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LITERATURA 
 
Editora Exato 11 
FASES DO MODERNISMO 
O Modernismo brasileiro compreende três fa-
ses, marcadas por três gerações diferentes e sucessi-
vas: 
� Primeira fase (combativa ou heróica) - de 
1922 a 1930; 
� Segunda fase (maturidade) - de 1930 a 
1945; 
� Pós-Modernismo - de 1945 até a atualidade. 
 
É bom salientar que essa divisão é feita como 
um recurso didático apenas. Numa mesma fase, po-
dem coexistir ideais variados; a maior parte dos escri-
tores da 1ª fase continuou produzindo e, 
freqüentemente, passando por tendências diferentes. 
1. PRIMEIRA FASE, OU GERAÇÃO DE 1922 
Esta geração revolucionária teve como objeti-
vo principal, demolir uma ordem social e política 
com caráter colonialista, uma arte e literatura baseada 
na imitação estrangeira e desligada da realidade na-
cional. Teve como principais representantes na poe-
sia: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel 
Bandeira, Guilherme de Almeida, Raul Bopp, Cassi-
ano Ricardo e Menotti Del Picchia. Na prosa: Mário 
de Andrade, Oswald de Andrade e Alcântara Macha-
do. 
No primeiro momento, o Modernismo rompeu 
as barreiras da poesia e da prosa, valorizando o pro-
saico e o humor, através de uma atitude demolidora e 
de uma crítica corrosiva contra o academicismo. 
2. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA 1ª 
FASE 
1. Negação do passado e uso de “pala-
vras em liberdade”. 
Exemplo: 
 “Sentaram-me num automóvel de pêsames”. 
(Oswald de Andrade - Memórias Sentimentais 
de João 
Miramar) 
 
2. Busca do original e polêmico na li-
teratura e apego à modernidade da 
época. 
Exemplo: 
 “... E o médico veio de Chevrolet 
 Trazendo um prognóstico 
 e toda a minha infância nos olhos.” 
(Oswald de Andrade) 
 
3. Ausência de rimas convencionais e 
utilização de versos livres. 
Exemplo: 
 “Naquela casa mora, 
mora, ponhamos: guaraciaba.. 
A dos cabelos fogaréu! 
(Mário de Andrade) 
 
4. Coloquialismo de linguagem. 
Exemplo: 
 “- Qué apanhá sordado? 
- O quê? 
- Qué apanhá? 
Pernas e cabeças na calçada.” 
(Oswald de Andrade) 
 
5. Valorização poética do cotidiano 
Exemplo: 
 “Para dizerem milho dizem mio 
Para melhor dizem mió 
Para pior pió”. 
(Oswald de Andrade) 
 
6. Utilização da paródia, do humor pela 
piada. 
Exemplo: 
 “Minha terra tem palmares 
 onde gorjeia o mar 
 os passarinhos daqui 
 não cantam como os de lá.” 
(Oswald de Andrade) 
 
7. Nacionalismo intransigente, bairris-
mo. 
Exemplo: 
 “Recife morto, Recife bom, recife brasileiro 
como a casa de meu avô.” 
(Manuel Bandeira) 
 
8. Tendência crítica e anarquista. 
Exemplo: 
 “Eu insulto o burguês! O burguês níquel, 
O burguês-burguês 
a digestão bem feita de São Paulo!” 
(Manuel Bandeira) 
 
 
 
 
 
LITERATURA 
 
Editora Exato 12 
9. Antipassadiano 
Exemplo: 
 “Estou farto do lirismo comedido 
 Do lirismo bem comportado 
 (...) 
 Não quero mais saber do lirismo que não é 
[libertação.” 
 
10. Flashes cinematográficos, simulta-
neidade. 
Exemplo: 
 “O céu jogava tinas de água sobre o noturno 
que me devolvia a São Paulo”. 
 
11. Interesse pelo homem comum. 
Exemplo: 
 “João gostoso era carregador de feira-livre e 
morava no morro da Babilônia...” 
(Manuel Bandeira) 
3. SEGUNDA FASE, OU GERAÇÃO DE 1930 
Principais Características da Prosa e 
da Poesia a partir de 1930 
Prosa 
� “A bagaceira”, de José Américo de Almei-
da, foi o marco inicial dessa fase, em 1928. 
� Os romances de 30 caracterizavam-se por 
apresentarem uma visão crítica das relações 
sociais. Os romancistas buscavam ressaltar 
o homem hostilizado pelo ambiente, pela 
terra, pela cidade, o homem devorado pelos 
problemas que o meio lhe impõe. 
� O trabalhador rural, a seca e a miséria eram 
temas desses romances de cunho regional e 
social. 
� Por meio de autores como Rachel de Quei-
roz, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, 
Jorge Amado, Érico Veríssimo e tantos ou-
tros, a literatura mostra o homem como ali-
cerce de cada uma das diversas áreas sócio-
econômicas do país, mas quase sempre em 
luta desigual com ela. 
Poesia 
� A poesia da segunda geração modernista 
foi, essencialmente, uma poesia de questio-
namento em torno da existência humana, do 
sentimento de “estar no mundo”, da inquie-
tação social, religiosa, filosófica, amorosa 
etc. 
� Essa geração de poetas, livre do compro-
misso de combater o passado, mantém mui-
tas das conquistas da geração anterior, mas 
também se sente inteiramente à vontade pa-
ra voltar a cultivar certas formas antes des-
prezadas, em razão do radicalismo da 
primeira geração. É o caso dos versos regu-
lares (metrificados), da estrofação criteriosa 
e de formas fixas como o soneto, a balada, 
o rondó, o madrigal etc. 
� São autores desta geração de poetas: Carlos 
Drummond de Andrade, Murilo Mendes, 
Cecília Meireles, Jorge de Lima, Vinícius 
de Morais e Manuel Bandeira. 
4. TERCEIRA FASE, OU PÓS-MODERNISMO 
Principais Características Da Poesia E 
Da Prosa 
Poesia 
� Maior apuro do verso; 
� Mais ênfase na palavra, no ritmo, na rima; 
� Tendência para uma arte mais racional, ce-
rebral, às vezes até hermética; 
� Busca do regionalismo temático e do uni-
versalismo; 
� Caráter “engajado” da poesia. 
Prosa 
� Investigação psicológica das personagens e 
seus conflitos íntimos; 
� A ação e o enredo perdem importância em 
favor das emoções, estados mentais e rea-
ções das personagens; 
� A sugestão, a associação e a expressão indi-
reta passam a ser os meios de veicular a ex-
periência; 
� A literatura torna-se cada vez mais subjeti-
va, interiorizada e abstrata, constituída de 
experiências mentais; 
� O princípio de seleção do material expande-
se para incluir todos os motivos e assuntos; 
� Normalmente, o autor não faz o retrato do 
personagem: este vive e o leitor o conhece e 
julga. 
Principais Autores 
Poesia 
João Cabral de Melo Neto, Vinícius de Morais, 
Carlos Drummond de Andrade e Ferreira Gullar. 
Prosa 
Clarice Lispector e Guimarães Rosa. 
5. PRODUÇÕES CONTEMPORÂNEAS 
Poesia 
As décadas de 50 e 60 assistiram ao lançamen-
to de tendências poéticas caracterizadas por inovação 
formal, maior proximidade com outras manifestações 
artísticas e negação do verso tradicional, uma vez que 
deveriam acompanhar o progresso de uma civilização 
tecnológica e responder às exigências de uma socie-
LITERATURA 
 
