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Sustentabilidade e jardinagem Apresentação O conceito de sustentabilidade pode ser definido como a capacidade de as gerações presentes satisfazerem as suas necessidades sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Dessa maneira, estratégias que visem à elaboração de edificações sustentáveis devem ser aplicadas a projetos arquitetônicos e paisagísticos, garantindo conforto aos usuários, em um ambiente saudável e eficiente, sem comprometer o meio ambiente. Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer elementos filtrantes que podem ser aplicados em jardins, para amenizar os impactos ambientais ocasionados pelo ser humano, além de identificar soluções para a elaboração de coberturas verdes e fachadas vegetadas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer o uso de elementos de filtragem de água em jardins.• Analisar a escolha de telhados verdes.• Comparar soluções de paredes verdes e cortinas vegetais.• Desafio O conforto ambiental e a preservação do meio ambiente são premissas apresentadas por muitos clientes quando estes solicitam a elaboração de um projeto arquitetônico a um profissional qualificado. Você é arquiteta e deve elaborar o projeto de uma residência de dois pavimentos que apresente estratégias sustentáveis. O cliente solicita a implantação de um telhado verde, com possibilidade de utilização para lazer e que comporte espécies frutíferas, para consumos dos habitantes da edificação. Visando à redução no consumo de sistemas de resfriamento, o cliente solicita a implantação de estratégias que minimizem a incidência solar direta, mas que possibilitem a abertura das janelas para ventilação dos ambientes. Indique qual tipo de telhado verde você irá sugerir para esse cliente, e qual estratégia você irá determinar para a utilização nas fachadas com incidência solar direta. Infográfico Os telhados verdes são utilizados para garantir conforto térmico e acústico às edificações, além de proporcionar ambientes atrativos para a fauna local e possibilitar a utilização do espaço pelos seus habitantes. Neste Infográfico, você irá acompanhar a identificação dos diferentes tipos de telhados verdes, passando pelo extensivo, o intensivo e o semi-intensivo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c441781d-f0f2-45c6-bed1-362ce2c9c2a6/f9800723-b719-4c3e-9f04-bc00be88d0bf.png Conteúdo do livro O consumo desenfreado e a crescente degradação ambiental acarretam em impactos ao meio ambiente que dificilmente podem ser revertidos. Porém, estratégias podem ser aplicadas às edificações visando à minimização desses impactos e, ainda, garantindo conforto ambiental e qualidade de vida aos usuários. No capítulo Sustentabilidade e jardinagem, da obra Composição de Jardins, você encontrará premissas que visam a facilitar o escoamento da água das chuvas, mediante a utilização de jardins de chuva; a reutilizar a água resultante de efluentes, após a remoção dos poluentes; e que visam, também, à geração de ambientes confortáveis termicamente e acusticamente por meio da utilização de telhados verdes e envoltórios vegetados. Boa leitura. COMPOSIÇÃO DE JARDINS Sustentabilidade e jardinagem Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer o uso dos elementos de filtragem de água em jardins. � Analisar a escolha de telhados verdes. � Comparar as soluções de paredes verdes e cortinas vegetais. Introdução A adequação aos preceitos sustentáveis está diretamente ligada à con- servação do meio ambiente e à sobrevivência dos seres vivos, pois é a possibilidade de as gerações atuais satisfazerem suas necessidades, sem comprometer as das gerações futuras. Assim, as edificações e as áreas de convivência, como as áreas verdes ou o espaço urbano, devem ser elaboradas visando à adequação às premissas de sustentabilidade. Contudo, o aumento populacional e a crescente urbanização tendem a aumentar o índice de áreas pavimentadas e construídas, reduzindo as áreas verdes. Essa redução dificulta o escoamento das águas das chuvas e amplia os efeitos das ilhas de calor, gerando impactos que precisam ser amenizados. Neste capítulo, você estudará alternativas eficientes para o escoa- mento das águas das chuvas, as estratégias para reutilização da água e dos efluentes domésticos, visando o conforto ambiental e a qualidade de vida, mediante o uso de vegetações; bem como os telhados verdes e envoltórios vegetais, que garantem conforto térmico e acústico às edificações. Jardins com sistemas de filtragem A busca por oportunidades direciona os seres humanos aos grandes centros urbanos, que, em geral, já estão saturados devido à constante urbanização. As áreas verdes não são encontradas com tanta frequência, pois as edificações ocupam seu lugar para comportar pessoas e serviços que migram em razão do crescimento. Com a redução das áreas permeáveis e o frequente descaso das pessoas em relação ao descarte adequado de resíduos, os sistemas de drenagem urbana podem ficar sobrecarregados ao atingir sua capacidade limítrofe, resultando em alagamentos e comprometendo a qualidade de vida da população local. O crescimento populacional desenfreado ressalta a necessidade de adaptar as cidades para receber novos habitantes, bem como os processos de urba- nização e drenagem urbana, a fim de garantir o manejo adequado das águas pluviais urbanas. Para maximizar seu controle de escoamento e mitigar os impactos ambientais, utiliza-se técnicas compensatórias que visem à pre- servação dos meios naturais de escoamento e à redução da vazão à jusante, mediante alternativas de