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Livro Didático Digital Avaliação Teoria e Prática Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria FABÍOLA MACIEL SALDÃO AUTORIA Fabíola Maciel Saldão Olá. Sou formada em Letras, com Mestrado em Estudos Linguísticos pela UNIFESP - SP, com uma experiência profissional sólida na área de educação básica pública sendo professora de Línguas por mais de 12 anos. Atuei também como Coordenadora Pedagógica coordenando projetos e ações voltadas para a formação de professores e tenho experiência na produção de materiais didáticos para EAD e para cursos de Línguas. Sou uma profissional apaixonada pelo o que faço e que acredita no poder da educação para impactar o mundo. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho, irei contribuir com reflexões sobre avaliação. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Gestão e Avaliação .................................................................................... 10 A Gestão Escolar e o uso dos Resultados das Avaliações ............................... 10 A Gestão Escolar e a Formação dos Professores para uma Nova Prática Avaliativa ................................................................................................................................................ 14 A Gestão Escolar e a Qualidade da Educação .......................................................... 17 A Gestão Escolar e o uso dos Resultados das Avaliações ............................... 19 Projeto Político Pedagógico e Avaliação .......................................... 21 A Concepção de Projeto Político Pedagógico........................................................... 21 O Projeto Político Pedagógico e a Avaliação ..............................................................24 A Avaliação do Projeto Político-Pedagógico ...................................28 Registros e Avaliação ................................................................................34 Avaliação Formativa e Registros ..........................................................................................34 O Portfólio Como Prática de Registro ..............................................................................37 7 UNIDADE 03 Avaliação Teoria e Prática 8 INTRODUÇÃO Nesta Unidade, estudaremos a relação da avaliação com a gestão e com o projeto político pedagógico da escola. Faremos também um caminho de reflexão sobre o papel de uma área muito importante na escola: gestão, e quais são as contribuições desta área para que a prática avaliativa seja eficiente, moderna, reflexiva e que possa garantir a melhoria do desempenho dos alunos. Os escritos terão como enfoque também o exercício dos gestores escolares nas práticas avaliativas e ainda a articulação entre o projeto político pedagógico da escola e a avaliação da aprendizagem. Vamos embarcar nessa? Com coragem e certeza que a magia da educação sempre nos envolve com consciência reflexiva! Avaliação Teoria e Prática 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Identificar os desafios postos para as instituições educativas na construção de uma nova cultura avaliativa, no contexto do projeto político-pedagógico. 2. Compreender o papel e a importância do projeto político pedagógico no desenvolvimento de práticas avaliativas. 3. Aplicar propostas alternativas de avaliação da aprendizagem ao projeto político pedagógico. 4. Diferenciar critérios de avaliação, formas de registro e de comunicação de resultados. Agora é a sua vez! Então? Que tal? Preparado para as leituras e reflexões? Vamos nessa! Avaliação Teoria e Prática 10 Gestão e Avaliação OBJETIVO: Ao final deste capítulo, você será capaz de compreender a importância da gestão escolar nas práticas avaliativas e analisar as possíveis formas de apropriação dos resultados gerados por essas avaliações pelas equipes gestoras nas escolas. Mãos a obra!. A Gestão Escolar e o uso dos Resultados das Avaliações A avaliação da aprendizagem a partir da perspectiva mediadora ocorre em um processo contínuo de acompanhamento e de intervenções que visam a melhoria do desempenho e o realinhamento de práticas pedagógicas. Tal processo ocorre a partir de instrumentos de apoio como tabulação de dados e análise de gráficos e dos resultados de forma qualitativa e quantitativa colaborando para a construção da intervenção e assim para um melhor processo de ensino e de aprendizagem em sala de aula Sabemos que a avaliação, sempre presente no ambiente escolar, foi fortalecida e ampliada com visões de acompanhamento contínuo e intervenção, outro elemento importante para a avaliação educacional foi a inserção de outra modalidade de avaliação educacional nos sistemas e escolas, a chamada de avaliação externa ou avaliação em larga escala, elaborada fora do ambiente escolar por grupos de estudiosos ou instituições com certo distanciamento do ambiente escolar No Brasil, a preocupação em avaliar a qualidade do ensino por meio de avaliações externas é mais fortemente observada depois do final da década de 1980, quando foi criado o Sistema de Avaliação do Ensino Público (Saep) que, posteriormente, foi transformado em Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Em 1990 o SAEB teve a sua primeira edição e com isso tornou-se uma avaliação muito importante Avaliação Teoria e Prática 11 para as iniciativas governamentais e foi neste período juntamente com o desafio da democratização do ensino é que a atenção aos resultados da escola se intensificou. Sousa e Oliveira (2010, p. 794) relatam que: [...] a partir da década de 1990, a avaliação de sistemas escolares passou a ocupar posição central nas políticas públicas de educação, sendo recomendada e promovida por agências internacionais, pelo Ministério da Educação e por Secretarias de Educação de numerosos estados brasileiros, como elemento privilegiado para a realização das expectativas de promoção da melhoria da qualidade do ensino básico e superior. Nesse período de realização efetiva de avaliações externas, estudos e análises foram realizados tendo com principal objetivo buscar compreender o cenário educacional e compreender também qual é o perfil de aluno brasileiro, quais são suas reais necessidades e em quais níveis de desenvolvimento da aprendizagem pertence e também existe outra vertente, sobre a apropriação dos resultados destas avaliações externas pelas equipes gestoras nas escolas. As redes públicasde ensino estaduais e municipais se organizam para que estes resultados possam ser divulgados junto à equipe gestora e docentes bem como junto à comunidade escolar e organizam também reuniões pedagógicas e momentos de estudo cujo enfoque é o estudo das matrizes curriculares, dos quadros de habilidades e da porcentagem de aluno e em quais níveis de desempenho estão. Alguns órgãos acabam fazendo uso desta avaliação como política pública para investimento em questões de formação e benefícios para os professores, como bônus por desempenho, etc.Nesse sentido, os resultados das avaliações podem se constituir como um instrumento capaz de subsidiar ações de gestão que visem promover a organização, a mobilização, a articulação das condições materiais e humanas necessárias para garantir o alcance do principal objetivo da escola, que é a aprendizagem dos alunos. Para isso, ressaltamos que a equipe gestora pode colaborar na promoção de discussões sobre desafios que se colocam diante da prática educativa do coletivo de professores. No que se refere à forma como acontece à apropriação de resultados nas Avaliação Teoria e Prática 12 escolas, as escolas públicas recebem orientações específicas de órgãos como Secretarias e Diretorias de ensino para que após as informações divulgadas pelo MEC (Ministério da Educação) se reúnem professores e gestores de acordo com o calendário letivo e analisam os resultados a partir de uma pauta formativa e a partir daí, elaboram planos de intervenções pedagógicas com o objetivo principal de trabalhar as dificuldades e melhorar a aprendizagem do aluno. Com relação à avaliação da aprendizagem escolar, o gestor também possui papel fundamental no sentido do fortalecimento de ações que garantam a promoção de uma avaliação muito mais justa e que considere o processo diagnóstico em detrimento da seletividade. Os professores necessitam do amparo e da formação necessária para enxergar as possibilidades didáticas por traz da avaliação da aprendizagem, é complexo o processo de mudança de prática e exige, antes de mais nada, a formação e a quebra de crenças cristalizadas a respeito do processo avaliativo. Segundo Freire (1996), para a aprendizagem acontecer, deverá ter sentido, é preciso que o Gestor juntamente com o professor analise o que está acontecendo na aprendizagem de seus alunos. O trabalho do Gestor esta indo de encontro com as expectativas do professor, e este deve estar correspondendo às expectativas e interesse de seus alunos. Isso requer desprendimento e sensibilidade da parte de todos envolvidos no processo de construção do conhecimento. Conforme Paro (2004), tornar a aprendizagem prazerosa e com significado é levar o aluno a compreender que em sua vida, seu mundo, isso trás sentido, transformações, que raramente acontecem. No decorrer das mudanças, nas finalidades da educação, isto é, acontecem quando a escola precisa responder às novas exigências da sociedade. Em segundo lugar, na transformação do perfil social e cultural dos alunos. A avaliação executada no âmbito escolar, principalmente na educação básica, ganhou importância central em todos os países, no contexto da reforma educacional com a finalidade de alcançar maior competitividade internacional, empreenderam políticas de transformação Avaliação Teoria e Prática 