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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 1 LEGISLAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA SOBRE PESSOAS JURÍDICAS (IRPJ) E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL) Cordiais saudações aos navegantes do ‘Ponto’. Cá estamos a iniciar mais um módulo, que irá tratar dos principais aspectos concernentes ao IRPJ e CSLL. Antes de propriamente iniciar este tópico, gostaríamos de reformular os gabaritos das questões 06 e 18 do módulo II, que tratou do IPI. Para a questão 06 propus um gabarito e, graças a intervenção de uma das participantes deste curso, houve a necessidade de revisar a resposta, e chegamos à seguinte conclusão final: − a primeira assertiva é falsa e não tem jeito, é ponto pacífico nesta história; − a segunda está errada por causa do vocábulo 'não' que a inicia. Não fosse assim, tal equiparação estaria correta, independentemente de ter havido ou não operações de industrialização nos termos do art. 4º do RIPI, abaixo transcrito: Seção II - Da Industrialização - Características e Modalidades Art. 4º Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como (Lei nº. 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único, e Lei nº. 5.172, de 25/10/1966, art. 46, parágrafo único): I – a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção de espécie nova (transformação); II – a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento); III – a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem); IV – a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou V – a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento). Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 2 − a terceira também está incorreta pois, à luz do regulamento, não basta que o alimento deixe de estar acondicionado em embalagem de apresentação; a nosso ver, as alíneas do inciso I do art. 5º do RIPI restringem este conceito, e deveriam ao menos serem mencionadas, mas não foram. Vejam: Exclusões Art. 5º Não se considera industrialização: I – o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem de apresentação: a) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias, padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda direta a consumidor; ou b) em cozinhas industriais, quando destinados a venda direta a corporações, empresas e outras entidades, para consumo de seus funcionários, empregados ou dirigentes; Com isto, o gabarito definitivo da questão 06 é letra A. Já a questão 18 pede resposta a seguinte pergunta: “o que é necessário para se caracterizar um estabelecimento como sendo industrial?”. Dentro desta ótica, temos o seguinte: a) a questão geográfica é irrelevante, vide o parágrafo único do art. 4º, acima transcrito. b) não existe a operação de restauração nas descrições dadas pelo art. 4º do Regulamento, acima transcrito. c) para se enquadrar no disposto no art. 9º, IV, falta acrescentar que este estabelecimento deverá remeter a quem industrializar as matérias-primas, produtos intermediários ou os demais elementos descritos neste inciso. Estabelecimentos Equiparados a Industrial Art. 9º Equiparam-se a estabelecimento industrial: IV – os estabelecimentos comerciais de produtos cuja industrialização haja sido realizada por outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de matérias- primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso III, e Decreto-Lei nº. 34, de 1966, art. 2º, alteração 33ª); d) contraria o que diz o artigo 8º do Regulamento do IPI. Art. 8º Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações referidas no art. 4º, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento (Lei nº. 4.502, de 1964, art. 3º). CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 3 e) a alternativa se enquadra na dicção do art. 9º, I, do texto da RIPI, no que concerne à caracterizar industrialização, e não estabelecimento industrial. Estabelecimentos Equiparados a Industrial Art. 9º Equiparam-se a estabelecimento industrial: I – os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saída a esses produtos (Lei nº. 4.502, de 1964, art. 4º, inciso I); Diante da situação, em que pese o gabarito oficial ter sido letra B, declaramos esta questão NULA, por não haver resposta certa. Não acompanhei muito de perto este certame, mas creio que não houve recursos adequadamente formulados ou, se houve, a ESAF simplesmente não acatou os recursos. É claro que quem tiver doutrina em contrário pode postar por aqui, mas preferimos a escola legalista e, neste caso, insisto, à luz do RIPI não existe a restauração como sendo operação de industrialização.” Bom, prosseguindo com o curso, gostaríamos de ressalvar, por entendermos ser oportuno, que este módulo não se dispõe a formar ‘experts’ no assunto. Talvez, dentro da tributação interna, seja um dos assuntos mais espinhosos, e de maior embate no âmbito administrativo e judicial, pois o IRPJ e o CSLL são, por excelência, os tributos das grandes empresas. Como última ressalva, gostaríamos de alertar que, conforme o tópico a ser estudado, um conhecimento básico de contabilidade será bastante bem-vindo. Quem já estiver ‘afiado’ ótimo, mas quem estiver engatinhando precisará saber ao menos um básico de Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) para obter uma assimilação satisfatória deste módulo, sobretudo quando estudarmos os tópicos de lucro real, o mais extenso deste curso. 1. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA E CSLL NO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL. Por uma questão de economicidade deste módulo, remetemos o leitor a leitura dos excertos constitucionais do módulo piloto, parte geral, combinado com os do CTN do módulo anterior, para que haja melhor entendimento prévio dos tópicos a seguir. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 4 1.1 FATO GERADOR DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA - aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica (vide CTN!): • de renda, assim entendido o produto do: i) capital (exemplos: rendimentos de aluguel ou royalties e de aplicações financeiras; juros; lucros; e bonificações); ii) trabalho (exemplos: salários; honorários; pró-labore; e comissões) ou; iii) combinação de ambos (exemplos: lucros--> quotas; dividendos--> ações) e; • proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos anteriormente (são exemplos, dentre outros: aposentadoria; pensão; ganhos de capital; ganhos ilícitos; prêmios de loteria; e doações). Disponibilidade econômica: faculdade de usar, gozar e dispor de dinheiro. É o ter de fato (concretamente).Disponibilidade jurídica: obtenção de direitos de crédito, não sujeitos a condição suspensiva. É o 'ter direito' (abstratamente). A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. 1.2 BASE DE CÁLCULO DO IRPJ (ART. 44 DO CTN) É o montante real, presumido ou arbitrado da renda ou dos proventos tributáveis. 1.3 CONTRIBUINES DO IRPJ É o titular da disponibilidade, sem prejuízo de a lei atribuir essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. No caso do IRPJ, são as pessoas jurídicas e as empresas individuais. 1.4 DISPOSIÇÕES TRIBUTÁRIAS APLICÁVEIS AO IRPJ As disposições tributárias do IRPJ aplicam-se a todas as firmas e sociedades, registradas ou não. No caso de liquidação extrajudicial e falência, sujeitam-se às normas do IRPJ durante o período em que perdurarem os procedimentos para a realização de seu ativo e pagamento do passivo. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 5 As empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como suas subsidiárias, são contribuintes nas mesmas condições das demais pessoas jurídicas. A expressão 'pessoa jurídica' é empregada para designar as instituições, corporações, associações e sociedades que, por força ou determinação da lei se personalizam, para constituir uma entidade distinta das pessoas que a compõem. Diz-se jurídica porque se mostra uma encarnação da lei. E, de acordo com ela, consideram-se pessoas jurídicas, para fins de IRPJ/CSLL: - as pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País; - as filiais, sucursais, agências ou representações no País das pessoas jurídicas com sede no exterior e; - os comitentes domiciliados no exterior. 