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CURSO DE BIOQUÍMICA - EXERCÍCIOS AULA: BIOQUÍMICA SISTÊMICA I 1 - GLICÓLISE E OXIDAÇÃO DO PIRUVATO 1. A sacarose é um dissacarídeo composto pela união de uma molécula de glicose e uma de frutose. Na célula muscular, a principal via de entrada da frutose na glicólise é através de fosforilação catalizada pela hexocinase gerando frutose-6-fosfato. Considere uma situação hipotética em que ambos os monossacarídeos produzidos após a hidrólise de uma molécula de sacarose foram absorvidos por uma mesma célula do músculo esquelético. Determine quantas moléculas de ATP serão produzidas por essa molécula de sacarose na célula do músculo esquelético durante exercício de baixa intensidade. A. Serão produzidas cerca de 2 moléculas de ATP por molécula de sacarose. Duas moléculas de ATP é a quantidade de ATP produzida para cada molécula de glicose que entra na via glicolítica em condições anaeróbicas. B. Serão produzidas cerca de 30 a 32 moléculas de ATP por molécula de sacarose. Cerca de 30 a 32 moléculas de ATP é a quantidade de ATP produzido por uma molécula de glicose em condições aeróbicas. C. Serão produzidas cerca de 60 a 64 moléculas de ATP por molécula de sacarose. A hexocinase consome um ATP na reação de fosforilação da frutose no carbono 6 produzindo um intermediário da via glicolítica, a frutose-6-fosfato. As demais etapas da via são idênticas as etapas ocorridas pela molécula de glicose. Sob condições aeróbicas, o músculo esquelético produz cerca de 30 a 32 moléculas de ATP por hexose. Como a hidrólise da molécula produz duas hexoses, cerca de 60 a 64 moléculas de ATP são produzidas por molécula de sacarose. D. Serão produzidas cerca de 4 moléculas de ATP por molécula de sacarose. Durante exercício de baixa intensidade, a célula muscular esquelética contém oxigênio suficiente para oxidar completamente todo piruvato produzido pela glicólise extraindo toda a energia armazenada nesta molécula, via ciclo do ácido cítrico e fosforilação oxidativa. E. Serão produzidas cerca de 3 moléculas de ATP por molécula de sacarose. Três moléculas de ATP é a quantidade de ATP produzida por hexose quando o glicogênio endógeno é a fonte alimentadora da via glicolítica em condições anaeróbicas. 2. Você descobre uma levedura que cresce em meio anaeróbico rico em di-hidroxiacetona-fosfato. Ao analisar estas amostras, você observa que o meio contém altas concentrações de lactato e que as células são capazes de captar moléculas de di-hidroxiacetona-fosfato diretamente do meio extracelular através de um transportador presente na membrana celular. Quais os produtos finais da via glicolítica nestas células após consumirem 1 mol de di-hidroxiacetona-fosfato? A. Serão produzidos 2 moles de ATP, 1 mol de NADH e 1 mol de piruvato por mol de di-hidroxiacetona-fosfato. O NADH será oxidado a NAD+ através da fermentação do piruvato a lactato. A di-hidroxiacetona-fosfato é uma triose-fosfato que é convertida a gliceraldeído-3-fosfato na fase de investimento da glicólise. Cada mol de gliceraldeído-3-fosfato produz 2 moles de ATP, 1 mol de NADH e 1 mol de piruvato na fase de pagamento da via glicolítica. Como o meio contém altas concentrações de lactato, o NADH produzido pela gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase está sendo regenerado a NAD+ através de fermentação láctica. B. Serão produzidos 2 moles de ATP, 1 mol de NADH e 1 mol de piruvato por mol de di-hidroxiacetona-fosfato. O NADH será oxidado a NAD+ através da fermentação do piruvato a etanol. Não há evidências da presença de etanol no meio extracelular, portanto, o NADH não está sendo regenerado a NAD+ através de fermentação alcoólica. C. Serão produzidos 4 moles de ATP, 2 mol de NADH e 2 mol de piruvato por mol de di-hidroxiacetona-fosfato. O NADH será oxidado a NAD+ através da fermentação do piruvato a lactato. Seria necessário 2 moles de di-hidroxiacetona-fosfato para resultar na produção de 4 moles de ATP, 2 moles de NADH e 2 moles de piruvato. D. Serão produzidos 4 moles de ATP, 2 moles de NADH e 2 moles de