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Unidade 3
Livro Didático 
Digital
Elayne Maria Cordeiro Dias
Microbiologia e 
Imunologia
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora 
ELAYNE MARIA CORDEIRO DIAS
Elayne Maria Cordeiro Dias
Olá. Meu nome é Elayne Maria Cordeiro Dias. Sou formada em 
enfermagem, com uma experiência técnico-profissional na área de 
pediatria. Atuo em pesquisas com ênfase na saúde da criança e do 
adolescente e doenças epidemiológicas. Sou apaixonada pelo que faço 
e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando 
em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a 
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
A AUTORA
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda 
vez que:
ICONOGRÁFICOS
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova com-
petência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Identificando Algumas Características dos Fungos e as 
Principais Doenças que Causam ..........................................................10
Classificação, Crescimento e Isolamento dos Fungos .......................................10
Micoses ..................................................................................................................................................12
Ascomicetos .......................................................................................................................................14
Hipersensibilidade a Fungos ...............................................................................15
Micotoxinas e Quimioterapia Antifúngica .....................................................................16
Caracterizando os Vírus ...........................................................................20
Introdução aos Vírus, Definição, Origem e Classificação dos Vírus ..........20
Estrutura Viral e Composição Química dos Vírus ....................................................21
Cultivo, Ensaio e Identificação dos Vírus ......................................................................24
Genética, Replicação e Transmissão dos Vírus ........................................................27
Entendendo o Processo da Patogênese das Doenças Virais ...31
Princípios, Patogenia e Prevenção de Doenças Virais .......................................31
Parvovírus, Adenovírus, Poxvírus e Herpesvírus .....................................................35
Reovírus, Rotavírus, Arbovírus, Ortomixovírus, Paramixovírus e 
Coronavírus ........................................................................................................................................38
Infecções por Vírus Lentos, Raiva, Vírus Tumorais, Oncogênese, 
Aids e Lentivírus ..........................................................................................................41
Tratamento das Doenças Virais ...........................................................................................42
Identificando as Principais Características dos Parasitas .........44
Flagelados, Hemoflagelados e Amebas ......................................................................45
Esporozoários, Microsporídeos e Helmintos .............................................................48
Tratamento de Doenças Causadas por Parasitas ...................................................53
Microbiologia e Imunologia 7
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
04
UNIDADE
03
Microbiologia e Imunologia8
INTRODUÇÃO
Os fungos, vírus e parasitas representam uma grande parte dos 
microrganismos, possuem algumas características semelhantes e outras 
distintas, todos eles são capazes de provocar doenças em seres humanos. 
Estão muito presentes no nosso dia a dia, e por isso devemos estuda-
los e conhece-los. Alguns fungos, por exemplo, fazem parte da nossa 
microbiota vivendo normalmente em nosso organismo, alguns parasitas 
também desempenham essa função. Geralmente, desse grupo, os vírus 
são os que causam doenças mais graves, estes, parasitas intracelulares 
obrigatórios, ou seja, só conseguem desenvolver suas atividades 
metabólicas dentro de uma célula. Entendeu? vamos estudar e aprender 
mais sobre esses microrganismos? então vamos adiante. 
Microbiologia e Imunologia 9
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Identificar algumas características dos fungos e as principais 
doenças que eles causam; 
2. Caracterizar os vírus;
3. Entender a patogênese das doenças virais;
4. Identificar as principais características dos parasitas.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
OBJETIVOS
Microbiologia e Imunologia10
Identificando Algumas Características 
dos Fungos e as Principais Doenças que 
Causam 
INTRODUÇÃO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
sobre o estudo da micologia, classificação, crescimento 
e isolamento dos fungos, além de compreender sobre o 
processo de hipersensibilidade aos fungos e algumas 
micoses. E então? Determinado a desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. 
Classificação, Crescimento e Isolamento 
dos Fungos
O estudo dos fungos é chamado de micologia, nas unidades 
anteriores você já estudou algumas características dos fungos, está 
lembrado? vamos relembrar algumas particularidades desses seres. 
Revisando: Os fungos são organismos eucarióticos, podem ser 
unicelulares ou multicelulares, alguns são microscópicos e outros 
macroscópicos, é muito comum nos depararmos com os fungos no 
nosso dia-a-dia, alguns exemplos citados nas unidades 1 e 2 mostram 
que eles são os responsáveis pelo mofo das roupas, pela decomposição 
da matéria orgânica, alguns são utilizados na culinária, na fabricação de 
alimentos e medicamentos, mas nem tudo são flores, os fungos também 
são responsáveis por provocar inúmeras doenças em humanos como 
veremos no decorrer deste capítulo. 
Mais de 100 mil espécies de fungos já foram identificadas, os mais 
conhecidos são: leveduras, bolores e cogumelos. As Leveduras estão 
vastamente espalhadas pela natureza, certamente você já as observou 
como um pó branco que cobre frutas e folhas, são unicelulares e não 
filamentosos. Os bolores são multicelulares e microscópicos, porém 
quando crescem em colônia é possível enxerga-los a olho nu. É formado 
Microbiologia e Imunologia 11
por vários filamentos chamados de hifa, o conjunto de hifas forma um 
micélio (TORTORA, 2012; TRABULSI, 2015). 
Assim como todos os seres vivos, para conseguirem crescer e se 
desenvolver os fungos precisam de nutrientes. Para que consigam se 
desenvolver, os fungos nutrem-se através de 3 formas diferentes, podem 
ser saprófitos quando se alimentam da matéria orgânica, geralmente 
em decomposição,parasitas quando vivem em outros organismos 
vivos, ocasionando prejuízos para o hospedeiro e simbiontes quando 
se desenvolvem em outros organismos, mas através de uma relação 
benéfica para ambos (TRABULSI, 2015). 
Para o seu desenvolvimento, os fungos exigem, de preferência, 
carboidratos simples como a D-glicose. Entretanto, outros 
açúcares como sacarose, maltose e fontes de carbono 
mais complexas como amido e celulose também podem 
ser utilizados. Substâncias nitrogenadas inorgânicas como, 
sais de amônia ou nitratos, ou orgânicas, como as peptonas 
e sais minerais como sulfatos e fosfatos, também são 
necessárias. Oligoelementos como ferro, zinco, manganês, 
cobre, molibdênio e cálcio são exigidos, porém em pequenas 
quantidades (TRABULSI, 2015 p. 557).
A maioria dos fungos crescem na presença de fontes simples de 
nitrogênio e carboidrato. O meio de cultura utilizado com frequência 
na micologia para o isolamento dos fungos é o ágar de Sabouraud que 
possui glicose e carbono na sua composição. No entanto, outros meios 
de cultura, também podem ser utilizados como ágar inibidor de bolores. 
No processo de crescimento dos fungos alguns fatores são importantes 
e podem interferir no seu desenvolvimento, tais como a umidade, a 
temperatura, o pH, etc. (BROOCKS, 2014; TRABULSI, 2015). 
Em condições ideais, a umidade relativa do ar para o 
desenvolvimento dos fungos devem ser em torno de 75 a 95%, mas eles 
também conseguem se desenvolver em lugares com teores baixos de 
umidade. A temperatura para seu crescimento varia de acordo com as 
espécies, desse modo, envolve uma larga faixa. Os fungos de importância 
clínica, geralmente apresentam temperatura ótima entre 20°C e 30°C, e 
Microbiologia e Imunologia12
um pH em torno de 5,6 é ótimo para o crescimento deles. O crescimento 
dos fungos é demorado, uma cultura geralmente precisa de 7 a 15 dias de 
incubação (TRABULSI, 2015). 
IMPORTANTE
No cultivo de fungos clínicos por meio de amostras que 
não são estéreis, são acrescentados antibióticos para 
impedir que bactérias e fungos bolores saprófitos também 
cresçam. 
Micoses 
As doenças ocasionadas pelos fungos são chamadas de micoses, 
você já teve alguma micose? acredito que se você nunca teve algum tipo 
de micose, pelos menos já presenciou alguém com alguma micose ou 
escutou esse termo. Um exemplo bastante comum de micoses são as 
“frieiras” que surgem entre os dedos dos pés. 
As micoses são doenças crônicas, ou seja, de longa duração, isso 
acontece devido ao lento crescimento dos fungos. Esses organismos 
atuam causando três tipos de doenças nas pessoas: alérgicas, tóxicas 
e infecciosas. As alergias são frequentemente percebidas em pessoas 
expostas a ambientes úmidos, o que favorece o crescimento dos fungos 
saprofíticos e liberação de esporos e conídios por eles no ar. Durante 
o inverno, por exemplo, é bastante comum o aumento na incidência e 
prevalência de algumas doenças respiratórias tais como a asma e a rinite, 
justamente por conta da exposição ao alergênio. 
As infecções fúngicas podem ser classificadas de 5 formas 
diferentes: sistêmica, subcutânea, cutânea, superficial e oportunista. 
As micoses superficiais são ocasionadas por fungos que podem ser 
encontrados nos fios de cabelos e em células da epiderme. As micoses 
oportunistas são aquelas causadas por fungos oportunistas, ou seja, que 
acometem indivíduos que estão com o sistema imunológico prejudicado 
(TORTORA, 2012).
Microbiologia e Imunologia 13
Um exemplo de fungo oportunista que você já deve ter ouvido 
falar é o candida, que desencadeia uma famosa doença conhecida 
como candidíase, bastante comum entre as mulheres. A espécie mais 
conhecida desse gênero é o candida albicans, estima-se que cerca de 
75% das mulheres já foram acometidas por esse tipo de fungo. Indivíduos 
imunocomprometidos são mais susceptíveis a infecções por candida 
albicans, esse fungo frequentemente também afeta a cavidade oral, 
ocasionando a candidíase oral, veja na figura 1 a demonstração de uma 
pessoa com candidíase oral (TORTORA, 2012). 
Figura 1 : Candidíase oral ocasionada por candida albicans 
Fonte: Tortora (2012, p. 601).
As micoses cutâneas são aquelas que acometem a pele, couro 
cabeludo e unhas, são causadas por fungos dermatófitos, esse tipo de 
fungo degrada a queratina, proteína encontrada na pele, cabelos e unhas. 
