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Órteses = suporte/apoio que é colocado externamente no corpo para auxiliar no funcionamento de alguma parte que tenha sido prejudicada por acidente ou problemas de saúde Próteses = substitutas de membros, órgãos ou tecidos que tiveram que ser amputados ou removidos. As órteses começaram a ser usadas no antigo Egito e as próteses são da Rússia, mas foi durante a Guerra Mundial, com as diversas amputações e lesões dos soldados, é que houve o desenvolvimento desses dispositivos. No início, eram utilizados couro, madeira, feltro, aço etc. Segundo o COFFITO: “O Sistema Único de Saúde (SUS) reconhece o direito desses profissionais de prescrever “órteses, próteses e materiais especiais não relacionados ao ato cirúrgico”, por meio da publicação da Portaria SAS/MS N° 661, de 2 de dezembro de 2010. Tal conquista amplia significativamente a atuação dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais no SUS e em clínicas e hospitais particulares por todo o país.” Obs: cadeira de rodas e bengalas não são considerados órteses e sim dispositivos auxiliares de marcha. também conhecidas como colares, auxiliam na imobilização da coluna cervical. Podem ser feitas sob medida, mas normalmente compra-se pronto. Os colares cervicais podem flexíveis, semi rígidos ou rígidos: 1. Colares flexíveis - feitos de espuma de borracha, plástica ou feltro e algodão. 2. Semi rígidos - possuem laminados de polietileno para dar maior estabilidade. 3. Colares rígidos - feitos de polipropileno e forrados nas beiras com espuma - são indicados para casos de hipermobilidade, pós traumatismo, cervicalgias, pós-operatório e artroses e artrite. Colar Philadelphia Indicado quando a exigência de imobilidade cervical, controle da cicatrização e queimaduras. SOMI (Imobilizador esterno-occipito-mandibular) Indicada para imobilização cervical podem ser encontradas com 2 (limitam a flexão e a extensão), 3 ou 4 hastes. Órtese Minerva Indicada para imobilização máxima do pescoço em situações de fratura da coluna cervical com ou sem lesão; limita o movimento ao nível de C3 e occipito e é fixada na lâmina óssea externa do crânio 4 parafusos. Órtese Milwaukee Consiste em um colar cervical e uma cinta pélvica com almofadas que vão controlar passivamente a curvatura da coluna vertebral. - Parte Lombo-Sacra: vai de 1 cm da sínfise púbica até 1 cm do apêndice xifóide anteriormente; na lateral há o contorno das cristas ilíacas e posteriormente apoia no terço inferior dos glúteos. - Parte Cervical: apresenta um colar cervical com apoio posterior nos occipitais e anterior na mandíbula. Órtese de Boston É uma órtese tóraco-lombo-sacral indicada para controle da escoliose, porém não possui o colar cervical. Também pode ser utilizada para pessoas com espondilólise e espondilolistese. A órtese deve ser posicionada abaixo da escápula. As órteses tóracolombosacras são indicadas para controlar a flexão e extensão do tronco, a flexão lateral e restringir a flexão, extensão e rotação do tronco. As órteses lombossacras envolvem o tronco desde o processo xifóide até a sínfise púbica anteriormente e posterior do ângulo inferior da escápula até acima das nádegas, como o colete de Wiliams, que é indicado para hiperlordoses. O colete tipo Putti reduz a sobrecarga nos paravertebrais promovendo alívio lombar, indicada para além de lombalgia, fraturas lombares e pós operatórios lombares. As órteses sacroilíacas, as cintas, são indicadas para diminuir a diástase sacroilíaca e da sínfise púbica, além de aliviar a pressão lombossacral em indivíduos que carregam muito peso. Indicadas para: ● Facilitar/auxiliar o ortostatismo; ● Imobilizar segmentos articulares durante processos inflamatórios ou após intervenções cirúrgicas; ● Prevenir/evitar/corrigir a instalação de deformidades; ● Evitar ou minimizar a dor; ● Permitir/facilitar/garantir uma marcha funcional e segura para a pessoa com deficiência de natureza transitória ou definitiva. Existem 4 categorias de órteses: 1. AFO (Órteses Suropodálicas ou Tornozelo-Pé) Usadas para substituir a função, prevenir deformidades em equino (“rodado para