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LITERATURA 
 
Editora Exato 21 
PARNASIANISMO/SIMBOLISMO 
1. INTRODUÇÃO 
É a manifestação poética do Realismo, embo-
ra, ideologicamente, não mantenha pontos de contato 
com ele; mesmo assim, pode ser considerada poesia 
anti-romântica. Começou a manifestar-se no final da 
década de 1870, sob influência francesa. O termo - 
Parnasianismo - relaciona-se ao “Parnassus”, um lu-
gar mitológico que seria a morada das musas e onde 
os artistas buscariam inspiração, os franceses apro-
veitaram o nome numa revista literária: Le Parnaisse 
Contemporain (o Parnaso contemporâneo), em que 
poetas empregariam uma nova maneira de fazer poe-
sia. É curioso notar que o Parnasianismo só conse-
guiu êxito na França e no Brasil. 
A “arte pela arte” é um dos princípios deste es-
tilo, ou seja, a concepção de que a arte deve estar 
descompromissada da realidade, procurando atingir, 
sobretudo, a perfeição formal. A objetividade temáti-
ca surge como negação do sentimentalismo românti-
co, buscando atingir a impassibilidade e a 
impessoalidade. O universalismo opõe-se ao subjeti-
vismo decadente, resultando numa poesia carregada 
de descrições objetivas, impessoais. 
Os parnasianos elegeram a Antigüidade clássi-
ca (a cultura greco-romana) como ponto de referência 
à almejada perfeição formal; retoma-se, portanto, o 
racionalismo e as formas perfeitas. Surge a poesia de 
meditação, filosófica, mas artificial, o gosto por fa-
tos, paisagens e objetos exóticos, com visão carnal do 
amor. 
O traço mais característico da poesia parnasia-
na é o culto da forma: os sonetos (por apresentarem 
forma fixa), versos alexandrinos perfeitos, rimas ri-
cas, raras, perfeitas, vocabulário incomum, predomí-
nio da ordem indireta. 
No Brasil, considera-se como marco inicial do 
Parnasianismo a publicação da obra Fanfarras, de 
Teófilo Dias, em 1882. Este estilo prolongou-se até a 
Semana de Arte Moderna, em 1922, em que foi com-
batido ferozmente pelos modernistas por seu culto 
excessivo à forma, quase sem conteúdo, e seu des-
vinculamento da realidade. 
2. AUTORES 
São os autores: Olavo Bilac, Alberto de Olivei-
ra e Raimundo Correia. 
a) Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac 
(1865 - 1918) desde o princípio, buscou a perfeição 
formal. É, portanto, o grande representante deste esti-
lo. Tinha a preocupação de escrever versos alexan-
drinos e concluir com “chaves de ouro” seus poemas. 
Quanto à temática, é um poeta voltado para a 
Antigüidade Clássica, como em Panóplias, A sesta de 
Nero, Lendo a Ilíada, entre outros. O lirismo também 
se evidencia em Via Láctea, e em “Nel mezzo del 
camin”, com seus pleonasmos e inversões. Em “Al-
ma inquieta e “Viagens”, o poeta cai em temas de 
meditação, filosóficos. Há também poemas épicos em 
Viagens. E Tarde mostra não só o poeta mais descri-
tivo e profundamente nacionalista como também 
consciente do fim, da proximidade da morte. 
Ideologicamente, não se pode atestar militân-
cia política por suas prisões e o “exílio” em Minas 
Gerais. Bilac não foge à regra, colocando-se à mar-
gem de questões sócio-políticas; mostrou-se conser-
vador e nacionalista ao extremo em sua campanha a 
favor do serviço militar obrigatório. Mérito há na 
campanha pró-alfabetização e evidencia seu amor à 
língua em seu poema Língua Portuguesa. É também 
o autor da letra do Hino à Bandeira. 
b) Antônio Marciano Alberto de Oliveira 
(1859 - 1937) sempre permaneceu à margem dos a-
contecimentos históricos e fiel ao Parnasianismo, 
sendo mesmo considerado mestre dessa estética. Sua 
temática esteve presa aos rígidos preceitos parnasia-
nos: poesia descritiva da natureza e até objetos, exal-
tando-lhes a forma. Destaca-se na perfeição formal, 
métrica rígida e linguagem extremamente trabalhada, 
até o rebuscamento. Escreveu: Canções românticas, 
Meridionais, Sonetos e poemas, Versos e rimas. Po-
emas como Vaso Grego, Vaso Chinês e A estátua a-
centuam o descritivismo do Alberto de Oliveira. 
c) Raimundo da Mota Azevedo Correia 
(1860 - 1911) estreou como romântico na obra Pri-
meiros sonhos em que revela influência das gerações 
de poetas românticos. Com o livro Sinfonias, passa a 
revelar-se parnasiano, formando a tríade ou trindade 
parnasiana. Assume a temática da moda, cantando a 
natureza, a perfeição formal dos objetos, a cultura 
clássica. E em sua poesia filosófica, ocorre a medita-
ção marcada pela desilusão, o fim dos sonhos e um 
forte pessimismo. Há um aspecto controvertido em 
sua obra, quando foi acusado de plagiador; a despeito 
dessa dúvida, não se pode negar a influência de auto-
res europeus em seu estilo. Escreveu ainda: Versos e 
versões e Aleluias. O poema marcante de Raimundo 
Correia foi As pombas, profundamente filosófico. 
Além da tríade parnasiana, podemos ainda ci-
tar os autores. 
Vicente Augusto de Carvalho (1866 - 1924), 
conhecido como o poeta do mar, que seguiu a estética 
parnasiana. Publicou: Ardentias, Relicário, Rosa, ro-
sa de amor, Poemas e canções. 
 
