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Sustentabilidade e jardinagem

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Sustentabilidade e jardinagem
Apresentação
O conceito de sustentabilidade pode ser definido como a capacidade de as gerações presentes 
satisfazerem as suas necessidades sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Dessa 
maneira, estratégias que visem à elaboração de edificações sustentáveis devem ser aplicadas 
a projetos arquitetônicos e paisagísticos, garantindo conforto aos usuários, em um ambiente 
saudável e eficiente, sem comprometer o meio ambiente.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer elementos filtrantes que podem ser aplicados 
em jardins, para amenizar os impactos ambientais ocasionados pelo ser humano, além de identificar 
soluções para a elaboração de coberturas verdes e fachadas vegetadas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o uso de elementos de filtragem de água em jardins.•
Analisar a escolha de telhados verdes.•
Comparar soluções de paredes verdes e cortinas vegetais.•
Desafio
O conforto ambiental e a preservação do meio ambiente são premissas apresentadas por muitos 
clientes quando estes solicitam a elaboração de um projeto arquitetônico a um profissional 
qualificado.
Você é arquiteta e deve elaborar o projeto de uma residência de dois pavimentos que apresente 
estratégias sustentáveis. O cliente solicita a implantação de um telhado verde, com possibilidade de 
utilização para lazer e que comporte espécies frutíferas, para consumos dos habitantes 
da edificação. Visando à redução no consumo de sistemas de resfriamento, o cliente solicita a 
implantação de estratégias que minimizem a incidência solar direta, mas que possibilitem a abertura 
das janelas para ventilação dos ambientes.
Indique qual tipo de telhado verde você irá sugerir para esse cliente, e qual estratégia você irá 
determinar para a utilização nas fachadas com incidência solar direta.
Infográfico
Os telhados verdes são utilizados para garantir conforto térmico e acústico às edificações, além de 
proporcionar ambientes atrativos para a fauna local e possibilitar a utilização do espaço pelos seus 
habitantes.
 
Neste Infográfico, você irá acompanhar a identificação dos diferentes tipos de telhados verdes, 
passando pelo extensivo, o intensivo e o semi-intensivo.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c441781d-f0f2-45c6-bed1-362ce2c9c2a6/f9800723-b719-4c3e-9f04-bc00be88d0bf.png
Conteúdo do livro
O consumo desenfreado e a crescente degradação ambiental acarretam em impactos ao meio 
ambiente que dificilmente podem ser revertidos. Porém, estratégias podem ser aplicadas às 
edificações visando à minimização desses impactos e, ainda, garantindo conforto ambiental e 
qualidade de vida aos usuários.
No capítulo Sustentabilidade e jardinagem, da obra Composição de Jardins, você encontrará 
premissas que visam a facilitar o escoamento da água das chuvas, mediante a utilização de jardins 
de chuva; a reutilizar a água resultante de efluentes, após a remoção dos poluentes; e que visam, 
também, à geração de ambientes confortáveis termicamente e acusticamente por meio da 
utilização de telhados verdes e envoltórios vegetados.
Boa leitura.
COMPOSIÇÃO DE 
JARDINS
Sustentabilidade 
e jardinagem
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer o uso dos elementos de filtragem de água em jardins.
 � Analisar a escolha de telhados verdes.
 � Comparar as soluções de paredes verdes e cortinas vegetais.
Introdução
A adequação aos preceitos sustentáveis está diretamente ligada à con-
servação do meio ambiente e à sobrevivência dos seres vivos, pois é a 
possibilidade de as gerações atuais satisfazerem suas necessidades, sem 
comprometer as das gerações futuras. Assim, as edificações e as áreas 
de convivência, como as áreas verdes ou o espaço urbano, devem ser 
elaboradas visando à adequação às premissas de sustentabilidade.
Contudo, o aumento populacional e a crescente urbanização tendem 
a aumentar o índice de áreas pavimentadas e construídas, reduzindo as 
áreas verdes. Essa redução dificulta o escoamento das águas das chuvas 
e amplia os efeitos das ilhas de calor, gerando impactos que precisam 
ser amenizados.
Neste capítulo, você estudará alternativas eficientes para o escoa-
mento das águas das chuvas, as estratégias para reutilização da água e 
dos efluentes domésticos, visando o conforto ambiental e a qualidade 
de vida, mediante o uso de vegetações; bem como os telhados verdes 
e envoltórios vegetais, que garantem conforto térmico e acústico às 
edificações.
Jardins com sistemas de filtragem
A busca por oportunidades direciona os seres humanos aos grandes centros 
urbanos, que, em geral, já estão saturados devido à constante urbanização. 
As áreas verdes não são encontradas com tanta frequência, pois as edificações 
ocupam seu lugar para comportar pessoas e serviços que migram em razão 
do crescimento.
Com a redução das áreas permeáveis e o frequente descaso das pessoas 
em relação ao descarte adequado de resíduos, os sistemas de drenagem 
urbana podem ficar sobrecarregados ao atingir sua capacidade limítrofe, 
resultando em alagamentos e comprometendo a qualidade de vida da 
população local.
O crescimento populacional desenfreado ressalta a necessidade de adaptar 
as cidades para receber novos habitantes, bem como os processos de urba-
nização e drenagem urbana, a fim de garantir o manejo adequado das águas 
pluviais urbanas. Para maximizar seu controle de escoamento e mitigar os 
impactos ambientais, utiliza-se técnicas compensatórias que visem à pre-
servação dos meios naturais de escoamento e à redução da vazão à jusante, 
mediante alternativas de armazenamento, detenção, retenção, interceptação, 
infiltração e evapotranspiração dessas águas (MELO et al., 2014).
A redução das áreas verdes, em razão da ampliação dos espaços pa-
vimentados e construídos, dificulta o escoamento das águas das chuvas, 
sobrecarrega os sistemas pluviais e aumenta, de forma significativa, 
os volumes dos efluentes urbanos. Consequentemente, deve-se implantar 
sistemas alternativos para minimizar esses impactos e gerar áreas aptas à 
sobrevivência humana em um ambiente saudável, visando à qualidade de 
vida. Entre as alternativas, o uso de jardins de chuva e jardins filtrantes se 
enquadra nessas premissas e ameniza os impactos acarretados pela crescente 
urbanização, pois eles são implantados em pequenas áreas, mas podem 
comportar grandes volumes de água.
Os jardins de chuva são os sistemas de biorretenção mais recomendados 
em áreas residenciais, por serem de fácil adequação aos pequenos espaços e 
proporcionar benefícios ambientais, ecológicos, paisagísticos e econômicos. 