armazenamento, detenção, retenção, interceptação, infiltração e evapotranspiração dessas águas (MELO et al., 2014). A redução das áreas verdes, em razão da ampliação dos espaços pa- vimentados e construídos, dificulta o escoamento das águas das chuvas, sobrecarrega os sistemas pluviais e aumenta, de forma significativa, os volumes dos efluentes urbanos. Consequentemente, deve-se implantar sistemas alternativos para minimizar esses impactos e gerar áreas aptas à sobrevivência humana em um ambiente saudável, visando à qualidade de vida. Entre as alternativas, o uso de jardins de chuva e jardins filtrantes se enquadra nessas premissas e ameniza os impactos acarretados pela crescente urbanização, pois eles são implantados em pequenas áreas, mas podem comportar grandes volumes de água. Os jardins de chuva são os sistemas de biorretenção mais recomendados em áreas residenciais, por serem de fácil adequação aos pequenos espaços e proporcionar benefícios ambientais, ecológicos, paisagísticos e econômicos. Sua utilização garante a filtragem dos poluentes advindos da atmosfera com as águas da chuva, para que a água limpa resultante infiltre no solo, recarregue o aquífero e reduza os riscos de inundações, acarretados pelas fortes chuvas. Veja um exemplo de jardim de chuva na Figura 1. Sustentabilidade e jardinagem2 Figura 1. Exemplo de jardim de chuva. Fonte: Portland Bureau of Enviroment Services ([S. d.] apud ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND; FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA, 2013, p. 2). Estes jardins incorporam em seu sistema as funções de retenção, filtra- ção e infiltração. Na primeira etapa, a água é captada e retida, para retardar e minimizar ou evitar os impactos que ocorrem com seu escoamento su- perficial, ao conservá-la sobre a superfície a fim de, posteriormente, infil- trar ou evaporar. Já a segunda e a terceira etapas transcorrem em conjunto, na filtração, há a remoção dos poluentes advindos do escoamento superficial, como os sólidos suspensos totais, nitratos, fósforo total, zinco e metais pesados (MELO et al., 2014). Para fins de dimensionamento, os jardins de chuva podem ser elaborados representando, no mínimo,5% da superfície impermeável, calculando-se toda a área pavimentada no terreno e destinando o valor referente a 5% dela para a implantação do jardim. Após definir as dimensões e determinação do local de implantação, eles são construídos em seis camadas (Figura 2), conforme a ordem de execução do sistema, de modo que a primeira camada corresponda ao local de armazenamento da água, sendo associada à recarga subterrânea. 3Sustentabilidade e jardinagem A segunda camada abriga temporariamente a água antes de penetrar no solo natural e é composta de brita ou cascalho; e a terceira retém as partículas finas no processo de infiltração, por meio de uma manta geotêxtil. Já a quarta camada, por ser constituída de areia, serve para estimular a infiltração e redistribuir a água no solo; e, na quinta, realiza-se o suporte para a camada vegetal, mediante o uso de substrato, a fim de disponibilizar os nutrientes necessários para o desenvolvimento adequado das plantas. Por fim, a sexta camada é formada por plantas aptas a se desenvolver nas condições climáticas locais (MELO et al., 2014). Figura 2. Composição dos jardins de chuva. Fonte: Cormier e Pellegrino (2008, p. 128). Para a efetividade dos jardins de chuva, deve-se analisar as condições cli- máticas do local de implantação, a fim de determinar as dimensões necessárias para sua área de armazenamento, considerando a frequência e a intensidade das chuvas, bem como definir as espécies de vegetações adequadas para propagação. Sustentabilidade e jardinagem4 Segundo Melo et al. (2014), existem etapas para determinar as dimensões a serem utilizadas na estrutura de um jardim de chuva, conforme você pode ver na Figura 3. Na prática Veja, em realidade aumentada, o processo de composição de um jardim de chuva. 1. Acesse a página https://bit.ly/2Ivmt8b e baixe o aplica- tivo Sagah Composição de jardins e interações medica- mentosas na estética. Se preferir, use o QR code ao lado para baixar o aplicativo. 2. Abra o aplicativo e aponte a câmera para a imagem a seguir: 5Sustentabilidade e jardinagem Figura 3. Etapas de cálculo para dimensionamento de um jardim de chuva. Fonte: Melo et al. (2014, p. 151). I. Intensidade de precipitação II. Altura de precipitação III. Volume de entrada IV. Volume de saída V. Altura de brita Dimensões adotadas Os autores analisaram o volume de entrada de água, considerando a inten- sidade e a altura de precipitação, para adequar o volume de saída e definiram a altura da camada de britas, que é responsável por comportar temporariamente a água captada. Além dos excedentes gerados pelas mudanças climáticas, que aumentam o volume das chuvas, existe a geração de efluentes, portanto, deve-se implantar alternativas para minimizá-la a fim de não sobrecarregar os sistemas que já estão com capacidade próxima às limítrofes de implantação. O tratamento de efluentes antes do descarte é necessário para garantir a saúde pública, pois, caso ele não ocorra, pode acarretar problemas ambien- tais e sociais, como a degradação do ecossistema e propagação de doenças, os principais resultantes da falta de saneamento básico. Porém, para amenizar esses fatores, cria-se tratamentos naturais por meio dos jardins filtrantes, ou wetlands, que significa terras alagadas (RIBEIRO; BLAUTH, 2018). Os jardins filtrantes realizam a fitofiltragem das águas cinzas para adequá- -las à reutilização, para uso na forma não potável, sendo uma técnica eficaz