Editora Exato 22 
Francisca Júlia (1871 - 1920). Perseguia o i-
deal parnasiano da “impassibilidade” visível no poe-
ma Musa impassível. 
3. SIMBOLISMO 
No Brasil, inicia-se em 1893, com a publicação 
de Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambos de 
Cruz e Sousa. O surgimento do Simbolismo não sig-
nifica o término do Realismo. Na verdade, pode-se 
considerar mais uma estética paralela e concomitante 
às outras existentes, já comentadas. 
Reagindo ao positivismo e ao materialismo da 
época, o Simbolismo busca redescobrir e valorizar o 
mundo interior do homem. A atitude do poeta é agora 
subjetiva, bastante semelhante à dos românticos; po-
rém os simbolistas vão mais profundamente, chegam 
ao subconsciente e ao inconsciente e lá se deparam 
com sensações além da explicação lógica. Neste ca-
so, o leitor de um texto simbolista deve-se deixar le-
var pelas sugestões que o poema provoca em vez de 
tentar entendê-lo. 
Lançado na França de Baudelaire (1821 - 
1867), Mallarmé (1842 - 1898) e Verlaine (1844 - 
1896) por Jean Moréas (1856 - 1910), em 1866, o an-
tiparnasianismo é uma tentativa de volta à intimidade 
da pessoa, à interiorização do indivíduo. Implanta-se 
a supremacia da intuição, a busca do espiritual, do 
místico, do subconsciente. Interessam mais os esta-
dos da alma e os anseios de cada um. 
A alma, o espírito, o infinito, o devaneio, as 
nuvens, a loucura, o etéreo, o sonho, as visões das 
regiões do além, a morte, a aflição, o abandono, a 
penúria de viver, o amor irrealizável, o vício, a opo-
sição entre corpo e alma, com a libertação desta pela 
morte são a temática do poema simbolista. A forma 
aprimora-se; há uma busca incansável da musicalida-
de das palavras seguindo o tema de Verlaine “A mú-
sica acima de tudo”. Analisando os significados da 
palavra símbolo, podemos abstrair algumas caracte-
rísticas simbolistas. O símbolo: 
a) representa, substitui alguma coisa, geralmente 
abstrata; 
b) evoca, ou seja, traz algo à lembrança; à imagi-
nação; 
c) pode ter valor mágico ou místico; 
d) pode admitir mais de uma interpretação. 
 
Desta feita, o texto simbolista apresenta ambi-
güidade em que as palavras transcendem o significa-
do; apela para os sentidos e apresenta a sinestesia que 
cria uma relação entre duas percepções pertencentes 
a diferentes domínios de sentidos. A linguagem figu-
rada e a sonoridade expressam o conteúdo do sub-
consciente e do inconsciente. São comuns em textos 
simbolistas as referências a coisas misteriosas, vagas, 
místicas para expressar o conteúdo nebuloso. A mu-
sicalidade, quanto à forma, é reforçada por rimas in-
ternas, ecos e aliterações. As sensações são 
reforçadas por sinestesias. 
4. AUTORES 
a) João da Cruz e Sousa (1861 - 1898) é con-
siderado um dos grandes escritores do Simbolismo 
universal, juntamente com Mallarmé. Teve vida e o-
bra marcadas pelo preconceito racial, dificuldades 
pessoais (sua esposa enlouqueceu e seus filhos mor-
reram prematuramente) e a tuberculose. Sua temática 
evidencia a dor e o sofrimento do negro, mas evoluipara o ser humano em geral. A sublimação e a anula-
ção da matéria para a libertação da espiritualidade es-
tão presentes ao lado de elementos místicos, vagos, 
sombrios e nebulosos da realidade; o poeta abandona 
o plano material para vincular-se ao caráter metafísi-
co de sua poesia. A linguagem apresenta símbolos, 
jogos de vogais, aliterações, reforçando a sonoridade 
e sinestesias. 
Em vida, o “Cisne Negro’ ou “Dante Negro”, 
como era conhecido, publicou Broquéis, na poesia; 
ainda são seus: Faróis, últimos sonetos. Na prosa, há: 
Tropos e Fanfarras, Missal e Evocações. 
 