Sua utilização garante a filtragem dos poluentes advindos da atmosfera com as 
águas da chuva, para que a água limpa resultante infiltre no solo, recarregue 
o aquífero e reduza os riscos de inundações, acarretados pelas fortes chuvas. 
Veja um exemplo de jardim de chuva na Figura 1.
Sustentabilidade e jardinagem2
Figura 1. Exemplo de jardim de chuva.
Fonte: Portland Bureau of Enviroment Services ([S. d.] apud ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO 
PORTLAND; FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA, 2013, p. 2).
Estes jardins incorporam em seu sistema as funções de retenção, filtra-
ção e infiltração. Na primeira etapa, a água é captada e retida, para retardar 
e minimizar ou evitar os impactos que ocorrem com seu escoamento su-
perficial, ao conservá-la sobre a superfície a fim de, posteriormente, infil-
trar ou evaporar. Já a segunda e a terceira etapas transcorrem em conjunto, 
na filtração, há a remoção dos poluentes advindos do escoamento superficial, 
como os sólidos suspensos totais, nitratos, fósforo total, zinco e metais pesados 
(MELO et al., 2014).
Para fins de dimensionamento, os jardins de chuva podem ser elaborados 
representando, no mínimo,5% da superfície impermeável, calculando-se toda 
a área pavimentada no terreno e destinando o valor referente a 5% dela para 
a implantação do jardim. Após definir as dimensões e determinação do local 
de implantação, eles são construídos em seis camadas (Figura 2), conforme a 
ordem de execução do sistema, de modo que a primeira camada corresponda 
ao local de armazenamento da água, sendo associada à recarga subterrânea. 
3Sustentabilidade e jardinagem
A segunda camada abriga temporariamente a água antes de penetrar no solo 
natural e é composta de brita ou cascalho; e a terceira retém as partículas 
finas no processo de infiltração, por meio de uma manta geotêxtil. Já a quarta 
camada, por ser constituída de areia, serve para estimular a infiltração e 
redistribuir a água no solo; e, na quinta, realiza-se o suporte para a camada 
vegetal, mediante o uso de substrato, a fim de disponibilizar os nutrientes 
necessários para o desenvolvimento adequado das plantas. Por fim, a sexta 
camada é formada por plantas aptas a se desenvolver nas condições climáticas 
locais (MELO et al., 2014).
Figura 2. Composição dos jardins de chuva.
Fonte: Cormier e Pellegrino (2008, p. 128).
Para a efetividade dos jardins de chuva, deve-se analisar as condições cli-
máticas do local de implantação, a fim de determinar as dimensões necessárias 
para sua área de armazenamento, considerando a frequência e a intensidade 
das chuvas, bem como definir as espécies de vegetações adequadas para 
propagação.
Sustentabilidade e jardinagem4
Segundo Melo et al. (2014), existem etapas para determinar as dimensões 
a serem utilizadas na estrutura de um jardim de chuva, conforme você pode 
ver na Figura 3.
Na prática
Veja, em realidade aumentada, o processo de composição de um jardim de chuva.
1. Acesse a página https://bit.ly/2Ivmt8b e baixe o aplica-
tivo Sagah Composição de jardins e interações medica-
mentosas na estética. Se preferir, use o QR code ao lado 
para baixar o aplicativo.
2. Abra o aplicativo e aponte a câmera para a imagem a 
seguir:
5Sustentabilidade e jardinagem
Figura 3. Etapas de cálculo para dimensionamento 
de um jardim de chuva.
Fonte: Melo et al. (2014, p. 151).
 
I. Intensidade de precipitação 
II. Altura de precipitação 
III. Volume de entrada 
IV. Volume de saída 
V. Altura de brita 
Dimensões adotadas
Os autores analisaram o volume de entrada de água, considerando a inten-
sidade e a altura de precipitação, para adequar o volume de saída e definiram a 
altura da camada de britas, que é responsável por comportar temporariamente 
a água captada.
Além dos excedentes gerados pelas mudanças climáticas, que aumentam o 
volume das chuvas, existe a geração de efluentes, portanto, deve-se implantar 
alternativas para minimizá-la a fim de não sobrecarregar os sistemas que já 
estão com capacidade próxima às limítrofes de implantação.
O tratamento de efluentes antes do descarte é necessário para garantir a 
saúde pública, pois, caso ele não ocorra, pode acarretar problemas ambien-
tais e sociais, como a degradação do ecossistema e propagação de doenças, 
os principais resultantes da falta de saneamento básico. Porém, para amenizar 
esses fatores, cria-se tratamentos naturais por meio dos jardins filtrantes, 
ou wetlands, que significa terras alagadas (RIBEIRO; BLAUTH, 2018).
Os jardins filtrantes realizam a fitofiltragem das águas cinzas para adequá-
-las à reutilização, para uso na forma não potável, sendo uma técnica eficaz 
e confiável. Nesse sistema, as raízes das plantas filtram os poluentes quími-
cos, transformando o esgoto em águas semipotáveis (MORAIS et al., 2015). 
Na Figura 4, você pode ver um exemplo de jardim filtrante.
Sustentabilidade e jardinagem6
Figura 4. Exemplo de jardim filtrante.
Fonte: Ribeiro e Blauth (2018, p. 6).
A utilização de jardim filtrante eleva a qualidade de vida da sociedade e 
proporciona bem-estar, pois ele faz a reciclagem da água, embeleza o local 
no qual é instalado e anula os possíveis odores acarretados pelos sistemas de 
esgoto. Ele também reduz a poluição, minimiza os efeitos das ilhas de calor e 
diminui a poluição sonora, sendo uma alternativa eficiente e sustentável nos 
centros urbanos (MORAIS et al., 2015).
Os jardins filtrantes são compostos de materiais porosos, que absorvem 
as partículas, como brita e carvão; e de plantas aquáticas, que realizam a 
filtragem das águas. Assim, criam ambientes anaeróbicos e aeróbicos junta-
mente aos materiais porosos e às plantas, havendo separação das gorduras. 
No reservatório anaeróbico, há um tanque formado por britas, terra e plantas 
aquáticas, que atua como um filtro misto e captura sólidos orgânicos grossos, 
de modo que as plantas filtram a água, e a terra retém o sabão existente. Já no 
reservatório anaeróbico fica a água a ser reutilizada. Em geral, as camadas 
dos reservatórios são separadas por camadas de casca de arroz para ampliar 
a eficiência do filtro. Já o efluente a ser lançado é o fator determinante para 
indicar o tamanho do reservatório (MORAIS et al., 2015). Veja na Figura 5 
o funcionamento desse jardim.
