Buscar

Aula 08 AFRFB 2009 DIREITO PENAL

Prévia do material em texto

CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
AULA 08 – JUIZADOS ESPECIAIS – LEI Nº. 9099/95 E 10.259/2001 
 
Olá, Pessoal! 
Sejam bem vindos à nossa última aula! 
Trataremos neste encontro de um tópico que não é o preferido das bancas. Para você ter 
idéia, desde 1998 tivemos apenas 07 questões sobre este tema em prova e sabe quantas 
exigidas pela ESAF? Nenhuma. 
“Mas, professooooor...Então posso fechar esta aula e ir estudar outros assuntos?” 
Claro que não, pois nada impede que tenhamos alguma questão em prova. 
O que vou fazer é apresentar o tema da maneira mais objetiva e rápida possível, abrangendo 
tudo o que já foi exigido em concursos e dando a vocês um diferencial em relação a muitos 
candidatos que passarão direto por este ponto devido à extensão da norma legal. 
Não tenho dúvidas que, caso a ESAF resolva colocar alguma questão sobre este assunto em 
prova, ela não buscará uma “nota de rodapé”, mas algum ponto relevante da lei. 
Para finalizar esta nossa conversa inicial, preparem-se, pois estou guardando algumas 
surpresas para o “pós-término” da aula... 
Bons estudos!!! 
 
8.1 INTRODUÇÃO 
 
Os Juizados Especiais são órgãos previstos pela Constituição Federal em seu art. 98, que 
assim dispõe: 
 
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: 
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, 
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis 
de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, 
mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses 
previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes 
de primeiro grau; 
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da 
Justiça Federal 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
2
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio 
dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. 
 
Diante da necessidade de implementar a norma constitucional, o Congresso Nacional 
aprovou a Lei 9.099/95, que é resultado da fusão de dois projetos de lei: um que cuida dos 
Juizados Especiais Cíveis e outro que regula os Juizados Especiais Criminais no âmbito 
Estadual. No âmbito Federal, a lei 10.259/01 regula os Juizados Especiais Federais. 
Mas para que criar Juizados Especiais? 
A inadequação dos procedimentos, o formalismo acentuado, o alto valor das custas 
processuais, a necessidade de advogado, além da indisponibilidade dos direitos e dos 
privilégios em favor da União, prejudicavam, em um número significativo de casos, o acesso 
à justiça. 
Imagine, por exemplo, um indivíduo que pretendesse exigir R$ 1000,00 de uma determinada 
empresa, a título de indenização, antes da implementação dos Juizados Especiais. Este 
pleiteante, obrigatoriamente, teria que constituir um advogado e, com isso, muitos acabavam 
desistindo de lutar pelos seus direitos. 
Outro problema era o rito procedimental que, pela complexidade, gerava um tempo absurdo 
para a resolução da questão. 
Com a regulamentação do artigo 98 da Carta Magna, parte dos obstáculos de acesso à 
justiça foram removidos. Dentre as principais características, apresentam-se: 
 
• GRATUIDADE PROCESSUAL EM PRIMEIRA INSTÂNCIA; 
• TOTAL REMOÇÃO DOS ÓBICES PROCESSUAIS (FORMALISMOS INÚTEIS); 
• SIMPLIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO; 
• INTRODUÇÃO DOS CRITÉRIOS DE ORALIDADE, SIMPLICIDADE, INFORMALIDADE E 
CELERIDADE; 
• COMPOSIÇÃO PACÍFICA DAS CONTROVÉRSIAS. 
 
8.2 JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
 
 8.2.1 COMPETÊNCIA 
 
O Juizado Especial Criminal, também conhecido por JECrim, é um órgão da estrutura do 
Poder Judiciário brasileiro destinado a promover a conciliação, o julgamento e a execução 
das infrações penais consideradas de menor potencial ofensivo. 
Ao começar a dispor sobre os Juizados Especiais Criminais, a lei 9.099/95 leciona: 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
3
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e 
leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das 
infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de 
conexão e continência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe que o texto legal fala em infrações de menor potencial ofensivo, mas o que 
exatamente quer dizer esta expressão? 
Para encontrarmos a resposta, devemos buscar o texto da própria lei que, no artigo 61, 
dispõe: 
 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os 
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine 
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
 
• JUIZ TOGADO É O MAGISTRADO GRADUADO EM DIREITO E 
APROVADO EM CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS PARA O 
INGRESSO NA MAGISTRATURA. 
• JUIZ LEIGO É AQUELE QUE, APESAR DA FORMAÇÃO EM DIREITO, 
NÃO É JUIZ DE DIREITO, OU SEJA, TOGADO. NÃO PRESTOU 
CONCURSO PARA A MAGISTRATURA, ATUANDO SOMENTE NOS 
JUIZADOS ESPECIAIS E DE CONCILIAÇÃO. 
• CONCILIAÇÃO É UM MEIO DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS EM 
QUE AS PARTES RESOLVEM O CONFLITO ATRAVÉS DA AÇÃO DE UM 
TERCEIRO, O CONCILIADOR. ESTE, ALÉM DE APROXIMAR AS 
PARTES, ACONSELHA E AJUDA, FAZENDO SUGESTÕES DE ACORDO. 
A CONCILIAÇÃO É JUDICIAL QUANDO SE DÁ EM CONFLITOS JÁ 
AJUIZADOS, NOS QUAIS ATUA COMO CONCILIADOR O PRÓPRIO JUIZ 
DO PROCESSO OU CONCILIADOR TREINADO E NOMEADO. 
• CONEXÃO E CONTINÊNCIA SÃO FENÔMENOS PROCESSUAIS 
DETERMINANTES DA REUNIÃO DE DUAS OU MAIS AÇÕES, PARA 
JULGAMENTO EM CONJUNTO, A FIM DE EVITAR A EXISTÊNCIA DE 
SENTENÇAS CONFLITANTES. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
4
O conhecimento da correta definição de crime de menor potencial ofensivo é 
importantíssimo para a sua prova e, diante do supra artigo, podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal, 
e os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer 
dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária. 
 
8.2.2 PRINCÍPIOS 
 
Conforme você já sabe, o juizado especial criminal foi criado com características 
particulares e a própria lei define princípios diferenciados a serem seguidos por este meio 
legal. Veja: 
 
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da 
oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, 
sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a 
aplicação de pena não privativa de liberdade. 
 
Vamos analisar o supra artigo: 
 
 8.2.2.1 ORALIDADE 
 
CRIMES DE 
MENOR 
POTENCIAL 
OFENSIVO 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
5
A oralidade pode ser explicada como a possibilidade de se permitir a documentação 
mínima dos atos processuais, sendo registrados apenas aqueles atos tidos como 
essenciais. Neste sentido, dispõe a lei: 
 
Art. 65 
[...] 
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por 
essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento 
poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente. (grifo nosso) 
 
 8.2.2.2 INFORMALIDADE / SIMPLICIDADE 
 
Os atos processuais serão válidos sempre que atingirem as finalidades para as quais 
foram realizados. Tenta o legislador, com este princípio, retirar a idéia plasmada no 
procedimento comum de que o processo é o fim e não o meio para o cumprimento da 
lei. Veja: 
 
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as 
finalidades paraas quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no 
art. 62 desta Lei. 
 
Isso que dizer que não há qualquer forma prescrita para o rito procedimental dos 
Juizados Especiais? A resposta é negativa, ou seja, existem formalizações exigidas 
por lei, MAS nenhuma nulidade será pronunciada sem que seja demonstrado prejuízo 
para a acusação ou para a defesa. 
Observe o disposto: 
 
Art. 65 [...] 
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo. 
 
Como uma espécie da informalidade, temos o conceito de simplicidade, segundo o 
qual o processo deve transcorrer da maneira mais simples possível e, visivelmente, 
esta foi a intenção do legislador na confecção da lei. 
Como exemplo de simplicidade, temos a desnecessidade da carta precatória para a 
prática de atos processuais em outras comarcas, podendo ser utilizado qualquer meio 
de comunicação. Veja: 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
6
Art. 65 
[...] 
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada 
por qualquer meio hábil de comunicação. 
 
 
 
 
 
 
 
Desta forma, se um juiz no Rio de Janeiro quiser solicitar algo de um magistrado em 
São Paulo, basta pegar o telefone, ligar e pedir. Bem mais simples, concorda? 
Outra situação em que temos a aplicação da simplicidade diz respeito à citação. Esta, 
sempre que possível, será feita no próprio juizado, evitando o mandado e o 
deslocamento de um Oficial de Justiça. 
 