piruvato por mol de di-hidroxiacetona-fosfato. O NADH será oxidado a NAD+ através da fermentação do piruvato a etanol. Seria necessário 2 moles de di-hidroxiacetona-fosfato para resultar na produção de 4 moles de ATP, 2 moles de NADH e 2 moles de piruvato. Além disso, não há evidências da presença de etanol no meio extracelular, portanto, o NADH não está sendo regenerado a NAD+ através de fermentação alcoólica. E. Serão produzidos 2 moles de ATP, 1 mol de NADH e 1 mol de piruvato por mol de di-hidroxiacetona-fosfato. O NADH será regenerado a NAD+ por intermédio de lançadeiras de elétrons que irão transferir estes elétrons para a cadeia de transporte de elétrons da mitocôndria. Sob condições anaeróbicas, o NADH é regenerado a NAD+ através de fermentação e não por intermédio de lançadeiras de elétrons. 3. Por que no eritrócito a oxidação de um mol de glicose produz apenas 2 moles de ATP? A. Porque esta célula não tem acesso a moléculas de oxigênio, e, portanto, o piruvato não pode ser completamente oxidado a CO2 e água. O eritrócito é a célula responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. B. Porque esta célula não possui a enzima necessária para conversão de di-hidroxiacetona-fosfato a gliceraldeído-3-fosfato. A ausência desta enzima seria incompatível ao uso da glicose como combustível energético, uma vez que apenas uma molécula de gliceraldeído-3-fosfato seria produzida por molécula de glicose, e, portanto, cada molécula de glicose consumida geraria um saldo final de zero moléculas de ATP produzidas ao final da via glicolítica. C. Porque esta célula possui uma enzima que converte gliceraldeído-3-fosfato diretamente a 3-fosfoglicerato, e, portanto, a reação catalisada pela fosfoglicerato-cinase resultando na produção de um ATP não acontece. A conversão de gliceraldeído-3-fosfato diretamente a 3-fosfoglicerato seria incompatível ao uso da glicose como combustível energético, uma vez que duas moléculas de ATP deixariam de ser produzidas por molécula de glicose, e, portanto, cada molécula de glicose consumida geraria um saldo final de zero moléculas de ATP produzidas ao final da via glicolítica. D. Porque esta célula não possui mitocôndria e, portanto, o NADH deve ser regenerado a NAD+ através de fermentação alcoólica do piruvato. O eritrócito não possui as enzimas necessárias para produção de etanol. E. Porque esta célula não possui mitocôndria e, portanto, o NADH deve ser regenerado a NAD+ através de fermentação láctica do piruvato. A ausência de mitocôndrias na célula tem como consequência uma razão NADH/NAD+ alta, o que desloca a reação catalisada pela lactato-desidrogenase para a produção de lactato a partir de piruvato e NADH. 4. Você já sabe que na fase de investimento da glicólise são consumidas duas moléculas de ATP, uma pela hexocinase e outra pela fosfofutrocinase-1 (PFK-. Qual a importância que a reação catalisada pela fosfo-hexose-isomerase tem para que a reação catalisada pela PFK-1 aconteça? A. A fosfo-hexose-isomerase converte glicose em frutose, a qual é o substrato da PFK-1. A fosfo-hexose-isomerase converte glicose-6-fosfato a frutose-6-fosfato, a qual é o substrato da PFK-1. B. A fosfo-hexose-isomerase converte frutose-6-fosfato em glicose-6-fosfato, a qual é o substrato da PFK-1. A reação catalisada pela fosfo-hexose-isomerase é reversível e, portanto, pode ocorrer em ambos os sentidos. Contudo, o substrato da PFK-1 é a frutose-6-fosfato. C. A fosfo-hexose-isomerase move o grupo hidroxil no C-1 da glicose-6-fosfato para o C-2, produzindo frutose-6-fosfato. A glicose-6-fosfato contém um grupo carbonil em C-1. D. A fosfo-hexose-isomerase move o grupo carbonil no C-1 da glicose-6-fosfato para o C-2, produzindo frutose-6-fosfato. A PFK-1, assim como a hexocinase, fosforila grupos hidroxil nas extremidades das hexoses. A PFK-1 fosforila o grupo hidroxil no C-1 da frutose-6-fosfato. Um grupo carbonil não poderia ser fosforilado. E. A fosfo-hexose-isomerase quebra a hexose-fosfato em duas moléculas de três carbonos, facilitandoa ação da PFK-1. A enzima que catalisa reações de lise na glicólise é a enzima aldolase, a qual converte frutose-1,6-bisfosfato a duas trioses-fosfato, a di-hidroxiacetona-fosfato e o gliceraldeído-3-fosfato. 