ● Lachesis: SURUCUCU - Ações do veneno : Proteolítica; Coagulante; Hemorrágica; Neurotóxica (Estimulação vagal). - Quadro clínico: - Manifestações locais: As mesmas do acidente botrópico, mas em geral mais graves, com formação de bolhas. - Manifestações sistêmicas: As mesmas do acidente botrópico, mais: Síndrome vagal; Bradicardia; Náuseas; Vômitos; Diarréia. - Exames laboratoriais: TC, função renal, outros sempre que necessário. - Tratamento geral: As mesmas ações do acidente botrópico. Tratamento sintomático da síndrome vagal. Tratamento específico. Acidentes moderados ou graves. Tratamento: acidentes moderados: soro antilaquético 10 ampolas; acidente grave: soro antilaquético 20 ampolas ● Micrurus: CORAL VERDADEIRA. - Veneno neurotóxico (Ação na junção neuromuscular, levando à paralisia). - Quadro clínico: Ausência de sintomas locais significativos, discreta parestesias. Fascies neurotóxica; Paralisia muscular que progride para paralisia respiratória. - Tratamento: Local: Os mesmos dos outros acidentes; Sistêmico: Soro antielapídico. - Neostigmina: Inibidor da acetilcolinesterase; Teste diagnóstico e terapia para a paralisa muscular.− Teste : Aplicar atropina 0,5mg em adultos ou 0,05 mg/Kg até 0,5 mg em crianças antes da neostigmina, e fazer neostigmina 0,05mg/kg até uma ampola. - Terapêutico : Neostigmina 0,05 a 0,1mg/kg a cada 4 horas, ou a intervalos menores, sempre precedido a atropina. Tratamento soroterapia 10 ampolas Características da cauda ● Chocalho – Crotalus. ● Lisa – Bothrops. ● Áspera - Lachesis. Escorpianismo ● Escorpião-amarelo (T. serrulatus) ● Escorpião-marrom (T. bahiensis) ● Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) ● Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus) Manifestações locais:● Dor local intensa e insuportável. Manifestações sistêmicas:● Taquicardia.● Arritmias.● Edema agudo de pulmão.● Sialorréia.● Mioclonias.● Confusão mental.● Hipertermia. Tratamento: acidentes leves- sintomáticos observar por 6 a 12hrs; Acidente moderado: soro antiescorpiônico ou soro antiaracnídico – 2 a 4 ampolas, Acidente grave soro antiescorpiônico ou soro antiaracnídico- 4 a 8 ampolas. Exames complementares: apenas para os casos moderados ou graves ● ECG.● RX de tórax.● Enzimas cardíacas.● Eletrólitos. Tratamento: ● Sintomático:● Analgesia: Dipirona sistêmica; Infiltração local com lidocaína a 2% sem vasoconstrictor, que pode ser repetida até 3 vezes.● Soroterapia específica nos casos graves.● Profilaxia do tétano. Araneísmo ● Aranhas de importância: ● Phoneutria: Aranhas armadeiras. Veneno e quadro clínico parecido com os venenos escorpiônicos, mas de menor gravidade; Dor local intensa; Sudorese local; Sintomas sistêmicos semelhantes ao do acidente escorpiônico; Priapismo. Tratamento: Casos leves – Infiltração local com lidocaína a 2% e analgesia. Casos moderados ou graves – soro antiaracnídeo. ● Laxoceles: Aranha marrom. Pouco agressiva e de hábitos domiciliares.Veneno leva a ativação dos mediadores da resposta inflamatória, com vasculite, hemólise e rabdomiólise. Nos casos leves fenômenos locais. Em casos graves pode levar à insuficiência renal e óbito. ● Forma cutânea – lesão que evolui para bolha e vasculite localizada e formação de placa marmórea em cerca de 24 a 72 horas. Pode evoluir para úlcera de difícil cicatrização.● Forma sistêmica – Sintomas locais associados a icterícia, hemólise, anemia e hemoglubinúria. − Pode evoluir para quadros graves com CIVD e Insuficiência renal aguda. Tratamento: acidentes leves- sintomático, observar até 72hrs após a picada; acidente moderado- soroterapia ou prednisona; acidentes graves- soroterapia e prednisona ● Latrodectus: viúva negra; veneno possui uma neurotoxina (alfa-latrotoxina) de ação central e periférica que leva a distúrbiossensitivos, motores e autonômicos. Dor local. Sintomas sistêmicos: Disautonomia; Espasmos musculares. Tratamento- analgesia ● Lycosa. ● Caranguejeiras (Vários gêneros) Acidente por abelhas Ação sistêmica potencialmente letal em casos de muitas picadas. ● Reações de hipersensibilidade imediata podem ser graves mesmo com poucas picadas. ● Com mais de 400 picadas levam à síndrome do envenenamento. Tratamento ● Reações de hipersensibilidade: Tratamento da reação imediata. ● Reações locais: Analgésicos, anti-histamínicos, corticóides tópicos. ● Reações sistêmicas – múltiplas picadas. Remoção dos ferrões. ● Tratamento de suporte – internação e monitorização.