7Sustentabilidade e jardinagem
Figura 5. Exemplo de jardim filtrante.
Fonte: Canalli et al. (2018, p. 146).
Recirculação
o2 o2 o2 o2
Reações
aeróbias
Bactérias
aeróbias
Bactérias
aeróbiasCO2
Interação das reações
aeróbias e anaeróbias
o2 o2 o2
Produção
matéria vegetal
Injeção de oxigênio do ar pelas folhas até as raízes por
diferença de pressão hidrostática
Entrada
Caixa de
homogeboção 
Fluente
Redução de CO2
Redução
e �xação CO2
Neste sistema, as bactérias realizam a decomposição da matéria orgânica 
e dividem-se em dois grupos: das aeróbicas, que sobrevivem e se reproduzem 
caso haja oxigênio molecular livre no meio em que vivem, sendo encontradas 
na água ou atmosfera; e as anaeróbicas, que não sobrevivem ao entrar em 
contato com o oxigênio livre e, consequentemente, não necessitam dele para 
viver. Elas transformam a matéria orgânica, presente nos esgotos, em materiais 
solúveis, sendo que o sistema terá maior eficiência quanto maior for o número 
de ambientes anaeróbicos e aeróbicos que o compõem (MORAIS et al., 2015).
Segundo Ribeiro e Blauth (2018), existem três tipos de jardim filtrante: 
o primeiro forma uma espécie de lago, com água livre e visível, sendo compa-
rado aos ecossistemas naturais de áreas alagadas; no de fluxo vertical, composto 
de areia, cascalho e plantas macrófitas, a água corre verticalmente e é tratada 
pelas raízes destas; e o de fluxo horizontal, cujo processo é semelhante ao do 
vertical, porém a água se distribui horizontalmente pelo sistema.
Os jardins filtrantes são compostos de processos biológicos, químicos e 
físicos, que ocorrem nas zonas de raízes juntamente aos microrganismos, bem 
como de processos naturais e complementares. Comparados aos sistemas de 
tratamento de efluentes convencionais, eles possuem eficiência satisfatória, 
baixo custo de implantação e manutenção, são econômicos e formados por 
tecnologias limpas e sustentáveis (RIBEIRO; BLAUTH, 2018).
Sustentabilidade e jardinagem8
A escolha das espécies e a forma de alocação podem trazer diferenças ao 
tratamento, sendo assim, alguns requisitos básicos devem ser considerados, 
como facilidade de adaptação ecológica; tolerância ao clima, às pragas 
e doenças, aos poluentes e às inundações; facilidade de disseminação e 
crescimento; alta capacidade de remoção de poluentes, etc. (RIBEIRO; 
BLAUTH, 2018).
Para a execução dos jardins filtrantes, utiliza-se três etapas (Figura 6): 
a primeira compreende o jardim vertical, sendo que o efluente passa por um 
filtro vegetal vertical para degradação da matéria orgânica e do nitrogênio, 
seguindo para um filtro vegetal horizontal, destinado ao tratamento anaeró-
bico, pois não tem oxigênio. O término do processo ocorre na lagoa terminal, 
que comporta a água a ser reutilizada para fins específicos. O sistema deve 
passar por manutenção a cada 10 anos para retirar a matéria mineralizada 
que ficaacumulada no jardim vertical e é usada para adubação na agricultura 
(RIBEIRO; BLAUTH, 2018).
Figura 6. Etapas dos jardins filtrantes.
Fonte: Quem somos? (2012, p. 2).
Filtro vertical Filtro horizontal
Lagoa plantada Zona de
in�ltração
A utilização das plantas como sistema de despoluição traz as combina-
ções necessárias para acarretar as alterações físico-químicas dos poluentes, 
possibilitando a absorção e retenção destes por elas. Já a limpeza de corpos 
d’água ocorre por fitodegradação, fitoacumulação e fitolixiviação. Na primeira, 
os contaminantes orgânicos são consumidos pelo oxigênio; já na segunda, 
há mudança da forma físico-química, permitindo a utilização dos poluentes 
pelas plantas, o que ressalta o uso do cobre, zinco, fósforo, nitrogênio, carbono, 
entre outros. Já a terceira permite a retenção, nos filtros vegetativos, dos 
contaminantes líquidos (RIBEIRO; BLAUTH, 2018).
9Sustentabilidade e jardinagem
O tratamento de esgoto com as plantas e outros recursos naturais é uma 
alternativa limpa, ecologicamente correta e eficiente, seguindo os preceitos 
da natureza (MORAIS et al., 2015). Além de atuar na despoluição das águas, 
as vegetações são utilizadas como mecanismos para purificação do ar e coleta 
de águas da chuva, visando à minimização do consumo desse recurso natural. 
A captação dessas águas pode ocorrer mediante a implantação de telhados 
verdes nas edificações, o que frisa a importância dos preceitos de sustentabi-
lidade incorporados ao setor da construção civil.
Telhados verdes
As estratégias sustentáveis agregam valor às edificações, seja em termos de 
recursos financeiros, como em relação à estética, ao complementar a volumetria 
ou de benefícios, por exemplo, um entorno saudável com a sua utilização.
O uso de vegetação minimiza os danos acarretados pelas construções 
convencionais, as quais priorizam concreto e asfalto, tornando os ambientes 
mais ecossistêmicos, ampliando a resiliência dos centros urbanos e gerando 
benefícios estéticos, de lazer, sociais, econômicos e ambientais. Ao ser 
utilizada como um recurso de infraestrutura, ela melhora a qualidade de 
vida e compreende uma alternativa sustentável de longo prazo, abrangendo 
jardins verticais, calçadas ou telhados verdes e jardins filtrantes (SETTA, 
2017).
O telhado verde corresponde à instalação de coberturas vegetais sobre 
lajes ou telhados convencionais, garantindo que as edificações tenham 
conforto térmico e façam a retenção das águas da chuva, juntamente aos 
poluentes, bem como atraiam a fauna local e retirem o carbono presente 
no seu entorno (SETTA, 2017). Na Figura 7, você pode ver um exemplo de 
telhado verde.
Sustentabilidade e jardinagem10
Figura 7. Exemplo de telhado verde.
Fonte: Franco (2019, documento on-line).
