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Literatura Infantojuvenil - Aula 2

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Literatura InfantoJuvenil 
Margarete Louzano
AULA 02 – Origem
Da Antiguidade ao final do século XVII
Na Antiguidade houve um compendio conhecido como
Livro dos Cinco Ensinamentos, do século V e VI a.C.
Foi escrito em sânscrito, contendo ensinamentos
religiosos e políticos, dirigido às crianças por meio de
fábulas e narrativas. Diferentes povos criaram suas
histórias para educar as crianças. Na Idade Média, os
objetivos de educar pela moral e pela religião,
utilizavam-se de fábulas, contos e o bestiário (história
sobre animais reais ou imaginários). Algumas publicadas
no séc. XVII, Fábulas, de La Fontaine e As Aventuras de
Telêmaco de François Fénelon.
“El libro para niños és conquista ,moderna. No asi la
literatura infantil cuya origen se remonta a la edad oral
del mito. Nodrizas, rapisodas y pedagogos transmitian
de viva voz a la infancia, ´primero em Gréciay
luegoen Roma, las tradiciones de sus antepassados
fabulas, leyendas heroicas y religiosas y aventuras
extraordinárias (...) En Oriente el desenvolvimiento de
la literatura de este tipo se confunde com el de la
popular o Folklorica.”(MANTOVANI, apud GÓES,
1984, p. 48)
Lucia Pimentel Góes destaca a citação de Fryda
Mantovani para aportar seus estudos em busca da
origem da literatura infantil
“Vemos, pois, que Mantovani considera como origem
da literatura infantil a idade oral do mito” (GÓES,
1984, p. 48)
Por outro lado destaca de forma interessante o
pensamento de Carmem Bravo, historiadora da
Literatura Infantil “Lo que lerian los niños em la Edad
Média... Los milagros de Nuestra Senõra (...) el
Romancero” (BRAVO, apud GÓES, 1984, p. 49)
Segundo Góes, a autora afirma que esses romances
eram para os adultos que tinham psicologia de criança
e precisavam escutar proezas em rimas fáceis de
forma clara e popular.
A criança e a Literatura antes do século XVIII
Para Ziberman (1985, p.13) a concepção de criança
como ser diferente do adulto, com interesses próprios e
necessidades específicas, só se deu em meio à Idade
Moderna. “Esta mudança se deve a outro acontecimento
da época: a emergência de uma nova noção de família,
centrada não mais em amplas relações de parentesco,
mas num núcleo unicelular, preocupado em manter sua
privacidade (impedindo a intervenção dos parentes em
seus negócios internos) e estimular o afeto entre seus
membros.”
Deste modo, a Literatura Infantil, segundo Ziberman,
teria sido constituída como gênero durante o século
XVII, época em que as mudanças na estrutura da
sociedade desencadearam repercussões no âmbito
artístico. É neste ponto que Lucia Pimentel Góes
questiona as ideias de Ziberman.
“Alguns autores afirmam que a ‘literatura infantil’ seria um
gênero incompreensível sem a presença da criança, que
seria o seu único destinatário. (...) Explicam eles que na
sociedade antiga não havia infância (...) a literatura infantil
só surgiria com a ascensão da ideologia burguesa, a partir
do século XVIII. Discordamos por várias razões, entre elas
porque julgamos que pode acontecer que a obra infantil
agrade ao adulto e muitas vezes, como comprova a
história, obras que não foram escritas para as crianças, por
elas foram adotadas” (GÓES 1984, p.47)
E, continua
“Aqui devemos ponderar que o adulto teria
mentalidade infantil, e não que a criança não teria
espaço no mundo adulto (...) Ora tais obras vieram da
mais remota Antiguidade. Basta lembrar de Raimundo
Lulio (1235-1315) o Livro dos Animais, série de
apólogos da corte oriental que servem de exemplo de
vida.” (GÓES, 1984, p. 50)
“E, em certo modo pode considerar-se como literatura
infantil, já que alguns fragmentos fabulísticos
agradariam as crianças. Claro é que gostariam muito
mais dos relatos do Conde Lucanor, o Livro de Patrônio.
