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Qualidade da água. Resolução 
CONAMA 357/2005 e Resolução 
CONAMA 430/2011
Apresentação
As águas podem ser encontradas de três maneiras distintas: doces, salobras e salinas. O que difere 
uma da outra é a salinidade presente em cada.
A água doce pode ser encontrada em quatro classes. Quanto pior a qualidade da água, pior sua 
classificação. Quando as águas recebem classificação 4, por exemplo, é permitido seu uso apenas 
para navegação e harmonia paisagística. Não pode haver contato direto por conta dos altos índices 
de contaminação. A classificação e os padrões de poluentes presentes em cada classe foram 
estabelecidos em legislações, como a Resolução CONAMA 357/2005 e a Resolução CONAMA 
430/2011.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as classes das águas, que variam de acordo com 
os usos pretendidos. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as principais legislações que tratam do enquadramento e dos parâmetros das águas 
e sua importância.
•
Discernir as principais classes de uso das águas.•
Reconhecer os principais parâmetros e as variáveis que interferem na qualidade das águas.•
Infográfico
Há diferentes classes para as águas. Essas classificações variam conforme a qualidade, isto é, 
quanto menor a qualidade das águas, menos será possível utilizá-la. Acompanhe o infográfico!
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/be189d9a-9b06-4415-af62-e6c4a9b0eded/d3ddbf0a-ccf9-4d4e-946c-acd47a1ab6e5.jpg
Conteúdo do livro
No material disponível para leitura, o autor destaca que sem as legislações, não haveria como saber 
se a água que utilizamos, para diferentes fins, poderia ou não apresentar poluentes. De nada 
adianta simplesmente realizar análises se não existir uma legislação que funcione como um 
“padrão” de comparação entre os valores obtidos.
Faça a leitura do capítulo Qualidade da água. Resolução CONAMA 357/2005 e Resolução 
CONAMA 430/2011, que consta na obra Manejo de bacias hidrográficas, servindo de base teórica 
desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura!
MANEJO DE BACIAS 
HIDROGRÁFICAS 
Ronei Tiago Stein
Qualidade da água. 
Resolução CONAMA 
357/2005 e Resolução 
CONAMA 430/2011
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identifi car as principais legislações quanto ao enquadramento e aos
parâmetros das águas, bem como sua importância.
 Discernir sobre as principais classes de uso das águas.
 Reconhecer os principais parâmetros e variáveis que interferem na
qualidade das águas.
Introdução
Neste texto, você irá estudar as classes das águas, que variam de acordo 
com a pretensão de uso. As águas podem ser encontradas de três ma-
neiras distintas: doce, salobra e salinas. O que difere uma água da outra 
é a presença de salinidade. As águas doces podem ser encontradas em 
quatros classes diferentes (especial, classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4). 
Quanto pior a qualidade da água, pior a sua classificação. Quando as águas 
recebem classificação 4, por exemplo, seu uso é permitido apenas para 
navegação e harmonia paisagística, não podendo haver contato direto, 
devido aos altos índices de contaminação.
A classificação e os padrões de poluentes presentes em cada classe 
foram estabelecidos em legislações, como a Resolução do Conselho Na-
cional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 357/2005 e a Resolução CONAMA 
nº 430/2011. Essas resoluções fornecem os valores máximos permitidos 
Manejo de Bacias Hidrográficas_U2_C04.indd 57 30/05/2017 09:45:37
em cada classe, evitando que determinada atividade seja realizada em 
um recurso hídrico impróprio, o que pode gerar impactos negativos 
para a população.
Legislações sobre qualidade da água
Durante muitos anos, os rios foram usados como fonte fi nal de lançamento de 
qualquer tipo de resíduos. Acreditava-se que eles iriam diluir e que os problemas 
estariam resolvidos. Em razão disso, a qualidade das águas começou a reduzir 
e os custos com tratamento para consumo humano começaram a fi car cada vez 
mais altos. Logo, a criação de legislações com intuito de proteger, preservar 
e criar parâmetros máximos de poluentes foi imprescindível. 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), por meio do Decreto 
nº 88.351, de 1º de junho de 1983 (BRASIL, 1983), em seu art. 7º, Inc. IX, 
considerou a necessidade de aperfeiçoar o sistema de classificação e enqua-
dramento das águas interiores e costeiras, vigente na época, no que se referia 
a sua qualidade. O intuito disso era determinar que a Secretaria Executiva 
do Conselho promovesse estudos sobre o assunto e apresentasse propostas 
de resolução.