1.5 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – ENTREGA DE DECLARAÇÕES Sem prejuízo da guarda de livros, documentos, demonstrações e efeitos fiscais – o tema será desenvolvido ao longo deste módulo, tudo no seu devido tempo -, entende- se que a principal delas consiste na entrega da Declaração de Informações Econômico- Fiscais da Pessoa Jurídica – também conhecida pela sigla DIPJ. Ela seria uma espécie de 'declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica' – antigamente, inclusive, tinha este nome -, mas hoje tem suma importância, visto que suas informações servem de base para informar outros documentos eletrônicos transmitidos pelas empresas, sendo os principais deles a Declaração de débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) e Pedidos Eletrônicos de Restituição e Declarações Eletrônicas de Compensação (PER/DCOMP). Na DIPJ são informados elementos das principais demonstrações contábeis, e por meio delas se permite chegar a importantes elementos subsidiários aos trabalhos de cobrança e fiscalização das empresas. Atualmente a DIPJ é regulamentada pela IN RFB 945/09 e alterações. Outra obrigação tributária, não menos importante, é a inscrição no CNPJ (da mesma forma que o é o CPF para todos nós). Atualmente, tal desiderato é regulamentado pela IN 748/07 e alterações posteriores. Não são obrigados a apresentar DIPJ: - o consórcio constituído na forma dos arts. 278 e 279 da lei 6404/76; - a PF, individualmente, preste serviços profissionais, mesmo quando possua estabelecimento em que se desenvolva suas atividades e empregue auxiliares; CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 6 - a PF que explore, individualmente, contratos de empreitada, unicamente de mão-de-obra, sem o concurso de profissionais qualificados ou especializados; - a PF que individualmente seja receptora de apostas da Loteria Esportiva e da Loteria de Números, credenciada pela CEF, ainda que, para atender exigência do órgão credenciador, esteja registrada como PJ, desde que não explore, em nome individual, qualquer outra atividade econômica que implique sua equiparação a PJ; - o condomínio de edifícios; - os fundos de condomínio e clubes de investimento, exceto o fundo de investimento imobiliário de que trata o art. 2º da lei 9779/99; - a sociedade em conta de participação (trata-se de um tipo de sociedade constituída por sócios ostensivos ou gerentes, cuja responsabilidade é solidária e ilimitada; e por sócios ocultos, que não têm responsabilidade alguma perante terceiros, a não ser com a própria sociedade) e; - as PJ domiciliadas no exterior que possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro público. 1.6 EMPRESAS INDIVIDUAIS Historicamente, temos as seguintes categorias de empresas individuais: - as firmas individuais; - as PF que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica com o fim especulativo de lucro (comporta exceções) e; - as PF que promoverem a incorporação de prédios. OBS: as firmas mercantis individuais, a partir de 11/01/2003, passaram a ter a denominação de empresários, a ser utilizada daqui por diante. Vejam: Código Civil de 2002, art. 966 – Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 1.7 AS IMUNIDADES. Só para avivar a memória, vamos elencar as principais delas: - os templos de qualquer culto; - as instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos; CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 7 - os partidos políticos, bem como suas fundações; - as entidades sindicais de trabalhadores; - as autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. Não podemos perder de vista, entretanto, que o CTN regula e prevê condições para o gozo desta imunidade. 1.8 AS ISENÇÕES De acordo com o Regulamento do Imposto de Renda – RIR –, no capítulo da pessoa jurídica, consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico; bem como as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinem, sem fins lucrativos, desde que atendam requisitos estabelecidos em lei. 1.9 CASOS DE NÃO-INCIDÊNCIA As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica não terão incidência do imposto sobre suas atividades econômicas, de proveito comum (operações com associados), sem objetivo de lucro. Com isso, pagarão apenas o IRPJ calculado sobre os resultados positivos das operações e atividades estranhas à sua finalidade, quando a exercerem. 2. A RESPONSABILIDADE PELO IRPJ Ocorre, por excelência, nas situações que envolvam sucessão empresarial (incor, fusão, transformação e cisão, total ou parcial, tudo nos termos da lei das S/A)--> a responsabilidade será da PJ resultante destes atos de sucessão (será a sucessora). Isto posto, vamos elencar alguns casos: I) aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento – efeitos: - responsabilidade integral do adquirente (alienante cessa exploração) ou; - responsabilidade subsidiária do adquirente (alienante continua atividade por um prazo limite de até seis meses). EXCEÇÕES: casos de falência ou de liquidação extrajudicial. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 8 II) efeitos de sucessão, em caso de extinção de PJ: - PJ segue com o sócio que continuar a exploração da atividade; - se for o caso, o espólio assume a responsabilidade ou; - a responsabilidade recai sobre o sócio com poder de administração que deixar de proceder a liquidação da PJ a ser extinta. III) responsabilidade de terceiros--> são aqueles casos clássicos: - administradores de bensde terceiros, pelo IRPJ devido por estes; - o síndico e o comissário (agora responsável por liquidação extrajudicial, não percam de vista que não existe mais a concordata), pelo IRPJ devido pela massa falida ou liquidada extrajudicialmente; - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelo IRPJ devido sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão de seu ofício; - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas; - os mandatários, prepostos e empregados e; − os diretores, gerentes ou representantes de PJ de direito privado. 2.1 DOMICÍLIO FISCAL O domicílio fiscal da pessoa jurídica é, para fins de IRPJ: - quando existir um único estabelecimento, o lugar da situação deste e; - quando se verificar a pluralidade de estabelecimentos, à opção da pessoa jurídica, o lugar onde se achar o estabelecimento centralizador das suas operações ou a sede da empresa dentro do País. Em relação às obrigações em que incorra como fonte pagadora, o lugar do estabelecimento que pagar, creditar, entregar, remeter ou empregar rendimento sujeito ao imposto, no regime de tributação na fonte. Haverá recusa de domicílio eleito pelo contribuinte, caso este dificulte ou mesmo impossibilite o trabalho de arrecadação e fiscalização. Qualquer mudança de domicílio efetuada pelo contribuinte deve ser comunicada a RFB no prazo de 30 dias. Quando não couber a aplicação das regras, será o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos fatos que ocasionem o lançamento e cobrança do IRPJ. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 9 3. PERÍODO DE APURAÇÃO E REGIME DE TRIBUTAÇÃO DO IRPJ. Quanto aos regimes de tributação, informamos inicialmente que são quatro: - lucro real, em regra regime que pode ser adotado por qualquer pessoa jurídica; - lucro presumido, que pode ser adotado por todas as PJ não obrigadas ao lucro real; - lucro arbitrado, em geral adotado para PJ que possuam algum tipo de problema com a escrituração ou nas demonstrações contábeis e; - Simples Nacional, substitutivo do Simples desde 01/07/2007, optativo para as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) em virtude de suas características específicas, será tratado no próximo módulo, com maiores detalhes. 3.1 LUCRO REAL: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS a) considerações iniciais: a expressão 'lucro real' significa o próprio lucro tributável, para fins da legislação do IRPJ, e é distinto do lucro líquido apurado contabilmente. É o lucro líquido do período-base, ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo RIR. DRE x LALUR lucro líquido antes do IRPJ --> L.L.A. IRPJ (+) adições (-) exclusões (=) Lucro real antes das compensações (-) compensações (=) lucro real CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 10 b) são pessoas jurídicas obrigadas ao lucro real aquelas que: - cuja receita total, no AC anterior, seja superior ao limite de R$ 48.000.000, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 meses; - exerçam atividades de bancos comerciais, de investimentos e desenvolvimento; caixas econômicas; sociedades e cooperativas de crédito, financiamento e investimento, crédito imobiliário, corretoras e distribuidoras de títulos, valores mobiliários e câmbio; empresas de arrendamento mercantil e de seguros privados e capitalização; e entidades de previdência privada aberta; - tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; - autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; - no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento pelo regime de estimativa, na forma do art. 2º da lei 9430/96; - explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos; administração de contas a pagar e a receber; compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). Nos demais casos não elencados acima, a opção será facultativa. c) considerações sobre ajustes por adição - razões: Existem despesas, corretamente contabilizadas, que não são aceitas pela legisla- ção tributária. E há valores que, por diversas razões, mediante autorização, deixaram de ser tributados no período de competência, tendo sido diferidos por determinado tempo e, findo este, são adicionados à base de cálculo. Na determinação do lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do período: - os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda (RIR), não sejam dedutíveis