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DÉBORA RODRIGUES – MED XXX APRESENTAÇÃO CLÍNICA 1 DIARRÉIA AGUDA CONCEITOS CLASSIFICAÇÃO DIARREIA: • AGUDA: definida por aumento do número de evacuações ou diminuição da consistência de fezes, sendo necessário um mínimo de três evacuações diárias com um tempo menor que 14 dias. • PERSISTENTE: duração entre 2 a 4 semanas. • CRÔNICA: períodos maiores que 4 a 8 semanas. DISENTERIA: presença de muco e sangue nas fezes. É geralmente causada por infecções bacterianas, irais ou parasitarias. CARACTERÍSTICAS: LOCALIZAÇÃO: ETIOPATOGENIA: TENESMO: sensação de necessidade persistente e dolorosa de evacuar, mesmo quando não há fezes presentes no reto. É uma sensação de esforço ou pressão na região retal, acompanhada por contrações involuntárias dos músculos do ânus. HEMATOQUEZIA: presença de sangue vivo nas fezes. É diferente da melena, que é a presença de sangue digerido nas fezes, com aspecto escuro e alcatroado. Geralmente indica um sangramento ativo no trato gastrointestinal inferior. ETIOLOGIA ANAMNESE EXAME FÍSICO Início do quadro. Número de evacuações. Presença de muco ou sangue nas fezes. Náuseas e vômitos. Perguntar se parentes ou conhecidos estão com os mesmos sintomas. Presença de doenças crônicas. Presença de febre (> 38,7ºC) Redução da diurese (avaliar se está mais concentrada a urina). Aumento de sede. Os pacientes devem ser avaliados em relação às medicações que fazem uso, doenças associadas e se possível deve-se avaliar se familiares ou colegas de trabalho também apresentam sintomas similares. Pode-se verificar a história alimentar recente do paciente para poder identificar potencial fonte de contaminação (alimentos mal cozidos, restaurantes com pior higiene). Avaliar exposição a animais, viagens a lugares com recursos limitados. Perguntar sobre uso recente de antibióticos. Avaliar presença de saneamento básico na residência. Deve-se procurar sinais de sepse, hipotensão ou desidratação e a propedêutica abdominal pode mostrar se existe defesa abdominal sugestiva de peritonismo. A presença de febre, tenesmo e sangue nas fezes caracteriza uma diarreia inflamatória levando a consideração de terapia antibiótica. Algumas causas de diarreia com sangue podem piorar sua evolução com antibiótico; o exemplo clássico é a E. coli êntero-hemorrágica, que cursa com diarreia sanguinolenta, mas geralmente sem febre e sobretudo sem tenesmo (dor à evacuação). Outra característica desse tipo de diarreia é a ausência de leucócitos fecais. Quando, nesses pacientes, se faz uso de antibióticos ou agentes que diminuem a motilidade, como a loperamida. observa-se aumento da chance de complicações, como a púrpura trombocitopênica trombótica e síndrome hemolítico-urêmica. QUADRO VIRAL: Em seu estágio inicial são associados a náuseas e vômitos proeminentes antes do aparecimento da diarreia. Outro sintoma frequente nesses pacientes é epigastralgia. O agente etiológico mais importante de gastroenterite infecciosa viral são os norovírus. As infecções por esse agente são mais frequentes no inverno, com transmissão via alimentar e pessoa-pessoa e taxa de ataque alta acima de 50%. Em geral, os pacientes apresentam resolução completa dos sintomas em 3 dias. Os norovírus costumam acometer crianças com mais de 4 anos de idade e adultos jovens. Os rotavírus são outra causa de diarreia por vírus, podendo causar quadro semelhante ao dos norovírus, mas por vezes mais proeminente. Tipicamente se disseminam em meses de inverno e em