Para poder definir critérios e condições para os mananciais hídricos, 
estabeleceu-se uma classificação para as águas, em função dos seus usos. 
Essa classificação foi descrita inicialmente na Resolução do CONAMA nº 
20/1986 (BRASIL, 1986):
  Considerando a classificação das águas doces, salobras e salinas essen-
cial à defesa de seus níveis de qualidade, avaliados por parâmetros e 
indicadores específicos, de modo a assegurar seus usos preponderantes;
  Considerando que o enquadramento dos corpos d’água deve estar 
baseado não necessariamente no seu estado atual, mas nos níveis 
de qualidade que deveriam possuir para atender às necessidades da 
comunidade;
  Considerando que a saúde e o bem-estar humano, bem como o equilíbrio 
ecológico aquático, não devem ser afetados como consequência da 
deterioração da qualidade das águas.
Com isso, teve-se um grande avanço em relação ao controle de poluição, 
sendo possível o enquadramento dos recursos hídricos de uma bacia hidro-
gráfica (MOTA, 2003). Mais tarde, a Resolução CONAMA nº 357, de 17 de 
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março de 2005, revogou a Resolução CONAMA nº 20/1986, e dispôs diretri-
zes ambientais que previam uma classificação dos corpos de água, além de 
ter estabelecido condições e padronizações para o lançamento de efluentes 
(BRASIL, 2005).
A Resolução CONAMA nº 357/2005, em seu art. 44, descrevia que em um 
ano, deveriam haver complementações, também no prazo de um ano, quanto 
às condições e padrões de lançamento de efluentes previstos nesta Resolução 
(BRASIL, 2005). Porém, por meio da Resolução CONAMA nº 370/2006 
e, posteriormente, pela Resolução nº 397, de 3 de abril de 2008, este artigo 
acabou sendo alterado. Atualmente, a Resolução nº 410, de 4 de maio de 2009 
descreve (BRASIL, 2009):
Art. 1º Prorrogar o prazo para complementação das condições e padrões 
de lançamentos de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução do Conselho 
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, e 
no art. 3º da Resolução nº 397, de 3 de abril de 2008, por mais seis meses 
a partir da data de publicação desta Resolução.
Atualmente, a Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011 (BRA-
SIL, 2011), dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, 
complementando e alterando a Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março 
de 2005.
No art. 4º, da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, é descrito que a União 
pode se articular com os Estados, tendo em vista o gerenciamento dos recursos 
hídricos de interesse comum (BRASIL, 1997). Logo, cada estado brasileiro 
poderá apresentar legislações específicas em relação aos parâmetros máximos 
permitidos, tanto para captação de águas para consumo humano como para o 
lançamento de águas em corpos receptores.
Importância do enquadramento dos parâmetros de 
água
A qualidade da água está relacionada diretamente à qualidade de vida das 
pessoas e ao meio ambiente. Se a água estiver inadequada ao consumo hu-
mano, poderá se comportar como um dos principais veículos de transmissão 
de doenças (PRATTE-SANTOS; TERRA; BARBIÉRI, 2008). Outro fator 
importante é que a qualidadedas águas é fundamental para a manutenção 
dos sistemas aquáticos. Qualquer alteração que ocorra, poderá causar grandes 
prejuízos ambientais e econômicos, como a redução da atividade pesqueira, o 
59Qualidade da água. Resolução CONAMA 357/2005 e Resolução CONAMA 430/2011
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aumento do custo de aquisição da água e do tratamento, além de perdas sociais, 
como a proibição de atividades de recreação no recurso hídrico (BILICH; 
LACERDA, 2005).
Os parâmetros são utilizados na caracterização da qualidade da água 
e indicam a quantidade de impurezas presentes nela, bem como se elas 
estão ou não de acordo com o instituído para determinado uso. O Índice de 
Qualidade de Água (IQA) foi criado em 1970, nos Estados Unidos, e a partir 
de 1975 começou a ser utilizado pela Companhia Ambiental do Estado de 
São Paulo (CETESB). Nas décadas seguintes, outros Estados brasileiros 
adotaram o IQA, sendo atualmente o principal índice de qualidade da água. 