dentro”), ganho de ADM e controlar o alinhamento e a movimentação do pé/tornozelo -> contribuição para descarga de peso, alinhamento corporal, equilíbrio e marcha. Para algumas pessoas pode ser indicada a órtese de reação ao solo, que possui uma faixa semi-rígida anterior próxima ao joelho que auxilia na estabilização do joelho e no controle da sua flexão. Outro tipo de órtese AFO são as órteses suropodálicas não articuladas flexíveis, como a mola de Codivila, e as órteses suropodálicas espiral e semiespiral que podem ser utilizadas como auxiliares durante a marcha pois permitem algum grau de movimento da articulação do tornozelo. Existem ainda as órteses supramaleolares indicadas para os casos em que não há deformidade em varo ou em valgo do retropé. 2. KAFO (Cruropodálicas ou Tutores Longos) - órtese de joelho, tornozelo e pé 3. HKAFO (Pelvicopodálicas ou Tutores Longos com Cinto Pélvico) - órtese de quadril, joelho, tornozelo e pé Indicadas para pessoas com perda de movimento dos MMII/paraplegia, deambulação funcional e proporcionar ortostatismo. Para que a pessoa consiga utilizar essas órteses é necessário que ela possua um bom controle do tronco, do pescoço e da cabeça, para conseguir ficar de pé. 4. THKAFO ( - órtese de tronco, quadril, joelho e tornozelo PALMILHAS São utilizadas dentro de calçados exercendo influência na pressão do pé com o solo. O objetivo é a manutenção da postura, o alívio de dores e a marcha adequada. Utilizadas em sapatos que não tenham solado elevado, o que promove desalinhamento da marcha. Devem ser resilientes o suficiente para absorver choques, gerar conforto e redistribuir as pressões plantares. Além disso, são usadas para úlceras, calosidades e o suporte dos arcos longitudinal e transversal do pé. Em pessoas com deformidades irredutíveis (pé neuropático e pé hansênico) a palmilha tem a função de dar suporte e estabilidade e limitar o movimento, quando necessário, melhorando o funcionamento do pé, de forma a acomodar as deformidades, diminuindo a pressão excessiva na superfície plantar. Pé Neuropático Pé Hansênico Tipos de Palmilhas: 1. Calcanheiras (apoio somente para calcanhar) 2. Palmilhas ⅔ (termina antes dos metatarsos) 3. Palmilhas ¾ (termina na cabeça dos metatarsos) 4. Palmilhas inteiras (para todo o pé) A avaliação do pé deve incluir o exame da pele, a verificação de deformidades; a análise da temperatura (frios = alteração vascular / quentes = processo inflamatório); existência de calosidades que indicam áreas de pressão elevada ou de atrito; e alteração de sensibilidade que podem favorecer o aparecimento de lesões. No início do uso das palmilhas indica-se o uso por 1h, seguido de análise de vermelhidão, sensibilidade etc. Caso algo esteja errado, devem ser feitos ajustes o quanto antes. Obs: a higienização é necessária constantemente -> água, sabão, álcool…visto que infecções podem ser desenvolvidas, principalmente em pé diabético. - Por que a reabilitação do amputado antes da cirurgia? Maiores chances de ser bem sucedida e de recuperar função. Fases da Reabilitação 1. Pré-operatória 2. Pós-operatória 3. Pré-protetização 4. Pós-protetização Avaliação Físico-Funcional Pré-Operatória 1° Avaliação antes da cirurgia: anamnese, avaliação da funcionalidade, condições psíquicas e sociais, prognóstico funcional, explicação sobre a sensação fantasma e esclarecimento sobre objetivos e metas da reabilitação a curto, médio e longo prazo. Obs: a família também deve ser orientada para prevenir complicações no coto (posicionamento/mudança de decúbito) Os principais objetivos são o controle da dor, a manutenção da ADM e da força, correção/prevenção de deformidades, equilíbrio, condicionamento físico, treino de transferência e marcha e orientação quanto as AVDs. -Mini Exame do Estado Mental de Folstein (MEEM): são avaliados a orientação temporal e espacial, memória, atenção, cálculo, evocação e linguagem.