na determinação do Lucro Real e; CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 11 - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o RIR, devam ser computados na determinação do lucro real. São exemplos de adições, dentre outros: - despesas que não sejam necessárias, usuais ou normais à atividade da empresa (são indedutíveis, tais como as multas de trânsito, despesas com brindes e os juros passivos por atraso de pagamento de contas em geral); - lucro inflacionário realizado/CSLL; - multas por infrações fiscais de natureza não compensatória e; - ajustes decorrentes dos métodos de preços de transferência. d) considerações sobre ajustes por exclusão: Poderão ser excluídos da base de cálculo: - os valores cuja dedução seja autorizada em consonância com o Regulamento do Imposto de Renda (RIR), e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido no período de apuração e; - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com o RIR, não sejam computados na determinação do lucro real. São exemplos de exclusões, dentre outros: - lucros já tributados em outras pessoas jurídicas; - deságio de investimentos avaliados pelo patrimônio líquido; - depreciação, amortização e exaustão acelerada incentivada; - rendimentos e ganhos de capital nas transferências de imóveis em reforma agrária, quando auferidos pelo desapropriado; - resultados não tributáveis de sociedades cooperativas. e) considerações sobre ajustes por compensação: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 12 A compensação se refere unicamente ao prejuízo fiscal (lucro real negativo) apurado em períodos-base anteriores. O teto de limite estabelecido em lei é de 30% lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões (ou simplesmente L.L. Ajustado). Atualmente não existe limite temporal para efetuar a compensação. É necessária a manutenção dos livros e documentação correspondente. f) principais livros contábeis: Introdução: já havíamos falado em outro tópico sobre algumas das obrigações acessórias aos quais as pessoas jurídicas estão obrigadas, tais como a inscrição no CNPJ e apresentação de DIPJ. Agora trataremos, enfim, dos livros e demonstrativos. Principais livros comerciais: diário e razão (registrados na Junta Comercial). Principais livros fiscais (registros): inventário, entradas, apuração do lucro real (LALUR), movimentação de combustíveis (LMC), registro permanente de estoque. No livro registro de inventário deverão ser arrolados as mercadorias, matérias- primas, produtos em fabricação e manufaturados, e os bens em almoxarifado existentesna data do balanço patrimonial levantado ao fim de cada período de apuração. O LALUR é obrigatório para as PJ tributadas pelo lucro real, e tem 2 partes: - a parte 'A' compreende a demonstração do lucro real, com especificação das adições, exclusões e compensação e; - na parte 'B' são controlados os valores fiscais que interferirão na apuração do lucro real de períodos subseqüentes, e que não constem da escrituração comercial. Detalhe: o LALUR não precisa ser registrado e pode ser escriturado manualmente. Toda PJ sujeita à tributação com base no lucro real tem não só o dever de escriturar, mas deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais. A escrituração abrangerá todas as operações do contribuinte, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior. g) outros temas correlatos: Contabilidade não centralizada: deve ser incorporado ao final de cada mês, na escrituração da matriz, os resultados de cada uma das filiais. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 13 PJ com sede no exterior: as obrigações acessórias das PJ tributadas pelo lucro real devem ser observadas, também, pelas filiais, sucursais, agências ou representações, no Brasil, das PJ com sede no exterior. Sociedades em conta de participação (SCP): a escrituração poderá, à opção do sócio ostensivo, ser efetuada nos livros deste ou em livros próprios, observadas as disposições da legislação tributária. Processamento eletrônico de dados (PED): os livros comerciais e fiscais poderão ser escriturados por sistema de processamento eletrônico de dados, em formulários contínuos, cujas folhas serão numeradas. Sobre o assunto, vale ressaltar que, desde 2008, temos em vigor o Sistema Público de Escrituração de Dados (SPED) – cujo pontapé inicial foi dado pela IN 787/07 e alterações posteriores –, projeto-piloto que tem por objetivo padronizar o ambiente eletrônico por onde estes dados navegarão, na interação entre RFB e as grandes empresas. Cerca de 30 delas participaram deste ensaio inicial, com vistas a proporcionar confiabilidade no trânsito destas informações. Quando os sistemas e programas forem plenamente implementados, num primeiro momento todas as PJ tributadas com base no lucro real; e, num segundo momento, todas as PJ deverão fazer uso deste ambiente virtual. Falsificação da escrituração: a falsificação, material ou ideológica da escrituração e de seus comprovantes, ou de demonstração financeira, que tenha por objetivo eliminar ou reduzir o montante de imposto devido, ou diferir seu pagamento, submeterá o sujeito passivo à multa, independente da ação penal que no caso couber. Prazo de conservação de livros e comprovantes: deverão estar a disposição do fisco enquanto não prescritas as eventuais ações que lhes sejam pertinentes. Os comprovantes da escrituração das PJ relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios. É por isso que se diz que este prazo será de no mínimo 5 anos... Ocorrendo extravio, deterioração ou destruição, a PJ fará publicar, em jornal de grande circulação do local de seu estabelecimento, aviso concernente ao fato – e dele dará minuciosa informação –, dentro de 48 horas, ao órgão competente do Registro do Comércio, remetendo cópia da comunicação ao órgão da RFB de sua jurisdição. Documentação gerada em computador: deverá ser mantida a documentação técnica completa e atualizada do sistema, em grau suficiente para possibilitar a sua auditoria. Todas as PJ – excetuadas as optantes pelo Simples Nacional – que usarem sistema de processamento eletrônico de dados são obrigadas a manter, à disposição da RFB, os respectivos arquivos digitais e sistemas, pelo prazo decadencial previsto na legislação tributária, visto que não deixam de ter o valor de documentação fiscal. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 14 Responsáveis pela escrituração: a escrituração ficará sob a responsabilidade de profissional qualificado, exceto nas localidades em que não haja elemento habilitado quando, então, ficará a cargo do contribuinte ou de pessoa por ele designada. A designação de pessoa não habilitada profissionalmente não eximirá o contribuinte da responsabilidade pela escrituração. Princípios, métodos e critérios: a escrituração deverá ser completa, em idioma e moeda corrente nacionais; em forma mercantil; com individuação e clareza; por ordem cronológica; e sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas e transportes para as margens. Inobservância do regime de competência: a inexatidão quanto ao período de apuração daquilo que foi escriturado somente constitui fundamento para lançar o imposto, se dela resultar a: - postergação do pagamento do imposto para o período de apuração posterior àquele em que seria devido ou; - redução indevida do lucro real, neste caso em qualquer período de apuração. O lançamento da diferença de imposto, com fundamento na inexatidão quanto ao período de competência de receitas, rendimentos ou deduções será feito pelo valor líquido, depois de compensada a diminuição do imposto lançado em outro período. h) principais demonstrativos financeiros: introdução: conforme sabemos, ao fim de cada período, as PJ deverão elaborar uma série de demonstrativos. Para atendimento à legislação fiscal, os principais deles são: balanço patrimonial (BP); demonstração do resultado do exercício (DRE); e demonstração de lucros acumulados (DLA), não havendo obrigatoriedade de apresentar a demonstração de origens e aplicações dos recursos (DOAR), prevista e obrigatória apenas na legislação societária. A determinação do lucro real está sujeita à verificação pela autoridade tributária, com base no exame de livros e documentos de sua escrituração; na escrituração de outros contribuintes com quem esteja relacionado; em informação ou esclarecimentos do contribuinte ou de terceiros; ou por qualquer outro elemento de prova. i) ajustes do lucro líquido: Tratamento fiscal da receita bruta: a receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e os resultados auferidos em operações de conta alheia (como podem perceber, assemelha-se muito ao que ocorre na contabilidade geral). CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 15 Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante, dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário. j) omissões de receitas – principais casos: Saldo credor de caixa: também conhecido por 'estouro de caixa', basicamente decorre da falta de contabilização de valores provenientes