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Teoria Espiral do Desenvolvimento Musical

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A Teoria Espiral do 
Desenvolvimento Musical 
de Keith Swanwick: 
fundamentos, críticas e 
pesquisas relacionadas em 
Música 
Keith Swanwick 
! Professor de Educação Musical no Instituto de 
Educação da Universidade de Londres; 
! Editor do British Journal of Music Education 
entre 1984 e 1998; 
! Atua como convidado em diversos países: 
Nova Zelândia, Austrália, Finlândia, Suécia, 
Noruega, Holanda, Espanha, Portugal, Itália, 
Irlanda, Grécia, Canadá, Estados Unidos, 
Jamaica, Brasil, Colômbia, entre outros. 
Livros publicados 
! A Basis For Music Education! 1979 – 
Modelo (T)EC(L)A 
! Music, Mind And Education! 1988 – 
Teoria Espiral 
! Musical Knowledge! 1994 – 
Aprofundamento dos critérios de 
avaliação e análise 
! Teaching Music Musically! 1999 – 
Princípios em Educação Musical 
Teoria Espiral de 
Desenvolvimento Musical 
!  Swanwick e Tillman (1986) 
! 745 composições 
! 48 crianças entre 3 e 11 anos 
! Durante 4 anos 
! Modelo não foi previsto, mas descoberto 
! Extensa análise qualitativa 
Materiais sonoros 
registro, intervalos, tamanho das frases, 
andamento, métrica, agógica, dinâmica, 
articulação, fluxo, textura, timbre... 
Caráter expressivo 
repetição, ostinato, contraste, 
variação, desenvolvimento 
Forma 
 significado, experiência 
estética, transcendência 
Valor 
Teoria Espiral de Desenvolvimento Musical 
 Estágios da 
compreensão 
musical 
Teoria Espiral de 
Desenvolvimento Musical 
!  Materiais, 
!  Caráter expressivo, 
!  Forma, 
!  Valor, 
 desabrocham no fazer musical do indivíduo 
conforme sequência de desenvolvimento. 
As dimensões cumulativas do discurso musical 
Teoria Espiral de 
Desenvolvimento 
Musical 
Teoria Espiral de 
Desenvolvimento 
Musical 
ESQUERDA 
!  Assimilação 
 
!  Intuição, 
 
!  jogo espontâneo, 
!  motivação interna 
DIREITA 
!  Acomodação 
 
!  Análise 
 
!  imitação, 
 
!  adaptação ao 
social 
Materiais (exploração e 
manipulação das 
propriedades do som) 
 
!  Sensorial: prazer 
inicial intuitivo, impulso, 
brincar com sons, 
explorar e reagir. 
! Manipulativo: 
dimensao analítica, 
inclinaçao para 
controlar sons, 
manipular, imitar, 
acomodar. 
Caráter expressivo 
(expressão pessoal e 
manipulação do caráter 
expressivo da música) 
 
! Pessoal: sons sob 
controle, a expressão 
torna-se possível; 
intuitiva e 
espontaneamente. 
! Vernacular: 
expressividade 
convencional, analítico; 
estereótipos; métrica. 
Forma (preocupação 
com a forma musical) 
 
! Especulativo: idéias 
convencionais 
assimiladas em um 
mundo imaginativo, de 
surpresas, expectativas. 
!  Idiomático: surpresas 
integradas em 
estruturas mais 
complexas dentro de 
estilos. 
Valor (auto-
consciência dos 
pensamentos e 
sentimentos em 
resposta à música) 
 
!  Simbólico: do 
valor simbólico para 
o indivíduo; 
!  Sistemático: 
comprometimento 
sistemático; valor 
para a coletividade. 
 
Fundamentação teórica da Teoria Espiral 
de Desenvolvimento Musical 
!  “Conceitos de maestria, imitação, jogo imaginativo e 
metacognição, desenhados nos trabalhos de Moog [The 
Musical Experience of the Pre-School Child – 1976], Piaget 
[Play, Dreams and Imitation in Childhood] e as observações 
de escritores britânicos” (SWANWICK; TILLMAN, 1986, p. 
305). 
 
