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Direito Penal III_Excurso por crimes da Parte Especial do Código Penal_Trabalho

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CAMPUS RIO BRANCO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS APLICADAS 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
 
Kauã Saraiva Gama de Matos
Lucas Nascimento de Souza
Maria Carolina Edith da Silva Monte
Marcos Vinicius Silva de Araújo
Riquiel Alves de Souza
Excurso por crimes da Parte Especial do Código Penal
Rio Branco 
2023 
Kauã Saraiva Gama de Matos
Lucas Nascimento de Souza
Maria Carolina Edith da Silva Monte
Marcos Vinicius Silva de Araújo
Riquiel Alves de Souza
Excurso por crimes da Parte Especial do Código Penal
Trabalho apresentado à disciplina Direito Penal III do 
curso de Direito da Universidade Federal do Acre como 
requisito parcial para a obtenção de créditos semestrais.
Professor: Esp. Madson Junior Alves da Rocha
Rio Branco
2023
1 HOMICÍDIO. PONTOS NODAIS DE UM CRIME COMUM.
O homicídio simples, tipificado no art. 121 do Código Penal Brasileiro, se 
caracteriza pela ação de tirar a vida de outrem. Neste contexto, algumas nuances e 
particularidades merecem destaque, tanto para a compreensão jurídica quanto para a 
análise crítica. É essencial distinguir entre tentativa de homicídio e crime impossível. O 
último ocorre quando o meio utilizado é ineficaz ou o objeto é impróprio para a prática 
do crime. Verbi gratia, se um indivíduo tenta envenenar alguém, mas apenas adiciona 
açúcar à bebida, configura-se um crime impossível ou, mais especificamente, crime 
impossível por impropriedade do meio. O homicídio é um crime comum, podendo ser 
praticado por qualquer pessoa contra outra. O bem jurídico protegido é a vida humana 
pós-nascimento. No entanto, questões relacionadas ao início da vida extrauterina ainda 
suscitam debates. 
A conduta omissiva também pode configurar homicídio, consoante o Código 
Penal. Ou seja: a tipificação resulta de um fazer ou não fazer. Em sede doutrinária, 
casos emblemáticos como o do salva-vidas que vê o desafeto se afogando e omite 
socorro exemplificam a modalidade, conhecida como homicídio por omissão. Para a 
configuração do homicídio, é necessário o resultado naturalístico da morte. Embora o 
exame de corpo de delito seja o método direto para atestar o resultado, o exame indireto 
se mostra relevante em situações em que o corpo da vítima não é encontrado, 
utilizando-se de provas testemunhais e outros meios. Ainda, o Código Penal prevê 
circunstâncias que aumentam ou diminuem a pena para homicídios específicos. A título 
de exemplo, destacam-se a idade da vítima e motivos de relevante valor social ou moral. 
Importante frisar, por demais, que o termo homicídio privilegiado, objeto de alguma 
confusão devido à nomenclatura, é uma causa de diminuição de pena.
O homicídio é definido como a ação de um indivíduo de tirar a vida de outro 
ser humano, uma conduta criminal estabelecida pelo Código Penal brasileiro. Conforme 
estipulado no artigo 121 do CP, aquele que comete homicídio pode enfrentar uma pena 
de reclusão variando de 6 a 20 anos. Entretanto, essa pena pode ser ampliada para 12 a 
30 anos se o crime for cometido sob certas circunstâncias qualificadas. Como 
retromencionado, do ponto de vista legal, o homicídio é categorizado como um crime 
material, o que significa que se consuma com a ocorrência do resultado fatal. É 
necessária a existência de um vínculo causal direto entre a ação do agente e a morte da 
vítima.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina, a morte é determinada pela 
cessação da atividade cerebral, conhecida como morte encefálica. A confirmação dessa 
morte é realizada por meio de um exame de corpo de delito, comumente referido como 
autópsia, conforme estipulado pelo art. 162 do Código de Processo Penal (CPP). 
Existem diferentes classificações e circunstâncias relacionadas ao homicídio, incluindo 
homicídio doloso e culposo. O homicídio doloso ocorre quando há intenção deliberada 
de causar a morte (animus necandi), enquanto o culposo se refere a situações em que a 
morte ocorre devido à negligência, imprudência ou imperícia do agente. As penalidades 
para essas categorias variam de acordo com a gravidade do crime.