de uma receita, seja ela operacional ou não. Apura-se o montante credor por dois métodos: - soma de todos os saldos credores de um determinado período; neste caso, toda vez que houver um saldo credor, o saldo inicial para o dia seguinte é 'zerado' e; - considera-se o maior saldo credor do período auditado. Suprimento de caixa não comprovado: com o aparecimento dos programas de computador, que acusa quando o caixa 'estoura', a apuração direta do saldo credor da conta caixa tende a desaparecer. Em seu lugar, aparece o suprimento de caixa, entre outros motivos, por: aumento de capital; empréstimo de sócios; e cheque compensados lançados como entrada do caixa.Duas situações serão detalhadas abaixo, em especial: - suprimentos não comprovados de administradores, sócios da sociedade não anônima, titular de empresa individual, ou pelo acionista controlador da companhia--> pressupõe-se que o valor do suprimento não comprovado corresponde à receita omitida (presunção legal) e; - suprimentos não comprovados de terceiros --> a omissão de receita resta evidenciada a partir da reconstituição da conta caixa e apuração de saldo credor. Falta de emissão de nota fiscal: caracteriza omissão de receita ou de rendimentos, inclusive ganhos de capital, a falta de emissão de nota fiscal, recibo ou documento equivalente, no momento da efetivação da operação, bem como a sua emissão com valor inferior ao transacionado. Pressupõe que a operação, além de não ter sido documentada, também não tenha sido escriturada. Exemplo básico de levantamento quantitativo por espécie: ESTOQUE INICIAL................................................40 (+) COMPRAS..........................................................55 (-) VENDAS.............................................................(50) (=) ESTOQUE FINAL.............................................45 CONTAGEM FÍSICA.............................................35 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 16 DIFERENÇA..............................................10 Neste exemplo acima, presume-me que 10 unidades (45-35) saíram do estoque sem nota fiscal. Se houver mais unidades em estoque (contagem física) do que escrituradas, presume-se uma compra sem nota fiscal. Falta de escrituração de pagamentos: constatada a existência de pagamentos não contabilizados, de qualquer natureza, permite-se presumir que os recursos foram retirados de fundos não contabilizados; portanto, que foram supridos por receitas anteriormente omitidas. Passivo fictício: ocorre quando a empresa mantém em sua escrituração contas de passivo já liquidadas. A lógica da presunção se baseia no fato de que os pagamentos foram efetuados no vencimento com recursos retirados da contabilidade paralela da empresa (também conhecida como 'caixa dois'), suprido por receita omitida. Evidentemente, a baixa contábil dos títulos pagos na forma mencionada não é possível, sob pena de o saldo do caixa contábil tornar-se credor. Tal fato facilitaria a presunção de omissão de receita por saldo credor de caixa. Depósitos bancários de origem não comprovada: caracterizam uma omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa jurídica, quando regularmente intimado não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nestas operações. Tratamento tributário da receita omitida: a determinação se dará de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida à pessoa jurídica. Uma vez quantificada a omissão de receita, independente do método usado para identificá-la, mesmo que por presunção legalmente admitida, esta é adicionada ao lucro líquido contabilizado e/ou declarado, modificando-se o lucro real ou, se for o caso, o prejuízo fiscal. Ajustes fiscais decorrentes de preços de transferência: o mecanismo de preços de transferência procura anular os efeitos sobre o resultado contábil, em vista da presumível exportação subfaturada, ou de importação superfaturada, no intuito de diminuir receitas ou aumentar custos e despesas de empresa sediada no País. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 17 Os juros remetidos no exterior ou dele recebidos também podem caracterizar manipulação de valores contábeis neste sentido. Aplicabilidade--> primeiramente, verifica-se a existência de exportação para: i) países de tributação mais favorecida (os chamados 'paraísos fiscais'): considera-se paraíso fiscal todo país que não tribute a renda ou, quando a tribute, em alíquotas inferiores a 20%; ii) pessoas vinculadas (ou interpostas pessoas): há hipóteses em que as exportações a pessoas vinculadas não exigem ajustes, quais sejam: - se o lucro líquido das exportações a vinculados, antes da provisão para o IRPJ, e antes da provisão para a CSLL for igual ou superior a 5% do total dessas receitas ou; - se a receita líquida das exportações (todas elas) for igual ou menor a 5% da receita líquida da empresa. iii) países que oponham sigilo à composição societária: são os países cuja legislação interna oponha sigilo, relativamente à composição societária das pessoas jurídicas ou a sua titularidade. Apuração dos valores de ajustes ao lucro líquido: as receitas auferidas ficam sujeitas a arbitramento somente quando o preço médio de venda for inferior a 90% do preço médio praticado na venda no mercado brasileiro, durante o mesmo período, em condições de pagamento semelhantes. Uma vez verificado que este preço médio é inferior a 90%, as receitas das vendas nas exportações serão determinadas por um dos seguintes métodos: - preço de venda nas exportações (PVEx); - preço de venda por atacado no país de destino, diminuído do lucro (PVA); - preço de venda a varejo no país de destino, diminuído do lucro (PVV) ou; - custo de aquisição ou de produção, mais tributos e lucro (CAP). 3.1.1 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS, AVALIAÇÃO DE ESTOQUES E DESPESAS OPERACIONAIS a) considerações iniciais sobre custos: é o mais importante redutor contábil. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 18 Via de regra, os custos são necessários à manutenção da fonte produtora; são, portanto, dedutíveis. b) custo de aquisição: integra o custo dos bens destinados à revenda: - transporte e seguro; - tributos devidos na aquisição/importação e ; - gastos com o desembaraço aduaneiro, no caso dos bens importados. Impostos potencialmente recuperáveis (tais como o IPI e o ICMS, em virtude da não-cumulatividade) não integram o custo dos bens destinados à revenda. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas será determinado com base em registro permanente de estoques OU no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro Registro de inventário. No caso das empresas comerciais, o custo das mercadorias vendidas será determinado pela fórmula abaixo: CMV = Ei + C – Ef, onde: Ei – estoque inicial de mercadorias. C – compras e Ef – estoque final de mercadorias. No caso de empresas industriais, o custo dos produtos será determinado assim: CPV = Ei + MOD + MP + GGF – Ef, onde: Ei – estoque inicial de matérias-primas, produtos em elaboração e produtos prontos. MOD – mão-de-obra direta. MP – matérias-primas consumidas. GGF – gastos gerais de fabricação e Ef – estoque final de matérias-primas, produtos em elaboração e produtos prontos. (espero que as conheçam de algum lugar...). CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 19 Considerando que o estoque final de hoje será o estoque inicial do próximo período, a alteração do lucro num primeiro momento será anulada por ocasião da apuração imediatamente posterior. Apenas ocorre uma postergação do IRPJ. Na avaliação do estoque final, podem ocorrer as seguintes anomalias: - subdimensionamento: o efeito prático será de prejuízo para o fisco e; - superavaliação: o efeito prático será de prejuízo para o contribuinte. c) custo de produção--> integra obrigatoriamente o custo de produção: - custo de aquisição de matérias-primas e demais bens ou serviços aplicados na produção de outros bens; - custo de pessoal aplicado na produção; - custode manutenção, locação e reparo; - depreciação, amortização e exaustão. A aquisição de bens de consumo de forma eventual, cujo valor não exceda a 5% do custo total dos produtos vendidos, no período de apuração anterior, poderá ser registrado diretamente como custo. Exemplo: gasto eventual com aquisição de produto químico para tratar determinado lote de madeira infestada de cupim, numa fábrica de móveis. Integrará também o custo os seguintes valores: - quebras e perdas razoáveis, de acordo com a natureza do bem e da atividade, ocorridas na fabricação, transporte e manuseio e; - quebras o perdas de estoque por deterioração, obsolescência ou pela ocorrência de riscos não cobertos por seguros, desde que comprovadas: * por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de segurança, que especifique e identifique as quantidades destruídas ou inutilizadas, bem como as razões da providência tomada; * por certificado de autoridade competente, nos casos de incêndios, inundações ou por outros eventos semelhantes