Temos que reconhecer que junto aos romances, cantares
de gesta e lendas, este livro seria preferido pelas
crianças. Seu autor, o famoso infante Don Juan
Manuel(1282-1349) (...) A grandes e pequenos foi
dedicada esta coleção de cinquenta apólogos que uns e
outros escutariam com mesmo interesse”
(VILLASANTE, apud GÓES, 1984, p.51)
“Várias pesquisas acerca da origem dos contos
obtiveram como resultado raízes de fonte oriental,
posteriormente difundida com fontes latina (greco-
romana) e céltico-bretã (COELHO, 2012, p. 80) Esta
autora aponta para uma coletânea encontrada na Índia,
conhecida como Calila e Dimna, uma trilogia de
livros sagrados: Pantschatantra, Mahabharata e
Vischno Sarna, que eram utilizados pelos primeiros
pregadores budistas no século VI a.C. A versão
original foi escrita em sânscrito e se perdeu, apenas a
versão árabe do século VIII.
“O Marquês de Santillana (1398-1458) Don Iñigo
Lopes de Mendonça escreveu ‘Provérbios de Gloriosa
Doutrina e Frutuoso Ensinamento’, ao ser encarregado
pelo rei Juan II de educar seu filho Don Henrique (...)
Na interessante carta-prólogo, cita as Décadas de Tito
Lívio, as Fábulas de Esopo e os provérbios de
Sêneca.”(GÓES, 1984, p. 51)
“Não cabe dúvida de que, apesar de suas dificuldades
e às vezes, do sentido obscuro, a obra do Marquês de
Santillana é literatura infantil, pois foi dedicada às
crianças, tanto os versos como as glosas de
esclarecimentos.” (BRAVO, apud GÓES, 1984, p. 51)
Segundo Bravo (apud Góes, 1984) com a invenção da
imprensa, no Renascimento a criança pode manusear
livros que antes, por serem manuscritos, seria muito
difícil tê-los ao alcance. Em 1498, o alemão Juan
Hurus imprimiu em Raragoza o famoso Isopete
Historiado um dos primeiros livros a serem editados
na Espanha, traduzido a pedido de Don Henrique de
Aragón, duque de Segorbe. Trata-se de uma magnifica
edição das fábulas de Esopo.
O nascimento da Literatura Infantil, propriamente 
dita, ou do livro para crianças?
De acordo com Coelho (1991) a literatura infantil
surge na França, na segunda metade do séc.
XVII, durante a monarquia de Luís XIV, que se
manifesta abertamente à preocupação com a
literatura para crianças e jovens. A França seria
então o berço da Literatura Infantil com Fénelon
(1651-1715), cuja obra teria a função de educar
moralmente as crianças. Fénelon foi um orador e
escritor francês muito influente, considerado um
precursor do Iluminismo e na pedagogia propôs
ideias desenvolvidas por Rousseau e Pestalozzi.
François Fénelon divulgou sua obra, As aventuras de
Telêmaco, entre 1668 e 1694 editadas em 1717, assim
como Os Contos da Mamãe Ganso, de Charles
Perrault, publicado em 1697. Em 1658, Comênio,
publica o primeiro livro infantil ilustrado O Mundo em
Quatro Quadros. Educador tcheco, destacado entre os
primeiros estudiosos a defender uma literatura infantil
que pudesse divertir e ensinar, e portanto, as
ilustrações tinham papel fundamental.
Publicação Grega de Fenelón Aventuras de 
Telêmaco
Portada de Las
aventuras de Telémaco
Capa da publicação das
Aventuras de Telêmaco,
filho de Ulisses da
Odisseia de Homero
escrita pelo francês
François Fénelon e
publicada por volta de
1715 /17.
Publicação inglesa de Fenelón Aventuras de 
Telêmaco, 1715
Portada de la
edición inglesa
de Las aventuras
de Telémaco de
1715.
*Capa da edição
inglesa das
Aventuras de
Telêmaco, 1715/
1717
Charles Perrault (1628- 1703) é considerado o grande
precursor da literatura infantil, apesar de ter negado o
gênero ao atribuir a autoria a seu filho, por temer ser
ridicularizado pela Academia Francesa de Letras, da
qual fazia parte, mas foi esta obra que o consagrou na
História. Intitulada como Os Contos da Mamãe
Gansa, foi publicada em 1697 e trazia uma coletânea
de vários contos como: A Bela Adormecida, O Barba
Azul, O Gato de Botas, As Fadas, Chapeuzinho
Vermelho entre outros Clássicos.
Contes de ma mère l'Oyede Charles Perrault,
Página de uma versão
manuscrita (fins do século
XVII) de Contes de ma
mère l'Oyede Charles
Perrault, mostrando O Gato
de Botas
*‘Contos da Mamãe Ganso’
Ilustração de Gustave Doré – Os Contos de Mamãe 
Ganso
Ilustração de Contes de
ma Mère l'Oyepor
Gustave Doré.