crianças de 4 meses a 4 anos de idade. A maioria dos adultos infectados é assintomática ou pouco sintomática e sintomas dispépticos associados são frequentes. ASSOCIADA A ANTIBIÓTICOS: Pode evoluir ou não com enterocolite. Os principais antibióticos descritos como causadores desse tipo de diarreia são a clindamicina, cefalosporinas e amoxacilina/clavulanato. Quando não é causada pelo Clostridium difficile, costuma ser um quadro leve e autolimitado, ocorrendo durante ou imediatamente após o curso de antibioticoterapia. Nesses pacientes o uso de probióticos poderia ter algum benefício, embora ainda sem evidência para podermos fazer uma recomendação formal. COLITE: Constitui a principal causa em pacientes hospitalizados. A transmissão dessa infecção nosocomial ocorre por meio das mãos de funcionários ou entre os próprios pacientes. A doença só ocorre após a administração de antibióticos, que levam à redução da flora intestinal normal. O patógeno passa a produzir toxinas. A diarreia pode ser aquosa ou sanguinolenta e costuma vir acompanhada de dores abdominais e febre. Leucócitos e eritrócitos nas fezes são positivos. CÓLERA: Causada pelo Vibrio cholerae. É uma diarreia secretora epidêmica causada por enterotoxinas. A cólera pode causar uma diarreia explosiva e fatal, que permanece mesmo após parada de ingestão alimentar com perda de volume de 1 L por hora, podendo evoluir com morte em 3 horas. O uso de antibióticos, como ciprofloxacina por 2 a 3 dias, e a hidratação melhoram o prognóstico dos pacientes com sobrevida na maioria dos casos. QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COMPLICAÇÕES Malária. Dengue. HIV. Gripe. Doença inflamatória intestinal. Síndromes mal absorventes. Doença celíaca. Doença diverticular. Angina mesentérica. Desequilíbrio eletrolítico. Hiponatremia. Olhos afundados. Boca e línguas secas. Sede Diminuição do turgor da pele. Diminuição da consciência. Incapacidade de beber. Pulso fraco. Bacteremia. Síndrome hemolítica-urêmica Síndrome de Guillain-Barré Artrite reativa Sepse Convulsões Prolapso retal Mega colón. Hemograma, eletrólitos (sódio e potássio) e função renal. Pode-se considerar proteína C-reativa (apenas em pacientes graves). Hemoculturas em crianças com menos de 3 meses de idade. Considerar exames de espécimes das fezes. EXAME DE FEZES: Leucócitos fecais: positivo em diarreia inflamatória. Lactoferrina fecal, calprotectina fecal e sangue oculto nas fezes: são marcadores de diarreia inflamatória. Coprocultura: faz diagnostico etiológico. São indicados em imunodeprimidos, pacientes com hipotensão e toxemia ou que não responderam a antibioticoterapia empírica. Pacientes com diarreia grave com presença de sangue ou muco com dor abdominal significativa também têm indicação de coprocultura. EPF: deve ser considerado em diarreia persistente (> 7 dias), diarreia intensa em homossexuais, surtos comunitários por fonte de água e diarreia sanguinolenta com pesquisa de leucócitos fecais negativa. HIDRATAÇÃO MEDICAMENTOSO CONDUTA DIARRÉIA NÃO GRAVE Uso interno 1) Soro de reidratação oral – 10 envelopes Diluir 1 envelope em 1L de água filtrada e deixar na geladeira, tomar um copo após cada evacuação 2) Bromoprida 10mg – 1 caixa Tomar um comprimido a cada 8h se náusea DIARREIA GRAVE HOSPITALAR 1) Dieta zero 2) Soro fisiológico 0,9% 500ml EV agora 3) Soro fisiológico 0,9% 250ml EV em 24h 10ml/h 4) Ciprofloxacina 500mg, 1 comprimido VO, 12/12h 5) Ondansetrona 8mg diluído em 10ml de água destilada EV de 8/8h 6) Enoxaparina 40mg