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Débora Rodrigues – MED XXX DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA . Há evidências suficientes de que os resultados observados no desenvolvimento evoluem a partir de interações entre substratos biológicos particulares e eventos ambientais específicos. Assim, a alostase, processo de obter estabilidade diante de eventos ambientais adversos, decorre de interações entre desafios ambientais específicos e determinados contextos genéticos que se combinam para produzir uma resposta. É amplamente aceita a probabilidade de que experiências adversas na infância (EAIs) alterem a trajetória do desenvolvimento em um indivíduo, assim como é admitido que, durante a fase inicial do desenvolvimento, o cérebro é bastante vulnerável a lesões. ……….. PERÍODO PRÉ-NATAL …… ………..……. Período que transcorre desde a concepção até a oitava semana. Nos dias atuais, a influência de fatores uterinos endógenos e exógenos exige que os programas de desenvolvimento levem em consideração os eventos intrauterinos. O recém-nascido é influenciado por uma miríade de fatores que ocorreram no ventre materno. O estresse materno, por exemplo, influencia as características comportamentais. De maneira geral, a maior parte dos distúrbios é multifatorial, isto é, resultam de uma combinação de efeitos, alguns podendo ser complementares. De modo habitual, os danos que ocorrem no estágio fetal têm um impacto mais global, se comparados aos que acontecem após o nascimento, tendo em vista que o crescimento rápido torna os órgãos mais vulneráveis. Os meninos são mais suscetíveis aos danos do desenvolvimento do que as meninas; VIDA PRÉ-NATAL COMPORTAMENTO: SISTEMA NERVOSO: 6º dia Placa neural sistema nervoso. Tubo neural (6ª semana) vesicula cerebral hemisférios cerebrais. 16ª semana - 6º mês Córtex cerebral. As contrações uterinas podem contribuir para o desenvolvimento neural fetal estimulando o desenvolvimento da rede neural para receber e transmitir impulsos sensoriais. PODA NEURONAL: refere-se à remoção programada durante o processo de desenvolvimento dos neurônios, das sinapses, dos axônios e de outras estruturas cerebrais, a partir da quantidade original presente no nascimento, reduzindo-a para um número menor. O cérebro fetal produz mais neurônios do que a quantidade que será necessária na vida adulta. Alguns neurônios, por exemplo, existem apenas para produzir fatores neutróficos ou de crescimento e são programados para morrer – processo conhecido por apoptose – depois que essa função for concluída. ESTRESSE MATERNO O estresse materno está correlacionado a níveis elevados de hormônios do estresse (epinefrina, norepinefrina e hormônios adrenocorticotróficos) na corrente sanguínea fetal, que agem diretamente na rede neuronal do feto, aumentando a pressão arterial, a frequência cardíaca e o nível de atividade. As mães com níveis elevados de ansiedade têm maior probabilidade de dar à luz bebês hiperativos, irritáveis e de baixo peso ao nascer, com problemas para se alimentar e para dormir, se comparadas àquelas com baixos níveis de ansiedade. Mães com febre provocam elevação na temperatura do feto. DISTÚRBIOS GENÉTICOS Em aproximadamente 2% das mulheres testadas, os resultados são positivos para algumas anormalidades, incluindo distúrbios com ligação ao X, defeitos no tubo neural (detectados por níveis elevados de α-fetoproteina), distúrbios cromossômicos (p. ex., trissomia do cromossomo 21) e vários erros inatos de metabolismo (p. ex., doença de Tay-Sachs e lipoidoses). As técnicas diagnósticas mais utilizadas incluem amniocentese (aspiração transabdominal do líquido do saco amniótico), exames ultrassonográficos, estudos radiográficos, fetoscopia (visualização direta do feto), coleta de amostras do sangue e da pele fetais, coleta de amostras do vilo coriônico e rastreamento da α-fetoproteina. USO MATERNO DE DROGAS ÁLCOOL: principal causa de defeitos físicos e mentais de nascença em crianças. A síndrome do alcoolismo fetal caracteriza-se pelo retardo no crescimento com origem pré- natal (altura, peso); anormalidades como microftalmia (globos oculares pequenos), fissuras palpebrais curtas, hipoplasia maxilar. Já as manifestações no SNC incluem microcefalia, história de desenvolvimento tardio, hiperatividade, déficits