Tomando por base a doutrina de Sanches, tem-se homicídio simples, homicídio 
privilegiado e homicídio qualificado. O homicídio privilegiado refere-se a 
circunstâncias atenuantes que podem reduzir a pena do acusado, enquanto o homicídio 
qualificado é agravado por determinadas condições, resultando em uma punição mais 
severa. Na cena contemporânea, é sabido que a legislação brasileira introduziu o 
conceito de feminicídio, referente ao homicídio cometido contra mulheres em função da 
condição de gênero. Por isso mesmo é que se trata de um crime qualificado e mais grave 
devido à motivação específica relacionada ao gênero da vítima. Outro ponto relevante é 
a distinção aborto-homicídio, pois, embora ambos sejam crimes contra a vida, têm 
naturezas jurídicas distintas e são tratados em seções diferentes do Código Penal. 
O aborto refere-se à interrupção da gravidez, ao passo que o homicídio envolve 
a supressão da vida extrauterina. Adicionalmente, o crime de infanticídio, que será 
tratado mais adiante, é outra categoria, ocorrida quando um recém-nascido é morto 
durante ou após o parto sob a influência do estado puerperal da mãe. Vale, aqui, a regra 
de ouro de Bobbio da lex specialis derrotat generalis. A pena para o crime de 
infanticídio é diferente da aplicada ao homicídio devido às circunstâncias especiais 
envolvidas. No mais, o Pacote Anticrime trouxe modificações significativas ao incluir 
novas qualificadoras para o crime de homicídio, como o uso de arma de fogo restrita ou 
proibida, refletindo uma abordagem mais rigorosa em relação a certas circunstâncias 
agravantes1.
1 A promulgação do Pacote Anticrime, sancionado por Jair Bolsonaro e proposto pelo então Ministro da 
Justiça, Sergio Moro, reflete a tendência contemporânea de endurecimento das penas em resposta a 
desafios percebidos na segurança pública. Embora apresentado como uma medida para combater a 
criminalidade, a iniciativa foi carreada de debates sobre a natureza reacionária de políticas criminais que 
priorizam o agravamento de sanções, esquivando-se de abordar as causas subjacentes à criminalidade.
2 INFANTICÍDIO. A MÃO PRÓPRIA DA MÃE.
O infanticídio, conforme estipulado pelo Código Penal, refere-se à ação da mãe 
que resulta na morte de seu recém-nascido nos primeiros dias de vida, seja por ações 
diretas, ativas, ou pela negligência em prover cuidados vitais. Este crime é peculiar 
devido ao estado puerperal, uma condição transitória que afeta o discernimento da 
mulher após o parto, diferenciando-se de perturbações mentais crônicas. O art. 123 do 
Código Penal destaca que o estado puerperal é uma característica essencial do crime de 
infanticídio, não servindo como causa de exclusão da culpabilidade. Quando uma mãe, 
sob este estado, toma a trágica decisão motivada por medos sociais ou vergonha, a 
relação entre seu estado psicológico e o ato torna-se evidente. 
Historicamente, a visão sobre o infanticídio flutuou, variando desde sociedades 
que toleravam o abandono de recém-nascidos até abordagens mais rigorosas2. A origem 
do estado puerperal também é debatida: algumas correntes acreditam que ele é derivado 
de distúrbios anteriores à gravidez, enquanto outras o veem como exclusivamente pós-
parto. Há ainda debates sobre sua existência pura, desvinculada de outras condições 
psicológicas. Essas perspectivas se dividem em critérios fundamentais: o psicológico, 
focado no motivo de honra da mãe, e o fisiopsicológico, que destaca a influência direta 
do estado puerperal. 
A centralidade deste estado no crime levanta questões sobre a imputabilidade 
da mulher. Enquanto alguns veem o estado puerperal como uma fase transitóriade abalo 
emocional, outros questionam sua especificidade como uma psicose puerperal. A 
responsabilidade da mulher em casos de infanticídio é um ponto crucial no debate 
legislativo atual. Embora haja propostas de reforma do Código Penal para ajustar a 
terminologia em torno do estado puerperal, a controvérsia persiste. É imperativo 
considerar as nuances sociais e culturais que circundam as mulheres puérperas, visando 
uma legislação mais justa e empática para todos os envolvidos.
3 ABORTO. O ENTENDIMENTO DO SUPREMO NA ADPF 54.
O aborto refere-se à interrupção da gravidez, levando à morte do feto, que é o 
produto da concepção. Seu nome deriva da palavra latina 'abortus', que combina 'ab' 
(privar) e 'ortus' (nascimento). Embora o termo técnico mais abrangente seja 
2 Exemplo histórico é a prática de desfazer-se dos recém-nascidos em sociedades como a romana, onde o 
abandono de crianças indesejadas era aceito. Lembre-se, por exemplo, das narrativas da rocha Tarpeia.