b) Alphonsus de Guimaraens - Afonso Hen-
riques da Costa Guimarães (1870 - 1921) ficou co-
nhecido como o “solitário de Mariana” (MG). 
Misticismo, amor (por Constança, sua noiva morta) 
formam o triângulo que caracteriza sua obra. A pro-
funda religiosidade e devoção pela Virgem Maria são 
atestados em Setenário das obras de Nossa Senhora 
em que há exagero inclusive na estrutura da obra, 
pois são 49 sonetos divididos em 7 grupos de 7 sone-
tos cada, sendo os grupos dedicados a cada uma das 
7 dores de Nossa Senhora. A morte aparece como ú-
nico meio de atingir a sublimação e aproximar-se de 
Constança e da Virgem; daí o amor aparecer sempre 
espiritualizado. 
Publicou também: Câmara ardente, Dona mís-
tica, Kyriale; e, na prosa; Mendigos. 
 
ESTUDO DIRIGIDO 
1 
Satânia 
Olavo Bilac 
Nua, de pé, solto o cabelo às costas, 
Sorri. Na alcova perfumada e quente, 
Pela janela, como um rio enorme 
De áureas ondas tranqüilas e impalpáveis, 
Profusamente a luz do meio-dia 
Entra e se espalha palpitante e viva. 
Entra, parte-se em feixes rutilantes, 
Aviva as cores das tapeçarias, 
Doura os espelhos e os cristais inflama. 
Depois, tremendo, como a arfar, desliza 
Pelo chão, desenrola-se, e, mais leve, 
 
Editora Exato 23 
Como uma vaga preciosa e lenta, 
Vem lhe beijar a pequenina ponta 
Do pequenino pé macio e branco. 
 
Sobe... cinge-Ihe a perna longamente; 
Sobe... - e que volta sensual descreve 
Para abranger todo o quadril! -prossegue, 
Lambe-Ihe o ventre, abraça-Ihe a cintura, 
Morde-lhe os bicos túmidos dos seios, 
Corre-lhe a espádua, espia-Ihe o recôncavo 
Da axila, acende-Ihe o coral da boca, 
E antes de se ir perder na escura noite, 
Na densa noite dos cabelos negros, 
Pára confusa, a palpitar, diante 
Da luz mais bela dos seus grandes olhos. 
 
E aos mornos beijos, às carícias ternas 
Da luz, cerrando levemente os cílios, 
Satânia os lábios úmidos encurva, 
E da boca na púrpura sangrenta 
Abre um curto sorriso de volúpia... 
 
a) A imobilidade de Satânia e do cenário em que 
se encontra permitem-nos associar o poema 
como um quadro, uma pintura repleta de ero-
tismo, de sensualidade. Que elementos presen-
tes na 1ª estrofe podem justificar essa 
afirmação? 
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b) Como a entrada dessa luz destoa da referida 
imobilidade, tanto de Satânia quando do cená-
rio? 
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c) A entrada dessa luz aumenta ou diminui o ero-
tismo do texto? Por quê? 
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d) Esse poema é tipicamente parnasiano: ca-
racteriza-se por um descritivismo que se realiza por 
meio da impassibilidade, da ausência do sujeito lírico 
perante o que descreve. Posto isso, quem a luz que 
entrou pela janela da alcova de Satânia poderia estar 
personificando? Por quê? 
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Leia o texto a seguir: 
Ismália 
Quando Ismália enlouqueceu, 
Pôs-se na torre a sonhar... 
Viu uma lua no céu, 
Viu outra lua no mar. 
 
No sonho em que se perdeu, 
Banhou-se toda em luar... 
Queria subir ao céu, 
Queria descer ao mar... 
 
E, no desvario seu, 
Na torre põe-se a cantar... 
Estava perto do céu, 
Estava longe do mar... 
 
E como um anjo pendeu 
As asas para voar... 
Queria a lua do céu, 
Queria a lua do mar... 
 