A Figura 1 representa a monitoração das águas (AGÊNCIA NACIONAL 
DE ÁGUAS, [c2017]).
Figura 1. Monitoração do pH e turbidez das águas de um rio.
Fonte: (a) pixinoo/ Shutterstock.com; (b) Donny Ash/ Shutterstock.com
O enquadramento dos recursos hídricos para cada uso específico é definido 
pela Resolução CONAMA nº 357/2005, e complementado pela Resolução 
nº 430/2011, ou também por legislações estaduais. As análises das águas 
apresentam vantagens na avaliação de impactos ambientais em ecossistemas 
aquáticos, como a identificação imediata de modificações nas propriedades 
físicas e químicas da água, a detecção precisa da variável modificada e a 
determinação dessas concentrações alteradas.
Entretanto, a prática de analisar as águas requer cuidados, pois é preciso 
analisar diferentes pontos do rio e repetir os ensaios (pelo menos em triplicata), 
bem como analisar as águas de tempo em tempo, em diferentes períodos do 
ano. Caso contrário, a análise poderá não retratar a veracidade da situação 
do recurso hídrico. Cabe ressaltar, que a amostragem de variáveis físicas, 
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químicas e biológicas fornece apenas uma fotografia de uma situação, que 
pode apresentar características altamente distintas.
A utilização de apenas parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos já 
não é mais considerada suficiente para avaliar a água. Diversos especialistas 
defendem a importância da utilização de critérios múltiplos para a avaliação da 
água. Para isso é necessário uma análise integrada, usando além dos métodos 
tradicionais, os aspectos biológicos do sistema, que se baseiam na resposta 
dos organismos e das comunidades em relação ao meio onde vivem. Isso é 
necessário porque as comunidades biológicas refletem a integridade ecológica 
total dos ecossistemas, integrando os efeitos dos diferentes agentes impactantes 
e fornecendo uma medida agregada dos impactos.
Classificações de uso das águas
A Resolução CONAMA nº 357/2005 dispõe sobre a classifi cação dos corpos de 
água e fornece diretrizes ambientais para o seu enquadramento. Esta resolução 
classifi ca as águas em seu art. 2º em (BRASIL, 2005): 
  Águas doces (rios e lagos): águas com salinidade igual ou inferior a 0,5%.
  Águas salobras (estuários ou lagoas): águas com salinidade superior 
a 0,5% e inferior a 30%.
  Águas salinas (mar): águas com salinidade igual ou superior a 30%.
Cada classificação de água, apresenta um conjunto de usos, ou seja, um 
conjunto de condições e padrões de qualidade de água necessários para o 
atendimento dos usos preponderantes, atuais ou futuros. A seguinte classi-
ficação é adotada:
  Águas doces: classe especial, classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4.
  Águas salobras: classe especial, classe 1, classe 2 e classe 3.
  Águas salinas: classe especial, classe 1, classe 2 e classe 3.
Para a classe especial, não existem padrões máximos de poluentes, pois 
essa classificação é referente às águas naturais, sendo que o seu uso é para 
própria manutenção do ecossistema, ou como forma de abastecimento para 
consumo humano, preservação do equilíbrio natural das comunidades aquá-
ticas e preservação dos ambientes aquáticos em Unidades de Conservação 
de Proteção Integral (UCPI).
61Qualidade da água. Resolução CONAMA 357/2005 e Resolução CONAMA 430/2011
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Para as demais classes se atribuem padrões (valores máximos) visando 
o grau de potabilidade da água para um determinado uso. As águas doces, 
salobras e salinas em território brasileiro foram classificadas segundo a qua-
lidade requerida para diferentes fins. Isso quer dizer que, quanto melhor os 
parâmetros da água, melhor ela será classificada (classe 1), consequentemente, 
quanto pior a qualidade da água, pior será a sua classificação (classe 3 e 4 para 
água doce e classe 2 e 3 para águas salinas e salobras). 