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que 
possível, ou por mandado. 
 
 
 
 
 
 
Do artigo 66, tiramos um importante ponto para a sua PROVA. Perceba que ao dispor 
sobre a citação, o legislador assinala a necessidade de que seja pessoal (no juizado 
ou através do mandado). 
Mas e se o agente não for encontrado? 
Neste caso, diferentemente do que muitos pensam, NÃO HAVERÁ CITAÇÃO POR 
EDITAL!!! Observe como trata do caso a lei: 
 
Art.66 [...] 
Carta precatória é um instrumento utilizado pela Justiça quando existem 
indivíduos em comarcas diferentes. É um pedido que um juiz envia a outro de 
outra comarca. Assim, um juiz (dito deprecante) envia carta precatória para o 
juiz de outra comarca (dito deprecado) para a realização de um ato processual. 
Citação, para o Direito, consiste no ato processual no qual a parte ré é 
comunicada de que está sendo movido um processo contra ela e a partir da qual 
a relação triangular deste se fecha, com as três partes envolvidas no litígio 
devidamente ligadas: autor, réu e juiz; ou autor interessado e juiz. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
7
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz 
encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do 
procedimento previsto em lei. (grifo nosso). 
 
Sendo assim, podemos resumir que: 
 
 
Para finalizar este item relativo à informalidade / simplicidade, vamos tratar de uma 
última situação que diz respeito às intimações. Estas serão feitas por correspondência, 
com aviso de recebimento pessoal quando enviadas a endereço residencial. 
Quando enviadas a endereço comercial, a intimação será entregue ao encarregado da 
recepção, que obrigatoriamente será identificado. 
 
 
 
 
 
 
 
Esta é a regra geral para a intimação, MAS, visando à simplicidade, se necessário, as 
intimações poderão ser feitas por qualquer outro meio idôneo. Observe a norma: 
 
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento 
pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante 
entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, 
ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado 
ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação. 
(grifei) 
 
 8.2.2.3 CELERIDADE 
 
O princípio da celeridade visa realizar a prestação jurisdicional com rapidez, 
celeridade, presteza, sem, contudo, causar prejuízos em relação à segurança jurídica. 
NNOOSS JJUUIIZZAADDOOSS EESSPPEECCIIAAIISS,, AA CCIITTAAÇÇÃÃOO ÉÉ PPEESSSSOOAALL,, NNÃÃOO CCAABBEENNDDOO OO EEDDIITTAALL.. 
Intimação é uma comunicação escrita expedida por um juiz e que leva às partes 
o conhecimento de atos e termos do processo e solicita às mesmas que façam 
ou deixem de fazer algo em virtude de lei, perante o poder judiciário. Geralmente, 
esses serviços são executados por um oficial de justiça. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
8
Com esse princípio, tem-se o cumprimento eficaz da função do Poder Judiciário e o 
alcance do seu objetivo de extinguir os litígios. 
A lei nº. 9.099/95 traz diversos dispositivos visando garantir a celeridade processual, 
tais como: 
 
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando 
imprescindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer. 
 
Art. 81 
 
[...] 
 
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e 
julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, 
impertinentes ou protelatórias. (grifei) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apesar de alguns doutrinadores defenderem a tese de que quanto mais demorado um 
processo, maior a segurança jurídica para este e, ainda, maior o aprofundamento do 
julgador perante o mesmo, tem-se revelado, tal tese, ultrapassada. 
 
8.2.2.4 ECONOMIA PROCESSUAL 
 
Tal princípio visa apresentar às partes um resultado prático, efetivo, com o mínimo de 
tempo, gastos e esforços. Podemos dizer que se entende por economia processual a 
realização do maior número de atos processuais com o mínimo de diligências. 
Ë importante ressaltar que o objetivo dos juizados especializados é justamente o de 
tornar as demandas rápidas, eficientes na solução dos litígios individuais, devendo 
garantir, para isso, a economia nas atividades processuais. 
Audiência de instrução e julgamento é a sessão pública dos juízos de primeiro grau 
de jurisdição, da qual participam o juiz, os auxiliares da Justiça, as testemunhas, 
os advogados e as partes, com o objetivo de obter a conciliação destas, realizar a 
prova oral, debater a causa e proferir a sentença. Como sessão que é, a audiência 
de instrução e julgamento é integrada por uma série de atos, sendo ela própria um 
ato processual complexo. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
9
Diante disso, todos os atos processuais devem ser aproveitados visando alcançar tal 
princípio, ou seja, nenhum ato processual é inútil, todos são proveitosos, com um 
único fim: o de garantir essa economia processual para que as partes possam chegar 
ao fim do processo o mais brevemente possível. 
 
8.2.2.5 AMPLA LIBERDADE DO JUIZ 
 
A lei nº. 9.099/95 veio ampliar os poderes do juiz para que ele conduza ou oriente 
conciliações, suspenda ou não o processo, enfim, deu ao juiz a possibilidade de uma 
maior intervenção no processo, e é isso que você tem que saber para a sua PROVA. 
 
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua 
orientação. 
 
Assim como no Processo Penal comum, nos juizados especiais criminais também 
prevalece a verdade REAL sobre a verdade FORMAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VERDADE REAL 
No processo penal, o Juiz tem a obrigação de colher o maior número de 
provas possíveis a fim de determinar efetivamente como ocorreu o fato 
concreto. Segundo o STJ: “A busca pela verdade real constitui princípio que 
rege o Direito Processual Penal. A produção de provas, porque constitui 
garantia constitucional, pode ser determinada, inclusive pelo Juiz, de ofício, 
quando julgar necessário”. 
Desta forma, para ficar bem claro, imaginemos a seguinte situação: Tício 
mata Mévio e, durante o processo penal, o pai de Tício assumea culpa do 
feito, exigindo, assim, que seu filho seja liberado. Será que o Juiz é obrigado a 
aceitar o que está sendo dito? A resposta é negativa, pois, como já dissemos, 
caberá ao judiciário, através da colheita de informações, atingir a verdade 
REAL e decidir através da livre apreciação das provas. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
10
 8.2.3 FASE PRELIMINAR 
 
8.2.3.1 INSTAURAÇÃO DO PROCESSO 
 
Dentro do espírito inovador que norteia o procedimento nos Juizados Especiais 
Criminais, a lei 9.099/95, buscando ao máximo a eliminação de fases processuais e o 
registro de atos inúteis, aboliu, como regra, o inquérito policial como procedimento 
prévio à ação penal, bastando que a autoridade policial envie aos juizados termo 
circunstanciado sobre a ocorrência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Buscando dar celeridade ainda maior, se possível, o termo circunstanciado deve ser 
enviado, juntamente com as partes envolvidas, à autoridade judiciária, juntando-se 
documentos e outras informações necessárias ao esclarecimento dos fatos. 
 
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará 
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor 
do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais 
necessários. 
 
Nessa hipótese, dúvidas surgem quanto a que tipo de autoridade policial tem 
competência para lavrar o termo circunstanciado e enviá-lo ao juizado. Somente as 
Polícias Civis de âmbito estadual ou federal poderiam fazê-lo ou outras polícias, como a 
rodoviária e a militar, também poderiam se incumbir da tarefa? O entendimento que é 
sufragado pela maioria da doutrina é o de que a expressão "autoridade policial", prevista 
no caput do artigo 69 da lei 9.099/95, diz respeito não só às polícias civis estaduais e 
federal, mas engloba também as outras polícias previstas na constituição federal de 88. 
 
O inquérito policial é um procedimento policial administrativo previsto no Código de 
Processo Penal Brasileiro. É instrução provisória, preparatória, destinada a reunir os 
elementos necessários (provas) à apuração da prática de uma infração penal e sua 
autoria. 
Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) é um registro de um fato tipificado 
como infração de menor potencial ofensivo. O referido registro deve conter a 
qualificação dos envolvidos e o relato do fato, quando lavrado por autoridade 
policial. Nada mais é do que um boletim de ocorrência com algumas informações 
adicionais, servindo de peça informativa para o Juizado Especial Criminal. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
11
8.2.3.2 AUDIÊNCIA PRELIMINAR 
 
É nesta fase que o Juiz tentará compor a lide, propondo às partes envolvidas a 
possibilidade de reparação dos danos, a aceitação imediata do cumprimento de pena 
não privativa de liberdade. Destina-se, portanto, à conciliação das partes. 
Nesta audiência, poderão ocorrer três situações: 
 
1. A aceitação da proposta de composição dos danos civis pelo autor; 
2. A transação penal; 
3. Oferecimento oral de denúncia para que seja iniciada a ação penal. 
 