13 desse nível educativo. Entendida como elo importante das reformas, a avaliação transborda os limites propriamente educativos e se situa nos planos mais amplos da economia e da política. A avaliação segundo Vasconcellos (2005), utilizada na escola com testes exames dizem muito pouco sobre aprendizagem. Na verdade os alunos passam por testes para os quais são treinados. A avaliação tem tudo a ver com a maneira que o Gestor idealiza e orienta a prática educativa, tornando assim um processo altamente eficaz. É interessante notar que o fenômeno aprendizagem é reconhecido em todas as espécies e está relacionado diretamente à busca da sobrevivência. A avaliação tratada no contexto educativo como intervenção para conhecer o resultado do processo ensino e aprendizagem, garante a essência das discussões. Se pensarmos a partir dessa perspectiva, estaremos entendendo também o sentido crucial desta no processo educativo, como reflexão e como intervenção, tendo o intuito de descobrir as deficiências do processo educativo, no sentido de resolvê-los. (VASCONCELLOS, 2005, p. 19) Conforme enfatiza Vasconcellos (2005) sobre a avaliação do processo de ensino-aprendizagem, afirma que deve ter o caráter de acompanhamento de processo, intervindo no sentido de sanar as deficiências encontradas. Dessa forma, o Gestor para encaminhar o processo avaliativo, no sentido de informar as pessoas que fazem parte do processo de aprendizagem dos alunos, deve captar as necessidade e falhas e comprometer-se com a busca da superação; possibilitar aos professores e alunos refletirem conjuntamente sobre a realidade, selecionar as formas apropriadas de dar continuidade ao processo, tomada de decisão, uma mudança de atitude e comportamento. Para tanto, é preciso definir os critérios a serem avaliados com todos os envolvidos. Não basta ensinar conhecimentos, Mas, também, atitudes de investigar, de debater, de respeitar posições divergentes, de organizar-se, de tomar decisões coletivamente; capacidade de estabelecer relações, de administrar seu tempo e seu espaço, de criticar e interferir na realidade de forma reflexiva e criativa, de adotar estratégias de resolução de problemas. (ANDRÉ, 2007, p. 59) Avaliação Teoria e Prática 14 Assim concebida, a avaliação se torna coerente com a concepção de educação e da aprendizagem, quando busca por uma aprendizagem eficaz, haja vista que o conhecimento é passado de forma integral. A educação é uma aprendizagem no contexto de uma busca da realidade. Esta realidade não pode estar definida por uma instituição, nem sequer através de um controle e dos métodos pedagógicos. Deve através do processo avaliativo, determinar a que realidade se quer alcançar, se é através de um assunto, uma situação concreta, se através de uma pesquisa. Desta maneira, quando se afirma que pela avaliação se verifica continuamente o progresso da aprendizagem, reconhece a importância de um Gestor quando este se manifesta auxiliando os professores no processo de interação com os sujeitos da aprendizagem e estes com o mundo social, que acontece de fora para dentro, isto é, o professor é o agente que exerce sua ação sobre o aluno, orienta sua prática segundo uma concepção de ensino caracterizado pela transmissão de algo externo, pela instrução de objetivos e de conteúdos específicos. Esse conteúdo é o centro do processo educativo. Ele está “sobre” os sujeitos que ensinam e aprendem e o gestor deve ser o intermediário nesse processo (ANDRÉ, 2007). A Gestão Escolar e a Formação dos Professores para uma Nova Prática Avaliativa Carvalho (2003) defende que o desenvolvimento do professor deve estar intimamente relacionado com o desenvolvimento do trabalho do Gestor, e este com o desenvolvimento e a inovação curricular. Apoiando- se nas ideias do autor, enfatiza a visão da escola como unidade básica de mudança e formação, salientando alguns aspectos necessários ao desenvolvimento dessa formação, existência de liderança instrucional entre os professores, a existência de uma cultura de colaboração e, em terceiro lugar existência de uma gestão democrática e participativa, para que se consiga a relação entre o desenvolvimento profissional e o desenvolvimento organizacional. Tal gestão deve proporcionar autonomia Avaliação Teoria e Prática 15 aos professores, nas tomadas de decisão acerca do ensino, das questões organizacionais, profissionais etc. Quanto às relações entre desenvolvimento profissional e desenvolvimento e inovação curricular, oautor aponta que estas vão ser determinadas pelas concepções e pelo papel que os professores assumem na prática cotidiana, ou seja, o desenvolvimento profissional tem relação com a imagem assumida pelo trabalho do Gestor. Para Machado (2001), se o Gestor, executar seu papel de mediador do ensino transparente e democrático na instituição escolar, abrirá portas para a sua equipe envolver os demais segmentos escolares no processo do ensino e aprendizagem, não se limitando apenas aos alunos e professores, mas envolvendo toda a comunidade em geral, mobilizando para que todos busquem a promoção do principal objetivo, que é a aprendizagem dos alunos. Em se tratando do desenvolvimento do Papel do Gestor no âmbito escolar, Carvalho (2003) indica que novas metodologias deverão ser desencadeadoras da ampliação do foco de estudo, em relação as mudanças mais significativas no aprendizado e, nesses últimos anos, diz respeito à concepção do ensino que o gestor tem se imbuído em desenvolver junto da sua equipe. As atividades desenvolvidas pelo são como um conjunto de processos e estratégias que facilitam a reflexão dos professores sobre a sua prática, que contribui para que os professores gerem conhecimento prático, estratégia e sejam capazes de aprender com a organização do trabalho do gestor é de suma importância para a escola, uma vez que é ele que lidera, orienta e conscientiza a equipe a desenvolver um ensino de qualidade. Nesse contexto, até então existente, evidencia-se a necessidade do gestor, de encaminhar e consolidar mudanças na perspectiva de se obter uma formação inicial e continuada dos docentes na realidade atual. A expectativa que deve ser criada pelos gestores, é de encontrarem paradigmas, abordagens ou tendências pedagógicas inovadoras e que sejam transformadoras da compreensão dos fenômenos educativos, das atitudes do professor e do seu compromisso com a aprendizagem dos alunos, é imprescindível considerar os processos pelos quais os professores se apropriam e constroem seus conhecimentos, suas características pessoais e suas experiências de vida e profissional. Avaliação Teoria e Prática 16 A formação inicial e permanente do profissional de educação deve se preocupar-se fundamentalmente com a gênese do pensamento prático pessoal do professor, incluindo tanto os processos cognitivos como afetivos que de algum modo se interpretam, determinando a atuação do professor. (GIMENO, 1988, p. 61)Nesse pensamento, o autor coloca que a dimensão educativa da profissão docente mostra-se mais concisa se considerar o gestor com a competência profissional, dotar os professores de conhecimentos, habilidades e atitudes para desenvolver profissionais reflexivos e investigadores. A formação do professor é o desenvolvimento da capacidade de refletir sobre a própria prática docente, com o objetivo de aprender a interpretar, compreender e refletir realidade social e a docência. Desta maneira, como acrescenta Vieira (2002), a formação deveria dotar o professor de instrumentos intelectuais que sejam úteis ao conhecimento e à interpretação das situações complexas em que se situa e, por outro lado, envolver os professores em tarefas de formação comunitária para dar à educação escolarizada a dimensão de vínculo entre o saber intelectual e a realidade social, com a qual deve manter estreitas relações. Portanto, a formação do professor por parte da ação gestora, deve transformar num papel ativo no planejamento, desenvolvimento, avaliação e reformulação de estratégias e programas de intervenção educacional e conjunta e com a comunidade que se envolve a escola. A formação assume um papel que vai além do ensino que transmite, além de uma mera atualização científica, pedagógica e didática e se transforma na possibilidade de criar espaço de participação, reflexão e formação para que as pessoas aprendam e se adaptem para poder conviver com a mudança e com incertezas. O trabalho de gestão escolar em qualquer dos níveis da escola deve contemplar a necessidade de acompanhamento do processo em termos de monitoramento e de avaliação. O diretor escolar e sua equipe precisam explicitar a compreensão de avaliação que perpassa o cotidiano da escola. Neste sentido, para ser coerente com os fundamentos de educação, a avaliação deve ser entendida como processo que inclui produtos, com certeza, mas que não se limita a eles. Avaliação Teoria e Prática 17 O diretor escolar deve estar atento para os diagnósticos de necessidades a serem trabalhadas, monitorando com toda sua equipe as atividades de ensino e de aprendizagem. Quando se exercita a avaliação como processo, alteram-se significativamente os rituais engessados porventura existentes no ambiente escolar. O tipo de aula do professor, a forma como ele divide o tempo, o jeito de organizar os espaços, enfim toda relação com o aluno ganha significado. O diretor e todos os professores percebem que a avaliação como processo vai reconfigurar a interação com a família, o planejamento dos conteúdos, a forma de organizar as turmas, e só assim a proposta da escola vai se desenhando de forma coerente com os valores explicitados no seu Projeto Político Pedagógico. A avaliação de caráter meramente classificatório, por meio de notas, provas e outros instrumentos