ou; CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 20 * mediante laudo de autoridade fiscal chamada para certificar a destruição de bens obsoletos, invendáveis ou danificados, quando não houver valor residual apurável. d) critérios para avaliação de estoques--> são dois os critérios: - custo de aquisição de mercadorias, matérias-primas ou bens em almoxarifado; - custo de produção dos produtos em fabricação e produtos acabados. O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos estoques de produtos em fabricação e acabados. Se a escrituração do contribuinte não satisfizer as condições de 'contabilidade de custos integrada e coordenada com a contabilidade', os estoques serão avaliados assim: I) MATERIAL EM PROCESSAMENTO: 1,5 x CUSTO DA MATÉRIA-PRIMA OU 80% DOS PRODUTOS ACABADOS (=56% DO MAIOR PREÇO DE VENDA) II) PRODUTOS ACABADOS: 70% DO MAIOR PREÇO DE VENDA, SEM EXCLUIR O ICMS. e) produtos rurais: os estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos, enquanto em poder de quem os produziu, criou ou extraiu, poderão ser avaliados aos preços correntes de mercado, conforme as práticas usuais em cada tipo de atividade. f) vedações na apuração de estoque--> são as seguintes: - reduções globais de valores inventariados, reservas e provisões; - depreciação estimada ou provisão para oscilação de preços e; - manutenção de estoques 'básicos' a preços constantes ou nominais. g) preços de transferência na importação: os custos referentes a bens, serviços e direitos somente serão dedutíveis na determinação do lucro real até o valor que não exceda ao preço determinado por um dos seguintes métodos: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 21 - método dos preços independentes comparados (PIC): consiste na média aritmética dos preços de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, apurados no mercado brasileiro ou de outros países, em operações de compra e venda, e condições de pagamento semelhantes; - método do preço de revenda menos o lucro (PRL): definido como a média aritmética dos preços de revenda dos bens ou direitos, diminuídos: * dos descontos incondicionais concedidos; * dos impostos e contribuições incidentes sobre as vendas e; * das comissões e corretagens pagas. * da margem de lucro, assim definida: 60%, CALCULADA SOBRE O PREÇO DE REVENDA, APÓS DEDUZIDOS OS VALORES REFERIDOS NOS ITENS ANTERIORES, E DO VALOR AGREGADO NO PAÍS, NA HIPÓTESE DE BENS IMPORTADOS APLICADOS À PRODUÇAO OU 20%, CALCULADA SOBRE O PREÇO DE REVENDA, NAS DEMAIS HIPÓTESES. - método do custo de produção mais lucro (CPL): definido como sendo o custo médio de produção de bens, serviços o direitos, idênticos ou similares, no país onde tiverem sido originalmente produzidos, acrescido dos impostos e taxas cobrados pelo referido pais na exportação e margem de lucro de 20%, calculada sobre o custo apurado. Na hipótese de utilização de mais de um método, será considerado dedutível o maior valor apurado, observando que, se os valores apurados forem superiores ao de aquisição, constante dos respectivos documentos, a dedutibilidade fica limitada ao montante deste último. Integram o custo, para efeito de dedutibilidade, o valor do frete e seguro, cujo ônus tenha sido do importador e os tributos incidentes na importação. A parcela dos custos que exceder ao valor determinado de conformidade com o parágrafo anterior deverá ser adicionada ao lucro líquido, para fins de determinação do lucro real, exceto se a divergência, em operações com pessoas vinculadas, for de até 5% para menos, daquele valor constante dos documentos de importação. Ressalte-se, ainda, o preço a ser utilizado de parâmetro deve ser de operações com empresas não vinculadas entre si. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 22 Alternativamente, o ajuste poderá ser feito contabilmente por meio de lançamento a débito da conta de resultados acumulados e a crédito de: - conta de ativo onde foi contabilizada a aquisição dos bens, direitos ou serviços, e que permaneceram ali registrados no final do período de apuração ou; - conta própria de custo ou de despesa do período de apuração, que registre o valor dos bens, direitos ou serviços, no caso de esses ativos já terem sido baixados da conta de ativo que tenha registrado sua aquisição. Ainda de acordo com o artigo 21 da lei 9430/96, temos que os custos e preços médios citados anteriormente deverão ser apurados com base em: - publicações ou relatórios oficiais do governo do país do comprador ou vendedor ou declaração da autoridade fiscal desse mesmo país, quando com ele o Brasil mantiver acordo para evitar a bitributação ou para intercâmbio de informações; - pesquisas efetuadas por empresa ou instituição de notório conhecimento técnico ou publicações técnicas, em que se especifiquem o setor, o período, as empresas pesquisadas e a margem encontrada, bem como identifiquem, por empresa, os dados coletados e trabalhados. As publicações, as pesquisas e os relatórios oficiais somente serão admitidos como prova se houverem sido realizados com observância de métodos de avaliação internacionalmente adotados e se referirem a período contemporâneo com o de apuração da base de cálculo do imposto de renda da empresa brasileira. Admitir-se-ão margens de lucro diversas das estabelecidas acima, desde que o contribuinte as comprove, com base em publicações, pesquisas ou relatórios elaborados de conformidade com o disposto neste item. Tais publicações técnicas, pesquisas e relatórios poderão ser desqualificados mediante ato do Secretário da Receita Federal do Brasil, quando considerados inidôneos ou inconsistentes. h) documentos inidôneos: os valores apropriados como custos, calcados em notas fiscais emitidas por pessoas jurídicas inexistentes, com situação irregular ou que tenham por objeto outros ramos de atividade que não aquele relacionado com as mercadorias ou matérias-primas tidas como vendidas, devem ser oferecidos à tributação, principalmente quando não comprovado o efetivo ingresso dessas mercadorias ou matérias-primas no estabelecimento. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 23 3.1.2 DESPESAS OPERACIONAIS E ENCARGOS a) introdução: as empresas em geral apresentam uma grande quantidade e variedade de despesas operacionais. No caso de despesas indedutíveis: será realizada a adição ao lucro líquido para fins deapuração do lucro real. b) comprovantes inidôneos: as despesas apropriadas como operacionais, lastreadas em documentação fiscal inidônea, ou considerada ineficaz em súmulas administrativas, não são dedutíveis do lucro real. c) prestação de serviços: necessidade de comprovar efetivamente a realização. Não são documentos hábeis notas fiscais globais e genéricas de prestação de serviços, emitidas no final de cada ano. d) regra geral de dedutibilidade: são necessárias as despesas pagas o incorridas para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da empresa. As despesas operacionais admitidas são as usuais ou normais no tipo de transações, operações ou atividades da empresa. São indedutíveis as seguintes despesas: - contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção o comercialização dos bens e serviços; - depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção o comercialização dos bens e serviços. e) preços de transferência: serão dedutíveis na determinação do lucro real até o valor que não exceda ao preço determinado por um dos métodos dos preços de transferência analisados em custos. f) aplicações de capital: o custo de aquisição de bens do ativo permanente não poderá ser deduzido como despesa operacional, salvo se o bem adquirido tiver valor unitário não superior a R$ 326,61, ou prazo de vida útil que não ultrapasse um ano, independentemente de valor. Exemplo: pneumáticos. g) pagamento a pessoa física vinculada: os pagamentos de qualquer natureza a titular, sócio ou dirigente da PJ, ou aos seus parentes, poderão ser impugnados, se o contribuinte não provar: - no caso de compensação por trabalho assalariado, autônomo ou profissional, a prestação efetiva de serviços e; - no caso de outros rendimentos ou pagamentos, a origem e a efetividade da operação ou transação. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 24 Não serão dedutíveis, como custos ou despesas operacionais, as gratificações ou participações no resultado, atribuídas aos dirigentes ou administradores da pessoa jurídica. A gratificação natalina (ou 13º salário) paga a administrador é, portanto, considerada despesa indedutível. Na verdade, deve ser adicionado no LALUR, pois é considerada uma destinação de resultado. h) pagamentos sem causa ou a beneficiário não identificado: não são dedutíveis as importâncias declaradas como pagas ou creditadas a título de comissões, bonificações, gratificações, ou semelhantes, quando não for indicada a operação ou a causa que deu origem ao rendimento, e quando o comprovante do pagamento não individualizar o beneficiário do rendimento. i) depreciação de bens do ativo imobilizado – dedutibilidade: a depreciação será deduzida pelo contribuinte que suportar o encargo econômico do desgaste ou da obsolescência. A quota de depreciação é dedutível a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir. j) bens depreciáveis: podem ser objeto de depreciação todos os bens sujeitos a desgaste pelo uso ou causas naturais ou obsolescência normal, inclusive edifícios e construções, bem como projetos florestais destinados à exploração dos respectivos frutos. No entanto, não será admita a quota de depreciação referente a: - terrenos, salvo em relação a melhoramentos ou construções; - prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção dos seus rendimentos ou destinados à revenda; - bens que normalmente aumentam de valor com tempo, tais como obras de arte ou antiguidades e; - bens para os quais já sejam registradas quotas de exaustão. l) quota de depreciação: taxa anual x custo de aquisição. Na hipótese de período inferior a 12 meses: ajuste proporcional. A depreciação poderá ser apropriada em quotas mensais, dispensando o ajuste da taxa para os bens postos em funcionamento ou baixados no curso do mês. m) taxa anual de depreciação: fixada em função do prazo durante o qual se possa esperar utilização econômica do bem a IN 162/98 estabeleceu o prazo de vida útil admissível de uma extensa relação de bens. É assegurado ao contribuinte o direito de computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens, desde que faça a prova dessa adequação, quando adotar taxa diferente. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 25 Em caso de dúvida, encaminha-se o bem para perícia no Instituto Nacional de Tecnologia ou de outra entidade oficial. No caso de registro em conjunto de bens, utiliza-se as taxas aplicáveis aos bens de maior vida útil que integrem o conjunto. n) depreciação de bens usados: será fixada tendo em vista o maior dos seguintes prazos: - metade da vida útil admissível para o bem, quando adquirido novo ou; - restante da vida útil, considerada esta em relação à primeira instalação para utilização do bem. Exemplo: automóvel adquirido com 2 anos de uso. Temos: * vida útil: 5 anos; * metade da vida útil: 2, 5 anos; * tempo restante de vida útil: 3 anos. Neste nosso exemplo, utilizaremos o maior prazo, que será de 3 anos. o) depreciação acelerada contábil: há três tipos de depreciação acelerada, quando comparada com a depreciação normal: - a depreciação acelerada contábil, justificada pela utilização do bem móvel em período superior a um turno de 8 horas: em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em função do número de horas diárias de operação, os seguintes coeficientes de depreciação acelerada: * um turno de 8 horas: 1,0; * dois turnos de 8 horas: 1,5 e; * três turnos de 8 horas: 2,0. - a depreciação acelerada incentivada, concedida pela legislação fiscal: com o fim de incentivar a implantação, renovação ou modernização de instalações e equipamentos. Neste contexto, encontram-se as empresas com Programas Especiais de Exportação – BEFIEx (art. 470 do RIR/99), e as empresas que realizarem pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica de produtos, com projeto aprovado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). - depreciação em empresas de atividade rural: os bens do ativo permanente imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica que explore a atividade rural, para uso nessa atividade, poderão ser depreciados integralmente, dentro do próprio ano de aquisição. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 26 p) amortização – dedutibilidade: poderá ser computada, como custo ou encargo, a importância correspondente à recuperação do capital aplicado, ou dos recursos aplicados em despesas que contribuam para a formação de resultado de mais de um período de apuração. q) quota de amortização: taxa anual x valor original do capital. Na hipótese de período inferior a 12 meses: ajuste proporcional. A amortização poderá ser apropriada em quotas mensais, dispensando o ajuste da taxa para o capital aplicado ou baixado no curso do mês. r) taxa anual de amortização: será fixada tendo em vista: - o tempo restante de existência do direito ou; - o número de períodos de apuração em que deverão ser usufruídos os benefícios decorrentes das despesas registradas no ativo diferido. s) direitos de exploração de florestas: a quota anual de amortização do valor dos direitos contratuais de exploração de florestas terá, como base de cálculo, o valor do contrato, e será calculada em função do prazo e de sua duração. t) exaustão – dedutibilidade de despesas com exaustão de recursos minerais: A quota de exaustão será determinada de acordo com os princípios de depreciação,com base no custo de aquisição ou prospecção dos recursos minerais explorados. O montante da quota de exaustão será determinado tendo em vista o volume da produção no período e sua relação com a possança conhecida da mina, ou em função do prazo de concessão. u) exaustão de recursos florestais: para o cálculo do valor da quota de exaustão será observado o seguinte critério: - apurar-se-á, inicialmente, o percentual que o volume dos recursos florestais utilizados ou a quantidade de árvores extraídas durante o período de apuração representa, em relação ao volume ou à quantidade de árvores que no início do período de apuração compunham a floresta; - o percentual encontrado será aplicado sobre o valor contábil da floresta, registrado no ativo, e o resultado será considerado como custo dos recursos florestais efetivamente extraídos. 3.1.3 PROVISÕES CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 27 a) definição: entende-se provisão como evento incerto e de valor estimado. A lei fiscal adota como regra a indedutibilidade das provisões, com as seguintes exceções: - provisão para férias e 13º salário; - provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada; - provisões técnicas das operadoras de planos de assistência à saúde, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável. As provisões ditas não dedutíveis, na verdade são dedutíveis; porém, não o são no lançamento contábil, mas sim no período-base em que o fato provisionado se confirma, isto é, a perda não é mais uma possibilidade, mas de fato se consumou. b) provisão para remuneração de férias: de fato, constitui-se numa apropriação de despesas em razão do regime de competência. O limite de saldo da provisão será determinado com base na remuneração mensal e no número de dias de férias a que já tiver direito no encerramento do período de apuração. As importâncias já pagas serão debitadas à provisão, até o limite do valor provisionado. Contempla a inclusão dos gastos incorridos com a remuneração de férias proporcionais e dos encargos sociais, cujo ônus cabe à empresa. O valor a ser provisionado corresponderá ao valor resultante da multiplicação de 1/12 (um doze avos) da remuneração, acrescido dos encargos sociais cujo ônus cabe à empresa, pelo número de meses relativos ao período de apuração. c) provisão para créditos de liquidação duvidosa – dedutibilidade: para melhor entendermos o assunto, segue um quadro sinótico abaixo: PARA CRÉDITOS SEM GARANTIA DE VALOR valor por operação tempo decorrido procedimento judicial observação até R$ 5000,00 + de 6 meses independe XXX de 5.000 a 30.000 + de 1 ano independe mantida cobrança administrativa mais de R$ 30.000 + de 1 ano Necessário XXX CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 28 PARA CRÉDITOS COM GARANTIA DE VALOR situação tempo decorrido procedimento judicial valor com garantias + de 2 anos Necessário independe de valor devedor falido ou a partir da Necessária total na falência e a em liquidação decretação habilitação parcela que exceder judicial ao que o liquidado pagar declaração judicial XXX XXX total do crédito de insolvência d) encargos financeiros de créditos vencidos – tratamento tributário: Para o devedor: a partir da citação inicial para o pagamento do débito, os encargos incidentes sobre ele, contabilizados como custo ou despesa a partir daquela data, deverão ser adicionados para apuração no Lucro Real. Os valores adicionados serão registrados na Parte B do LALUR, para exclusão na apuração do Lucro Real, no período de apuração em que ocorrer a quitação do débito. Para o credor: decorridos 60 dias do vencimento do crédito, poderão ser excluídos, na apuração do Lucro Real, os encargos financeiros contabilizados como receita a partir desta data. Os valores excluídos devem ser controlados na Parte B do LALUR. Deverão ser adicionados no período base em que, para fins legais, se tornarem disponíveis para a PJ credora, ou em que é reconhecida definitivamente a respectiva perda. e) créditos recuperados: deverá ser computado na determinação do lucro real o montante de créditos deduzidos que tenham sido recuperados, em qualquer época ou a qualquer título. Os bens recebidos a título de quitação do débito serão escriturados pelo valor de crédito ou avaliados pelo valor definido na decisão judicial que tenha determinado na incorporação ao patrimônio do credor. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 29 f) tributos e multas por infrações fiscais: os tributos e contribuições sociais são dedutíveis no período de apuração do fato gerador, segundo o regime de competência. São exceções a esta regra: - o IRPJ é dedutível de sua própria base de cálculo; - a CSLL é indedutível na determinação do Lucro Real e de sua própria base de cálculo; - os impostos e taxas com bens móveis ou imóveis são indedutíveis, exceto se intrinsecamente relacionados com a produção e comercialização de bens e serviços; - os tributos e contribuições cuja exigibilidade seja suspensa, no termos do CTN, haja ou não depósito judicial, são indedutíveis; - as multas por infrações fiscais não são dedutíveis como custo ou despesas operacionais, salvo as de natureza compensatória, e as impostas por infrações de que não resulte falta ou insuficiência de pagamento de tributo (são dedutíveis). g) despesas de conservação de bens e instalações: serão admitidas, como custo ou despesa operacional, as despesas com reparos e conservação de bens e instalações, destinadas a mantê-los em condições eficientes de operação. Se o gasto efetuado aumentar a vida útil do bem por mais de um ano, o valor deve ser ativado. 3.1.4 JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos de apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados, individualizadamente, a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculada sobre as contas do patrimônio líquido, pela aplicação da variação ‘pro rata’ dia, da taxa de juros de longo prazo – TJLP. O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucro antes da provisão para o IRPJ, e antes de computados os juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual o superior ao valor de 2 vezes os juros a serem pagos ou creditados (lei 9249/95, art. 9º. c/c a lei 9430/96, art. 78). O valor dos juros pagos ou creditados pela PJ, a título de remuneração do capital próprio, poderá ser imputado ao valor dos dividendos de que trata o art. 202 da lei 6404/76, sem prejuízo do disposto na lei 9245/95, art. 9º, §7º. Para fins de cálculo da remuneração prevista neste item, não será considerado o valor da reserva de reavaliação de bens ou direitos da pessoa jurídica, exceto se esta for adicionada na determinação da base de cálculo do IRPJ e CSLL (lei 9245/95, art. 9º, §7º). CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 30 Caso a PJ apure excesso de custo de aquisição de bens, direitos e serviços, importados de empresas vinculadas que seja considerado indedutível, e opte por adicionar, na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, o valor do excesso apurado em cada período de apuração, somente por ocasião da realização da alienação ou baixa a qualquer título do bem, direito ou serviço adquirido, o valor total do excesso apurado no período de aquisição deverá ser excluído do patrimônio líquido, para fins de determinação da base de cálculo dos juros sobre o capital próprio.3.1.5 DESPESAS COM ROYALTIES, ASSITÊNCIA TÉCNICA, CIENTÍFICA OU ADMINISTRATIVA E FRANQUIAS. a) royalties: a dedução das despesas com ‘royalties’ será admitida quando necessárias para que o contribuinte mantenha a posse, uso ou fruição do bem ou direito que produz o rendimento. b) assistência técnica, científica ou administrativa: as importâncias pagas a PJ ou PF domiciliadas no exterior, a título de assistência técnica, científica ou administrativa ou semelhante, quer fixas, quer com percentual da receita ou do lucro, somente poderão ser deduzidas se: - constarem de contrato registrado no BACEN; - corresponderem a serviços efetivamente prestados à empresa através de técnicos, desenhos ou instruções enviadas ao País, ou estudos técnicos realizados no exterior por conta da empresa ou; - o montante anual dos pagamentos não exceder ao limite fixado por ato do Ministro da Fazenda, de conformidade com a legislação específica. Prazo: somente poderão ser deduzidas nos cinco primeiros anos de funcionamento da empresa ou da introdução, podendo esse prazo ser prorrogado por mais cinco anos por autorização do Conselho Monetário Nacional. Não serão dedutíveis quando pagas ou creditadas: - pela filial de empresa com sede no exterior, em benefício da sua matriz e; - pela sociedade com sede no Brasil a PF domiciliada no exterior que mantenha, direta ou indiretamente, o controle de seu capital com direito a voto. c) limites e condições de dedutibilidade: as somas das quantias devidas poderão ser deduzidas como despesas operacionais, até o limite máximo de 5% da receita líquida das venda dos produtos fabricados ou vendidos, ressalvados os casos enquadrados nos Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (PDTI) e Programas de Desenvolvimento Tecnológico Agropecuário (PDTA). CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 31 A dedutibilidade das importâncias pagas ou creditadas pelas PJ somente será admitida a partir da averbação do respectivo ato ou contrato no INPI. d) outros temas correlatos: Contraprestações de arrendamento mercantil: a aquisição, pelo arrendamento, de bens arrendados, em desacordo com a legislação vigente, será considerada operação de compra e venda a prestação. As contraprestações de arrendamento mercantil somente serão dedutíveis quando o bem arrendado estiver relacionado intrinsecamente com a produção e comercialização de bens e serviços. O bem adquirido pelo valor residual, previsto no contrato de arrendamento, deve ser ativado pela futura depreciação. Remuneração dos sócios e dirigentes: serão dedutíveis, na determinação do lucro real, as remunerações dos sócios, diretores ou administradores titulares de empresa individual e conselheiros fiscais e consultivos. Mas não serão dedutíveis: - as porcentagens e ordenados pagos a membros das diretorias das PJ que não residam no País e; - as retiradas não debitadas em despesas operacionais em contas subsidiárias e as que, mesmo escrituradas nessas contas, não correspondam à remuneração fixa por prestação de serviços. Remuneração indireta a administradores e terceiros: integrarão a remuneração dos beneficiários e, portanto, serão dedutíveis: - a contraprestação de arrendamento mercantil ou o aluguel ou, quando for o caso, os respectivos encargos de depreciação: * de veículo utilizado no transporte de administradores, diretores, gerentes e seus assessores, ou de terceiros, em relação a PJ e; *de imóvel cedido para uso de qualquer pessoa dentre as referidas anteriormente - as despesas com benefícios e vantagens concedidos pela empresa a administradores, diretores, gerentes e seus assessores, pagas diretamente ou através da contratação de terceiros (alimentos, clubes, empregados e outros). A empresa identificará os beneficiários das despesas, e adicionará aos respectivos salários os valores a elas correspondentes, para fins de incidência de IRRF e na declaração do beneficiário. A inobservância a esta orientação enseja cobrança de IRRF a alíquota de 35%. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 32 Os dispêndios ora elencados terão o seguinte tratamento tributário na PJ: - quando pagos a beneficiários identificados e individualizados, poderão ser dedutíveis na apuração do lucro real; - quando pagos a beneficiários não identificados ou beneficiários identificados e não individualizados, são indedutíveis na apuração do lucro real, inclusive o imposto incidente na fonte. Participação dos trabalhadores nos lucros: para efeito de apuração do lucro real, a PJ poderá deduzir, como despesa operacional, as participações atribuídas aos empregados nos lucros ou resultados, dentro do próprio exercício de sua constituição. Despesas com serviços assistenciais e benefícios previdenciários – serviços assistenciais: consideram-se despesas operacionais dedutíveis os gastos realizados pelas empresas com serviços de assistência médica, odontológica, farmacêutica e social, destinados indistintamente a todos os seus empregados e dirigentes. Despesas com serviços assistenciais e benefícios previdenciários – benefícios previdenciários e FAPI: o valor das despesas com contribuições para a previdência privada e para os Fundos de Aposentadoria Programada Individual – FAPI, cujo ônus seja da pessoa jurídica, não poderá exceder, em cada período de apuração, a 20% do total dos salários dos empregados e da remuneração dos dirigentes da empresa, vinculados ao referido plano. Os valores excedentes serão adicionados ao lucro líquido. Prejuízos por desfalque, apropriação indébita e furto: somente serão dedutíveis como despesas os prejuízos por desfalque, apropriação indébita e furto, por empregados ou terceiros, quando houver inquérito instaurado nos termos da legislação trabalhista, ou quando apresentada queixa perante a autoridade policial. Despesas com contribuições e doações: as doações têm sua dedutibilidade restrita a casos muito especiais, e raramente permitem dedução do IRPJ devido. Em regra, são indedutíveis. Doações permitidas: - fundos dos direitos da criança e do adolescente, nos termos do ECA; - projetos culturais e os empreendimentos audiovisuais; - instituições de ensino e pesquisa; CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 33 - entidades civis, legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da PJ doadora e seus respectivos dependentes e; - organizações da sociedade civil de interesse público (as OSCIP). 