Em comparação aos materiais convencionais, o telhado verde pode apre-
sentar um valor elevado, devido à adequação da estrutura da edificação, pois 
o peso do sistema deve ser considerado na sua totalidade, tanto quando estiver 
seco como, principalmente, ao estar saturado. A escolha do substrato também 
é importante, porque alguns aumentam os níveis de nitrogênio e fósforo, após 
a lixiviação do substrato (SETTA, 2017).
A classificação dos telhados verdes se divide em extensivo, intensivo e 
semi-intensivo, conforme o seu uso, o tipo de vegetação e a espessura do subs-
trato, depois, define-se a estrutura que deve ser dimensionada para suportá-los. 
Para a implantação em edificações já existentes, a estrutura a ser utilizada 
determinará qual tipo e uso esse telhado precisa dispor (FERRAZ, 2012).
11Sustentabilidade e jardinagem
Em geral, o telhado verde extensivo é utilizado para escoar as águas plu-
viais, com vegetações rústicas e rasteiras que não precisam de manutenção 
constante, nem de muitos cuidados (Figura 8). Na sua elaboração, usa-se um 
substrato com espessura entre 6 e 20 cm, com possibilidade de aplicação em 
coberturas inclinadas de até 45º (FERRAZ, 2012).
Figura 8. Exemplo de telhado verde extensivo.
Fonte: Garden... (2019, documento on-line).
O telhado verde intensivo assemelha-se ao jardim e comporta vegetações de 
grande porte, como árvores e arbustos, necessitando de elevada manutenção e 
cuidados com irrigação (Figura 9). Conforme o porte da vegetação escolhida, 
o substrato pode variar de 10 a 120 cm, porém deve ser implantada apenas em 
telhados horizontais para que não ocorram deslizamentos, devido à grande 
espessura do substrato (FERRAZ, 2012).
Sustentabilidade e jardinagem12
Figura 9. Exemplo de telhado verde intensivo.
Fonte: Garden... (2019, documento on-line).
Intermediária aos outros, o telhado verde semi-intensivo comporta espé-
cies de até médio porte, conforme a espessura do substrato, variando de 12 a 
25 cm e podendo ter uma inclinação inversamente proporcional à altura dele. 
Esse sistema ainda requer uma manutenção periódica devido ao porte das 
espécies implantadas (FERRAZ, 2012). Veja um exemplo de telhado semi-
-intensivo na Figura 10.
13Sustentabilidade e jardinagem
Figura 10. Exemplo de telhado verde semi-intensivo.
Fonte: Garden... (2019, documento on-line).
Apesar de não reduzirem completamente os efeitos da crescente urbani-
zação, as coberturas verdes têm diversas vantagens quando comparadas aos 
sistemas tradicionais de telhados, como redução das superfícies pavimentadas 
e, consequentemente, impermeáveis; produção de oxigênio; redução dos índices 
de poluição e das ilhas de calor; regulagem da temperatura no interior das 
edificações, por meio da evapotranspiração; minimização das variações de 
umidade no entorno; ampliação da vida útil da cobertura; redução dos ruídos 
externos; redução no consumo de energia, pelo isolamento térmico; diminuição 
do alastramento de chamas, em caso de incêndios; espaço recreativo; prevenção 
de inundações, pois a água retorna ao ciclo natural pela evaporação; aroma 
das espécies; incentivo a fauna; melhor qualidade de vida; e contribuição para 
classificar a edificação como sustentável (FERRAZ, 2012).
Independentemente do tipo de telhado verde a ser instalado na edificação, 
o sistema construtivo deve ser composto das seguintes camadas: estrutura, 
impermeabilização, camada antirraiz, drenagem, camada filtro, substrato e 
vegetação (Figura 11). Para definição da estrutura, considera-se o tipo de co-
Sustentabilidade e jardinagem14
bertura verde a ser implantado, calculando seu próprio peso, o peso acarretado 
pelas plantas adultas e o do substrato saturado. As instalações que compõem 
o telhado devem ser agrupadas a fim de facilitar a manutenção, incluindo um 
acesso ao local e mantas antiderrapantes que tenham uma inclinação maior 
que 20º. Já as camadas de base precisam ser fixadas corretamente para não 
se deslocarem em locais com ventos fortes (FERRAZ, 2012).
Figura 11. Camadas do telhado verde.
Fonte: Adaptada de Franco (2019).
Camada vegetal
Substrato
Drenagem
Manta asfáltica acabamento
cascalho
instalada por termofusão, com 4 mm 
de espessura
Manta asfáltica acabamento liso
adesivo especial primmer 3 mm de espessura
Laje de concreto
inclinação mínima de 2%
Já para garantir que a água não ficará empoçada sobre a cobertura e infil-
trará na edificação, a laje deve ser executada com, no mínimo, 2% de incli-
nação. Quando for feita em concreto, precisa ter um acabamento semipolido, 
com no máximo 4% de umidade, e tubos de drenagem de 4” de diâmetro 
(FRANCO, 2019).
A impermeabilização da laje deve ser realizada com um adesivo pri-
mer, que é uma camada de membrana asfáltica com acabamento liso, fosco 
e espessura de 3 mm, aplicada a partir da parte mais baixa do telhado e 
seguindo perpendicular à inclinação, com sobreposição de 10 cm em cada 
rolo a favor dela. Já a segunda camada da membrana asfáltica precisa ter um 
acabamento de cascalho, com espessura de 4 mm, aplicada por termofusão 
(FRANCO, 2019).
15Sustentabilidade e jardinagem
A camada drenante é responsável por permitir a passagem da água e evitar 
a passagem da terra e o contato dasraízes com a estrutura, podendo incorporar 
uma espuma de polietileno e a manta de geotêxtil permeável (FRANCO, 
2019). Ela deve apresentar duas saídas, uma para drenagem e outra para 
escape do excesso de água. Quando incorporada à função de reservatório, 
pode comportar até 32 litros por m² e, para tanto, utiliza poliestireno. Para 
evitar o entupimento dessa camada, pode-se aplicar uma camada de filtro 
entre o substrato e a camada drenante, feita com a manta geotêxtil, a qual 
transporta a água nas coberturas do tipo extensivas, mediante a capilaridade 
(FERRAZ, 2012).