Editora Exato 13 
dade impelida pela rapidez das transformações e pela 
necessidade de uma comunicação cada vez mais ob-
jetiva e veloz. Procurava-se, assim, “o poema produ-
to: objetivo útil”. 
Poema Concreto 
A palavra como coisa, o poema objetivo em 
que se utilizam múltiplos recursos: o acústico, o vi-
sual, a carga semântica, o espaço tipográfico e a dis-
posição dos vocábulos na página. 
Ex.: 
 VAI E VEM 
 E E 
 VEM E VAI (José Lino) 
Principais Poetas Concretistas 
Oswald de Andrade, João Cabral de Melo Ne-
to, Décio Pignatari, José Lino, Ronald Azevedo, A-
roldo de Campos e Augusto de Campos. 
Poema Práxis 
Valoriza a palavra dentro de um contexto ex-
tralingüístico, caracterizando-se pela periodicidade e 
repetição das palavras, cujo sentido e dicção mudam 
conforme sua posição no texto. 
Ex.: “(...) E na mão do primeiro o 
 punhal se empunha se 
 ergue chispando e em X 
 pando desce: se crava 
 cravo, na caixa de som”. 
 (Colchão murcho coração) 
(Azevedo Filho) 
Principais Autores da Poesia Praxis 
Mário Chamie, Mauro Gama, Yone Fonseca, 
Armando Freitas Filho e Antônio Carlos Cabral. 
Poema Processo: Caracteriza-se mais como 
uma arte gráfica do que literária - a palavra dá lugar a 
símbolos gráficos. 
Pode-se citar como exemplo o poema código 
“Fome”, de José de Arimatéia Soares Carvalho. 
 
Poesia marginal: poema produzido e distribu-
ído pelo próprio autor, nas ruas, bares, restaurantes 
etc. 
Prosa 
No romance, o regionalismo continua sendo 
um filão muito rico e produtivo, com autores consa-
grados como Mário Palmério, Bernardo Elis, Antônio 
Calado, Josué Montello e José Cândido de Carvalho. 
O romance policial e/ou histórico também é 
muito cultivadopor autores contemporâneos como, 
por exemplo, Rubem Fonseca. 
A crônica e o conto são narrativas curtas con-
sagradas na prosa das últimas décadas. O conto, po-
rém, situa-se em posição privilegiada tanto em 
quantidade como em qualidade, se analisado no con-
junto das produções contemporâneas. Entre os contis-
tas mais significativos citam-se Dalton Trevisan, 
Moacyr Scliar, Luís Fernando Veríssimo, Luís Vile-
la, Lygia Fagundes Teles e Domingos Pellegrini Jr. 
Principais Características da Prosa 
A partir do golpe militar de 1964, a circulação 
cultural esteve sob a mira da polícia e da política. 
A produção literária – quando tinha coragem 
de aparecer – era de caráter político e audacioso. É o 
caso, por exemplo de Quarup, de Antônio Callado, 
romance que refletiu, em 1967, a multiplicidade de 
formas sociais vigentes no Brasil. 
Características 
� Incorporação de técnicas: legitimação da 
pluralidade. Nos anos 70 e 80, não há mais 
limite entre o romance e o conto. São ro-
mances que se parecem com reportagens; 
contos que se parecem com poemas em 
prosa ou com crônicas; autobiografias com 
aspectos de romances; narrativas que ga-
nham jeito de cena teatral; textos que se fa-
zem por justaposição de recortes, reflexões, 
documentos. 
� Desestruturação do enredo: o romance per-
de a visão de conjunto, devido ao acúmulo 
de pormenores narrativos e, também, à des-
crição de estado d’alma, estados físicos etc. 
A monotonia nas narrativas revela o fato de 
que para o autor não importa o que se con-
ta, mas como se conta. O mundo interior 
vem à tona com todas as suas nuanças e o 
relato ganha tons psicanalíticos. 
� Ficcionalização de outros gêneros: os escri-
tos trouxeram para o romance ou para o 
conto elementos do cinema, do teatro e da 
telenovela. Assim, por exemplo, a narrativa 
fim de século XX traz para o relato a coe-
xistência entre o falado e o escrito, o monó-
logo, a gíria, o texto completamente livre. 
� Realismo feroz, ultra-realismo: a nova nar-
rativa, que adentra os anos 90, chega a a-
gredir o leitor pela violência dos temas que 
aborda. É um ultra-realismo sem preconcei-
tos, ao qual a própria linguagem também 
faz jus, não se economizando nem se res-
guardando; todas as palavras são válidas, 
inclusive as de baixo calão. 
� Realismo mágico: trata-se de uma literatura 
que opta pelo fantástico para registrar um 
mundo que não pode ser impresso pela lin-
guagem comum, devido à máquina repres-
siva. O fantástico e o absurdo servem para 
camuflar uma realidade proibida de ser vei-
culada. 
 
