Questões Orientação Educacional e Pedagógica

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Questões Provas Orientação Educacional e Pedagógica
1. Assinale o único elemento que NÃO faz parte do processo de tratamento das questões específicas da realidade escolar.
d) Organização da estrutura física do Serviço de Orientação Educacional.
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2. A teoria de Carl Rogers pode ser caracterizada pelas assertivas abaixo, EXCETO:
c) Desenvolveu o conceito de escuta sensível, no qual o orientador deve julgar aquilo que é dito pelo outro, filtrando as informações através de seus próprios valores e percepções, para depois disso expressar suas considerações a respeito do que foi dito.
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3. A respeito da divisão das turmas é INCORRETO afirmar que:
e) Trata-se de uma atividade simplesmente burocrática de distribuição equânime de alunos por turma.
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4. No que se refere a orientação vocacional de alunos de camadas populares, assinale a única alternativa que não representa uma preocupação válida.
e) Compreender que este tipo de aluno possui limitações que podem exigir que o orientador busque atividades ocupacionais não profissionais, que sirvam para lhe dar bem estar e senso de realização.
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5. A respeito das competências para o bom desempenho da atividade de orientação educacional e pedagógica, seria INCORRETO afirmar que:
e) Existe certo número de qualidades inatas ao indivíduo que são fundamentais para o bom desempenho do cargo.
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6. Assinale a alternativa que não representa uma atribuição privativa do Orientador Educacional.
c) Substituir docentes faltosos em suas obrigações em sala de aula.
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7. A respeito do modelo de orientação educacional e pedagógica centrada no desenvolvimento individual, seria CORRETO afirmar que:
e) Está inscrito em um modelo humanista de educação, em que o sujeito é valorizado em sua singularidade.
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8. A respeito dos quatro modelos históricos de Orientação Educacional e Pedagógica, seria INCORRETO afirmar que:
b) O modelo de orientação conhecido como terapêutico não pode ser associado a um paradigma autoritário de educação, pois seu foco estava no tratamento individualizado dos alunos.
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9. Assinale a alternativa que melhor exprime a forma como devemos considerar os aspectos subjetivos e sociais da escolha vocacional. 
a) considerar os aspectos subjetivos e sociais como duas formas distintas do indivíduo interage com o mundo que o cerca e que influenciam sua escolha de forma paralela e complementar.
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10. Quando falamos de devolução, compreendemos que o processo de orientação vocacional chegou ao final. A esse respeito, assinale a alternativa correta: 
a) modalidade clínica: devolução individual, com discussão de aspectos pessoais de cada orientado.
A entrevista de devolução pode ser realizada de forma individual ou em grupo. Quando a primeira opção é escolhida, as questões pessoais do orientando podem ser abordadas. Normalmente, a modalidade estatística centra sua devolução nos resultados dos testes, enquanto a modalidade clínica opta por discutir questões mais subjetivas do processo.
Na modalidade clínica, o profissional poderá auxiliar o orientando à proporção que as
responsabilidades da escolha sejam assumidas por este. Para que o orientador conheça melhor o seu cliente, a entrevista acaba sendo utilizada como um dos principais instrumentos. Sem dúvida, a autonomia é sempre enfatizada.
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11. A respeito da orientação vocacional de grupos típicos, analise as assertivas abaixo:
I. A orientação vocacional destinadas aos alunos que estão concluindo o ensino fundamental deve se preocupar em transmitir as informações que este tipo específico de orientando necessita como os tipos de cursos técnicos, as instituições que os oferecem, bem como os possíveis efeitos desta modalidade de ensino em um futuro curso superior.
II. O orientador vocacional que trabalhe com adultos nas escolas deve estar preparado para lidar com situações de reopção vocacional, quando o aluno, depois de um percurso de vida determinado, decidem retomar seus estudos para reorientar suas vidas.