Também deverão estar presentes na audiência: 
 
1. O representante do Ministério Público; 
2. O autor do fato; 
3. A vítima; 
4. Se possível, o responsável civil. 
 
Observe: 
 
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério 
Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, 
acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade 
da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata 
de pena não privativa de liberdade. 
 
Vamos analisar cada situação: 
 
***ACEITAÇÃO DA PROPOSTA DE COMPOSIÇÃO DE DANOS CIVIS PELO AUTOR 
Na composição dos danos civis, há a reparação dos danos financeiros causados à 
vítima em razão do ilícito penal imputado ao autor do fato e, uma vez homologado o 
acordo de composição dos danos civis, terá eficácia de título a ser executado no juízo 
civil competente, acarretando a renúncia ao direito de queixa ou representação. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
12
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, 
homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de 
título a ser executado no juízo civil competente 
 
***TRANSAÇÃO PENAL A transação penal está consagrada no art. 76 da Lei 
9099/95, o qual dispõe: 
 
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal 
pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público 
poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a 
ser especificada na proposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARA FACILITAR O ENTENDIMENTO - AÇÃO PENAL – NOÇÕES GERAIS 
No nosso país, as ações penais são divididas em dois grandes grupos: 
1. AÇÃO PENAL PÚBLICA Subdividida em Pública Incondicionada e Condicionada. 
2. AÇÃO PENAL PRIVADA 
Imaginemos que um indivíduo comete um homicídio. Este delito, obviamente, importa 
sobremaneira a toda sociedade. Desta forma, a ação recebe a classificação de pública 
Incondicionada e não depende de qualquer pedido ou condição para ser iniciada, 
bastando o conhecimento do fato pelo Ministério Público. O MP inicia esta ação 
através da DENÚNCIA. 
Pensemos agora em outra situação em que uma mulher chega para um homem e diz 
que ele é “mais feio que briga de foice no escuro”. Neste caso, temos claramente um 
delito de injúria e eis a pergunta: O que este delito importa para a sociedade? Na 
verdade, ele fere a esfera íntima do indivíduo e, devido a isto, o Estado concede a 
possibilidade de o ofendido decidir se inicia ou não a ação penal, atribuindo a este a 
titularidade. Temos ai a ação privada que é iniciada através da QUEIXA do ofendido. 
Em um meio termo entre a Pública Incondicionada e a Privada, temos a Pública 
Condicionada. Neste caso, o fato fere imediatamente a esfera íntima do indivíduo e 
mediatamente (secundariamente) o interesse geral. Desta forma, a lei atribui a 
titularidade da ação ao MP que a inicia pela DENÚNCIA, mas exige que o MP aguarde a 
manifestação do ofendido para que possa iniciar a ação. Tal fato ocorre, por exemplo, 
no delito de ameaça. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
13
Antes do oferecimento da denúncia, portanto, na fase administrativa ou pré-
processual, o Ministério Público poderá propor um acordo, transacionando o direito de 
punir do Estado com o direito à liberdade do "autor do fato". 
Sergio Turra Sobrane define a transação penal como: 
 
“o ato jurídico através do qual o Ministério Publico e o autor do fato, atendidos os 
requisitos legais, e na presença do magistrado, acordam em concessões recíprocas 
para prevenir ou extinguir o conflito instaurado pela prática do fato típico, mediante o 
cumprimento de uma pena consensualmente ajustada”. 
 
 8.2.3 FASE PROCESSUAL – PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
 
Não havendo a transação penal, o Ministério Público oferecerá incontinenti denúncia oral, 
desde que, é claro, não existam novas diligências ou esclarecimentos a serem 
requisitados. 
 
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de 
pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese 
prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de 
imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências 
imprescindíveis 
 
Portanto, neste momento inicia-se a ação penal nos JCrim, que poderá também se dar 
através de queixa do ofendido, dispensando-se para tanto o inquérito policial, conforme 
você já viu. 
Cabe ao Juiz, nesta oportunidade, verificara complexidade probatória do caso, tendo em 
vista que algumas situações exigem a prática de atos probatórios mais complexos, como 
perícias ou laudos técnicos, o que certamente não se coaduna com o espírito de 
simplicidade e informalidade existente nos juizados. 
Neste caso, cabe ao Magistrado, uma vez verificado que o caso demanda tais 
providências, enviar os autos ao Juiz comum, cuja estrutura procedimental estaria mais 
preparada para abrigar a apuração de fatos de maior complexidade. 
Oferecida a denúncia ou queixa, ficará o acusado cientificado do dia e hora da audiência 
de instrução e julgamento, momento em que haverá mais uma tentativa de conciliação 
ou, até mesmo, de proposta de transação penal, desde que não tenha ocorrido a 
possibilidade do seu oferecimento na fase preliminar. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
14
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento, 
se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação 
e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á nos 
termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei. 
 
Daí por diante, o procedimento é basicamente oral, iniciando-se a audiência com a 
apresentação da defesa pelo réu. Importante salientar que só depois de ouvido o 
defensor é que o Juiz aceita ou rejeita a denúncia ou queixa. 
Se rejeitar a denúncia ou queixa? 
Segue o preceituado no artigo 82 da lei nº. 9.099/95: 
 
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá 
apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em 
exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
 
Se ele aceitar? 
 
Ocorrerá a oitiva de testemunhas de acusação e defesa, interrogatório do acusado e 
debates orais, quando então o processo estará concluso para decisão. 
 
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à 
acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; 
havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação 
e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se 
imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença. 
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e 
julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, 
impertinentes ou protelatórias. 
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e 
pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em 
audiência e a sentença. 
 
A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz. Veja: 
 
Art. 81 
 
[...] 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
15
 
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de 
convicção do Juiz. 
 
Na sentença devem constar somente os elementos de convicção do Juiz, como, por 
exemplo, os depoimentos ou trechos mais importantes dos depoimentos prestados na 
audiência, a fim de que a decisão esteja devidamente motivada, sob pena de nulidade. 
 
8.2.4 SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
 
Para concluir, resta comentar a inovação prevista no artigo 89 da lei 9.099/95, que trouxe 
um importante instituto ao ordenamento jurídico, qual seja: A SUSPENSÃO 
CONDICIONAL DO PROCESSO. 
 
Diz o dispositivo que: 
 
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um 
ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a 
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, 
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido 
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam 
a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). 
 
O supra artigo traz a idéia de desnecessidade da pena, uma vez que o magistrado se 
limitará a impor condições ao réu que, se aceitas, ensejarão a suspensão do processo. 
Para compreender bem, pense assim: Após ser aprovado para a Receita Federal, você 
passará por um estágio probatório, correto? Então...para o acusado é exatamente a 
mesma coisa. Observe o disposto: 
 
Art. 89 
 
[...] 
 
1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, 
recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado 
a período de prova, sob as seguintes condições: 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
16
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
II - proibição de freqüentar determinados lugares; 
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do 
Juiz; 
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para 
informar e justificar suas atividades. 
 
A medida também busca a reabilitação do escopo de reeducação do processo penal, 
possibilitando que o próprio acusado, de acordo com a sua conveniência, opte pelo 
cumprimento das condições ou pelo prosseguimento do processo. 
Não se trata de mero ato discricionário, sendo direito do réu a proposta de suspensão do 
processo. Além disso, estando presentes os requisitos legais, o acusado tem direito a 
deferimento da medida como forma de preservar os princípios informativos da lei 
9.099/95. 
A suspensão condicional do processo é instituto de máxima importância para o 
desafogamento dos processos criminais, visando uma célere prestação jurisdicional e 
impedindo que a apuração de crimes de pouca repercussão venha a se arrastar por 
vários anos no judiciário, evitando a efetividade do processo. 
 
 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Aqui chegamos ao término da parte teórica referente aos juizados penais especiais. 
Como disse no início da aula, atenham-se ao que aqui está sendo apresentado e não 
percam tempo esmiuçando toda a lei. 
 