LITERATURA 
 
Editora Exato 14 
Autores da Prosa Contemporânea 
� Antônio Carlos Callado – Vários persona-
gens de seus livros foram inspirados em 
pessoas reais – gente cruel, participante do 
processo repressivo, que torturava e matava 
pessoas. No romance Sempreviva, por e-
xemplo, o personagem Claudemiro repre-
sentava o tenebroso delegado Sérgio 
Paranhos Fleury. Romances: Assunção de 
Salviano, A Madona de Cedro; Quarup; Re-
flexos do baile; Sempreviva. 
� José J. Veiga – Representava uma linha da 
nova narrativa, que tem predileção pelo fan-
tástico. A força do desconhecido atuando 
sobre o mundo conhecido é veementemente 
marcada em suas obras. Romances: A hora 
dos ruminantes; Aquele mundo de Vascon-
celos; Sombras de Reis Barbudos; Os peca-
dos da tribo; De jogos e festas. 
Contos: Os cavalinhos de Platiplanto; A má-
quina extraviada. 
� Murilo Eugênio Rubião – Grande contista, 
trabalhou, também, o fantástico na literatu-
ra. Contos: O pirotécnico Zacarias; O Ex-
mágico; O homem do boné cinzento; A es-
trela vermelha; Os dragões e outros contos; 
O convidado; A casa do girassol vermelho. 
� João Antônio Ferreira Filho – Conhece, 
como poucos, o mundo da boêmia e da 
marginalidade, optando por retratá-lo na li-
teratura que escreve. É redator de jornal e 
publicitário. Contos: Malagueta, Perus e 
Bacanaço; Paulinho perna torta; Leão de 
chácara; Malhação do Judas Carioca; Casa 
de loucos; Calvário e pores do pingente A-
fonso Henriques de Lima Barreto; Lambões 
de Caçarda abraçado ao mundo com o meu 
rancor. 
� Lygia Fagundes Teles – Uma das maiores 
contistas, escreve contos tradicionais e fan-
tásticos. Lygia também possui a autoria de 
bons romances. Contos: Praia Viva; O cac-
to vermelho; Venha ver o pôr-do-sol; Antes 
do Baile verde; Seminário de ratos; Seleta; 
O jardim selvagem, dentre outros. Roman-
ces: As meninas; Ciranda de Pedra e Verão 
no Aquário. 
� Roberto Drummond – Um dos mais 
significativos autores do “boom” editorial 
dos anos 70. Contos: Quando fui morto em 
Cuba. Romances: Hilda Furação; O cheiro 
de Deus; Hitler manda lembranças; Sangue 
de Coca-Cola; O Dia em que Ernest He-
mingway morreu crucificado; Ontem à noi-
te era Sexta-Feira. 
6. APÊNDICE 
Principais Autores e Obras 
Primeira Fase - Poesia: 
Mário Raul de Andrade - O “papa” do Mo-
dernismo publica, em 1917, “Há uma gota de sangue 
em cada Poema”, sob o pseudônimo de Mário Sobral. 
Mário de Andrade considerava São Paulo a sua musa 
inspiradora. Deu à sua obra o caráter de missão, ou 
seja, considerou-se um arauto de novas idéias e colo-
cou seus textos a serviço da renovação cultural e po-
lítica do país. Assim, sua obra traz os traços da 
modernidade, ao mesmo tempo em que é participante 
de todos os movimentos democráticos da época. 
Obras do autor: “Paulicéia Desvairada”, “Há 
uma gota de sangue em cada poema”, “Amar, verbo 
intransitivo”, “Contos Novos” e “Macunaíma”. 
José Oswald de Sousa Andrade - Foi uma 
das figuras centrais na campanha preparatória para a 
Semana de Arte Moderna, de 1922. Oswald de An-
drade lutou intensamente pela criação de uma litera-
tura brasileira modernizada, de uma arte nacional. 
 
Obras do autor: “Estrela do absinto”, “Memó-
rias sentimentais de João Miramar”, “Serafim Ponte 
Grande”, “O homem e o cavalo”, “A morta”, “O Rei 
da Vela” e “Marco zero”. 
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho - 
Influenciado pelos simbolistas franceses Baudelaire e 
Verlaine, seus versos deixam transparecer a idéia da 
morte, do desalento. Com “Carnaval” (1919), Manuel 
Bandeira granjeia grande sucesso, porém, em con-
traste com a euforia carnavalesca, a maioria dos po-
emas desta obra traz a marca da decepção. Manuel 
Bandeira foi parnasiano antes de pensar em ser mo-
dernista. 
Obras do autor: “Estrela da manhã”, “Poesias 
escolhidas”, “Poesias completas”, “A autoria das 
Cartas Chilenas”, “Mafuá do malungo” e “Itinerário 
de Pasárgada”. 
Segunda Fase - Prosa: 
José Américo de Almeida - “... José Américo 
de Almeida - que abriu para todos nós o caminho do 
moderno romance brasileiro.” 
(Guimarães Rosa) 
 