IV. A orientação vocacional de pessoas com deficiência tem como objetivo geral identificar atividades ocupacionais não profissionais, que associam os interesses e as capacidades do orientando em prol de seu bem-estar e realização.
Podemos considerar corretas:
e) As assertivas I e II
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12. Analise as assertivas abaixo:
I. Conhecer as atribuições específicas do Orientador Educacional
II. Organizar o Serviço de Orientação Educacional
III. Possuir domínio teórico e prático da área de Orientação Educacional e Pedagógica
As assertivas que representam corretamente etapas do processo de fundamentação do trabalho de orientação Educacional e Pedagógica são:
b) Todas as assertivas
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13. A respeito do Plano de Orientação Educacional e Pedagógica, analise as assertivas abaixo:
I. É útil a inclusão da localização e contato de entidades às quais a escola e/ou o orientador podem precisar recorrer. Estes contatos deverão ser consultados em casos de emergência, a despeito das orientações da família sobre as medidas a serem tomadas.
II. O cronograma consiste em uma divisão temporal das atividades a serem desenvolvidas, o que permitirá ao orientados avaliar inclusive a viabilidade de seu planejamento
III. É importante que sejam anotadas a data do plano atualmente em vigor, bem como as datas dos planejamentos anteriores, permitindo assim que sejam feitas comparações entre eles.
Estão corretas as seguintes alternativas:
a) As assertivas II e III
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14. A respeito do planejamento da educação, analise as assertivas abaixo:
I. O planejamento da educação realizado pelo governo federal tem como objetivo estabelecer metas e normas de conduta que abranjam a realidade de todo o território nacional
II. Os Estados e Municípios realizarão um planejamento próprio para as suas redes de ensino, que busque adequar a visão geral do PNE para a realidade de suas localidades
III. Cada escola deve realizar o seu próprio planejamento, utilizando o Plano Nacional de Educação e os planos estabelecidos pelo seu Estado ou município para chegar a um planejamento realista e possível de ser desenvolvido naquela instituição de ensino específica.
Podemos considerar corretas:
b) Todas as assertivas
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15. A respeito da sala destinada às atividades do Serviço de Orientação Educacional (SOE), analise as assertivas abaixo: 
I. deve ser um espaço de uso privativo do serviço de orientação educacional;
II. deve contar com um espaço confortável em que possam aguardar os alunos retirados de sala por questões de indisciplina; 
III. deve possuir uma área de trabalho com espaço para acomodar um computador e ou arquivos em que possam ser colocadas informações de consulta a respeito dos alunos e da própria escola. 
Podemos considerar corretas: 
b) As assertivas I e II.
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16. A respeito da formação do Orientador Educacional e Pedagógico, análise as assertivas abaixo: 
I. É cargo exclusivo de portadores de diploma de bacharelado.
II.É, por lei, um profissional graduado em pedagogia ou pós-graduação em orientação educacional. 
III. Só pode exercer a função o profissional pós-graduado.
IV. Depende do ente federativo em que se localiza a escola.
Está correta a alternativa:
a) apenas alternativa II.
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17. Analise as assertivas abaixo a respeito do conceito de diálogo democrático defendido por Paulo Freire.
I. Pressupõe do educador e o desenvolvimento da capacidade de ficar em silêncio, pois, linda que ele tenha muito a dizer, parte da sua responsabilidade é motivar seu interlocutor a falar, a responder o que lhe foi dito.
II. Pressupõe que o educador demonstre que se importa, que aquilo que o educando tem a dizer e valoroso e que ele possui autonomia para construir sua própria visão de mundo.
III. Considere o estágio de desenvolvimento cognitivo em que se encontra o aluno para selecionar os melhores conteúdos na construção de sua fala, garantindo assim que será compreendido. 
Podemos considerar corretas:
e) As assertivas I e II.