subcutânea 1x ao dia 7) Dipirona 1g diluído em 10ml de água destilada EV em caso de febre até 6 em 6h DIARRE INFALMATÓRIA DOMICILIAR Uso interno Ciprofloxacina 500mg – 6 comprimidos Tomar 1comprimido de 12/12h por via oral por 3 dias TRATAMENTO EXAMES COMPLEMENTARES Débora Rodrigues - MED XXX FARMACODERMIAS: reações adversas a medicamentos que apresentam em sua evolução acometimento cutâneo. As farmacodermias mais importantesna emergência são: exantema, urticária/angioedema, DRESS (Drug Reaction with Eosinophilia and Sistemic Symptoms), síndrome de Stevens-Johnson (SSJ)/necrólise epidérmica tóxica (NET) e vasculites por drogas. FATOR DE RISCO FISIOPATOLOGIA História familiar ou pessoal de reação adversa a drogas; Polifarmácia; Hepatopatas; Nefropatas; Imunossuprimidos. SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON CONCEITO EPIDEMIOLOGIA A síndrome de Stevens-Johnson (SJS) e a necrólise epidérmica tóxica (NET) são reações adversas cutâneas graves caracterizadas por extensa necrose e descolamento da epiderme. O termo “necrólise epidérmica” tem sido usado para se referir coletivamente à SSJ, sobreposição SSJ/NET e NET. A NET e a SSJ pertencem a um mesmo espectro clínico- patológico, sendo levada em conta a porcentagem de área corpórea acometida: SSJ: 30% da área corpórea. SSJ/NET é mais comum em mulheres, com uma proporção de mulher para homem de aproximadamente 2:1. A idade média foi de 50 anos. Apresentam altos índices de mortalidade. FISIOPATOLOGIA FATOR DE RISCO HIV pelo uso de medicações de alto risco e infecções oportunistas. LES. Malignidade – câncer. Idosos. Pessoas negras e asiáticas. Contato anterior. Tempo de respostas: a medicação causadora é normalmente iniciada entre 1 semana e 1 mês antes do início dos sintomas. ETIOLOGIA GRANUSILINA morte epidérmica (queratinócitos) ALGORITMO ALDEN Permite identificar qual das medicações utilizadas pelo paciente tem maior probabilidade de estar associada ao quadro de farmacodermia. Essa ferramenta é de grande auxílio, principalmente em pacientes que fazem uso de múltiplos fármacos. SCORE: 1. Alta probabilidade: score > 6 2. Provável: score 4-5 3. Possível: score 2-3 4. Improvável: score 0-1 5. Muito improvável: score 40 anos, glóbulos brancos > 10.000, envolvimento de área de superfície corporal > 10%, hemoglobina 10% devem ser encaminhados para unidades especializadas de dermatologia, centros de queimados ou unidades de terapia intensiva. Cirurgia: desbridamento operatório, esfrega manual ou uso de redemoinhos. Abordagem conservadora: epiderme deixada in situ como um curativo biológico. Gerenciamento de fluidos: 2mL/kg/área de superfície corporal nas primeiras 24 horas. Manter temperatura ambiente entre 28 a 32ºC. Nutrição: a necessidade calórica estimada é de 20 a 25 kcal/kg por dia durante a fase catabólica inicial da SSJ/NET e de 25 a 30 kcal/kg pordia durante a fase anabólica de recuperação da doença. Se necessário, a alimentação nasoentérica deve ser iniciada o mais rápido possível e continuada durante toda a fase aguda da SSJ/NET. Controle da dor: Prevenção de infecções: manuseio estéril e antissepsia da pele. A sulfadiazina de prata deve ser evitada se houver suspeita de que a SSJ/NET seja causada por sulfonamidas. Culturas bacterianas repetidas. Vigilância de sinais clínicos de sepse (hipotermia, confusão mental, hipotensão e redução do debito urinário). Manejo do envolvimento respiratório agudo: RX de tórax e gasometria arterial. Tratamento do envolvimento urogenital: exame