e confiável. Nesse sistema, as raízes das plantas filtram os poluentes quími- cos, transformando o esgoto em águas semipotáveis (MORAIS et al., 2015). Na Figura 4, você pode ver um exemplo de jardim filtrante. Sustentabilidade e jardinagem6 Figura 4. Exemplo de jardim filtrante. Fonte: Ribeiro e Blauth (2018, p. 6). A utilização de jardim filtrante eleva a qualidade de vida da sociedade e proporciona bem-estar, pois ele faz a reciclagem da água, embeleza o local no qual é instalado e anula os possíveis odores acarretados pelos sistemas de esgoto. Ele também reduz a poluição, minimiza os efeitos das ilhas de calor e diminui a poluição sonora, sendo uma alternativa eficiente e sustentável nos centros urbanos (MORAIS et al., 2015). Os jardins filtrantes são compostos de materiais porosos, que absorvem as partículas, como brita e carvão; e de plantas aquáticas, que realizam a filtragem das águas. Assim, criam ambientes anaeróbicos e aeróbicos junta- mente aos materiais porosos e às plantas, havendo separação das gorduras. No reservatório anaeróbico, há um tanque formado por britas, terra e plantas aquáticas, que atua como um filtro misto e captura sólidos orgânicos grossos, de modo que as plantas filtram a água, e a terra retém o sabão existente. Já no reservatório anaeróbico fica a água a ser reutilizada. Em geral, as camadas dos reservatórios são separadas por camadas de casca de arroz para ampliar a eficiência do filtro. Já o efluente a ser lançado é o fator determinante para indicar o tamanho do reservatório (MORAIS et al., 2015). Veja na Figura 5 o funcionamento desse jardim. 7Sustentabilidade e jardinagem Figura 5. Exemplo de jardim filtrante. Fonte: Canalli et al. (2018, p. 146). Recirculação o2 o2 o2 o2 Reações aeróbias Bactérias aeróbias Bactérias aeróbiasCO2 Interação das reações aeróbias e anaeróbias o2 o2 o2 Produção matéria vegetal Injeção de oxigênio do ar pelas folhas até as raízes por diferença de pressão hidrostática Entrada Caixa de homogeboção Fluente Redução de CO2 Redução e �xação CO2 Neste sistema, as bactérias realizam a decomposição da matéria orgânica e dividem-se em dois grupos: das aeróbicas, que sobrevivem e se reproduzem caso haja oxigênio molecular livre no meio em que vivem, sendo encontradas na água ou atmosfera; e as anaeróbicas, que não sobrevivem ao entrar em contato com o oxigênio livre e, consequentemente, não necessitam dele para viver. Elas transformam a matéria orgânica, presente nos esgotos, em materiais solúveis, sendo que o sistema terá maior eficiência quanto maior for o número de ambientes anaeróbicos e aeróbicos que o compõem (MORAIS et al., 2015). Segundo Ribeiro e Blauth (2018), existem três tipos de jardim filtrante: o primeiro forma uma espécie de lago, com água livre e visível, sendo compa- rado aos ecossistemas naturais de áreas alagadas; no de fluxo vertical, composto de areia, cascalho e plantas macrófitas, a água corre verticalmente e é tratada pelas raízes destas; e o de fluxo horizontal, cujo processo é semelhante ao do vertical, porém a água se distribui horizontalmente pelo sistema. Os jardins filtrantes são compostos de processos biológicos, químicos e físicos, que ocorrem nas zonas de raízes juntamente aos microrganismos, bem como de processos naturais e complementares. Comparados aos sistemas de tratamento de efluentes convencionais, eles possuem eficiência satisfatória, baixo custo de implantação e manutenção, são econômicos e formados por tecnologias limpas e sustentáveis (RIBEIRO; BLAUTH, 2018). Sustentabilidade e jardinagem8 A escolha das espécies e a forma de alocação podem trazer diferenças ao tratamento, sendo assim, alguns requisitos básicos devem ser considerados, como facilidade de adaptação ecológica; tolerância ao clima, às pragas e doenças, aos poluentes e às inundações; facilidade de disseminação e crescimento; alta capacidade de remoção de poluentes, etc. (RIBEIRO; BLAUTH, 2018). Para a execução dos jardins filtrantes, utiliza-se três etapas (Figura 6): a primeira compreende o jardim vertical, sendo que o efluente passa por um filtro vegetal vertical para degradação da matéria orgânica e do nitrogênio, seguindo para um filtro vegetal horizontal, destinado ao tratamento anaeró- bico, pois não tem oxigênio. O término do processo ocorre na lagoa terminal, que comporta a água a ser reutilizada para fins específicos. O sistema deve passar por manutenção a cada 10 anos para retirar a matéria mineralizada que ficaacumulada no jardim vertical e é usada para adubação na agricultura (RIBEIRO; BLAUTH, 2018). Figura 6. Etapas dos jardins filtrantes. Fonte: Quem somos? (2012, p. 2). Filtro vertical Filtro horizontal Lagoa plantada Zona de in�ltração A utilização das plantas como sistema de despoluição traz as combina- ções necessárias para acarretar as alterações físico-químicas dos poluentes, possibilitando a absorção e retenção destes por elas. Já a limpeza de corpos d’água ocorre por fitodegradação, fitoacumulação e fitolixiviação. Na primeira, os contaminantes orgânicos são consumidos pelo oxigênio; já na segunda, há mudança da forma físico-química, permitindo a utilização dos poluentes pelas plantas, o que ressalta o uso do cobre, zinco, fósforo, nitrogênio, carbono, entre outros. Já a terceira permite a retenção, nos filtros vegetativos, dos contaminantes líquidos (RIBEIRO; BLAUTH, 2018). 