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Questões discursivas
1. Explique porque é interessante realizar projetos de orientação vocacional com crianças em idade pré-escolar.
RESPOSTA: No mundo de avanços tecnológicos e mudanças no cotidiano em todo tempo, se faz necessário desde a idade pré-escolar realizar projetos de orientação vocacional nessa faixa etária, considerando as TICS que grande parte das crianças tem acesso. Os orientadores podem se relacionar com seus alunos auxiliando-os de forma indireta, respeitando as características individuais de cada um. Falar ao aluno nos coloca como sujeito ativo no projeto, enquanto que falar com o aluno nos remete diálogo constante a todo tempo e o coloca imposição primordial, tendo o foco voltado para mediar todo processo de orientação.
Pontuação obtida: 15 em 15
RESPOSTA: As crianças através das brincadeiras podem conhecer se identificar com as atividades profissionais em sua realidade. O Orientador Educacional pedagógico pode auxiliar o educando sem dar a resposta, ele tem que saber escutar para conhecer o aluno, o aluno é o protagonista, o orientador tem que saber a hora de falar e de ficar em silêncio, ele tem que ouvir mais o aluno para que o mesmo possa sanar suas dúvidas e entender as suas possibilidades de escolha.
Pontuação obtida: 15 em 15
2. Leia o texto abaixo:
"É bom lembrar que a idéia de que todos nós, independentemente de sexo, religião, raça, nascimento ou situação social, devemos ter acesso à mesma educação foi um dos mais significativos e duradouros legados da Revolução Francesa de 1789. Chegar a ela, a essa conquista, realmente não tem sido fácil, mas o primeiro passo foi inquestionavelmente dado pela proclamação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto de 1789, e reafirmado por uma outra declaração de direitos, a de 1793, em seu artigo 22"
Explique a influência da Revolução Francesa na possibilidade dos indivíduos escolherem
suas próprias profissões.
RESPOSTA: A Revolução Francesa foi um conjunto de acontecimentos com objetivo de acabar com os privilégios de nascimento da nobreza, que impediam a mobilidade social. seu lema era liberdade, igualdade e fraternidade. 
Com o fim dos direitos de nascimento e a maior liberdade de escolha dos cidadãos surge a revolução francesa e a possibilidade que o indivíduo decida a sua própria profissão.
Pontuação obtida: 15 em 15
RESPOSTA: A Revolução Francesa surgiu no início da década de 50 com o objetivo de retirar dos nobres os direitos já adquiridos em seu nascimento. Com essa retirada dos direitos os plebeus tinham a possibilidade de ingressarem em profissões escolhidas por eles, e não teriam obrigatoriamente que seguir a profissão de seus pais.
Pontuação obtida: 15 em 15
3. Leia o mapa conceitual abaixo:
O que significa dizer que o Projeto Político Pedagógico da escola é um documento democrático?
RESPOSTA: É um instrumento de planejamento democrático, elaborado em conjunto por toda comunidade escolar. Nele deve ser descrita a identidade da própria instituição, registrando suas principais características e suas necessidades. 
Deverá servir como principal guia o estabelecimento das regras de Conduta adotadas na escola.
Pontuação obtida: 15 em 15
RESPOSTA: O projeto político-pedagógico da escola é democrático, pois é elaborado conjuntamente por professores, alunos, gestores, funcionários, as famílias e a comunidade. Ele engloba as características e a identidade da escola e deve estabelecer a qual clientela atende. Apresenta a visão política e pedagógica da escola e serve como guia para elaborar as regras de conduta a serem seguidas por toda a comunidade escolar.
Observações de correção: Questão anulada
4. Leia o Art. 8o. do Decreto 72846/73 que regulamenta a Lei no. 5654/68 que provê o exercício da profissão do orientador educacional:
Art. 8º. São atribuições privativas do Orientador Educacional:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação
Educacional em nível de:
1 - Escola;
2 - Comunidade.
b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação
Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e Autárquico; das
Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.
c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo
educativo global.