A transmissão desse tipo de micose acontece pelo contato com pessoas 
ou animais infectados ou pelo contato direto com materiais contaminados. 
Entre os sinais e sintomas mais comuns das micoses cutâneas verifica-se 
a presença de prurido, descamação, lesões arredondadas na pele, unhas 
espessadas e opacas e pelos tonsurados (MURRAY, 2014; TORTORA, 2012; 
TRABULSI, 2015). 
Microbiologia e Imunologia14
As micoses subcutâneas referem-se as micoses que ocorrem em 
tecidos mais profundos da pele, geralmente são contraídas por meio de 
acidentes com materiais contaminados com certos tipos de fungos, os 
quais são encontrados no solo e vegetação. Esses fungos podem causar 
abcessos e úlceras difíceis de serem cicatrizadas. Um exemplo de micose 
subcutânea é a esporotricose (MURRAY, 2014; TRABULSI, 2015). 
SAIBA MAIS
A esporotricose é uma micose causada pelo fungo universal 
da espécie  Sporothrix spp,  comum em locais de clima 
tropical e subtropical. Afeta homens e animais, nos seres 
humanos, a infecção geralmente é restrita à pele, porém 
em alguns casos pode espalhar-se através da corrente 
sanguínea e atingir outros órgãos. 
As micoses sistêmicas, como o próprio nome já diz são infecções 
que acontecem em todo o corpo, podendo prejudicar tecidos e órgãos, 
sem ficar limitada a uma certa região. Um exemplo de micose sistêmica 
é a histoplasmose, doença causada pelo Histoplasma capsulatum que 
afeta, principalmente, os pulmões e é bastante semelhante a tuberculose. 
As micoses sistêmicas não são contagiosas entre humanos (TORTORA, 
2012).
A doença tóxica acontece quando ocorre o consumo de alimentos 
contaminados com fungos que produzem micotoxinas, ou através de 
consumo de fungos macroscópicos que são venenosos. 
Ascomicetos 
Os ascomicetos são fungos septados e incluem alguns tipos de 
leveduras, são chamados de fungos de saco por conta de sua morfologia, 
os ascomicetos pertencem ao filo Ascomycota, o maior grupo do reino 
Fungi. Podem ser saprófitos, parasitas ou simbiontes. Normalmente, 
estão presentes na água e no solo (TORTORA, 2012; TRABULSI, 2015). 
A principal característica dos ascomicetos é a presença de um 
asco, estrutura onde são produzidos os ascósporos, que são esporos de 
Microbiologia e Imunologia 15
origem sexuada, sua formação acontece a partir da fusão de dois núcleos 
de duas células. A maioria das espécies patogênicas para o homem são: 
Hemiascomycetes, Loculoascomycetes e Plectomycetes (TRABULSI, 2015). 
A reprodução assexuada acontece por meio dos conídios, 
produzidos através do conidióforo. A palavra conídio denota pó, esses 
esporos são com facilidade liberados da cadeia formada no conidióforo 
ao menor contato e flutuam no ar como poeira (TORTORA, 2012). Veja na 
figura 2 a representação da reprodução assexual de um ascomiceto. 
Figura 2 : Ciclo da reprodução assexual de um ascomiceto
Fonte: Tortora (2012, p. 336) 
Na reprodução sexual, a partir do micélio vegetativo desenvolvido, 
ocorre a plasmogamia, ou seja, união do citoplasma de duas células, 
logo em seguida acontece a cariogamia, união dos dois núcleos, depois 
acontece meiose e mitoses, na etapa seguinte o asco abre-se para 
liberação dos ascósporos e finalizando o ciclo, o ascósporo germina para 
produzir a hifa (TORTORA, 2012). 
Hipersensibilidade a Fungos 
Frequentemente, as pessoas são expostas a esporos e conídios 
que estão presentes no ar, as vias respiratórias são as mais afetadas 
por essas partículas. A hipersensibilidade aos fungos é manifestada nas 
Microbiologia e Imunologia16pessoas através de doenças respiratórias, a asma, rinite e a sinusite, 
por exemplo, são comumente relacionadas a hipersensibilidade a estes 
microrganismos (BROOCKS, 2014). 
Com frequência, essas partículas possuem potentes antígenos 
de superfície, capazes de estimular e desencadear reações 
alérgicas pronunciadas. Tais respostas de hipersensibilidade 
não exigem o crescimento nem mesmo a viabilidade do fungo 
indutor, embora em alguns casos (aspergilose broncopulmonar 
alérgica) possam ocorrer simultaneamente infecção e alergia 
(BROOCKS, 2014, p.711). 
O diagnóstico da alergia ocasionada por fungos é realizado a 
partir de testes laboratoriais, o teste cutâneo com extratos fúngicos é 
bastante utilizado para esta finalidade, além disso a realização de provas 
sorológicas para comprovação de IgE específica, testes de provocação e 
pesquisa de fungos no ambiente frequentado pelo paciente também são 
realizados (BROOCKS, 2014; TRABULSI, 2015). 
O tratamento para este tipo de alergia, consiste em evitar se 
expor ao alergênio agressor, uso de corticosteroides e tentativa de 
dessensibilização do paciente. 
Micotoxinas e Quimioterapia Antifúngica
DEFINIÇÃO
Micotoxinas são metabólitos tóxicos liberados por fungos 
microscópicos, que resulta em uma micotoxicose que 
são as intoxicações resultantes da ingestão de alimentos 
contaminados com micotoxinas. Quando a intoxicação 
acontece devido ao consumo de fungos macroscópicos é 
chamada de micetismos. 
Estima-se que existe em torno de 250 mil espécies de fungos, 
dessas apenas 300 são produtoras de micotoxinas, sendo 30 responsáveis 
por quadros micotoxicológicos (TRABULSI, 2015). As principais espécies 
que produzem toxinas fazem parte dos gêneros: Aspergillus, Penicillium, 
Microbiologia e Imunologia 17
Fusarium, Claviceps, Pithomyces, Myrothecium, Stachybotrys, Phoma e 
Alternaria (TRABULSI, 2015). 
As micotoxinas são substâncias produzidas por fungos filamentosos, 
no qual o seu consumo, contato ou inalação, pode resultar em doenças 
ou até mesmo provocar o óbito. Você já comeu algum cogumelo? saiba 
que alguns tipos de cogumelos são venenosos e mesmo o seu cozimento 
não é capaz de eliminar o efeito das toxinas presentes nele, podendo 
gerar danos no fígado, rins ou mesmo ser fatal. As micotoxinas também 
são consumidas juntamente de alimentos contaminados por fungos 
microscópicos, tais como vegetais, grãos e cereais. 
O grau de intoxicação pelas micotoxinas depende da quantidade 
que é ingerida ou inalada, de acordo com isso a toxicidade pode ser aguda, 
crônica, mutagênica ou teratogênica. Na intoxicação aguda pode ser 
percebido danos no fígado e nos rins, sendo muitas vezes fatal. A crônica 
pode induzir o câncer, principalmente, hepático. Algumas intervêm na 
replicação do DNA e, como resultado causam implicações mutagênicas e 
teratogênicas (TRABULSI, 2015). 
SAIBA MAIS
No passado, intoxicações fúngicas foram responsáveis por 
ocasionar grandes epidemias no homem e também em 
animais. O ergotismo, foi a maior delas, sendo responsável 
por inúmeras mortes na Europa. A doença ocasiona 
vasoconstricção podendo resultar em isquemia dos vasos 
sanguíneos. A epidemia foi relacionada ao consumo de 
pão preparado com farinha de centeio contaminada com 
Claviceps purpúrea e Claviceps paspali.
O tratamento das infecções fúngicas costuma ser longo por conta 
do demorado crescimento dos fungos, alguns fármacos são utilizados 
durante o tratamento, mas a maioria apresenta algumas limitações, como 
acentuados efeitos colaterais, estreito espectro antifúngico, e pouca 
penetração em determinados tecidos (BROOCKS, 2014). 
Microbiologia e Imunologia18
Os fármacos utilizados no tratamento compreendem os polienos: 
anfotericina B e nistatina. No entanto, a nicomicina, pradimicina e sordarina 
também são utilizados. 
As classes de fármacos atualmente disponíveis consistem em 
polienos (anfotericina B e nistatina), que se ligam ao ergosterol 
na membrana celular; a flucitosina, um análogo da pirimidina; 
os azóis e outros inibidores da síntese do ergosterol, como 
as alilalaminas; as equinocandinas, que inibem a síntese da 
β-glucana da parede celular; e a griseofulvina, que interfere na 
organização dos microtúbulos (BROOCKS, 2014, p. 32).
RESUMINDO
E então? ficou alguma dúvida sobre os fungos? vamos 
revisar algumas características desses seres. Os fungos 
são organismos eucarióticos, podem ser unicelulares 
ou multicelulares, alguns são microscópicos e outros 
macroscópicos. Mais de 100 mil espécies de fungos já foram 
identificadas, os mais conhecidos são: leveduras, bolores 
e cogumelos. As Leveduras estão vastamente espalhadas 
pela natureza, são unicelulares e não filamentosos. Os 
bolores são multicelulares e microscópicos, porém quando 
crescem em colônia é possível enxergá-los a olho nu. Os 
fungos são formados por vários filamentos chamados de 
hifa, o conjunto de hifas forma um micélio. Para que consigam 
se desenvolver, os fungos nutrem-se através de 3 formas 
diferentes, podem ser saprófitos quando se alimentam da 
matéria orgânica geralmente em decomposição, parasitas 
quando vivem em outros organismos vivos, ocasionando 
prejuízos para o hospedeiro e simbiontes quando se 
desenvolvem em outros organismos, sem gerar prejuízos. 
As doenças ocasionadas pelos fungos são chamadas de micoses. 
As micoses são doenças crônicas, ou seja, de longa duração, isso 
acontece devido ao lento crescimento dos fungos. Esses organismos 
atuam causando três tipos de doenças nas pessoas: alérgicas, tóxicas 
e infecciosas. As alergias são frequentemente percebidas em pessoas 
expostas a ambientes úmidos, o que favorece o crescimento dos 
Microbiologia e Imunologia 19
fungos saprofíticos e liberação de esporos e conídios por eles no ar. 