Para complementar a camada drenante, usa-se o substrato, considerado 
também a base do telhado verde, cuja espessura será determinada conforme as 
espécies utilizadas na cobertura. As principais características desse substrato 
são a granulação, a porcentagem de matéria orgânica, a estabilidade estrutural, 
a resistência à erosão, a permeabilidade, a capacidade máxima de retenção 
de água, a quantidade de nutrientes, a aeração do solo e seu potencial hidro-
geniônico (pH). Essa camada pode ser composta de materiais leves, mas não 
recomenda-se que seja constituída apenas de material orgânico não tratado e 
solo superficial, devendo estes serem utilizados somente como complementação 
do substrato (FERRAZ, 2012).
Em locais onde há sumidouros, parapeitos e áreas expostas, deve-se 
aplicar uma membrana líquida, que apresenta facilidade de aplicação nesses 
lugares, os quais tendem a gerar empoçamentos, tendo resistência aos raios 
ultravioletas (UV) e ampliando a durabilidade do sistema de modo geral 
(FRANCO, 2019).
Já a camada de vegetação deve ser escolhida conforme as condições cli-
máticas, a região onde a edificação se situa e o tipo de cobertura utilizada. 
As espécies precisam ser definidas por um paisagista especializado, assim como 
a camada de substrato, que deve ter sua composição e espessura adequadas 
às necessidades de cada um dos vegetais.
A inserção de coberturas verdes proporciona conforto térmico e acústico 
às edificações, bem como atrai a fauna por meio da implantação da flora local. 
As edificações sustentáveis devem priorizar o bem-estar do ser humano e estar 
vinculadas à preservação da natureza.
Sustentabilidade e jardinagem16
A fim de complementar os telhados verdes e visar o uso de elementos 
naturais na obtenção do conforto térmico, você pode optar por compor as 
fachadas das edificações com cortinas ou paredes verdes, minimizando a 
incidência solar direta e evitando o aumento das temperaturas no interior 
das construções.
Alguns autores não consideram a cobertura verde semi-intensiva como uma tipologia, 
mostrando somente os dados referentes aos telhados verdes extensivos e intensivos 
(FERRAZ, 2012).
Uso de paredes verdes e cortinas vegetais
A crescente urbanização reduz as áreas verdes para dar espaço às grandes 
edificações e áreas pavimentadas nos centros urbanos, acarretando o aumento 
da degradação ambiental e a redução da qualidade de vida. A fim de amenizar 
esses impactos, uma alternativa é instalar os jardins verticais, ampliando as 
áreas verdes e proporcionando conforto ambiental (SCHERER, 2014).
Os jardins verticais são classificados como extensivos ou intensivos. 
Os sistemas extensivos constituem-se de trepadeiras plantadas no solo ou 
em jardineiras, com fácil instalação e pouca manutenção. Já os intensivos 
comportam vegetações de pequeno porte, fixadas em painéis ou módulos 
específicos, precisando de maior investimento financeiro, pois possuem uma 
implantação mais complexa e uma manutenção mais elevada posteriormente, 
bem como necessitam de adubação e irrigação especiais (SCHERER, 2014).
A fachada verde tradicional caracteriza-se pelas espécies trepadeiras auto-
aderentes, fixadas diretamente nas alvenarias, representando uma pele sobre 
a edificação. Em geral, utiliza-se espécies como falsa-vinha, hera-inglesa e 
unha-de-gato (SCHERER, 2014). Na Figura 12, você pode ver um exemplo 
dessa vegetação.
17Sustentabilidade e jardinagem
Figura 12. Parede verde com vegetação autoaderente.
Fonte: spritekiku/Shutterstock.com.
Já a cortina verde, também conhecida como dupla fachada verde, precisa 
de um suporte para a instalação da trepadeira, podendo variar seu formato, 
a distância entre os apoios e o afastamento das paredes, com a vantagem de 
ser utilizada diante de aberturas e planos de vidros.
Cortinas verdes
As cortinas verdes compreendem um tipo de jardim vertical, constituído de 
suportes afastados da superfície das edificações para o plantio de vegetações 
trepadeiras, proporcionando sombra e controlando a incidência solar direta 
(SCHERER, 2014).
De acordo com Scherer (2014), os seguintes valores estão relacionados às 
cortinas verdes a fim de tornar a arquitetura mais humana e sustentável: “ser 
um componente natural, de baixo impacto ambiental, proporcionar contato 
do ser humano com a natureza, ser dinâmico, modificando-se ao longo dos 
anos e das variações das estações, trazerem informações visuais e sensoriais 
sobre cores, texturas e aromas, da intensidade e direção do vento”.
Sustentabilidade e jardinagem18
Na composição das cortinas vegetais prevalece a linearidade, fechando ou 
dividindo os ambientes, visual ou fisicamente, com espécies que passem de 3 
m de altura, sendo chamadas também de renque (MENEZES et al., 2015). Elas 
são classificadas em modular, treliça, cabeada e malha (SCHERER, 2014).
O sistema modular combina módulos metálicos, jardineiras e treliças, 
limitando a área determinada para o substrato e a possibilidade de desenvol-
vimento da vegetação. Contudo, nesse sistema, a manutenção e a expansão 
da vegetação podem ser facilmente controladas, havendo a possibilidade de 
inserir vegetações já desenvolvidas (SCHERER, 2014). Na Figura 13, você 
pode ver uma cortina verde com sistema modular.
Figura 13. Cortina verde com sistema modular.
Fonte: ESstock/Shutterstock.com.
19Sustentabilidade e jardinagem
No sistema de treliça, a vegetação é plantada diretamente no solo ou em 
grandes jardineiras contínuas, o que possibilita seu desenvolvimento de forma 
mais expansiva. Ele ainda permite a criação de composições variadas, com 
diversos materiais e grande flexibilidade no distanciamento das fachadas 
(SCHERER, 2014). Na Figura 14, você pode conferir uma cortina verde com 
sistema de treliça.
Figura 14. Cortina verde com sistema de treliça.
Fonte: Pastorelli (2009, documento on-line).
Sustentabilidade e jardinagem20
Já o sistema cabeado é composto de cabos em aço inox que conduzem a 
vegetação, plantada diretamente no solo ou em jardineiras, conforme apre-
sentado na Figura 15. O cabeamento pode ser disposto para criar áreas com 
diferentes densidades, ampliando ou reduzindo o espaço a ser sombreado 
(SCHERER, 2014).
Figura 15. Cortina verde com sistema cabeado.
Fonte: Sutthi Chuvichit/Shutterstock.com.
Semelhante ao sistema de treliça, o de malha tem um suporte mais ma-
leável, o que possibilita a confecção em gramaturas e materiais diversos, 
podendo utilizar aço ou fios sintéticos, bem como permite a criação de 
células menores (SCHERER, 2014). Veja na Figura 16 uma cortina verde 
com sistema de malha.