3.1.6 RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS, CONTRATOS DE LONGO PRAZO, LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR, RENDIMENTOS DE PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS E REVALIAÇÃO DE BENS. a) resultados não operacionais: GANHOS E PERDAS DE CAPITAL BENS DO ATIVO BAIXA POR ALIENAÇÃO, GANHO DE CAPITAL PERMANENTE PERECIMENTO, (VLR ALIENAÇÃO>CONTÁBIL) EXTINÇÃO, DESGASTE, OU E OUTROS PERDA DE CAPITAL (VLR ALIENAÇÃO<CONTÁBIL) VALOR CONTÁBIL: CUSTO DE AQUISIÇÃO CORRIGIDO (-) DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO OU EXAUSTÃO. DESGASTE TOTAL VALOR CONTÁBIL=0 SEM GANHO OU PERDA DE CAPITAL. b) devolução de capital em bens ou direitos: os bens e direitos do ativo da PJ que forem transferidos ao titular, sócio ou acionista, a título de devolução de sua participação no capital social, poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado. No caso da devolução, realizar-se-á pelo valor de mercado. E aí e só rever o esquema do item anterior, pois a devolução do bem ao sócio equivale a uma alienação. c) vendas a longo prazo: nas vendas de bens do ativo permanente para recebimento do preço, total ou em parte,após o término do ano-calendário seguinte ao da contratação, o contribuinte poderá reconhecer o lucro na proporção da parcela do preço recebida. Caso o contribuinte tenha reconhecido o lucro na escrituração comercial, no período de apuração em que ocorreu a venda, os ajustes serão efetuados no LALUR. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 34 d) ganhos em desapropriação – diferimento da tributação: o contribuinte poderá diferir a tributação do ganho de capital na alienação de bens desapropriados, desde que: - transfira o ganho de capital para reserva especial de lucros; - aplique, no prazo máximo de dois anos do recebimento da indenização, na aquisição de outros bens do ativo permanente, importância igual ao ganho de capital; - discrimine, na reserva de lucros, os bens objeto de aplicação de que trata o item anterior, em condições que permitam a determinação do valor realizado em cada período de apuração. A reserva será computada na determinação do lucro real quando da realização do bem, ou quando for utilizada para distribuição de dividendos. Será mantido controle, no LALUR, do ganho diferido nos termos deste item. e) desapropriação para reforma agrária: é isento do IRPJ o ganho obtido nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, nos termos da CF, artigo 184, §5º). f) perdas em operações de ‘lease back’: define-se como alienação de bens a empresa de leasing, com o posterior arrendamento destes bens pela empresa vendedora, ou a empresa a ela vinculada. Não será dedutível, na determinação do lucro real, a perda apurada na alienação de bem que vier a ser tomado em arrendamento mercantil pela própria vendedora, ou com pessoa jurídica a ela vinculada. Assim, nas operações de arrendamento mercantil, contratadas com próprio vendedor do bem, ou PJ a ele vinculadas, não se admitirá a dedução do prejuízo da venda quando da apuração pelo alienante. Do modo contrário, caso seja apurado lucro, este integra normalmente a base de cálculo do IRPJ. g) perdas na alienação de bens e valores oriundos de incentivos fiscais: não será dedutível na determinação do lucro real a perda apurada na alienação ou baixa de investimento adquirido mediante dedução do IRPJ, devido pela pessoa jurídica, no caso das parcelas aplicadas em incentivos fiscais, tipo FINOR, FINAM e FUNRES. h) ajustes fiscais diversos – contratos a longo prazo: produção em longo prazo: na apuração do resultado de contratos, com prazo de execução superior a um ano, de construção por empreitada, ou de fornecimento, a preço pré-determinado, de bens ou serviços a serem produzidos, serão computados, em cada período de apuração: CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 35 - custo de construção ou de produção dos bens ou serviços incorridos durante o período de apuração (aquele definitivamente aplicado na produção do bem ou serviço, não se computando, por exemplo, a matéria-prima adquirida e estocada) e; - parte do preço total da empreitada, ou dos bens ou serviços a serem fornecidos, determinada mediante aplicação, sobre esse preço total, da porcentagem do contrato ou da produção executada no período de apuração. O percentual que mede o estágio do andamento dos trabalhos pode ser obtido de duas maneiras: - relação percentual entre o custo total previsto e o custo incorrido no período, conforme abaixo: RECEITA = (CUSTO INCORRIDO/CUSTO TOTAL) x PREÇO TOTAL. - obtenção de laudo que indique o percentual de execução da obra. Produção em curto prazo: no caso de construções ou fornecimentos contratados com base em preço unitário de quantidades de bens ou serviços produzidos em prazo inferior a um ano o resultado deverá ser reconhecido à medida da execução, mesmo que o contrato seja de longo prazo. Exemplo: prestação de serviços de vigilância ou de fornecimento de papel. Contratos com entidades governamentais: o contribuinte poderá diferir a tributação do lucro até a sua realização, observadas as seguintes normas: - exclusão do lucro líquido: parcela do lucro da empreitada ou fornecimento computado no resultado do período, proporcional à receita dessas operações, consideradas nesse resultado, e não recebida até a data do balanço de encerramento do mesmo período de apuração, mediante a expressão abaixo: VALOR EXCLUÍDO = LUCRO LÍQUIDO x % %= 1 – (RECEITA RECEBIDA/RECEITA CONTABILIZADA). A parcela excluída nos termos anteriormente apresentados deverá ser computada na determinação do lucro real do período de apuração em que a receita for recebida. 3.1.7 TRATAMENTO FISCAL DOS LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 36 a) legislação aplicável: serão computados na determinação do lucro real das PJ correspondente ao balanço do ano da disponibilização levantado em 31/12 de cada AC. b) momento da tributação: no caso de rendimentos a ganhos de capital auferidos no exterior diretamente por PJ no Brasil: - são convertidos em R$, de acordo com a taxa de câmbio na data em que tais ganhos e rendimentos forem contabilizados e; - somente são tributados no período de apuração encerrado em 31/12. Assim, se a contabilização ocorrer no 1º, 2º ou 3º trimestres, serão excluídos para serem adicionados ao 4º trimestre. Os lucros auferidos no exterior por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coligadas: - serão adicionados ao lucro líquido, para fins de determinação do lucro real correspondente ao balanço levantado em 31/12 do AC em que tiverem sido disponibilizados para a PJ domiciliada no Brasil. - podem ser compensados com o imposto pago no exterior. c) disponibilização dos lucros: em relação ao referido anteriormente, os lucros serão considerados disponibilizados para a empresa no Brasil, na data do balanço no qual tiverem sido apurados. 3.1.8 RENDIMENTOS DE PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS a) tratamento contábil e tributário dos dividendos: quando sujeitos à tributação nas firmas ou sociedades que os distribuíram exclusão do lucro líquido, para efeito de determinar o lucro real. Exceções: - resultados auferidos no exterior e; - lucros ou dividendos auferidos após a alienação ou liquidação de investimento avaliado pelo valor de patrimônio líquido, quando não tenham sido computados na determinação do ganho ou perda de capital. CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO www.pontodosconcursos.com.br 37 Os lucros ou dividendos recebidos pela PJ, em decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até 6 meses antes da data da respectiva percepção, bem como os lucros e dividendos recebidos de investimentos avaliados pelo patrimônio líquido serão registrados pelo contribuinte como diminuição do valor de investimento, e não influenciarão as contas de resultado. Caso a investida esteja no exterior, e seja avaliada pelo custo de aquisição (menos de 6 meses) ou MEP os dividendos recebidos devem ser oferecidos à tributação, através de uma adição no LALUR. b) tratamento fiscal da contrapartida de ajuste do valor do patrimônio líquido: o valor do investimento relevante em coligada ou controlada, na data do balanço, deverá ser ajustado ao valor de patrimônio líquido, determinado de acordo com as normas contábeis, mediante lançamento da diferença a débito ou a crédito da conta investimento. A contrapartida do ajuste da equivalência, contabilizada em conta de resultado, não será computada na determinação do lucro real. RESULTADO DA POSITIVO EXCLUSÃO DO LUCRO LÍQUIDO EQUIVALÊNCIA NEGATIVO ADIÇÃO AO LUCRO LÍQUIDO Os resultados da avaliação dos
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