Frequentemente, as pessoas são expostas a esporos e conídios que 
estão presentes no ar, as vias respiratórias são as mais afetadas por essas 
partículas. 
A hipersensibilidade aos fungos é manifestada nas pessoas através 
de doenças respiratórias, a asma, rinite e a sinusite, por exemplo, são 
comumente relacionadas a hipersensibilidade a estes microrganismos. 
As infecções fúngicas podem ser classificadas de 5 formas diferentes: 
sistêmica, subcutânea, cutânea, superficial e oportunista. As micoses 
superficiais são ocasionadas por fungos que podem ser encontrados 
nos fios de cabelos e em células da epiderme. As micoses oportunistas 
são aquelas causadas por fungos oportunistas, ou seja, que acometem 
indivíduos que estão com o sistema imunológico prejudicado. O 
tratamento das infecções fúngicas costuma ser longo por conta do 
demorado crescimento dos fungos.
Microbiologia e Imunologia20
Caracterizando os Vírus 
INTRODUÇÃO
Ao finalizar este capítulo você será capaz de entender 
sobre os vírus, incluindo sua origem, classificação, estrutura 
e composição química. Além de compreender o processo 
de transmissão, genética e replicação dos vírus. Vamos lá? 
Motivado a desenvolver esta competência? Então sigamos.
Introdução aos Vírus, Definição, Origem e 
Classificação dos Vírus
Durante a unidade 2 descrevemos algumas características dos vírus, 
está lembrado? Se não, não se preocupe, neste capítulo e no próximo 
estudaremos exclusivamente e detalhadamente sobre eles, vamos lá. 
Como discorremos na unidade 2, os vírus são microrganismos 
muito pequenos, os menores que existe, possíveis de serem vistos 
apenas através da microscopia eletrônica, são também acelulares, isto 
é, não possuem células, diferente dos demais microrganismos, bactérias, 
fungos, protozoários, etc. 
Você já teve alguma doença viral? Algumas delas, como a gripe é 
bastante comum entre a população. Apesar das doenças virais existirem 
há séculos, durante muito tempo os vírus ficaram sem ser estudados, o 
que causou a morte de milhões de pessoas ao longo dos anos. Somente 
em 1935, o químico norte-americano Wendell Stanley, isolou pela primeira 
vez,o vírus do mosaico do tabaco, sendo possível a realização do seu 
estudo (TORTORA, 2012). 
A descoberta de alguns deles ainda é recente, o HIV e o coronavírus, 
por exemplo, só foram descobertos na década de 1990 e 1980 (TORTORA, 
2012). Uma vez ou outra, esses “seres” acelulares nos assustam, causando 
epidemias que são responsáveis pela morte de milhares de pessoas. O 
mais recente descoberto é o COVID-19, um subtipo da família coronavírus, 
identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, na China, responsável 
Microbiologia e Imunologia 21
por ocasionar uma pandemia que até o momento não foi controlada, 
ocasionando milhares de mortes. 
DEFINIÇÃO
Os vírus são acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios, 
possuem apenas um tipo de ácido nucleico, que pode 
ser o DNA ou RNA, alguns são envolvidos por uma capa 
proteica, chamada de capsídeo e por uma membrana 
lipídica, denominada envelope. 
Embora muitas pesquisas sejam realizadas, ainda não há um 
consenso sobre os vírus serem seres vivos ou não, alguns pesquisadores 
o consideram como seres vivos, outros não, pois são inativos fora de 
células hospedeiras, o que o faz um parasita intracelular obrigatório. 
Dessa forma, eles podem ser organismos vivos ou não, dependendo do 
ambiente onde se encontram (TORTORA 2012). 
Os vírus são classificados de acordo com várias características que 
podem variar de acordo com cada grupo. Atualmente, a determinação da 
sequência do genoma é utilizada para identificação inicial do vírus. Eles 
são classificados de acordo com sua morfologia, tamanho, forma, tipo de 
simetria, presença ou ausência de membranas, tipo de ácido nucleico, 
número de fitas, propriedade antigênicas, propriedade das proteínas virais, 
abrangendo o número, tamanho e funções estruturais das proteínas, etc. 
(BROOCKS, 2014).
Estrutura Viral e Composição Química 
dos Vírus
Existe uma grande diversidade de vírus e eles variam bastante 
na sua estrutura e organização. São microrganismos que apresentam 
uma estrutura bastante simples quando comparados a microrganismos 
que possuem células. Os vírus são formados basicamente por um tipo 
de ácido nucleico, que estão envolvidos por uma membrana formada 
por proteínas, chamada de capsídeo, em alguns casos, também pode 
Microbiologia e Imunologia22
estar presente uma membrana lipoproteica, denominada envoltório ou 
envelope (TRABULSI, 2015). Observe na figura 3 a estrutura de um vírus. 
Figura 3 : Estrutura viral
Fonte: Broocks (2014, p. 407).
O envelope tem como função envolver a partícula viral, é a estrutura 
mais externa, nem todos os vírus possuem essa estrutura, apenas os mais 
desenvolvidos, o envelope é formado por uma membrana que contém 
lipídeos e é adquirido durante a maturação viral (BROOCKS, 2014). É 
facilmente rompido quando exposto a soluções ácidas, como detergentes 
e éter, resultando na inativação do vírus e de sua capacidade infecciosa 
(MURRAY, 2014; TRABULSI, 2015). 
IMPORTANTE
Esta é a explicação científica para a importância da 
higienização das mãos e das superfícies quando são 
expostos a determinados tipos de vírus, o COVID-19, por 
exemplo é um vírus que apresenta envelope e quando 
submetidos a estas soluções é inativado, perdendo a sua 
capacidade infecciosa. 
O capsídeo é uma membrana formada por proteínas que engloba o 
ácido nucleico. É uma estrutura bastante rígida o que faz com que o vírus 
seja capaz de resistir a condições ambientais extremas (MURRAY, 2014). 
O capsídeo é formado por unidades menores chamadas de capsômeros, 
Microbiologia e Imunologia 23
que pode variar em quantidade de acordo com cada espécie viral 
(TRABULSI, 2015). 
De acordo com a morfologia do capsídeo, os vírus podem ser 
classificados em: icosaédricos, helicoidais e de estrutura complexa. Os 
icosaédricos recebem esse nome porque sua estrutura é semelhante a 
um polígono icosaedro com 20 lados em forma de triângulo, os adenovírus 
e os herpesvírus são alguns exemplos. Veja na figura 3 o modelo e a 
microscopia eletrônica do adenovírus (TRABULSI, 2015).
Figura 4 : Modelo e microscopia eletrônica do adenovírus, um vírus icosaédrico 
Fonte: Trabulsi (2015, p. 626). 
Um fato importante sobre os vírus icosaédricos é que eles não 
apresentam necessariamente morfologia icosaédrica, e pode mostrar-
se através de morfologias distintas, desde que mantenham a simetria 
icosaédrica (TRABULSI, 2015). 
Nos vírus helicoidais, o ácido nucleico fica no interior do capsômero, 
o vírus da raiva e influenza fazem parte dessa classificação, são vírus 
que podem ser rígidos ou flexíveis. Os vírus de estrutura complexa 
são os que apresentam estruturas que os icosaédricos e os helicoidais 
não apresentam, os bacteriófagos, por exemplo, são vírus de estrutura 
complexa (TORTORA, 2012; TRABULSI, 2015).
Microbiologia e Imunologia24
Os bacteriófagos geralmente apresentam uma cabeça em formato 
de polígono, com estruturas adicionais, que incluem uma cauda, com 
bainha contrátil, placa basal, fibras e outras estruturas (TRABULSI, 2015). 
Como já mencionamos e você já sabe, os vírus possuem, apenas 
um tipo de ácido nucleico, que pode ser ou o DNA ou o RNA, o ácido 
nucleico é o responsável por carregar as informações genéticas para sua 
propagação. O DNA e o RNA podem apresentar formato de fita simples ou 
dupla. Dessa forma, os genomas virais podem ser classificados em quatro 
tipos: DNA fita dupla; DNA fita simples; RNA fita dupla e RNA fita simples. 
A quantidade de ácido nucléico em um vírus pode variar de 2.000 a 2,5 
milhões de bases ou pares de bases (TRABULSI, 2015). 
As proteínas virais apresentam diversas funções importantes. A 
principal delas é colaborar com a transferência do ácido nucleico do vírus 
de uma célula hospedeira para outra. Além disso, ajudam a proteger o 
genoma viral contra o bloqueio por nucleases, cooperam no encaixe 
da partícula viral a uma célula apta e são as que dão formato a simetria 
estrutural da partícula viral (BROOCKS, 2014). 
IMPORTANTE
Alguns tipos de proteínas virais, as de superfície, por 
exemplo, apresentam algumas atividades específicas 
como aglutinação. 
Cultivo, Ensaio e Identificação dos Vírus
Uma particularidade dos vírus é que eles não possuem a 
capacidade de se multiplicar em ambiente extracelular, o que dificulta a 
sua identificação. Outra característica sobre os vírus, é que eles também 
não se multiplicam em meios de cultura laboratoriais, necessitando 
permanecer, obrigatoriamente, associados a células vivas. 
Os laboratórios cultivam os vírus com objetivo de analisar 
minuciosamente o comportamento e replicação viral. O crescimento 
celular in vitro é primordial para a caracterização dos vírus. Quando os vírus 
Microbiologia e Imunologia 25
são cultivados em animais, normalmente são utilizados três métodos: uso 
de animais, ovos embrionados e cultura celular (TORTORA, 2012). 
Alguns vírus só podem ser cultivados em animais como 
camundongos, coelhos e cobaias. A maioria dos estudos 
para avaliar a resposta imune contra infecções virais também 
é realizada em animais infectados. A inoculação de animais 
pode ser utilizada como um procedimento diagnóstico para a 
identificação e o isolamento de um vírus a partir de amostras 
clínicas. Após ser inoculado com o espécime clínico, o animal 
é observado quanto ao aparecimento de sinais de doença ou 
é sacrificado para que seus tecidos possam ser analisados à 
procura de partículas virais (TORTORA, 2012, p.377).
