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Psicologia e Comportamento Organizacional - Aula 1

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PSICOLOGIA E 
COMPORTAMENTO 
ORGANIZACIONAL 
AULA 1
ABERTURA 
O significado de 
comportamento
Olá!
Comportamento é um dos assuntos mais tratados no âmbito da Psicologia. Mesmo assim, 
sua definição não é simples nem está totalmente fechada. Dentre as abordagens 
psicológicas, certamente a que mais se dedicou a trabalhar o significado dessa palavra foi o 
behaviorismo (ou comportamentalismo), que começou a se desenvolver a partir das 
contribuições de Watson (1879-1958).
Nesta aula, você vai estudar o significado de comportamento a partir da ótica 
behaviorista, aprenderá a distinguir o comportamento controlado por regras do 
comportamento modelado implicitamente e a explicar a modelagem do comportamento a partir 
do seguimento de regras e da mudança de estímulos. 
Bons estudos.
REFERENCIAL TEÓRICO
O tema comportamento humano desperta o interesse de inúmeros estudiosos, tendo 
muitas publicações e teorias a respeito. Há registros de estudos acerca do tema há pelo 
menos 100 anos. Uma das abordagens psicológicas que mais se dedica ao estudo e à 
compreensão do significado de comportamento é o behaviorismo.
No capítulo "O significado do comportamento", que faz parte da obra Imagem pessoal, você 
vai estudar sobre o significado de comportamento a partir da visão dessa abordagem 
psicológica e vai aprender a distinguir o comportamento controlado por regras do 
comportamento modelado implicitamente e a explicar a modelagem do comportamento a partir 
do seguimento de regras e da mudanças de estímulos.
Faça seu estudo e, ao final, você terá aprendido a:
• Explicar o comportamento a partir do behaviorismo.
• Distinguir o comportamento controlado por regras do comportamento modelado
implicitamente.
• Descrever a modelagem do comportamento a partir do seguimento de regras e das
mudanças de estímulos.
Boa leitura.
O significado do 
comportamento
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Explicar o comportamento a partir do behaviorismo. 
 � Distinguir o comportamento controlado por regras do comporta-
mento modelado implicitamente.
 � Descrever a modelagem do comportamento a partir do seguimento 
de regras e das mudanças de estímulos.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o significado de comportamento a partir 
do behaviorismo. A questão da definição de comportamento vem sendo 
discutida ao longo dos anos pela psicologia, sem que os estudiosos 
tenham chegado a um consenso. As abordagens da psicologia divergem 
sobre esse assunto, assim como ocorre com inúmeros conceitos. 
Nesse sentido, você estudará a visão do behaviorismo sobre o com-
portamento, destinguirá o comportamento controlado por regras do 
comportamento modelado implicitamente e explicará a modelagem 
do comportamento a partir do seguimento de regras e das mudanças 
de estímulos.
Comportamento sob a ótica do behaviorismo 
O termo behaviorismo vem do inglês behavior, que em português corresponde 
ao termo comportamento, sendo, por isso, a abordagem também conhecida 
como comportamentalismo. A ideia ou crença central do behaviorismo/com-
portamentalismo é a de que é possível uma ciência que tenha como objeto de 
estudo o comportamento (BAUM, 2006). 
Há mais de 100 anos o conceito de comportamento é estudado (os registros 
apresentam estudos desde 1906), sendo que a complexidade de sua definição 
fica evidente quando se resgata a literatura. A primeira definição que se tem é a 
de que comportamento é aquilo que o organismo faz. Entretanto, essa definição 
parece não ser suficiente em muitos aspectos (CARRARA; ZILIO, 2013). Tendo 
em vista essa complexidade, para compreender e explicar o comportamento 
a partir do behaviorismo é necessário que se entenda o próprio behaviorismo 
e sua história. Sendo assim, é preciso apresentar um breve resgate histórico 
do behaviorismo, para conhecer o behaviorismo metodológico e radical e, a 
partir dessa compreensão, estudar a explicação acerca do comportamento sob 
a ótica do behaviorismo. 
Behaviorismo: um resgate histórico
O behaviorismo surgiu no final do século passado com ideias que se opunham 
ao mentalismo vigente na época, dando maior ênfase a aspectos objetivos e 
observáveis dentro da psicologia (MATOS, 1995). Na compreensão menta-
lista, entende-se que o objeto de estudo da psicologia é a consciência, já para 
o behaviorismo, entende-se que é o próprio comportamento (BAUM, 2006). 