"abortamento", "aborto" é mais comum nas legislações. O Código Penal brasileiro 
classifica o aborto em quatro categorias: natural, acidental, criminoso e legal ou 
consentido. O aborto natural é espontâneo, enquanto o acidental resulta geralmente de 
traumas, como quedas. Em ambos os casos, não é considerado crime. A doutrina 
reconhece o aborto legal, que inclui circunstâncias como o aborto terapêutico (para 
salvar a vida da gestante) e o aborto em casos de estupro.
De maneira resumida, o CP trata do aborto natural e acidental como não 
puníveis (impuníveis); o aborto criminoso nos arts. 124 a 127; e o aborto legal no art. 
128. Após o início do processo de parto, o ato de interromper a gravidez é considerado 
homicídio ou infanticídio, dependendo das circunstâncias, conforme destacado no HC 
228.998/MG do STJ. Um desafio significativo envolve a anencefalia. O STF, na ADPF 
54, considerou inconstitucional a interpretação que criminalizava a interrupção da 
gravidez de feto anencéfalo. 
Nesses casos, a ausência de tipicidade torna o crime impossível (CP, art. 17). 
Em relação ao aborto eugênico, mesmo com deformidades graves no feto, não há 
garantia de exclusão da ilicitude sob o art. 128, forçando gestantes a prosseguirem com 
a gravidez. A questão envolve dilemas éticos profundos sobre qualidade de vida e 
autonomia. Outro debate importante é o momento exato em que se considera o início da 
gestação, influenciando questões como a legalidade da "pílula do dia seguinte". O STF, 
no HC 124.306, posicionou-se pela atipicidade do aborto no primeiro trimestre, 
considerando-o um direito fundamental da mulher e uma questão de saúde pública, 
especialmente para mulheres de baixa renda. Contudo, essa decisão é vista por alguns 
como uma construção jurisprudencial fora dos limites legais, gerando controvérsias.
4 INSTIGAÇÃO AO SUICÍDIO. A QUESTÃO DA EUTANÁSIA.
A instigação ao suicídio é um tema jurídico complexo que levanta debates 
profundos sobre a interação entre liberdade de expressão e proteção à vida. No art. 122 
do Código Penal brasileiro, a instigação ao suicídio é caracterizada como crime, mas 
sua interpretação gera controvérsias. Damásio de Jesus e outros juristas focam na 
necessidade de uma ligação direta entre a instigação e o ato suicida, pensadores como 
Heleno Fragoso ampliam o debate, considerando a vulnerabilidade do indivíduo 
instigado. Abordagens contemporâneas, como a teoria da imputação objetiva, e questões 
relacionadas à saúde mental do instigador, conforme Paulo Queiroz, ampliam ainda 
mais o diálogo. Paralelamente, a eutanásia, um tema igualmente sensível, é debatida sob 
a ótica da autonomia do paciente e da ética médica. 
Mesmo que o Código Penal brasileiro não mencione explicitamente a 
eutanásia, a criminalização do homicídio levanta questionamentos sobre sua prática. 
Enquanto Guilherme de Souza Nucci vê a eutanásia como um ato criminoso, estudiosos 
como Luiz Regis Prado argumentam por uma abordagem mais ética e contextual. Éticas 
como o utilitarismo, defendida por Peter Singer, avaliam a eutanásia pelo alívio do 
sofrimento, enquanto perspectivas deontológicas, como a de Immanuel Kant, a 
condenam. A eutanásia também evoca o direito do paciente à autodeterminação. Juristas 
como Miguel Reale Jr. defendem que a vontade do paciente em situações terminais deve 
ser priorizada, refletindo princípios contemporâneos de bioética. Por outro lado, vozes 
como a de Ives Gandra da Silva Martins alertam para os riscos associados à potencial 
desvalorização da vida humana.
5 LESÃO CORPORAL CERTA. SEM BAGATELA QUANDO A VÍTIMA É 
MULHER. 
O crime de lesão corporal é uma violação séria da incolumidade humana, visando 
a integridade física e mental das pessoas. o delito pode ser cometido por qualquer 
indivíduo, sendo que a vítima é, em geral, qualquer ser humano vivo. Existem 
circunstâncias específicas, como nos parágrafos 1º, IV e 2º, V, onde apenas a mulher 
grávida é considerada vítima, e nos parágrafos 9º e 10, que mencionam pessoas 
específicas. A ação criminosa consiste em ferir ou lesionar deliberadamente, afetando a 
integridade corporal ou a saúde da vítima. Isso pode se manifestar como alterações 
anatômicas, funcionais internas ou externas, como fraturas, cortes ou queimaduras, ou 
afetar a saúde de forma fisiológica ou psicológica. Simples dor ou desconforto não são 
suficientes para configurar este crime.