urogenital/ginecológico precoce + corticosteróides tópicos/cremes de estrogênio e cremes de barreira (vaselina, oxido de zinco). Se houver suspeita de envolvimento vaginal, uma pomada intravaginal de corticosteroide potente deve ser aplicada e dilatadores vaginais de silicone podem ser usados para prevenir estenoses e aderências. Manejo do envolvimento ocular: parecer do oftalmologista 1. Avaliação oftalmológica com coloração fluoresceína: o 0 (nenhum) – Sem envolvimento ocular; o 1 (leve) – Hiperemia conjuntival; o 2 (grave) – Defeito epitelial da superfície ocular ou formação de pseudomembrana; o 3 (muito grave) – Defeito epitelial da superfície ocular e formação de pseudomembrana. 2. Terapia oftalmológica: o Enxagues com solução salina. o Lubrificantes com colírios sem conservantes. o Corticosteróides/antibióticos tópicos. o Separação de aderências conjuntivais. o Transplante de membrana amniótica: deve ser considerado para pacientes com descamação extensa da conjuntiva bulbar e/ou formação de pseudomembrana (graus 2 e 3). Medidas de suporte adicionais: profilaxia de ulceras de estresse, reposição de hemocomponentes, prevenção de trombose venosa profunda. Terapia farmacológica: o Há evidências crescentes de múltiplas séries de casos e meta-análises sugerindo que a ciclosporina administrada durante a fase aguda pode estar associada à redução da mortalidade. o Etanercepte. o Corticoides sistêmicos. Futura evitação de drogas: os pacientes que sobrevivem à SSJ/NET atribuída a um medicamento deve ser informados sobre como evitar futuramente o medicamento causador e outros agentes quimicamente relacionados e compreender que a reexposição pode ser fatal. Informações relevantes devem ser inscritas em uma pulseira ou colar de informações medicas e usados em todos os momentos. Nas primeiras 48 a 72 horas do quadro, administrar prednisona na dose de 1 a 2 mg/kg/dia por 3 a 5 dias. Recomenda-se associação de ciclosporina na dose de 3 a 5 mg/kg/d (monitorizar função renal, pressão arterial [PA] e níveis séricos de ciclosporina). O uso de corticosteroides e outros imunossupressores não é consenso na literatura mundial, porém estudos recentes sugerem haver benefício com a introdução precoce dessas medicações. Solicita-se avaliação da equipe de oftalmologia, otorrinolaringologia e ginecologia ou urologia para avaliação de acometimento mucoso e prevenção de sequelas. Adequado controle da dor, curativos não aderentes e limpeza local são essenciais no manejo dos pacientes. TRATAMENTO E SUPORTE Débora Rodrigues – MED XXX TROMBOEMBOLISMO PULMONAR DEFINIÇÃO FATOR DE RISCO ETIOLOGIA Síndrome clinica definida como a presença de trombos que impactam e ocluem vasos arteriais pulmonares, levando a uma grande variedade de sintomas. A grande maioria dos trombos é originaria da TVP dos MMII (o principal sítio venoso mais envolvido no TEP é a região iliofemoral). O TEP pode ser subdividido em: Agudo: Pacientes que apresentam sintomas de início súbito no momento em que há embolização do trombo para ramos arteriais da circulação pulmonar. Subagudo: Pacientes que passam a apresentar sintomas no decorrer de dias ou semanas após a embolização. Crônico: Pacientes que apresentam uma embolização na vasculatura pulmonar e desenvolvendo gradualmente (no decorrer de meses/anos) hipertensão pulmonar. HIPERCOAGUBILIDADE: mutação do fator V de Leiden, mutação do gene de protrombina, deficiência das proteínas C e S. COMORBIDADES TROMBOGÊNICAS: tromboembolismo anterior, neoplasias e