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.
e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à orientação
vocacional.
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento
global do educando.
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros
especialistas aqueles que exigirem assistência especial.
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as
exigências da legislação específicas do ensino.
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.
l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.
Escolha DUAS atribuições definidas e comente -as:
RESPOSTA: Letra d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando. O orientador através do diálogo, onde o mesmo precisa mais ouvir do que falar, pode ir “trabalhando” o aluno através de testes, jogos, encontros dentro do ambiente escolar, suas aptidões que o mesmo já vai observando e endossando para sua prática através de suas habilidades. 
Letra g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial. Ao orientador cabe, após observar alguma “anormalidade” no aluno, encaminhá-lo a especialistas específicos, pois o orientador educacional atua na educação e não em outras áreas.
Observações de correção: Questão anulada.
5. Explique a charge abaixo a partir do conceito de educação bancária desenvolvido por
Paulo Freire:
RESPOSTA: A educação bancária consiste em que, seja depositado nos alunos os conhecimentos daquele ano letivo, estando o aluno de maneira passiva. Quando ao final deste ano, seriam testados à base de provas verificando o que estava ainda inserido naquele extrato, ou seja, o processo de ensino-aprendizagem é uma alusão a uma situação comercial de um banco (depósito/extrato).
Pontuação obtida: 12 em 15 
Observações de correção: A charge demonstra que o professor detém a posição hierárquica, como único detentor do lugar de fala, aquele que transmite o conhecimento, e os alunos como aqueles que recebem passivamente o conhecimento transmitido.
Paulo Freire acreditava que um aluno não deveria ser passivo, recebendo as informações passadas pelo professor sem nenhuma reflexão crítica. Isto se assemelha a uma conta bancária vazia em que uma pessoa pode depositar ali todo seu dinheiro, e no finaldo ano retirar um extrato bancário. Levando para sala de aula, esse extrato seria uma prova em que o professor confere o quanto foi depositado no aluno. Por isso, Paulo Freire deu o nome de Educação Bancária a este formato, que apenas avalia o quanto o aluno absorveu sem realmente ter aprendido nada.
Pontuação obtida: 15 em 15 Observações de correção: Boa resposta
6. Explique, com base no pensamento de Carl Rogers, de que maneira o Orientador Educacional e Pedagógico pode se relacionar com seus orientados de forma não-diretiva.
Explique a afirmação de Paulo Freire de que existe uma diferença significativa entre “falar a” e “falar c com” o aluno.
RESPOSTA:
Pontuação obtida: 15 em 15
7. Explique a relação existente entre a Revolução Industrial e o surgimento da orientação Educacional nas escolas:
RESPOSTA: A transição de uma economia agrária para uma economia industrial surtiu efeito principalmente sobre o mundo do trabalho, pois as fábricas modernas exigiam uma mão de obra cada vez maior, que devia estar preparada para desempenhar as atividades apresentadas pelo novo modo de produção. Neste período, surge maior especialização do trabalho que faz com que um único indivíduo não seja mais responsável por todo o processo de produção de determinado bem, mas seja especialista em uma das etapas desse processo. Isso ocasionou a ampliação considerável do número de ocupações existentes, tornando, assim, a escolha profissional mais difícil.
Carl Rogers e a orientação não diretiva
O norte-americano Carl Rogers é considerado um dos grandes nomes da psicologia no século XX, especialmente por ter se dedicado a estudar o posicionamento que deveria ser assumido pelo terapeuta diante de seus clientes dentro do consultório. Posteriormente, suas teorias foram transpostas para o campo da educação, auxiliando-nos a refletir a respeito da postura assumida pelo educador diante de seus alunos.
Rogers foi um importante representante da corrente humanista, que buscou construir toda a sua teoria acadêmica em torno da possibilidade de facilitar o crescimento pessoal do indivíduo. Para isso, partia de uma visão otimista do ser humano, acreditando que todos nós possuímos uma tendência natural para o aprendizado e para a construção de relações interpessoais construtivas.
