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LAZER , EDUCAÇÃO FÍSICA E DESENVOLVIMENTO HUMANO 2 Olá! No aprendizado de hoje, estudaremos as atividades pedagógicas que poderemos desenvolver na educação infantil. Nesta aula abordaremos os assuntos mais importantes em relação à essa prática. Bons estudos! AULA 7 – ATIVIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 3 Nesta aula, você vai conferir os contextos conceituais da psicologia entenderá como ela alcançou o seu estatuto de cientificidade. Além disso, terá a oportunidade de conhecer as três grandes doutrinas da psicologia, behaviorismo, psicanálise e Gestalt, e as áreas de atuação do psicólogo. ▪ Compreender o conceito de psicologia ▪ Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia ▪ Conhecer as áreas de atuação do psicólogo. Nesta aula, você vai reconhecer os jogos e as brincadeiras como estratégias para o desenvolvimento cognitivo e motor. ▪ Compreenderá as possibilidades de utilização de jogos e brincadeiras como estratégias de ensino adequadas para a Educação Física na educação infantil; ▪ Estudará sobre a elaboração de planos de aprendizagem com foco nos jogos e brincadeiras para a educação infantil; ▪ Perceberá a importância da utilização de instrumentos para observar os movimentos que a criança realiza em seu cotidiano; e ▪ Conhecerá a contribuição dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento da criança. 4 7 ATIVIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA Fonte: shre.ink/1CS7 As relações que envolvem o desenvolvimento motor e cognitivo da criança são muito interessantes e merecem ser observadas. Essas relações são capazes de serem melhor verificadas se os jogos e brincadeiras forem utilizados como instrumentos para observar os movimentos que a criança realiza em seu cotidiano. No entanto, deve-se sempre lembrar que o repertório motor que os alunos apresentam durante suas brincadeiras são resultado de uma interação entre o meio em que vivem, a tarefa que costumam realizar e seus fatores hereditários. Estudar e aprender o sentido de um cérebro em amadurecimento é, portanto, essencial para poder analisar mudanças em seu movimento que podem, por exemplo, levar a futuras dificuldades de aprendizagem. Nesse sentido, os jogos e brincadeiras na educação infantil tornam-se uma ferramenta essencial para as aquisições básicas de que a criança necessita e que a acompanharão ao longo de sua vida. Nesta etapa, negligenciar as brincadeiras infantis é um erro muito grave, pois faz com que elas pulem fases em sua evolução motora, isso apresentará um impacto negativo em determinado momento de sua vida (PRIESS, 2021). Quando falamos de jogos, brincadeiras e ludicidade, precisamos definir bem esses conceitos, visto que os mesmos afetarão diretamente a prática diária do ensino. Os jogos são atividades nas quais a criança reproduz acontecimentos da vida social, através das quais adquire elementos essenciais para a construção de sua 5 personalidade e para a compreensão da realidade da qual faz parte. Então os jogos e brincadeiras também são uma forma de educar a criança. A atividade lúdica é compreendida pelos autores como uma forma de entretenimento, pois diverte e traz alegria ao participante. No caso dos jogos, esta é uma atividade humana fundamental. Principalmente nas crianças, o ato brincar manifesta-se de forma espontânea, aliviando a tensão interna e permitindo uma reeducação comportamental (ROMANO; ALENCAR, 2018). Ao inserir jogos e brincadeiras na educação infantil, é interessante notar que as fases do progresso humano e suas respectivas idades possuem um significado bem importante. Por exemplo, na fase motora reflexa, quando a criança apresenta uma inibição progressiva de muitos reflexos, estes tornam-se atividades motoras naturais e a criança pode iniciar o controle sobre algumas ações (por exemplo, sucção). Como não coordenam diferentes informações provenientes dos sentidos, as crianças têm atenção seletiva, por isso é interessante trabalhar apenas um sentido da criança por vez. No caso especial da educação física, estímulos visuais, auditivos e táteis podem ser processados com crianças dessa idade. As atividades baseadas na musicalidade são bem recebidas, principalmente aquelas que abordam as partes do corpo da criança. Outra atividade interessante é trocar o berço pelo chão (protegida por painéis de EVA) para que ela possa explorar diversos ambientes, permitindo um trabalho mais acentuado na abertura dos braços e ombros e de cabeça para baixo (PRIESS, 2021). 