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1. Sim, de acordo com a Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 167, I, todas as despesas públicas devem estar previamente autorizadas pelo Poder Legislativo por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA). A LOA estabelece o orçamento anual do governo, especificando as despesas autorizadas para cada órgão e programa governamental. Essa autorização é fundamental para garantir o controle democrático dos gastos públicos.
2. As despesas de pessoal geralmente são enquadradas como despesas correntes. Isso ocorre porque esses gastos se referem a custos recorrentes da administração pública, como salários, aposentadorias e pensões, que não envolvem investimentos em bens duráveis ou infraestrutura. As despesas correntes são necessárias para a manutenção das atividades do governo, enquanto as despesas de capital estão relacionadas a investimentos em ativos de longo prazo.
3. Até a minha data de corte em setembro de 2021, não havia uma lei complementar específica que disciplinasse todos os aspectos relacionados ao exercício financeiro, prazos, vigência, elaboração e organização dos orçamentos, normas de gestão financeira e patrimonial, conforme previsto no artigo 165, § 9º, I e II da Constituição Federal. No entanto, havia a Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que tratava de diversos aspectos relacionados à gestão fiscal, controle de despesas e limites para gastos com pessoal. A LRF é uma das principais normas que regulam a gestão fiscal no Brasil.
4. Na classificação da despesa pública por esfera orçamentária, pretende-se identificar a origem dos recursos e a esfera administrativa responsável pela execução da despesa. As principais esferas são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Essa classificação ajuda a acompanhar como os recursos estão sendo distribuídos entre os diferentes níveis de governo.
5. A classificação orçamentária que tem por finalidade principal evidenciar as unidades administrativas responsáveis pela execução da despesa pública é a "unidade orçamentária". O código da classificação da unidade orçamentária é composto por quatro partes: órgão, unidade, função e subfunção. Por exemplo, o código "10.301.00.122" pode representar um órgão governamental (10), uma unidade administrativa específica (301), uma função (00) e uma subfunção (122).
6. A função, dentro da classificação funcional, traduz e deve refletir as áreas de atuação do governo. Ela agrupa as despesas de acordo com as finalidades governamentais, como saúde, educação, segurança, cultura, entre outras. A função reflete a natureza das atividades desempenhadas pelo setor público.
7. A função "encargos especiais" é considerada uma agregação neutra porque não se enquadra diretamente em uma área de atuação específica do governo, como saúde ou educação. Ela é usada para alocar despesas que não se encaixam nas funções tradicionais, sendo mais genérica em sua natureza. Isso a torna neutra em relação às áreas de governo.
8. Dentro da classificação programática das despesas, as ações orçamentárias podem ser do tipo:
 - Projeto: Visa a realização de um conjunto de obras ou serviços que resultam em um produto final. Tem prazo determinado e custo previamente estabelecido.
 - Atividade: Representa uma ação contínua ou rotineira do governo, sem um produto final específico. Envolve despesas para manter serviços em andamento.
 - Operação especial: São ações que não se enquadram nos conceitos anteriores, geralmente relacionadas a despesas de caráter temporário ou emergencial.
9. A sigla "c.g.mm.ee.dd" não representa uma classificação econômica de despesa conhecida em minha base de dados até setembro de 2021.
10. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 169, condiciona a realização de despesa com a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, à observância da lei de responsabilidade fiscal e à autorização específica na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
11. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), os prazos para publicação e disponibilização ao acesso público do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) são até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, referentes ao quadrimestre anterior. Portanto, essas datas são 31 de maio, 30 de setembro e 28 de fevereiro.
12. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, a despesa total com pessoal compreende o somatório dos gastos do ente federativo com os ativos, inativos e pensionistas, relativos a pessoal civil e militar, incluindo encargos sociais e outras despesas diretas ou indiretas decorrentes do pessoal.
13. A despesa total com pessoal será apurada somando-se os gastos com pessoal ativo, inativo e pensionista, bem como os encargos sociais, de acordo com as regras estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal.
14. O regime de competência é um método contábil que registra as transações no momento em que são incorridas, independentemente do momento em que os pagamentos ou recebimentos efetivos ocorrem. Sua principal vantagem é a capacidade de fornecer uma visão mais precisa das obrigações e compromissos financeiros do governo ao longo do tempo.
15. Sim, a despesa com pessoal, para ser obrigatoriamente incluída no cálculo da despesa total com pessoal, depende da legalidade da contratação. Ou seja, apenas os gastos com pessoal que foram realizados de acordo com a legislação vigente podem ser contabilizados.
