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Desenvolvimento cognitivo
Para obter uma compreensão mais abrangente sobre o processo de aprendizagem das crianças, foi crucial voltar a atenção para as ideias de Piaget (1974) em que o mesmo concebe a cognição como uma adaptação biológica peculiar de um organismo complexo a um ambiente igualmente complexo. Ao formular sua teoria sobre o desenvolvimento cognitivo, Piaget (1974) baseou-se na observação direta das crianças, considerando-as como a fonte primordial e mais próxima da realidade em estudo. Ele explorou diversas disciplinas científicas, notando que o sistema cognitivo das crianças ativamente seleciona e interpreta as informações do ambiente à medida que constroem o seu próprio conhecimento. Nessa perspectiva, o pensador percebe que a mente constantemente remodela e reinterpreta o ambiente ao seu redor para que se ajuste aos seus próprios padrões mentais preexistentes. Através de uma pesquisa meticulosa, Jean Piaget (1974), inicialmente utilizando seus próprios filhos como sujeitos de estudo, formulou o conceito de que "a inteligência é, por definição, a capacidade de se adaptar a situações novas e é, portanto, um processo contínuo de construção de estruturas", enfatizou que essa é apenas uma das várias formas de interação do organismo com o ambiente, e que ainteligência, nesses processos interativos, gradualmente atinge um estado de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação das informações (SEBER, 1997, p.79). Dentro desse contexto, o desenvolvimento cognitivo é percebido como uma progressão ininterrupta de criação e recriação, evoluindo de forma sequencial nos processos mentais. Consequentemente, ao longo de todo o percurso de desenvolvimento, é viável incorporar novas informações aos padrões mentais previamente estabelecidos. Conforme as observações de Piaget (1974), a acomodação está intrinsecamente relacionada ao objeto, enquanto a assimilação está ligada ao indivíduo. Portanto, da mesma forma como a acomodação sempre envolve a assimilação de algo, também não pode ocorrer assimilação sem acomodação. Isso ocorre porque na adaptação, sempre existem dois elementos: o polo do indivíduo e o polo do objeto a acomodação. Nessa perspectiva, por meio desse processo cíclico de desenvolvimento cognitivo, que envolve a acomodação, assimilação e busca constante por equilíbrio, Piaget (1996) procura estabelecer uma conexão entre a biologia e a evolução do conhecimento, considerando os processos funcionais. Ele percebe que a assimilação ocorre tanto de forma fisiológica, centrada no organismo, quanto de maneira racional, manifestando-se no julgamento. Assim, de acordo com Seber (1997, p. 54), é possível compreender que "a adaptação cognitiva refere-se igualmente ao equilíbrio nas interações entre a criança e o mundo exterior, equilibrando a assimilação e a acomodação". Esse processo de desenvolvimento, envolvendo a acomodação, assimilação e equilíbrio ou equilibração, segundo a perspectiva de Piaget (1996), se desenrola por meio de estágios que apresentam distinções nas várias fases etárias e qualitativas das crianças. O desenvolvimento cognitivo é, portanto, um processo contínuo, sem saltos ou passagens abruptas de estágios, e embora todas as crianças percorram todos esses estágios, o percurso de desenvolvimento não é uniforme para todas elas, visto que cada criança se desenvolve em seu próprio ritmo e de maneira única

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