9Sustentabilidade e jardinagem O tratamento de esgoto com as plantas e outros recursos naturais é uma alternativa limpa, ecologicamente correta e eficiente, seguindo os preceitos da natureza (MORAIS et al., 2015). Além de atuar na despoluição das águas, as vegetações são utilizadas como mecanismos para purificação do ar e coleta de águas da chuva, visando à minimização do consumo desse recurso natural. A captação dessas águas pode ocorrer mediante a implantação de telhados verdes nas edificações, o que frisa a importância dos preceitos de sustentabi- lidade incorporados ao setor da construção civil. Telhados verdes As estratégias sustentáveis agregam valor às edificações, seja em termos de recursos financeiros, como em relação à estética, ao complementar a volumetria ou de benefícios, por exemplo, um entorno saudável com a sua utilização. O uso de vegetação minimiza os danos acarretados pelas construções convencionais, as quais priorizam concreto e asfalto, tornando os ambientes mais ecossistêmicos, ampliando a resiliência dos centros urbanos e gerando benefícios estéticos, de lazer, sociais, econômicos e ambientais. Ao ser utilizada como um recurso de infraestrutura, ela melhora a qualidade de vida e compreende uma alternativa sustentável de longo prazo, abrangendo jardins verticais, calçadas ou telhados verdes e jardins filtrantes (SETTA, 2017). O telhado verde corresponde à instalação de coberturas vegetais sobre lajes ou telhados convencionais, garantindo que as edificações tenham conforto térmico e façam a retenção das águas da chuva, juntamente aos poluentes, bem como atraiam a fauna local e retirem o carbono presente no seu entorno (SETTA, 2017). Na Figura 7, você pode ver um exemplo de telhado verde. Sustentabilidade e jardinagem10 Figura 7. Exemplo de telhado verde. Fonte: Franco (2019, documento on-line). Em comparação aos materiais convencionais, o telhado verde pode apre- sentar um valor elevado, devido à adequação da estrutura da edificação, pois o peso do sistema deve ser considerado na sua totalidade, tanto quando estiver seco como, principalmente, ao estar saturado. A escolha do substrato também é importante, porque alguns aumentam os níveis de nitrogênio e fósforo, após a lixiviação do substrato (SETTA, 2017). A classificação dos telhados verdes se divide em extensivo, intensivo e semi-intensivo, conforme o seu uso, o tipo de vegetação e a espessura do subs- trato, depois, define-se a estrutura que deve ser dimensionada para suportá-los. Para a implantação em edificações já existentes, a estrutura a ser utilizada determinará qual tipo e uso esse telhado precisa dispor (FERRAZ, 2012). 11Sustentabilidade e jardinagem Em geral, o telhado verde extensivo é utilizado para escoar as águas plu- viais, com vegetações rústicas e rasteiras que não precisam de manutenção constante, nem de muitos cuidados (Figura 8). Na sua elaboração, usa-se um substrato com espessura entre 6 e 20 cm, com possibilidade de aplicação em coberturas inclinadas de até 45º (FERRAZ, 2012). Figura 8. Exemplo de telhado verde extensivo. Fonte: Garden... (2019, documento on-line). O telhado verde intensivo assemelha-se ao jardim e comporta vegetações de grande porte, como árvores e arbustos, necessitando de elevada manutenção e cuidados com irrigação (Figura 9). Conforme o porte da vegetação escolhida, o substrato pode variar de 10 a 120 cm, porém deve ser implantada apenas em telhados horizontais para que não ocorram deslizamentos, devido à grande espessura do substrato (FERRAZ, 2012). Sustentabilidade e jardinagem12 Figura 9. Exemplo de telhado verde intensivo. Fonte: Garden... (2019, documento on-line). Intermediária aos outros, o telhado verde semi-intensivo comporta espé- cies de até médio porte, conforme a espessura do substrato, variando de 12 a 25 cm e podendo ter uma inclinação inversamente proporcional à altura dele. Esse sistema ainda requer uma manutenção periódica devido ao porte das espécies implantadas (FERRAZ, 2012). Veja um exemplo de telhado semi- -intensivo na Figura 10. 13Sustentabilidade e jardinagem Figura 10. Exemplo de telhado verde semi-intensivo. Fonte: Garden... (2019, documento on-line). Apesar de não reduzirem completamente os efeitos da crescente urbani- zação, as coberturas verdes têm diversas vantagens quando comparadas aos sistemas tradicionais de telhados, como redução das superfícies pavimentadas e, consequentemente, impermeáveis; produção de oxigênio; redução dos índices de poluição e das ilhas de calor; regulagem da temperatura no interior das edificações, por meio da evapotranspiração; minimização das variações de umidade no entorno; ampliação da vida útil da cobertura; redução dos ruídos externos; redução no consumo de energia, pelo isolamento térmico; diminuição do alastramento de chamas, em caso de incêndios; espaço recreativo; prevenção de inundações, pois a água retorna ao ciclo natural pela evaporação; aroma das espécies; incentivo a fauna; melhor qualidade de vida; e contribuição para classificar a edificação como sustentável (FERRAZ, 2012). Independentemente do tipo de telhado verde a ser instalado na edificação, o sistema construtivo deve ser composto das seguintes camadas: estrutura, impermeabilização, camada antirraiz, drenagem, camada filtro, substrato e vegetação (Figura 11). Para definição da estrutura, considera-se o tipo de co- Sustentabilidade e jardinagem14 bertura verde a ser implantado, calculando seu próprio peso, o peso acarretado pelas plantas adultas e o do substrato saturado. As instalações que compõem o telhado devem ser agrupadas a fim de facilitar a manutenção, incluindo um acesso ao local e mantas antiderrapantes que tenham uma inclinação maior que 20º. Já as camadas de base precisam ser fixadas corretamente para não se deslocarem em locais com ventos fortes (FERRAZ, 2012). Figura 11. Camadas do telhado