21Sustentabilidade e jardinagem
Figura 16. Cortina verde com sistema de malha.
Fonte: Muñoz et al. (2019, p. 9).
A adequação das variáveis climáticas, humanas e arquitetônicas possibilita 
a criação de edificações que proporcionem conforto térmico e acarretem 
baixo consumo de energia elétrica. As cortinas verdes possuem facilidade de 
execução e manutenção quando comparadas aos outros sistemas de jardim 
vertical, bem como agregam requisitos funcionais e estéticos à edificação 
(SCHERER, 2014).
As cortinas verdes têm maior versatilidade quando comparadas aos proteto-
res solares, pois se adaptam e reagem às condições climáticas locais, e não aos 
ângulos de incidência solar, como os protetores. Em épocas como a primavera 
e o verão, nas quais as edificações recebem maior incidência solar direta, 
a vegetação se renovará,brotando e crescendo com mais vigor, amenizando 
as altas temperaturas e ampliando as áreas de sombreamento. Já no inverno e 
outono, a vegetação tende a perder as folhas, e seu crescimento é mais lento, 
propiciando o aquecimento dos ambientes devido ao acesso da radiação solar 
estar facilitado (SCHERER, 2014). Ao reagirem às condições climáticas, as 
espécies se adéquam as necessidades do local, tornando-se uma opção mais 
assertiva para garantir o conforto térmico à edificação.
Sustentabilidade e jardinagem22
Paredes verdes
As paredes verdes são chamadas de muros verdes, fachadas e paredes vi-
vas, compostas de diversas técnicas de plantio, abrangendo a utilização de 
vegetações que escalam a edificação de forma independente, ou por meio de 
sistemas que necessitam de suportes para a instalação das mudas. Alguns 
desses sistemas precisam de componentes especiais, como materiais; meca-
nismos de fixação; sistemas de impermeabilização; isolamento; filtragem; 
drenagem; barreiras para as raízes não comprometerem as estruturas da 
edificação; substratos e vegetações adequados aos sistemas e às condicio-
nantes climáticas (MINKS, 2013).
A parede verde pode ser classificada como intensiva e possuir módulos em 
que se instala as vegetações, compostos de painéis geotêxtis, vasos ou blocos 
com cavidades (Figura 17), nos quais é aplicado apenas o substrato, sem que 
haja contato da raiz com o solo, a qual se situa na base da estrutura, sendo irri-
gada com fertilizantes solúveis nos sistemas hidropônicos (SCHERER, 2014).
Figura 17. Parede verde com módulos.
Fonte: Jardim... (2019, documento on-line).
23Sustentabilidade e jardinagem
As paredes verdes compostas de vasos ou cavidades têm módulos fixados a 
uma estrutura metálica anexa às paredes, havendo a possibilidade de eles serem 
instalados com as espécies já desenvolvidas. Já o sistema de painéis geotêxtis 
comporta arbustos de pequeno porte e forrações (Figura 18), dispostos sobre a 
manta, que é fixada a uma grelha metálica ou de policloreto de vinila (PVC), 
sem utilizar o solo para desenvolver as espécies. O sistema de irrigação fornece 
os minerais necessários para o desenvolvimento das vegetações, podendo ser 
aplicado também no interior das edificações, desde que possuam iluminação 
suficiente para a evolução das espécies (SCHERER, 2014).
Figura 18. Parede verde com manta geotêxtil.
Fonte: Scherer, Alves e Redin (2018, p. 93).
Alvenaria
Sistema
de irrigação
Painel de �xação
da manta
Abertura na manta
e substrato
Sistema de �xação
Manta geotextil
Vegetação de
pequeno porte
Tanque para
recolhimento
e reutilização
da água
A utilização de vegetações na composição das edificações eleva a qualidade 
de vida dos usuários e traz benefícios para o meio ambiente, ao preservar 
a fauna e a flora e minimizar o consumo de recursos, devido ao conforto 
ambiental proporcionado pelos sistemas já mencionados.
Sustentabilidade e jardinagem24
Na Casa das Guaracemas, você pode observar a utilização do telhado verde e da parede 
verde como premissas para se adequar aos requisitos de sustentabilidade e obter o 
prêmio Saint-Gobain com o tema Habitat Sustentável. Saiba mais no link a seguir:
https://qrgo.page.link/cTqFd
Veja, em realidade aumentada, como funciona o sistema de painéis geotêxtis.
1. Acesse a página https://bit.ly/2Ivmt8b e baixe o aplica-
tivo Sagah Composição de jardins e interações medica-
mentosas na estética. Se preferir, use o QR code ao lado 
para baixar o aplicativo.
2. Abra o aplicativo e aponte a câmera para a imagem a 
seguir:
Na prática
25Sustentabilidade e jardinagem
As coberturas vegetais proporcionam conforto térmico e acústico às edifi-
cações, minimizando os ruídos e o ganho de calor no seu interior, bem como 
possibilitam a coleta de água da chuva e a criação de ambientes de estar e 
lazer. Já os envoltórios verdes reduzem a incidência solar direta, propiciando 
conforto térmico e reduzindo os efeitos das ilhas de calor. Quando for possível, 
você deve adequar as edificações às estratégias de sustentabilidade, a fim de 
gerar bem-estar aos usuários e preservar o meio ambiente.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND; FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO 
DE HIDRÁULICA. Projeto técnico: jardins de chuva. São Paulo: ABCP; FCTH, 2013. 12 p. 
Disponível em: http://solucoesparacidades.com.br/saneamento/4-projetos-sanea-
mento/jardins-de-chuva/. Acesso em: 12 out. 2019.
CANALLI, V. et al. Projeto de parque urbano com jardins filtrantes para o tratamento 
de afluentes. Revista Infinity — Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia de 
Produção, Itapiranga, v. 3, n. 1, p. 134–154, 2018. Disponível em: http://revista.faifacul-
dades.edu.br/index.php/infinity/article/view/432. Acesso em: 12 out. 2019.
CORMIER, N. S.; PELLEGRINO, P. R. M. Infra-estrutura verde: uma estratégia paisagística para 
a água urbana. Paisagem e Ambiente — Ensaios, São Paulo, n. 25, p. 125–142, 2008. Dispo-
nível em: https://www.revistas.usp.br/paam/article/view/105962. Acesso em: 12 out. 2019.