Dito isto, vamos agora resumir o exposto: 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
17
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELABORAÇÃO DO 
TERMO 
CIRCUNSTANCIADO 
(art. 71) 
AUDIÊNCIA PRELIMINAR 
Conciliação e aplicação 
da pena restritiva de 
direitos. 
(art. 72 a 76) 
DENÚNCIA OU 
QUEIXA. 
(art. 77) 
 
AUDIÊNCIA DE 
INSTRUÇÃO E 
JULGAMENTO. 
 (art. 79 a 83) 
Tentativa de Conciliação 
e aplicação da pena 
restritiva de direitos. 
Caso não tenha ocorrido 
audiência preliminar. 
(art. 79) 
Oportunidade da 
defesa rebater a 
acusação oralmente. 
(art. 81) 
RECEBIMENTO DA 
DENÚNCIA OU 
QUEIXA. 
 (art. 81) 
Caso não seja 
recebida, cabe 
apelação. 
(art. 82) 
OFERECIMENTO DA 
SUSPENÇÃO 
CONDICIONAL DO 
PROCESSO. 
(art. 89) 
Suspensão do 
processo e início da 
fase probatória. 
 (art. 89 § 1º ao 6º) 
Oitiva da vítimas e 
testemunhas. 
Interrogatório do réu. 
Debates orais; 
 (art. 81) 
PPEENNAA MMÍÍNNIIMMAA 
CCOOMMIINNAADDAA FFOORR 
IIGGUUAALL OOUU IINNFFEERRIIOORR 
AA UUMM AANNOO 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
18
******************************************************************************************* 
Companheiros de estudo, 
 
Parabéns por mais uma etapa completada!!! 
 
Neste momento, chegamos ao final do nosso curso (pelo menos da parte teórica) e queria 
que soubessem que para mim é uma grande felicidade saber que, mesmo com uma pequena 
parcela, pude contribuir nesta busca árdua pela aprovação. 
Conforme prometido, fechamos o curso com cerca de 170 exercícios, sendo que 22 estão no 
simulado abaixo, o qual abrangerá toda a matéria a fim de que vocês possam identificar 
pontos que precisam ser revistos. Além disso, a pedidos, apresento depois dos comentários 
do simulado um resumo com os principais pontos das aulas 01 /02 / 03 e 04. 
Espero sinceramente ter correspondido à confiança que depositaram no meu trabalho ao 
escolherem este curso e ter conseguido atingir o meu objetivo principal de transmitir a vocês 
o Direito Penal de maneira clara, objetiva e agradável. 
Como não poderia deixar de ser...CHEGAMOS AO ÚLTIMO DEGRAU!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora a prova está próxima e gostaria, antes de finalizar, de passar para vocês um 
pouquinho (também de forma objetiva e rápida...rsrs) do caminho que percorri até ser 
aprovado....talvez vocês se identifiquem... 
Vivi como um autêntico Concurseiro de novembro de 2005 até janeiro de 2007, quando fui 
aprovado no cargo que atualmente desempenho. Durante esse meu período de estudos para 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
19
concurso, lutei muito, senti angustia, receio, medo, dúvida, enfim, vários sentimentos que, 
com certeza, vocês compreendem bem. Incontáveis vezes duvidei que algum dia estaria em 
condição de competir por uma vaga, mas prossegui em busca do meu sonho. 
Durante esta fase, questionava-me bastante quanto à validade de abrir mão de tantas coisas 
e pessoas com um único objetivo que não sabia quando ou se iria atingir. Escutei afirmações 
do tipo “Vai curtir a vida e esquece isso”, mas persisti com empenho na minha empreitada 
com foco total no que eu queria. 
Após muito estudo, no dia 07 de janeiro de 2007 estava eu em uma sala de aula, com um 
lápis, uma caneta preta, uma borracha e um frio na barriga que parecia que eu ia congelar, 
esperando para fazer a tão temida prova. Situação que em breve vocês passarão. 
Fiz a prova e o dia em que li o meu nome no Diário Oficial como aprovado, vi que tudo 
realmente tinha valido a pena. 
Hoje sou servidor público, faço uma das coisas que mais gosto nesta vida, que é lecionar 
para quem realmente quer estudar (VOCÊS!!!), e tenho tempo para me dedicar às pessoas 
que sempre estiveram ao meu lado e outras que surgiram em minha vida após minha 
aprovação. 
Mas por que estou dizendo isto tudo? 
Para que você perceba que a diferença entre a minha história e a sua são só as datas. Para 
que você veja que as mesmas aflições e dúvidas que está sentindo pela proximidade da 
prova, nós, professores, já passamos e vencemos, assim como você PODE E IRÁ 
VENCER!!! 
Tenha fé e confiança no seu trabalho. Pense na prova não como uma inimiga, mas como 
uma AMIGA de quem realmente estudou. Independentemente de sua religião, confie que há 
alguém que olha por você e que sabe o quanto você está lutando para sair vitorioso (a). 
 
Estou torcendo por vocês!!! Muito sucesso a todos!!! 
 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
20
SIMULADO 
 
1. (PGFN / 2007) À luz da aplicação da lei penal no tempo, dos princípios da 
anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue as 
afirmações abaixo relativas ao fato de Mévio ter sido processado pelo delito de 
adultério em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de março de 2005, 
aboliu o crime de adultério: 
 
I. Caso Mévio já tenha sido condenado antes de março de 2005, permanecerá sujeito à 
pena prevista na sentença condenatória. 
II. A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses. 
III. Caso Mévio não tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdição, poderá 
ocorrer a extinção de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo réu. 
IV. Na hipótese, ocorre o fenômeno da abolitio criminis. 
 
A) Todas estão corretas. 
B) Somente I está incorreta. 
C) I e IV estão corretas. 
D) I e III estão corretas. 
E) II e IV estão corretas. 
 
 
2. (MPU – Técnico Administrativo / 2004) Em se tratando de extraterritorialidade, pode-
se afirmar que se sujeitam à lei brasileira, embora praticados no estrangeiro, 
 
A) os crimes contra a administração pública, por quem não está a seu serviço. 
B) os crimes de genocídio, ainda que o agente não seja brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
C) os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, quando em território 
estrangeiro, mesmo que aí sejam julgados. 
D) os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado ou 
de Município. 
E) os crimes contra o patrimônio praticados contra o presidente da República. 
 
3. (PFN / 2006) Geraldo, pratica a conduta X. Sem desejar, porém, assumindo o risco, 
tendo mentalmente, antevisto o resultado, danifica o patrimônio de Ciro. A conduta de 
Geraldo, no aspecto subjetivo, identifica 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
21
 
A) dolo direto. 
B) dolo eventual. 
C) culpa inconsciente. 
D) culpa consciente. 
E) preterdolo. 
 
4. (BACEN / 2002) Em relação à culpa lato sensu pode-se dizer que: 
 
A) a punição a título de culpa stricto sensu é a regra, enquanto a sanção por dolo é 
excepcional. 
B) no dolo eventual é suficiente que o agente tenha-se conduzido de maneira a assumir o 
risco de produzir o resultado e, assim, não se exige que haja ele assentido com o resultado; 
já na culpa consciente o sujeito não prevê o resultado, embora este seja previsível. 
C) no crime culposo é dispensável haver nexo de causalidade entre a conduta e o resultado, 
pois este é reprovável pela desatenção do agente ao dever de cuidado para evitar o 
previsível. 
D) culpa própria é aquela que o agente prevê e quer o resultado, mas sua vontade baseia-se 
em erro de tipo inescusável ou vencível; na culpa imprópria o sujeito não prevê o resultado 
nem assume o risco de provocá-lo. 
E) se o agente não deu seu assentimento último ao resultado, não agiu com dolo eventual, 
mas com culpa consciente. 
 
5. (BACEN / 2002) Um caçador, no meio da mata, dispara sua arma de fogo sobre um 
objeto escuro, supondo tratar-se de um animal, e atinge um fazendeiro. Nesta 
hipótese, restou configurado: 
 
A) erro sobre a pessoa. 
B) erro de proibição. 
C) erro provocado por terceiro. 
D) erro de tipo. 
E) aberratio ictus. 
 
6. (TJ – PA / 2009) Se diante de um determinado fato delitivo, verificar-se que há dolo 
na conduta inicial e culpa no resultado final, podese dizer que se configurou crime: 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
22
 
A) doloso puro. 
B) preterdoloso. 
C) doloso misto. 
D) culposo misto. 
E) doloso alternativo. 
 
