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ECOLOGIA FLORESTAL PROVA 2: • Em ambientes estéreis, algumas espécies facilitadoras podem atuar como verdadeiras engenheiras do ecossistema. De que forma isso acontece? Dê um exemplo. As espécies facilitadoras são capazes de criar condições mais tolerantes, o que pode ser visto a partir da presença da Allagoptera arenaria em ambientes de restingas com pouca disponibilidade de água e nutrientes e temperadas altas. O Guriri ameniza essas condições pois consegue armazenar água e nutrientes, além de ser bastante adaptável, tendo uma estrutura favorável a isso. Dessa forma ocorre uma baixa na mortalidade de outras espécies que conseguem se desenvolver quando esta facilitadora está presente na região. • Recentemente, os pesquisadores vêm alertando a sociedade civil e os tomadores de decisão que o uso excessivo de agrotóxicos vem elevando a mortalidade de abelhas em diferentes partes do mundo. Somados aos alertas, relatos feitos por apicultores mostram que, em algumas localidades e de um dia para o outro, são encontradas mais de 5 milhões de abelhas mortas. O alerta, feito pela comunidade científica, afirma que, com a morte das abelhas, os serviços ecossistêmicos prestados por elas podem não mais acontecer e que isso pode levar à prejuízos bilionários, especialmente em países produtores de alimentos em larga escala, como é o caso do Brasil. Explique de que forma a perda das abelhas pode modificar os serviços ambientais e de que forma ele pode levar aos prejuízos econômicos estimados pelos pesquisadores. A ausência das abelhas pode diminuir ou mesmo impedir a reprodução de várias espécies vegetais. Por terem uma relação positiva na prestação de serviços em ecossistemas através da polinização, a interação obtida é positiva para a abelha e também para a planta polinizada, o que significa uma boa fitness quando observamos o aumento das taxas populacionais acontecer. Ou seja, a economia pode ser modificada diretamente e de forma gigantesca caso as plantações de espécies voltadas para a produção de alimentos seja afetada pela perda das abelhas, por exemplo. • Em algumas situações, a fragmentação florestal pode levar as populações de algumas espécies a serem divididas, formando subpopulações que podem ficar parcialmente isoladas nos fragmentos. Dentre as várias possibilidades de efeitos em longo prazo, duas são marcantes: a formação de populações relictuais e a formação de metapopulações. Explique cada uma dessas possibilidades. Populações relictuais: A geração de uma matriz extremamente impermeável não permite a entrada de organismos, impedindo o fluxo destes, o que gera subpopulações que vão se isolando dentro dos fragmentos que puderam alcançar. As subpopulações isoladas podem ocasionar uma extinção regional das espécies ao longo do tempo, sendo extintas localmente. Metapopulações: podem ser formadas por meio antrópico ou naturalmente. As subpopulações ficam isoladas de forma parcial dentro de uma região fragmentada ou em um habitat continuo. Nesse caso, é possível a existência de um fluxo gênico e dependendo também dos indivíduos presentes, pode ser que as populações apresentem um grau de interconexão, apesar de que essa possibilidade não impede que existam riscos de extinção por não ser tão intenso parar existir tal garantia. • Diversos estudos têm demostrado que a defaunação, processo de perda de espécies animais em ambientes naturais por causas antrópicas (como a caça ou a fragmentação de habitats, p.ex.), leva a perdas de interações ecológicas importantes. Estas interações têm papeis importantes no equilíbrio e na dinâmica florestal, inclusive na manutenção de serviços ecossistêmicos. De que forma a defaunação pode afetar o recrutamento de espécies arbóreas? Dê um exemplo, explicando o tipo de interação envolvida. Quando as espécies arbóreas não possuem dispersores a propagação das sementes diminui, além de que a taxa de sobrevivência também é reduzida. A zoocoria, por exemplo, permite que animais dispersem sementes maiores como a do jatobá. Se as antas e cutias, seus dispersores, forem defaunados, ocorrerá o desequilíbrio