A prática do crime é livre, não sendo restrita a um método específico e pode ser 
cometida por qualquer meio. Quanto à intenção do agente, ela pode ser direta, buscando 
deliberadamente causar o dano, ou eventual, quando o agente assume o risco de 
produzir o resultado. Assim, a legislação considera como lesão corporal toda ação que 
afete significativamente a integridade física ou mental da vítima, levando em conta a 
natureza e a extensão das lesões causadas. O crime de lesão corporal é uma séria afronta 
à integridade física e mental das pessoas. Ele pode ser perpetrado por qualquer 
indivíduo, com a vítima, em geral, sendo qualquer ser humano vivo. 
Há situações específicas, como nos parágrafos 1º, IV e 2º, V, onde apenas a 
mulher grávida é considerada vítima, e nos parágrafos 9º e 10, que mencionam vítimas 
específicas. Consiste em ferir ou lesionar deliberadamente, afetando a integridade 
corporal ou a saúde da vítima. Isso pode se traduzir em alterações anatômicas ou 
funcionais, internas ou externas, como fraturas, cortes ou queimaduras, ou afetar a saúde 
de maneira fisiológica ou psicológica. Importante destacar que meras sensações de dor 
ou desconforto não configuram este crime.
A prática desse crime não está vinculada a um método específico e pode ser 
cometida por diversos meios. Quanto à intenção do agente, ela pode ser direta, visando 
expressamente causar dano, ou eventual, quando o agente assume o risco de produzir o 
resultado. Portanto, a legislação define como lesão corporal toda ação que cause um 
impacto significativo na integridade física ou mental da vítima, considerando a natureza 
e a extensão das lesões causadas. A lei brasileira prevê diferentes implicações para o 
crime de lesão corporal, contemplando desde casos privilegiados até ações específicas 
diante de violência doméstica. O § 4º do Art. 129 do Código Penal estabelece o 
privilegiamento da lesão corporal, sem distinção entre sua gravidade. Isso implica na 
diminuição da pena de um sexto a um terço em casos específicos. 
Nos episódios de lesões leves, o juiz tem a prerrogativa de substituir a detenção 
por multa, sobretudo quando se trata de lesões privilegiadas ou em situações de 
agressões recíprocas,envolvendo mútua violência entre as partes. Contudo, não se 
configura quando um dos envolvidos age em legítima defesa. A lesão corporal culposa 
ocorre quando o agente negligencia um dever de cuidado, resultando em lesões 
corporais previsíveis. Não há classificação de gravidade para esse tipo de lesão, sendo 
caracterizada apenas como lesão corporal culposa. Se relacionada à condução de veículo 
automotor, se enquadra no art. 303 da Lei 9.503/97. As penas são ampliadas se o crime 
se enquadra nas hipóteses do § 4º do Art. 121, sobre homicídio privilegiado. 
O perdão judicial pode ser concedido nos casos de lesão corporal culposa, se as 
consequências para o agente forem tão graves a ponto de tornar desnecessária a pena. 
Nos casos de violência doméstica, a lei estabelece regras específicas. A lesão corporal 
leve é qualificada com detenção de 3 meses a 3 anos, se ocorrerem as hipóteses do § 9º, 
e a pena é aumentada em um terço se a lesão for grave, gravíssima ou resultar em morte. 
Se o crime for cometido contra pessoa com deficiência, a pena é aumentada em um 
terço. Esta lei estabeleceu a ação penal pública condicionada à representação para lesões 
corporais leves e culposas. 
No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que, nos casos de 
violência doméstica contra a mulher, a ação penal é pública incondicionada, conforme 
decisão proferida na ADI 4424. A legislação procura salvaguardar a segurança física e 
emocional das mulheres, especialmente em contextos domésticos. Crimes nesse cenário, 
mesmo que não recebam penalidades severas, são significativos e não devem ser 
minimizados. A Lei Maria da Penha destaca a gravidade dessas transgressões, 
ressaltando a necessidade de punição para desestimular e prevenir tais atos. Portanto, a 
ideia de que essas ofensas sejam insignificantes não se aplica, dada sua importância e 
impacto social.
REFERÊNCIAS
Brasil. Código Penal. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial 
da União, Brasília, DF, 31 dez. 1940.
Brasil. Supremo Tribunal Federal. A Constituição e o Supremo. 3. ed. Brasília: STF, 
2010.
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte especial (arts. 121 ao 361). 
Salvador: Editora Juspodivm, 2018.
MASSON, Cleber. Direito Penal: parte especial. Rio de Janeiro: Forense, 2018.
	1 HOMICÍDIO. PONTOS NODAIS DE UM CRIME COMUM.

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