similares, tem mantido a repetência e a exclusão nas escolas. A avaliação contínua e qualitativa da aprendizagem com a participação do aluno e tendo, inclusive, a intenção de aprimorar o ensino e torná-lo cada vez mais adequado à aprendizagem de todos os alunos diminuiria substancialmente o número dos que são indevidamente avaliados e categorizados como deficientes, nas escolas comuns. A Gestão Escolar e a Qualidade da Educação No mundo atual, repleto de incertezas e desafios, o diretor escolar, os professores, pais e toda comunidade demandam uma escola de qualidade. Essa escola precisa ser de “qualidade”, não apenas para o presente, mas que prepare para o futuro. Estudos e pesquisas têm sinalizado que o perfil do cidadão do século 21, deve atender a algumas características básicas tais como, a criatividade, o relacionamento e a interatividade com outras pessoas, a capacidade de liderança, a vontade de estudar e pesquisar sempre, entre outros requisitos. Esta configuração não pode ser outorgada e nem mesmo gestada em uma escola autoritária, mas sim construída em espaços de conhecimento, socialização e d cidadania. Avaliação Teoria e Prática 18 Esta escola de qualidade precisa ser equacionada de forma concreta, porque não existe a escola de “qualidade” de forma genérica, universal. Há que se “referenciar” a qualidade e os indicadores ainda presentes na sociedade atual estão fortemente relacionados à cultura escolar tradicional, que enfatiza crenças de que aprendizagem equivale a conteúdos prontos transmitidos pelo professor e absorvidos pela memorização. No entanto, essas crenças já foram derrubadas pelo desenvolvimento da neurociência e outras contribuições. As pesquisas de ponta indicam que aprendizagem é um processo complexo, que envolve aspectos intelectuais, afetivos, sociais, entre outros, e deve ser ativa e interativa na construção de conhecimentos. Nesse processo, cada ser humano é um ser em movimento, sempre inconcluso, e a escola precisa ter clareza dessa visão de pessoa, de educação e de sociedade. Por isso, uma escola de qualidade é, também, uma escola atenta às diferenças, ou seja, uma escola que enxerga cada aluno em sua identidade, promovendo a interação e garantindo a efetiva aprendizagem. É nesse contexto que a compreensão e a defesa de uma escola para todos, alunos com deficiência ou não, se tornam tão necessárias sinalizando que inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças e a intolerância é uma das principais causas de desumanidade. Uma escola para todos não significa o barateamento de conteúdosporque a sua função não é a de ministrar conteúdos prontos de alto nível para alguns alunos, mas, sim, desenvolver cidadania para se viver em um mundo plural e existem dimensões cognitivas, afetivas, sociais a serem contempladas. O professor da escola comum, quando começa a trabalhar com as diferenças, abandona a postura tradicional de educação que acredita que todos os alunos são iguais. O professor da escola comum só melhora, proporcionando um ensino de qualidade quando descobre que todos os alunos são especiais, ou seja, quando reconhece o trabalho com as diferenças nas turmas escolares. Avaliação Teoria e Prática 19 A escola de qualidade é uma escola inclusiva e o diretor, juntamente com os professores e os pais não podem abrir mão desse projeto, pois a atenção às diferenças vai contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, exigindo a transformação de práticas excludentes que estão presentes na maioria das escolas comuns da sociedade, impedindo a construção de uma cidadania por inteiro e a construção de uma sociedade mais justa. Gestão, aprendizagem e ensino: possibilidades e desafios, com certeza! A Gestão Escolar e o uso dos Resultados das Avaliações A educação brasileira é apontada por diversos estudiosos (ABICALIL, 2011) como um campo de tensões e de desigualdades, o qual tem raízes históricas e necessita de prioridades para sanar essa perspectiva. Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988 é compreendida como a Constituição Cidadã (CURY, 2008), porque viabiliza diferentes conquistas e direitos sociais, entre eles, a educação. A Constituição Federal apresenta uma estrutura legal na qual proporciona oportunidades para que a sociedade brasileira assegure uma significativa organicidade educacional. Entre os principais aspectos, a autora menciona: a) a oferta da educação de zero aos dezessete anos; b) o financiamento da educação e a responsabilização dos entes da federação (União, estados/ Distrito Federal, municípios); c) o regime de colaboração; d) a gestão democrática, e outros. A gestão escolar democrática como mecanismo de participação e de interesses ético-políticos surge no final da década 1980. Essa concepção de gestão escolar configura-se devido à abertura política e à democratização das práticas sociais, visto que: A educação brasileira nas últimas décadas, sob o imperativo da democratização do país, abertura política, reorganização do Estado e as exigências mercadológicas da economia global a reforma educacional da década de 90 a qual detemos, marca o início de uma nova etapa na construção histórica da educação brasileira. (LIMA, 2011, p. 151) No processo de implantação da gestão democrática, a educação pública se caracteriza em alguns documentos Avaliação Teoria e Prática 20 os quais destacam as políticas educacionais visando a um caráter de qualidade na educação, deixando de lado o autoritarismo, buscando inserir a gestão democrática como direito e dever nas escolas. A representação é vista na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 206 e na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 em seus artigos 14 e 15. É interessante observar que a LDB (9.394/96) apresenta como destaque da gestão democrática o projeto político pedagógico e o conselho escolar, tendo como base a questão da autonomia nos interesses pedagógicos, mas o que pode ser encontrado em algumas escolas públicas, além desses componentes destacados, é a Eleição de Diretores, o Grêmio Estudantil e a Associação de Pais e Mestres que não são destacados na LDB, cada um com suas especificidades, necessitando da presença das pessoas que fazem parte da comunidade. Esses mecanismos são instrumentos significativos para o processo de avaliação das atividades desenvolvidas no cenário escolar, sendo a avaliação da aprendizagem uma dessas ações necessárias. De acordo com Silva (2010, p. 53) “A auto - avaliação se constitui um processo interno promovido pela própria comunidade acadêmica, segundo seus ritmos, suas finalidades e suas regras. Há possibilidade do processo ser participativo, dirigido ao social e destinado aos próprios sujeitos [...]”. É necessário saber que a melhoria de qualidade da escola pública não se dá de uma hora para outra; mas com a prática dos conhecimentos que envolvem a gestão democrática de um modo generalizado, ou seja, o ponto principal para a melhoria e mudança na instituição é a participação. Nesse sentido, a avaliação da aprendizagem se caracteriza como um componente necessário e pertinente para as vivências educativas. Para tanto, a prática da participação carece da compreensão dos sujeitos envolvidos sobre as ações que são vivenciadas e avaliadas. No cenário escolar, a avaliação da aprendizagem se caracteriza como um importante recurso didático- pedagógico, visto que viabiliza à instituição escolar cumprir sua principal função que é a aprendizagem significativa (SILVA, 2010). RESUMINDO: É de extrema importância analisar as possíveis formas de apropriação dos resultados gerados por essas avaliações pelas equipes gestoras nas escolas. Avaliação Teoria e Prática 21 Projeto Político Pedagógico e Avaliação OBJETIVO: Ao final deste capítulo, você será capaz de refletir sobre o papel do projeto político-pedagógico no desenvolvimento de práticas avaliativas que contemplem um olhar mais moderno, justo e eficiente e também será capaz de aprimorar conhecimentos sobre a importância do projeto político pedagógico coeso e coerente com as expectativas de aprendizagem das novas gerações e com os desafios que permeiam a sala de aula.. A Concepção de Projeto Político Pedagógico A concepção de projeto nos remete a ideia de lançar um novo caminho, buscar um novo percurso, esquematizar uma nova atividade. Um projeto pode estar em diferentes áreas da vida, projeto de uma casa nova, projeto da reforma de um móvel antigo, projeto de uma viagem internacional, etc. O projeto político pedagógico traz um percurso do que a escola busca ideologicamente e pedagogicamente. Em 1980, o Brasil vivia o movimento de democratização, após um longo período de ditadura. Na concepção da Constituição de 1988, o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública foi um dos grandes agentes pela “gestão democrática do ensino público”. Nessa época, iniciaram- se as produções teóricas e as pesquisas sobre o projeto pedagógico, tanto por estudiosos brasileiros como por franceses e portugueses que refletiam as mudanças políticas em seus países. Na Constituição Federal, no capítulo que se refere à Educação, encontramos, no artigo 206, incisos I, III, VI e VII (igualdade de condições de acesso à escola, garantia de padrão de qualidade e pluralismo de ideias), os princípios norteadores que favorecem a gestão democrática dos sistemas de ensino público, que passou a incluir a população, antes excluída. Avaliação Teoria e Prática 22 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação desde 1996 traz em seu artigo 12, inciso 1º traz a orientação de que os estabelecimentos de ensino do país tem como objetivo elaborar e colocar em prática a proposta pedagógica deixando claro o fato de que a escola não pode deixar de