Quanto pior a classe de um rio, maior o grau de tratamento da água neces-
sário para consumo humano e, consequentemente, mais oneroso. Quando o 
rio apresenta classe 4, já não é mais possível tratar a água para consumo, pois 
ela apresenta tantos contaminantes que é praticamente impossível e inviável 
retirar todos eles, conforme você pode observar na Figura 2. 
Figura 2. Rio de classe 4, sendo seu uso destinado para navegação e harmonia paisagística.
Fonte: Jose Arcos Aguilar /Shutterstock.com
A tabela da Figura 3 apresenta uma tabela com as principais classificações 
da água relacionadas aos seus usos.
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Figura 3. Classes de água de acordo com os seus usos.
Fonte: Adaptada de Carvalho (2005).
63Qualidade da água. Resolução CONAMA 357/2005 e Resolução CONAMA 430/2011
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O rio Tietê apresenta cerca de 137 quilômetros mortos, conforme demonstrado em 
um estudo de 2016 realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica. O trecho do rio com 
qualidade de água classificada como ruim ou péssima inicia em Itaquaquecetuba, passa 
por toda a Região Metropolitana de São Paulo e chega até Cabreúva, já no interior 
de São Paulo. A taxa de oxigênio dissolvido neste trecho do rio é tão baixa, que não 
consegue abrigar nenhum tipo de vida (SOS MATA ATLÂNTICA, 2016).
Logo, este trecho do rio é classificado como classe 4, sendo seus usos permitidos 
para navegação e harmonia paisagística apenas.
Parâmetros que interferem na qualidade da 
água
De acordo com o art. 7º da Resolução CONAMA nº 357, de 2005, os padrões 
de qualidade das águas visam estabelecer limites individuais para cada 
substância em cada classe (BRASIL, 2005). Não é possível conferir às águas 
características capazes de causar efeitos letais ou alteração de comporta-
mento, reprodução ou fi siologia da vida, bem como de restringir os usos 
preponderantes previstos. 
Os parâmetros podem ser físicos, químicos ou microbiológicos:
  Parâmetros físicos: podem ser percebidos pelo ser-humano através 
de seus sentidos. A água deve ser transparente, sem cor e sem cheiro. 
Segundo Richter e Azevedo Netto (2005), as características físicas das 
águas são de pouca importância na questão sanitária e normalmente 
são fáceis de determinar. 
  Parâmetros químicos: com auxílio deles, é possível classificar a água 
por seu conteúdo mineral, por meio de íons presentes, bem como de-
terminar o grau de contaminação, permitindo determinar a origem 
dos principais poluentes e caracterizar os picos de concentração de 
poluentes tóxicos e as possíveis fontes. Além de ser possível avaliar 
o equilíbrio bioquímico, que é necessário para a manutenção da vida 
aquática, permite avaliar as necessidades de nutrientes.
  Parâmetros microbiológicos: as características estão relacionadas 
aos diversos microrganismos que habitam o ambiente aquático. Sua 
importância se manifestano controle de transmissão de doenças e na 
degradação da matéria orgânica realizada por bactérias.
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São vários os parâmetros que podem ser analisados, variando de acordo 
com o uso da água e os impactos que as atividades antrópicas podem ocasionar 
para o recurso hídrico. A Resolução CONAMA nº 357, de 2005, em seu art. 14, 
apresenta as condições de qualidade da água doce para as diferentes classes, 
conforme você pode ver apresentados na tabela da Figura 4.
Figura 4. Limites máximos para os parâmetros de condições de qualidade das águas brutas.
Fonte: Adaptada de Brasil (2005).
Além desses parâmetros, existe uma série de outros apresentados pela 
Resolução CONAMA nº 357/2005, divididos entre parâmetros inorgânicos e 
orgânicos. Cabe ressaltar que os Estados podem apresentar legislações espe-
cíficas e, em alguns casos, até mais restritivas em comparação à legislação 
nacional. 
65Qualidade da água. Resolução CONAMA 357/2005 e Resolução CONAMA 430/2011
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Variáveis que interferem na poluição das águas
O mau uso dos recursos hídricos, pelas diferentes atividades exercidas pelo 
ser-humano, podem acarretar em uma série de impactos e danos ambientais. 
