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IEPSIS O papel da Terapia Ocupacional no atendimento da criança com TEA Componente de desempenho Sensório-motor Definição Desenvolvimento humano Desenvolvimento motor típico Desenvolvimento motor no TEA Sinais de alerta Intervenção precoce 000 Lorem ipsum dolor sit amet, Ocupações Atividades de Vida Diária (AVD) Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) Gestão da Saúde Brincar LazerDescanso e Sono Educação Trabalho Participação Social Terapeutas ocupacionais se concentram no uso terapêutico de ocupações para promover a saúde, o bem-estar e a participação na vida, usando-as como métodos primários de intervenção. Refere-se a capacidade de receber estímulos, processar informações e produzir respostas. Componentes de desempenho Sensório motor Cognitivo Habilidades psicossociais Sensório Motor Descreve as integrações sensoriais e motoras, bem como as estruturas envolvidas na manutenção da integridade das articulações durante os movimentos corporais e a manutenção da postura (ALENCAR et al., 2011). Um estímulo é captado pelos órgãos (olhos, orelhas, pele, nariz, etc.) e sistemas sensoriais (visual, auditivo, vestibular, tátil, olfativo, etc.), é processado e interpretado pelo cérebro, ou seja, ocorre a percepção, e depois (quando necessário) o sistema nervoso envia uma mensagem do cérebro para as estruturas motoras (músculos, dentre outras) para executar uma ação. Sensório Motor Desenvolvimento Humano O desenvolvimento humano é multifacetado. Além das mudanças no movimento humano, ocorrem mudanças intelectuais, sociais e emocionais. Como esses domínios do desenvolvimento humano estão em constante interação, nunca poderemos compreendê-los plenamente até que tenhamos compreendido cada um deles. Desenvolvimento motor é o estudo das mudanças que ocorrem no comportamento motor humano durante as várias fases da vida, os processos que servem de base para essas mudanças e os fatores que os afetam. Desenvolvimento Motor Padrão de resposta a estímulo sonoro • 0-3 meses • Reflexo de moro (resposta de sobressalto)em recém nascidos com estímulo sonoro apresentado de forma súbita • Acalma-se com a voz da mãe • Entre 3 e 4 meses • Pode começar a virar lentamente a cabeça • Procura ou localiza o som da mãe • 7 meses • Gira a cabeça diretamente para o lado de onde vem o som • Localiza a voz da mãe • 10 meses • Começa a localizar som acima da cabeça • Reconhece alguns comandos verbais (ex: dá tchau, joga beijo) • 13-18 meses • Localiza diretamente sons para o lado, para baixo e para cima • Reconhece comandos verbais (cadê a mamãe, cadê o pé) Comportamentos visuais • Ao nascimento • Busca fonte luminosa, fixação visual presente mas breve, tentativas de seguir objeto em trajetória horizontal • 1 mês • Contato visual e fixação visual por alguns segundos, seguimento visual em trajetória horizontal em arco de 60º, preferência por objetos de alto contraste e figuras geométricas simples • 2 meses • Inicia coordenação binocular, seguimento visual em trajetória vertical, inicia sorriso social • 3 meses • Inicia observação da mãos e faz tentativas de alcance para o objeto • 4 meses • Pode levar a mão em direção ao objeto visualizado e agarrá-lo Comportamentos visuais • 5 a 6 meses • Capaz de dissociar os movimentos dos olhos dos movimentos da cabeça, reconhece familiar, amplia o campo visual para 180º • 7 a 10 meses • Interessa-se por objetos menores e detalhes, interessa-se por figuras, busca e reconhece objetos parcialmente escondidos • 11 a 12 meses • Orienta-se visualmente no ambiente familiar, reconhece figuras, explora detalhes de figuras e objetos, comunicação visual é efetiva • 12 a 24 meses • Atenção visual, aponta para o objeto desejado; muda o foco de visão de objetos próximos e distantes com precisão; identifica em si, no outro ou em bonecos partes do corpo; reconhece o própria rosto no espelho, reconhece lugares, rabisca espontaneamente • 24 a 36 meses • Tenta copiar círculos e retas, constrói uma torre com 3 ou 4 cubos, percepção de profundidade quase completa. Indicador de Desenvolvimento Motor • 1 mês • Postura característica do bebê em supino. • Apresenta movimentos amplos, variados e estereotipados, com forte