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AULA-04-LAZER-EDUCAÇÃO-FÍSICA-E-DESENVOLVIMENTO-HUMANO

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LAZER , EDUCAÇÃO FÍSICA E 
DESENVOLVIMENTO HUMANO 
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Olá! 
No aprendizado de hoje, estudaremos sobre o desenvolvimento humano, 
especificamente o crescimento físico dos bebês desde o nascimento até 1 ano e 
meio de idade, abrangendo a fase motora reflexa e a fase do movimento 
rudimentar. 
Nesta aula abordaremos os assuntos mais relevantes em relação ao 
desenvolvimento motor e que as principais atividades do corpo humano são o 
crescimento e o desenvolvimento. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
AULA 4 - 
DESENVOLVIMENTO 
HUMANO 
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Nesta aula, você vai conferir os contextos conceituais da psicologia entenderá 
como ela alcançou o seu estatuto de cientificidade. Além disso, terá a oportunidade 
de conhecer as três grandes doutrinas da psicologia, behaviorismo, psicanálise e 
Gestalt, e as áreas de atuação do psicólogo. 
▪ Compreender o conceito de psicologia 
▪ Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia 
▪ Conhecer as áreas de atuação do psicólogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta aula, você vai estudar as características do desenvolvimento motor da 
primeira infância: 
▪ Conseguirá caracterizar o desenvolvimento motor do bebê (zero a 1 ano e 6 
meses); 
▪ Irá identificar os períodos da vida humana; 
▪ Compreenderá as fases e os estágios do desenvolvimento motor. 
 
 
 
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4 DESENVOLVIMENTO HUMANO 
Os seres humanos não são biologicamente estáticos, desde o momento da 
concepção até a morte, sabe-se que ocorrem transformações quantitativas e 
qualitativas, tanto no sentido evolutivo quanto involutivo. Durante as duas primeiras 
décadas de vida, o “crescimento” e o “desenvolvimento” são as principais atividades 
do corpo humano, fenômenos simultâneos e condicionados pela velocidade 
mais ou menos rápida do processo de maturação e sua interação com indicadores 
ambientais entre crescimento e desenvolvimento (GUEDES, 2011). 
Ambos os conceitos eram frequentemente usados de forma 
intercambiável com o mesmo significado. No entanto, crescimento e desenvolvimento 
referem-se a processos que, embora inseparáveis e impossíveis de ocorrer 
isoladamente, são fenômenos por direito próprio que sempre têm uma 
correspondência direta entre si. 
O desenvolvimento humano começa na concepção e várias mudanças 
ocorreram ao longo dos anos. O ritmo de cada mudança pode variar de pessoa para 
pessoa, mas a sequência de comportamentos permanece a mesma e previsível. Os 
comportamentos são organizados em modelos teóricos cujas características estão 
relacionadas à idade cronológica, o que facilita a observação, avaliação e 
planejamento de intervenções clínicas e/ou educativas ao longo do desenvolvimento. 
Existem oito períodos no ciclo da vida humana: pré-natal (da concepção ao 
nascimento); primeira infância (0-3 anos); segunda infância (3-6 anos); terceira 
infância (6-12 anos); adolescência (12-20 anos); adulto jovem (20-40 anos); meia-
idade (40-65 anos); e idosos (mais de 65 anos). Desses períodos, os primeiros 12 
anos são os mais estudados por sua importância associada a ganhos graduais nos 
domínios motor, cognitivo, social e afetivo (PICK, 2021). 
 
 
 
 
 
O primeiro ciclo social do bebê ocorre dentro da família, onde são 
atendidas suas necessidades alimentares, higiene pessoal, segurança, 
afeto e referência afetiva. A educação infantil, por sua vez, torna-se seu 
segundo ambiente social, organizando um contexto que dá continuidade 
a esse comportamento de família, integrando um curículo com atividades 
que desenvolvem o bebê de forma integral. 
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4.1 Desenvolvimento motor 
Desenvolvimento motor refere-se a uma mudança contínua no comportamento 
 motor ao longo da vida devido à interação entre as tarefas a serem executadas, a 
biologia do indivíduo e as condições ambientais (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 
2013; HAYWOOD; GETCHELL, 2016). O movimento é parte integrante da vida 
humana e a forma como ele é processado resulta da interação do indivíduo com o 
meio ambiente e as interações sociais. O movimento humano não é apenas um 
deslocamento, também representa uma forma de linguagem corporal, quanto 
mais jovens os alunos, mais eles usarão essa linguagem corporal para se comunicar. 
Para descrever como ocorre o desenvolvimento motor ao longo da vida, 
foi desenvolvido um modelo teórico com as características específicas de cada 
idade, dividido em fases e estágios (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). 
Na figura 1 vemos o modelo teórico da ampulheta triangulada, na qual estão 
representadas todas as fases do desenvolvimento motor. 
 
Figura 1 - Fases e estágios do desenvolvimento motor 
Fonte: Adaptado de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013, p. 69). 
 