Determinados vírus que afetam humanos não conseguem se 
multiplicar em animais, as vezes conseguem se multiplicar, porém não 
causam doença. Isso explica porque o entendimento e a cura para alguns 
tipos de vírus ainda não foram conhecidos, para o vírus da Aids, por 
exemplo, ainda não foi descoberto um modelo animal que seja possível 
analisar a atividade do vírus e o efeito de drogas in vivo.
VOCÊ SABIA?
Uma subespécie do HIV pode infectar os chimpanzés, 
porém,os sintomas da doença não são percebidos 
nesses animais, e dessa forma, não podem ser utilizados 
para o estudo dos efeitos da multiplicação dos vírus ou 
no tratamento da Aids. Algumas pesquisas realizam o 
desenvolvimento de vacinas que sejam eficazes contra 
a doença, algumas, inclusive, estão sendo testadas em 
humanos, mas a evolução da doença é muito lenta, o que 
pode demorar anos para verificar sua eficácia. 
Quando os vírus conseguem se multiplicar em ovos embrionados, 
esse é um método conveniente e barato para o cultivo de alguns vírus 
animais. Nesse método, é realizado uma perfuração na casca do ovo 
embrionado, e então é injetado uma suspensão viral dentro do ovo 
(TORTORA, 2012). 
Microbiologia e Imunologia26
IMPORTANTE
Certamente você já tomou alguma vacina, não é mesmo? 
Durante as vezes que você foi vacinado lembra de alguma 
vez ser questionado se você possui alergia a ovo? a 
explicação para essa pergunta é justificada pelo fato 
de muitas vacinas serem desenvolvidas utilizando ovos 
embrionados, e dessa forma, podem apresentar proteínas 
que estão presentes no ovo. 
As culturas de células têm sido bastante utilizadas para o cultivo de 
muitos vírus e consistem em células que se dividem em meio de cultura 
em laboratório. 
A obtenção de uma linhagem celular é iniciada com o 
tratamento enzimático de fragmentos do tecido animal para 
separação das células. As células isoladas são suspensas em 
uma solução com pressão osmótica, nutrientes e fatores de 
crescimento necessários ao seu desenvolvimento. As células 
normais tendem a aderir ao recipiente de plástico ou vidro e 
se reproduzem formando uma monocamada. A infecção viral 
dessa monocamada muitas vezes causa a sua destruição à 
medida que os vírus se multiplicam (TORTORA, 2012, p. 378). 
O crescimento celular in vitro é primordial para a caracterização dos 
vírus. Os vírus se multiplicam de duas formas diferentes: culturas primárias 
e culturas continuas. O tipo de cultura celular utilizado para cultura de vírus 
depende da sensibilidade das células a determinado vírus (BROOCKS, 
2014; TORTORA, 2012). 
Os vírus isolados podem ser identificados a partir de diversas 
técnicas laboratoriais. Para isso, alguns métodos são utilizados, entre 
eles métodos sorológicos e moleculares, nos sorológicos, o vírus é 
detectado e identificado por sua reação com anticorpos. Entre os métodos 
moleculares, a reação em cadeia da polimerase pode ser utilizada, com 
este método foi possível identificar o coronavírus associado a síndrome 
respiratória aguda grave na China, em 2002 (TORTORA, 2012). 
Microbiologia e Imunologia 27
Genética, Replicação e Transmissão dos 
Vírus
O estudo da genética é um importante instrumento para conhecer 
a estrutura e a função do genoma viral, assim como seu desempenho no 
processo infeccioso e desenvolvimento da doença. 
IMPORTANTE
A genética viral atua colaborando com o desenvolvimento 
de vacinas que sejam mais eficazes. Muitas vezes, 
algumas infecções virais passam por repetidas recidivas 
ou permanecem na presença de anticorpos. A avaliação 
genética pode contribuir com a identificação dos processos 
específicos dos vírus passíveis de atuar como alvos prontos 
para o desenvolvimento da terapia antiviral.
Por mais que os vírus sejam geneticamente diferentes, isto é, diferem 
na quantidade de genes que possuem, o genoma viral, ou seja, o conjunto 
de todos os genes, deve codificar três tipos de funções. Primeiramente, 
eles devem provocar alteração na estrutura e/ou o funcionamento da 
célula atingida. Depois devem promover a replicação do seu genoma e 
por último devem originar outras partículas virais (TRABULSI, 2015).
EXPLICANDO MELHOR
Para que um vírus se multiplique, ele precisa ter a 
capacidade de invadir a célula hospedeira e assumir o 
comando da sua maquinaria metabólica. Um único vírion 
pode originar, em uma única célula hospedeira, inúmeras 
partículas virais semelhantes. Esse processo pode alterar 
de maneira drástica a célula hospedeira, podendo causar 
sua morte. 
Para que ocorra a replicação do vírus, é necessária a síntese das 
proteínas virais pelo mecanismo de síntese proteica da célula hospedeira. 
Por conseguinte, o genoma do vírus deve ser capaz de produzir um 
RNAm. Foram identificados vários mecanismos que permitem aos RNA 
Microbiologia e Imunologia28
virais competir de forma bem-sucedida com os RNAm celulares, a fim de 
produzir quantidades adequadas de proteínas virais (BROOCKS, 2014, p. 
421).
Os vírus possuem diversas estratégias que são utilizadas durante a 
sua multiplicação nas células hospedeiras. Apesar de existirem diferenças 
entre as espécies, o processo de replicação é parecido. De forma geral, a 
replicação viral acontece em cinco etapas consecutivas. As duas primeiras 
etapas referem-se a fixação, penetração e desnudamento. Quando ocorre 
a ligação do vírus com a célula hospedeira, a partícula viral é capturada 
para o interior da célula, provendo a sua penetração, logo em seguida 
acontece o desnudamento, onde ocorre a separação do ácido nucleico 
dos outros elementos virais (BROOCKS, 2014; TRABULSI, 2015). 
A terceira etapa consiste na síntese dos componentes virais. Essa 
fase ocorre após o desnudamento do genoma viral, e compreende a 
produção de novas partículas virais em cada célula infectada através da 
replicação do ácido nucleico e produção do capsídeo (TRABULSI, 2015). 
A quarta etapa é a maturação, onde, as proteínas e o ácido nucleico 
viral se unem para desenvolver partículas virais maduras. A quinta e última 
etapa, consiste na liberação, processo em que o vírus deixa a célula onde 
ocorreu seu processo de maturação e invade outra célula que ainda não 
tenha sido infectada (TRABULSI, 2015). 
Ao longo dos anos, os vírus conseguiram desenvolver formas para 
sobreviver na natureza e serem transmitidos de um hospedeiro para outro. 
A forma de transmissão dos vírus depende de alguns fatores que inclui o 
modo de interação entre o vírus e o hospedeiro (BROOCKS, 2014). 
Os vírus podem ser transmitidos para humanos através de várias 
formas, por exemplo, você já deve ter observado que é comum que em 
uma mesma casa quando alguém adoece de uma gripe, é normal que 
outras pessoas da mesma casa também fiquem gripados, essa é uma 
situação bastante comum do dia a dia e corresponde a uma forma de 
transmissão por contato. As principais formas de transmissão por contato 
incluem perdigotos, contato sexual, contato mão boca, mão olhos, etc. 
Microbiologia e Imunologia 29
Outras formas de transmissão dos vírus podem ser de forma indireta pela 
via orofecal, ou transmissão por vetores.
IMPORTANTE
Alguns vírus são altamente contagiosos, o vírus do 
sarampo, por exemplo, é um desses. Uma única pessoa 
com sarampo consegue transmitir o vírus para 90% das 
pessoas que estão próximas a ela. Estima-se que uma 
única pessoa com sarampo transmita o vírus para mais 18 
pessoas. 
Microbiologia e Imunologia30
RESUMINDO
Terminamos o capítulo 2, vamos fazer uma revisão sobre 
tudo que você estudou. No início do capítulo descrevemos 
algumas características dos vírus, eles são acelulares, 
parasitas intracelulares obrigatórios, portadores de um 
único tipo de ácido nucleico, que pode ser ou o DNA 
ou o RNA. Embora muitas pesquisas sejam realizadas, 
ainda não há um consenso sobre os vírus serem seres 
vivos ou não, alguns pesquisadores o consideram como 
seres vivos, outros não, pois são inativos fora de células 
hospedeiras. Os vírus podem ser classificados de acordo 
com várias características que podem variar de acordo 
com cada espécie. A determinação da sequência do 
genoma é utilizada para identificação inicial do vírus, e 
também são classificados de acordo com sua morfologia, 
tamanho, forma, tipo de simetria, presença ou ausência 
de membranas, tipo de ácido nucleico, número de fitas, 
propriedade antigênicas, propriedade das proteínas virais. 
São microrganismos que apresentamuma estrutura 
bastante simples, são formados basicamente por um tipo de 
ácido nucleico, que estão envolvidos por uma membrana 
formada por proteínas, chamada de capsídeo, em alguns 
casos, também pode estar presente uma membrana 
lipoproteica, denominada envoltório. Os laboratórios 
cultivam os vírus com objetivo de analisar minuciosamente 
o comportamento e replicação viral. O crescimento celular 
in vitro é primordial para a caracterização dos vírus. Quando 
os vírus são cultivados em animais, normalmente são 
utilizados três métodos: uso de animais, ovos embrionados 
e cultura celular. De forma geral, a replicação viral acontece 
em cinco etapas consecutivas.
Microbiologia e Imunologia 31
Entendendo o Processo da Patogênese 
das Doenças Virais
INTRODUÇÃO
No final deste capítulo você será capaz de entender 
sobre as doenças virais, princípios e formas de prevenção, 
além disso também aprenderá sobre os principais vírus 
patogênicos como o herpesvírus, coronavírus adenovírus, 
entre outros. Vamos lá? Motivado a desenvolver esta 
competência? Vamos lá. 