7. (TJ – PA / 2009) Pablo atingiu Luiz com cinco disparos de arma de fogo, um na 
cabeça, dois no tórax e dois nas pernas. Luiz foi socorrido e levado ao hospital 
público mais próximo, apurando-se que necessitava de urgente intervenção cirúrgica. 
No entanto, como, minutos antes de sua chegada ao hospital havia ocorrido grave 
acidente envolvendo dois ônibus e as vítimas estavam sendo socorridas, não foi 
possível que os médicos ministrassem a Luiz, de forma imediata, o tratamento 
necessário. Convocou-se, então, um médico que estava de folga e que, tendo chegado 
ao hospital 30 minutos após a internação de Luiz, passou a cuidar do paciente. Ainda 
que Luiz tenha recebido atendimento médico, constatou-se que seu estado de saúde já 
se havia agravado e, embora ele tenha sido submetido a cirurgia para retirada dos 
projéteis, não resistiu e veio a falecer. Considerando essa situação hipotética, assinale 
a opção correta. 
 
A) Houve a superveniência de causa absolutamente independente, consistente na demora 
no atendimento médico a Luiz, o que implica que Pablo somente responderá pelas lesões 
corporais causadas. 
B) O resultado morte somente foi produzido em razão da ausência de tratamento médico 
imediato da vítima, havendo uma ruptura do nexo causal. 
C) Ocorreu uma causa superveniente relativamente independente, que impede a 
responsabilizaçãode Pablo pelo resultado morte. 
D) O resultado morte decorreu do desdobramento normal da conduta praticada por Pablo, 
que responderá pelo resultado produzido. 
E) NRA 
 
8. (Juiz Substituto – TJ – MG / 2008) Assinale a afirmativa incorreta. 
 
A) Sempre que o agente, por ato voluntário, reparar o dano ou restituir a coisa, antes do 
recebimento da denúncia ou da queixa, a pena será reduzida de um a dois terços. 
B) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a 
punição por crime culposo, se previsto em lei. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
23
C) Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
D) A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o 
resultado, sendo o dever de agir descrito no Código Penal. 
E) Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços. 
 
9. (Juiz Substituto – TJ – MG / 2008) Qual das seguintes condutas não constitui crime 
impossível? 
 
A) O furto de dinheiro guardado, cujas cédulas haviam sido marcadas para descobrir quem ia 
tentar a subtração. 
B) A tentativa de homicídio com revólver descarregado. 
C) A apresentação ao banco de cheque para sacar determinado valor, se a vítima já 
determinara a sustação do pagamento do cheque furtado. 
D) Quando o agente pretendia furtar um bem que estava protegido por aparelho de alarme 
que tornava absolutamente ineficaz o meio empregado para a subtração. 
E) Quando o agente deu veneno à vítima, mas a quantidade não foi suficiente para matá-la. 
 
10. (Assistente de Promotoria – RS / 2008) Tício ingressou à noite no interior de um 
museu, para furtar obras de arte. Diante do funcionamento do sistema de alarme, 
desistiu de prosseguir na execução do delito e deixou o local. Nesse caso, ocorreu 
 
A) fato penalmente atípico. 
B) desistência voluntária. 
C) arrependimento eficaz. 
D) arrependimento posterior. 
E) tentativa de furto punível. 
 
11. (CEHAP – PB / 2009) Joaquim, servidor público, desviou para a reforma da 
repartição pública em que trabalha determinada quantia de que dispunha em razão de 
seu cargo e que estava regularmente destinada à construção de escolas no município. 
Na situação hipotética acima descrita, trata-se de 
 
A) crime de peculato, independentemente de Joaquim ter-se apropriado da quantia para 
proveito próprio ou não. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
24
B) crime de apropriação indébita, independentemente de Joaquim ser ou não servidor 
público. 
C) crime de emprego irregular de verbas públicas, já que o desvio da quantia ocorreu em 
proveito da administração. 
D) crime de prevaricação, posto que Joaquim agiu para satisfazer sentimento pessoal. 
E) NRA 
 
12. (PGE – PA / 2009) Assinale a alternativa CORRETA a respeito de crime contra a 
Administração Pública: 
 
A) No peculato-apropriação, o delito consuma-se quando o agente inverte a posse de um 
bem móvel, agindo como se dono fosse, que detinha em razão do cargo. Há previsão legal 
do peculato de uso, quando o agente utiliza um bem público sem autorização de seu superior 
hierárquico. 
B) O crime de concussão aproxima-se da corrupção. Naquela figura típica, o crime é 
unilateral; nesta, é bilateral. Na corrupção, o funcionário solicita ou aceita, sendo que na 
concussão, exige. 
C) Quem oferece a um funcionário público uma vantagem indevida em troca de um ato 
funcional comete o mesmo crime que o agente público que aceita tal quantia em face da 
teoria monista adotada pelo Código Penal. 
D) O crime de prevaricação consuma-se somente quando o agente deixa de praticar, 
indevidamente, ato de ofício para satisfazer interesse próprio ou de outrem. 
E) NRA 
 
13. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MP – SP / 2008) Não é modalidade de peculato prevista 
no Código Penal: 
 
A) peculato-apropriação. 
B) peculato-furto. 
C) peculato-concussão. 
D) peculato culposo. 
E) peculato mediante erro de outrem. 
 
14. (DEFENSORIA PÚBLICA – MS / 2008) No que diz respeito aos crimes contra a 
Administração Pública, assinale a alternativa que traz, apenas, crimes próprios no que 
concerne ao sujeito ativo. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
25
 
A) Tráfico de influência; abandono de função; violação de sigilo funcional. 
B) Usurpação de função pública; prevaricação; peculato. 
C) Corrupção passiva; condescendência criminosa; advocacia administrativa. 
D) Favorecimento pessoal; concussão; violência arbitrária. 
E) NRA 
 
15. (AGENTE FISCAL – PI / 2008) Acerca dos crimes praticados por funcionário público 
contra a administração em geral, assinale a opção correta. 
 
A) Comete crime de prevaricação o funcionário público que, por indulgência, retarda ou deixa 
de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica-o contra disposição expressa de lei. 
B) O funcionário público que, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, deixa de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe 
faltar competência, não leva o fato ao conhecimento da autoridade competente, pratica o 
crime de condescendência criminosa. 
C) Pratica apenas infração administrativa, conduta considerada atípica, o funcionário público 
que, na cobrança de tributo ou contribuição social, emprega meio vexatório ou gravoso não 
autorizado por lei. 
D) O abandono de cargo público, fora dos casos permitidos em lei, caracteriza crime contra a 
administração pública, e não apenas infração administrativa. 
E) NRA 
 
16. (AGENTE FISCAL – PI / 2008- Adaptada) Analise as afirmativas abaixo: 
 
 Constitui crime funcional contra a ordem tributária: 
 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a 
guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, 
acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; 
II - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração 
fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. 
III - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem 
indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo 
ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
26
Está incorreto o que se afirma em: 
 
A) I e II 
B) Somente I 
C) Somente II 
D) I, II e III 
E) NRA 
 
17. (TCE – SP – Auditor) A conduta do funcionário público que, em razão da função 
exercida, solicita vantagem indevida para deixar de lançar tributo configura 
 
A) corrupção ativa. 
B) concussão. 
C) excesso de exação. 
D) crime funcional contra a ordem tributária. 
E) corrupção passiva. 
 
18. (Auditor Fiscal do Trabalho – ESAF – TEM / 2006) O funcionário público que, 
valendo-se dessa qualidade, patrocina interesse privado perante a administração 
fazendária, comete: 
 
A) crime funcional contra a ordem tributária. 
B) crime de advocacia administrativa. 
C) crime de prevaricação. 
D) crime de peculato. 
E) crime de inserção de dados falsos em sistema de informações. 
 
19. (Inspetor Fiscal / 1998) Se o funcionário público inutiliza parcialmente livro oficial 
de que tinha a guarda em razão da função, acarretando pagamento inexato de tributo. 
 
A) Não comete crime, o que só acarreta se houvesse inutilização total. 
B) Comete somente crime funcional contra a ordem tributária. 
C) Comete somente o delito de sonegação delivro oficial do Código Penal. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
27
D) Comete crime funcional contra a ordem tributária e delito de sonegação de livro oficial do 
Código Penal em concurso material. 
E) Comete crime funcional contra a ordem tributária e delito de sonegação de livro oficial do 
Código Penal em concurso formal. 
 
20. (TSE – Analista Judiciário / 2007) Acerca das leis brasileiras que instituíram o 
conceito de infração penal de menor potencial ofensivo, assinale a opção correta. 
 
A) Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo os crimes a que a lei comina pena 
máxima não superior a um ano, ou multa. 
B) O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, 
informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a 
reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. 
C) Nos juizados especiais criminais é cabível a citação por edital. 
D) Mesmo havendo necessidade de diligências de maior complexidade para apuração dos 
fatos e da autoria de uma infração penal de menor potencial ofensivo, a exemplo de pedido 
de quebra de sigilo de dados, tais circunstâncias não autorizam o deslocamento de 
competência do juizado especial criminal para o juízo de direito comum. 
E) N.R.A 
 
21. (TJ – SP / 2004) Nos termos do artigo 72 da Lei n.o 9.099/95, na audiência 
preliminar, deverão estar presentes 
 
A) o autor do fato, a vítima e seus advogados. 
B) o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima, acompanhados por seus 
advogados e as testemunhas de acusação e defesa. 
C) o Promotor de Justiça, o autor do fato e a vítima, sendo dispensável a presença dos 
advogados. 
D) o autor do fato, a vítima, o Promotor Público, e o Curador de Menores, se for necessário. 
E) o representante do Ministério Público, o autor do fato, a vítima e, se possível, o 
responsável civil, acompanhados por seus advogados. 
 
22. (Juiz do Trabalho – TRT / 2006) Determinado empregador tem as seguintes 
condutas: 
 
 I. Deixa de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as 
quantias descontadas dos empregados. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
28
II. Impede, mediante coação, determinado empregado de se desligar dos serviços, 
inclusive retendo seus documentos pessoais. 
III. Recruta trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território 
estrangeiro. 
IV. Obriga os empregados a usarem mercadorias de determinado estabelecimento, 
para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida. 
Considerando as condutas acima, o empregador teria cometido os seguintes crimes, 
respectivamente: 
 
A) sonegação de contribuição previdenciária; frustração de direito assegurado por legislação 
trabalhista; aliciamento para o fim de emigração; redução à condição análoga à de escravo. 
B) omissão de lançamento de contribuição fiscal; frustração de direito assegurado por 
legislação trabalhista; aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território 
nacional; frustração de direito assegurado por legislação trabalhista. 
C) sonegação de contribuição previdenciária; frustração de direito assegurado por legislação 
trabalhista; aliciamento para o fim de emigração; frustração de direito assegurado por 
legislação trabalhista. 
D) omissão de lançamento de contribuição previdenciária; frustração de direito assegurado 
por legislação trabalhista; aliciamento para o fim de emigração; frustração de direito 
assegurado por legislação trabalhista. 
E) sonegação de contribuição previdenciária; atentado contra a liberdade de trabalho; 
aliciamento para o fim de emigração; frustração de direito assegurado por legislação 
trabalhista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
29
SIMULADO COMENTADO 
 
 
1. (PGFN / 2007) À luz da aplicação da lei penal no tempo, dos princípios da 
anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue as 
afirmações abaixo relativas ao fato de Mévio ter sido processado pelo delito de 
adultério em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de março de 2005, 
aboliu o crime de adultério: 
 
I. Caso Mévio já tenha sido condenado antes de março de 2005, permanecerá sujeito à 
pena prevista na sentença condenatória. 
II. A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses. 
III. Caso Mévio não tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdição, poderá 
ocorrer a extinção de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo réu. 
IV. Na hipótese, ocorre o fenômeno da abolitio criminis. 
 
A) Todas estão corretas. 
B) Somente I está incorreta. 
C) I e IV estão corretas. 
D) I e III estão corretas. 
E) II e IV estão corretas. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: 
Vamos analisar as alternativas: 
Item I Incorreto O fato de Mévio já ter sido condenado não importa no caso em tela, 
pois, segundo o art. 2º do CP, a retroação atinge os efeitos penais da sentença condenatória. 
 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória. 
 
Item II Correto Conforme estudamos exaustivamente, em alguns casos há 
possibilidade da retroação. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
30
Item III Incorreto Não há qualquer obrigatoriedade de provocação por parte do réu. Os 
efeitos de uma lei mais benéfica atinge AUTOMATICAMENTE os que por ele forem 
atingidos. 
 
Item IV Correto O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata como 
lícito fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova descriminaliza 
fato que era considerado infração penal. 
 
2. (MPU – Técnico Administrativo / 2004) Em se tratando de extraterritorialidade, pode-
se afirmar que se sujeitam à lei brasileira, embora praticados no estrangeiro, 
 
A) os crimes contra a administração pública, por quem não está a seu serviço. 
B) os crimes de genocídio, ainda que o agente não seja brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
C) os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, quando em território 
estrangeiro, mesmo que aí sejam julgados. 
D) os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado ou 
de Município. 
E) os crimes contra o patrimônio praticados contra o presidente da República. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Exige o conheciento do art. 7º do CP. Vamos analisar: 
Alternativa “A” Contraria o Art. 7º, I, “c” do CP. Veja: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
[...] 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (grifei) 
 
Alternativa “B” Contraria o Art. 7º, I, “d” do CP. Veja: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
[...] 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
(grifei) 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
31
 
Alternativa “C” Contraria o Art. 7º, II, “c” do CP. Veja: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
II - os crimes: 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam 
julgados. 
 
Alternativa “D” É a alternativa correta. É a reprodução exata do Art. 7º, I, “b” do CP. Veja: 
 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de 
economiamista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público 
 
Alternativa “E” Incorreta Sujeitam-se à lei brasileira, embora praticados no estrangeiro, 
os crimes contra a liberdade ou a vida do Presidente da República. 
 
3. (PFN / 2006) Geraldo, pratica a conduta X. Sem desejar, porém, assumindo o risco, 
tendo mentalmente, antevisto o resultado, danifica o patrimônio de Ciro. A conduta de 
Geraldo, no aspecto subjetivo, identifica: 
 
A) dolo direto. 
B) dolo eventual. 
C) culpa inconsciente. 
D) culpa consciente. 
E) preterdolo. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: No dolo eventual, o sujeito prevê o resultado e, embora não o queira 
propriamente atingir, pouco se importa com a sua ocorrência (“eu não quero, mas, se 
acontecer, para mim tudo bem, não é por causa desse risco que vou parar de praticar minha 
conduta; não quero, mas também não me importo com a sua ocorrência”). 
 
4. (BACEN / 2002) Em relação à culpa lato sensu pode-se dizer que: 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
32
 
A) a punição a título de culpa stricto sensu é a regra, enquanto a sanção por dolo é 
excepcional. 
B) no dolo eventual é suficiente que o agente tenha-se conduzido de maneira a assumir o 
risco de produzir o resultado e, assim, não se exige que haja ele assentido com o resultado; 
já na culpa consciente o sujeito não prevê o resultado, embora este seja previsível. 
C) no crime culposo é dispensável haver nexo de causalidade entre a conduta e o resultado, 
pois este é reprovável pela desatenção do agente ao dever de cuidado para evitar o 
previsível. 
D) culpa própria é aquela que o agente prevê e quer o resultado, mas sua vontade baseia-se 
em erro de tipo inescusável ou vencível; na culpa imprópria o sujeito não prevê o resultado 
nem assume o risco de provocá-lo. 
E) se o agente não deu seu assentimento último ao resultado, não agiu com dolo eventual, 
mas com culpa consciente. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Nesta questão, a banca “tenta” assustar o candidato usando determinados 
conceitos que em nada influenciam na resolução. 
Para clarear: 
Culpa em sentido amplo (latu sensu) abrange tanto o dolo quanto a culpa em sentido restrito 
(stricto sensu); Culpa em sentido restrito (stricto sensu) significa dar causa a um resultado 
que não se quiz, faltando com o cuidado objetivo necessário, isto é, agindo com imprudência, 
imperícia ou negligência. 
 
Vamos analisar as alternativas: 
 
Alternativa “A” Incorreta Conforme você estudou, a regra no nosso país é a punição por 
dolo sendo, entretanto, cabível a penalização a título de culpa quando EXPRESSAMENTE 
previsto. 
 
Alternativa “B” Incorreta A principal diferença entre o dolo eventual e a culpa 
consciente repousa justamente no fato de “aceitar” o acontecimento do resultado. 
 
Alternativa “C” Incorreta Não é dispensável o nexo de causalidade. 
 