dinâmico da espécie. • . Em fragmentos florestais, sabe-se que uma série de fatores vai levar ao declínio da riqueza de espécies que irão conseguir se manter nesses fragmentos. Um desses fatores é o efeito de borda. De que forma o efeito de borda afetará a diversidade biológica de um fragmento? Cite dois exemplos. O efeito de borda é proporcionado pela interação do fragmento com o seu exterior, sendo influenciado pela matriz em que está presente, possuindo efeitos abióticos e bióticos no interior do fragmento. Os organismos da borda sofrem diretamente com essas alterações, por exemplo: aumento da temperatura e baixa na umidade leva a perda de folhas pelas árvores, induzindo a morte, o que aproxima a borda do interior do fragmento, incluindo mais espécies a sofrer seus efeitos. Outro exemplo pode ser observado quando um fragmento tem o seu isolamento aumentado por conta do efeito do meio exterior, impedindo o fluxo de espécies dispersoras. Isso leva a todo um remanejo na dinâmica de espécies tardias. • A perda de predadores de topo pode afetar a estruturação completa de uma cadeia alimentar? Explique como isso acontece, dando exemplos. Sim, toda a cadeia é afetada. Em uma cadeia de três níveis tróficos por exemplo, se a densidade populacional do consumidor secundário diminuir, haverá influencia no aumento da população do consumidor primário, que terá menor chances de predação. Assim, os produtores são afetados por terem a diminuição da sua população pois os consumidores primários têm um crescimento significativo. • Apesar de, por definição, ambientes climáxicos serem o final do processo sucessional em sistemas florestais, sabe-se que as florestas continuam sofrendo mudanças internas, inclusive sendo considerada por alguns autores como um “queijo suíço”, já que representaria um mosaico de manchas de estágios sucessionais com diferentes idades de regeneração. Dentre os fatores que levam a esta mosaico está a dinâmica de clareiras. Baseado nessa informação, cite e explique dois fatores que podem ser determinantes para que uma floresta se mantenha em um funcionamento dinâmico A dinâmica das florestas depende das respostas que esta terá de conforme as ações ocorrentes. Um fator considerado pode ser a aleatoriedade da dispersão que dependem de outros organismos ou fatores abióticos, sendo então uma propagação aleatória já que não existe o controle e também existem diferentes síndromes de dispersão. Também pode se destacar a disponibilidade de recursos que é afetada por mudanças no ambiente (mudança climática por exemplo), uma vez que as regiões sofrem alterações ao longo do tempo. • Ainda com relação ao enunciado anterior: em muitos casos, algumas espécies vegetais, tais como várias espécies nativas de bambus, podem apresentar um comportamento oportunista, ocupando rapidamente uma clareira. Qual a consequência desse comportamento para o desenvolvimento da clareira? O ambiente se torna favorável para os bambus por conta das mudanças microclimáticas e alta incidência luminosa, “dominando” a clareira pois se instalam e inibe que o ambiente avance para uma fase madura, estagnando na fase de clareira, além de complicar o estabelecimento de espécies arbóreas nativas. • Os processos de perda de cobertura vegetal e de fragmentação tem um efeito muito mais intenso sobre espécies cujas populações são naturalmente pequenas. Por que as populações pequenas são mais susceptíveis à extinção? Dê duas justificativas e explique-as. Pois apresentam flutuações populacionais, ou seja, sofrem com alterações das condições ambientais levando a oscilações intensas do tamanho populacional, ultrapassando o limite mínimo de população viável, não conseguindo fazer a reestruturação para impedir a extinção. Outra razão é a aleatoriedadedemográfica por causa das mudanças demográficas advindas dos tamanhos populacionais, dessa forma a população não se reestrutura por não existir chances de todos os indivíduos se reproduzirem após o cruzamento, já que a seleção extingue apenas machos e fêmeas, podendo eliminar mais machos, desviando a proporção sexual.
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