Entende-se por mentalismo os enfoques psicológicos que consideram os comporta-
mentos como resultantes de processos e/ou agentes internos ou de natureza distinta 
da conduta analisada. 
De acordo com a linha de pensamento mentalista, o indivíduo recebe informações e/
ou impressões do meio em que está e as processa internamente, essas vão para a mente 
(movimento instrospectivo) e é lá que ocorrem os processos responsáveis pelas ações. 
Vale destacar ainda que os processos cognitivos, tão discutidos no campo da ciência 
psicológica, são originalmente uma forma de mentalismo. 
Fonte: Carrara e Zilio (2013) e Matos (1995). 
Essa nova compreensão do objeto de estudos da psicologia surgiu em 
meados de 1913, sendo principalmente desenvolvida por John Broadus 
Watson (1879-1958), conhecido como o fundador do behaviorismo e grande 
defensor da psicologia como ciência natural e aplicada. Ele é conhecido por 
O significado do comportamento2
ser o fundador do behaviorismo clássico ou, no termo mais utilizado no 
Brasil, behaviorismo metodológico, conforme você estudará na sequência 
(STRAPASSON, 2012).
Tendo em vista esse momento histórico e as novas discussões dentro do 
campo da psicologia, enfatizando a questão do comportamento como foco 
de estudos e o destaque para os aspectos objetivos e observáveis dentro da 
ciência psicológica, retoma-se a questão central dessa discussão: o que é 
o comportamento a partir do behaviorismo? A explicação não é unânime, 
por isso é importante distinguir a compreensão de comportamento dentro 
do behaviorismo metodológico, ou clássico, que tem como principal estu-
dioso o já mencionado Watson, da compreensão dentro do behaviorismo 
radical, que tem como principal autor Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) 
(BAUM, 2006). 
Behaviorismo metodológico
O behaviorismo metodológico, versão inicial do behaviorismo, baseia-se na 
compreensão de realismo. Entende-se que o comportamento é resultado de 
uma causa real, exterior e separada do mundo interno ou subjetivo do sujeito. 
Esse behaviorismo, atualmente também conhecido como behaviorismo an-
tigo, tem seu foco no método, já que acredita que o único caminho possível 
para a ciência do comportamento é através do mundo objetivo. Dessa forma, 
o behaviorismo metodológico lança mão de estratégias de coleta de dados 
concretas acerca de experiências externas. Ou seja, nessa metodologia há uma 
grande ênfase no mundo externo, por ser compartilhado com outras pessoas e, 
assim, passível de confirmação. Nesse sentido, o behaviorismo metodológico 
também ficou conhecido como “psicologia do outro”, justamente por essa 
característica da necessidade de confirmação, o que resultou em um foco no 
comportamento público, ou seja, no comportamento observável por outras 
pessoas (BAUM, 2006).
O comportamento, para os estudiosos do behaviorismo metodológico, pode ser 
observado objetivamente. Ou seja, por definição, comportamento é o que é observável 
pelo outro (externamente), podendo ser contado e medido (MATOS, 1995). 
3O significado do comportamento
Devido a essa ênfase no que é observável, o behaviorismo metodológico 
foi se aproximando da fisiologia. Essa aproximação ocorreu pelo fato de que 
alguns comportamentos não podem ser observados de uma forma direta por 
outra pessoa, como, por exemplo, sentir sede. Nesses casos, os behavioristas 
metodológicos passaram a recorrer a indicadores fisiológicos para mensurar 
de forma concreta esse tipo de comportamento. Observa-se assim, que a 
compreensão de comportamento do behaviorismo metodológico, focado no 
observávelconcretamente, começa a apresentar algumas lacunas quando se 
fala em comportamentos que não são expressos de maneira concreta e obser-
vável por outras pessoas, como ocorre ao sentir dor ou sede. Essas lacunas 
levantaram questionamentos e provocaram uma revisão das concepções desse 
modelo de estudo (MATOS, 1995). 
Na concepção do behaviorismo metodológico, quando se vê um homem correndo na 
rua se entende que o comportamento é o que está sendo observado. Nesse sentido, 
pode-se definir como comportamento a composição do movimento observado (como 
a movimentação dos músculos que estão sendo utilizados, de uma forma que pode 
ser observada e medida por outra pessoa). 