lado sua intencionalidade educativa, a gestão democrática da escola foi regulamentada e assim foram criadas orientações para a organização do espaço físico, para o trabalho pedagógico e para a participação de pais, alunos e educadores, fortalecendo a articulação entre a instituição e a comunidade. Diante dessas mudanças, surgiu a necessidade de criar formas de gerir os processos e as tomadas de decisão nas unidades. A instauração de um projeto pedagógico nasceu como um instrumento importante para assegurar à gestão escolar essas novas perspectivas políticas e educacionais. Com isso, entende-se que a LDB 9394/96 levanta a questão de construir o projeto político pedagógico reconhecendo na escola a capacidade de planejare organizar as suas ações pedagógicas e políticas em um ambiente de gestão participativa, ou seja, envolvendo todos os sujeitos participantes da comunidade escolar (docentes, administração, funcionários, alunos, pais e comunidade). Porém, a conquista de leis que apoiam tal proposta para educação não são suficiente para alcançar a verdadeira autonomia da escola, pois o projeto político pedagógico é consequência de um processo determinado coletivo e democrático. Segundo Brito (1997) o projeto político pedagógico não é visto como um instrumental legal e burocrático, ele oferece um significado à atuação da escola norteando suas práticas educacionais. Os atuais desafios da escola solicitam um projeto político pedagógico verdadeiro, não é uma moda falar sobre a importância do projeto político pedagógico e também não é um documento que deve ficar guardado na gaveta, pois se torna um documento instrumental de toda a escola, o qual indica caminhos, traça rotas e mostra quais são as culturas e ideologias que permeiam aquela escola. Avaliação Teoria e Prática 23 O projeto político pedagógico (PPP) define a ambição da escola. É, ao mesmo tempo, processo e produto, porque, com base no ponto de partida, sinaliza o caminho a ser percorrido e aonde se chegará. Qual escola temos e qual escola queremos. No projeto político pedagógico há o planejamento que tem o objetivo de orientar o funcionamento e a organização da escola para assim poder conquistar uma educação de excelência e contextualizada. A escola ao elaborar o projeto político pedagógico, reconhece sua identidade e dá forma a sua organização, metas e seus planos a toda a comunidade, o que proporciona avanços e a elaboração de estratégias para se relacionar de forma significativa com o entorno. Muitos dos estudiosos da área da educação ressaltam a importância da elaboração, participar do projeto político pedagógico de forma que todos deem sentido ao documento e, com isso, haja a ruptura a experiência de documento burocrático cumprido e entregue à Secretaria de Educação, algo muito comum. Na ação coletiva devem envolver-se gestores, coordenadores, professores, funcionários, alunos, pais e familiares e representantes da comunidade vinculada ao processo educativo da escola. Além desses participantes, a escola conta com instâncias de colegiado, como o Conselho Escolar, a Associação de Pais e Mestres (APM), o Conselho de Classe e os grêmios estudantis, os quais são grupos de ação coletiva. É o envolvimento de todos que dá vida ao projeto e garante sua reflexão. A produção coletiva e democrática permite com que alunos, familiares e comunidade escolar sintam que há representatividade. Essa integração proporciona a criação da imagem pública da instituição e para a construção coletiva de um sonho. O projeto político pedagógico também auxilia no processo de organização do trabalho pedagógico da escola, ao apontar não apenas o que fazer, mas como fazer para que cada um e todos os alunos desenvolvam com excelência suas aprendizagens, contribuindo para a vida social da instituição, sabendo lidar com conflitos e agregando valores humanizadores a todas as relações. Pensar em um projeto político pedagógico de qualquer instituição de ensino significa buscar elementos norteadores de toda a vida escolar que, fundamentalmente devem estar vinculados a um projeto bem maior que é o histórico/social. No momento da elaboração de um PPP, Avaliação Teoria e Prática 24 pressupõe-se que haja espaços onde educadores e educandos possam se manifestar; que haja uma definição clara sobre a concepção de PPP que se quer adotar e que as diferentes habilidades sejam respeitadas por todos, desde que ao final (no momento da elaboração), haja um consenso em torno das opções políticas, sociais, culturais e pedagógicas por parte das pessoas envolvidas, uma vez que, “por não ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão” (Paulo Freire, 1996). O Projeto Político Pedagógico e a Avaliação Nas unidades anteriores vimos que a avaliação não é mais vista como uma forma rudimentar, discriminatória, com data marcada. Vimos que a avaliação é um processo contínuo e que permite a reconstrução permanente de conceitos, sendo uma espécie de bússola que traz a rota para as conquistas no sentido de permitir a reconstrução permanente de conceitos, sendo uma espécie de mapeamento que vai identificando as conquistas e os problemas dos alunos em seu desenvolvimento. A relação entre objetivos e avaliação transformou-se a partir do momento da “ampliação do conceito de aprendizagem, pois atualmente aprender é considerado mais do que a simples memorização de informações” (HAIDT, 2004, p. 225). Superando esse conceito impositivo, a visão de avaliar muda e dessa forma, são os objetivos que norteiam o processo de ensino, determinando o que e como julgar, ou seja, “o que avaliar” (HAIDT, 2004, p. 295). À medida que vai conduzindo o trabalho e observando a reação dos alunos, os objetivos vão classificando, o que possibilita tomar decisões para as atividades subsequentes. Dessa forma, respondendo ao argumento proposto por Haidt, que Luckesi (2001, p. 03) é remissivo e recomenda: A concepção de avaliar não é mais um ato impositivo, mas sim um ato dialógico, amoroso e construtivo. Desse modo, a avaliação orienta possibilidades novas e certamente mais adequadas, porque são assentadas nos dados do presente. Avaliação Teoria e Prática 25 O que é válido pontuar é que o ato de avaliar não é algo simples, um estudo de suas várias conformações prevê a complexidade do processo. Não pode ser concebido como instrumento de persuasão forçosa de aprendizado mnemônico, mas deve ser edificado no respeito às condições de aprendizagem e objetivos que se espera para o aluno, compartilhadas. Afinal, sempre há o que se avaliar e sempre o que dizer em se tratando de avaliar. Ainda acrescenta Luckesi: O ato de avaliar não serve como pausa para pensar a prática e retomar a ela, mas sim como um meio de julgar a prática e torná-la estratificada, portanto, sendo parte de um todo, o ato de avaliar é uma pequena parcela de um processo de assimilação, de aprendizagem. (LUCKESI, 2001, p. 03) Compreender a avaliação como ato pedagógico significa transportar as teorias desenvolvidas no cenário escolar, para o cotidiano da escola. Assim, o currículo, a didática, a concepção de educação, de homem e de sociedade são mecanismos necessários para a compreensão da escola que queremos e quais os principais pressupostos que serão contemplados nas ações de cada instituição. Para tanto, um dos mecanismos do ato pedagógico se destaca nesse processo, o Projeto Político Pedagógico. Nesse documento, que tem como característica a identidade da escola, permeiam todos os mecanismos pertinentes para a compreensão da educação que querem vivenciar. As propostas pedagógicas devem ser explícitas, para a divulgação e vivência das práticas cotidianas. Luckesi afirma que: O Projeto Político, que configura nossos sonhos e desejos de emancipação humana por intermédio da escola, necessita de um projeto pedagógico como um dos seus mediadores teóricos, ou seja, uma proposta pedagógica que traduza nossos anseios filosóficos e políticos em compreensões e orientações práticas e executáveis. (LUCKESI, 2011, p. 60) Nessa perspectiva, o projeto político de cada instituição precisa ser construído coletivamente, numa concepção democrática e articulada com a realidade de cada Estado, cidade e bairro. Contudo, a presença de todos os segmentos que compõem a escola é importante, visto que, os atores sociais que formam o lugar em que a escola está Avaliação Teoria e Prática 26 inserida necessitam compreender as práticas educativas que norteiam a concepção de educação, de homem e de sociedade, presente no dia a dia. Para uma significativaproposta pedagógica de cada unidade escolar, faz-se necessário que estejam explícitos os principais mecanismos de avaliação e as perspectivas de auto avaliação, bem como os referenciais que norteiam as práticas educativas (LUCKESI, 2011). A equipe gestora tem um importante papel nesse processo, pois é a partir da definição concreta das ações avaliativas que a instituição iniciará suas atividades. Luckesi (2011) destaca alguns princípios necessários que a escola deve ter sobre a avaliação, enfatizando a nota na escola, a avaliação, a seleção e o exame e a autoridade do professor. Em relação à nota como mecanismo da avaliação da aprendizagem na escola, o autor destaca que o sistema de educação brasileiro sente a necessidade desse registro, visto que se caracteriza como memória do processo educativo. Mas, enfatiza, “todavia há que distinguir registro de aprendizagem. É a aprendizagem que apresenta determinada qualidade, mais positiva ou menos positiva; a nota representa apenas seu registro. São fenômenos diferentes” (LUCKESI, 2011, p. 408). Assim, é necessário diferenciar que a aprendizagem acontece em todo o processo, por meio de todas as práticas vivenciadas enquanto que, o registro é um aspecto