As asas que Deus lhe deu 
Ruflaram de par em par... 
Sua alma subiu ao céu. 
Seu corpo desceu ao mar... 
Em libra completa. Rio de Janeiro, Aguiar, 1960. p. 467). 
2 Observe estes aspectos formais do poema: ritmo, 
métrica e paralelismos. 
a) Por que formalmente o poema se liga à tradição 
medieval? 
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b) Que outro movimento literário perseguiu a 
mesma tradição medieval? 
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3 Todo o poema é construído com base em antíte-
ses. As antíteses articulam-se em torno dos dese-
jos contraditórios de Ismália. 
a) Destaque dois pares de antíteses do texto. 
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Editora Exato 24 
b) O que deseja Ismália? 
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4 Ta qual no Barroco e no Romantismo, o poema 
estabelece relações entre corpo e alma ou matéria 
e espírito. Com base no desfecho do poema: 
a) Céu e mar relacionam-se ao universo material 
ou espiritual? 
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b) Ismália conseguiu realizar o desejo simbolista 
de transcedência espiritual? 
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c) Pode-se afirmar que, para os simbolistas, so-
nho e loucura levam à libertação? Justifique. 
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EXERCÍCIOS 
1 (UFPR) Considere estes versos de Raimundo 
Correia: 
"Se se pudesse, o espírito que chora, 
Ver através da máscara da face; 
Quanta gente, talvez, que inveja agora 
Nos causa, então piedade nos causasse”. 
 
Assinale a alternativa que exprime a oposição 
fundamental desses versos: 
a) corpo versus espírito. 
b) essência do ser versus aparência. 
c) gente feliz versus gente infeliz. 
d) piedade versus falsidade. 
e) dor versus falsidade. 
 
2 Olavo Bilac e Alberto de Oliveira representam 
um estilo de época de acordo com o qual: 
a) o valor estético deve resultar da linguagem 
subjetiva e espontânea que brota diretamente 
das emoções. 
b) a forma literária não pode afastar-se das tradi-
ções e das crenças populares, sem as quais não 
se enraíza culturalmente. 
c) a poesia deve sustentar-se enquanto forma bem 
lapidada, cuja matéria-prima é um vocabulário 
raro, numa sintaxe elaborada. 
d) devem ser rejeitados os valores do antigo clas-
sicismo, em nome da busca de formas renova-
das de expressão. 
e) os versos devem fluir segundo o ritmo irregu-
lar das impressões, para melhor atender ao ím-
peto da inspiração. 
 
3 (UFPB) A propósito da poesia parnasiana, é cor-
reto afirmar-se que ela: 
a) caracteriza-se como forma de evocação de sen-
timentos e emoções. 
b) revela-se no emprego de palavras de grande 
valor conotativo e ricasem sugestões sensori-
ais. 
c) acentua a importância da forma, concebendo a 
atividade poética como a habilidade no manejo 
do verso. 
d) faz alusões a elementos evocadores de rituais 
religiosos, impregnando a poesia de misticis-
mo e espiritualidade. 
e) explora intensamente a cadeia tônica da lin-
guagem, procurando associar a poesia à músi-
ca. 
 
 
Música Brasileira 
Tens, às vezes, o fogo soberano 
Do amor: encerras na cadência, acesa 
Em requebros e encantos de impureza, 
Todo o feitiço do pecado humano. 
 
Mas, sobre essa volúpia, erra a tristeza 
Dos desertos, das matas e do oceano: 
Bárbara poracé, banzo africano, 
E soluços de trova portuguesa. 
 
És samba e jongo, xiba e fado, cujos 
Acordes são desejos e orfandades 
De selvagens, cativos e marujos: 
 
E em nostalgias e paixões consistes, 
Lasciva dor, beijo de três saudades, 
Flor amorosa de três raças tristes. 
Olavo Bilac. Obra Reunida. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. 
4 Com base na leitura do poema e sabendo que O-
lavo Bilac é um dos maiores expoentes da poesia 
parnasiana no Brasil, julgue os itens que se se-
guem. 
1111 São características do Parnasianismo, presentes 
no poema: a arte pela arte, a impassibilidade, a 
economia vocabular, a poesia descritiva, a re-
valorização da mitologia. 
2222 Música brasileira é um exemplo de poema de 
forma fixa. 
3333 Em "o fogo soberano / Do amor" (v.1-2), tem-
se um exemplo de metáfora. 
 
Editora Exato 25 
4444 O ritmo do verso 3 é binário, em uma alusão 
ao movimento dos quadris femininos. 
5555 A rima entre "cujos" (v.9) e "marujos" (v.11) 
classifica-se como rica. 
 