Princípios, Patogenia e Prevenção de 
Doenças Virais
Desde a descoberta do vírus, as doenças causadas por eles sempre 
foram uma preocupação para a humanidade. Ao longo dos anos, pesquisas 
foram desenvolvidas para compreender os princípios, patogenicidade, 
além de formas de combater os vírus, como vacinas e fármacos. No 
entanto, novos agentes estão sendo descobertos, ao mesmo tempo que a 
incidência de doenças antes consideradas sob controle vem aumentando 
com a evolução e a propagação dos vírus. 
Vários fatores colaboram para o surgimento das doenças virais. 
Alguns fatores contribuem para o aumento da exposição humana aos 
vírus, outros promovem a propagação das infecções. Outros fatores 
ocasionam modificações nas características virais e nas respostas do 
hospedeiro à infecção. Alguns fatores incluem: alterações ambientais, 
comportamento humano, fenômenos socioeconômicos e demográficos, 
viagens, entre outros fatores (BROOCKS, 2014). 
Microbiologia e Imunologia32
DEFINIÇÃO
A doença viral consiste em uma irregularidade nociva 
ocasionada pela infecção do hospedeiro pelo vírus. 
A doença clínica consiste na manifestação de sinais e 
sintomas em um hospedeiro. A síndrome é o conjunto 
específico de sinais e sintomas. As infecções virais que não 
produzem sintomas no hospedeiro são conhecidas como 
infecções subclínicas (BROOCKS, 2014).
IMPORTANTE
Um exemplo vivido em 2020 de infecção subclínica são 
os casos assintomáticos de infecções pelo coronavírus 
(COVID-19), onde as pessoas possuem e transmitem o 
vírus, mas não apresentam nenhum sintoma. 
O processo de patogênese da infecção viral compreende o ciclo de 
replicação do vírus. As consequências celulares à infecção são variáveis 
podendo ocasionar efeitos não aparentes até efeitos citopatológicos 
como o câncer BROOCKS, 2014).
A patogênese viral é o processo que ocorre durante a infecção 
viral de um hospedeiro. Como a infecção viral não resulta sempre 
em doença aparente ou imediata, a fronteira entre infecção e 
doença torna-se menos clara. Desta forma, é mais adequado 
considerar a patogênese da infecção viral, independente da 
produção de doença imediata ou aparente. Grande parte do 
conhecimento atual da patogênese viral foi obtida por estudos 
experimentais em modelos animais (TRABULSI, 2015, p. 655).
A infecção viral tem início com a transmissão do vírus de um 
hospedeiro para outro. A transmissão pode ser horizontal e vertical. A 
horizontal refere-se a transmissão entre dois hospedeiros e pode ser 
direta ou indireta. Na transmissão vertical o vírus pode ser transmitido de 
forma congênita, que incluem as transmissões através do leite materno, 
ou quando o vírus consegue atravessar a barreira placentária, a infecção 
também pode acontecer durante o parto (TRABULSI, 2015). 
Microbiologia e Imunologia 33
O processo da patogênese viral acontece em etapas específicas que 
compreende: entrada do vírus no hospedeiro, replicação e propagação do 
vírus, dano celular, resposta imunológica da pessoa infectada, eliminação 
do vírus pelo organismo ou instalação da infecção e disseminação do 
vírus (BROOCKS, 2014). 
Os vírus conseguem penetrar no organismo de um hospedeiro 
através de cinco formas diferentes, podendo ou não ocasionar lesões, 
os locais pelos quais os vírus penetram no organismo são: pele, trato 
respiratório, trato gastrointestinal, trato geniturinário e a conjuntiva. 
Observe na figura 5 os locais de penetração dos vírus (TRABULSI, 2015). 
Figura 5 : Locais de penetração e liberação do vírus no hospedeiro humano
Fonte: Trabulsi (2015, p. 656). 
Microbiologia e Imunologia34
Após a penetração do vírus no hospedeiro, ele geralmente inicia 
sua multiplicação nas células do local de entrada. Ocasionado uma 
infecção local ou disseminando-se de forma sistêmica, entre os vírus que 
causam infecções locais podemos citar o vírus da influenza e coronavírus 
que provoca infecções do trato respiratório superior (BROOKS, 2014; 
TRABULSI, 2015). 
A propagação do vírus pode ser determinada, em parte, por 
genes virais específicos. Estudos realizados com reovírus 
mostraram que a extensão da propagação a partir do trato 
gastrintestinal é determinada por uma das proteínas externas 
do capsídeo (BROOCKS, 2014, p 432,).
Após a disseminação do vírus, ocorre sua fixação e replicação 
nos órgãos-alvo específicos. Alguns vírus possuem uma preferência a 
determinados tecidos e órgãos, essa preferência é chamada de tropismo. 
O grau de doença sistêmica viral depende dos órgãos infectados 
e da capacidade de infecção do vírus nesses órgãos. Essa capacidade 
está relacionada com a presença de receptores virais nas células do 
hospedeiro, além de outros fatores intracelulares. As modificações 
fisiológicas ocorridas no organismo do hospedeiro através da lesão do 
tecido são responsáveis pelo desenvolvimento de doença (BROOCKS, 
2014; TRABULSI, 2015). 
O hospedeiro poderá recuperar-se da infecção ou não. O organismo 
utiliza alguns mecanismos para que a recuperação da infecção viral 
aconteça, entre eles as respostas imunológicas que incluem a imunidade 
inata e adquirida (Você estudará sobre os tipos de imunidade na unidade 
4) (BROOCKS, 2014; TRABULSI, 2015). 
Sem dúvidas, a melhor forma de tratamento consiste na resposta 
imunológica do hospedeiro, que irá determinar a intensidade e a duração 
da doença (MURRAY, 2014). 
Microbiologia e Imunologia 35
IMPORTANTE
Como descrevemos anteriormente, as doenças virais são 
adquiridas através do contato de um hospedeiro susceptível 
com o vírus, então sua prevenção baseia-se em evitar o 
contato e a exposição aos vírus. Medidas simples como 
higienização adequada das mãos, cobrir ao rosto quando 
espirrar ou tossir e evitar levar a mão suja ao rosto pode 
evitar a contaminação por alguns vírus como por exemplo, 
influenza, coronavírus, sarampo, etc. Outra medida 
extremamente importante é a vacinação, existem vacinas 
para um grande número de doenças virais, a não vacinação 
da população é um risco e pode trazer novamente doenças 
que anteriormente tinham sido consideradas controladas. 
Para as doenças virais que são transmitidas por contato 
sexual e ainda não existe vacina, como a Aids, a prevenção 
consiste na conscientização das pessoas para o uso de 
preservativos. Outras doenças virais que são transmitidas 
por vetores, a dengue, por exemplo, também depende em 
parte, da conscientização da população em não manter 
água acumulada. 
Parvovírus, Adenovírus, Poxvírus e 
Herpesvírus
O parvovírus humano B19 foi descoberto no ano de 1975, e tem 
sido apontado como desencadeador, em indivíduos com distúrbios 
hemolíticos, da crise aplástica transitória. Causa uma doença chamada 
de eritema infecioso, a transmissão desse vírus acontece pelo contato 
com secreções respiratórias de pessoas contaminadas com o vírus. 
Geralmente, afeta mais crianças e adolescentesocasionando eritemas 
por todo o corpo (TRABULSI, 2015). 
É um vírus que apresenta uma estrutura bastante simples, contendo 
um DNA em fita simples. Depois do contato com o vírus, ele pode ser 
acusado no organismo entre cinco e seis dias. Os sinais e sintomas 
iniciais incluem sintomas gerais como febre, mal-estar e dor muscular, 
em torno de 10 a 14 dias surgem os sintomas específicos da doença tais 
Microbiologia e Imunologia36
como, erupção eritematosa generalizada e inflamação das articulações 
(TRABULSI, 2015).
A erupção do eritema infeccioso é semelhante a “bochechas 
esbofeteadas” nas faces e uma erupção reticular, 
maculopapular no tronco e nas extremidades. Adultos, 
principalmente mulheres, apresentam mais frequentemente, 
em vez de erupção, artropatia que pode permanecer por 
semanas, meses ou anos (TRABULSI, 2015, p. 787).
 Até o momento, não existe vacina e terapia antiviral contra o 
parvovírus humano. A prevenção consiste em práticas adequadas de 
higiene, as mesmas mencionadas anteriormente para prevenção de 
outras doenças como o sarampo (BROOCKS, 2014). 
SAIBA MAIS
Em gestantes, apesar do risco de contaminação ser baixo, 
a infecção pelo parvovírus B19 pode ocasionar um sério 
risco para o feto, gerando hidropsia fetal, ou seja, acúmulo 
exagerado de líquido no corpo do feto, ou mesmo a morte 
devido a uma anemia grave. Nesses casos, a morte fetal, 
geralmente ocorre antes de 20 semanas de gestação 
(BROOCKS, 2014).
O adenovírus, são vírus não envelopados, medem cerca de 70 a 90 
nm de diâmetro e são icosaédricos. Possuem cápside com 252 capsômeros 
e apresentam DNA em fita dupla com um genoma composto por cerca de 
36 mil pares de bases (BROOCKS 2014; MURRAY, 2014; TRABULSI, 2015). 
Em 1953, os adenovírus foram isolados pela primeira vez. A partir 
daí, já foram descobertos cerca de 100 sorotipos, entre os quais, no 
mínimo 52 infectam humanos. Comumente as infecções ocasionadas pelo 
adenovírus causam distúrbios no sistema respiratório, gastrointestinal, 
urinário e também nos olhos (MURRAY, 2014). 
A maioria das infecções por adenovírus são subclínicas, ou seja, 
ocorrem sem apresentar sintomas, dessa forma, o vírus pode permanecer 
no hospedeiro sem que ele saiba durante meses. Sua transmissão 
Microbiologia e Imunologia 37
acontece da mesma forma que o parvovírus, coronavírus etc. por aerossóis 
e contato com secreções contaminadas e também pode ser adquirido 
pela via fecal-oral (MURRAY 2014; TRABULSI 2015). 