Alternativa “D” Incorreta Na culpa própria ou propriamente dita o agente não quer e 
nem assume o risco de produzir o resultado. É, por assim dizer, a culpa propriamente dita. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
33
Contrariamente, na culpa imprópria ou por extensão ou por assimilação ou por 
equiparação, o agente, por erro, fantasia ou outra situação fática que, se real, justificaria sua 
conduta, provoca intencionalmente um resultado ilícito. 
Cuida-se, na verdade, de dolo, eis que o agente quer a produção do resultado, mas, por 
motivos da política criminal, no entanto, o Código Penal aplica a um crime doloso a punição 
correspondente a um crime culposo. (art. 20, par. 1º, CP). 
 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o 
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas 
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação 
legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é 
punível como crime culposo 
 
Alternativa “E” Correta Está perfeita na forma de diferenciar o dolo eventual da culpa 
consciente. 
 
5. (BACEN / 2002) Um caçador, no meio da mata, dispara sua arma de fogo sobre um 
objeto escuro, supondo tratar-se de um animal, e atinge um fazendeiro. Nesta 
hipótese, restou configurado: 
 
A) erro sobre a pessoa. 
B) erro de proibição. 
C) erro provocado por terceiro. 
D) erro de tipo. 
E) aberratio ictus. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Erro de tipo é a falsa percepção da realidade acerca dos elementos 
constitutivos do tipo penal. 
É o que incide sobre as elementares ou circunstâncias da figura típica, sobre os 
pressupostos de fato de uma causa de justificação ou dados secundários da norma penal 
incriminadora. É o que faz o sujeito supor a ausência de elemento ou circunstância da 
figura típica incriminadora ou a presença de requisitos da norma permissiva. 
 
Encontra previsão no artigo 20 CP: 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
34
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o 
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
 
No caso em questão, o caçador erra quanto à elementar “alguém”, prevista no delito de 
homicídio. 
 
6. (TJ – PA / 2009) Se diante de um determinado fato delitivo, verificar-se que há dolo 
na conduta inicial e culpa no resultado final, podese dizer que se configurou crime: 
 
A) doloso puro. 
B) preterdoloso. 
C) doloso misto. 
D) culposo misto. 
E) doloso alternativo. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Podemos conceituar como crime preterdoloso aquele em que há dolo na 
conduta inicial do agente e o resultado desta é diverso do almejado por este. Em outras 
palavras, o agente, ao agir dolosamente, obtém um resultado lesivo diferente do almejado, 
mais gravoso - é o que ocorre quando o agente quer o mínimo de dano à vítima, contudo lhe 
causa dano desastroso, como, por exemplo, uma lesão corporal seguida de morte. Portanto, 
ao final, concluímos que nos crimes preterdolosos há um misto de dolo na conduta inicial e a 
culpa no resultado advindo. 
 
7. (TJ – PA / 2009) Pablo atingiu Luiz com cinco disparos de arma de fogo, um na 
cabeça, dois no tórax e dois nas pernas. Luiz foi socorrido e levado ao hospital 
público mais próximo, apurando-se que necessitava de urgente intervenção cirúrgica. 
No entanto, como, minutos antes de sua chegada ao hospital havia ocorrido grave 
acidente envolvendo dois ônibus e as vítimas estavam sendo socorridas, não foi 
possível que os médicos ministrassem a Luiz, de forma imediata, o tratamento 
necessário. Convocou-se, então, um médico que estava de folga e que, tendo chegado 
ao hospital 30 minutos após a internação de Luiz, passou a cuidar do paciente. Ainda 
que Luiz tenha recebido atendimento médico, constatou-se que seu estado de saúde já 
se havia agravado e, embora ele tenha sido submetido a cirurgia para retirada dos 
projéteis, não resistiu e veio a falecer. Considerando essa situação hipotética, assinale 
a opção correta. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
35
A) Houve a superveniência de causa absolutamente independente, consistente na demora 
no atendimento médico a Luiz, o que implica que Pablo somente responderá pelas lesões 
corporais causadas. 
B) O resultado morte somente foi produzido em razão da ausência de tratamento médico 
imediato da vítima, havendo uma ruptura do nexo causal. 
C) Ocorreu uma causa superveniente relativamente independente, que impede a 
responsabilização de Pablo pelo resultado morte. 
D) O resultado morte decorreu do desdobramento normal da conduta praticada por Pablo, 
que responderá pelo resultado produzido. 
E) NRA 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Ocaso apresentado trata de uma CAUSA SUPERVENIENTE 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE QUE NÃO PRODUZ POR SI SÓ O RESULTADO. 
Neste caso, responde o agente pelo resultado naturalístico. 
Assim já se pronunciou o STJ: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
STJ - HABEAS CORPUS: HC 42559 PE 2005/0042920-6 
Processual penal. Habeas corpus. Homicídio qualificado. Novo 
interrogatório. Faculdade do julgador. Prova emprestada. Inexistência de 
constrangimento ilegal quando existem outros elementos que sustentam a 
condenação. Causa superveniente relativamente independente. 
Inexistência. Teoria da equivalência dos antecedentes causais. Legítima 
defesa. Impossibilidade de reconhecimento pela via estreita do writ por exigir 
exame do conjunto fático-probatório. Ordem parcialmente conhecida e, 
nessa parte, denegada. 
[...] 
4. O fato de a vítima ter falecido no hospital em decorrência das lesões 
sofridas, ainda que se alegue eventual omissão no atendimento 
médico, encontra-se inserido no desdobramento físico do ato de 
atentar contra a vida da vítima, não caracterizando constrangimento 
ilegal a responsabilização criminal por homicídio consumado, em 
respeito à teoria da equivalência dos antecedentes causais adotada no 
Código Penal e diante da comprovação do animus necandi do agente. 
[...] 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
36
8. (Juiz Substituto – TJ – MG / 2008) Assinale a afirmativa incorreta. 
 
A) Sempre que o agente, por ato voluntário, reparar o dano ou restituir a coisa, antes do 
recebimento da denúncia ou da queixa, a pena será reduzida de um a dois terços. 
B) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a 
punição por crime culposo, se previsto em lei. 
C) Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
D) A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o 
resultado, sendo o dever de agir descrito no Código Penal. 
E) Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: A única alternativa que contraria o Código Penal é a primeira, pois 
emprega a palavra SEMPRE. Observe o que nos diz o CP: 
 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da 
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois 
terços. 
 
Segundo o texto supra, o arrependimento posterior só é cabível para os crimes praticados 
SEM violência ou grave ameaça. 
 
Alternativa “B” Erro sobre elementos do tipo: 
 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o 
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
 
Alternativa “C” Trata do crime impossível. 
 
Alternativa “D” Relevância da omissão: 
 
Art. 13 
[...] 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
37
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir 
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
 
Alternativa “E” De acordo com o art. 14, parágrafo único: 
 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a 
pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços 
 
9. (Juiz Substituto – TJ – MG / 2008) Qual das seguintes condutas não constitui crime 
impossível? 
 
A) O furto de dinheiro guardado, cujas cédulas haviam sido marcadas para descobrir quem ia 
tentar a subtração. 
B) A tentativa de homicídio com revólver descarregado. 
C) A apresentação ao banco de cheque para sacar determinado valor, se a vítima já 
determinara a sustação do pagamento do cheque furtado. 
D) Quando o agente pretendia furtar um bem que estava protegido por aparelho de alarme 
que tornava absolutamente ineficaz o meio empregado para a subtração. 
E) Quando o agente deu veneno à vítima, mas a quantidade não foi suficiente para matá-la. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Para falarmos de crime impossível, devemos ter ineficácia absoluta do 
meio ou absoluta impropriedade do objeto. 
Ocorre o primeiro caso quando o meio executório empregado pelo autor, pela sua natureza, 
é absolutamente incapaz de causar o resultado. 
Na segunda parte do artigo 17, encontra-se a segunda hipótese de ocorrência do crime 
impossível: o objeto material sobre o qual deveria incidir o comportamento não existe ou, 
pela sua situação ou condição, torna-se absolutamente impossível a produção do resultado 
visado, por circunstâncias desconhecidas pelo agente. 
Das alternativas apresentadas, a única que não se enquadra nos conceitos acima é a “E”, 
pois o veneno realmente mata e a pessoa pode morrer devido a ele. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
38
10. (Assistente de Promotoria – RS / 2008) Tício ingressou à noite no interior de um 
museu, para furtar obras de arte. Diante do funcionamento do sistema de alarme, 
desistiu de prosseguir na execução do delito e deixou o local. Nesse caso, ocorreu: 
 
A) fato penalmente atípico. 
B) desistência voluntária. 
C) arrependimento eficaz. 
D) arrependimento posterior. 
E) tentativa de furto punível. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: A banca tenta confundir o candidado, induzindo a se pensar em 
desistência voluntária. No caso em questão, o ato é interrompido por fatores ALHEIOS À 
VONTADE DO AGENTE, pois se não houvesse o alarme, ele prosseguiria em seu intento. 
Sendo assim, falou em interrupção por fatores ALHEIOS À VONTADE, falou em crime 
tentado. 
 