7.1 Estratégias e possibilidades Ao observar as crianças desde os primeiros anos de vida, existem evidências de que elas passam grande parte do tempo em jogos, brincadeiras e atividades lúdicas. Jogar e brincar são tão fundamentais para as crianças que até podem ser classificadas como uma necessidade básica, considerando que essas atividades afetam diretamente o seu desenvolvimento ao longo da vida. No entanto, é difícil para os adultos entenderem que os jogos e brincadeiras têm um alto valor para as crianças, por isso é uma necessidade, e essa necessidade, se não atendida, 6 torna-se um problema que afeta diretamente seu aprendizado e causa prejuízos incalculáveis em seu processo de desenvolvimento. A motricidade deve ser entendida como a totalidade das expressões corporais verbais e não verbais, uma vez que a linguagem ainda é uma habilidade motora que envolve cerca de uma centena de músculos que sustentam e mantêm o desempenho mental global (FONSECA, 2008). Em relação ao avanço motor e à maneira de avaliar esse desenvolvimento em crianças, é possível analisar na faixa etária de 0 a 3 anos algumas aquisições de forma observacional das motricidades espontânea, provocada e dirigida (SOUZA; GONDIM; L. JUNIOR, 2014): ➢ Avaliação do tônus muscular; ➢ Avaliação das reações e das reflexões primitivas; ➢ Observação da evolução motora normal; e ➢ Avaliação através de ferramentas estabelecidas de medidas motoras. Motricidade espontânea As habilidades motoras espontâneas do bebê, como o nome sugere, são a maneira em que espontaneamente ele se apresenta. Isso requer que o bebê esteja alerta, mas o examinador não precisa necessariamente fazer uma comunicação visual com o bebê. As habilidades motoras espontâneas devem ser avaliadas preferencialmente no período anterior à alimentação, pois o lactente pode ficar sonolento e menos ativo logo em seguida. No caso de um forte ataque de gritos, a observação dos movimentos espontâneos ficará danificada, porém é possível, visto que às vezes aumentará. De acordo com Souza, Gondim e L. Junior (2014), para uma observação adequada da motricidade espontânea do bebê até aos 3 meses, o observador na sua avaliação deve assegurar que: ➢ As movimentações do bebê são simétricas; ➢ As mãos do bebê abrem e fecham espontaneamente; ➢ Os membros superiores e inferiores do bebê apresentam uma certa amplitude de movimento, que aumenta quando a roupa é retirada, atinge sua amplitude total quando o bebê está nu em um ambiente quente; 7 ➢ As movimentações de “busca e fuga” acontecem nos membros superiores, visando à linha média. Se ficar sobre a influência do reflexo tônico cervical assimétrico (RTCA), o padrão de movimentação do bebê se modifica, ficando mais assimétrico, segundo a posição de lateralização da cabeça (extensão dos membros do lado para o qual a face está voltada, principalmente do membro superior, e flexão dos membros do lado contralateral). O observador pode direcionar a atenção do bebê para o lado oposto para observar a mudança no padrão de movimento: para cima, às vezes esticado, sempre simétricos. Motricidade provocada A observação da motricidadedespertada é um complemento da motricidade espontânea. É o examinador quem provoca a motricidade do bebê através do contato visual, estimulando seu corpo na área abdominal ou através de estímulo sensorial tátil usando tecidos finos (fraldas de pano), preferencialmente pela própria criança, na face e no corpo para observar suas reações. O examinador deve enfatizar os seguintes aspectos: ➢ Episódio de acréscimo brusco da movimentação espontânea dos membros superiores, ou seja, se as movimentações são velozes e amplas ou se permanecem tendendo à linha média; ➢ Se possui proporção de qualidade na movimentação no corpo inteiro e se abrem e fecham as mãos; ➢ Se a movimentação dos membros inferiores acompanha a ampliação da movimentação e se aumentaram os movimentos amplos de flexão e extensão. Ressalta-se que, como o tônus de base do bebê de até 2 meses de idade é predominantemente flexor, se raramente observa a extensão total dos membros inferiores nessa fase. 8 Motricidade liberada Souza, Gondim e L. Junior (2014) esclarecem que essa denominação é empregada para se referir às habilidades motoras observadas quando se sustenta com uma das mãos a nuca do bebê em posição semi-sentado, deixando o seu corpo livre para movimentos espontâneos. O avaliador precisa estar em posição frontal e na mesma altura do bebê para estabelecer com ele contato ocular e verbal. É imprescindível que se observe: ➢ Se ocorre a diminuição do padrão das movimentações amplas e evolui a qualidade dos movimentos dos membros superiores do bebê, tornando-os mais complexos; ➢ Se preferencialmente as mãos se encontram abertas; ➢ Se possui endireitamento da cervical e do tronco. Motricidade dirigida É obtido através de estímulos no corpo da criança, direcionando seu movimento, no exame da motricidade dirigida, é esperado que estímulo tátil desencadeie movimentos dos membros superiores, como supinação, pronação e abertura dos dedos, podendo a mesma observação ser feita nos membros inferiores, principalmente na altura dos pés. O profissional deve garantir que o estímulo sensorial seja suave, apenas um roçar de pano ou a mão, além de ser rápido, leve e repetitivo. Má seletividade ou assimetrias de movimento podem ser um sinal de comprometimento do tônus muscular. A presença de hipertonia, por exemplo, compromete a movimentação, limitando os movimentos ativos, podendo desencadear mecanismos de concentração excessiva, perda de seletividade e fora de fase da ação muscular (SOUZA; GONDIM; L. JUNIOR, 2014). 