“O número de referências bibliográficas não dá 
idéia suficiente do êxito e da importância de “A ba-
gaceira”, romance que abriu nova fase na história li-
terária do Brasil”. 
(Otto Maria Carpeaux) 
 
Obras do autor: “A bagaceira”, “O boqueirão” 
e “Corteiros”. 
LITERATURA 
 
Editora Exato 15 
 
José Lins do Rego - Sua estréia literária deu-
se em 1932, com o livro “Menino de Engenho”, pon-
to de partida para o ciclo da cana-de-açúcar. Os ro-
mances de José Lins do Rego, conforme a temática, 
são reunidos em: 
a) Ciclo da cana-de-açúcar: “Menino de Engenho”, 
“Doidinho”, “Banguê”, “Moleque Ricardo” e 
“Fogo morto”. 
b) Ciclo da seca, do cangaço e do misticismo: “Pedra 
Bonita” e “Cangaceiros.” 
c) sem filiação a nenhum ciclo, mas ligados à paisa-
gem do Nordeste, José Lins escreveu “Pureza”, 
“Riacho Doce”, “Água Mãe” e “Eurídice”. 
Rachel de Queiroz - em 1917, em companhia 
dos pais, vai de Fortaleza para o Rio de Janeiro, pro-
curando esquecer os sofrimentos da terrível seca de 
1915. Mais tarde, a romancista aproveita esse fato 
como tema de seu livro de estréia, “O Quinze.” 
Obras da autora: “O Quinze”, “João Miguel”, 
“Caminho de Pedras”, “As três Marias” e “O galo de 
Ouro”. 
 
Graciliano Ramos - O estilo de Graciliano 
Ramos é incisivo, direto e mesmo seco, coerente com 
a realidade que fixou. A linguagem é rigorosamentejusta e conscientemente trabalhada. Escreveu com 
exatidão e rigor fora do comum. Foi perfeito artista 
da palavra. 
Obras do autor: “São Bernardo”, “Angústia”, 
“Vidas secas”, “Histórias completas”, “Insônia”, e 
“Alexandre e outros heróis”. 
 
Jorge Amado - iniciou sua carreira com obras 
de cunho regionalista e de denúncia social, passando 
por várias fases até chegar à atual, voltada para a 
crônica de costumes. Sua obra apresenta altos e bai-
xos, uma vez que revela certo descuido formal, abuso 
de clichês e lugares comuns, lirismo às vezes piegas, 
o que o impede de atingir o nível que se esperaria do 
mais conhecido romancista brasileiro. 
Obras do autor: “O país do carnaval”, “Cacau”, 
“Suor”, “Jubiabá”, “Mar morto”, “Capitães da Arei-
a”, “Terras do sem-fim”, “São Jorge dos Ilhéus” e 
“Gabriela, cravo e canela”. 
Segunda Fase - Poesia: 
Carlos Drummond de Andrade - Drum-
mond, além de poeta, é um excelente prosador, de es-
tilo marcado pelo humor e pelo ceticismo, ou seja, 
estado de espírito de quem duvida de tudo. A obra de 
Drummond pode ser dividida de acordo com sua te-
mática: reminiscência da infância, da família, de Ita-
bira; a busca da poesia; o cotidiano; a busca de si 
mesmo, o filosófico e o metafísico; o amor e suas 
contradições, o corpo, o erotismo (última fase do 
poeta). 
Obras do autor: 
Poesia: “Alguma poesia” “Beijos das Almas”, 
“Sentimentos de Mundo”, “A rosa do povo”, “Claro 
enigma”, “Fazendeiro do Ar”. 
Prosa: “Contos de Aprendiz”, “Fala, amendo-
eira”, “A bolsa e a vida”, “Boca de luar”, “O avesso 
das coisas” e “Cadeira de Balanço”. 
 
Cecília Meireles - “Como um todo uniforme e 
linear, presidido por três constantes fundamentais: o 
oceano, o espaço e a solidão (...)” Às vezes, se deixa 
seduzir pelo medievalismo e busca as sugestões do 
lirismo trovadoresco, incorrendo então num falso vir-
tuosismo”. 
(In. CÂNDIDO, A. E CASTELLO, J.A. Presença da literatura brasileira, 
VIII. p. 112-113) 
Obras da autora: “Romanceiro da Inconfidên-
cia”, “Mar absoluto”, “Amor em Lenoreta”, “Ou isto 
ou aquilo” (poesias infantis). 
 
Vinícius de Morais - Segundo o próprio autor, 
sua obra revela dois momentos bem distintos: 
- na primeira fase, os poemas têm cunho reli-
gioso, melancólico e o verso é livre. 
- na segunda fase, o poeta afasta-se da religio-
sidade e diversifica os temas e os processos poéticos. 
Os sonetos apresentam duas facetas: de um lado, em-
pregam linguagem “nobre”; de outro, linguagem co-
loquial, objetiva. 
Obras do autor: “O caminho para Distância”; 
“Forma e exegese”, “Poemas; canções e baladas”, 
“Pátria minha”, “Livro dos sonetos” e “Antologia po-
ética”. 
Terceira fase ou geração de 45 até... 
João Cabral de Melo Neto - Ocupa um lugar 
todo especial na literatura brasileira pela inventivida-
de verbal e pela participação nos problemas sociais. 
Distingue-se em nossa literatura pela preocupação 
com a construção e purificação da poesia. 
Obras do autor: “O engenho”, “Psicologia da 
composição”, “Pedra do sono”, “O cão sem plumas”, 
e “Morte e vida Severina”. 
“Escrevi Morte e vida Severina para aquele 
leitor do mercado de Recife que ouve o romanceiro 
de cordel.” 
(João Cabral de Melo Neto) 
 