de atenção, dificuldades de aprendizado, déficits intelectuais e convulsões. Pode também contribuir para o TDAH. TABAGISMO: está associado a nascimentos prematuros e peso abaixo da média ao nascer. Alguns relatos associaram a síndrome da morte súbita infantil (SMSI) a mães fumantes. OUTRAS SUBSTÂNCIAS: o uso crônico da maconha está associado à baixo peso no nascimento, prematuridade e sintomas semelhantes a abstinência, incluindo choro excessivo, tremores e hiperêmese (vômito grave e crônico). O uso de crack por mulheres foi relacionado a anormalidades comportamentais, como aumento na irritabilidade e no choro, bem como redução no desejo de contato humano. Os lactentes nascidos de mães dependentes de narcóticos sofrem da síndrome de abstinência no nascimento. A exposição pré-natal às várias medicações (antibióticos, anticonvulsivantes) também poderá resultar em anormalidades. Débora Rodrigues – MED XXX ……….. PRIMEIRA INFÂNCIA …… ………..……. Período marcado desde o parto de um feto até a idade de 2 anos. Depois de 26-28 semanas de gestação, o feto com nascimento prematuro tem boas chances de sobrevivência. Lactentes prematuros são definidos como aqueles com gestação inferior a 34 semanas ou peso de nascimento abaixo de 2.500 gramas. Eles têm um risco elevado de apresentar incapacidades de aprendizado, como dislexia; problemas emocionais e comportamentais; retardo mental; e de sofrer abuso infantil. MARCOS EVOLUTIVOS EM LACTENTES Débora Rodrigues – MED XXX ……….. INFÂNCIA …… ………..……. MARCOS EVOLUTIVOS DESENVOLVIMENTO LINGUÍSTICO E COGNITIVO: as crianças começam a ouvir explicações que ajudam a tolerar a espera. Criam novos comportamentos a partir dos antigos (originalidade) e envolvem-se em atividades simbólicas usando palavras e brincando com bonecas em situações nas quais as bonecas representam alguma coisa, como, por exemplo, uma sequência alimentar. As crianças possuem capacidades variadas de concentração e autorregulação. DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL E SOCIAL: sensação de prazer e desprazer; referencias sociais são aparentes; as crianças observam os pais e outras pessoas em busca de dicas sobre como responder a novos eventos. Elas mostram excitação exploratória, prazer assertivo e satisfação nas descobertas e no desenvolvimento de novos comportamentos (p. ex., novos jogos), incluindo provocar, surpreender e enganar os pais (p. ex., escondendo-se). São capazes de demonstrar amor de uma forma organizada, como quando sorriem e correm para abraçar e beijar os pais, assim como são capazes de protestar por meio de reações como se afastar dos cuidadores, chorar, bater, morder, agredir, gritar e chutar. A sensação de conforto junto com a família e a apreensão na presença de pessoas estranhas poderão se intensificar. A ansiedade parece estar relacionada à desaprovação e à perda de cuidadores muito queridos e pode produzir efeitos desorganizadores. DESENVOLVIMENTO SEXUAL: a diferenciação sexual torna-se evidente a partir do nascimento, quando os pais começam a vestir e a tratar os lactentes de uma forma diferenciada em razão das expectativasrelacionadas à tipificação do sexo. A convicção de ser masculino ou feminino, começa a se manifestar aos 18 meses de idade e com frequência permanece fixa aos 24-30 meses de idade. TREINAMENTO PARA USO DO TOALETE: o controle urinário durante o dia está completo com 2 anos e meio e, em geral, durante a noite, por volta dos 4 anos, quando as crianças começam a controlar a bexiga. DESAFIOS DOS CUIDADOS PARENTAIS: nesse estágio, os pais devem tomar muito cuidado para não ser excessivamente autoritários; as crianças devem agir por si mesmas e aprender com seus próprios erros, e, nas situações em que os desafios estiverem além de suas capacidades, a proteção e a assistência dos pais é fundamental. Provavelmente as crianças lutem pela exclusividade do carinho e da atenção dos pais. Quando as demandas de posse exclusiva não forem atendidas com eficiência, o resultado provável é a competitividade invejosa em relação aos pares e às pessoas amadas. …….. PERÍODO PRÉ-ESCOLAR … . As crianças já estão preparadas para ir à escola, aos 5 ou 6 anos. Elas passaram a dominar as tarefas de socialização primária, ou seja, conseguem controlar os intestinos e a bexiga, vestir-se e alimentar-se sem