5. Qual enzima é responsável pela primeira reação formadora de ATP na via glicolítica? A. Piruvato-cinase. A piruvato-cinase catalisa a conversão de fosfoenolpiruvato a piruvato, a qual é a segunda reação glicolítica formadora de ATP. B. Hexocinase. A hexocinase fosforila uma hexose produzindo hexose-6-fosfato. Essa reação é a primeira reação que consome ATP na via glicolítica. C. Fosfoglicerato-cinase. A fosfoglicerato-cinase catalisa a reação que extrai o grupo fosforil de alta energia do grupo carboxil do 1,3-bisfosfoglicerato e o transfere ao ADP, produzindo ATP e 3-fosfoglicerato. Essa é a primeira reação formadora de ATP na via glicolítica, e o ATP é produzido através de fosforilação no nível de substrato. D. Fosfofrutocinase. A Fosfofrutocinase fosforila frutose-6-fosfato produzindo frutose-1,6-bisfosfato. Essa reação é a segunda reação que consome ATP na via glicolítica. E. Gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase. A gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase não é uma enzima cinase e, portanto, não produz nem consome ATP em sua reação. —------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 2 - METABOLISMO DO GLICOGÊNIO 1. Você está fazendo um experimento com amostras de músculo esquelético no qual o meio em que o tecido se encontra mantém as concentrações de glicogênio estáveis e todas as enzimas do metabolismo do glicogênio integras. Nestas condições, o que acontece com o glicogênio se esta preparação de músculo for tratada com glucagon? A. O glicogênio é degradado devido à ativação da glicogênio-fosforilase. O glucagon não ativa a glicogênio fosforilase no músculo. B. O glicogênio é sintetizado devido à ativação da glicogênio-sintase. O efeito do glucagon no metabolismo do glicogênio é a estimulação da degradação e a inibição da síntese do glicogênio. C. As concentrações de glicogênio se mantêm as mesmas. O glucagon atua estimulando a degradação e a inibindo a síntese do glicogênio no fígado, mas não no músculo, uma vez que as células do músculo esquelético não possuem receptores para glucagon. D. O glicogênio é sintetizado devido à ativação da glicogênio-fosforilase. A enzima glicogênio-fosforilase não realiza atividade de síntese de glicogênio. E. O glicogênio é degradado devido à ativação da glicogênio-sintase. A enzima glicogênio-sintase não realiza atividade de degradação de glicogênio. 2. Qual a importância da glicogenina no metabolismo do glicogênio? A. A glicogenina é uma enzima que auxilia a produção de UDP-glicose através da degradação de pirofosfato inorgânico a duas moléculas de fosfato inorgânico. A enzima que cataliza esta reação é a pirofosfatase inorgânica. B. A glicogenina é a proteína que faz parte do primer de glicogênio já existente. A glicogenina está ligada ao resíduo glicosil da extremidade redutora do glicogênio e possui a atividade enzimática responsável pelo elongamento dos primeiros 8 resíduos de glicose presentes no primer de glicogênio. C. A glicogenina é a enzima responsável pela transferência de três dos quatro resíduos de glicose próximos a uma ramificação para uma extremidade não-redutora de uma cadeia glicosídica mais longa. Esta reação é catalisada pela atividade de transferase da enzima D. A glicogenina é a enzima responsável pela degradação dos resíduos de glicose presentes nas extremidades não-redutoras da molécula de glicogênio. A enzima que cataliza esta reação é a glicogênio-fosforilase. E. A glicogenina é o hormônio que estimula a síntese de glicogênio. O hormônio que estimula a síntese de glicogênio é a insulina. 