O poxvírus representa os maiores e mais complexos entre os vírus 
que provocam infecções em humanos. Na maioria das vezes, os poxvírus 
que causam infecções humanas pertencem aos gêneros Orthopoxvirus 
e Parapoxvirus, no entanto, existem vários poxvírus classificados nos 
gêneros Yatapoxvirus e Molluscipoxvirus (BROOCKS, 2014).
As infecções ocasionadas por esse tipo de vírus caracterizam-se pela 
presença de exantema por todo o corpo. Lembra da varíola? Finalmente 
essa doença foi erradicada em 1980, porém alastrou a população em 
décadas atrás, a varíola pertence a este grupo viral (BROOCKS, 2014).
VOCÊ SABIA?
Apesar da varíola ter sido erradicada, atualmente existe 
uma grande preocupação sobre a possibilidade de o vírus 
da varíola ser utilizado como agente de arma biológica, 
visto que a maioria da população mundial, atualmente, 
apresenta baixa ou nenhuma imunidade contra esse tipo 
de vírus. 
O Herpesvírus consiste em um grande grupo de vírus que 
apresentam envelope e DNA. A morfologia, forma de replicação e 
capacidade de estabelecer infecções latentes e recorrentes representam 
características comuns desses vírus (MURRAY, 2014).
Os herpesvírus são responsáveis pelo desenvolvimento de várias 
doenças em humanos. Uma característica particular dos herpesvírus é sua 
capacidade de provocar infecções que perseveram durante toda a vida de 
seus hospedeiros, com manifestações clínicas recorrentes (BROOCKS, 2014). 
Os herpesvírus que comumente infectam os seres humanos 
são os herpesvírus simples tipos 1 e 2 (HSV-1, HSV-2), o vírus 
varicela-zóster, o citomegalovírus (CMV), o vírus Epstein- Barr 
(EBV), os herpesvírus humanos 6 e 7, bem como o herpesvírus 
8 (associado ao sarcoma de Kaposi [KSHV]). O herpesvírus 
B de macacos também pode infectar os seres humanos 
(BROOCKS, 2014, p. 467). 
Microbiologia e Imunologia38
Reovírus, Rotavírus, Arbovírus, 
Ortomixovírus, Paramixovírus e 
Coronavírus
Os reovírus são vírus de tamanho médio, seu genoma consiste em 
RNA de fita dupla e não são envelopados. A família inclui os gêneros 
ortorreovírus, rotavírus, orbivírus e coltivírus. 
O rotavírus representa uma causa importante de gastrenterite infantil 
em todo o mundo, estima-se que 50% de todos os casos de diarreia em 
crianças que são hospitalizadas são causadas pelo rotavírus (MURRAY, 
2014). 
Os rotavírus são classificados em cinco espécies que vão de A ao E, 
além de mais duas espécies tentativas, F e G. O período de incubação do 
rotavírus varia de 1 a 3 dias. Os sintomas clássicos da infecção pelo rotavírus 
consistem em diarreia, febre, dor abdominal e vômitos, que normalmente 
resulta em desidratação. O tratamento baseia-se na reposição de líquidos, 
de forma a reestabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico (BROOCKS, 2014).
Os arbovírus são vírus transmitidos por vetores, representam um 
grupo que possuem um complexo ciclo de transmissão. A transmissão 
dos arbovírus acontece através de artrópodes hematófagos de um 
hospedeiro vertebrado para outro (BROOCKS, 2014).
As principais doenças ocasionadas pelos arbovírus são: febre 
amarela, dengue, encefalite japonesa B, encefalite de St. Louis, encefalite 
equina do oeste e encefalite equina do leste, encefalite transmitida por 
carrapato, febre do Nilo Ocidental e a febre transmitida pelo mosquito-
pólvora (BROOCKS, 2014).
IMPORTANTE
Dessas doenças, a febre amarela atualmente é endêmica 
na região norte do Brasil, caracteriza-se pela presença de 
febre alta, cefaleia intensa e duradoura, falta de apetite, 
náuseas e dor muscular. 
Microbiologia e Imunologia 39
SAIBA MAIS
Ficou interessado em saber mais sobre a febre amarela? 
Recomendamos a leitura do artigo científico sobre essa 
doença viral disponível no link: https://bit.ly/3gShJFe 
(Acesso em 14/03/2020). 
Apesar de possuir uma nomenclatura que pode parecer estranha 
e desconhecida, os ortomixovírus compreendem um grupo de vírus 
bastante comum que são as influenzas. Os vírus influenza são transmitidos 
de um hospedeiro humano a outro por meio gotículas ou por contato com 
mãos e objetos contaminados (TRABULSI, 2015). 
Dentre as infecções virais, a gripe é considerada uma das mais 
prevalentes, a pandemia da gripe espanhola, por exemplo, levou ao óbito 
cerca de 40 milhões de pessoas entre os anos 1918 e 1919. Características 
específicas do seu genoma permite o desenvolvimento de novas cepas 
através das mutações que ocorrem, isso justifica o porquê que anualmente 
as pessoas devem ser vacinadas contra a influenza (MURRAY, 2014). 
A família Paramyxoviridae inclui os seguintes gêneros: 
Morbillivirus, Paramyxovirus e Pneumovirus. Entre os 
morbilivírus patogênicos ao homem, podemos citar o vírus 
do sarampo; entre os paramixovírus, o vírus parainfluenza e 
o vírus da caxumba, e entre os pneumovírus, o vírus sincicial 
respiratório (VSR) e o recém descoberto e relativamente 
comum metapneumovírus (MURRAY, 2014, p.980).
Os paramixovírus causam várias doenças, algumas delas são bem 
conhecidas, o sarampo, por exemplo, é uma doença que provoca infecção 
generalizada, caracterizada pela presença de exantema maculopapular. 
A prevalência do sarampo tem aumentado de forma considerável nos 
últimos anos (MURRAY, 2014). 
IMPORTANTE
A prevenção do sarampo ocorre através da vacinação, por 
conta da redução da imunização da população contra esse 
vírus, a prevalência desta doença tem aumentado no Brasil. 
https://bit.ly/3gShJFe
Microbiologia e Imunologia40
Os coronavírussão vírus envelopados composto de RNA. São 
considerados a segunda causa mais prevalente dos resfriados comuns. 
Na maioria dos casos, os coronavírus provocam sintomas respiratórios, 
a transmissão acontece através do contato com gotículas de pessoas 
contaminadas (MURRAY, 2014). 
Recentemente, foi descoberto um novo agente do coronavírus, 
o COVID- 19, que tem provocado os mesmos sintomas que os demais 
agentes do coronavírus provocam. Até o momento, não existe um 
tratamento específico para o vírus, apenas os sintomas são tratados e a 
recuperação depende da resposta imunológica de cada organismo, logo, 
aquelas pessoas que possuem sistema imune deficiente, certamente 
serão mais prejudicadas pelo vírus. 
SAIBA MAIS
Ficou interessado em saber mais sobre o covid-19? 
Indicamos a leitura do artigo científico intitulado como 
achados patológicos do covid-19 associados à síndrome do 
desconforto respiratório agudo. Disponível no link: https://
bit.ly/2EW6Cxp (Acesso em 14/03/2020). 
https://bit.ly/2EW6Cxp
https://bit.ly/2EW6Cxp
Microbiologia e Imunologia 41
Infecções por Vírus Lentos, Raiva, Vírus Tumorais, 
Oncogênese, Aids e Lentivírus
O longo período de incubação desses vírus, que dura em torno de 30 
anos nos seres humanos, dificulta os estudos sobre esses vírus. Após esse 
tempo, eles podem ocasionar danos no sistema nervoso central. A raiva 
é adquirida através de um vírus pertencente aos rabdovírus. A infecção 
da raiva é obtida pela mordida de um animal infectado, normalmente por 
cachorros, mas também pode ser transmitida através da inalação do vírus 
aerossolisado (MURRAY, 2014). 
Agentes virais lentos são filtráveis e podem transmitir doenças, 
mas normalmente não obedecem à definição padrão de um 
vírus. Ao contrário dos vírus convencionais, esses agentes não 
têm estrutura de virion ou genoma, não provocam resposta 
imune e são extremamente resistentes à inativação por calor, 
desinfetantes e radiação. O agente viral lento é um mutante 
ou forma de conformação distinta de uma proteína hospedeira 
conhecida como um príon que pode transmitir a doença. 
Alguns tipos de vírus provocam evoluções lentas (MURRAY, 
2014, p.1148). 
IMPORTANTE
A raiva é fatal quando a doença clínica é aparente, o vírus 
replica-se de forma silenciosa no local de inserção e depois 
desloca-se para o sistema nervoso central, afetando o 
hipocampo, o tronco cerebral, as células ganglionares dos 
núcleos pontinos e as células de Purkinje do cerebelo. 
Quando invadem o cérebro e a medula espinal, provoca 
encefalite e os neurônios são degenerados (MURRAY, 2014). 
Os vírus tumorais são aqueles que podem causar tumores quando 
infectam animais susceptíveis. Alguns deles possuem grande potencial 
ontogênico e estão relacionados com surgimento de câncer em humanos, 
por exemplo, o papilomavírus humano (HPV), o vírus Epstein-Barr (EBV), 
o herpes-vírus humano tipo 8, o vírus da hepatite B, o vírus da hepatite e 
dois retrovírus humanos. A oncogênese é um processo longo que ocorre 
Microbiologia e Imunologia42
em várias etapas, ou seja, inúmeras alterações devem acontecer para 
transformação de uma célula normal em maligna (BROOCKS, 2014).
A aids foi descrita pela primeira vez em 1981, é considerada uma 
epidemia mundial e afeta diferentes populações. Das doenças causadas 
por vírus da Aids é uma das mais temidas, sendo considerada, atualmente, 
um dos mais importantes problemas de saúde em todo mundo. Ainda 
não existe cura ou vacina contra o HIV, mas a terapia antirretroviral tem 
melhorado a qualidade de vida das pessoas portadoras do vírus, o que 
representa uma grande conquista para medicina (BROOKS, 2014). 