Sendo assim, conforme o behaviorismo metodológico, quanto mais detalhada for 
essa descrição, mais próximo se está do comportamento real. Note, entretanto, que 
nesse caso, as razões do comportamento do homem e o contexto em que está inserido 
não são tratados (BAUM, 2006).
O behaviorismo foi se transformando a partir das discussões suscitadas 
com a identificação das lacunas, principalmente com as contribuições de 
Skinner, surgindo o que é conhecido atualmente como behaviorismo radical. 
Behaviorismo radical
O behaviorismo radical, diferente do behaviorismo metodológico, que tinha 
como base o realismo, é embasado no pragmatismo. O pragmatismo contrasta 
com o realismo, visto que, a partir dessa compreensão, entende-se que a força 
da investigação cientifica, ou a validade de uma ciência, não está somente na 
busca pela verdade — ou busca pelo que é essencialmente real, visto que o 
O significado do comportamento4
conceito de real é até mesmo questionável, por sua compreensão perpassar 
sempre pelo filtro dos sentidos — mas também no que ela permite fazer na 
prática (pragmatismo, etimologicamente, tem a mesma origem da palavra 
prática). Sendo assim, com o pensamento pragmático, o behaviorismo radical 
entende a busca pela verdade como uma busca por uma potencial explicação 
de um fenômeno, considerando que qualquer verdade pode ser questionada 
e substituída por uma verdade mais próxima da realidade no futuro, e o que 
importa para a ciência não é a busca pelo que é mais real, e sim essa transição, 
esse desenvolvimento, pelo qual o conhecimento passa à medida em que vai 
transformando suas verdades (BAUM, 2006).
Tendo como pano de fundo essa compreensão, Skinner defende que o 
que existe para o indivíduo (mesmo que exista apenas para ele, não podendo 
ser observado por outras pessoas) deve ser considerado quando se trata 
de comportamento. Essa é uma das primeiras e principais mudanças do 
behaviorismo metodológico para o radical: a compreensão de que o próprio 
homem pode servir como uma medida para todas as coisas. Assim, o impe-
rativo de que um comportamento precisa ser algo externo e observável pelo 
social, característico, não se faz mais necessário no behaviorismo radical 
(MATOS, 1995).
Entretanto, para não cair no subjetivismo (lembrando que o behaviorismo 
se opõe à concepção de mentalismo), é importante que se analise as evidências 
de que algo está ocorrendo. As evidências são encontradas na experiência de 
quem as descreve, principalmente quando se trata de comportamentos que 
não podem ser observados por outras pessoas. Sendo assim, mesmo eventos 
privados ou internos (como sentir fome ou dor) passam a figurar de maneira 
mais clara no campo da ciência do comportamento. O behaviorismo radical não 
faz distinção entre o mundo externo e interno, como ocorre no behaviorismo 
metodológico. O behaviorista radical explica o comportamento a partir da 
própria experiência, buscando termos descritivos que incluem, por exemplo, 
os fins (ou objetivos) de um comportamento e o contexto no qual ele ocorre 
(BAUM, 2006). 
Seguindo esse raciocínio, Lopes (2008) desenvolve uma proposta para 
a definição de comportamento no behaviorismo radical. Ele destaca que a 
definição de comportamento dentro dessa perspectiva à primeira vista parece 
desnecessária e até mesmo descabida, visto que todas as pessoas são conside-
radas íntimas do comportamento (pelo menos do próprio). Entretanto, quando 
se pensa na definição de comportamento, percebe-se que a formulação de um 
conceito é muito mais complexa do que se pensa. 
5O significado do comportamento
Nesse sentido, Lopes (2008) define comportamento como a relação entre 
organismo e ambiente e que é encontrado na mesma medida no organismo e no 
ambiente, visto que se expressa justamente na relação entre ambos. Além disso, 
o autor destaca outra característica: o aspecto dinâmico. O comportamento 
não é uma relação estática que pode ser isolada e analisada, mas sim um fluxo 
interacional (também chamado de fluxo comportamental) entre organismo e 
ambiente, o que evidencia ainda mais sua complexidade. 