De acordo com Rogers (2001), para obtermos sucesso em qualquer projeto em que lidamos diretamente com o outro, auxiliando-o a desenvolver-se, seria necessário transformar a forma como nos relacionamos, extinguindo o autoritarismo existente nessa interação e assumindo uma postura não diretiva, ou seja, sem interferir diretamente nas escolhas do indivíduo e na forma como ele soluciona seus problemas. É criar um ambiente propício para que a própria pessoa se desenvolva, amadureça e seja capaz de resolver seus próprios problemas, em vez de simplesmente oferecer-lhe as respostas ou dizer-lhe qual caminho seguir.
Essa verdade, segundo Rogers, pode ser aplicada na relação entre terapeuta e paciente, professor e aluno, pai e filho, ou qualquer outra relação em que o objetivo seja auxiliar o outro a tornar-se pessoa. Por isso, suas reflexões se adéquam tão bem a nossa análise sobre a orientação educacional e pedagógica, já que, neste contexto, o orientador educacional e pedagógico seria um facilitador, responsável por auxiliar os seus orientandos a encontrarem, de forma livre e responsável, os melhores caminhos para a sua própria construção de conhecimento.
Para que esse projeto educacional centrado no desenvolvimento da pessoa seja bem-sucedido, Rogers aponta três características fundamentais a serem cultivadas em qualquer relação interpessoal, e que traremos aqui para a relação existente entre o orientador e seus orientandos:
Consideração positiva incondicional: consiste em respeitar seu orientando acima de tudo, acolhendo-o e aceitando-o pela pessoa que ele é. É criar uma relação positiva, na qual ele se sinta à vontade para ser quem realmente é, sem se esforçar para ser ou dizer aquilo que ele acredita que o orientador espera ouvir dele.
Compreensão empática: é a capacidade de o orientador colocar-se no lugar do outro para buscar compreender seus sentimentos e as motivações que o levaram a agir de determinada forma. É mediante a expressão dessa compreensão empática que o orientador é capaz de criar um ambiente de acolhimento para seu aluno, no qual ele se sinta confortável e seguro para expressar-se e desenvolver-se.
Autenticidade ou congruência: esta característica diz respeito à capacidade de o orientador expressar de forma objetiva suas percepções e sentimentos a respeito do educando e de suas escolhas, para que, desse modo, ele seja capaz de refletir sobre si mesmo. É ser verdadeiro em sua forma de se comunicar com o outro.
Segundo o autor, uma vez que se reúnam esses três elementos no trato com a pessoa que se pretende auxiliar – seja ela um paciente, um aluno, um filho, um funcionário, etc. – a própria relação interpessoal oferece ao indivíduo as ferramentas necessárias para que ele se torne mais autoconfiante, maduro e apto a auxiliar a si mesmo. Carl Rogers sintetiza esse ponto de vista da seguinte maneira:
Se eu posso criar uma relação caracterizada da minha parte: por uma autenticidade e transparência, em que eu sou meus sentimentos reais; por uma aceitação afetuosa e apreço pela outra pessoa como um indivíduo separado; por uma capacidade sensível de ver seu mundo e a ele como ele os vê. Então o outro indivíduo na relação: experienciará e compreenderá aspectos de si mesmo que havia anteriormente reprimido; dar-se-á conta de que está se tomando mais integrado, mais apto a funcionar efetivamente; tomar-se-á mais semelhante à pessoa que gostaria de ser;
será mais alto diretivo e autoconfiante; realizar-se-á mais enquanto pessoa, sendo mais único e auto expressivo; será mais compreensivo, mais aceitador com relação aos outros; estará mais apto a enfrentar os problemas da vida adequadamente e de forma mais tranquila (ROGERS, 2001, p. 26).