influência de reflexos primitivos • Em prono: o peso do corpo se encontra na cabeça e tronco superior. Pode levantar a cabeça momentaneamente, sem alcance da linha média (ajeita a cabeça para poder respirar) • 3 meses • Acompanha objetos visualmente , rotação da cabeça para ambos os lados • Os movimentos dos olhos e cabeça já são, muitas vezes, simultâneos e coordenados • Prono: é capaz de fazer a descarga de peso em antebraços, elevando a parte superior do tronco e a cabeça (em 90°), na linha média • 4 meses • Une as mãos na linha média, mantendo também a cabeça mais centralizada • Supino: consegue alcançar os joelhos e rolar para decúbito lateral, com maior percepção corporal Indicador de Desenvolvimento Motor • 5 meses • É capaz de levar os pés à boca, eleva o quadril e pode arrastar em supino empurrando o corpo para trás (interesse no alcance do objeto), inicia o rolar para prono ainda sem muita rotação do tronco • 6 meses • Levanta a cabeça espontaneamente. • Prono: suporta peso nas mãos, liberando o apoio de uma delas para o alcance de objetos; apresenta reação de equilíbrio nesta posição, inicia o arrastar. • Puxado para sentar: auxilia no movimento, elevando a cabeça do apoio e tracionando membros superiores. • Colocado na posição sentada: é capaz de manter-se nessa postura com apoio, por longo tempo. Apoia as mãos à frente do corpo pela reação de proteção • 7 meses • Brinca em decúbito lateral. • Aquisição do equilíbrio de tronco / senta sem apoio • O desenvolvimento adequado da musculatura de tronco e da pelve permite uma ótima estabilidade na postura sentada Indicador de Desenvolvimento Motor • 8 meses • Rola e puxa para arrasta-se • Domínio das rotações, permite assumir várias posturas e fazer transferência da postura de gatas e ajoelhado e de prono para sentado • Apresenta reação protetora para os lados quando sentado • 9 meses • Em gatas, faz o balanço, desenvolvendo equilíbrio e força muscular para iniciar o engatinhar em blocos e depois de maneira dissociada • Fica de pé com apoio • 10 meses • Engatinha ou desloca-se em pé na posição de urso • Apresenta extensão protetora pra trás quando sentado e roda em círculos • Inicia marcha lateral com apoio nos móveis Indicador de Desenvolvimento Motor • 11 meses • Desenvolvimento da postura ortostática e capaz de liberar apoio de 1 mão durante a marcha • 12 meses • Eleva-se estendendo ativamente membros inferiores, e transfere da posição ortostática para sentado com dissociação de membros inferiores • Fica em pé sem apoio e primeiros passos independentes. • 18 meses a 24 meses • Fica sentado sozinho na cadeira • Sobe e desce escadas com apoio • Salta com os 2 pés • 24 a 30 meses • Tenta se equilibrar em 1 pé só • 30 a 36 meses • Salta nos mesmo local com 1 pé só • Anda de triciclo A marcha sem apoio pode ser considerada dentro da normalidade quando iniciada até os 18 meses. Função Manual • 1 mês • Mão fechadas e reflexo de preensão palmar • 2 meses • Abre e fecha as mãos espontaneamente • 3 meses • Descoberta das mãos, leva-as à boca e primeiras tentativas de alcance de objetos • 4 meses • Preensão voluntária, pega objetos e leva-os à boca • 6 meses • Amplia exploração do s objetos: bate, balança. Puxa e transfere de uma mão pra outra • 7 meses • Derruba objetos voluntariamente, segura objetos pequenos na palma da mão • 8 meses • Inicia o soltar • 9 meses • Aprende a dar objetos quando solicitado Função Manual • 10 meses • Dissocia o movimentos do indicador (“dedo tateador”) • Retira e coloca objetos em um recipiente • 12 meses • Realiza pinça fina • Solta os objetos quando solicitado• Realiza encaixes amplos • Lança a bola em uma direção • 12 a 24 meses • Segura copo, inicia o uso da colher • Empilha objetos • 24 a 36 meses • Consegue carregar um copo cheio de agua sem derramar • Imita linhas e círculos, enfia contas grandes em um cordão • Vira maçanetas em portas • Vira 1 pagina por vez • Manuseia brinquedos de encaixe por pressão • Segura lápis entre polegar e indicador, apoiando no dedo médio Desenvolvimento Motor no TEA O desenvolvimento motor e a aquisição de habilidades motoras de crianças autistas encontram- se na literatura em diversos relatos clínicos sobre as funções motoras e seus déficits (WILSON et al., 2018). A dificuldade nas habilidades motoras em indivíduos com TEA pode vir a causar impactos na vida cotidiana e social, pois estas habilidades se encontram presentes em todos os contextos da vida diária. Desenvolvimento Motor no TEA A existência de disfunções motoras nos primeiros meses de vida, combinados com problemas sociais e sinais de comunicação posteriores, podem ser um indicador precoce no diagnóstico. Alguns estudos apontam características motoras observadas em idade precoce de crianças diagnosticadas com TEA: hipotonia, estereotipias e instabilidade postural Desenvolvimento Motor no TEA A existência de deficiências motoras não é um preditivo da sintomatologia autista, mas pode constituir um fator agravante no prognóstico do TEA Um estudo comparou o teste TGDMD-2 com as questões de comunicação social e verificou que as crianças com déficits motores tem mais propensão a déficits na comunicação social do que os outros participantes do grupo controle. Nesse sentido, portanto, a busca por sinais precoces do autismo continua sendo uma área de intensa investigação científica. Alguns marcadores potencialmente importantes no primeiro ano de vida incluem anormalidades no controle motor, atraso no desenvolvimento motor, sensibilidade diminuída a recompensas sociais, afeto negativo e dificuldade no controle da atenção. Sinais de Alerta Torna-se essencial levar em consideração a sondagem neuromotora e motora na triagem precoce, a fim de estabelecer rapidamente a direção do tratamento. Sinais de Alerta Discute-se importância da inclusão dos aspectos motores em avaliações com indivíduos com TEA, tanto para diagnóstico quanto para rastreio, independentemente da idade. Intervenção Precoce As atividades motoras finas e globais podem acarretar implicações e déficits para as habilidades sociais e de comunicação. Dessa forma, habilidades motoras comprometidas que forem diagnosticadas previamente e com intervenção iniciada precocemente poderia minimizar algumas dificuldades cognitivas e sociais Dessa forma, compreender as características das habilidades motoras das crianças com TEA pode orientar a intervenção precoce. Intervenção Precoce A intervenção precoce está associada a ganhos significativos no funcionamento cognitivo e adaptativo da criança. Ambos, deficiências de processamento sensorial e motor podem influenciar a participação de crianças com TEA em atividades diárias e devem ser levados em conta para uma intervenção terapêutica. Terapia Ocupacional A atuação do terapeuta ocupacional pode ser benéfica e significativa, no sentido de maximizar o desempenho ocupacional satisfatório, contribuindo assim para uma melhora na qualidade de vida. Por meio da estimulação dos componentes de desempenho é possível proporcionar alguma independência à criança na realização de suas atividades de vida diária, na participação efetiva no brincar e no lazer. Terapia Ocupacional A Terapia Ocupacional busca favorecer o desempenho ocupacional da criança, focando o desenvolvimento necessário das habilidades adequadas a sua faixa etária, proporcionando ações através da brincadeira. O brincar se caracterizar como uma das principais áreas de desempenho da infância. Referências • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de estimulação precoce : crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. • CATELLI, C.L.R.Q.; D’ANTINO, M.E.F.; BLASCOVI-ASSIS, S.M. Aspectos Motores em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista: revisão de literatura. Cadernos de Pós Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento. São Paulo, v.16, n.1, p. 56-65, 2016. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Manual de Orientação do Transtorno do Espectro do Autismo. Departamento científico de Pediatria do Desenvolvimento e comportamento.. N.5, Abril de 2019. • SOUZA, A.C.; MARINO, M.S.F. Atuação do Terapeuta Ocupacional com crianças com atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. Cadernos de Terapia Ocupacional UFSCar. São Carlos, v.21, n. 1, p. 149-153, 2013. • VITO, R.V.P.; SANTOS, D. O desenvolvimento motor e a aquisição de habilidades motoras em autistas. Revista Perspectivas Online: Biológicas & Saúde., v. 10, n. 34, p1-15. Agosto de 2020.