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Fase do movimento reflexo (útero a 1 ano) 
 
Fase caracterizada por movimentos involuntários expressos através de 
reflexos. Esses reflexos são movimentos controlados subcorticalmente (medula 
espinhal ou tronco cerebral: mesencéfalo, ponte e medula) e involuntários. Eles dão 
ao bebê informações (estímulos de pressão, visão, som e tátil) do ambiente, e essas 
informações também provocam os reflexos. Um exemplo disso é o susto ou reflexo de 
susto quando o bebê pula e dobra os braços e as pernas. 
O não desaparecimento do reflexo na idade esperada ou a presença do 
reflexo de forma muito fraca (pouco movimento) ou muito forte (movimento fixo) indica 
problemas neurológicos, ou seja, em algum momento da vida do bebê aconteceu algo 
que afeta o sistema nervoso central (SNC) e causa distúrbios funcionais que solicitam 
avaliação médica e possivelmente intervenção terapêutica (psicomotora, fisioterapia, 
terapia ocupacional). 
Em relação à maturação e crescimento do sistema nervoso, o desenvolvimento 
ocorre no sentido crânio-caudal e proximal-distal. Devido a esses princípios de 
progressão do desenvolvimento, a criança passa a controlar os membros superiores 
antes dos membros inferiores (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). 
 Esta fase é dividida em duas, que são explicadas abaixo: 
 
➢ Estágio de codificação de informações (útero a 4 meses): Nesta fase, o 
bebê apresenta muitos reflexos, que são as primeiras formas de movimento. 
Por meio de reflexos, o bebê coleta informações, procura comida e 
encontra abrigo. Entre 0 e 1 mês, a ação motora da criança 
está praticamente limitada a ações reflexas, portanto, sua interação social é 
limitada, pois não há intencionalidade de movimento. 
 
➢ Estágio de decodificação de informações (4 meses a 1 ano): O bebê 
processa estímulos sensoriais com informações retidas. Ocorre cada vez um 
aumento nas inibições dos reflexos. 
 
 
 
 
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Fase do movimento rudimentar (nascimento a 2 anos) 
Há presença de movimentos incontrolados e grosseiros, os quais com a 
maturação do SNC, tornam-se controláveis de forma intencional. Portanto vão 
surgindo movimentos voluntários de estabilidade (que envolvem autocontrole 
relacionado à força da gravidade), de manipulação (execução de força ou recepção e 
força e objetos) e de locomoção (modificação na localização do corpo relativamente à 
um lugar fixo na superfície (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). 
No que se refere ao controle postural, a sustentação da cabeça em decúbito 
dorsal acontece em média entre os 3 a 4 meses de idade. Evidencia-se também nessa 
faixa etária as habilidades de coordenação olho-mão. Assim a criança vê e segura de 
propósito algo que chamou sua atenção. Em meio aos 4 a 5 meses, o bebê apropria-
se a posição sentada com apoio/sustentação. Nesse período, o movimento da criança 
acontece em bloco, ou seja, todo o corpo se move em uma determinada direção e não 
apenas um segmento do corpo. 
 Crianças com cerca de 5 meses de idade tendem a ter uma inclinação 
pronunciada para a frente quando estão sentadas e muitas vezes alcançam objetos 
próximos para se equilibrar.Muitas vezes, o próprio pé é usado como 
suporte, fazendo com que o bebê caia como um bloco. Entre 6 e 7 meses a 
criança pode sentar-se sem ajuda; de 9 aos 10 meses fica em pé com apoio; 
e em uma média de 12 meses fica em pé sem apoio. Toda aquisição do controle 
postural serve como subsídio para a estruturação do movimento. Então no decorrer 
dos 7 e 8 meses, o bebê começa a engatinhar; entre 12 e 14 meses, marcha 
independente de estrutura; começa a andar aos 18 meses; e entre 20 e 21 meses é 
capaz de dar pequenos saltos. Esta fase é dividida em duas fases, que são 
explicadas abaixo. 
➢ Estágio inibição do reflexo (nascimento a 1 ano): No período de 1 a 4 
meses, existe um aumento nos movimentos voluntários. O que era reflexivo 
torna-se intencional graças à prática constante, crescimento e maturação do 
sistema nervoso. Socialmente, pela intencionalidade das ações, há um 
amadurecimento e aprimoramento dos vínculos sociais. 
O movimento torna-se um evento entre 4 e 8 meses. A criança realiza o ato 
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uma vez e vibra com sua conquista. Além disso, a percepção e correção dos 
próprios movimentos é estruturada gradualmente através da experiência. Quanto 
à interação social, o bebê é capaz de reconhecer estranhos, também devido ao 
aumento da acuidade visual. Dos 8 aos 12 meses, há um desenvolvimento acentuado 
na locomoção, aumentando muito sua interação social. Além disso, nessa fase o bebê 
responde de forma mais clara à motivação social, que é influenciada positivamente 
pela capacidade de locomoção (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). 
➢ Estágio pré-controle (1 a 2 anos): Esta fase é caracterizada pela 
experimentação ativa. Caminhar não é mais um problema, é apenas 
um meio de locomover-se. A criança começa a movimentar tudo e explorar 
áreas desconhecidas paralelamente ao seu desenvolvimento motor, cognitivo, 
social e afetivo. Este é um momento muito perigoso para o bebê, pois não há 
controle real de parada e sensação de perigo, o que muitas vezes faz com que 
ele caia. Socialmente falando, expandir a interação social é uma consequência 
natural. 
Entre 18 e 22 meses, inicia-se a estruturação do movimento pensado, a 
reflexão, a ação racionalmente planejadas. O sistema nervoso permanece em 
desenvolvimento acelerado. Concomitantemente, existe organização do simbolismo; 
a criança vê uma cadeira e pensa em se sentar, vê um objeto e pensa em pegá-lo 
(GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). 
A fase de movimento rudimentar apresenta marcos motores para os três tipos 
de movimentos (estabilidade, manipulação e locomoção). Os marcos são habilidades 
motoras básicas, utilizadas como marcadores de aquisição de cada habilidade e 
indicam maturação adequada do SNC. A ordem de aquisição é relativamente 
consistente e previsível, mesmo em padrões diferentes. 
No Quadro 1, podemos observar o desenvolvimento sequencial e a idade 
aproximada de surgimento das habilidades de estabilização, manipulação e 
locomoção. Esses são de extrema importância para o planejamento das atividades e 
das avaliações desenvolvidas no contexto terapêutico e educacional. Além disso, os 
testes avaliativos formais e normatizados empregados em pesquisas são baseados 
nesses marcos (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). 
 