Ferreira Gullar - Empregando muitas vezes 
ritmos e temas da literatura de cordel, Gullar põe a nu 
as tensões sociais, fazendo uso de uma poesia voltada 
para a denúncia e a crítica. Suas poesias expõem forte 
conteúdo ideológico. 
Obras do autor: “Um pouco acima do chão”, 
“Luta corporal”, “João Boa-Morte”, “Cabra marcado 
LITERATURA 
 
Editora Exato 16 
para morrer”, “Quem matou Aparecida”, “Na verti-
gem do dia” e “Barulho”. 
Prosa 
Clarice Lispector - Clarice aprofunda a son-
dagem psicológica apresentando o fluxo da consciên-
cia. Este fluxo cruza vários planos narrativos, sem 
haver preocupação com a lógica ou com a ordem nar-
rativa. 
Obras da autora: “Perto do coração selvagem”, 
“O lustre”, “A paixão segundo G.H.”, “A hora da es-
trela” e “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres”. 
João Guimarães Rosa - é uma das principais 
expressões da literatura brasileira. Seus romances de 
cunho regionalista, surpreendem em virtude da origi-
nalidade de sua linguagem e de suas técnicas narra-
tivas, que apontam uma mudança substancial na 
velha tradição regionalista. A grande novidade lin-
güística introduzida pelo regionalismo de Guimarães 
foi a de recriar, na literatura, a fala do sertanejo, não 
apenas no nível do vocabulário, mas também no da 
sintaxe e na melodia da frase. Guimarães Rosa recria 
a própria língua portuguesa, a partir do aproveita-
mento de temas em desuso, da criação de neologis-
mos e do emprego de palavras tomadas de 
empréstimo a outras línguas. A prosa de Guimarães é 
carregada de recursos mais comuns à poesia, tais co-
mo o ritmo, as aliterações, as metáforas, as imagens, 
obtendo assim, uma prosa altamente poética, nos li-
mites entre a poesia e a prosa. 
Obras do autor: “Sagarana”(contos), “Grande 
Sertão: Veredas” (romance), “Corpo de baile” (nove-
las), publicada, atualmente em três partes: “Manuel-
zão e Miguilim”; “No urubuquaquá, no Pinhém”; e 
“Noites do sertão”. 
ESTUDO DIRIGIDO 
Poética 
Manuel Bandeira 
 
Estou farto do lirismo comedido 
do lirismo bem comportado 
Do lirismo funcionário público com livro de ponto 
expediente 
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor 
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no di-
cionário. 
o cunho vernáculo de um vocábulo 
Abaixo os puristas. 
Todas as palavras sobretudo os barbarismos univer-
sais. 
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exce-
ção. 
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis. 
1 Além dos versos livres e da poesia em prosa, ou-
tra característica formal modernista presente no 
poema é a ausência de sinais de pontuação, tais 
como são convencionalmente utilizados. Trans-
creva um verso do poema que exemplifique si-
multaneamente esses três aspectos estilísticos da 
primeira geração modernista. 
 
2 Embora não possua uma seqüência linear, o texto 
pode ser dividido em duas partes, que se interca-
lam. A primeira é de negação (estrofes 1, 2, 3, 5, 
6) e a segunda, de afirmação (estrofes 7, 8). 
a) A que parte pertence a quarta estrofe? Por quê? 
b) Que elemento formal destaca a quarta estrofe 
do poema, pela sua modernidade? 
 
3 Na parte de negação do poema, o sujeito poético 
rejeita o lirismo parnasiano, destacando critica-
mente algumas de suas características. Escolha 
fragmentos de versos que exemplifiquem as ca-
racterísticas mencionadas. Observe o exemplo. 
Contenção emocional, gerando a normativida-
de academicista exacerbada, protocolar. 
"lirismo comedido" / "bem comportado" / 
"funcionário público com livro de ponto expedi-
ente" / "protocolo e manifestações de apreço ao 
Sr. diretor". 
a) Vocabulário elitizado, dicionarizante. 
b) Correção gramatical. 
 
4 Além do Parnasianismo, outro estilo literário é 
rejeitado pelo sujeito poético. Identifique e cite 
duas de suas características, referidas no texto. 
 
EXERCÍCIOS 
1 (Uneb-BA) 
Dê-me um cigarro 
Diz a gramática 
Do professor, e do aluno 
E do mulato sabido. 
Mas o bom negro e o bom branco 
da Nação Brasileira 
Dizem todos os dias 
Deixa disso camarada 
Me dá um cigarro. 
 
Os versos acima ilustram: 
a) o pendor de Manuel Bandeira, inclinado a fa-
zer poesia em torno de aspectos mais comuns 
da realidade. 
 
LITERATURA 
 
Editora Exato 17 
b) o projeto modernista que propaga a desvincu-
lação da cultura brasileira da arte estrangeira. 
c) a emoção e o lirismo que alimentam a inquie-
tude de espírito de Mário de Andrade. 
d) o propósito de Oswald de Andrade no sentido 
de renovar a linguagem para aproximá-la da 
naturalidade da fala. 
e) a construção da poesia simples que, em Manu-
el Bandeira, rompe os princípios parnasianos e 
inaugura o “lirismo-libertação". 
 
2 (FCMSC-SP) 
Movimentos: 
I. Pau-Brasil 
II. Verde-Amarelo 
III. Antropofagia 
Objetivos: 
1. Resposta ao conservadorismo manifestado pelo 
movimento daAnta. 
2. Revalorização do primitivo, através de uma ar-
te que redescobrisse o Brasil. 
3. Proposição de uma estrutura nacionalista. 
A associação correta é: 
a) I-2; II-3; III-1 
b) I-3; II-2; III-1 
c) I-1; II-2; III-3 
d) I-3; II-1; III-2 
e) nenhuma. 
 