pontual das experiências e aprendizagens alcançadas. Nessa mesma perspectiva, Luckesi () diferencia avaliação de seleção, destacando: A avaliação da aprendizagem está comprometida com a construção da própria aprendizagem. Ela incide sobre o que está acontecendo com o aprendiz. [...] A seleção é uma certificação que serve de base para uma classificação. E é a classificação que, por si, seleciona, não a certificação. (LUCKESI, 2011, p. 422) Na avaliação, há a preocupação com a aprendizagem, com as experiências vivenciadas e, em especial, há um olhar para os avanços obtidos no cotidiano. Já a seleção é uma ação que visa classificar por meio do exame e norteia as atividades de concurso público e a avaliação em larga escala no cenário escolar que permeia desde a educação básica (Prova e Provinha Brasil, ANA, ENEM) ao ensino superior (ENADE). Assim, o exame não se caracteriza como recurso apropriado para a avaliação da aprendizagem, mesmo sendo o mais recorrente nas salas de aula. Muitos professores veem no exame uma forma de mostrar sua autoridade e, por consequência, se apropriam desse mecanismo para Avaliação Teoria e Prática 27 intimidar os educandos. O exame nas instituições educacionais é o modo mais frequente de verificar as possibilidades de aprendizagem dos estudantes, visto que: O ato de examinar encerra-se com a classificação do estudante, tendo por base os dados de seu desempenho. Para tanto, não há necessidade de interação entre professor e estudante, o que poderia significar uma proteção para o professor, visto não ter de tratar diretamente com o estudante sobre essa sensível área que é a atribuição de qualidade com base em seu desempenho. Nesse contexto, a prática do exame pode ter essa característica de “proteção do professor” (LUCKESI, 2011, p. 427). Diferentemente, da avaliação que necessita de diálogo, aproximação entre o professor e o estudante e compreensão do papel de cada ator envolvido no processo, o ato de examinar exime todos esses princípios, a fim de favorecer uma relação monótona com superioridade do professor. Essas são algumas concepções que necessitam estar explícitas no Projeto Político Pedagógico da instituição, para que a relação pedagógica entre todos os envolvidos nesse processo consiga nortear sua prática e possibilitar uma educação pública que atenda aos princípios da igualdade, da qualidade e da humanidade. Conhecer as concepções políticas e pedagógicas que norteiam as atividades da escola via Projeto Político Pedagógico é importante, pois a partir dessa referência mudam-se as práticas avaliativas e as propostas no cotidiano da escola. A avaliação cidadã perpassa em especial pela coletividade vivenciada em cada instituição escolar, possibilitando a participação de todos no processo de ensino aprendizagem, assim como na organização pedagógica da escola. Nessa perspectiva, é possível destacar que a equipe gestora tem como papel acompanhar o desenvolvimento cognitivo dos estudantes e contribuir no desenvolvimento de cada etapa. A contribuição da equipe gestora no processo de aprendizagem dos estudantes e na avaliação em todas as etapas mostra que os gestores educacionais estão em atenção especial para a função pedagógica da instituição, ou seja, a aprendizagem como atividade fim da educação. RESUMINDO: O projeto político-pedagógico de práticas avaliativas deve ser moderno, justo e eficiente. Avaliação Teoria e Prática 28 A Avaliação do Projeto Político- Pedagógico OBJETIVO: Ao final deste capítulo, você vai saber como aplicar propostas alternativas de avaliação da aprendizagem ao projeto político pedagógico.. Como já vínhamos discutindo, o PPP trata-se de um documento que expressa a identidade da comunidade escolar. Por isso, ele não deve ser imposto, mas sim construído coletivamente, pois este processo de elaboração coletiva faz com que as pessoas reflitam sobre suas práticas, explicitem seus sonhos, expressem seus saberes e limitações, apresentem sua visão de mundo e da educação. Para que se possa falar de um projeto impregnado por uma intencionalidade significadora, impõe-se que todas as partes envolvidas na prática educativa de uma escola estejam profundamente integradas na constituição e na vivencia dessa intencionalidade [...] para tanto, impõe-se que toda a comunidade escolar seja efetivamente envolvida na construção e explicitação dessa mesma intencionalidade (SEVERINO 1998, p. 89). O primeiro passo para a elaboração coletiva do PPP é mobilizar toda comunidade escolar, visando à melhoria da prática educativa, analisando significados e consequências desta para a transformação da escola e da sociedade. Mobilizar para fazer com que todos se sintam parte desta mudança, e possam colaborar efetivamente para levá-la a diante na prática do dia-a-dia. Vasconcellos (2004, p.24) afirma isto quando cita: A participação é uma resposta a um dos anseios mais fundamentais do homem: ser levado em conta, tomar parte, ser incluído, ser respeitado. Todavia, a participação só tem sentido quando existe por detrás uma ética, uma disposição em mudar realmente o que for necessário não apenas as aparências. Quando citamos a participação de toda comunidade escolar estamos referindo aos funcionários da escola (setor administrativo, Avaliação Teoria e Prática 29 financeiro, manutenção e pedagógico), aos alunos, às famílias e a comunidade, pois estes são agentes que interferem diretamente no cotidiano escolar. Considerando todos estes agentes, na elaboração do PPP, retrata-se a realidade global da comunidade escolar, no qual a equipe articuladora deve ter o conhecimento de todos os segmentos. A participação de todos os funcionários da escola na construção do PPP oferece uma conscientização da coletividade, compreendendo o papel, a importância, a influência e a função de cada um dentro da organicidade da escola. Cabe destacar aqui a importância dos professores no processo de elaboração e construção do PPP, eles proporcionam para as discussões sua visão de educação e as possibilidades das ações, são agentes essenciais na redação e na busca do referencial teórico. Tal conscientização, citada no parágrafo acima, pode gerar um ambiente de envolvimento profissional e ético por parte dos funcionários e dos professores da escola, e pressupomos aqui que isso antecede o envolvimento dos alunos e da família. Os alunos devem ser escutados, pois os mesmos têm uma história de vida, uma realidade atual e sonhos, isso cabe ao papel da equipe articuladora que antes de sensibilizar a participação dos alunos na elaboração do PPP, busca meios para que eles manifestem a importância da escola para a vida deles. Entendera realidade dos alunos e promover a participação deles no PPP mostra a preocupação, a responsabilidade e o desejo da escola de transformar a realidade que eles vivem. Os pais são agentes que possibilitam a compreender e aprofundar mais no conhecimento dos alunos como também oferecem uma visão da comunidade e realidade que cerca a escola. Para que esta construção coletiva seja realizada de forma efetiva alguns autores discutem as estratégias de planejamento coletivo do PPP. Vasconcellos (1995) cita que para acontecer algo concreto, não basta apenas planejar, pois há toda uma luta ideológica, política, econômica, social para ser enfrentada, seja consigo mesmo, com seus colegas de trabalho, com os educandos, com as famílias e com as instituições em geral. O mesmo autor reforça que: A participação aumenta o grau de consciência política, reforça o controle sobre autoridade e também revigora o grau de legitimidade do poder-serviço [...] quanto maior Avaliação Teoria e Prática 30 a participação na elaboração, maior a probabilidade de que as coisas planejadas venham de fato a acontecer. Todavia, quanto maior a participação, maior a dificuldade de lidar com a massa de dados e, sobretudo, de intenções, propostas, conflitos. (VASCONCELLOS 2004, p. 26) SAIBA MAIS: Moacir Gadotti é um autor muito utilizado nas ementas dos cursos de Pedagogia. Na maioria dos seus artigos ele fala sobre o projeto político pedagógico. O livro projeto político pedagógico da escola: fundamentos para sua realização”. In: GADOTTI, Moacir & ROMÃO, José Eustaquio (orgs.). Autonomia da escola: princípios e propostas. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001. Traz inúmeras reflexões sobre a autonomia da escola na perspectiva do projeto político pedagógico. Se a elaboração do PPP não for bem planejada e estruturada pode ocorrer um tumultuo de ideias e opiniões tornando-o um fardo, podendo até desmotivar os agentes envolvidos. Por isso, que todo processo sempre requer uma liderança, ou seja, um articulador. No caso do PPP esta liderança pode ser o diretor, o supervisor, coordenador, ou seja, qualquer pessoa que tenha significância na realidade escolar. Este articulador age juntamente com uma equipe articuladora, que tem como finalidade cuidar da construção do PPP, ou seja, o planejamento de estratégias para a sensibilização e a efetivação da elaboração. A sensibilização é o período que precede a elaboração, é onde todos os agentes descobrem a necessidade de se fazer o projeto. Tal etapa é de suma importância, pois aqui se quebra o fazer projeto por um cumprimento da lei ou por ordens da direção. A sensibilização faz os sujeitos verem além, pois “uma atividade torna-se significativa para um sujeito quanto corresponde a uma necessidade e a uma possibilidade” (VASCONCELLOS 2004, p.39), eles refletem a real importância de elaborarem e aplicarem o projeto. Essas duas exigências, necessidade e possibilidade, oferecem sentido no fazer projeto, principalmente, aos professores que muitas vezes não Avaliação Teoria e Prática 31 veem perspectiva de mudança com o planejamento. Deste