qualquer ajuda e controlar as lágrimas. MARCOS EVOLUTIVOS DESENVOLVIMENTO LINGUISTICO E COGNITIVO: as crianças passam a se comunicar por meio de frases. As crianças não conseguem se colocar no lugar de outras crianças e são incapazes de sentir empatia. Seu pensamento é intuitivo e pré-lógico, e, portanto, elas não compreendem as relações causais. COMPORTAMENTO EMOCIONAL E SOCIAL: as crianças conseguem expressar emoções complexas, como amor, infelicidade, ciúmes e inveja, de forma pré-verbal ou verbal. As emoções ainda são facilmente influenciadas por cansaço e fome. A ansiedade está relacionada à perda de uma pessoa querida de quem a criança dependia e à perda da aprovação e aceitação. Aos 4 anos, as crianças estão aprendendo a compartilhar e a se preocupar com outras pessoas. No final do período pré-escolar, as crianças experimentam muitas emoções bastante estáveis. Expansibilidade, curiosidade, orgulho e entusiasmo contagiante são reações equilibradas com retraimento, timidez, medo, ciúmes e inveja, vergonha e humilhação. Capacidades para empatia e amor são desenvolvidas, mas são fragéis e se perdem facilmente se houver a interferência do esforço competitivo e dos ciúmes. A ansiedade e os medos estão relacionados com lesões corporais, perda de respeito, amor e com a autoestima emergente. Sentimentos de culpa são uma possibilidade. RIVALIDADE ENTRE IRMÃOS: o nascimento de um irmão nesse período é um teste para a capacidade da criança na fase pré-escolar de colaborar e de compartilhar, porém também pode despertar o espírito de rivalidade, o que é muito provável que ocorra nesse momento. A rivalidade entre irmãos depende da prática de criação das crianças. BRINCADEIRAS: os jogos de faz-de-conta ajudam a testar situações da vida real de uma forma descontraída. As brincadeiras dramatizadas, nas quais as crianças desempenham algum tipo de papel, como o de dona de casa ou de motorista de caminhão, são muito comuns. Débora Rodrigues – MED XXX COMPANHEIROS IMAGINÁRIOS: essas figuras são sempre amigáveis, aliviam o sentimento de solidão e diminuem a ansiedade. …….. ANOS INTERMEDIÁRIOS … . Período que se estende desde os 6 anos de idade até a puberdade. MARCOS EVOLUTIVOS DESENVOLVIMENTO LINGUÍSTICO E COGNITIVO: durante esse período, elas desenvolvem habilidades conceituais, e o pensamento torna-se organizado e lógico. O aprimoramento da coordenação motora e da resistência muscular lhes permite escrever com fluência e produzir desenhos artísticos. Além disso, conseguem executar tarefas e atividades motoras complexas, tais como jogar tênis, golfe e basebol, fazer ginástica e andar de skate. As crianças apresentam então uma capacidade maior de independência, aprendizado e socialização. MELHOR AMIGO: Harry Stack Sullivan postulava que a presença de um companheiro ou melhor amigo é um fenômeno importante durante os anos escolares. RECUSA ESCOLAR: algumas crianças recusam ir à escola nesse momento da vida, geralmente devido à ansiedade causada pela separação. Habitualmente, a recusa em ir à escola não é um problema isolado; é comum as crianças com esse tipo de problema evitarem outros tipos de situações sociais. CRITÉRIOS DE APGAR . ACOMPANHAMENTO PÓS-PARTO . TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO . ……….. AUTISMO …… ………..……. CONCEITO O transtorno do espectro autista (TEA) é um grupo fenotipicamente heterogêneo de síndromes neuroevolutivas, com hereditariedade poligênica, que se caracteriza por uma ampla gama de problemas na comunicação social e por comportamentos restritos e repetitivos. O transtorno do autismo era caracterizado pela presença de problemas em três domínios: comunicação social, comportamentos restritos e repetitivos e desenvolvimento e uso de linguagem aberrante. É frequente que as crianças com transtorno do espectro autista mostrem algum interesse idiossincrático intenso em uma pequena faixa de atividades, resistam a mudanças e, de forma típica, não reajam ao ambiente social conforme seus pares. EPIDEMIOLOGIA 8 a cada 10 mil crianças. Inicio: fase inicial do desenvolvimento. 