3. Uma pessoa sem nenhum problema metabólico realizou um teste oral de tolerância à glicose (TOTG), ingerindo uma grande quantidade de glicose. O que provavelmente ocorreu? A. A ativação da glicogênio-fosforilase no fígado. A ingestão de grandes quantidades de glicose estimula a liberação de insulina pelo pâncreas, a qual inibe a glicogênio-fosforilase através da ativação da PP1. B. O aumento dos níveis de lactato sanguíneo. Aumentos nos níveis de lactato sanguíneo ocorrem em situações anaeróbicas, como exercício físico intenso ou hipóxia causada por choque hipovolémico, cardiogénico ou séptico, por exemplo. Aumentos nos níveis de lactato sanguíneo após ingestão de carboidratos só ocorrerá se o indivíduo apresentar algum problema metabólico. C. A ativação da glicogênio-sintase hepática. A liberação de insulina após ingestão de grandes quantidades de glicose estimula a inativação da GSK3, da PKA e da fosforilase-cinase, três enzimas que inibem a glicogênio-sintase por fosforilação. Além disso, a insulina ativa a PP1, a qual ativa a glicogênio-sintase através de desfosforilação D. A inibição da glicogênese no tecido adiposo. O tecido adiposo não sintetiza glicogênio. E. A ativação da glicogenólise no músculo. A ingestão de grandes quantidades de glicose estimula a liberação de insulina pelo pâncreas, a qual atua inibindo a glicogenólise e estimula a glicogênese. 4. Um paciente com deficiência de glicogênio-fosforilase muscular foi examinado enquanto seu antebraço era pressionado por uma bolsa de borracha. Se comparássemos com uma pessoa normal realizando o mesmo exercício, esse paciente: A. Realizaria o exercício por um tempo maior sem apresentar fadiga. A inabilidade em degradar glicogênio para ser usado na produção de ATP causaria fadiga mais rapidamente que numa pessoa normal. B. Apresentaria níveis aumentados de glicose no sangue retirado do antebraço. Com a glicogenólise comprometida, a captação de glicose sanguínea para produção de ATP estaria aumentada causando uma diminuição local da glicose sanguínea. C. Apresentaria níveis diminuídos de lactato no sangue retirado do braço. O paciente tem um distúrbio de armazenamento do glicogênio, a doença de McArdle. A menor quantidade de glicose e glicose-6-fosfato disponível para entrar na via glicolítica devido à inabilidade de degradar glicogênio no músculo causariam menor produção de lactato no miócito e, consequentemente, menores níveis de lactato para ser liberado na corrente sanguínea. D. Apresentaria níveis mais baixos de glicogênio em espécimes de biópsia do músculo do seu antebraço. A deficiência na degradação do glicogênio levaria a níveis maiores de glicogênio do que o normal. E. Apresentaria hipoglicemia. Como a glicogênio-fosforilase hepática funciona normalmente, os níveis de glicose sistêmica podem ser mantidos por glicogenólise hepática. 5. Em relação à degradação do glicogênio, é CORRETO afirmar que: A. Produz apenas glicose-1-fosfato. A reação catalisada pela enzima desramificadora produz glicose livre. B. Produz apenas glicose livre. A reação catalisada pela glicogênio-fosforilase produz glicose-1-fosfato. C. Produz somente UDP-glicose. A UDP-glicose é uma molécula intermediária da rota de síntese de glicogênio. D. Produz uma quantidade maior de glicose-1-fosfato do que glicose-6-fosfato. A enzima fosfoglicomutase converte toda glicose-1-fosfato à glicose-6-fosfato, desta forma, são produzidos quantidades similares de glicose-1-fosfato e glicose-6-fosfato. E. Produz mais glicose-1-fosfato que glicose. A glicogênio-fosforilase quebra ligações α-1,4 formando glicose-1-fosfato e a enzima desramificadora hidrolisa ligações α-1,6 formando glicose livre. Uma vez que cerca de 90% das ligações glicosídicas presentes no glicogênio são α-1,4 e apenas 10% são α-1,6, a quantidade de glicose-1-fosfato produzida durante glicogenólise é muito maior do que a quantidade de glicose livre. —------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 3 - GLICONEOGÊNESE E O CONTROLE DA GLICEMIA 1. No Ciclo de Cori, o fígado é responsável pela captação de moléculas de lactato presentes no sangue (provenientes principalmentedo músculo e dos eritrócitos) e pela conversão destas moléculas em novas moléculas de glicose a partir de gliconeogênese. Sabendo isso, quantos moles de glicose podem ser produzidos por gliconeogênese a partir de 10 moles de lactato captados pelos hepatócitos? A. Podem ser produzidos 