verde. Fonte: Adaptada de Franco (2019). Camada vegetal Substrato Drenagem Manta asfáltica acabamento cascalho instalada por termofusão, com 4 mm de espessura Manta asfáltica acabamento liso adesivo especial primmer 3 mm de espessura Laje de concreto inclinação mínima de 2% Já para garantir que a água não ficará empoçada sobre a cobertura e infil- trará na edificação, a laje deve ser executada com, no mínimo, 2% de incli- nação. Quando for feita em concreto, precisa ter um acabamento semipolido, com no máximo 4% de umidade, e tubos de drenagem de 4” de diâmetro (FRANCO, 2019). A impermeabilização da laje deve ser realizada com um adesivo pri- mer, que é uma camada de membrana asfáltica com acabamento liso, fosco e espessura de 3 mm, aplicada a partir da parte mais baixa do telhado e seguindo perpendicular à inclinação, com sobreposição de 10 cm em cada rolo a favor dela. Já a segunda camada da membrana asfáltica precisa ter um acabamento de cascalho, com espessura de 4 mm, aplicada por termofusão (FRANCO, 2019). 15Sustentabilidade e jardinagem A camada drenante é responsável por permitir a passagem da água e evitar a passagem da terra e o contato dasraízes com a estrutura, podendo incorporar uma espuma de polietileno e a manta de geotêxtil permeável (FRANCO, 2019). Ela deve apresentar duas saídas, uma para drenagem e outra para escape do excesso de água. Quando incorporada à função de reservatório, pode comportar até 32 litros por m² e, para tanto, utiliza poliestireno. Para evitar o entupimento dessa camada, pode-se aplicar uma camada de filtro entre o substrato e a camada drenante, feita com a manta geotêxtil, a qual transporta a água nas coberturas do tipo extensivas, mediante a capilaridade (FERRAZ, 2012). Para complementar a camada drenante, usa-se o substrato, considerado também a base do telhado verde, cuja espessura será determinada conforme as espécies utilizadas na cobertura. As principais características desse substrato são a granulação, a porcentagem de matéria orgânica, a estabilidade estrutural, a resistência à erosão, a permeabilidade, a capacidade máxima de retenção de água, a quantidade de nutrientes, a aeração do solo e seu potencial hidro- geniônico (pH). Essa camada pode ser composta de materiais leves, mas não recomenda-se que seja constituída apenas de material orgânico não tratado e solo superficial, devendo estes serem utilizados somente como complementação do substrato (FERRAZ, 2012). Em locais onde há sumidouros, parapeitos e áreas expostas, deve-se aplicar uma membrana líquida, que apresenta facilidade de aplicação nesses lugares, os quais tendem a gerar empoçamentos, tendo resistência aos raios ultravioletas (UV) e ampliando a durabilidade do sistema de modo geral (FRANCO, 2019). Já a camada de vegetação deve ser escolhida conforme as condições cli- máticas, a região onde a edificação se situa e o tipo de cobertura utilizada. As espécies precisam ser definidas por um paisagista especializado, assim como a camada de substrato, que deve ter sua composição e espessura adequadas às necessidades de cada um dos vegetais. A inserção de coberturas verdes proporciona conforto térmico e acústico às edificações, bem como atrai a fauna por meio da implantação da flora local. As edificações sustentáveis devem priorizar o bem-estar do ser humano e estar vinculadas à preservação da natureza. Sustentabilidade e jardinagem16 A fim de complementar os telhados verdes e visar o uso de elementos naturais na obtenção do conforto térmico, você pode optar por compor as fachadas das edificações com cortinas ou paredes verdes, minimizando a incidência solar direta e evitando o aumento das temperaturas no interior das construções. Alguns autores não consideram a cobertura verde semi-intensiva como uma tipologia, mostrando somente os dados referentes aos telhados verdes extensivos e intensivos (FERRAZ, 2012). Uso de paredes verdes e cortinas vegetais A crescente urbanização reduz as áreas verdes para dar espaço às grandes edificações e áreas pavimentadas nos centros urbanos, acarretando o aumento da degradação ambiental e a redução da qualidade de vida. A fim de amenizar esses impactos, uma alternativa é instalar os jardins verticais, ampliando as áreas verdes e proporcionando conforto ambiental (SCHERER, 2014). Os jardins verticais são classificados como extensivos ou intensivos. Os sistemas extensivos constituem-se de trepadeiras plantadas no solo ou em jardineiras, com fácil instalação e pouca manutenção. Já os intensivos comportam vegetações de pequeno porte, fixadas em painéis ou módulos específicos, precisando de maior investimento financeiro, pois possuem uma implantação mais complexa e uma manutenção mais elevada posteriormente, bem como necessitam de adubação e irrigação especiais (SCHERER, 2014). A fachada verde tradicional caracteriza-se pelas espécies trepadeiras auto- aderentes, fixadas diretamente nas alvenarias, representando uma pele sobre a edificação. Em geral, utiliza-se espécies como falsa-vinha, hera-inglesa e unha-de-gato (SCHERER, 2014). Na Figura 12, você pode ver um exemplo dessa vegetação. 