Comportamento é o que ocorre na relação entre organismo e ambiente. Sendo assim, 
não se pode falar de comportamento em si. Não há como se analisar ambiente sem 
pensar no modo como este interage com o organismo e vice-versa (CARRARA; ZILIO, 
2013). 
Outro ponto discutido por Lopes (2008) é a questão das unidades de aná-
lise do fluxo comportamental. Não se pode dividir o fluxo comportamental, 
entretanto, por razões de análise, é possível realizar recortes para aprofundar 
a discussão acerca do tema. As unidades de análise do comportamento são: 
 � Evento comportamental: entendido como as respostas do organismo 
frente a eventos ambientais (estímulos). 
 � Estado comportamental: diz respeito à probabilidade de que determi-
nada resposta (evento comportamental) seja emitida por um organismo 
frente a determinada situação do ambiente (estímulo). 
 � Processo comportamental: entendido como os processos de mudança 
que ocorrem no comportamento (como a aprendizagem, por exemplo). 
Essa unidade do fluxo comportamental evidencia seu caráter dinâmico. 
Como foi visto, a definição de comportamento a partir da perspectiva do 
behaviorismo não é algo simples e fechado. Pelo contrário, é uma definição 
complexa e em alguns casos até mesmo controversa. Ainda assim, acredita-se 
que as características apontadas descrevem aspectos essenciais desse conceito 
dentro da concepção behaviorista. Para dar continuidade a essa compreensão, a 
seguir você estudará dois tipos distintos de comportamento, o comportamento 
controlado por regras e o comportamento modelado implicitamente.
O significado do comportamento6
Comportamento controlado por regras e 
comportamento modelado implicitamente 
Conforme vimos, comportamento é o que ocorre na relação entre organismo 
e ambiente, podendo ser dividido em: evento comportamental, estado com-
portamental e processo comportamental. Os comportamentos não são fixos 
nem estáticos, mas dinâmicos e ocorrendo em um fluxo comportamental. 
Existem diferentes tipos de comportamento, nesse escopo do capítulo você 
aprenderá a distinguir o comportamento controlado por regras do comporta-
mento modelado implicitamente. 
De acordo com a perspectiva behaviorista, entende-se que há dois grandes tipos de 
comportamento: 
 � comportamento respondente (não voluntário, ou reflexo);
 � comportamento operante (voluntário). Os comportamentos controlados por re-
gras e modelados implicitamente são exemplos de comportamentos operantes. 
É importante entender que todo o comportamento operante, ou seja, todo comporta-
mento voluntário, seja ele controlado por regras ou não, é modelado por contingências 
de reforço (estímulo que aumenta as chances de determinado comportamento ocorrer) 
ou contingências de punição (estímulos que diminuem as chances de determinado 
comportamento ocorrer). Sendo assim, quando se atua nas contingências, pode-se 
atuar no comportamento. 
Fonte: Baum (2006) e Mizukami (1986). 
Comportamento controlado por regras
O comportamento controlado por regras começou a ser estudado com o intuito 
de investigar o que faz uma regra ser mais ou menos respeitada por um sujeito, 
ou seja, a partir do questionamento referente às variáveis relativas às regrasque 
faziam determinado comportamento ocorrer e ser mantido (PARACAMPO; 
ALBUQUERQUE, 2005).
Para distinguir comportamento controlado por regras de comportamento 
modelado implicitamente, faz-se necessário a definição do que são regras 
dentro da compreensão behaviorista. Regras são estímulos antecedentes verbais 
(falados ou escritos) que podem descrever contingências, ou seja, que podem 
descrever: 1) o comportamento que deve ser emitido; 2) as condições nas 
7O significado do comportamento
quais esse comportamento deve ser emitido e 3) suas consequências prováveis. 
Assim, entende-se que as regras podem funcionar, da mesma forma como as 
contingências, restringindo a variação comportamental, estabelecendo com-
portamentos novos e/ou alterando comportamentos já estabelecidos (BAUM, 
2006; PARACAMPO; ALBUQUERQUE, 2005). 