E os Contos de Fada? Que também remontam a idade
do mito? São literatura infantil ou não?
Estaquestão certamente demanda uma aula
independente para conseguirmos abarcar de forma
mais completa o assunto. Nos restringimos aqui,
apenas no que tange as discussões acerca da origem da
literatura infantil. Para tal tomaremos as citações de
Lucia Pimentel Góis, Bruno Bettelheim e Nelly
Novaes Coelho.
Góes (1984, p.17) “Dentro, porém, de nossa colocação,
o ‘conto de fadas’ é apenas uma das formas da literatura
infantil cuja origem se confunde com a idade oral de
mito”
E justifica citando Bettelheim “O conto de fadas: uma
forma artística única (...) são ímpares, não só como uma
forma de literatura, mas como obra de arte integralmente
compreensíveis para a criança como nenhuma obra de
arte o é” (apud GÓES, 1984, p.17)
Os primeiros contos de fada (narrativas folclóricas) a
serem publicadas em uma obra, como já vimos,
ocorreu na França, ao final do século XVII, com
Charles Perrault. Vale citar que, preocupado com o
conteúdo a ser passado às crianças e adequando-as ao
contexto social da época, Perrault retirou passagens
obscenas de conteúdo incestuoso, de canibalismo e
outras monstruosidades, ressaltando o ponto
moralizador dos contos ou acrescentando-os. Nestes
caminhos seguiram-se Hans Christian Andersen e os
Irmãos Grimm.
Segundo Bettelheim (2007), todo conto de fada emite
ao leitor/ouvinte uma ideia importante ao consciente,
ao pré-consciente e ao inconsciente que ajudam a lidar
com os problemas comuns ao homem, de qualquer
natureza, como o medo da morte, o medo do abandono,
sentimento de culpa, raiva, inveja, entre muitos outros;
e o conto de fada oferece resoluções para estes
problemas, pois incentiva a lutar contra as
adversidades e dá a ideia de que a vitória é possível.
Bettelheim (2007), salienta ainda que o educador não
deve ressaltar, nos contos de fadas, a lição moral e os
conteúdos psicológicos que estes pretendem passar,
porque os benefícios do conto de fada acontecem no
inconsciente. Deste modo entendemos que a qualidade
Literária repousa exatamente neste ponto. Por isso é
tão importante escolher boas literaturas para as
crianças e realizar a leitura de forma prazerosa, o
resultado será naturalmente positivo.
Para Coelho (2003, p.21 ) “Os contos de fadas fazem
parte desses livros eternos que os séculos não
conseguem destruir e que, a cada geração, são
redescobertos e voltam a encantar leitores e ouvintes
de todas as idades. Quando e onde teriam nascido
essas narrativas maravilhosas, que hoje conhecemos
como Literatura Infantil Clássica? (...) Onde teriam
nascido Cinderela, Chapeuzinho Vermelho, Bela
Adormecida (...) Onde teriam nascido as Fadas?”
Referências Bibliográficas
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de
fadas. 22 ed. Paz e terra, 2007.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil. São
Paulo: Ed. Moderna, 2000.
_________ Panorama histórico da literatura
infantil/juvenil: das origens indo européias ao Brasil
contemporâneo. 4 ed. Ática, 1991.
___________ A Literatura Infantil - Teoria , Análise, 
Didática. São Paulo : Ática, 1991.
__________. Literatura: arte, conhecimento e vida. 
São Paulo. Peirópolis, 2000.
Referências Bibliográficas
__________. O conto de Fadas: símbolos mitos 
arquétipos. São Paulo, DCI, 2003.
__________. O Conto de Fadas [livro eletrônico]: 
símbolos, mitos, arquétipos. São Paulo: Paulinas, 2012.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil 
Teoria e Prática. São Paulo. Àtica, 2004 
GÓES, Lucia Pimentel. Introdução à Literatura Infantil 
e Juvenil. São Paulo, Pioneira, 1984.
Referências Bibliográficas
LAJOLO, Marisa. ZILBERMAN, Regina. Um Brasil
para Crianças: Para conhecer a Literatura Infantil
brasileira: Histórias, autores e textos. São Paulo: Global
ed., 1986.
ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola.
São Paulo; Global Ed., 6ª ed. 1987.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mamae_Ganso
https://es.wikipedia.org/wiki/Las_aventuras_de_telema
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