quimioterapia, doenças de hiperviscosidade, grandes queimados, cateter venoso. TROMBOSE DE VEIAS E PERNAS: imobilização por mais de 12 horas, doenças dos MMII, cirurgia ortopédica, viagem prolongada, gravidez e puerpério. FISIOPATOLOGIA CLASSIFICAÇÃO QUADRO CLINICO Fator de risco tríade de Virchow migração de êmbolos para o pulmão obstrução dos vasos diminuição da pré- carga e liberação de mediadores inflamatórios vasoconstrição e aumento da resistência pulmonar. O ventrículo direito para tentar compensar aumenta a pressão pulmonar para manter o debito cardíaco deslocamento do septo interventricular. Obstrução da artéria pulmonar surge um espaço morto patológico no pulmão ausência de perfusão e troca gasosa disfunção da relação ventilação/perfusão (V/Q) dispneia e hipoxia, ocorrências de atelectasia, taquipneia, alcalose respiratória. maciça maior mortalidade QUADRO CLÁSSICO: Dor torácica aguda em pontada, ventilatório-dependente (pleurítica), dispneia, tosse (seca ou hemoptoica) e hemoptise (pouco usual). TRÍADE CLÁSSICA: Dor torácica pleurítica, hemoptise e dispneia. Episódios de TEP com obstrução de ramos mais distais dos vasos pulmonares apresentam maior risco de desenvolvimento de infarto pulmonar, com resposta inflamatória intensa na região em decorrência da morte celular. Isso se correlaciona com manifestações clínicas como hemoptise e dor pleurítica. SINAIS: Taquicardia (visto no eletrocardiograma, na forma sinusal). Taquipneia. Sinais de instabilidade (hipotensão/ PAS BAIXA PROBABILIDADE/EXCLUSÃO DE DIAGNÓSTICO: INTERNAÇÃO HOSPITALAR: Pacientes de baixo risco (2 cm) e idade >50 anos ou múltiplas comorbidades. o H. pylori-doença ulcerativa negativa para AINEs o Falha em erradicarH. pylori(incluindo terapia de resgate). o Úlceras pépticas frequentemente recorrentes (>2 recorrências documentadas por ano). o Uso continuado de AINEs. SINAIS E SINTOMAS DIAGNÓSTICO Dor abdominal superior ou desconforto. o Dor das ulceras duodenais: ocorre 2-5 horas após uma refeição. o Dor do canal pilorico: dor epigastrica que piora com a alimentacao. Inchaço. Plenitude abdominal. Nausea. Saciedade precoce que podem ser provocados pela alimentação. Refluxo gastroesofagico. Azia ou regurgitacao acida. Sangramento. Endoscopia digestiva alta com biopsia. Achados laboratoriais: a maioria dos pacientes com úlceras pépticas não complicadas apresenta um hemograma completo normal. Os pacientes po dem ter anemia por deficiência de ferro devido à perda recorrente de sangue gastrointestinal. Pacientes com perfuração gastrointestinal aguda podem apresentar leucocitose. Achados de imagem: os dois sinais diretos de úlcera péptica na tomografia computadorizada abdominal incluemdescontinuidade focal do hiperrealce da mucosa, que reflete a doença atingindo a muscular da mucosa, e a identificação de bolsa luminal. A bolsa luminal corresponde à cratera da úlcera que se estende através e além da parede gastroduodenal. Outros sinais inespecíficos incluem espessamento da parede gástrica, inflamação perigástrica ou periduodenal e aumento da mucosa em uma área focal. A TC abdominal não é sensível para úlcera péptica não complicada e úlceras superficiais podem ser perdidas. SINAIS DE ALARME COMPLICAÇÕES Os sinais de alarme para úlcera péptica incluem: 1. Hemorragia gastrointestinal: - Vômito com sangue (hematêmese). - Fezes escuras, parecidas com borra de café (melena). 2. Perda de peso inexplicada. 3. Anemia: - Fadiga. - Palidez. 4. Dor abdominal intensa e persistente: - Pode ser indicativa de uma úlcera perfurada. 