O HIV é um retrovírus do gênero Lentivírus. Os lentivírus são 
conhecidos por causarem infecções lentas que se desenvolvem por 
longos anos em seus hospedeiros, possuem um genoma complexo 
contento RNA de fita simples e são envelopados (BROOCKS 2014). 
SAIBA MAIS
Tem interesse em aprender mais sobre a aids? Sugerimos 
a leitura do artigo científico disponível no link: https://bit.
ly/3hMFpvE (Acesso em 15/03/2020). 
Tratamento das Doenças Virais
Com o desenvolvimento das pesquisas foi descoberto várias formas 
de inativar ou de proteger as pessoas contra os vírus, as vacinas são 
uma delas, atualmente existe vacina para algumas doenças virais, o que 
promove a prevenção da doença, outras ainda não possuem vacinação. 
Também foram desenvolvidos vários fármacos antivirais que atuam 
impedindo a replicação dos vírus no organismo. 
Por outro lado, ainda não existe tratamento específico para uma 
grande quantidade de doenças virais, a dengue e o coronavírus, são 
exemplos, nesses casos, apenas os sintomas da doença são tratados, 
sendo importante o repouso e hidratação. 
https://bit.ly/3hMFpvE
https://bit.ly/3hMFpvE
Microbiologia e Imunologia 43
RESUMINDO
E aí, gostou do capítulo? espero que sim, vamos resumir 
tudo que você estudou e esclarecer alguma dúvida que 
tenha ficado. Nesse capítulo, você estudou sobre alguns 
tipos de vírus, sobre as doenças virais e sobre seu processo 
patogênico. Os vírus são responsáveis por uma série de 
doenças que acometem os humanos, algumas são curáveis 
e outras ainda não. A melhor forma de não adquirir uma 
doença viral e através de sua prevenção. A doença viral 
consiste em uma irregularidade nociva ocasionada pela 
infecção do hospedeiro pelo vírus. A doença clínica consiste 
na manifestação de sinais e sintomas em um hospedeiro. A 
síndrome é o conjunto específico de sinais e sintomas. As 
infecções virais que não produzem sintomas no hospedeiro 
são conhecidas como infecções subclínicas. O processo 
de patogênese da infecção viral compreende o ciclo de 
replicação do vírus. Quando infectado o hospedeiro poderá 
recuperar-se da infecção ou não. O organismo utiliza alguns 
mecanismos para que a recuperação da infecção viral 
aconteça, entre eles as respostas imunológicas que incluem 
a imunidade inata e adquirida. Ainda não existe tratamento 
específico para uma grande quantidade de doenças virais, 
nesses casos, apenas os sintomas da doença são tratados, 
sendo importante o repouso e hidratação. 
Microbiologia e Imunologia44
Identificando as Principais 
Características dos Parasitas 
INTRODUÇÃO
Quando finalizar este capítulo você será capaz de entender 
sobre a parasitologia, classificação dos parasitas, entender 
as principais diferenças entre alguns tipos de parasitas e 
também sobre o tratamento das doenças causadas por 
parasitas. Vamos lá? Este é o último capítulo desta unidade. 
Classificação dos Parasitas
Quando analisamos os seres vivos podemos observar que a sua 
interação é de extrema importância para manutenção da vida. Dessa 
forma, pode-se assegurar que nenhum ser vivo possui a capacidade de 
sobreviver e reproduzir-se independente do outro (NEVES, 2004). 
No entanto, esse relacionamento dos seres vivos nem sempre 
é benéfico para ambos os lados. Nesse sentido, temos os parasitas, 
está lembrado sobre o parasitismo? Já conceituamos ele nas unidades 
anteriores. O parasitismo é um tipo de relação entre um parasita e um 
hospedeiro, no qual apenas o parasita recebe benefícios, e à medida que 
se beneficia, recebendo abrigo e nutrientes, gera prejuízos ao hospedeiro. 
O estudo dos parasitas é conhecido como parasitologia, esta 
ciência classifica os parasitas em vários grupos, mas os protozoários e 
os helmintos são os parasitas mais importantes para a clínica médica 
(BROOCKS, 2014).
DEFINIÇÃO
Os protozoários são microrganismos unicelulares, 
eucarióticos, com tamanho entre 2 a 100 μm. Normalmente, 
são encontrados na água e no solo, apresentam um 
protoplasma que fica envolvido por uma membrana celular, 
possuem organelas, entre elas, retículo endoplasmático, 
grânulos e vacúolos contráteis e digestivos (BROOCKS, 
2014; MURRAY, 2014). 
Microbiologia e Imunologia 45
Apresentam núcleo bem definido e com membrana nuclear. Alguns 
protozoários possuem um núcleo, outros,apresentam dois ou mais 
núcleos semelhantes. Em relação a morfologia desses microrganismos, 
podemos observar diversas formas de protozoários, que variam de acordo 
com sua fase evolutiva e o lugar onde se encontram (NEVES, 2004). 
Sua morfologia pode ser esférica, oval ou alongada. Alguns 
protozoários possuem cílios, e por isso são chamados de ciliados, outros 
têm flagelos e são chamados de flagelados, mas também existem 
aqueles que não possuem nenhuma organela de locomoção específica 
(NEVES, 2004). 
Os protozoários podem ser classificados em quatro grupos de 
acordo com o seu modo de locomoção e reprodução que são eles: 
flagelados, amebas, esporozoários e ciliados. Estes microrganismos 
se reproduzem de forma assexuada através da fissão, brotamento ou 
esquizogonia, a maioria deles são heterotróficos aeróbicos (BROOCKS, 
2014; TORTORA, 2012). 
Os helmintos são os responsáveis pelas verminoses em humanos. 
Pertencem a dois filos: Nematoda composto por vermes cilíndricos 
e Platyhelminthes que são vermes achatados (BROOCKS, 2014). Ao 
contrário dos protozoários, os helmintos são multicelulares e geralmente 
são macroscópicos, com tamanho entre 1nm a 1m e as vezes até maior, 
são complexos, longos e simétricos bilateralmente. 
Flagelados, Hemoflagelados e Amebas
Os protozoários flagelados são assim chamados porque possuem 
flagelos em formato de chicote, a quantidade de flagelos varia de acordo 
com cada espécie. Alguns flagelos ainda possuem uma membrana 
ondulante em sua estrutura, essa estrutura ajuda o protozoário em sua 
locomoção. Os flagelos estão organizados em quatro filos: Metamonada, 
Parabasalia, Percolozoa e Euglenozoa. Alguns exemplos de flagelos 
incluem os parasitas intestinais, geniturinários e do sangue, tais como: 
Giardia, Trichomonas e Trypanosoma, respectivamente (BROOCKS, 
Microbiologia e Imunologia46
2014; MURRAY, 2014). Observe na figura 6, um exemplo de protozoário 
flagelado. 
Figura 6 : Trichomonas vaginalis, um protozoário flagelado
Fonte: Tortora (2012, p. 347)
Os hemoflagelados são os parasitas do sangue, geralmente 
são transmitidos por meio da picada de insetos hematófagos. Os 
hemoflagelados têm uma morfologia fina e alongada, apresentado uma 
membrana ondulante. O Trypanosoma cruzi é um clássico exemplo de 
parasita sanguíneo, esse parasita é o agente causador da doença de chagas 
que é adquirida pela picada do barbeiro. A infecção pelo Tripanosoma 
cruzi evolui em estágios, que vai de agudo a crônico (TORTORA, 2012). 
No estágio agudo, é comum a presença de febre e edema das 
glândulas, cerca de 20 a 30% das pessoas infectadas desenvolvem, anos 
depois, a forma crônica da doença. No estágio crônico, são observadas 
degenerações nos nervos responsáveis por controlar as contrações 
peristálticas do esôfago ou do colo. No entanto, a maioria das mortes de 
pessoas portadoras da doença de chagas é resultado de danos ao coração 
(TORTORA, 2012). Veja na figura 7 a representação do Tripanosoma cruzi, 
hemoflagelado responsável pela doença de chagas. 
Microbiologia e Imunologia 47
Figura 7 - Tripanosoma cruzi
Fonte: Tortora (2012, p.661).
As amebas são protozoárias que se locomovem e nutrem-se 
através de pseudópodes, ou falsos pés, a maioria das espécies não são 
patogênicas, porém também existem patogênicas. 
Algumas amebas vivem normalmente como componentes da 
microbiota humana, estabelecendo uma relação de comensalismo, e 
dessa forma não prejudicam o homem, como por exemplo, a Entamoeba 
gengivalis e Entamoeba coli. No entanto, um único tipo de ameba é 
patogênico, a Entamoeba histolytica, encontrada no intestino humano. 
Estima-se que aproximadamente 10% da população humana pode estar 
colonizada por essa ameba (AMABIS, 2004; TORTORA, 2014). 
A Entamoeba histolytica ocasiona uma doença muito comum que 
você deve conhecer chamada de amebíase, essa doença representa 
um importante problema de saúde pública, sendo responsável por 
aproximadamente cem mil mortes anuais, compondo a segunda causa 
de mortes por parasitoses (NEVES, 2004).
Entre os sinais e sintomas da amebíase, pode-se observar fortes 
dores abdominais, diarreia, náuseas, desidratação, etc. Os sintomas 
podem apresenta-se em quatro dias depois da exposição ao parasita, 1 
ano depois, ou ainda nunca ocorrer (BROOCKS, 2014).
Microbiologia e Imunologia48
Você sabe como acontece a transmissão da amebíase? A 
transmissão da amebíase acontece por meio do consumo de alimentos 
ou água contaminada por cistos maduros. Os alimentos podem ser 
contaminados por cistos transportados através das baratas e moscas. 
A falta de comportamento higiênico também pode contribuir para a 
propagação do parasita (NEVES, 2004). Veja na figura 8 a representação 
da Entamoeba histolytica.
Figura 8 : Entamoeba histolytica
Fonte: Tortora (2012, p. 348).
Esporozoários, Microsporídeos e 
Helmintos
Os esporozoários são protozoários que apresentam um complexo 
ciclo de vida, são formadores de esporos e são dotados de organelas 
que produzem substâncias que os ajudam a adentrar em células do 
hospedeiro, o que lhes caracterizam com parasitas intracelulares. Entre os 
parasitas intracelulares que afetam humanos incluem-se: Cryptosporidium; 
Cyclospora; Toxoplasma e o Plasmodium, agente causador da malária 
(BROOCKS, 2014; MURRAY, 2014). 