10 moles de glicose, já que todos os carbonos do lactato são utilizados para produção de glicose. Embora todos os carbonos do lactato sejam utilizados para produção de glicose na gliconeogênese, a produção de glicose a partir de lactato não ocorre em uma proporção de 1:1. B. Podem ser produzidos 5 moles de glicose, já que todos os carbonos do lactato são utilizados para produção de glicose. A glicose é uma molécula de 6 carbonos, enquanto o lactato é uma molécula de 3 carbonos. Como não há perda de carbonos do lactato quando eles entram na gliconeogênese para produção de glicose, duas moléculas de lactato são necessárias para cada molécula de glicose produzida. C. Podem ser produzidos 10 moles de glicose, já que metade dos carbonos necessários para produção de cada molécula de glicose são provenientes do glicerol. Embora o glicerol seja um dos precursores da gliconeogênese, sua contribuição para a produção de glicose não envolve o Ciclo de Cori. D. Podem ser produzidos 10 moles de glicose, já que metade dos carbonos necessários para produção de cada molécula de glicose são provenientes da alanina. Embora a alanina seja um dos precursores da gliconeogênese, sua contribuição para a produção de glicose não envolve o Ciclo de Cori, mas sim o Ciclo Glicose-Alanina. E. Podem ser produzidos 10 moles de glicose, já que metade dos carbonos necessários para produção de cada molécula de glicose são provenientes do acetil-CoA. O acetil-CoA não é um precursor da síntese de glicos via gliconeogênese, uma vez que ele não é capaz de fornecer carbonos para síntese líquida de glicose em animais. 2. A gliconeogênese é uma rota importante para a manutenção dos níveis de glicose durante o jejum, exercício físico e estresse. Quais os hormônios responsáveis pela ativação da produção de glicose através de gliconeogênese durante estas condições? https://www.estudesemfronteiras.com/log_in/assistirAulaSagah.php?&id=4773&course_id=1&aula_id=53973 A. Insulina e adrenalina. A insulina atua inibindo a gliconeogênese e estimulando a glicólise. B. Adrenalina e os hormônios glicocorticoides (como o cortisol) Nem a adrenalina nem o cortisol estimulam a gliconeogênese em resposta as baixas concentrações de glicose sanguínea. C. Glucagon, adrenalina, e os hormônios glicocorticoides (como o cortisol). A gliconeogênese é estimulada pelo glucagon em resposta às baixas concentrações de glicose sanguínea (durante o jejum), pela adrenalina durante o exercício físico e estresse agudo (situações de "luta-ou-fuga"). O glicocorticoides é estimulado durante situações de estresse (por ação do cortisol) ou tratamentos com medicamentos glicocorticoides (como a dexametasona, por exemplo). D. Somente glucagon. O glucagon não estimula a gliconeogênese em resposta ao exercício físico ou estresse. E. Somente adrenalina. A adrenalina é o hormônio responsável pela ativação da gliconeogênese em situações de "luta-ou-fuga". 3. A gliconeogênese é uma rota biossintética com alto custo energético, uma vez que 6 moles de ligações de fosfato (em forma de ATP e GTP) e 2 moles de NADH (energia em forma de equivalentes de redução) são necessárias para cada mol de glicose produzido a partir de piruvato. Quais enzimas da rota gliconeogênica consomem energia (na forma de ATP, GTP ou NADH) quando a glicose é produzida a partir de piruvato? A. Fosfoenolpiruvato-carboxicinase (PEPCK), frutose-1,6-bisfosfatase, glicose-6-fosfatase e gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase. A frutose-1,6-bisfosfatase e a glicose-6-fosfatase não consomem ATP, GTP ou NADH ao gerarem seus produtos frutose-6-fosfato e glicose-6-fosfato, respectivamente. B. Piruvato-carboxilase, fosfoenolpiruvato-carboxicinase (PEPCK), glicerol-cinase e glicerol-3-fosfato-desidrogenase. As enzimas glicerol-cinase e glicerol-3-fosfato-desidrogenase consomem energia ao produzirem um intermediário da rota gliconeogênica (a di-hidroxiacetona-fosfato) a partir de glicerol, e não de piruvato. Elas consomem 2 moles de ATP e 2 moles de NADH, respectivamente, para cada mol de glicose produzido a partir