modo, depois da sensibilização segue-se com a construção do PPP, mas agora a elaboração efetiva do mesmo. Aqui ocorre a deliberação da metodologia que será utilizada para a elaboração, é imprescindível que a metodologia seja explicada a todos os participantes da construção do projeto pra que assim tenham uma visão geral e de conjunto dos passos que serão percorridos. Considerando a concepção assumida nesta pesquisa, o planejamento participativo, a metodologia de elaboração ocorre fundamentada em perguntas que tem como referência as dimensões fundamentais da instituição. Essas perguntas são respondidas em um primeiro momento individualmente, depois elas vão para um grupo no qual se monta coletivamente um texto, para assim apresentar os textos de cada grupo e uma plenária no qual se constroem o documento final. Essas etapas são equivalentes para a construção dos três elementos que apresentamos no ponto acima: - O Marco Referencial: Como foi citado no ponto acima o marco referencial é a analise da situação atual da escola e a direção a ser seguida, baseada na expressão da ideia sobre a educação e sua função social que exige uma reflexão da concepção e finalidade da educação com a sociedade. - Diagnóstico: Utilizando o documento citado acima, este passo permite uma visão da organização atual da escola e do seu trabalho pedagógico, para que assim, se defina um plano de ação e as estratégias para alcançar a intencionalidade proposta no marco referencial. - Programação: É a definição das propostas. Como o próprio nome já diz, este é o passo no qual se pensa nas ações concretas de curto, médio e longo prazo. Com base no que apresentamos neste ponto elabora-se o PPP de forma coletiva e significativa, pois “não havendo adesão do coletivo, um projeto pode ser elaborado pela equipe de direção, tanto para cumprir uma exigência, quanto para ter alguns elementos de referência para o próprio trabalho, mas entendo que não é o da escola como um todo”.(VASCONCELLOS 2004, p. 41). A elaboração devida do PPP garante que da mesma forma coletiva no qual o mesmo foi elaborado, ele também seja executado, avaliado e (re) planejado. Avaliação Teoria e Prática 32 IMPORTANTE: Infelizmente muitos gestores enxergam o PPP como uma burocracia a ser cumprida, mas é importante sempre considerar o quão é importante este documento para a prática da gestão democrática. O Projeto Político-Pedagógico é repleto de momentos de avaliação, avalia-se na elaboração a realidade da instituição, assim como o ponto no qual se quer chegar e o papel de cada um neste processo, por fim, avaliam- se os resultados e andamento da prática. Neste momento de avaliação o produto são os indicadores de mudança, “é avaliar os resultados da própria organização do trabalho pedagógico” (VEIGAS 1998, p.32). A avaliação abrange o pedagógico, o comunitário e o administrativo, de maneira formativa e emancipatória. Sendo um ato dinâmico que qualifica e oferece subsídios ao projeto, e que direciona as ações dos educandos e educadores. O processo de avaliação se dá em momentos de descrição e problematização da realidade escolar, na compreensão e crítica da realidade descrita e problematizada, e na proposição de alternativas de ação, sendo um momento de “criação” coletiva. Tais momentos podem ocorrer nos espaços de conselho de escola, abrangendo aqui os educandos e os pais, e também nas reuniões pedagógicas semanais, espaço de discussão dos professores. Avaliação Teoria e Prática 33 Segundo Veigas (1998, p.32): Acompanhar as atividades e avaliá- las levam-nos à reflexão, com base em dados concretos sobre como a escola organiza-se para colocar em ação seu projeto político pedagógico. A avaliação do PPP, numa crítica, parte da necessidade de se conhecer a realidade escolar, busca explicar, compreender criticamente as causas da existência de problemas, bem como suas relações, suas mudanças e se esforça para propor ações alternativas (criação coletiva). Na avaliação do projeto analisa-se a programação feita e suas ações concretas, as atividades permanentes, a linha de ação e as normas, também se revê as necessidades da escola e analisa se o marco referencial realmente ajudou a iluminar a prática. É uma avaliação global que vê o PPP como um ponto concreto, um passo, dentro de uma grande caminhada, e não como a fórmula mágica, de transformação da realidade escolar. RESUMINDO: É de extrema importância compreender o papel e a importância do projeto político pedagógico no desenvolvimento de práticas avaliativas. Avaliação Teoria e Prática 34 Registros e Avaliação OBJETIVO: Ao final deste capítulo, você será capaz de refletir sobre as formas de registros e avaliação e qual seu papel no desenvolvimento com excelência da aprendizagem.. Avaliação Formativa e RegistrosRessaltamos Freire (1996) no entendimento de que a base para a transformação das práticas encontra-se na relação e construção desenvolvida com o conhecimento e sociedade e que essa mudança possibilita uma nova forma de organização do trabalho pedagógico e, consequentemente, dos métodos de ensino-aprendizagem. De acordo com Freire (1996), o educador libertador tem que estar atento para o fato de que a transformação não é só uma questão de métodos e técnicas. Se a Educação libertadora fosse somente uma questão de métodos, então o problema seria mudar algumas metodologias tradicionais por outras mais modernas. Mas não é esse o problema. A questão é o estabelecimento de uma relação diferente com o conhecimento e com a sociedade (FREIRE, 1996, p. 48). Nessa perspectiva, Villas Boas (2007) explicita que é necessário planejamento para que se possa desenvolver a avaliação formativa, bem como o entendimento de que se avalia “para conhecer o que cada um dos seus alunos já aprendeu de modo que [o professor] possa reorganizar as atividades para que os alunos aprendam o que ainda não aprenderam” (VILLAS BOAS, 2007, p. 24). Ainda, de acordo com Villas Boas (2011, p. 16), o professor tem o “objetivo de orientar [os alunos] para a realização do seu trabalho, ajudando-os a localizar dificuldades e a progredir na aprendizagem”, assim como a avaliação que desenvolve tem a “finalidade de fornecer informações que permitam a reorganização do trabalho pedagógico em atendimento às diferenças individuais observadas”. Isso significa compreender que a “avaliação tem compromisso com a aprendizagem” e pode ocorrer de diferentes formas, a partir do uso de: procedimentos de avaliação (VILLAS BOAS, 2007, 2010, Avaliação Teoria e Prática 35 2011), instrumentos metodológicos, instrumentos de registro (FREIRE, 1983), registros como instrumento, instrumentos do trabalho pedagógico e/ou instrumentos de avaliação, todas elas desenvolvidas na perspectiva formativa. No entanto, no decorrer de nossas investigações, buscamos compreender quais eram os caminhos avaliativos e designações que poderiam abarcar a concepção no sentido de superar o termo usado tradicionalmente como “instrumento avaliativo”, considerado a partir de uma perspectiva técnica e por isso restrita para o campo da avaliação formativa. Penso que não se trata de uma mera questão semântica, mas antes de tudo uma questão histórica que tem alguma relevância teórica. Na verdade, a designação instrumento de avaliação está associada ao movimento taylorista da gestão científica das escolas do século XIX, , ou seja, a um contexto em que predominava uma racionalidade técnica em que avaliar e medir eram sinônimos. Consequentemente, um instrumento de avaliação media exatamente as aprendizagens dos alunos, tal como um metro media exatamente o comprimento de um segmento de recta, ou um termômetro media exactamente a temperatura do corpo de um paciente. Julgo que designações tais como tarefa de avaliação, métodos de avaliação ou mesmo estratégia de avaliação poderão, na maioria dos casos, ser mais congruentes com a concepção emergente de avaliação formativa (FERNANDES, 2006, p. 40). Ou seja, o autor pondera que a denominação “técnicas de avaliação ou instrumentos avaliativos” são termos atribuídos a uma concepção de avaliação behaviorista e tecnicista. A partir desse entendimento, Villas Boas utiliza o termo procedimentos de avaliação em vez de instrumentos de avaliação, pois Instrumento diz respeito a um ‘objeto, em geral mais simples do que um aparelho, e que serve de agente mecânico na execução de qualquer trabalho’ e a ‘qualquer objeto considerado em sua função ou utilidade’. Procedimento diz respeito à ‘processo, métodos’. Portanto, procedimento é mais amplo do que instrumento. Esse é parte do processo (FERREIRA apud VILLAS BOAS, 2010, p. 104). Dito de outro modo, Procedimentos são os meios que nos permitem coletar informações para realizar a avaliação. Todos eles compõem o que chamamos de processo avaliativo. Não se pode dizer que 198 uma prova isoladamente constitui a avaliação. Relatórios, questionários e outras atividades dos alunos também não são Avaliação Teoria e Prática 36 a avaliação. Tudo isso nos fornece meios para que se faça a avaliação. Cada procedimento cumpre objetivos próprios (VILLAS BOAS, 2010, p. 25). Assim, por concordarmos com as afirmações apresentadas sobre os limites acerca do termo instrumentos, optamos por substituí-lo por métodos de avaliação, conforme apontado por Fernandes (2006) anteriormente. No entanto, ressaltamos que essa denominação não pretende abarcar a amplitude do conceito em relação às metodologias, mas a processos avaliativos diversificados e variados para se atingir um determinado fim embasados nos princípios da avaliação formativa. Assim, assumiremos essa denominação, inclusive no plural, enfatizando que não se trata de um método de avaliação, mas de vários métodos de avaliação que, no seu conjunto, podem