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Quadro 1 - Sequência do desenvolvimento e idade aproximada de surgimento das 
aptidões estabilizadoras, de manipulação e de locomoção 
 
Tarefas de 
estabilidade 
Capacidades específicas Idade de surgimento 
aproximada 
 
 
 
Controle da cabeça e do 
pescoço 
Vira para um lado Nascimento 
Vira para ambos os lados 1 semana 
Mantém com apoio Primeiro mês 
Retira o queixo da superfície de contato Segundo mês 
Controla bem a posição pronada Terceiro mês 
Controla bem a posição supinada Quinto mês 
 
 
 
Controle do tronco 
Levanta a cabeça e o peito Segundo mês 
Tenta mudar da posição supinada para a 
pronada 
Terceiro mês 
Consegue rolar da posição supinada 
para a posição pronada 
Sexto mês 
Rola da posição pronada para a 
supinada 
Oitavo mês 
 
 
Sentado 
Senta com apoio Terceiro mês 
Senta com autoapoio Sexto mês 
Senta sozinho Oitavo mês 
Fica de pé com apoio Sexto mês 
 
De pé 
Sustenta-se com apoio das mãos Décimo mês 
Empurra - posição de pé com apoio Décimo primeiro mês 
Fica em pé sozinho Décimo segundo mês 
 
 
 
 
 
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Tarefas de 
manipulação 
Capacidades específicas Idade de surgimento 
aproximada 
 
Alcançar 
Alcançar globular não efetivo Primeiro ao terceiro mês 
Alcançar com captura definida Quarto mês 
Alcançar controlado Sexto mês 
 
 
 
 
Preensão 
Preensão reflexa Nascimento 
Preensão voluntária Terceiro mês 
Preensão palmar com as duas mãos Terceiro mês 
Preensão palmar com uma das mãos Quinto mês 
Preensão de pinça Nono mês 
Preensão controlada Décimo quarto mês 
Comer sem assistência Décimo oitavo mês 
 
 
Tarefas de 
estabilidade 
Capacidades específicas Idade de surgimento 
aproximada 
 
Soltar 
Soltar básico Décimo segundo ao décimo 
mês 
Soltar controlado Décimo oitavo mês 
 
 
Tarefas de 
locomoção 
Capacidades específicas Idade de surgimento 
aproximada 
 
Movimentos 
horizontais 
Rastejar sentado Terceiro mês 
Rastejar Sexto mês 
Engatinhar Nono mês 
Andar de quatro Décimo primeiro mês 
 
 
Marcha ereta 
Andar com apoio Sexto mês 
Andar com alguém segurando as mãos Décimo mês 
Andar com a condução de alguém Décimo primeiro mês 
Andar sozinho (mãos para cima) Décimo segundo mês 
Andar sozinho (mãos para baixo) Décimo terceiro mês 
Fonte: Adaptado de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013). 
 
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
GALLAHUE, D.; OZMUN, J. C.; GOODWAY, J. D. Compreendendo o 
desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2013. 
 
GUEDES, D. P. Crescimento e desenvolvimento aplicado à Educação Física e ao 
Esporte. Revista brasileira de Educação Física e Esporte. São Paulo, v.25, p.127-
40, dez, 2011. 
 
HAYWOOD, K.; GETCHELL, N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. 6. ed. 
Porto Alegre: Artmed. 2016. 
 
PRIESS, F, G; et al. Educação Física na educação infantil. Grupo A, 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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