de glicerol. C. Piruvato-carboxilase, fosfoenolpiruvato-carboxicinase (PEPCK), fosfofrutocinase-1 (PFK-1) e lactato-desidrogenase. A fosoffrutocinase-1 (PFK-1) catalisa uma das reações irreversíveis da glicólise e, portanto, não faz parte da rota gliconeogênese. Além disso, a lactato-desidrogenase produz NADH ao converter lactato em piruvato. D. Piruvato-carboxilase, fosfoenolpiruvato-carboxicinase (PEPCK), fosfoglicerato-cinase e gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase. A piruvato-carboxilase consome 2 moles de ATP ao converter 2 moles de piruvato em oxaloacetato; a fosfoenolpiruvato-carboxicinase (PEPCK) consome 2 moles de GTP ao converter 2 moles de oxaloacetato em fosfoenolpiruvato; a fosfoglicerato-cinase consome 2 moles de ATP ao converter 2 moles de 3-fosfoglicerato em 1,3-bisfosfoglicerato; a gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase consome 2 moles de NADH ao converter 2 moles de 1,3-bisfosfoglicerato em gliceraldeído-3-fosfato. E.Fosfoenolpiruvato-carboxicinase (PEPCK), glicocinase (hexocinase IV), fosfoglicerato-cinase e lactato-desidrogenase. A glicocinase (hexocinase IV) catalisa uma das reações irreversíveis da glicólise e, portanto, não faz parte da rota gliconeogênese. Além disso, a lactato-desidrogenase produz NADH ao converter lactato em piruvato. 4. Suponha que você descobre uma toxina que inibe a fosfoenolpiruvato-carboxicinase (PEPCK). Ao injetá-la em um organismo, qual das seguintes moléculas não contribuiriam para a produção de glicose devido a inibição da PEPCK? A. Glicerol.O glicerol entra na gliconeogênese como di-hidroxiacetona-fosfato, desviando da etapa da PEPCK. B. Frutose Ácidos graxos de cadeia par somente podem originar acetil-CoA, a qual não é capaz de fornecer carbonos para síntese líquida de glicose em animais. C. Fosfoenolpiruvato. O fosfoenolpiruvato segue na rota gliconeogênica sem precisar passar pela etapa da PEPCK. D. Galactose. A galactose é convertida a glicose-1-fosfato e, posteriormente, a glicose-6-fosfato, desviando da etapa da PEPCK. E. Alanina. A PEPCK converte oxaloacetato em fosfoenolpiruvato. Em combinação com a piruvato-carboxilase, ela é utilizada para desviar da reação da piruvato-cinase. Assim, os precursores gliconeogênicos que precisam ser convertidos a fosfoenolpiruvato antes de seguirem na rota gliconeogênica (tais como alanina, lactato, ou qualquer intermediário do ciclo do ácido cítrico) não poderão contribuir para a produção de glicose devido a inibição da PEPCK. 5.Qual é o mecanismo responsável por impedir o ciclo fútil de conversão de fosfoenolpiruvato em piruvato através da inibição da enzima piruvato-cinase por fosforilação durante a gliconeogênese no hepatócito? A. Elevados níveis de ATP e acetil-CoA resultantes da oxidação de ácidos graxos por β-oxidação. Tanto ATP quanto acetil-CoA atuam como inibidores alostéricos da piruvato-cinase, no entanto, não são responsáveis pela fosforilação da enzima. B. Elevados níveis de alanina resultante da degradação proteica do músculo. Alanina atua como inibidor alostérico da piruvato-cinase, no entanto, não é responsável pela fosforilação da enzima. C. Frutose-1,6-bisfosfato resultante da alta taxa de condensação de di-hidrociacetona-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato. Frutose-1,6-bisfosfato atua como ativador alostérico da piruvato-cinase, como um sinal da alta atividade da PFK-1 em converter frutose-6-fosfato a frutose-1,6-bisfosfato. D. Ativação da proteína-cinase dependente de AMP cíclico (PKA) em resposta a sinalização do glucagon e/ou adrenalina. A piruvato-cinase é inibida tanto por fosforilação quanto por modulação alostérica. A fosforilação ocorre após glucagon e/ou adrenalina ativarem receptoresde membrana causando a produção de AMP cíclico pela adenilato-ciclase. O AMP cíclico ativa a proteína-cinase dependente de AMP cíclico (PKA), a qual fosforila diversas proteínas que contribuem para a produção de glicose hepática durante o jejum (dentre elas a piruvato-cinase, a qual é inibida após fosforilação). E. Ativação da proteína-cinase