A principal diferença entre os comportamentos controlados por regras e os 
comportamentos modelados por contingências é que no primeiro caso o con-
trole se dá através da instrução (que pode ser entendida como a descrição das 
contingências), já no segundo caso o controle se dá através da contingência em 
si (BAUM, 2006; MATOS, 2001). Para ficar mais claro, veja o exemplo a seguir: 
Um comportamento controlado por regras necessita de um estímulo antecedente 
verbal. Considere o seguinte caso:
Você está dirigindo em uma via e se depara com a placa dizendo: "Tráfego inter-
rompido a 500 metros. Utilize o desvio". Nesse momento, você avalia e delibera sobre 
o seu comportamento, optando por pegar o desvio.
A mensagem contida na instrução recebida (placa) pode ser entendida da seguinte 
forma: "Se você continuar por esta via, acontecerá isso ou aquilo; se você tomar uma via 
alternativa, acontecerá aquilo outro". Assim, observe que a placa estava descrevendo 
uma contingência e foi essa descrição que atuou no controle do seu comportamento 
em pegar o desvio. 
Fonte: Matos (2001).
Em síntese, entende-se que, para ser considerado comportamento controlado 
por regras é necessário que haja um estímulo verbal antecedente. Ou seja, é 
necessário que haja uma instrução ou direcionamento explicito. Sendo assim, 
instruções, avisos, orientações, conselhos, ordens e leis, dentre outros, são 
exemplos de regras. As regras expressam a descrição de uma contingência, e é 
essa descrição (não a contingência em si) que atua na ocorrência do comporta-
mento (ALBUQUERQUE; PARACAMPO, 2017; BAUM, 2006; MATOS, 2001).
Comportamento modelado implicitamente
O comportamento modelado implicitamente, também conhecido como com-
portamento modelado por contingências, é operante influenciado ou mode-
lado por consequências relativamente imediatas que o seguem. Esse tipo não 
O significado do comportamento8
depende da apresentação a uma regra, ou a descrição de uma contingência 
(como visto anteriormente), sua ocorrência é influenciada pelas relações de 
reforço e punição não-verbalizadas. Dessa forma, entende-se que esse tipo de 
comportamento não depende de outras pessoas, requer somente a interação 
da pessoa com o ambiente (AGUIAR; CHINELATO, 2014; BAUM, 2006). 
Comportamentos modelados implicitamente não necessitam de uma instrução ou 
direcionamento explícito, como ocorre com os comportamentos modelados por 
regras. Muitas vezes, o sujeito não consegue explicar ou falar sobre como realizar um 
comportamento modelado implicitamente, justamente por não ter essa característica 
verbal (BAUM, 2006). 
Os comportamentos modelados implicitamente geralmente são os que 
precisam de treino, prática, para serem aperfeiçoados. Muitas vezes iniciam 
como um comportamento controlado por regras (por terem uma instrução 
inicial) mas, posteriormente, vão sendo modelados de forma implícita. Por isso, 
é difícil identificar os que sejam modelados unicamente de forma implícita. 
Entende-se que esse tipo está relacionado a um conhecimento operacional, ou 
seja, está no campo do “como” se faz (BAUM, 2006). Para entender melhor, 
veja o exemplo a seguir: 
Um exemplo do comportamento modelado implicitamente é o comportamento de 
andar de bicicleta. 
Em muitos casos, a pessoa que vai aprender a andar de bicicleta recebe uma orien-
tação verbal inicial. Porém, para que ela consiga de fato andar de bicicleta, é necessário 
que ela pratique, treine, vá aperfeiçoando as técnicas durante o próprio movimento. 
No momento do treino, relações não verbais entre o movimento do corpo e o objetivo 
de andar de bicicleta vão modelando o comportamento de forma implícita, até que 
a forma esteja correta e aquela habilidade aprendida. Devido a essa característica 
não verbal, muitas vezes, quando solicitada, a pessoa não sabe explicar como faz o 
movimento, ela simplesmente sabe fazer (BAUM, 2006). 
9O significado do comportamento
Como foi visto no exemplo, comportamentos modelados implicitamente 
são ligados a um conhecimento operacional que necessita de prática e treino 
e vão sendo aprendidos a partir de uma relação não verbal, apenas entre o 
sujeito e o ambiente. É nessa relação que o comportamento vai sendo de-
senvolvido. Para seguir na compreensão do significado de comportamento 
no behaviorismo, no item seguinte você estudará especificamente sobre a 
modelagem de comportamento, tanto a partir do seguimento de regras, quanto 
das mudanças de estímulos.