Conceitos piagetianos na Teoria Espiral 
de Desenvolvimento Musical 
“Pontos em comum” 
! As idades podem variar: 
- Swanwick: as idades apontadas não são um padrão que possa 
ser generalizado para todas as crianças (SWANWICK; 
TILLMAN, 1986, p. 306). 
- Piaget: “podemos caracterizar os estágios numa população 
dada por sua cronologia, mas essa cronologia é extremamente 
variável” (PIAGET,1983, p. 235) 
 
!  Ênfase no processo e não no produto: 
- Swanwick: “nós estamos observando processos musicais 
relativamente indiretos ao invés de produtos de performances 
polidas” (SWANWICK; TILLMAN, 1986, p. 311). 
- Piaget: o método clínico piagetiano não está interessado em 
observar apenas os acertos ou erros nas respostas infantis. 
Ele busca observar e compreender o processo que levou a 
essas respostas. (DELVAL, 2002). 
!  O desenvolvimento começa com a ação: 
- Swanwick: o primeiro estágio de desenvolvimento musical – 
Materiais – é caracterizado pela manipulação das 
propriedades do som. (SWANWICK; TILLMAN, 1986). 
- Piaget: durante o primeiro estágio de desenvolvimento da 
criança – Sensório-motor – ocorre a formação, a utilização e 
a fixação de esquemas através da atividade motora. (PIAGET, 
1983, p. 237-238) 
 
!  A sistematização das explorações se desenvolve ao 
longo da primeira etapa de desenvolvimento 
(CARNEIRO, 2006, p. 88-89): 
- Swanwick: passagem do nível Sensorial para o Manipulativo. 
- Piaget: passagem da fase V para a VI e desenvolvimento da 
representação. 
!  Conclusão: 
há alguma similaridade entre a teoria de Piaget - em especial 
a teoria de Piaget sobre o jogo - e a teoria de Swanwick 
(HENTSCHKE, 1993, p. 68). 
Conceitos piagetianos na Teoria Espiral 
de Desenvolvimento Musical 
Divergências (ou críticas) 
! Os autores não analisam o processo (MAFFIOLETTI, 
2005, p. 50; KEBACH, 2008, p. 32): 
- Swanwick (e Tillman): fazem a análise apenas das composições 
já finalizadas – produtos – e não do processo de construção 
das composições. 
- Piaget: preocupação em analisar e compreender o processo. 
- Resposta: em 1988 (Music, mind and education) Swanwick 
afirma que não teve a intenção de observar a forma como a 
criança se relaciona com os instrumentos para compor 
(processo). Ele estava preocupada em observar os resultados 
(produtos) dessa interação. 
 
!  Interpretação do conceito de intuição (MAFFIOLETTI, 
2005, p. 56): 
- Swanwick: a criança manifesta a intuição no começo de 
todos os níveis de desenvolvimento (lado esquerdo da 
espiral). 
- Piaget: se refere ao termo “intuição” sempre relacionado a 
um tipo de pensamento (pensamento intuitivo). O 
pensamento intuitivo se manifesta apenas em uma fase de 
desenvolvimento. Essa fase é intermediária, e aparece entre o 
pensamento concreto e o pensamento operatório (abstrato). 
- Resposta: intuição, para Swanwick (1994, p. 86), é uma 
característica do processo de assimilação, ou seja, a intuição 
se manifesta quando assimilamos as coisas diretamente à 
nossa visão de mundo. “Essa visão não está inteiramente de 
acordo com a de Piaget” (SWANWICK, 1994, p. 86). 
!  A interpretação dos conceitos de assimilação e 
acomodação: 
- Swanwick: no começo de todos os níveis de 
desenvolvimento a ação da criança está polarizada na 
assimilação (lado esquerdo). Ao fim de todos os níveis (lado 
direito) a acomodação assume o lugar da assimilação 
(SWANWICK; TILLMAN, 1986). 
- Piaget: a assimilação e a acomodação são processos 
indissociáveis. A assimilação é a entrada de informações no 
pensamento, e a acomodação é o ajustamento dessa 
informação ao pensamento do sujeito. Uma não pode 
acontecer sem a outra (PIAGET, 1975, p. 16-17). 
- Resposta: Swanwick (1994, p. 86) compreende os conceitos 
de forma diferente: assimilação é: assimilar as coisas 
diretamente a nossa visão de mundo; acomodação é: a 
renovação das nossas impressões sobre o mundo. 
 
!  (continuação) A interpretação dos conceitos de 
assimilação e acomodação: 
- Swanwick: a acomodação está relacionada a adequação às 
convenções sociais. A assimilação está relacionada à 
apropriação pessoal das coisas, e não propriamente a uma 
sujeição às convenções sociais (SWANWICK, 1994, p. 97). 
- Piaget: a assimilação + acomodação = adaptação. A 
adaptação é um esforço de adequação às convenções sociais. 
Portanto, a acomodação não é a única comprometida com a 
adequação às convenções sociais. (PIAGET, 1975). Adaptação 
= construção do conhecimento. Todo o processo de 
adaptação é permeado pela subjetividade, já que nunca se 
pode conhecer a realidade como ela é. A realidade só pode 
ser conhecida da forma como o pensamento for capaz de 
conhecê-la. Portanto, a assimilação não é o único processo 
permeado pelasimpressões do sujeito (PIAGET, 1975, p. 18). 
 