dependente de AMP cíclico (PKA) em resposta a sinalização da insulina. A sinalização por insulina ativa a fosfodiesterase (enzima que hidrolisa AMP cíclico em AMP) causando inativação da proteína-cinase dependente de AMP cíclico (PKA). —------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 4 - VIA DAS PENTOSES-FOSFATO 1. Uma célula de músculo esquelético necessita produzir ribose-5-fosfato, mas não necessita produzir NADPH. Qual será a sequência de reações que irá ocorrer nesta célula? A. Três moléculas de glicose-6-fosfato entram na fase oxidativa da via das pentoses-fosfato. O esqueleto carbônico proveniente dessas moléculas entra na fase não-oxidativa da via das pentoses-fosfato. Neste caso será produzido apenas NADPH. B. Cinco moléculas de glicose-6-fosfato entram na via glicolítica formando quatro moléculas de frutose-6-fosfato e duas de gliceraldeído-3-fosfato. Essas moléculas entram na fase não-oxidativa da via das pentoses-fosfato. A produção de ribose-5-fosfato pelas reações inversas da fase não-oxidativa da via das pentoses-fosfato necessita de frutose-6-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato como precursores. Para cada quatro moléculas de frutose-6-fosfato (total de 24 carbonos), mais duas de gliceraldeído-3-fosfato (total de 6 carbonos) que entram na fase não-oxidativa da via das pentoses-fosfato, cinco moléculas de ribose-5-fosfato são produzidas (total de 30 carbonos). C. Seis moléculas de glicose-6-fosfato (total de 36 carbonos) entram na fase oxidativa da via das pentoses-fosfato. Após cada molécula sofrer descarboxilação (liberando 6 carbonos no total), o esqueleto carbônico proveniente destas moléculas é convertido a moléculas de ribose-5-fosfato (total de 30 carbonos). Neste caso será produzido tanto NADPH quanto ribose-5-fosfato. D. Dez moléculas de fosfoenolpiruvato entram na rota gliconeogênica sendo convertidas a quatro moléculas de frutose-6-fosfato e duas de gliceraldeído-3-fosfato. Essas moléculas entram na fase não-oxidativa da via das pentoses-fosfato. O músculo esquelético não consegue produzir frutose-6-fosfato a partir de fosfoenolpiruvato. E. A via das pentoses-fosfato não produz ribose-5-fosfato sem produzir NADPH. As fases oxidativa e não-oxidativa da via das pentoses-fosfato podem ocorrer de forma independente uma da outra. 2. Qual a etapa limitante da velocidade do fluxo de carbono pela fase oxidativa da via das pentoses-fosfato? A. A etapa da frutose-1,6-bisfosfatase. A frutose-1,6-bisfosfatase não é uma enzima da via das pentoses-fosfato. https://www.estudesemfronteiras.com/log_in/assistirAulaSagah.php?&id=4773&course_id=1&aula_id=53974 B. A etapa da 6-fosfogliconolactonase. A conversão não enzimática de 6-fosfoglicono-δ-lactona em 6-fosfogliconato já ocorre a uma velocidade significativa, e, portanto, a reação catalisada pela 6-fosfogliconolactonase não limita a velocidade da rota. C. A etapa da glicose-6-fosfato-desidrogenase. A glicose-6-fosfato-desidrogenase é inibida quando a razão NADPH/NADP+ estiver alta e é ativada quando a razão estiver baixa. Desta forma, o fluxo de glicose-6-fosfato pela fase oxidativa da via das pentoses-fosfato é controlado pelos níveis de NADPH, e, consequentemente, pela atividade da glicose-6-fosfato-desidrogenase. D. A etapa da ribulose-5-fosfato-isomerase. A reação da ribulose-5-fosfato-isomerase não é regulada e, portanto, não limita a velocidade da rota. E. A etapa da fosfofrutocinase-1. A fosfofrutocinase-1 não é uma enzima da via das pentoses-fosfato. 3. Um paciente alcoolista foi levado para emergência do hospital com sintomas neurológicos. Essas pessoas são geralmente mal nutridas, por causa da lesão direta no sistema gastrointestinal e podem apresentar deficiência de tiamina devido a má absorção dessa vitamina. Qual enzima da via das pentoses-fosfato estaria afetada no caso de deficiência de vitamina B1. A. Transaldolase. A reação da transaldolase não é afetada por tiamina. B. Transcetolase. A transcetolase estaria afetada por deficiência de tiamina, pois sua reação é dependente da coenzima tiamina-pirofosfato. C. Piruvato-descarboxilase. A piruvato-descarboxilase estaria afetada por deficiência de tiamina, pois sua reação é dependente da coenzima tiamina-pirofosfato. Contudo, ela não é uma enzima da via das pentoses-fosfato, mas sim da fermentação etanólica. D. Fosfofrutocinase-1. A fosfofrutocinase-1 não é afetada por tiamina e não é uma enzima da via das pentoses-fosfato, mas sim da via glicolítica. E. Glicose-6-fosfatase. A glicose-6-fosfatase não é afetada por tiamina e não é uma enzima da via das pentoses-fosfato, mas sim da gliconeogênese. 