9 Entre outras coisas, crianças que apresentam esse tipo de transtorno precisam de intervenção motora, que é solicitada geralmente após avaliação de um psicopedagogo ou neuropsicopedagogo. Portanto, é interessante acompanhar esses casos de perto durante suas aulas, de forma que possa relatar à coordenação pedagógica da escola qualquer tipo de dificuldade que o aluno esteja enfrentando em termos de desenvolvimento motor. 7.2 Elaboração de planos de aprendizagem tendo como foco jogos e brincadeiras A criança descobre a si mesma e as suas preferências através da ação e do movimento. Nesse processo dialógico, ela finalmente toma consciência de seu esquema corporal. No entanto, a efetividade desse processo ocorre apenas quando há uma base de estimulação que considere a variedade de estímulos que levam a mudanças sinápticas positivas durante o desenvolvimento da criança. Não se pode descartar que a afetividade seja um dos pilares dessa base, sobre a qual todos os processos de desenvolvimento, principalmente o ensino-aprendizagem, acontecem continuamente. Na Educação Física para a educação infantil não poderia ser diferente, pois há a necessidade de dar suporte aos fundamentos da ação que a criança irá realizar nos jogos e brincadeiras, selecionados conforme a fase do desenvolvimento em que a mesma se encontra. Segundo Batista (2014), a partir da organização do ‘eu’, a criança gradualmente expande seu espaço e vivencia o que é sensação, percepção, cognição e afeto, processo que a conduz a um desenvolvimento mais completo. Sendo o Muitos distúrbios do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), possuem componentes prejudicados do desenvolvimento motor. 10 ser humano um ser social, as relações da criança no grupo são muito importantes não só para a aprendizagem social, mas também para a consciência fundamental da sua personalidade. A interação com os amigos da escola, principalmente os da turma, vai levar essa criança a concluir que é um deles (pertence ao grupo) e que ao mesmo tempo é diferente em muitos aspectos. Através da dinâmica estabelecida pelos jogos e brincadeiras desenvolvidas durante as aulas de Educação Física, pretende-se que as crianças percebam as reais potencialidades de seu corpo, suas possibilidades e dificuldades, compartilhem suas experiências, busquem ajuda do professor e superem as dificuldades. Esse trabalho normalmente traz para eles uma melhor aceitação das diferenças, uma melhor percepção do próprio corpo e o prazer do movimento através da brincadeira, consequentemente, pode despertar uma maior vontade de aprender. No entanto, ao formular planos de aprendizagem (estrutura de aula), há alguns aspectos a serem considerados. Em primeiro lugar, o planejamento deve começar pela coleta de informações sobre o grupo de alunos com quem o trabalho será feito, através de um diagnóstico. Esse instrumento é usado para encontrar informações que afetam a aula, como: Ex.: idade (incluindo data de nascimento); se nasceu a termo ou prematuro; algum tipo de patologia; uso de medicamentos; bem como informações que a escola julgar necessárias para o professor. Todos esses dados são relevantes porque afetam diretamente o desenvolvimento da criança. Ao desenvolver um plano de trabalho que inclua jogos e brincadeiras, podem ser abordadas algumas questões relacionadas à quando e como devem ser usados estes jogos, ambos são fundamentais para o desenvolvimento da criança nos primeiros 2 anos de vida. Durante este processo, é importante que o professor de Educação Física seja muito coerente na escolha das atividades, pois é necessário respeitar as fases em que a criança se encontra e as informações transmitidas através dos exercícios. Não se deve esquecer que uma das principais características de um plano de aula é a sua flexibilidade, ou seja, dependendo das respostas que observamos e registramos por meio dos exercícios com as crianças, podemos adaptar melhor o nosso trabalho para satisfazer mais plenamente as necessidades. Como se pode constatar, a educação infantil é a fase mais importante do 11 desenvolvimento humano, pois é nessa fase que são trabalhados os alicerces do desenvolvimento. Quando o trabalho é realizado com seriedade e comprometimento, se reduz significativamente o índice de crianças com deficiências motoras e consequentes dificuldades de aprendizagem em suas vidas. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATISTA, N. R. Psicomotricidade na Educação Infantil. EF Deportes: Revista digital, Buenos Aires, ano 18, n. 188, 2014. FONSECA, V. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. In: congresso internacional educación infantil y desarrollo de competencias, 1., 2008, Madrid. Anais [...]. Madrid: La Asociación Mundial de Educadores Infantiles, 2008. PRIESS, F, G; et al. Educação Física na educação infantil. Grupo A, 2021. ROMANO, L. N; ALENCAR, G. P. Educação Física infantil: o brincar, o lúdico, o jogo e o papel do educador. Revista Gestão Universitária, [s. l.], v. 10, 2018. SOUZA, A. M. C; GONDIM, C. M. L; L. JUNIOR, H. V. Desenvolvimento da motricidade do bebê no primeiro ano de vida.In: SOUZA, A. M. C.; DAHER, S. Reabilitação: paralisia cerebral. Goiânia: Cânone, cap. 2, p. 39–58,2014. 13
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