11. (CEHAP – PB / 2009) Joaquim, servidor público, desviou para a reforma da 
repartição pública em que trabalha determinada quantia de que dispunha em razão de 
seu cargo e que estava regularmente destinada à construção de escolas no município. 
Na situação hipotética acima descrita, trata-se de: 
 
A) crime de peculato, independentemente de Joaquim ter-se apropriado da quantia para 
proveito próprio ou não. 
B) crime de apropriação indébita, independentemente de Joaquim ser ou não servidor 
público. 
C) crime de emprego irregular de verbas públicas, já que o desvio da quantia ocorreu em 
proveito da administração. 
D) crime de prevaricação, posto que Joaquim agiu para satisfazer sentimento pessoal. 
E) NRA 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Realmente as bancas se esmeram para tentar confundir o candidato. 
Observe a maldade...No início da questão, a banca cita a palavra DESVIAR e na alternativa 
“A” coloca o peculato, induzindo o concursando ao erro. 
MAS VOCÊ NÃO VAI ERRAR ISSO NA PROVA, pois analisará as questões que tratam dos 
crimes contra a administração pública com bastante calma. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
39
No caso em questão, o agente desvia valores destinados a um hospital para aplicar NA 
PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO. Desta forma, temos o delito de emprego irregular de verbas ou 
rendas públicas, previsto no art. 315 do CP. 
 
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida 
em lei. 
 
12. (PGE – PA / 2009) Assinale a alternativa CORRETA a respeito de crime contra a 
Administração Pública: 
 
A) No peculato-apropriação, o delito consuma-se quando o agente inverte a posse de um 
bem móvel, agindo como se dono fosse, que detinha em razão do cargo. Há previsão legal 
do peculato de uso, quando o agente utiliza um bem público sem autorização de seu superiorhierárquico. 
B) O crime de concussão aproxima-se da corrupção. Naquela figura típica, o crime é 
unilateral; nesta, é bilateral. Na corrupção, o funcionário solicita ou aceita, sendo que na 
concussão, exige. 
C) Quem oferece a um funcionário público uma vantagem indevida em troca de um ato 
funcional comete o mesmo crime que o agente público que aceita tal quantia em face da 
teoria monista adotada pelo Código Penal. 
D) O crime de prevaricação consuma-se somente quando o agente deixa de praticar, 
indevidamente, ato de ofício para satisfazer interesse próprio ou de outrem. 
E) NRA 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as alternativas: 
Alternativa “A” Incorreta Nós falamos em nossa aula no peculato de uso? NÃO, logo 
não é crime. Essa expressão realmente existe, mas caracteriza ilícito administrativo e não 
penal. 
 
Alternativa “B” Está perfeita. Diferencia a concussão da corrupção passiva. 
 
Alternativa “C” Incorreta Quem oferece comete corrupção ativa, quem aceita 
(funcionário), corrupção passiva. 
 
Alternativa “D” Incorreta Consuma-se o delito de prevaricação com a omissão, 
retardamento ou realização do ato. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
40
 
13. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MP – SP / 2008) Não é modalidade de peculato prevista 
no Código Penal: 
 
A) peculato-apropriação. 
B) peculato-furto. 
C) peculato-concussão. 
D) peculato culposo. 
E) peculato mediante erro de outrem. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Não existe a previsão da figura “peculato-concussão”. As demais 
nomenclaturas encontram previsão nos artigos 312 e 313 do Código Penal. 
 
14. (DEFENSORIA PÚBLICA – MS / 2008) No que diz respeito aos crimes contra a 
Administração Pública, assinale a alternativa que traz, apenas, crimes próprios no que 
concerne ao sujeito ativo. 
 
A) Tráfico de influência; abandono de função; violação de sigilo funcional. 
B) Usurpação de função pública; prevaricação; peculato. 
C) Corrupção passiva; condescendência criminosa; advocacia administrativa. 
D) Favorecimento pessoal; concussão; violência arbitrária. 
E) NRA 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: O que a banca quer é a alternativa em que temos somente delitos 
cometidos por funcionários públicos contra a Administração em geral. 
 
Vamos analisar: 
 
• Tráfico de influência Crime comum; 
• Abandono de função Crime próprio; 
• Violação de sigilo funcional Crime próprio; 
• Usurpação de função pública Crime comum; 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
41
• Prevaricação Crime próprio; 
• Peculato Crime próprio; 
• Corrupção passiva Crime próprio; 
• Condescendência criminosa Crime próprio; 
• Advocacia Administrativa Crime próprio; 
• Favorecimento pessoal Crime comum; 
• Concussão Crime próprio; 
• Violência arbitrária Crime próprio; 
 
15. (AGENTE FISCAL – PI / 2008) Acerca dos crimes praticados por funcionário público 
contra a administração em geral, assinale a opção correta. 
 
A) Comete crime de prevaricação o funcionário público que, por indulgência, retarda ou deixa 
de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica-o contra disposição expressa de lei. 
B) O funcionário público que, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, deixa de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe 
faltar competência, não leva o fato ao conhecimento da autoridade competente, pratica o 
crime de condescendência criminosa. 
C) Pratica apenas infração administrativa, conduta considerada atípica, o funcionário público 
que, na cobrança de tributo ou contribuição social, emprega meio vexatório ou gravoso não 
autorizado por lei. 
D) O abandono de cargo público, fora dos casos permitidos em lei, caracteriza crime contra a 
administração pública, e não apenas infração administrativa. 
E) NRA 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa “A” Incorreta Como vimos, indulgência é o ato de ter clemência por alguém. 
A prevaricação exige que o agente vise satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
 
Alternativa “B” Incorreta Aqui sim há exigência da indulgência para caracterizar a 
condescendência criminosa. 
 
Alternativa “C” Incorreta Claramente trata do delito de excesso de exação.....Se você 
errar essa no dia da prova, vou chamar o “JUVENAL, CARA DE PAU, PAGUE O TRIBUTO E 
SEJA LEGAL” para conversar contigo. 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
42
 
Alternativa “D” Esta perfeita. Como vimos, fora dos casos permitidos, o abandono de 
função caracteriza CRIME contra a administração pública. Observe: 
 
 Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei. 
 
16. (AGENTE FISCAL – PI / 2008- Adaptada) Analise as afirmativas abaixo: 
 
 Constitui crime funcional contra a ordem tributária: 
 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a 
guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, 
acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; 
II - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração 
fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. 
III - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem 
indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo 
ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. 
 
Está incorreto o que se afirma em: 
 
A) I e II 
B) Somente I 
C) Somente II 
D) I, II e III 
E) NRA 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Em todas as alternativas temos CRIMES FUNCIONAIS CONTRA A 
ORDEM TRIBUTÁRIA, logo, nenhum item está incorreto! Aproveite o ensejo para reler os 
três delitos e, assim, fazer uma revisão geral do que está no edital referente à lei nº 8.137/90. 
 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
43
17. (TCE – SP – Auditor) A conduta do funcionário público que, em razão da função 
exercida, solicita vantagem indevida para deixar de lançar tributo configura: 
 
A) corrupção ativa. 
B) concussão. 
C) excesso de exação. 
D) crime funcional contra a ordem tributária. 
E) corrupção passiva. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Neste tipo de questão, basta ter cuidado para não ser afoito e assinalar de 
pronto a corrupção passiva. Observe que no caso em tela, claramente temos o crime 
funcional contra a ordem tributária previsto no art. 3º, II da lei nº. 8.137/90. 
 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos 
no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, 
Capítulo I): 
[...] 
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão 
dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar 
de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los 
parcialmente. (grifei) 
 
18. (Auditor Fiscal do Trabalho – ESAF – TEM / 2006) O funcionário público que, 
valendo-se dessa qualidade, patrocina interesse privado perante a administração 
fazendária, comete: 
 
A) crime funcional contra a ordem tributária. 
B) crime de advocacia administrativa. 
C) crime de prevaricação. 
D) crime de peculato. 
E) crime de inserção de dados falsos em sistema de informações. 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
44
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Esta questão derruba muitos candidatos, pois muitos, quase que 
automaticamente, assinalam o crime de advocacia administrativa. 
Observe que no crime funcional

Continue navegando