4x maior em meninos do que em meninas. ETIOLOGIA FATORES GENÉTICOS O TEA tem uma contribuição hereditária significativa; entretanto, não parece ser completamente penetrante. Na maior parte das situações sua expressão depende de múltiplos genes. Houve um aumento nas taxas de incidência do TEA nos irmãos de uma criança em algumas famílias com duas ou mais crianças com TEA. FATORES IMUNOLÓGICOS Incompatibilidade imunológica (i.e., anticorpos maternos direcionados ao feto) pode contribuir para o TEA. Os linfócitos de algumas crianças autistas com anticorpos maternos permitem pensar que os tecidos neurais embrionários tenham sido lesionados durante a gestação. FATORES PRÉ-NATAIS E PERINATAIS PRÉ-NATAL: hemorragia gestacional materna, diabetes gestacional e bebe primogénito. PERINATAL: complicações no cordão umbilical, trauma no nascimento, desconforto fetal, feto pequeno para a idade gestacional, peso baixo ao nascer, baixo índice de Apgar no quinto minuto, malformação congénita, incompatibilidade do grupo sanguíneo. Débora Rodrigues – MED XXX CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS (DSM-V) Deficiências persistentes na comunicação e interação social: não desenvolvem sorrisos sociais, contato com os olhos menos frequente e mais fraco, não reconhecem ou diferenciam explicitamente as pessoas mais importantes em suas vidas, ansiedade extrema quando sua rotina normal é interrompida, timidez, ausência de conversas convencionais, menor compartilhamento de interesses e uma quantidade menor de gestos corporais e faciais, dificuldade para desenvolver empatia, em geral gostam de fazer amizade. Padrões restritivos de comportamentos, interesses e atividades: não usam brinquedos ou objetos da maneira habitual; as brincadeiras parecem ser mais rígidas, repetitivas e monótonas. Comportamentos compulsivos espontâneos. Apego por objetos inanimados. Alterações na rotina podem causar pânico. SINTOMAS PERTUBAÇÃONO DESENVOLVIMENTO E USO DA LINGUAGEM: retardo no desenvolvimento da linguagem, dificuldade para organizar as frases, vocalizem ruídos (cliques, guinchos ou silabas sem sentido), fala com ecolalia ou frases estereotipadas que parecem fora de contexto, pode aprender a ler fluentemente na idade pré-escolar. Embora consigam ler muitas palavras, crianças muito jovens com transtorno do espectro autista compreendem muito pouco o sentido daquilo que foi lido. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. IRRITABILIDADE: agressão, comportamentos autolesivos e ataques graves de birra. INSTABILIDADE NO HUMOR E AFETO: respondem de forma intensa a alguns estímulos e fraca a outros estímulos. HIPERATIVIDADE E DESATENÇÃO. HABILIDADES PRECOCES: habilidade prodigiosa para cálculos e aprendizagem de memória, geralmente além das capacidades dos pares normais. Outras habilidades precoces potenciais incluem hiperlexia, uma capacidade precoce para leitura (mesmo que não entendam aquilo que estão lendo), memorização e declamação e habilidades musicais (cantar ou tocar; ou reconhecer peças musicais). INSÔNIA. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Transtorno da comunicação social. Esquizofrenia com início na infância. Incapacidade intelectual com sintomas comportamentais. Transtorno da linguagem. Surdez congénita ou deficiência auditiva. Privação psicossocial. CURSO E PROGNÓSTICO Costuma durar a vida toda. Os prognósticos são melhores para crianças com transtorno do espectro autista com QI acima de 70 e habilidades adaptativas médias e que desenvolvem linguagem comunicativa nas idades de 5 a 7 anos. O prognóstico de uma determinada criança com o transtorno em geral melhora quando há apoio no ambiente doméstico. TRATAMENTO Focar comportamentos básicos para melhorar as interações sociais e a comunicação; ampliar as estratégias de integração escolar; desenvolver relacionamentos significativos com os pares; e aumentar as habilidades para viver uma vida independente no longo prazo. As intervenções nos tratamentos psicossociais têm como foco principal ajudá-las a desenvolver habilidades nas convenções sociais, estimular comportamentos socialmente aceitáveis e prossociais com os pares e diminuir os sintomas de comportamentos estranhos. Muitos casos exigem soluções linguísticas e acadêmicas. Incluir a redução de comportamentos irritáveis e disruptivos que possam surgir na escola ou em casa. Intervenções psicofarmacológicas. QUAL O PAPEL DO PSIQUIATRA NO TRATAMENTO? ……….. TDAH …… ………..