16. No cálculo da despesa total com pessoal, devem ser incluídas as despesas com serviço de limpeza decorrentes de contratos de terceirização referentes à mão de obra empregada na atividade, desde que esses contratos atendam aos critérios estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso significa que as despesas com serviço de limpeza terceirizado podem ser consideradas como parte da despesa com pessoal, desde que a mão de obra seja empregada nas atividades essenciais da entidade.
17. O percentual calculado sobre a receita corrente líquida que corresponde ao limite máximo de gastos com a despesa total com pessoal varia de acordo com a esfera de governo:
União: 50% da Receita Corrente Líquida (RCL).
Estados: 60% da RCL.
Municípios: 60% da RCL.
Neste limite, não são computadas despesas derivadas da convocação extraordinária do Congresso Nacional em caso de urgência ou interesse público relevante, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
18. A Receita Corrente Líquida (RCL) dos entes da federação inclui todas as receitas arrecadadas, deduzidas das transferências constitucionais, legais e voluntárias entre entes federativos, bem como as receitas de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, de transferências correntes e outras. Ela serve como parâmetro para diversos cálculos e limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), como o limite de gastos com pessoal, o limite de endividamento, entre outros.
19. Despesas com o pagamento de benefícios como auxílio-natalidade e auxílio-funeral devem integrar o cálculo da Despesa Total com Pessoal (DTP) se forem consideradas despesas de pessoal, ou seja, se estiverem relacionadas a servidores públicos. Caso contrário, não são incluídas na DTP.
20. Os limites de alerta e prudencial para os gastos com pessoal no Poder Público estão definidos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O limite de alerta corresponde a 90% da Despesa Total com Pessoal (DTP), enquanto o limite prudencial é de 95% da DTP. Quando esses limites são ultrapassados, existem restrições, como a proibição de conceder vantagens, aumentos ou reajustes de remuneração, a exoneração de servidores não estáveis e a redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança.
21. O prazo para eliminação do excesso de gastos com pessoal é de dois quadrimestres. Se ao final desse período não for alcançada a redução necessária, o Poder ou órgão sofrerá outras restrições, comoa proibição de contratar pessoal, exceto para reposição de cargos vagos, e a vedação de recebimento de transferências voluntárias.
22. Sim, as restrições mencionadas nas questões 20 e 21 também serão aplicadas aos Municípios em caso de queda de receita real superior a 10% devido à diminuição das transferências recebidas do Fundo de Participação dos Municípios decorrente de concessão de isenções tributárias pela União.
23. O ato que resulte em aumento de despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do Poder ou órgão submetido ao limite de gastos com pessoal será nulo de pleno direito, e o responsável pelo ato responderá por suas consequências, inclusive por eventuais débitos decorrentes desse aumento.
24. Os três estágios da execução da despesa pública são:
 a) Empenho: É a primeira etapa, onde a despesa é autorizada, reservando-se os recursos orçamentários para seu pagamento. Neste estágio, é emitido o empenho, que é o compromisso formal de pagamento.
 b) Liquidação: É a segunda etapa, na qual se verifica se a despesa foi devidamente realizada conforme o empenho. São conferidos os serviços ou bens entregues, atestando-se a sua conformidade com o empenho.
 c) Pagamento: É o último estágio, no qual ocorre o efetivo pagamento da despesa, transferindo os recursos financeiros para o credor.
25. Despesas cujo montante não se pode determinar antecipadamente, como contas de luz, são empenhadas de forma estimativa, ou seja, é feita uma previsão de gastos com base em médias históricas ou estimativas. Posteriormente, após a medição ou aferição do consumo real, a despesa é liquidada com o valor exato.
26. O regime de adiantamento é aplicável para o pagamento de despesas de pequeno valor e caráter sigiloso. Ele consiste na antecipação de recursos financeiros a um servidor para que este efetue despesas específicas, como a compra de materiais de escritório ou pequenos reparos. O servidor deve prestar contas dos valores recebidos.
27. Restos a Pagar são despesas empenhadas (compromissadas) em um exercício financeiro que não foram pagas até o final do exercício. Em outras palavras, são despesas que ficaram pendentes de pagamento de um ano para o outro.
28. A inscrição em restos a pagar pode se dar como não processados e processados. A diferença está na fase de execução da despesa:
 - Restos a pagar não processados são despesas empenhadas, mas que não chegaram a ser liquidadas (segunda fase da execução) até o final do exercício. A inscrição de restos a pagar não processados não exige condições especiais, ocorrendo automaticamente quando o empenho não é liquidado.
 - Restos a pagar processados são despesas empenhadas, liquidadas, e que aguardam apenas o pagamento. Para a inscrição de restos a pagar processados, é necessário que a liquidação tenha sido efetuada no mesmo exercício financeiro em que ocorreu o empenho.

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