17Sustentabilidade e jardinagem Figura 12. Parede verde com vegetação autoaderente. Fonte: spritekiku/Shutterstock.com. Já a cortina verde, também conhecida como dupla fachada verde, precisa de um suporte para a instalação da trepadeira, podendo variar seu formato, a distância entre os apoios e o afastamento das paredes, com a vantagem de ser utilizada diante de aberturas e planos de vidros. Cortinas verdes As cortinas verdes compreendem um tipo de jardim vertical, constituído de suportes afastados da superfície das edificações para o plantio de vegetações trepadeiras, proporcionando sombra e controlando a incidência solar direta (SCHERER, 2014). De acordo com Scherer (2014), os seguintes valores estão relacionados às cortinas verdes a fim de tornar a arquitetura mais humana e sustentável: “ser um componente natural, de baixo impacto ambiental, proporcionar contato do ser humano com a natureza, ser dinâmico, modificando-se ao longo dos anos e das variações das estações, trazerem informações visuais e sensoriais sobre cores, texturas e aromas, da intensidade e direção do vento”. Sustentabilidade e jardinagem18 Na composição das cortinas vegetais prevalece a linearidade, fechando ou dividindo os ambientes, visual ou fisicamente, com espécies que passem de 3 m de altura, sendo chamadas também de renque (MENEZES et al., 2015). Elas são classificadas em modular, treliça, cabeada e malha (SCHERER, 2014). O sistema modular combina módulos metálicos, jardineiras e treliças, limitando a área determinada para o substrato e a possibilidade de desenvol- vimento da vegetação. Contudo, nesse sistema, a manutenção e a expansão da vegetação podem ser facilmente controladas, havendo a possibilidade de inserir vegetações já desenvolvidas (SCHERER, 2014). Na Figura 13, você pode ver uma cortina verde com sistema modular. Figura 13. Cortina verde com sistema modular. Fonte: ESstock/Shutterstock.com. 19Sustentabilidade e jardinagem No sistema de treliça, a vegetação é plantada diretamente no solo ou em grandes jardineiras contínuas, o que possibilita seu desenvolvimento de forma mais expansiva. Ele ainda permite a criação de composições variadas, com diversos materiais e grande flexibilidade no distanciamento das fachadas (SCHERER, 2014). Na Figura 14, você pode conferir uma cortina verde com sistema de treliça. Figura 14. Cortina verde com sistema de treliça. Fonte: Pastorelli (2009, documento on-line). Sustentabilidade e jardinagem20 Já o sistema cabeado é composto de cabos em aço inox que conduzem a vegetação, plantada diretamente no solo ou em jardineiras, conforme apre- sentado na Figura 15. O cabeamento pode ser disposto para criar áreas com diferentes densidades, ampliando ou reduzindo o espaço a ser sombreado (SCHERER, 2014). Figura 15. Cortina verde com sistema cabeado. Fonte: Sutthi Chuvichit/Shutterstock.com. Semelhante ao sistema de treliça, o de malha tem um suporte mais ma- leável, o que possibilita a confecção em gramaturas e materiais diversos, podendo utilizar aço ou fios sintéticos, bem como permite a criação de células menores (SCHERER, 2014). Veja na Figura 16 uma cortina verde com sistema de malha. 21Sustentabilidade e jardinagem Figura 16. Cortina verde com sistema de malha. Fonte: Muñoz et al. (2019, p. 9). A adequação das variáveis climáticas, humanas e arquitetônicas possibilita a criação de edificações que proporcionem conforto térmico e acarretem baixo consumo de energia elétrica. As cortinas verdes possuem facilidade de execução e manutenção quando comparadas aos outros sistemas de jardim vertical, bem como agregam requisitos funcionais e estéticos à edificação (SCHERER, 2014). As cortinas verdes têm maior versatilidade quando comparadas aos proteto- res solares, pois se adaptam e reagem às condições climáticas locais, e não aos ângulos de incidência solar, como os protetores. Em épocas como a primavera e o verão, nas quais as edificações recebem maior incidência solar direta, a vegetação se renovará,brotando e crescendo com mais vigor, amenizando as altas temperaturas e ampliando as áreas de sombreamento. Já no inverno e outono, a vegetação tende a perder as folhas, e seu crescimento é mais lento, propiciando o aquecimento dos ambientes devido ao acesso da radiação solar estar facilitado (SCHERER, 2014). Ao reagirem às condições climáticas, as espécies se adéquam as necessidades do local, tornando-se uma opção mais assertiva para garantir o conforto térmico à edificação. Sustentabilidade e jardinagem22 Paredes verdes As paredes verdes são chamadas de muros verdes, fachadas e paredes vi- vas, compostas de diversas técnicas de plantio, abrangendo a utilização de vegetações que escalam a edificação de forma independente, ou por meio de sistemas que necessitam de suportes para a instalação das mudas. Alguns desses sistemas precisam de componentes especiais, como materiais; meca- nismos de fixação; sistemas de impermeabilização; isolamento; filtragem; drenagem; barreiras para as raízes não comprometerem as estruturas da edificação; substratos e vegetações adequados aos sistemas e às condicio- nantes climáticas (MINKS, 2013). A parede verde pode ser classificada como intensiva e possuir módulos em que se instala as vegetações, compostos de painéis geotêxtis, vasos ou blocos com cavidades (Figura 17), nos quais é aplicado apenas o substrato, sem que haja contato da raiz com o solo, a qual se situa na base da estrutura, sendo irri- gada com fertilizantes solúveis nos sistemas hidropônicos (SCHERER, 2014). Figura 17. Parede verde com módulos. Fonte: Jardim... (2019, documento on-line). 