FERRAZ, I. L. O desempenho térmico de um sistema de cobertura verde em comparação ao 
sistema tradicional de cobertura com telha cerâmica. Orientadora: Brenda Chaves Coelho 
Leite. 2012. 133 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) — Departamento de En-
genharia de Construção Civil e Urbana, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 
São Paulo, 2012. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/
tde-07062013-144209/pt-br.php. Acesso em: 12 out. 2019.
FRANCO, J. T. Telhados verdes: quais são as camadas e como impermeabilizá-los usando 
membranas líquidas. ArchDaily, [S. l.], 28 jan. 2019. Disponível em: https://www.archdaily.
com.br/br/910310/telhados-verdes-quais-sao-as-camadas-e-como-impermeabiliza-
-los-usando-membranas-liquidas. Acesso em: 12 out. 2019.
GARDEN Roof Assembly. Hydrotech, Chicago, 2019. Disponível em: https://www.hydro-
techusa.com/assemblies/garden-roof-assembly. Acesso em: 12 out. 2019.
JARDIM Vertical Mamute / Parede Verde. Ecotelhado — Design Biofílico, Porto Alegre; São 
Paulo, 2019. Disponível em: https://ecotelhado.com/sistema/jardim-vertical/mamute/. 
Acesso em: 12 out. 2019.
Sustentabilidade e jardinagem26
MELO, T. A. T. et al. Jardim de chuva: sistema de biorretenção para o manejo das águas 
pluviais urbanas. Ambiente Construído — Revista Online da ANTAC, Porto Alegre, v. 14, 
n. 4, p. 147–165, 2014. Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/ambienteconstruido/
article/view/43431. Acesso em: 12 out. 2019.
MENEZES, H. E. A. et al. Espécies arbustivas selecionadas para o paisagismo no se-
miárido paraibano. Ambiência, Guarapuava, v. 11, n. 1, p. 175–195, 2015. Disponível 
em: https://revistas.unicentro.br/index.php/ambiencia/article/view/2322. Acesso 
em: 12 out. 2019.
MINKS, V. A rede de design verde urbano — uma alternativa sustentável para mega-
cidades? Revista Labverde, São Paulo, n. 7, p. 120–141, 2013. Disponível em: http://www.
revistas.usp.br/revistalabverde/article/view/81089. Acesso em: 12 out. 2019.
MORAIS, A. M. P. et al. Jardim filtrante como alternativa para o tratamento do Riacho 
Águas de Ferro, antes de seu lançamento na Praia de Lagoa da Anta. Caderno de Gra-
duação — Ciências Exatas e Tecnológicas (CAFIG), Maceió, v. 3, n. 1, p. 83–94, 2015. Dis-
ponível em: https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsexatas/article/view/2642/1532. 
Acesso em: 12 out. 2019.
MUÑOZ, L. S. et al. Desempenho térmico de jardins verticais de tipologia fachada verde. 
PARC — Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, v. 10, e019013, 2019. Disponí-
vel em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view/8652775. 
Acesso em: 12 out. 2019.
PASTORELLI, G. Ex Ducati / Mario Cucinella. Plataforma Arquitectura, Santiago, 6 abr. 
2009. Disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-17903/ex-ducati-
-mario-cucinella. Acesso em: 12 out. 2019.
QUEM SOMOS? Phytorestore Brasil, São Paulo, 2012. Disponível em: https://www.phyto-
restore.com/images/_doc/plaquettes/Plaquette%20JF%20-%20bresilien.pdf.Acesso 
em: 12 out. 2019.
RIBEIRO, B. F.; BLAUTH, G. P. Estudo da efetividade dos jardins filtrantes no tratamento de 
efluentes sanitários. Orientador: André A. Gutierrez Fernandes Beati. 2018. 21 f. Trabalho 
de Graduação (Bacharelado em Engenharia Ambiental e Sanitária) — Campus Swift, 
Universidade São Francisco, Campinas, 2018. Disponível em: http://lyceumonline.usf.
edu.br/salavirtual/documentos/3050.pdf. Acesso em: 12 out. 2019.
SCHERER, M. J. Cortinas verdes na arquitetura: desempenho no controle solar e na eficiência 
energética de edificações. Orientadora: Beatriz Maria Fedrizzi. 2014. 187 f. Tese (Doutorado 
em Arquitetura) — Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/109023. 
Acesso em: 12 out. 2019.SCHERER, M. J.; ALVES, T. S.; REDIN, J. Envoltórias vegetadas 
aplicadas em edificações: benefícios e técnicas. Revista de Arquitetura IMED, v. 7, n. 1, 
p. 84–101, jan./jun. 2018. Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/arqimed/
article/view/2693/1871. Acesso em: 12 out. 2019.
27Sustentabilidade e jardinagem
SETTA, B. R. S. Telhados verdes como políticas públicas ambientais para o município 
de Volta Redonda — RJ. Revista Labverde, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 13–35, 2017. Disponível 
em: http://www.periodicos.usp.br/revistalabverde/article/view/121954. Acesso em: 
12 out. 2019.Leituras recomendadas
OTT, C. Casa Pátios / Rama Estudio. ArchDaily, [S. l.], 21 set. 2019. Disponível em: https://
www.archdaily.com.br/br/925179/casa-patios-rama-estudio. Acesso em: 12 out. 2019.
RUBIM, C. Tratamento de efluentes com wetlands e jardins filtrantes construídos artifi-
cialmente. Revista TAE — especializada em Tratamento de Água e Efluentes, Santo André, 
v. 6, n. 34, p. 10–19, dez. 2016/jan. 2017. Disponível em: https://www.parque.ufrj.br/
wp-content/uploads/2016/12/Aquafluxus-Revista-TAE.pdf. Acesso em: 12 out. 2019.
Sustentabilidade e jardinagem28
Dica do professor
O conforto ambiental e a preservação do meio natural são premissas que abrangem os requisitos 
do desenvolvimento sustentável, podendo ser atendidos com a utilização de estratégias 
paisagísticas, como a implantação de jardins verticais nas edificações, que proporcionam conforto 
térmico e, ainda, reduzem o consumo de energia elétrica e minimização no uso de sistemas de 
resfriamento.
Nesta Dica do Professor, você irá identificar os diferentes tipos de jardins verticais, observando as 
suas particularidades e vantagens frente aos sistemas convencionais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/851e7e3d1a29310788a33cc4b0aef034
Exercícios
1) A crescente urbanização acarreta na ampliação das áreas pavimentadas e construídas, 
dificultando o escoamento da água das chuvas e, consequentemente, sobrecarregando os 
sistemas pluviais. Para amenizar esses impactos, podem ser implantados jardins de 
chuva que agregam benefícios ambientais, ecológicos, paisagísticos e econômicos.
