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Derram� Pleura�: Fisiopatologia: ● A pleura é uma membrana serosa dupla que recobre a face interna da parede torácica (pleural parietal) e o pulmão (pleural visceral) e a transição entre estas ocorre no hilo pulmonar. ● No espaço pleural em condições fisiológicas, é preenchido por uma fina camada de fluido pleural; Derrame Pleural: ● Os derrames pleurais (DP) são condições muito frequentes, com incidência estimada em mais de 1,3 milhão de casos por ano; ● 20 % a 30% dos casos de pneumonia adquirida evoluem para DP; Etiologia: Principais causas: ● São descritas mais de 60 causas de derrame pleural, mas a grande maioria dos casos (2/3) é causada por insuficiência cardíaca congestiva, neoplasias e pneumonias. ● Pós-operatório, iatrogenia, empiema secundário a trauma torácico, e obstrução brônquica devida a neoplasia central ou por corpo estranho. Classificação: O DPP desenvolve-se inicialmente como um exsudato reacional, de aspecto claro, não viscoso, com baixa celularidade, ausência de bactérias, pH normal. ➢ Se o processo não for controlado com o uso de antibióticos, o derrame pode se tornar complicado, com aumento do volume de líquido. Podendo ser caracterizado de acordo com a substância presente no espaço: ● Hemotórax: Sangue ● Pneumotórax: Ar ● Quilotórax: Linfa ● Empiema: Pus Derrame Pleural: Fora Edema Pulmonar: Encharcamento do pulmão - Dentro Anamnese e Exame físico: Os sintomas: ➢ Tosse: A tosse geralmente é seca, podendo vir em acessos, consequência da estimulação das terminações nervosas no processo inflamatório. ➢ Dor pleurítica: Geralmente se manifesta com moderada intensidade, em pontada e variando com os movimentos respiratórios. Nos processos infecciosos, costuma ser aguda e crescente. Já nos processos embólicos e no pneumotórax apresenta-se de forma súbita. ➢ Dispneia: Bastante variável, podendo apresentar-se de forma súbita ou crescente. Em geral, o grau é proporcional à quantidade de líquido e a velocidade de acúmulo deste. Os sinais e sintomas vão depender do volume acumulado no espaço pleural. ➢ Derrames pequenos com volume inferior a 300ml costumam não trazer repercussões clínicas; ➢ Podem não causar alterações no exame físico, sendo muitas vezes achados radiológicos. O que possivelmente vamos achar no exame físico? Sinais clássicos ao exame físico, em acúmulos superiores a >500ml ou mais no espaço pleural: ➢ Percussão: Som maciço. ➢ Palpação e ausculta: diminuição do frêmito toracovocal e do murmúrio vesicular no terço inferior do hemitórax afetado e taquidispneia; ➢ Inspeção: expansibilidade diminuída. Atenção!!! Importante estar atento a achados de exame físico como linfonodomegalias, hepato e/ou esplenomegalia ou outros que remetem a doença de base com insuficiência cardíaca ou renal e neoplasias dentre outros. Exames diagnósticos indicados: Radiografia de tórax: ➢ É o exame inicial solicitado, em ortostase ou elevação do dorso e perfil. Achados costumam surgir com acúmulos acima de 200ml. Ultrassonografia de tórax (USG): ➢ A USG é superior à radiografia para diagnosticar e quantificar derrame pleural; ➢ Em derrames pequenos e nos pacientes acamados (UTI). Útil para detectar espessamento pleural. ➢ Útil para guiar procedimentos pleurais como toracocentese e drenagem pleural; ➢ Minimizando a ocorrência de punção inadvertida de vísceras como baço e fígado ➢ Recomenda-se o seu uso, sempre que possível, para guiar procedimentos pleurais. Tomografia Computadorizada de Tórax: ➢ Exame mais detalhado, sobre a cavidade pleural, pulmão e mediastino; ➢ Permite conhecer presença de derrame, volume estimado, pneumotórax e espessamento pleural, entre outros. ➢ Permite avaliar com fidelidade as outras estruturas torácicas e do abdome superior. A toracocentese: ➢ Indicada para DP unilateral ou sem melhora após 48 horas do início de diuréticos ou quando existe forte suspeita de neoplasia ou infecção; ➢ Não existe contraindicação absoluta ao procedimento, mas a avaliação de cada caso individualmente (quantidade de plaquetas menor que 50.000/mm3; pacientes em ventilação mecânica; infecção ativa no local da punção); ➢ Pode ser diagnóstica ou de alívio (até 1550ml ) ● Utilizar: cateter tipo jelco de maior calibre (14 ou 16), cateter single-lumen usado para acesso venoso central. ➢ Amostras: Coletar de forma aséptica, se para estudo bioquímico, culturas, citologia e exames específicos. ➢ Posição do paciente: sentado e com braços apoiados, sendo o local previamente marcado com o auxílio do USG. ➢ Posição da agulha: espaços acima da 9° costela, no bordo superior, 5-10 cm de distanciamento da coluna vertebral (evitar a punção acidental de órgãos intra-abdominais) ● Aspecto do líquido ● sempre deve ser documentado e é bastante importante na definição diagnóstica, embora de forma isolada, não deva definir o diagnóstico: 1. Leitoso: no quilotórax 2. purulento ou turvo: empiema/parapneumônico 3. Hemático: acidental ou em DP neoplásico. Tratamento: A abordagem terapêutica mais específica vai depender da causa base que gerou o DP; A toracocentese de alívio: ➢ Geralmente realizada com propósito diagnóstico, a menos que o paciente apresenta dispnéia ao repouso. ➢ Forma terapêutica ou de alívio é realizada com retirada lenta do líquido. Dreno torácico: Cuidados de Enf. com dreno de tórax: •Manter selo d’água em 500ml; •Realizar troca de selo d’água a cada 24h; •Manter o clamp sempre aberto (fechar para troca do selo); •Manter o dreno SEMPRE ABAIXO do tórax; •Registrar débito a cada 6h (ou menos se drenagem >100ml/h); •Verificar oscilação ; •Verificar presença de coágulos no circuito; •Verificar borbulhamento; •Realizar curativo da inserção (24/24h); •Fixar com curativo meso lateral; Se ocorrer a saída acidental do dreno: • Ocluir RAPIDAMENTE o orifício do dreno; não fique esperando material de curativo, use o que tiver às mãos (lençol, toalha, etc.) ou simplesmente aproxime as bordas do orifício com os dedos; • Avisar o médico responsável; • Fazer curativo compressivo; • Não deixe o paciente sozinho; procure tranqüilizalo; • Administrar O2 se o paciente apresentar desconforto respiratório.
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