materializar os percursos de ensino- aprendizagem, a partir do entendimento de que, na avaliação formativa, lidamos periodicamente com uma vasta diversidade de métodos avaliativos, que no seu conjunto dimensionam a totalidade e ao mesmo tempo a especificidade do trabalho pedagógico, de modo intencional e sistemático. Fernandes (2002) enfatiza que aquilo que é valorizado e avaliado na escola vai influenciar não só os resultados escolares dos alunos, mas também a sua motivação, autoconceito, hábitos de estudos e estilos de aprendizagem (FERNANDES, 2002, p. 66). Ainda segundo Fernandes (2002): É importante que sejam proporcionados aos alunos vários momentos de avaliação, multiplicando as suas oportunidades de aprendizagem e diversificando os métodos utilizados, pois assim, se permite que os alunos apliquem os conhecimentos que vão adquirindo, exercitem e controlem eles próprios as aprendizagens e competências a desenvolver, recebendo feedback frequente sobre as dificuldades e progressos alcançados (FERNANDES, 2002, p. 66). Os métodos podem consolidar uma prática de avaliação formativa, quando as “tarefas são planejadas com o propósito de subsidiar, com dados, a análise do professor acerca do momento de aprendizagem de seus estudantes 200 [...] em vez de fazer uma medição pontual do seu desempenho”(FERNANDES; FREITAS, 2007, p. 27-29). Villas Boas (2010, p. 26) destaca o fato de a avaliação formativa utilizar “todas as informações disponíveis sobre o aluno para assegurar sua aprendizagem”, ressaltando as possibilidades de produção e seleção de dados sobre o ensino e a aprendizagem que Avaliação Teoria e Prática 37 podem ser obtidos por meio da interação entre professor e aluno durante o período que trabalharem juntos. “Avaliação é aprendizagem: enquanto se aprende se avalia e enquanto se avalia se aprende” (VILLAS BOAS, 2009, p. 11). Na mesma perspectiva, Fernandes (2006) enfatiza a importância da sistematização e comprometimento com a coleta de informações acerca da aprendizagem dos alunos, com vistas a análise, reflexão, (auto) regulação e intervenção. Atualmente, a maioria dos especialistas considera a avaliação formativa como um processo contínuo de aprendizagem e avaliação, e não um tipo específico de avaliação que ocorre pontualmente, frequentemente por aplicação de um teste formativo. De acordo com esse entendimento, a avaliação formativa deve ser concebida com um processo ativo e intencional que envolve professores e alunos na recolha sistemática de dados sobre a aprendizagem. Inclui todas as atividades em que professores e alunos obtêm informações sobre como decorre a aprendizagem e os utilizam para modificar o ensino e a aprendizagem, com o desempenho expresso de melhorar o desempenho dos alunos (LOPES; SILVA, 2012, p. 13). Em outras palavras, a contribuição da prática de registros e do uso dos métodosde avaliação nas teorias de avaliação formativa está na compreensão da sua natureza em relação aos objetivos propostos, aos contextos em que ocorrem, aos sujeitos envolvidos, aos limites e possibilidades apresentados. O Portfólio Como Prática de Registro Em tempos onde se privilegiam a aprendizagem colaborativa, a autonomia do aluno, os processos de autoavaliação, as atividades criativas e a parceria aluno-professor, entre outros elementos do processo de aprender, não é de se estranhar que, cada vez mais, os professores usem um instrumento de avaliação denominado portfólio. Nascimento, Ramos e Aroeira (2011, p. 3) admitem que as críticas ao modelo cartesiano de ensino-aprendizagem, baseadas na fragmentação do conhecimento, possibilitaram o repensar de muitas práticas pedagógicas, inclusive aquelas relacionadas aos processos avaliativos. Neste repensar ficou evidente a relevância do acompanhamento contínuo das aprendizagens desenvolvidas pelos alunos, o que acabou por colocar luz no portfólio. Para essas autoras, “o portfólio é tido como um conjunto de registros, Avaliação Teoria e Prática 38 informações sobre o trabalho realizado, ou em processo de realização, sendo considerado não apenas como procedimento de avaliação, mas como eixo organizador do trabalho pedagógico”. Elas destacam que o portfólio pode ser construído pelo próprio aluno, englobando todas as tarefas realizadas, o que vai contribuir, de modo significativo, para os processos de autoavaliação. Assim, os alunos participam diretamente de sua avaliação, organizando os resultados de sua aprendizagem. Segundo Zílio (2010, p. 1), “a utilização dos portfólios de aprendizagem fundamentou-se na necessidade de articular a teoria e a prática da avaliação”. A autora entende que o portfólio, como prática avaliativa, potencializa a aprendizagem e, no caso de sua aplicação em curso de formação de professores, contribui para a compreensão de como pode se dar a sua transposição para as situações de ensino-aprendizagem a serem enfrentadas na vida profissional. Ela salienta que o uso do portfólio pode levar a uma mudança na concepção de avaliação: o professor deixa de ser o ‘examinador’ e o aluno o ‘examinado’, pois o que prevalece é a situação de parceria, sem perda do rigor e da seriedade impostos pela complexidade dos processos avaliativos. Assim, o portfólio vai muito além da perspectiva de mero instrumento de coleta de dados sobre o desempenho dos alunos, sendo visualizado como uma oportunidade “de vivenciar reflexivamente o próprio processo de formação, permitindo identificar dificuldades, necessidades e concepções que o compõem.” (ZÍLIO, 2010, p. 3), Cada portfólio é uma criação única, pelo fato de o próprio aluno selecionar as produções que incluirá. Como instrumento de avaliação, potencializa a formação de alunos reflexivos, daí ser muito utilizado no ensino superior, especialmente nas situações de formação de professores, ressaltam Nascimento, Ramos e Aroeira (2011). Essas autoras esclarecem que não há uma maneira específica de produzir um portfólio, o que contribui para a criatividade e liberdade de expressão do aluno. Soares (2012, p. 5) entende que o portfólio tanto é um instrumento como uma metodologia de avaliação. Como metodologia envolve a postura de professores e alunos comprometidos com uma prática pedagógica baseada na transformação / superação das dificuldades. Neste sentido “se efetiva em um movimento tríplice: de crítica da construção do conhecimento novo; nova síntese do plano de conhecimento; e ação Avaliação Teoria e Prática 39 em relação à nova síntese estabelecida”. Como instrumento, cumpre as finalidades de coleta e registro de informações, transcendendo o aspecto instrumental na medida em que fomenta a relação teoria-prática. No rastro de considerações de Villas Boas (2001), depreendem-se seis princípios básicos no uso do portfólio: a. A construção pelo próprio aluno. b. A reflexão sobre as produções. c. A criatividade discente na organização do material. d. A autoavaliação do aluno. e. A parceria professor-aluno e entre alunos. f. A autonomia do aluno perante o trabalho. Assim, o portfólio oportuniza ao professor em formação experimentar alternativas diversificadas e refletir sobre a possibilidade de utilização futura em sua própria prática profissional. Os registros escritos constituem as principais amostras em um portfólio por serem eles os meios pelos quais se documentam os comentários do professor, do aluno e dos pais. Dessa maneira, os registros, ou seja, a comunicação escrita tem importante papel na medida em que pode fazer a ligação entre a escola e a casa. Vale destacar que existe uma variedade de registros escritos que podem proporcionar a comunicação entre alunos, pais e professores mesmo quando não há possibilidades de encontros. Registros sistemáticos documentam as ações planejadas com cada aluno como possibilitam decisões de currículo e instrução (SHORES e GRACE, 2001). Os comentários do professor nas amostras de trabalhos, imagens e diários de aprendizagem dos alunos também constituem registros escritos, sendo que os principais deles são classificados por Shores e Grace (2001) como entrevistas, registros sistemáticos, registros de caso, resumo de reuniões de análise de portfólio entre alunos, professor e pai e os relatos narrativos. Avaliação Teoria e Prática 40 As entrevistas são momentos em que professor e aluno discutem um único assunto em profundidade. Exemplo: uma discussão do professor com o aluno sobre um livro lido pode desencadear uma ação do professor em direção ao interesse do aluno por aquele assunto. Como resultado dessa entrevista, o aluno pode ser orientado a pesquisar sobre o assunto e arquivar em seu portfólio de aprendizagem o material coletado. Durante uma reunião de análise do portfólio pode-se fazer uma revisão sobre o progresso da pesquisa. Os registros sistemáticos são breves anotações feitas pelo professor das atividades casuais específicas que documentam o progresso do educando e podem envolver um grupo de alunos conforme a atividade. Como registros sistemáticos, têm-se: 1. Descrição Diária – o professor registra de forma regular um aluno documentando suas mudanças de comportamento e de seus interesses. 