A modelagem do comportamento
É um processo semelhante ao utilizado por um escultor que molda (por isso 
o termo) uma massa de argila. O escultor vai puxando a argila para um lado, 
para o outro, pressionando-a, até que ela adquirir a forma desejada. O processo 
de modelagem ocorre de maneira análoga ao de esculpir, sendo que, neste, o 
comportamento é moldado pelos reforços e punições (BAUM, 2006).
 � Reforços atuam na modelagem aumentando as chances de que determinado 
comportamento ocorra. Comportamentos mais bem-sucedidos tendem a ser 
reforçados e, por isso, tendem a ocorrer com maior frequência.
 � Punições, por sua vez, atuam de maneira contrária. Quanto mais um comportamento 
é punido, menos ele tende a ocorrer. 
Essa relação entre efeitos e comportamentos é um dos princípios da aprendizagem 
e é conhecida como lei do efeito. Os resultados da lei do efeito são frequentemente 
entendidos como modelagem (BAUM, 2006). 
A modelagem de comportamentos a partir do seguimento de regras ocorre 
por meio da descrição de contingências ou consequências que surgem. Quando 
as consequências são positivas e os comportamentos bem-sucedidos, a ten-
dência é que eles voltem a ocorrer (PARACAMPO; ALBUQUERQUE, 2005). 
Há outro aspecto importante quando se trata da modelagem de comporta-
mentos de seguir regras. Este passa por um outro nível, além ser controlado 
pela descrição das contingencias, também é controlado de forma generalizada. 
Isso ocorre porque desde muito cedo as pessoas são expostas a regras e, quando 
O significado do comportamento10
as respeitam, são reforçadas por isso. A pessoa aprende que seguir regras 
(de forma generalizada) é positivo. Existem, inclusive, jogos e brincadeiras 
para que crianças aprendam o comportamento de seguir regras de forma 
geral, como é o caso de “Faça o que o mestre mandar”, entre outras. Nesse 
sentido, é visto que o comportamento de seguir regras é bastante reforçado 
na sociedade, fazendo com que, acredita-se, seja possível o desenvolvimento 
de habilidades e conhecimentos mais complexos. A partir do seguimento de 
regras de maneira generalizada é possível fazer com que as pessoas se engajem 
em comportamentos a partir de uma instrução verbal, não necessitando da 
contingência imediata como modeladora do comportamento específico que se 
busca desenvolver. Isso ocorre, por exemplo, com práticas complexas como a 
construção de um avião ou o desenvolvimento de uma operação matemática 
(BAUM, 2006).
Lembre-se que quando falamos em regras, estamos utilizando a concepção que 
o behaviorismo tem desse conceito. São considerados regras os estímulos verbais 
antecedentes, como orientações, instruções, entre outros. 
Fonte: Baum(2006). 
Por fim, para tratar da modelagem a partir da mudança de estímulos, 
veremos as situações em que o sujeito sabe o resultado que busca (o resultado 
bem-sucedido, que atua como um reforçador), mas não sabe o comportamento a 
ser executado. Para ilustrar, pense na atividade de um arquiteto, que necessita a 
cada novo projeto buscar um novo comportamento. Quando o arquiteto projeta 
onde fica melhor colocar um banheiro, um móvel, uma janela. Percebe-se que 
os comportamentos a serem emitidos são obscuros, por serem específicos 
para cada novo caso, porém o resultado a ser encontrado é claro: um projeto 
que funcione e atenda às necessidades de quem contratou o serviço. Quando 
o arquiteto está projetando, ele vai desenvolvendo diversos esboços e, à me-
dida que os desenvolve, vai avaliando o que funciona e o que não funciona e 
essas informações são consideradas na confecção do esboço seguinte, até a 
conclusão do projeto. Ou seja, os esboços servem como estímulos, pois um 
esboço influencia o próximo a ser desenvolvido, modelando o comportamento 
de projetar do arquiteto (BAUM, 2006).