Os resultados negativos da poluição da água podem ser de caráter sanitário, 
ecológico, social ou econômico. Desse modo, são apresentadas algumas va-
riáveis que trazem alterações na qualidade das águas.
A elevação da temperatura ocorre principalmente em razão dos lançamen-
tos de águas de resfriamento (águas utilizadas em caldeiras e despejadas em 
recursos hídricos) e pelo lançamento de efluentes industriais. As consequências 
da alteração na temperatura são:
  Aumento de reações químicas e biológicas, favorecendo a elevação da 
ação tóxica de alguns elementos e compostos químicos; 
  Redução do teor de OD, afetando negativamente a vida aquática aeróbia, 
por exemplo, a mortandade de peixes;
  Diminuição da viscosidade da água (quanto maior for a viscosidade, 
menor será a velocidade de escoamento da água).
Outro grande problema da poluição das águas são os sólidos, como os 
esgotos domésticos, efluentes industriais, resíduos sólidos urbanos (plásticos, 
vidros, pneus, eletrodomésticos, etc.), resíduos da mineração, entre outros. 
Como consequências para as águas, tem-se:
  Assoreamento dos recursos hídricos, diminuindo as vazões de escoa-
mento e de volume de armazenamento, ocasionando inundações;
  Interferência na vida água;
  Aumento da turbidez da água, o que ocasiona a diminuição da atividade 
fotossintética e reduz a quantidade de oxigênio dissolvido, provocando 
eutrofização do ambiente.
A quantidade de matéria orgânica é mais uma das variáveis que afetam muito 
as águas. Normalmente é oriunda do lançamento de esgoto, efluentes industriais, 
resíduos, dejetos de animais, proliferação de algas e plantas aquáticas, decom-
posição de vegetação submersa, entre outras. Entre as consequências, cita-se:
  Aumento da turbidez da água, o que ocasiona a diminuição da atividade 
fotossintética e reduz a quantidade de OD, provocando eutrofização 
do ambiente;
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  Maus odores, devido à decomposição (principalmente anaeróbia) da 
matéria orgânica.
Os microrganismos patogênicos estão relacionados ao lançamento de 
esgoto doméstico, efluentes industriais e resíduos urbanos, principalmente 
os orgânicos. Como consequências, tem-se a transmissão de doenças ao ser-
-humano, como a cólera, a hepatite A e B e outras.
A quantidade de nutrientes presente na água também pode variar, sendo 
normalmente afetados pelo lançamento de esgoto doméstico, fertilizantes, 
decomposição de vegetais e efluentes industriais. Alguns dos problemas 
ocasionados são:
  Eutrofização da água devido à proliferação de algas;
  Sabor e odor;
  Coloração;
  Redução de OD;
  Toxidez.
A mudança de pH (potencial Hidrogeniônico) das águas também apresenta 
variações, estando relacionado ao lançamento de esgoto, efluentes, poluentes 
atmosféricos (chuva ácida) e oxidação de matéria orgânica. Identificar esses 
parâmetros é de extrema importância, pois podem:
  Afetar a corrosão (principalmente canalizações);
  Afetar a vida aquática e a flora;
  Causar prejuízos à agricultura, deixando o solo mais ácido ou básico;
  Aumentar a toxidez de certos compostos, como amônia, metais pesados 
e gás sulfúrico.
Os compostos tóxicos também podem apresentar variações, pois estão 
relacionados ao lançamento de efluentes industriais, pesticidas, fertilizantes, 
resíduos industriais, garimpo e mineração nas margens dos rios. Os danos 
causados estão relacionados principalmente à saúde humana (podem provocar 
câncer ou mesmo mutações, se os níveis estiverem muito altos), bem como 
danos à vida aquática, afetando toda a cadeia alimentar. A Figura 5 apresenta 
uma imagem de compostos tóxicos na água.
67Qualidade da água. Resolução CONAMA 357/2005 e Resolução CONAMA 430/2011
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Figura 5. Compostos tóxicos presentes na água afetam a vida aquática.