……. CONCEITO O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que afeta pré-escolares, crianças, adolescentes e adultos em todo o mundo, tendo como característica um padrão de redução sustentada no nível de atenção e uma intensificação na impulsividade ou hiperatividade. Antes, havia dois subtipos: tipo envolvendo déficit de atenção e tipo hiperativo/impulsivo. Entretanto, no DSM-5, esses subtipos foram substituídos por três especificadores que, em essência, denotam os mesmos grupos: (1) apresentação combinada; (2) apresentação predominantemente desatenta; (3) apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva. EPIDEMIOLOGIA 7-8% entre crianças em idade pré-puberal que frequentam escolas elementares; 5% dos jovens; 2,5% da população adulta. Mais prevalente em meninos. Sintomas em crianças surgem aos 3 anos. Débora Rodrigues – MED XXX ETIOLOGIA FATORES GENÉTICOS O TDAH é basicamente genético (75%). Houve um aumento na concordância em gêmeos monozigóticos, em comparação a gêmeos dizigóticos, assim como um marcante risco elevado de 2 a 8 vezes para irmãos e pais de crianças com TDAH, em comparação ao risco na população em geral. 70% preenchem critérios de algum transtorno psiquiátrico comórbido: transtornos de aprendizagem, ansiedade, humor, da conduta e por uso de substâncias. Maioria dos genes que influenciam o metabolismo ou ação da dopamina. FATORES NEUROQUIMICOS Dopamina e o córtex pré-frontal foi envolvido com base no papel que desempenha na atenção e na regulação do controle de impulsos. Locus ceruleus (neurónios noradrenérgicos) também têm uma função importante na atenção. FATORES NEUROANATÔMICOS Presença de correlações neuroanatômicas entre os córtices superior e temporal, focalizando a atenção; nas regiões parietal e estriatal externas com funções motoras executivas; no hipocampo com codificação de traços de memória; e no córtex pré-frontal, deslocando-se de um estímulo para outro. FATORES RELACIONADOS AO DESENVOLVIMENTO Nascimento prematuro. Infecções durante o período de gestação. Infecção, inflamação ou trauma na fase inicial da infância. FATORES PSICOSSOCIAIS Abuso cronico grave, maus-tratos e negligencia , incluindo falta de atenção e controle precário dos impulsos. CARACTERISTICAS CLÍNICAS (DSM-V) LACTENTES: ativos no berço, dormem pouco e choram bastante. CRIANÇAS: podem engajar rapidamente, porém não têm paciências para esperar. Impulsividade e incapacidade para esperar elogios são reações típicas. Podem ter comportamentos de agressão e desafio. Geralmente, possuem dificuldades tanto de aprendizagem quanto comportamentais. CURSO E PROGNÓSTICO Os sintomas persistem na adolescência em 60 85% dos casos e, na vida adulta, em aproximadamente 60%. Geralmente, a remissão ocorre entre as idades de 12 e 20 anos. Ela pode ser acompanhada de uma vida adolescente e adulta produtiva, de relacionamentos interpessoais satisfatórios e de poucas sequelas significativas. Na maioria dos casos, os problemas de aprendizagem persistem durante toda a vida. A maioria das crianças com TDAH tem alguma dificuldade social. TRATAMENTO FARMACOTERAPIA: o Estimulantes do SNC aumentam a disponibilidade sináptica de noradrenalina e dopamina, inibindo os transportadores de noradrenalina e dopamina, reduzindo a recaptação sináptica. o Ritalina, dextroanfetaminas, venvanse, atomoxetina (não estimulante). INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL. QUAL O PAPEL DO PSIQUIATRA NO TRATAMENTO? …… DEFICIÊNCIA INTELECTUAL … … CONCEITO Se caracteriza por limitações significativas no desempenho intelectual (raciocínio, aprendizagem e solução de problemas) e no comportamento adaptativo (conceitual, social e habilidades práticas) que surgem antes da idade de 18 anos. EPIDEMIOLOGIA 1-3% da população. Os relatos de incidência mais elevada de deficiência intelectual se referem às crianças em idade escolar, com idades máximas de 10 a 14 anos. 1,5x mais comum em homens do que em mulheres. Débora Rodrigues – MED XXX ETIOLOGIA FATORES GENÉTICOS: Causas de gene único: síndrome do X frágil. Causas cromossómicas visíveis e submicroscópicas: síndrome de down. FATORES ADQURIDOS E EVOLUTIVOS: As principais enfermidades maternas crônicas que afetam o desenvolvimento normal do SNC fetal são: diabetes sem controle, anemia, enfisema e consumo prolongado de bebidas alcoólicas e de narcóticos. comprovadamente, as infeções maternas (rubéola, sífilis, toxoplasmose) durante