5 Leia com atenção as duas estrofes a seguir e 
compare-as quanto ao conteúdo e à forma. 
I 
"Mas que na forma se disfarce o emprego 
Do esforço; e a trama viva se construa 
De tal modo que a ninguém fique nua 
Rica mas sóbria, como um templo grego." 
II 
"Do Sonho as mais azuis diafaneidades 
que fuljam, que na Estrofe se levantem 
e as emoções, todas as castidades 
Da alma do Verso, pelos versos cantem." 
 
Comparando as duas estrofes, conclui-se que: 
a) I é parnasiana e II, simbolista. 
b) I é simbolista e II, romântica. 
c) I é árcade e II, parnasiana. 
d) I e II são parnasianas. 
e) I e II são simbolistas. 
 
6 (PUC-RS) 
“Hão de chorar por ela os cinamomos, 
Murchando as flores ao tombar do dia. 
Dos laranjais hão de cair os pomos, 
Lembrando-se daquela que os colhia.” 
Uma das linhas temáticas da poesia de Al-
phonsus de Guimaraens, como se observa no e-
xemplo, é a: 
a) amada morta. 
b) religiosidade profunda. 
c) transfiguração do amor. 
d) atmosfera litúrgica. 
e) paisagem de Mariana. 
 
7 (PUCC-SP) Cruz e Sousa e Alphonsus de Gui-
maraens são poetas identificados com um movi-
mento artístico cujas características são: 
a) O jogo de contrastes, o tema da fugacidade da 
vida e fortes inversões sintáticas. 
b) A busca da transcendência, a preponderância 
do símbolo entre as figuras e o cultivo de um 
vocabulário ligado às sensações. 
c) A espontaneidade coloquial, os temas do coti-
diano e o verso livre. 
d) O jogo dos sentimentos exacerbados, o alarga-
mento da subjetividade e a ênfase na adjetiva-
ção. 
 
 
 
8 (FUVEST) 
“Só incessante, um som de flauta chora, viúva, 
grácil, na escuridão tranqüila, 
- Perdida voz que de entre as mais se exila, 
- Festões de som dissimulando a hora.” 
Os versos acima são marcados pela presença.... e 
pela predominância de imagens auditivas, o que 
nos sugere a sua inclusão na estética... 
Assinale a alternativa que completa os espaços: 
a) da comparação / romântica. 
b) da aliteração / simbolista. 
c) do paralelismo / trovadoresca. 
d) da antítese / barroca. 
e) do polissíndeto / modernista. 
 
GABARITO 
Estudo Dirigido 
1 
a) Os elementos são a nudez, o sorriso e os cabe-
los soltos de Satânia, que está em pé, numa 
“alcova perfumada e quente”. 
b) A luz que entra pela janela destoa da imobili-
dade de Satânia e do cenário ao se movimen-
tar, ao entrar no quarto “palpitante e viva”. 
c) A entrada da luz aumenta o erotismo do texto, 
pois ilumina o cenário, dando-lhe vida e calor 
– “aviva as cores das tapeçarias”, “doura os 
espelhos”, “os cristais inflama” – e, além dis-
so, transfoma-se num “amante”, num agente 
sedutor de Satânia. 
d) O próprio sujeito lírico, que por meio dela teria 
expressado, indiretamente, o seu desejo erótico 
por aquela figura de mulher. 
2 
a) Porque, assim como os poemas da Idade Mé-
dia, o poema faz uso da redondilha maior, de 
versos ritmados e de estruturas paralelísticas, 
como “Viu uma lua no céu/ Viu outra lua no 
mar”. 
b) O Romantismo. 
3 
a) céu/mar; perto/longe; subiu/desceu. 
b) Deseja dividir-se entre a realidade espiritual (a 
lua do céu), e transcender; e a realidade con-
creta (a lua do mar). 
4 
a) O céu recebe a alma; logo, liga-se ao aspecto 
espiritual. O mar recebe o corpo; logo, repre-
senta o universo material. 
b) De acordo com o conceito simbolista, sim: por 
meio da morte, Ismália transcende e integra-se 
ao cosmos. 
 
Editora Exato 26 
c) Sim, porque, para os simbolistas, a razão e a 
lógica aprisionam o homem. Dar vazão ao 
mundo interior, explorar zonas ocultas da men-
te humana é o mesmo que transcender os limi-
tes do mundo material. 
Exercícios 
1 B 
2 C 
3 C 
4 E, C, C, E, C 
5 A 
6 A 
7 B 
8 B

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