Algumas espécies do Cryptosporidium podem causar infecções 
em pessoas que são imunodeficientes, quando isso acontece causam 
Microbiologia e Imunologia 49
infecções intestinais, causando forte diarreia (BROOCKS, 2014). Outro 
exemplo de esporozoário é o Plasmodium é o agente causador da 
malária, esse protozoário desenvolve-se através de reprodução sexuada 
no mosquito Anopheles (BROOCKS, 2014; TORTORA, 2014). 
Quando um Anopheles carreando o estágio infectivo do 
Plasmodium, chamado de esporozoíto, pica um humano, os 
esporozoítos podem ser injetados. Os esporozoítos sofrem 
esquizogonia nas células do fígado e produzem milhares de 
progênies chamadas de merozoítos, os quais infectam as 
células vermelhas do sangue (TORTORA, 2012, p. 348).
O Toxoplasma gondii também é um parasita intracelular de humanos 
e causa uma doença chamada de toxoplasmose, a transmissão da doença 
ocorre através das fezes de gatos domésticos infectados. 
SAIBA MAIS
 Ficou interessado em saber mais sobre o toxoplasma 
gondii? Indicamos a leitura do artigo cientifico, disponível 
através do link: https://bit.ly/3bdMKBY (Acesso em 
15/03/2020). 
Os microsporídeos representam um grupo de parasitas 
intracelulares, uma de suas características principais é a presença de 
um esporo unicelular que possui um tipo de mola espiralada contendo 
filamentos tubulares polares pelo qual o esporoplasma é introduzido em 
uma célula hospedeira (BROOCKS, 2014). 
A transmissão dos microsporídeos acontece através da ingestão 
de alimentos ou água contendo esporos. Em gestantes, comumente 
também acontece a transmissão transplacentária. Os microsporídeos são 
apontados como parasitas oportunistas e, desse modo, tende a provocar 
infecções naquelas pessoas imunocomprometidas, provocando, nessas 
pessoas, infecções sistêmicas, intestinais e oftalmológicas (BROOCKS, 
2014).
https://bit.ly/3bdMKBY
Microbiologia e Imunologia50
Os helmintos formam um grupo numeroso de organismos, bastante 
comum entre a população, incluindo espécies que são ou não parasitas. São 
representados pelos filos Nematoda, Platyhelminthes e Acanthocephala. 
Por conta de sua morfologia, os helmintos são conhecidos como “crina de 
cavalo” (NEVES, 2004). 
Geralmente, os helmintos provocam infecções intestinais benignas, 
exceto quando existe uma grande quantidade de helmintos no organismo. 
Os nematódeos são adquiridos por via orofecal, dessa forma, os hábitos 
de higiene inadequados, como não lavar corretamente frutas, verduras 
e legumes antes consumi-los pode contribuir para a infecção por esses 
parasitas. As infecções intestinais maiscomuns por nematódeos incluem 
a ancilostomíase e a ascaridíase (BROOCKS, 2014).
Estima-se que em torno de 20% da população mundial possui 
ancilostomídeos em seu organismo e cerca de 1,5 bilhão de pessoas 
áscaris lumbricoides. Estas infecções, ocasionam diversos danos para o 
hospedeiro (BROOCKS, 2014; NEVES, 2004). 
Na ancilostomíase, o ancilostomo prende-se a parede do intestino, 
onde se alimenta de sangue e do tecido intestinal, quando estão presentes 
em grande quantidade pode ocasionar a anemia, além dos sintomas 
comuns como dor abdominal e diarreia (BROOCKS, 2014). 
A ascaridíase também provoca infecções intestinais, as lombrigas, 
como são conhecidas popularmente, quando chegam na fase adulta, as 
fêmeas costumam medir entre 20 a 50 cm, e os machos, 15 a 30 cm de 
comprimento. A aquisição ocorre através da ingestão dos ovos do áscaris 
lumbricoides através de alimentos ou água contaminada (BROOCKS, 
2014). Veja na figura 9 a representação da áscaris lumbricoides. 
Microbiologia e Imunologia 51
Figura 9 : Ascaris lumbricoides
Fonte: Tortora (2012, p. 736,). 
Após a exposição ao parasita, as larvas progridem até o duodeno, 
vão para o sistema circulatório, instalando-se nos capilares do pulmão, 
logo em seguida, adentram nos alvéolos e nos bronquíolos e depois na 
traqueia e faringe, as larvas são deglutidas e retornam ao intestino, onde 
passam pelo processo de maturação (BROOCKS, 2014). 
Quando estão presentes em grande quantidade, podem 
provocar obstrução intestinal, biliar e pancreático. Quando expostos 
a determinados fármacos as “lombrigas” tendem a migrar, o que pode 
provocar perfuração intestinal, e como consequência peritonite, além de 
provocar sua eliminação pelo ânus (BROOCKS, 2014). 
Os platelmintos são vermes achatados, seus corpos assemelham-
se a folhas e podem ser divididos em trematódeos e cestoides. A maioria 
dos trematódeos são hermafrodita, ou seja, possuem órgãos sexuais 
masculinos e femininos em um único corpo, apresentam um ventosa 
oral e ventral e outras estruturas. Observe na figura 10 a anatomia de 
trematódeo (MURRAY, 2014).
Microbiologia e Imunologia52
Figura 10 – Anatomia de trematódeo
Fonte: Tortora (2012, p. 356).
Os cestoides consistem em helmintos que apresentam formato de 
fita e o seu corpo é formado por proglotes, também são hermafroditas e 
nutrem-se absorvendo os nutrientes por meio da parede de seu corpo. 
Um exemplo de cestoide são as tênias, taenia solium e saginata, que 
parasitam o intestino de seus hospedeiros (MURRAY, 2014). 
São endoparasitos desprovidos de epiderme, de cavidade 
geral e de sistema digestivo; os órgãos de fixação estão 
localizados na extremidade anterior. O corpo é, em geral, 
alongado e construído por segmentos; algumas vezes 
lembram trematódeos (NEVES, 2004, p. 186). 
A transmissão da Taenia ocorre, principalmente através do consumo 
de carne bovina e suína malcozida contaminada, na maioria das vezes, 
esses parasitas provocam desconforto abdominal e diarreia. Através do 
parasitológico de fezes é possível fazer o diagnóstico dessa parasitose 
(MURRAY, 2014).
Microbiologia e Imunologia 53
Tratamento de Doenças Causadas por 
Parasitas
O tratamento das parasitoses varia de acordo com cada doença, 
geralmente são utilizados fármacos antiparasitários. Porém, existem 
algumas dificuldades no tratamento das parasitoses, alguns agentes 
antiparasitários precisam de administração demorada, podendo gerar 
efeitos somente em determinados estágios de uma doença. Para cada 
parasitose é indicado uma terapia específica, os anti-protozoários são 
utilizados nas infecções por protozoários e os anti-helmínticos nas 
infecções por helmintos.
RESUMINDO
Concluímos este capítulo e esta unidade, espero que 
tenha gostado de tudo que estudou até aqui. Vamos agora, 
fazer a revisão do capítulo. Este capítulo foi dedicado aos 
parasitas que são aqueles que se relacionam com um 
hospedeiro, adquirindo benefícios e gerando prejuízos para 
o hospedeiro. O estudo dos parasitas é conhecido como 
parasitologia, esta ciência classifica os parasitas em vários 
grupos, mas os protozoários e os helmintos são os parasitas 
mais importantes para a clínica médica. Os protozoários 
são microrganismos unicelulares, eucarióticos, com 
tamanho entre 2 a 100 μm. Normalmente, são encontrados 
na água e no solo, apresentam um protoplasma que fica 
envolvido por uma membrana celular, possuem organelas, 
entre elas, retículo endoplasmático, grânulos e vacúolos 
contráteis e digestivos, são classificados em flagelados, 
amebas, esporozoários e ciliados, o Trichomonas vaginalis, 
Entamoeba histolytica, Toxoplasma e Plasmodium são 
exemplos de protozoários. Os helmintos formam um 
grupo numeroso de organismos, bastante comum entre 
a população, incluindo espécies que são ou não parasitas. 
São representados pelos filos Nematoda, Platyhelminthes 
e Acanthocephala. Ascaris lumbricoides e taenia solium e 
saginata são exemplos de helmintos. 
Microbiologia e Imunologia54
AMABIS, J.M.; MARTHO, G.R. Biologia dos organismos. 2.ed. São Paulo: 
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br/scielo.php?pid=S0037-86822001000200010&script=sci_arttext (acesso 
em 15/03/2020). 
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REFERÊNCIAS
Livro Didático 
Digital 
Elayne Maria Cordeiro Dias
Livro Didático Digital
	Identificando Algumas Características dos Fungos e as Principais Doenças que Causam 
	Classificação, Crescimento e Isolamento dos Fungos
	Micoses 
	Ascomicetos 
	Hipersensibilidade a Fungos 
	Micotoxinas e Quimioterapia Antifúngica
	Caracterizando os Vírus 
	Introdução aos Vírus, Definição, Origem e Classificação dos Vírus
	Estrutura Viral e Composição Química dos Vírus
	Cultivo, Ensaio e Identificação dos Vírus
	Genética, Replicação e Transmissão dos Vírus
	Entendendo o Processo da Patogênese das Doenças Virais
	Princípios, Patogenia e Prevenção de Doenças Virais
	Parvovírus, Adenovírus, Poxvírus e Herpesvírus
	Reovírus, Rotavírus, Arbovírus, Ortomixovírus, Paramixovírus e Coronavírus
	Infecções por Vírus Lentos, Raiva, Vírus Tumorais, Oncogênese, Aids e Lentivírus
	Tratamento das Doenças Virais
	Identificando as Principais Características dos Parasitas 
	Flagelados, Hemoflagelados e Amebas
	Esporozoários, Microsporídeos e Helmintos
	Tratamento de Doenças Causadas por Parasitas

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