3 (Universidade Estadual do Mato Grosso) 
Leia com atenção os textos a seguir: 
Iracema 
Capítulo II 
"Além, muito além daquela serra, que ainda 
azula no horizonte, nasceu Iracema. 
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha 
os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais 
longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não 
era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia 
no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida 
que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão 
e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, 
da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal ro-
çando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a ter-
ra com as primeiras águas". 
(José de Alencar) 
Macunaíma 
Capítulo I 
"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaí-
ma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do 
medo da noite. Houve um momento em que o silên-
cio foi tão grande escutando o murmurejo do Urari-
coera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. 
Essa criança é que chamaram de Macunaíma. 
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De 
primeiro passou mais de seis anos não falando. Se o 
incitavam a falar exclamava: 
-Ai! Que preguiça..." 
(Mário de Andrade) 
 
Confrontando os textos, percebe-se que: 
a) Mário de Andrade "copiou" de José de Alencar 
o início de seu romance. 
b) Em Iracema há um "herói", enquanto em Ma-
cunaíma há um "anti-herói". 
c) Há um choque entre o pensamento do século 
XVIII e o do século XX. 
d) Ambos os romances são indianistas. 
e) José de Alencar e Mário de Andrade utilizam-
se da mesma técnica narrativa. 
 
4 Relacione as opiniões críticas do professor Al-
fredo Bosi aos poetas a que se referem: 
a) Cecília Meireles 
b) Carlos Drummond de Andrade 
c) Murilo Mendes 
d) Vinícius de Moraes 
e) Jorge de Lima 
 
( ) "Na verdade, [...] foi pelo prosaico, pelo irô-
nico, pelo anti-retórico que [...] se afirmou 
como poeta congenialmente moderno. O rigor 
da sua fala madura, lastreada na recusa e na 
contenção, assim como o fizera homem de es-
perança no momento participante de A rosa do 
povo, o faz agora homem de um tempo reedi-
ficado até a medula pela dificuldade de trans-
cender a crise de sentido e de valor que rói a 
nossa época, apanhando indiscriminadamente 
as velhas elites, a burguesia afluente, as mas-
sas." (Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasi-
leira. São Paulo, Cultrix.) 
( ) "É poeta de aderência ao ser, poeta cósmico e 
social [...]. Tendo mantido firme a sua ânsia li-
bertária, ânsia que partilhou com o Modernis-
mo anterior a 30 [...] Místico, ele perfura a 
crosta das instituições e dos costumes culturais 
para morder o cerne da linguagem religiosa, 
que é sempre ligação do homem com a totali-
dade. [...] Foi João Cabral de Melo Neto quem 
acertou no alvo quando reconheceu: (sua) poe-
sia [...] me foi sempre mestra, pela plasticidade 
e novidade da imagem. Sobretudo foi ela quem 
me ensinou a dar precedência à imagem sobre 
a mensagem, ao plástico sobre o discursivo. 
Nessa caracterização, reconhecem-se o proces-
so futurista da montagem e o processo surrea-
lista da seqüência onírica; a combinação de 
ambos faz-se pelo traço comum, associativo, 
LITERATURA 
 
Editora Exato 18 
que permite que se justaponham sintática e 
simbolicamente os dados da imaginação". 
(Alfredo Bosi. Op. cit. págs. 498 e 499.) 
( ) "Este poeta, que, a certa altura da sua história 
espiritual, partilhou com Murilo Mendes o pro-
jeto de restaurar a poesia em Cristo [...] Come-
çou como sonetista neoparnasiano [...]. Mas o 
contato com o Modernismo em geral e, parti-
cularmente, com o grupo regionalista do Reci-
fe [...] ajudou o poeta a descobrir a sua 
vocação de artista de múltiplas dimensões (a 
social, a religiosa, a onírica), embora organi-
camente lírico, isto é, enraizado na própria afe-
tividade, mesmo quando aparente dispersar-se 
em notações pitorescas, em ritmos folclóricos, 
em glosas dos grandes clássicos. [...] Os poe-
mas negros, que incorporam tantas vozes e 
ritmos da linguagem afronordestina, nos dão 
pistas para uma decifração mais completa da 
religiosidade a um tempo mística e terrena de 
Tempo e eternidade". 
(Alfredo Bosi. Op. cit. págs. 502, 503 e 504.) 
( ) "(Seus) primeiros livros [...] também foram 
escritos sob o signo da religiosidade neo-
simbolista [...]; mas a urgência biográfica logo 
deslocou o eixo dos temas desse poeta lírico 
por excelência para a intimidade dos afetos e 
para a vivência erótica. [...] será talvez, depois 
de Bandeira, o mais intenso poeta erótico da 
poesia brasileira moderna. [...] Alguns de seus 
sonetos deram vida nova à forma antiga e po-
voaram de ecos camonianos o estilo de não 
poucos jovens estreados depois da guerra." 
(Alfredo Bosi. Op. cit. págs. 510 e 511.) 
( ) "Com (o poeta) a vertente intimista [...] afi-
na-se ao extremo e toca os limites da música 
abstrata. Mas, enquanto Murilo, Jorge de Li-
ma, [...] Vinícius são líricos do ser e da pre-
sença (religiosa, erótica ou social), o poeta de 
Solombra parte de um certo distanciamento do 
real imediato e norteia os processos imagéticos 
para a sombra, o indefinido, quando não para o 
sentimento da ausência e do nada. [...] Mas há 
outro neo-simbolismo [...] filiado às sondagens 
líricas [...] que conceberam a poesia como sen-
timento transformado em imagem [...]. Nas pa-
lavras (do poeta), ia poesia é grito, mas 
transfigurado'. A transfiguração faz-se no pla-
no da expressividade. [...] (Foi) talvez o poeta 
moderno que modulou com mais felicidade os 
metros breves, como se vê [...] no trabalhadís-
simo Romanceiro da Inconfidência." 
(Alfredo Bosi. Op. cit. págs. 512 e 513.) 
 