Fonte: wk1003mike/ Shutterstock.com
As substâncias tensoativas (também conhecidas como surfactantes) estão 
relacionadas ao uso de sabões e detergentes e efluentes industriais, que podem 
entrar em contato com as águas de rios. Entre as várias consequências, pode-se 
mencionar a redução da viscosidade da água, a redução da tensão superficial, a 
geração de espumas, o sabor e a toxidez, conforme exemplificado na Figura 6.
Figura 6. Alta quantidade de surfactantes presente em um rio, ocasionando espumas 
sobre as águas.
Fonte: Jaboticaba Fotos/ Shutterstock.com
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Um levantamento com a medição da qualidade da água em 183 rios, córregos e lagos, 
de 11 Estados brasileiros e do Distrito Federal, coordenado pela Fundação SOS Mata 
Atlântica, revelou que 36,3% dos pontos de coleta analisados apresentam qualidade 
ruim ou péssima (CICLO VIVO, 2016).
Apenas 13 pontos foram avaliados com qualidade de água boa (4,5%) e outros 59,2% 
estão em situação regular, o que significa um estado de alerta. Nenhum dos pontos 
analisados pela organização foi avaliado como ótimo. Os dados foram coletados 
entre março de 2015 e fevereiro de 2016, em 289 pontos de coleta distribuídos em 76 
municípios (CICLO VIVO, 2016).
69Qualidade da água. Resolução CONAMA 357/2005 e Resolução CONAMA 430/2011
Manejo de Bacias Hidrográficas_U2_C04.indd 69 30/05/2017 09:45:45
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Indicadores de qualidade - Índice de Qualidade das 
Águas (IQA). Brasília, DF: Portal da Qualidade das Águas, [c2017]. Disponível em: <http://
portalpnqa.ana.gov.br/indicadores-indice-aguas.aspx>. Acesso em: 17 abr. 2017.
BILICH, M. R.; LACERDA, M. P. C. Avaliação da qualidade da água do Distrito Federal 
(DF), por meio de geoprocessamento. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO 
REMOTO, 12., 2005, Goiânia. Anais... Goiânia: SBSR, 2005.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 20, de 18 de junho 
de 1986. Brasília, DF, 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/
res/res86/res2086.html>. Acesso em: 03 maio 2017.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 370/2006. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 07 abr. 
2006. Seção 1, p. 235. 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 397/2008. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 07 abr. 
2008. Seção 1, p. 68-69.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 430/2011. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 16 maio 
2011. p. 89.
BRASIL.Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 17 de março de 
2005. Brasília, DF: CONAMA, 2005. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/
conama/legiabre.cfm?codlegi=459>. Acesso em: 03 maio 2017.
Manejo de bacias hidrográficas70
Manejo de Bacias Hidrográficas_U2_C04.indd 70 30/05/2017 09:45:45
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 410, de 04 de maio de 
2009. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 05 
maio 2009. p. 106.
BRASIL. Decreto nº 88.351, de 1º de Junho de 1983. Brasília, DF, 1983. Disponível em: 
<https://goo.gl/HV2q8s>. Acesso em: 03 maio 2017.
BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Brasília, DF, 1997. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm>. Acesso em: 19 abr. 2017.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 274, de 29 de novembro de 2000. Diário Oficial [da] 
República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 25 jan. 2001. Seção 1, p. 70-71.
CARVALHO, P. R. S. A expansão urbana na bacia do Ribeirão Mestre D’Armas (DF) e a 
qualidade da água. Estudos Geográficos, Rio Claro, v. 3, n. 1, p. 71-91, 2005.
CICLO VIVO. Rios brasileiros tem qualidade que varia de regular a péssima. São Paulo, 
2016. Disponível em: <http://ciclovivo.com.br/noticia/rios-brasileiros-tem-
qualidade--que-varia-de-regular-a-pessima/>. Acesso em: 20 abr. 2017.
MOTA, S. Introdução à engenharia ambiental. 3. ed. Rio de Janeiro: ABES: 2003.
PRATTE-SANTOS, R.; TERRA, V. R.; BARBIÉRI, R. S. Perspectivas da avaliação da qualidade 
da água em rios por intermédio de parâmetros físicos, químicos e biológicos. Natureza 
On Line, v. 6, n. 2, p. 63-65, 2008.
RICHTER, C. A.; AZEVEDO NETTO, J. M. Tratamento de água: tecnologia utilizada. 6. 
ed. São Paulo: Blucher, 2005.