5. Vômitos persistentes: - Especialmente se houver alimentos não digeridos. 6. Dificuldade para engolir (disfagia). 7. História familiar de câncer gastrointestinal. Esses sinais requerem avaliação médica urgente, pois podem indicar complicações graves, como perfuração, obstrução ou malignidade. Hemorragia digestiva alta. Obstrucao da saida gastrica. Penetracao da parede intestinal. Fistulização. ÚLCERAS NÃO COMPLICADAS: ÚLCERAS COMPLICADAS: TRATAMENTO Débora Rodrigues – MED XXX LESÃO RENAL AGUDA DEFINIÇÃO CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA A injúria renal aguda (IRA) é definida pelo comprometimento das funções renais de filtração e excreção, que ocorre ao longo de dias a semanas (espera- se que ocorra ou tenha ocorrido em 7 dias), resultando na retenção de escórias nitrogenadas e outros resíduos normalmente eliminados pelos rins. Aumento da concentração sérica de creatinina (CrS), e/ou diminuição do volume urinário. FASES DA LRA Inicial: exposição ao insulto → volume urinário pode estar normal ou diminuído. Oligúria: volume urinário inferior a 500 ml/dia. Poliúrica/diurética: marcada por rápida elevação do volume urinário. FATOR DE RISCO QUADRO CLINICO DIAGNÓSTICO Doença renal crônica; Insuficiência cardíaca; Cirrose hepática; Doença pulmonar crônica; Diabetes; Doenças autoimunes como LES. A LRA costuma ser assintomática e manifestações clínicas só aparecem em fase tardia, quando o paciente se encontra em estágio avançado. Essas manifestações incluem: DISTÚRBIOS ELETROLITÍCOS História clínica e exame físico cuidadosos são importantes na avaliação de pacientes com suspeita de LRA. Suspeita de azotemia pré-renal: deve ser considerada quando o paciente tem vômitos, diarreia, glicosúria com poliúria secundária, ou utiliza vários fármacos, como diuréticos, AINEs, inibidores da ECA e BRAs. Os sinais físicos como hipotensão ortostática, taquicardia, diminuição da pressão venosa jugular, redução do turgor cutâneo e membranas mucosas ressecadas comumente são detectados quando há azotemia pré-renal. Suspeita de IRA pós-renal: uma história de doença prostática, nefrolitíase ou neoplasias malignas pélvicas ou para-aórticas deve sugerir a possibilidade de IRA pós-renal. EXAMES COMPLEMENTARES: COMPLICAÇÕES TRATAMENTO A melhora da função hemodinâmica, a correção dos desequilíbrios hidreletrolíticos, a interrupção do uso de fármacos nefrotóxicos e os ajustes das doses dos fármacos administrados são medidas essenciais. TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO RENAL CONDUTA 1. Suporte nutricional com uma dieta hiossodica e pobre em potassio, com quantidade de proteina limitada a 0,8/1 g/kg. 2. Reavaliar sinais de 6 em 6 horas. 3. Monitorar funcao renal. 4. Retirar medicacoes nefrotoxocias, evitar uso de constraste e ajustar dose dos antiretrovirais. 5. Solicito hemograma, ureia, creatinina serica, perfil eltrolitico (Sodio, potassio, magnesio e cloro), gasomstria venosa, EAS, fracao excretora de sodio (FENa), fracao excretora de ureia (FEUr) e cisticina C. 6. Solicito reposição volemica – fluidoterapia intravenosa com Ringer lactato 30ml/kg nas primeiras 3h e reavaliar constantemente. Observar evolucao do paciente. Ringer lactato 500 ml, infudir 3 bolsas EV agora. 