 
5 Sobre a poesia da segunda geração modernista, 
responda as questões abaixo: 
a) Em que sentido podemos considerar a poesia da 
geração de 30 um prolongamento e, ao mesmo 
tempo, uma contraposição em relação à produ-
ção poética da geração de 22? 
b) Por que os poetas da geração de 30 são consi-
derados poetas de cosmovisão? Compare a poe-
sia de Carlos Drummond de Andrade com a de 
Murilo Mendes e a de Jorge de Lima quanto a 
esse aspecto. 
c) Na produção poética da geração de 30, onde se 
encontram as vozes mais líricas, no sentido tra-
dicional da palavra? Por quê? 
d) O que você entende por “lírica moderna”? 
Quem é seu principal representante no Brasil? 
Aponte uma obra desse escritor que justifique a 
sua resposta. 
e) Qual o significado da obra Tempo e Eternidade 
para o Modernismo brasileiro? Dos autores des-
sa obra, qual escreveu poemas satíricos sobre a 
“História do Brasil”? Qual dedicou-se a trans-
por para a literatura as tradições folclóricas a-
fro-nordestinas? 
 
6 (UFSM-RS) 
Sobre o romance de 30, afirma-se: 
I. Trata-se de narrativas de autores nordestinos 
que denunciam a injusta organização social do 
país. 
II. As narrativas que o integram têm como traço 
comum certos aspectos, como a problemática 
agrária e social brasileira. 
III. Não interrompe a seqüência da narrativa no 
Brasil, constituindo-se em uma frustração dos 
ideais de renovação modernista. 
Está(ão) correta(s): 
a) I apenas. 
b) II apenas. 
c) III apenas. 
d) I e II apenas. 
e) II e III apenas. 
 
7 (Vunesp-SP) 
Em seu álbum póstumo, o cantor e compositor 
Cazuza diz, com sarcasmo: 
"A burguesia fede! 
A burguesia quer ficar rica! 
A burguesia não tem charme nem é discreta 
com suas perucas de cabelo de boneca 
A burguesia quer ser sócia do Country 
Quer ir em Nova lorque fazer compras". 
"Burguesia", Cazuza 
 
LITERATURA 
 
Editora Exato 19 
Compare os versos apresentados com o seguinte 
poema concreto: 
 
Augusto de Campos. Viva vaia. São Paulo, Brasiliense, 1986. 
 
Releia ambos os textos e, a seguir, comente: 
a) O sentido de crítica social que os versos canta-dos por Cazuza e o poema de Augusto de 
Campos podem conter: 
b) Que relação pode existir entre a simbologia 
gráfica do tipo de letra "decorativa" ou "orna-
mental" com que Augusto de Campos escreve 
a palavra "luxo" e os versos "A burguesia não 
tem charme nem é discreta/Com suas perucas 
de cabelo de boneca". 
 
8 (EFSM-RS) Leia os fragmentos abaixo, de auto-
ria de Ferreira Gullar: 
1 
As peras, no prato, 
apodrecem. 
O relógio, sobre elas, 
mede 
a sua morte? 
Paremos a pêndula. De- 
teríamos, assim, a 
morte das frutas? 
2 
Em usinas escuras, 
Homens de vida amarga 
E dura 
Produziram este açúcar 
Branco e puro 
Com que adoço meu café esta manhã 
Em Ipanema 
3 
Só cabe no poema 
O homem sem estômago 
A mulher de nuvens 
A fruta sem preço 
O poema, senhores, 
Não fede 
Nem cheira 
 
Considere as afirmações sobre os excertos apresenta-
dos: 
I. O fragmento 1 insere-se na perspectiva moder-
nista, pois se vale de objetos do cotidiano para 
fazer poesia. 
II. O fragmento 2, por meio da oposição entre o 
homem e o objeto, tematiza a problemática so-
cial. 
III. O fragmento 3 NÃO assinala a inquietação 
do poeta que está em busca de novas expres-
sões poéticas. 
Está(ão) correta(s): 
a) apenas a afirmativa I. 
b) apenas a afirmativa II. 
c) apenas a afirmativa I e II. 
d) apenas a afirmativa I e III. 
e) apenas a afirmativa II e III. 
 
9 (UFS-SE) 
um 
movi 
mento 
compondo 
além 
da 
nuvem 
um 
campo 
de 
combate 
 
O poema acima representa a poesia concretista 
porque: 
a) liga a palavra e o contexto extralingüístico, es-
tabelecendo uma ponte entre o poeta e a vida 
social. 
b) propõe uma arte mais comunicativa, voltada 
para os problemas reais. 
c) elimina o retórico, compondo um discurso poé-
tico despojado. 
d) se relaciona com as artes plásticas e com a mú-
sica. 
e) joga com as palavras, criando estruturas que se 
ligam visualmente. 
 
10 (OBJETIVO-SP) Considere o texto: 
Posições do corpo 
 Sob o azul 
 Sobre o azul 
 Subazul 
 Subsol 
 Subsolo 
(Cassiano Ricardo) 
Todas as características que seguem encontram-
se no poema acima, exceto: 
a) aproveitamento do espaço concreto, em que a 
palavra se dimensiona visualmente. 
b) presença de sintaxe antidiscursiva, suprimidos 
os elementos de ligação tradicionais da frase. 
LITERATURA 
 
Editora Exato 20 
c) incorporação de temas e formas do folclore, 
numa aproximação com o ufanismo romântico. 
d) tendência à criação vocabular, à sintaxe apura-
da e à maior concisão de linguagem. 
e) técnica da repetição, como elemento decisivo 
para a fixação da mensagem nuclear do poema. 
 