4. Por que eritrócitos apresentando deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase apresentam sensibilidade aumentada a peróxido de hidrogênio? A. Porque não há produção adequada de ribose-5-fosfato. Eritrócitos são desprovidos de núcleo e, portanto, não são dependentes de ribose-5-fosfato para produzir DNA e RNA. Além disso, se necessário, ribose-5-fosfato poderia ser produzida a partir da fase não-oxidativa da via das pentoses-fosfato. B. Porque não há produção adequada de NADH. NADH é produzido na glicólise, não na via das pentoses-fosfato. C. Porque não há produção adequada de xilulose-5-fosfato. Xilulose-5-fosfato poderia ser produzida a partir da fase não-oxidativa da via das pentoses-fosfato. D. Porque não há produção adequada de ribulose-5-fosfato. Ribulose-5-fosfato poderia ser produzida a partir da fase não-oxidativa da via das pentoses-fosfato. E. Porque não há produção adequada de NADPH. Nos eritrócitos, a via das pentoses-fosfato é a fonte exclusiva do NADPH necessário na reação da glutationa-redutase. A glutationa reduzida é necessária para a reação catalisada pela glutationa-peroxidase, a qual converte peróxido de hidrogênio (uma molécula tóxica) em água. 5. Você descobre uma célula que é desprovida de glicose-6-fosfato-desidrogenase, contudo possui uma enzima (enzima X) capaz de converter glicose-6-fosfato diretamente a 6-fosfogliconato. Nessa reação, uma molécula de NADPH é produzida. Você descobre também que essa enzima é inibida em altas concentrações de NADPH. Como a ausência de glicose-6-fosfato-desidrogenase e a presença da "enzima X" afeta a via das pentoses-fosfato? A. A fase oxidativa da via das pentoses-fosfato não ocorre devido à ausência da primeira enzima da rota. A reação catalizada pela "enzima X" desvia as etapas da glicose-6-fosfato-desidrogenase e da 6-fosfogliconolactonase, produzindo 6-fosfogliconato. Essa molécula pode seguir na rota oxidativa da via das pentoses-fosfato. B. A fase não-oxidativa da via das pentoses-fosfato não ocorre devido à ausência da glicose-6-fosfato-desidrogenase. As fases oxidativa e não-oxidativa da via das pentoses-fosfato podem ocorrer de forma independente uma da outra. C. A produção de NADPH é reduzida pela metade, devido à ausência da glicose-6-fosfato-desidrogenase. Tanto a reação da glicose-6-fosfato-desidrogenase quanto da "enzima X" produzem um mol de NADPH para cara mol de glicose-6-fosfato oxidado. D. A produção de ribulose-5-fosfato é reduzida pela metade, devido à ausência da glicose-6-fosfato-desidrogenase. A reação catalizada pela "enzima X" desvia as etapas da glicose-6-fosfato-desidrogenase e da 6-fosfogliconolactonase, produzindo 6-fosfogliconato. A 6-fosfogliconato-desidrogenase converte 6-fosfogliconato em ribulose-5-fosfato independentemente se ela foi produzida pela "enzima X" ou pela 6-fosfogliconolactonase. E. A via das pentoses-fosfato não é afetada significativamente. A única diferença entre a "enzima X" e a glicose-6-fosfato-desidrogenase é que o produtoda "enzima X" é 6-fosfogliconato, enquanto o produto da glicose-6-fosfato-desidrogenase é 6-fosfoglicono-δ-lactona, o qual é rapidamente convertido a 6-fosfogliconato pela 6-fosfogliconolactonase. Dessa forma, ausência de glicose-6-fosfato-desidrogenase e a presença da "enzima X" não altera a via das pentoses-fosfato de forma significativa para a célula. https://www.estudesemfronteiras.com/log_in/assistirAulaSagah.php?&id=4773&course_id=1&aula_id=53973
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