7. Repor bicarbonato: se pHassociadas a um risco aumentado desses distúrbios. SINAIS DE ALARME SINAIS E SINTOMAS INDICAÇÕES PARA REFERÊNCIA A UM GASTROENTEROLOGISTA ● As indicações para encaminhamento incluem qualquer um dos seguintes: ➢ Recursos de alarme; ➢ Diarréia grave; ➢ Suspeita de doença inflamatória intestinal; ➢ Diagnóstico inconclusivo após avaliação inicial; ➢ Falha na resposta à terapia empírica. ANAMNESE + CARACTERIZAÇÃO DA DIARREIA AVALIAR SINAIS DE ALARME EXAME FÍSICO EXAMES LABORATORIAIS AVALIAÇÃO ENDOSCÓPICA DIAGNÓSTICO TRATAMENTO CONDUTA EM RESUMO: Débora Rodrigues – MED XXX MIOCARDITE DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA É a inflamação do músculo do coração. Do ponto de vista anatomopatológico, caracteriza-se pela presença de infiltrado inflamatório no miocárdio, com necrose ou degeneração de miócitos, na ausência de isquemia. • Aguda: alguns dias (três meses ou menos). • Subaguda: algumas semanas a meses. • Crônica: desenvolvimento da cardiomiopatia dilatada (mais de três meses). Ela é descrita em 12% dos pacientes jovens com menos de 40 anos que apresentaram morte súbita. Em um estudo de 222 pacientes, com seguimento de 4,7 anos, a mortalidade foi de 19,2% dentre estas 9,9% de forma súbita. ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA MECANISMOS PATOGÊNICOS: 1. Lesão citopática direita induzida pelos microrganismos: corresponde à infecção inicial, que pode curar até mesmo sem sequela ou levar a IC ou morte, ou progredir para as fases 2/3. 2. Resposta imune anticardíaca induzida pelos microrganismos. QUADRO CLINICO DIAGNÓSTICO Dor torácica e arritmias atriais ou ventriculares. Presença de infecção respiratória, gastrointestinal ou sistêmica de manifestação viral (30% dos casos). Eritema marginado + poliartrite migratória e mialgia + coreia = pensar miocardite reumática aguda. Rash cutâneo = miocardites por hipersensibilidade. Acometimento de rins e vias aéreas na miocardite secundária a granulomatose de Wegener. Acometimento pulmonar. Bloqueio e arritmias ventriculares na sarcoidose. Dispnia. Palpitacoes. Angina. Evolucao para: o Insuficiencia cardiaca. o Sincope. o Morte subita. PRÓDROMO VIRAL: febre, mialgia e fraqueza. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL TRATAMENTO Valvopatias. Miocardiopatias congentias. Miocardipatia isquemica. DPOC. Embolia pulomonar. Hemocromatose. Repouso. IECA. Betabloqueador. Inibidores da SGLT-2. IMUNOSSUPRESSÃO: tem como objetivo controlar o processo inflamatório e modular a resposta autoimune, com consequente melhora clínica e da função ventricular, há escassa evidência científica para determinar se há aumento da sobrevida dos pacientes com a terapia imunossupressora. o Associar Prednisona e Azatioprina. ANTIVIRAIS: com o objetivo de eliminar o agente viral e impedir sua replicação. o Pode ser utilizada a infusão subcutânea de interferon-β e imunoglobulina endovenosa. CONDUTA 1.Dieta hipossódica 2.Restrição hídrica 1000 ml/dia 3.Furosemida 20 mg/ml infundir 80 mg endovenoso agora 4.Furosemida 20 mg/ml infundir 60 mg endovenoso de 8/8h 5.Dapaglifozina 10 mg, administrar um comprimido via oral uma vez ao dia 6.Enalapril 10 mg, administrar um comprimido via oral de 12/12 horas 7.Rivaroxabana 20 mg, administrar um comprimido via oral uma vez ao dia 8.Rosuvastatina 20 mg, administrar um comprimido via oral uma vez ao dia 9.Omeprazol 20 mg, administrar dois comprimidos via oral uma vez ao dia em jejum 10.Prednisona 40 mg administrar um comprimido via oral uma vez ao dia 11.Sulfassalazina 1 g administrar um comprimido via oral três vezes ao dia 13.Peso diário 14.Controle de diurese 15.Sinais vitais ASSINAR E CARIMBAR Débora Rodrigues – MED XXX INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica resultante de alterações no enchimento e/ou na ejeção ventricular. Tanto alterações estruturais quanto funcionais podem levar aos sintomas associados a essa síndrome. Os principais sintomas associam-se à congestão pulmonar e sistêmica, mas também podem se manifestar com sinais e sintomas de baixo débito cardíaco. OBS: FEVE é a porcentagem de sangue presente no coração que é bombeado a cada contração. Normal: 50 - 70%. Estima-se que no mundo 37,7 milhões de pessoas sejam portadoras de IC. O status socioeconômico comprometido também confere risco independente para o desenvolvimento de IC. Uma das hipóteses para a alta prevalência de IC na população idosa é a aceleração do envelhecimento cardiovascular por fatores de risco específicos (usualmente, hipertensão arterial, diabete, doença arterial coronariana), afetando o coração e todo o leito vascular. No Brasil, chama a atenção a alta mortalidade, que esteve em 12,6%, bem mais alta que a dos registros internacionais. Mais comum em homens e idosos. ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA Na fração de ejeção reduzida a causa mais comum são as isquemias. Na fraca de ejeção preservada a causa mais comum são as hipertensões. CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICO QUADRO CLÍNICO Para estabelecimento do diagnóstico são necessários 2 critérios maiores OU 1 critério maior e 2 menores. Anamnese. Quadro clinico. Exame fisico: os objetivos principais do exame físico são confirmar o diagnóstico, identificar possíveis fatores de exacerbação e determinar padrão hemodinâmico para manejo. A pressão venosa jugular elevada e a presença de um galope S3 estão associadas ao aumento da morbidade e da mortalidade na IC. EXAMES COMPLEMENTARES: DIAGNÓSTICO DIFERENICAL: Doença arterial coronariana. Valvopaias. Hipertensao pulmonar. DPOC. 1º exame a se fazer. Em caso de IC provável, confirmar com ecocardiograma. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO FARMACOLOGÓCICO CONDUTA Débora Rodrigues – MED XXX CRISES HIPERTENSIVAS CRISE URGÊNCIA EMERGÊNCIA Elevação acentuada da PA em adultos, caracteriza-se por aumento da PAS > 180 mmHg e/ou da pressão arterial diastólica (PAD) > 120 mmHg, podendo ou não estar associada a LOMH – coração, cérebro, rins e artérias. A CH pode se apresentar como urgência ou emergência hipertensiva. Situação que cursa sem LOMH - comprometimento de órgão-alvo mediado pela hipertensão - e, não apresenta risco de morte iminente e permite redução mais lenta dos níveis de PA em período de 24-48 horas. Caracterizada por deterioração rápida da função de órgãos-alvo e risco imediato de morte, requerendo redução rápida e gradual dos níveis pressóricos em minutos a horas, com monitorização intensiva e uso de fármacos endovenosos. Acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e edema agudo de pulmão (EAP) são as situações mais encontradas nas EH. ETIOLOGIAS QUADRO CLINICO FISIOPATOLOGIA DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL SEGUIMENTO ● O principal diagnóstico diferencial das crises hipertensivas são as chamadas pseudocrises hipertensivas, em que pacientes apresentam achados de níveis pressóricos elevados associados a queixas de dor torácica atípica, estresse psicológico agudo e síndrome de pânico, que possivelmente são a etiologia da elevação de níveis pressóricos. ● Pacientes com pseudocrise hipertensiva devem ser tratados com repouso, analgésicos ou tranquilizantes e não com agentes anti-hipertensivos (risco de hipotensão). TRATAMENTO CONDUTA