Analise as afirmações apresentadas a seguir e indique quais são verdadeiras (V) e quais são 
falsas (F), apresentando a ordem correta de respostas.
( ) Os jardins de chuva são sistemas de biorretenção que apresentam no seu processo as 
funções de retenção, filtração e infiltração.
( ) Os jardins de chuva são compostos por seis camadas que têm por finalidade filtrar, 
direcionar e armazenar as águas captadas.
( ) A determinação das dimensões do sistema e a definição das espécies que irão compor o 
jardim de chuva seguem o critério do senso estético do projetista.
A) V – V – F
B) V – F – F
C) F – V – F
D) V – V – V
E) V – F – V
Os telhados verdes são coberturas vegetais que proporcionam conforto térmico e 
possibilitam a captação da água da chuva para reutilização com finalidade não potável.
A classificação do telhado verde se dá conforme o seu uso, o tipo de vegetação que se 
deseja implantar e a espessura do substrato a ser utilizado. Identifique os tipos de telhados 
verdes apresentados a seguir e relacione as colunas conforme as suas definições, 
apresentando logo a seguir a ordem correta de respostas.
(A) Extensivo
(B) Intensivo
(C) Semi-intensivo
2) 
( ) A espessura do substrato pode variar de 12 a 25cm, sendo que esse sistema requer 
manutenção periódica.
( ) Utiliza vegetação rústica e rasteira, implantada em um substrato com 6cm de espessura.
( ) Exige alta manutenção por comportar vegetações de grande porte, podendo apresentar 
um substrato com até 120cm de espessura.
A) B - A – C
B) A – B – C
C) A - C – B
D) C - B – A
E) C - A – B
3) A migração para os grandes centros urbanos tende a sobrecarregar os sistemas de esgoto, 
gerando problemas ambientais e sociais.
Para que a saúde pública não seja comprometida, devem ser implantadas medidas 
mitigadoras, como, por exemplo, os jardins filtrantes.
Dentre as afirmações apresentadas a seguir, indique quais são verdadeiras (V) e quais são 
falsas (F), e apresente a ordem correta de respostas a seguir.
( ) Os jardins filtrantes possibilitam o tratamento dos efluentes antes do seu descarte nas 
redes coletoras.
( ) Os jardins filtrantes realizam a fitofiltragem das águas cinzas, de maneira que o substrato 
utilizado no processo filtra o efluente, tornando-o potável.
( ) Os jardins filtrantes são compostos por processos químicos e físicos, que ocorrem nas 
zonas de raízes, sendo considerados um sistema composto por tecnologias limpas e 
sustentáveis.
A) V – F – V
B) F – F – V
C) V – F – F
D) F – F – F
E) F – V – V
4) Jardins verticais podem ser instalados com a finalidade de melhorar a qualidade de vida dos 
seres humanos e reduzir a degradação ambiental. Dessa maneira, as cortinas verdes tornam 
a arquitetura mais humana e sustentável, e a sua composição se dá normalmente de maneira 
linear, com o objetivo de fechar ou dividir os ambientes visual ou fisicamente. Este sistema 
pode ser classificado como: modular, treliça, cabeada e malha.
Analise as informações apresentadas a seguir e relacione as colunas, identificando cada uma 
das classificações e apresente a ordem correta de respostas.
(A) Modular
(B) Treliça
(C) Cabeada
(D) Malha
( ) A vegetação pode ser disposta diretamente no solo ou em grandes jardineiras contínuas, 
possibilitando o desenvolvimento das espécies de forma mais expansiva.
( ) Pode ser elaborado em aço ou fios sintéticos, criando células menores ou gramaturas 
variadas, pois o suporte para instalação das espécies é mais maleável.
( ) Pode ser elaborado com módulos metálicos, jardineiras ou treliças, apresentando área 
limitada para a inserção do substrato, além da manutenção e da expansão da vegetação 
serem facilmente controladas.
( ) A vegetação pode ser plantada diretamente no solo ou em jardineiras, sendo conduzidas 
por cabos de aço inox, dispostos conforme a necessidade de sombreamento.
A) B – A – D – C
B) B – D – A – C
C) C – D – A – B
D) A – B – C – D
E) B – C – A – D
Assim como as cortinas verdes, as paredes verdes proporcionam conforto ambiental e 
melhoram a qualidade de vida dos habitantes, sendo denominadas, também, como muros 
5) 
verdes, fachadas vivas e paredes vivas. 
Analise as afirmações apresentadas a seguir, identificando quais são verdadeiras (V) e quais 
são falsas (F), indicando a ordem correta das respostas.
( ) As paredes verdes podem ser constituídas por vegetações autoaderentes, ou seja, que 
escalam as paredes de maneira independente.
( ) As paredes verdes podem ser compostas por módulos dispostos em estruturas metálicas, 
com possibilidade de instalação de espécies desenvolvidas.
( ) Apesar de haver a possibilidade de utilização de sistemas de irrigação, as paredes verdes 
não podem ser instaladas no interior das edificações.
A) V – F – F
B) V – F – V
C) F – F – V
D) V – V – F
E) F – V – F
Na prática
A crescente urbanização e a redução das áreasverdes dificultam o escoamento da água das chuvas, 
gerando desconforto e ampliando a propagação de doenças. Para minimizar esses impactos, podem 
ser implantados jardins de chuva que direcionam e possibilitam a absorção da água das chuvas por 
meio de áreas vegetadas.
Na Prática, você irá acompanhar Ana na elaboração de um projeto urbanístico para a instalação de 
um jardim de chuva junto a uma via.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ff7808bb-d4d4-4bc2-a4bd-ca9347f34aa3/c67bbf9c-6b25-412f-96e5-902f64457596.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Casa Pátios / Rama Estudio.
Confira, neste projeto, as estratégias adotadas pelos arquitetos para que a edificação apresente-se 
completamente integrada à paisagem.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Casa das Guaracemas: casa sustentável premiada no Brasil
Confira este projeto, que foi elaborado de maneira a incorporar o máximo de estratégias 
sustentáveis à residência, visando ao conforto e bem-estar dos seus usuários.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.archdaily.com.br/br/925179/casa-patios-rama-estudio?ad_source=search&ad_medium=search_result_all
http://greentopia.com.br/casa-das-guaracemas/

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