Os saberes teóricos são aqueles que dizem respeito à reflexão sistemática acerca das questões que fazem parte do universo de atuação do indivíduo. É a reunião de construções filosóficas e científicas elaboradas através dos tempos por todos aqueles que se inquietaram e investigaram o mesmo assunto que hoje desperta nosso interesse.
Se me deparo com um caso de indisciplina, por exemplo, e recorro mentalmente aos esforços teóricos do filósofo alemão Kant para compreender aquele caso e tentar buscar a melhor forma de resolvê-lo, estou acionando um saber teórico para fundamentar a minha tomada de decisão diante de uma situação real.
Os saberes práticos, por sua vez, são aqueles da ordem do “saber fazer”, ou seja, de empregar minhas habilidades práticas no desempenho de determinada atividade. Retornando ao caso de indisciplina mencionado anteriormente, podemos dizer que, ao orientar os alunos em conflito por meio de uma técnica de respiração controlada para que eles retornem ao estado de calma necessário de maneira que possamos discutir e resolver o problema que gerou a situação de indisciplina, estou acionando um saber prático para me auxiliar nesta tarefa.
Ressalte-se que esses dois tipos de saberes independem um do outro. Eu posso ser profunda conhecedora de Kant, mas não conhecer qualquer técnica de respiração, ou posso ser versada em diferentes estratégias para o controle da raiva, e nunca ter lido as reflexões kantianas a respeito da indisciplina. No entanto, vemos por esse exemplo que, diante de uma situação real, foi extremamente útil articular os dois tipos de saberes para a solução do problema.
Com isso, ao dizer que, para a boa prática da orientação, o indivíduo deve possuir domínio sobre os saberes teóricos e práticos de sua disciplina, estamos indicando a importância de que o profissional aprofunde seus estudos a respeito das situações cotidianas com as quais costuma se deparar, e, mediante a prática e a experimentação, reúna um arcabouço de saberes que poderão ser postos em prática em um momento de necessidade.Caiu a relação e influência da Revolução Francesa e Industrial com a Orientação Pedagógica/Educacional.
 A Revolução Francesa:
A Revolução Francesa foi um conjunto de acontecimentos com o objetivo de acabar com os privilégios de nascimento da nobreza, que impediam a mobilidade social. Seu lema era “liberdade, igualdade e fraternidade”, e culminou com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1789.Esta conquista é fundamental para o surgimento da orientação vocacional, mesmo que ela só tenha acontecido de fato muito tempo depois, pois, com o fim dos direitos de nascimento e a maior liberdade de escolha dos cidadãos, surge com a Revolução Francesa a possibilidade de que o indivíduo decida a sua própria profissão.
A Revolução Industrial:
A transição de uma economia agrária para uma economia industrial surtiu efeito principalmente sobre o mundo do trabalho, pois as fábricas modernas exigiam uma mão de obra cada vez maior, que devia estar preparada para desempenhar as atividades apresentadas pelo novo modo de produção. Neste período, surge maior especialização do trabalho que faz com que um único indivíduo não seja mais responsável por todo o processo de produção de determinado bem, mas seja especialista em uma das etapas desse processo. Isso ocasionou a ampliação considerável do número de ocupações existentes, tornando, assim, a escolha profissional mais difícil. 
Educação Bancária de Paulo Freire.
O método de Paulo Freire, aplicado especialmente à alfabetização de adultos, tem como cerne o respeito e a valorização pela realidade de vida do aluno e por aquilo que ele traz para a sala de aula, ou seja, os saberes que ele constrói socialmente na prática comunitária. Freire acreditava que uma educação significativa seria aquela que compreende que o aluno não é uma conta bancária vazia na qual o professor passa todo o período letivo fazendo depósitos de conteúdo para, ao final do processo, utilizar a prova como uma espécie de extrato bancário, em que verificará se tudo aquilo que foi depositado continua lá. Esse modelo educacional foi chamado por Paulo Freire de educação bancária.