11 (MACK) Quando Caetano Veloso diz em Sam-
pa: “da feia fumaça que sobe apagando as estre-
las, eu vejo surgir seus poetas de campos e 
espaços”, refere-se a um grupo no qual se inclu-
em Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Au-
gusto de Campos. 
Sua proposta é, basicamente, usar todos os recur-
sos de que a palavra dispõe, com os termos ad-
quirindo validade não só pelo significado, como 
também pelos aspectos visuais. Tal tendência é 
conhecida como: 
a) Poesia Futurista. 
b) Poesia-práxis. 
c) Poema/Processo. 
d) Metapoema. 
e) Poesia Concreta. 
 
GABARITO 
Estudo Dirigido 
1 O terceiro verso da primeira estrofe e o segundo 
verso da sexta estrofe são os melhores exemplos 
a serem citados. 
2 
a) A quarta estrofe pertence a ambas as partes, já 
que nela há um “corte” que interrompe a nega-
ção (verso 1), substituindo-a pela afirmação 
(versos 2 e 3). 
b) O “corte” cinematográfico, que quebra a se-
qüência linear do texto. 
3 
a) “... lirismo que pára e vai averiguar no dicioná-
rio o cunho de um vocábulo”. 
b) “Abaixo os puristas”. 
4 Trata-se do Romantismo. As características desse 
estilo referidas no texto são a obsessão pela temá-
tica amorosa e a tendência à autodestruição. 
Exercícios 
1 D 
2 A 
3 B 
4 B, C, E, D, A 
5 
a) A segunda geração modernista pode ser consi-
derada um prolongamento da primeira, em 
termos de produção poética, uma vez que in-
corpora propostas de 22 às obras literárias. Ao 
mesmo tempo, a poesia de 30 se contrapõe à 
de 22, por seu caráter construtivo, de revalori-
zação de elementos poéticos tradicionais. 
b) Os poetas da geração de 30 são considerados 
poetas de cosmovisão, porque transcendem o 
nacionalismo de 22, ampliando-o para uma 
consciência social e política de caráter univer-
sal. Enquanto, em Drummond, essa cosmovi-
são se revela por meio de uma poesia de 
denúncia social e política, que identifica o ca-
pitalismo como responsável pelas desigualda-
des e contradições, em Murilo Mendes e em 
Jorge de Lima, a crítica à realidade é feita de 
uma perspectiva místico-religiosa, bíblica, a-
pocalíptica. 
c) As vozes mais líricas da poesia de 30 encon-
tram-se nas obras de Vinícius de Moraes e de 
Cecília Meireles. Ambos são poetas mais inti-
mistas, mais voltados para a realidade interior, 
a realidade das emoções, dos sentimentos e das 
sensações humanas, que caracteriza o lirismo 
tradicional. 
d) A lírica moderna é aquela que aborda os pro-
blemas sociais, as questões coletivas, em ver-
sos que não deixam de ser líricos, pois 
apresentam a realidade externa numa perspec-
tiva humana densa, de envolvimento entre o 
mundo interior do sujeito poético e o mundo 
exterior, sobre o qual se posiciona. Seu maior 
representante no Brasil é Carlos Drummond de 
Andrade, principalmente em seus poemas pú-
blicos, de conteúdo ideológico, social. A obra 
que melhor exemplifica essa característica da 
poesia do escritor é A rosa do povo, de 1945. 
e) Tempo e eternidade é a obra que trouxe para o 
contexto do Modernismo a poesia místico-
religiosa e cristã, renovando-a artisticamente 
em seu catolicismo engajado, preocupado com 
as questões sociais. Murilo Mendes e Jorge de 
Lima são seus autores. A obra do primeiro in-
clui poemas satíricos sobre a "História do Bra-
sil" e a obra do segundo destaca-se por 
incorporar à literatura as tradições folclóricas 
afro-nordestinas. 
6 D 
 
7 a) Nos versos de Cazuza a crítica social é explíci-
ta. O autor ataca hábitos e valores atribuídos à 
burguesia: O apego à riqueza material, à falta de 
LITERATURA 
 
Editora Exato 21 
fineza de trato, o gosto de ostentação, a falta de 
autenticidade e o consumismo. Já, no poema de 
Augusto de Campos, a crítica social é “implíci-
ta”. Manifesta-se no uso irônico dos tipos orna-
mentais que compõem a palavra "luxo", repetida 
exaustivamente em corpo pequeno, até formar; 
em corpo maior, a palavra "lixo ". 
b) Os dois enunciados apresentam uma perspecti-
va crítica da sociedade, sobretudo pela focali-
zação do universo burguês. Na montagem de 
Augusto de Campos, essa crítica se realiza por 
contraste entre as palavras lixo e luxo, tão pa-
recidas no significante quanto opostas no sig-
nificado. Assim, o luxo burguês dissimula sua 
própria realidade que é o lixo moral da socie-
dade de classes, e a função das letras "orna-
mentais" denunciaram-se a si mesmas como 
aparência e ideologia que esconde o lixo. Pro-
cesso semelhante aparece na canção "Burgue-
sia", no qual a expressão "não tem charme" 
evoca imediatamente o seu contrário, celebra-
do num filme de Buñnuel (O discreto charme 
da burguesia). 
8 C 
9 E 
10 C 
11 E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
ABAURRE, Maria Luiza M. e PONTARA, Marce-
la. Literatura Brasileira - tempos, leitores e lei-
turas. Editora Moderna. 
FARACO, Carlos Emílio e MOURA, Francisco 
Marto de. Literatura Brasileira.. Editora Ática 
MAIA, João Domingues. Literatura: Textos & Téc-
nicas.. Editora Ática.

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