23Sustentabilidade e jardinagem As paredes verdes compostas de vasos ou cavidades têm módulos fixados a uma estrutura metálica anexa às paredes, havendo a possibilidade de eles serem instalados com as espécies já desenvolvidas. Já o sistema de painéis geotêxtis comporta arbustos de pequeno porte e forrações (Figura 18), dispostos sobre a manta, que é fixada a uma grelha metálica ou de policloreto de vinila (PVC), sem utilizar o solo para desenvolver as espécies. O sistema de irrigação fornece os minerais necessários para o desenvolvimento das vegetações, podendo ser aplicado também no interior das edificações, desde que possuam iluminação suficiente para a evolução das espécies (SCHERER, 2014). Figura 18. Parede verde com manta geotêxtil. Fonte: Scherer, Alves e Redin (2018, p. 93). Alvenaria Sistema de irrigação Painel de �xação da manta Abertura na manta e substrato Sistema de �xação Manta geotextil Vegetação de pequeno porte Tanque para recolhimento e reutilização da água A utilização de vegetações na composição das edificações eleva a qualidade de vida dos usuários e traz benefícios para o meio ambiente, ao preservar a fauna e a flora e minimizar o consumo de recursos, devido ao conforto ambiental proporcionado pelos sistemas já mencionados. Sustentabilidade e jardinagem24 Na Casa das Guaracemas, você pode observar a utilização do telhado verde e da parede verde como premissas para se adequar aos requisitos de sustentabilidade e obter o prêmio Saint-Gobain com o tema Habitat Sustentável. Saiba mais no link a seguir: https://qrgo.page.link/cTqFd Veja, em realidade aumentada, como funciona o sistema de painéis geotêxtis. 1. Acesse a página https://bit.ly/2Ivmt8b e baixe o aplica- tivo Sagah Composição de jardins e interações medica- mentosas na estética. Se preferir, use o QR code ao lado para baixar o aplicativo. 2. Abra o aplicativo e aponte a câmera para a imagem a seguir: Na prática 25Sustentabilidade e jardinagem As coberturas vegetais proporcionam conforto térmico e acústico às edifi- cações, minimizando os ruídos e o ganho de calor no seu interior, bem como possibilitam a coleta de água da chuva e a criação de ambientes de estar e lazer. Já os envoltórios verdes reduzem a incidência solar direta, propiciando conforto térmico e reduzindo os efeitos das ilhas de calor. Quando for possível, você deve adequar as edificações às estratégias de sustentabilidade, a fim de gerar bem-estar aos usuários e preservar o meio ambiente. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND; FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA. Projeto técnico: jardins de chuva. São Paulo: ABCP; FCTH, 2013. 12 p. Disponível em: http://solucoesparacidades.com.br/saneamento/4-projetos-sanea- mento/jardins-de-chuva/. Acesso em: 12 out. 2019. CANALLI, V. et al. Projeto de parque urbano com jardins filtrantes para o tratamento de afluentes. Revista Infinity — Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Itapiranga, v. 3, n. 1, p. 134–154, 2018. Disponível em: http://revista.faifacul- dades.edu.br/index.php/infinity/article/view/432. Acesso em: 12 out. 2019. CORMIER, N. S.; PELLEGRINO, P. R. M. 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Cortinas verdes na arquitetura: desempenho no controle solar e na eficiência energética de edificações. Orientadora: Beatriz Maria Fedrizzi. 2014. 187 f. Tese (Doutorado em Arquitetura) — Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/109023. Acesso em: 12 out. 2019.SCHERER, M. J.; ALVES, T. S.; REDIN, J. Envoltórias vegetadas aplicadas em edificações: benefícios e técnicas. Revista de Arquitetura IMED, v. 7, n. 1, p. 84–101, jan./jun. 2018. Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/arqimed/ article/view/2693/1871. Acesso em: 12 out. 2019. 27Sustentabilidade e jardinagem SETTA, B. R. S. Telhados verdes como políticas públicas ambientais para o município de Volta Redonda — RJ. Revista Labverde, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 13–35, 2017. Disponível em: http://www.periodicos.usp.br/revistalabverde/article/view/121954. Acesso em: 12 out. 2019.Leituras recomendadas OTT, C. Casa Pátios / Rama Estudio. ArchDaily, [S. l.], 21 set. 2019. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/925179/casa-patios-rama-estudio. Acesso em: 12 out. 2019. RUBIM, C. Tratamento de efluentes com wetlands e jardins filtrantes construídos artifi- cialmente. Revista TAE — especializada em Tratamento de Água e Efluentes, Santo André, v. 6, n. 34, p. 10–19, dez. 2016/jan. 2017. Disponível em: https://www.parque.ufrj.br/ wp-content/uploads/2016/12/Aquafluxus-Revista-TAE.pdf. Acesso em: 12 out. 2019. Sustentabilidade e jardinagem28 Dica do professor O conforto ambiental e a preservação do meio natural são premissas que abrangem os requisitos do desenvolvimento sustentável, podendo ser atendidos com a utilização de estratégias paisagísticas, como a implantação de jardins verticais nas edificações, que proporcionam conforto térmico e, ainda, reduzem o consumo de energia elétrica e minimização no uso de sistemas de resfriamento. Nesta Dica do Professor, você irá identificar os diferentes tipos de jardins verticais, observando as suas particularidades e vantagens frente aos sistemas convencionais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/851e7e3d1a29310788a33cc4b0aef034 Exercícios 1) A crescente urbanização acarreta na ampliação das áreas pavimentadas e construídas, dificultando o escoamento da água das chuvas e, consequentemente, sobrecarregando os sistemas pluviais. Para amenizar esses impactos, podem ser implantados jardins de chuva que agregam benefícios ambientais, ecológicos, paisagísticos e econômicos. Analise as afirmações apresentadas a seguir e indique quais são verdadeiras (V) e quais são falsas (F), apresentando a ordem correta de respostas. ( ) Os jardins de chuva são sistemas de biorretenção que apresentam no seu processo as funções de retenção, filtração e infiltração. ( ) Os jardins de chuva são compostos por seis camadas que têm por finalidade filtrar, direcionar e armazenar as águas captadas. ( ) A determinação das dimensões do sistema e a definição