2. Registros Contínuos – o professor registra cada ato de um aluno durante um período de tempo. Os registros de caso constituem anotações que o professor fez dos atos espontâneos de cada aluno ou de um grupo de alunos. São, segundo Shore e Grace, as chamadas “observações dos educandos”. Fotografias podem ser um bom instrumento para auxiliar no registro. Os resumos de reuniões de análise de portfólio consistem em uma síntese explicativa do que tratou a reunião de análise do portfólio, mediante um encontro privado entre aluno, pais e professor em que estes conversam sobre as experiências de aprendizado do aluno em um período de tempo. E, por último, os relatos narrativos, que são relatos periódicos escritos pelo professor do progresso global de cada aluno, podem complementar os tradicionais boletins de notas. Existe uma infinidade de tipos de registros nas amostras de trabalho que podem compor um portfólio. Além dos mais comuns, já citados, existem ainda os que compreendem os chamados trabalhos artísticos. Observa-se que um registro pode apresentar elementos de mais de um dos tipos descritos a seguir. Avaliação Teoria e Prática 41 Os trabalhos artísticos são amostras que representam uma importante ferramenta para o processo de interdisciplinaridade, assim como para o processo de avaliação. Estes devem ter a identificação do aluno, ou seja, o nome completo do aluno, a data em que foi realizado e comentários do professor. Legendas em desenhos, cartas para pais e para outras pessoas, registros em diários, relatórios, histórias e livros originais são itensque podem compor o portfólio. Outros registros são interessantes tipos de amostra na medida em que podem demonstrar pensamentos, sentimentos e reflexões do aluno. Relato de uma experiência ou explicações de desenhos podem conter informações substanciais. As fotografias são excelentes na medida em que representam a imagem de uma atividade do aluno e, quando acompanhadas de breves anotações do professor, podem contribuir para análises posteriores sobre o progresso do aluno. As listagens e escalas de classificação de habilidades e conceitos são instrumentos utilizados para rápida avaliação e registro das habilidades de um aluno em certo domínio do desenvolvimento; podem ser importantes para fomentar o pensamento para o professor em relação a sua prática. Os produtos de avaliações de desempenho são resultantes de avaliação do rendimento e podem compreender resenhas ditadas de livros, demonstrações de experimentos, atividades em pequenos grupos que quando inclusas no portfólio podem ser muito informativas quanto aos produtos finais. Os diários de aprendizagem vêm a contribuir na medida em que são os registros de desempenho do aluno. Esses tipos de registro, que podem compor um portfólio, são excelentes instrumentos para que o professor realize uma avaliação do processo de ensino e aprendizagem, mediante relatos narrativos que se apresentam como instrumentos mais adequados do que listas de desenvolvimento cognitivo, socioemocional e físico ou escalas de classificação. Avaliação Teoria e Prática 42 O portfólio possibilita ao aluno participar da tomada de decisões levando-o a formular suas próprias ideias e realizar escolhas e não apenas a cumprir o que foi definido pelo professor e pela escola, servindo para vincular a avaliação ao trabalho pedagógico. Modifica-se, assim, o contexto, a avaliação deixa de ser classificatória e unilateral para se comprometer com a aprendizagem de cada aluno, onde o portfólio é uma das possibilidades de uma prática comprometida com formação do aluno. (VILLAS BOAS, 2007). Com relação a construção do portfólio, é importante ressaltar: • A orientação que o professor fará durante o caminhar do aluno frente a produção e a construção do portfólio, levando-se em consideração a idade dos educandos, o curso, o tempo para ser desenvolvido e outros. • O processo deve ser bem planejado e as famílias devem ser sempre bem informadas;. • O professor precisa ser preparado para desenvolver o trabalho, por isso é preciso estudar o referencial teórico e conhecer a bibliografia sobre portfólio e as iniciativas de sucesso. • É imprescindível atentar em relação à forma de utilização do portfólio, não se trata de substituir a prova, ambos são procedimentos de avaliação, no entanto, cumprem propósitos diferentes. Trabalhar as relações desenvolvidas entre os participantes do processo de avaliação (professor e aluno), pois mudar práticas requer tempo e estabelecimento de confiança. • Criar um clima favorável à construção do portfólio – a percepção do professor e do aluno em relação a esta construção deverá ser que este é um aliado do processo de ensino e aprendizagem e não como uma dificultador. • Compreensão por parte de todos (escola e pais) de que o portfólio é um procedimento avaliativo de construção pelos alunos e não pelos pais, ou seja pais não devem realizar tarefas de seus filhos. Avaliação Teoria e Prática 43 Nesse sentido, há que se observar princípios norteadores que irão orientar sua construção, tais como: 1. A construção pelo aluno possibilitando as escolhas e decisões de sua parte. 2. A construção é realizada por meio da reflexão, assim o aluno tem a possibilidade de decidir o que incluir e ao mesmo tempo analisar sua produção, podendo refazê-las ou não (recomenda-se que todas as versões permaneçam no portfólio mesmo as que forem reconstruídas, documenta-se assim o processo de aprendizagem do aluno). 3. O desenvolvimento da criatividade. O professor deverá organizar o trabalho com a turma de forma criativa, oportunizando a formulação de ideias variadas. Estes princípios conduzem o aluno a desenvolver a capacidade de avaliar seu próprio desempenho com o sentido de avançar, ou seja, requer o desenvolvimento da habilidade crítica. Esta autoavaliação auxilia o aluno a estabelecer comparação com os parâmetros que foram formulados pelo professor, a conhecer e compreender os objetivos específicos da aprendizagem e os critérios de avaliação que serão utilizados para avaliar seus trabalhos. E ainda, a reconhecer suas potencialidades e fragilidades, reagindo ao seu trabalho e fornecendo suas percepções quanto à sua aprendizagem de forma a trabalhar visando alcançar outros objetivos. A partir das discussões realizadas durantes décadas sobre modelos de avaliação, educadores e pesquisadores insatisfeitos com as formas habituais de avaliação e aferição do desempenho dos educandos, questionando as limitações de métodos tradicionais baseados muito mais na verificação de respostas do que no acompanhamento de produções e construções do aluno que demonstrem seu desenvolvimento, optaram pelo uso de portfólios como uma valiosa ferramenta de avaliação. Avaliação Teoria e Prática 44 O portfólio utilizado comumente nas artes plástica (artistas utilizam portfólios para apresentar amostras de seu trabalho, registrando momentos significativos de sua trajetória em uma ordem cronológica) passou a ser aplicado na avaliação da aprendizagem escolar. No que se refere à trabalhos ou produções escolares, de uma turma, disciplina ou aluno, o portfólio é um repositório que agrupa amostras de atividades e de construções, individuais e coletivas, construídas pelos alunos com as devidas anotações do professores sobre os documentos em questão. Trata-se de uma ferramenta versátil que pode ser utilizadas desde a Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental e Médio e até mesmo na Educação Superior. Em alguns casos o próprio professor monta o portfólio de seus alunos, porém de modo mais participativo e ideal, deve-se contar com a contribuição dos alunos criando uma metodologia processual de arquivamento e registro das produções, respeitando-se sempre o nível de desenvolvimento do aluno segundo sua idade/ série. O portfólio pode ser considerado um elemento de comunicação, registro e reflexão sobre aprendizagens e metodologias de ensino, como destaca Smole (1996): O portfólio constitui importante elemento de comunicação entre aluno e professor, entre professor e pais, entre alunos e pais funcionando ao mesmo tempo como regulação do processo educativo e como instrumento de avaliação eficiente, uma vez que propicia uma análise contínua dos progressos individuais dos alunos. É exatamente nessa confluência comunicativa que o portfólio pode contribuir para levar o aluno se enxergar na ação de aprender, sendo responsável por ela. (SMOLE, 1996, p. 185). Eis algumas razões a serem pontuadas como motivadoras para a utilização de portfólios como instrumento de avaliação (CARVALHO, 2007): • Permite a avaliação formativa do aluno. • Possibilita a reflexão por parte de todos os participantes do processo: alunos, professores, pais e gestores. • Fornece suporte à continuidade do trabalho em caso de troca de professor, ou caso o aluno mude de escola. Avaliação Teoria e Prática 45 • Apresenta-se como ótima ferramenta metodológica para registro do ensino e acompanhamento da aprendizagem. • Propicia aos pais compreender o processo escolar por meio do acompanhamento do desenvolvimento dos filhos. A utilização de portfólio nas escolas, especialmente como instrumento de avaliação ainda é recente, no entanto, inovações no modo de aplicação já têm sido descritas, especialmente com o uso de tecnologias de informação. Um cuidado fundamental que professores devem tomar ao compor portfólios comoferramentas de avaliação é estar consciente de que um portfólio difere em muito de um mero agrupamento organizado de produções dos alunos. Avaliação Teoria e Prática 46 REFERÊNCIAS ABICALIL, C. A. Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação. In: CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2010, Brasília. Anais. Brasília: MEC, 2011. p. 100-113. ANDRÉ, M. O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. Campinas: Papirus, 2007. CARVALHO, F. G. M. Avaliação e implicações na formação docente. Campinas: PUCC, 2003. CURY, C. R. J. A Educação Básica como direito. Cadernos de Pesquisa, v. 38, n. 134, p. 293-303., mai./ago. 2008 FERNANDES, D.; NEVES, A., CAMPOS; C., CONCEIÇÃO; J. M.; ALAIZ V. Portfolios: para uma avaliação mais autêntica, mais participada e mais reflexiva. In: FERNANDES, D. Pensar avaliação, melhorar aprendizagem. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 1994. FREIRE, P. 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