SOS MATA ATLÂNTICA. Mancha de poluição no Tietê recua 11,5%, mas se mantém acima 
dos níveis pré-crise hídrica. São Paulo, 2016. Disponível em: <https://www.sosma.org. 
br/105428/mancha-de-poluicao-tiete-recua-115-mas-se-mantem-acima-dos-niveis--
pre-crise-hidrica/>. Acesso em: 03 maio. 2017.
Dica do professor
No vídeo a seguir, você vai ver o tratamento das águas visando ao abastecimento que varia de 
acordo com a classe das águas. Quanto pior a classificação das água, mais difícil e oneroso será o 
tratamento, sendo o custo passado para o consumidor. Assista!
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/71e6ccc1960516e348e820a05e443fb4
Exercícios
1) Qual alternativa está relacionada aos parâmetros físicos das águas? 
A) Potencial hidrogeniônico (pH).
B) Alcalinidade.
C) Turbidez.
D) Coliformes termotolerantes.
E) Teor de fósforo.
2) Marque a alternativa correta referente à Resolução CONAMA 430/2011. 
A) Os laboratórios onde serão realizadas as análises precisam estar cadastrados na Agência 
Nacional de Águas (ANA).
B) Esta Resolução substituiu a Resolução CONAMA 357/2005.
C) A resolução define efluente como sendo todo o lançamento industrial em um corpo hídrico.
D) A resolução define esgotos sanitários como sendo apenas o lançamento de líquidos 
domésticos no rio.
E) Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente nos 
corpos receptores após o devido tratamento.
3) Sobre a classificação do uso das águas, assinale a alternativa correta. 
A) Águas salobras devem apresentar salinidade superior a 0,5% e inferior a 30%.
B) Os padrões máximos de poluentes são idênticos a todas as classes de águas.
C) As águas salinas apresentam cinco tipos de classes: Especial, classe 1, classe 2, classe 3 e 
classe 4.
D) A classe Especial não apresenta padrões máximos de poluentes, pois não existem mais águas 
que se enquadram nesta classificação, devido às contaminações oriundas das ações 
antrópicas.
E) Quanto melhor a qualidade da água, menos usos serão permitidos.
4) Assinale a alternativa corretamente relacionada à qualidade e à classificação das águas. 
A) Águas destinadas ao abastecimento, classificadas como classe 3, devem passar por 
tratamento simplificado.
B) A qualidade da água está relacionada diretamente com a qualidade de vida das pessoas e com 
o meio ambiente.
C) Esportes aquáticos, como natação, esqui aquático e mergulho, podem ser realizados em rios 
de classe 3.
D) Os efluentes industriais são os únicos causadores de alteração da qualidade das águas nos 
rios.
E) A pesca esportiva é permitida em rios de classe 4.
5) Há variáveis que interferem nos parâmetros das águas. Sobre esse aspecto, assinale a 
alternativa correta. 
A) O aumento da temperatura gera diminuição das reações químicas e biológicas.
B) Os microrganismos patogênicos estão relacionados à presença de resíduos sólidos urbanos, 
como plásticos, papel e metais presentes nas águas.
C) Os compostos tóxicos estão relacionados unicamente à mortandade de peixes.
D) Grandes quantidades de sedimentos em suspensão na água causam aumento da turbidez.
E) Os tensoativos ocasionam geração de espumas sobre as águas, mas que não afetam a vida 
aquática presente no rio.
Na prática
Você sabe que é muito importante identificar a classe das águas. Logo, com base nos resultados 
obtidos das análises das águas, deve-se fazer uma comparação com as normativas, as quais regem 
os limites máximos para cada parâmetro.
Acompanhe:
Fernanda trabalha em um laboratório credenciado junto ao INMETRO e recebeu algumas amostras 
de água coletadas em diferentes pontos de um rio.
Aponte a câmera para o 
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Qualidade da água
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Resolução nº 357, de 17 de março de 2005
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Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/9UZrj0RIm4w
http://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Resolucao/2005/res_conama_357_2005_classificacao_corpos_agua_rtfcda_altrd_res_393_2007_397_2008_410_2009_430_2011.pdf
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=114770

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