das espécies que irão compor o jardim de chuva seguem o critério do senso estético do projetista. A) V – V – F B) V – F – F C) F – V – F D) V – V – V E) V – F – V Os telhados verdes são coberturas vegetais que proporcionam conforto térmico e possibilitam a captação da água da chuva para reutilização com finalidade não potável. A classificação do telhado verde se dá conforme o seu uso, o tipo de vegetação que se deseja implantar e a espessura do substrato a ser utilizado. Identifique os tipos de telhados verdes apresentados a seguir e relacione as colunas conforme as suas definições, apresentando logo a seguir a ordem correta de respostas. (A) Extensivo (B) Intensivo (C) Semi-intensivo 2) ( ) A espessura do substrato pode variar de 12 a 25cm, sendo que esse sistema requer manutenção periódica. ( ) Utiliza vegetação rústica e rasteira, implantada em um substrato com 6cm de espessura. ( ) Exige alta manutenção por comportar vegetações de grande porte, podendo apresentar um substrato com até 120cm de espessura. A) B - A – C B) A – B – C C) A - C – B D) C - B – A E) C - A – B 3) A migração para os grandes centros urbanos tende a sobrecarregar os sistemas de esgoto, gerando problemas ambientais e sociais. Para que a saúde pública não seja comprometida, devem ser implantadas medidas mitigadoras, como, por exemplo, os jardins filtrantes. Dentre as afirmações apresentadas a seguir, indique quais são verdadeiras (V) e quais são falsas (F), e apresente a ordem correta de respostas a seguir. ( ) Os jardins filtrantes possibilitam o tratamento dos efluentes antes do seu descarte nas redes coletoras. ( ) Os jardins filtrantes realizam a fitofiltragem das águas cinzas, de maneira que o substrato utilizado no processo filtra o efluente, tornando-o potável. ( ) Os jardins filtrantes são compostos por processos químicos e físicos, que ocorrem nas zonas de raízes, sendo considerados um sistema composto por tecnologias limpas e sustentáveis. A) V – F – V B) F – F – V C) V – F – F D) F – F – F E) F – V – V 4) Jardins verticais podem ser instalados com a finalidade de melhorar a qualidade de vida dos seres humanos e reduzir a degradação ambiental. Dessa maneira, as cortinas verdes tornam a arquitetura mais humana e sustentável, e a sua composição se dá normalmente de maneira linear, com o objetivo de fechar ou dividir os ambientes visual ou fisicamente. Este sistema pode ser classificado como: modular, treliça, cabeada e malha. Analise as informações apresentadas a seguir e relacione as colunas, identificando cada uma das classificações e apresente a ordem correta de respostas. (A) Modular (B) Treliça (C) Cabeada (D) Malha ( ) A vegetação pode ser disposta diretamente no solo ou em grandes jardineiras contínuas, possibilitando o desenvolvimento das espécies de forma mais expansiva. ( ) Pode ser elaborado em aço ou fios sintéticos, criando células menores ou gramaturas variadas, pois o suporte para instalação das espécies é mais maleável. ( ) Pode ser elaborado com módulos metálicos, jardineiras ou treliças, apresentando área limitada para a inserção do substrato, além da manutenção e da expansão da vegetação serem facilmente controladas. ( ) A vegetação pode ser plantada diretamente no solo ou em jardineiras, sendo conduzidas por cabos de aço inox, dispostos conforme a necessidade de sombreamento. A) B – A – D – C B) B – D – A – C C) C – D – A – B D) A – B – C – D E) B – C – A – D Assim como as cortinas verdes, as paredes verdes proporcionam conforto ambiental e melhoram a qualidade de vida dos habitantes, sendo denominadas, também, como muros 5) verdes, fachadas vivas e paredes vivas. Analise as afirmações apresentadas a seguir, identificando quais são verdadeiras (V) e quais são falsas (F), indicando a ordem correta das respostas. ( ) As paredes verdes podem ser constituídas por vegetações autoaderentes, ou seja, que escalam as paredes de maneira independente. ( ) As paredes verdes podem ser compostas por módulos dispostos em estruturas metálicas, com possibilidade de instalação de espécies desenvolvidas. ( ) Apesar de haver a possibilidade de utilização de sistemas de irrigação, as paredes verdes não podem ser instaladas no interior das edificações. A) V – F – F B) V – F – V C) F – F – V D) V – V – F E) F – V – F Na prática A crescente urbanização e a redução das áreasverdes dificultam o escoamento da água das chuvas, gerando desconforto e ampliando a propagação de doenças. Para minimizar esses impactos, podem ser implantados jardins de chuva que direcionam e possibilitam a absorção da água das chuvas por meio de áreas vegetadas. Na Prática, você irá acompanhar Ana na elaboração de um projeto urbanístico para a instalação de um jardim de chuva junto a uma via. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ff7808bb-d4d4-4bc2-a4bd-ca9347f34aa3/c67bbf9c-6b25-412f-96e5-902f64457596.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Casa Pátios / Rama Estudio. Confira, neste projeto, as estratégias adotadas pelos arquitetos para que a edificação apresente-se completamente integrada à paisagem. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Casa das Guaracemas: casa sustentável premiada no Brasil Confira este projeto, que foi elaborado de maneira a incorporar o máximo de estratégias sustentáveis à residência, visando ao conforto e bem-estar dos seus usuários. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.archdaily.com.br/br/925179/casa-patios-rama-estudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_all http://greentopia.com.br/casa-das-guaracemas/
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