-Avaliação Sensorial: alterações visuais, proprioceptivas e distúrbio auditivo. -Avaliação da capacidade cardiorrespiratória -Avaliação do Membro Sadio: alterações sensitivas, motoras e posturais + capacidade funcional (pré e pós operatório) + grau de independência + avaliação da ADM/força muscular -Nível da amputação ✓Fase 1: Pré-operatória ✓ Fase 2: Cirurgia de amputação e curativos Determinação da altura do coto ósseo, tratamento dos nervos, sutura muscular, curativo. ✓ Fase 3: Período pós-operatório imediato Controle da dor e apoio psicológico ✓ Fase 4: Período pré-protético Modelagem do coto, recuperação do equilíbrio e aumento da força muscular. ✓ Fase 5: Prescrição e Confecção da Prótese ✓ Fase 6: Treinamento com a prótese ✓ Fase 7: Reintegração do amputado à comunidade ✓ Fase 8: Reabilitação vocacional ✓ Fase 9: Seguimento do paciente Avaliação Físico-Funcional Pós-Operatório Anamnese, agilidade (interdependência nas AVDs), compreensão, força muscular, ADM (contraturas/retração) e coto* devem ser avaliados. *Avaliação do coto: Palpação: pele, tecido subcutâneo, dor, sensações anormais, temperatura; Mensuração do comprimento e circunferência (geralmente amputações transfemorais e transtibiais); -Transfemorais médias e longas: medida a partir do trocânter maior do fêmur até extremidade do coto; -Curta: a partir da espinha ilíaca anterossuperior; -Transtibiais médias e longas: da tuberosidade da tíbia até a extremidade distal do coto. -Curta: a partir da borda inferior da patela; -Medida da circunferência: da extremidade a cada 5cm (fita métrica) Formato do coto: globosa, cônica ou irregular. Cicatrização: normal, inadequada (secreção ou não fechamento) ou aderida (tecidos adjacentes aderidos à cicatriz). ● Casos de Mioplastia (agonistas inseridos em antagonistas) -Mioplastia Funcional: indivíduo consegue realizar movimentos do coto -Sensação do membro fantasma ● Cuidados pós cirúrgicos agudos Priorizar a prevenção de complicações secundárias, controlar a dor, ganhar independência e mobilidade. Cuidados com a cicatrização para evitar infecções, edemas ou formação de neuromas. Enfaixamento compressivo de distal para proximal e meias compressivas. Deve-se evitar longos períodos na mesma posição, não apoiar o coto na muleta e manter o alinhamento do membro inferior. Prescrição da prótese A inviabilidade de uso de próteses ocorrerá devido a alterações clínicas graves, coto muito curto ou incapacidades sensório-cognitivas graves, por isso, essas questões devem ser avaliadas e se necessário realizar tratamento fisioterapêutico. Nessa fase são avaliadas: ● Condições gerais do coto; ● Presença de cicatriz hipertrófica; ● Infecção; ● Aderências; ● Distúrbios de sensibilidade; ● Espículas ósseas; ● Neuromas; ● Medidas de comprimento e circunferência; ● Acompanhamento radiográfico. O objetivo da fisioterapia é a cicatrização da ferida e a reabilitação da função motora e sensorial. Além do acolhimento do paciente e da família com a devolução das AVDs, treinamento de transferências e equilíbrio, recuperação da força muscular e da ADM, impedir contraturas, modelar o coto e reduzir a dor. 1° mês ● Cicatrização; ● Exercícios isométricos 2/3x por dia; ● Enfaixamento compressivo; ● Mudança de decúbito (ventral 15min, 3x/dia); ● Dessensibilização do coto (algodão, esponja, lixa, temperatura, estesiômetro*); ● Treinamento de transferências e AVDs. *Estesiômetro ou Monofilamentos de Semmes Weinstein Avalia a sensibilidade (toque leve ou limiar de pressão) para casos de compressão de nervos ou déficit sensoriais associados a doenças crônicas. O kit pode ter de 5 a 20 filamentos de Nylon de diâmetro diferente que são aplicados por 1,5s. CINESIOTERAPIA ✓ Alongamento ✓ Exercícios ativos livres e assistidos ✓ Exercícios de estiramento ou pendulares ✓ Exercícios de equilíbrio e coordenação ✓ Exercícios de fortalecimento muscular ✓ Exercícios isotônicos ✓ Exercícios de propriocepção ✓ Transferência de peso e treino de marcha para futura protetização No treino de marcha deve-se reduzir a descarga de peso no lado amputado, fortalecer os músculos de estabilização do tronco e MMSS e também o condicionamento pulmonar. Treinamento com a prótese O paciente deve ser ensinado a colocá-la de forma correta, assim como, equilíbrio, marcha, funcionalidade e transferências.
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