a gestação, em especial as virais (HIV, citomegalovirus) produzem lesões fetais e deficiências intelectuais. Exposição pré-natal ao álcool e drogas. Complicações da gestação: diabetes, hemorragia, má nutrição materna. Período perinatal: bebes prematuros com baixo peso. Distúrbios adquiridos na infância: infecção (encefalite, meningite), traumatismo craniano, asfixia, exposição a longo prazo (chumbo, cirurgia e quimioterapia). FATORES AMBIENTAIS E SOCIOCULTURAIS Privação significativa de nutrição e estímulos, ambientes pré-natais comprometidos, gravidez na adolescência (complicações obstétricas, prematuridade e peso baixo ao nascer), cuidados médicos precários, exposição a substâncias toxicas, traumas físicos. COMORBIDADE Aqueles cuja deficiência era mais grave tinham maior probabilidade de atender aos critérios para transtorno do espectro autista e apresentavam sintomas como autoestimulação e automutilação. Os transtornos psiquiátricos entre pessoas com deficiência intelectual variam significativamente e incluem os do humor, esquizofrenia, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e da conduta. Crianças diagnosticadas com deficiência intelectual grave apresentam uma taxa particularmente elevada de transtorno do espectro autista comórbido. Transtornos neurológicos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Maus-tratos infantis graves (negligencia ou abuso). Deficiências sensoriais: surdez e cegueira. Paralisa cerebral. Síndromes orgânicas especificas: alexia, agrafia, afasia. Transtornos na fala. Doenças sistémicas cronicas e debilitantes. CARACTERISTICAS CLÍNICAS (DSM-V) DIAGNÓSTICO HISTÓRIA DA CRIANÇA: gestação da mãe, parto, HF de DI, consanguinidade, distúrbios hereditários. ENTREVISTA PSIQUIATRICA: habilidades verbais, indivíduos com DI leve tem consciência de suas diferenças e deficiências (podem ficar ansiosos e envergonhados). Em geral, os exames psiquiátricos de crianças ou adolescentes com deficiência intelectual devem revelar como enfrentaram os estágios do desenvolvimento. Tolerância a frustrações, controle de impulsos e comportamento motor e sexual são áreas importantes que devem ser focadas nas entrevistas. É igualmente relevante extrair dos pacientes informações sobre autoimagem, áreas de autoconfiança e uma autoavaliação da tenacidade, persistência, curiosidade e disposição para explorar o ambiente. EXAME FISICO: dimensões da cabeça (dicas sobre microcefalia, hidrocefalia, síndrome de down), peculiaridades, como hipertelorismo, ponte nasal achatada (síndrome do alcoolismo fetal). Características faciais adicionais: opacidade da córnea, alterações na retina, orelhas pequenas, língua proeminente e distúrbios na dentição. Dermatoglifia (observam padrões atípicos nas mãos com DI). EXAME NEUROLÓGICO: alterações sensoriais, complicações auditivas, distúrbios visuais, distúrbios convulsivos. Perturbações nas áreas motoras (hipotonia, hiperreflexia, movimentos involuntários. CURSO E PROGNÓSTICO Pode ser influenciado de forma positiva por ambientes ricos e com suporte. Em geral, pessoas com deficiências intelectuais e mentais de leves moderadas têm mais flexibilidade para se adaptar a vários tipos de condições ambientais. Os transtornos psiquiátricos comórbidos causam impactos negativos no prognóstico geral. Nas situações em que houver sobreposição de transtornos psiquiátricos e deficiências intelectuais, os tratamentos-padrão para os transtornos mentais comórbidos costumam ser benéficos, embora as respostas sejam menos robustas e o aumento na vulnerabilidade aos efeitos colaterais de agentes psicofarmacológicos ocorra com bastante frequência. TRATAMENTO Prevenção primaria: triagem de bebes para fenilcetonuria e administração de dietas com baixo teor de fenilamina, educação para o publico em geral para prevenir a DI, aconselhamento familiar e genético. Prevenção secundaria e terciaria: atendimento imediato das complicações e minimização das sequelas ou deficiências consequentes. o Intervenções secundarias, intervenções cognitivo-comportamental, educação familiar, intervenção social e intervenções psicofarmacológicas (risperidona trata agressão, irritabilidade e automutilação). QUAL O PAPEL DO PSIQUIATRA NO TRATAMENTO? Débora Rodrigues – MED XXX
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