11O significado do comportamento
Para ficar mais claro, analise esse tipo de modelagem em comparação com 
a modelagem a partir do seguimento de regras. Quando se trata de regras, 
estão sendo tratados comportamentos que são modelados por estímulos verbais 
prévios, ou seja, há uma orientação prévia sobre qual comportamento deve ser 
emitido. Quando se fala em comportamentos modelados a partir da mudança 
de estímulos, fala-se de situações em que comportamentos específicos ou 
originais são solicitados. Nesses casos, utilizam-se estímulos que vão se 
alterando à medida em que a pessoa emite respostas, ou seja, o resultado da 
resposta anterior modela a seguinte. Mesmo sendo comportamentos novos, eles 
não são aleatórios, visto que modelados por estímulos que mudam à medida 
em que a pessoa emite novas respostas (BAUM, 2006). 
Como foi visto, o tema comportamento, sob a ótica do behaviorismo, é 
bastante complexo. Neste capítulo você estudou sobre o conceito de com-
portamento, a partir de um resgate histórico da compreensão do termo 
dentro do behaviorismo, viu as diferenças entre comportamento controlado 
por regras e comportamento modelado implicitamente e, por fim, estudou 
sobre a modelagem dos comportamentos, entendendo como funcionam os 
comportamento modelados a partir do seguimento de regras e a partir da 
mudança de estímulos.
AGUIAR, J. C. de; CHINELATO, J. M. T. Interpretação do Direito e comportamento 
humano. Revista de Informação Legislativa, Brasília, v. 51, n. 203, p. 111-125, jul./set. 
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ALBUQUERQUE, L. C. de; PARACAMPO, C. C. P. Seleção do comportamento por jus-
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2005-2023, dez. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tpsy/v25n4/2358-
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BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução. 2. ed. 
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CARRARA, K.; ZILIO, D. O comportamento diante do paradigma behaviorista radical. 
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O significado do comportamento12
LOPES, C. E. Uma proposta de definição de comportamento no behaviorismo radical. 
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portamental e Cognitiva, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 51-66, dez. 2001. Disponível em: <http://
pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-55452001000200007&ln
g=pt&tlng=pt>. Acesso em: 19 out. 2018.
MIZUKAMI, M. da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
PARACAMPO, C. C. P.; ALBUQUERQUE, L. C. de. Comportamento controlado por regras: 
revisão crítica de proposições conceituais e resultados experimentais. Interação em 
Psicologia, Curitiba, v. 9, n. 2, p. 227-237, 2005. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/
psicologia/article/view/4798/3681>. Acesso em: 10 out. 2018.
STRAPASSON, B. A. A caracterização de John B. Watson como behaviorista metodológico 
na literatura brasileira: possíveis fontes de controle. Estudos de Psicologia, Natal, v. 17, 
n. 1, p. 83-90, jan./abr. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/epsic/v17n1/10.
pdf>. Acesso em: 18 out. 2018.
Leituras recomendadas
TEIXEIRA JÚNIOR, R. R.; SOUZA, M. A. O. de. Vocabulário de análise do comportamento: 
um manual de consulta para termos usados na área. Santo André: ESETec, 2006.
ZILIO, D.; CARRARA, K. Mentalismo e explicação do comportamento: aspectos da crítica 
behaviorista radical à ciência cognitiva. Acta comportamentalia, México, D.F., v. 16, n. 
3, p. 399-417, 2008. Disponível em: <http://www.revistas.unam.mx/index.php/acom/
article/view/18121/17242>. Acesso em: 19 out. 2018.
13O significado do comportamento
PORTFÓLIO
O behaviorismo indica dois tipos principais de comportamento: o 
comportamento operante (voluntário) e o comportamento respondente (não 
voluntário, ou também entendido como comportamento reflexo). O foco principal de 
estudos dos behavioristas é o comportamento operante e, dentro desse tipo de 
comportamento, destaca-se o comportamento controlado por regras e o comportamento 
modelado implicitamente (BAUM, 2009, MIZUKAMI, 1986). Dentre as diferenças 
desses dois tipos de comportamento, a principal é que o primeiro é controlado 
por um estímulo verbal antecedente, característica que não aparece no 
comportamento modelado implicitamente.
Dê um exemplo de cada um dos tipos de comportamento acima descritos.
PESQUISA
Experimenter
https://www.youtube.com/watch?v=NtoDZ5C3FeU
O comportamento controlado por regras pode facilitar muito a aprendizagem. Porém, 
há alguns aspectos importantes a serem avaliados nessa generalização. Para refletir 
sobre isso, assista ao filme Experimenter (2015), que retrata o famoso experimento de 
Stanley Milgram na Universidade de Yale, na década de 60.
N

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