!  A interpretação do conceito de imitação: 
- Swanwick: “as composições musicais das crianças tendem a 
seguir uma ampla sequência de desenvolvimento através dos 
estágios de Maestria, Imitação e Jogo Imaginativo, nesta 
ordem” (SWANWICK; TILLMAN, 1986, p. 309). 
- Piaget: a imitação se manifesta muito cedo, possivelmente 
desde os primeiros dias após o nascimento do bebê, e não 
apenas em uma fase intermediária de desenvolvimento 
(PIAGET, 1990). 
 
 
!  Sobre a presença de sentimentos (expressão) na 
produção musical da criança: 
- Swanwick: durante o nível da Imitação, ou da Expressão, “a 
natureza expressiva [da música], os gestos, o humor e os 
sentimentos são reconhecidos e 
reproduzidos” (SWANWICK; TILLMAN, 1986, p. 316). 
- Piaget: a afetividade (que compreende os sentimentos ou 
emoções e as motivações) permeia todo o desenvolvimento 
cognitivo (ela está presente em todos os momentos, em tudo 
que a criança faz). Aos estágios de desenvolvimento cognitivo 
correspondem estágios de desenvolvimento da afetividade 
(PESSOA, 2000). 
 
 
!  Sobre a influência do ambiente no desenvolvimento 
da criança: 
- Swanwick: um ambiente rico pode acelerar o 
desenvolvimento musical (ou, um ambiente pobre pode 
retardar o desenvolvimento) (SWANWICK; TILLMAN, 1986, 
p. 338). 
- Piaget: o ambiente social interfere no desenvolvimento, mas 
o desenvolvimento ainda depende da maturação do 
organismo/influência genética, da realização de experiências 
com o meio, e da equilibração das estruturas. A equilibração 
é o fator que determina até onde o desenvolvimento pode 
ser acelerado (PIAGET, 1983, p. 224). 
 
 
!  Conclusões: 
Swanwick não utiliza a teoria de desenvolvimento de 
Piaget fielmente como base para a construção de sua 
teoria de desenvolvimento musical. 
Entretanto: 
- pesquisas mostram que a teoria do desenvolvimento 
espiral “pode ser empregada como suporte teórico do 
acompanhamento e da avaliação das aprendizagens 
musicais realizadas pelas crianças em escolas de ensino 
regular” (MAFFIOLETTI, 2003, p. 61) 
- “a teoria bem como o modelo Espiral poderiam 
supostamente ser utilizadas não só como modelo de 
avaliação das três atividades musicais – composição, 
execução e apreciação – mas também servir de base 
para a construção de um currículo em 
música” (HENTSCHKE, 1993, p. 47) 
 
Critérios para composição - Materiais 
!  SENSORIAL - Há evidência de prazer pelo próprio som, 
particularmente timbre e extremos de intensidade. Pode 
haver exploração e experimentação com instrumentos. A 
organização é espontânea, possivelmente errática, o pulso é 
instável e variações de colorido e intensidade não parecem 
ter significância estrutural ou expressiva.! 
!  MANIPULATIVO - O manuseio dos instrumentos 
demonstra algum controle tornando possível as repetições 
de padrões. Pulso regular pode aparecer juntamente com 
procedimentos técnicos sugeridos pela estrutura física e 
layout dos instrumentos disponíveis, tais como glissandos, 
padrões da escala ou intervalos, trinados e tremolos. As 
composições tendem a ser longas e repetitivas devido ao 
prazer de se conseguir dominar o instrumento. 
Critérios para composição – Caráter 
Expressivo 
!  EXPRESSIVO - A expressividade é aparente em mudanças de 
andamento e níveis de intensidade. Há sinais de frases elementares 
- gestos musicais - que nem sempre se consegue repetir da mesma 
maneira. Há drama, clima e atmosfera, talvez com referência a uma 
idéia ‘programática’ externa. Há uma impressão de 
espontaneidade e pouco controle estrutural, sem o 
desenvolvimento das idéias. 
!  VERNACULAR - Aparecem padrões melódicos e figuras rítmicas 
possíveis de serem repetidos. Peças podem ser bem curtas, baseada 
em convenções musicais gerais estabelecidas. Frases melódicas 
podem ter o padrão 2, 4 ou 8 compassos. Organização métrica é 
comum juntamente com elementos como síncope, ostinatos 
rítmicos ou melódicos e seqüências. Composições são bem 
previsíveis (estereotipadas) e demonstram influência de outras 
experiências musicais (cantar, tocar e ouvir). 
Critérios para composição – Forma 
!  ESPECULATIVO - As composições vão além da repetição 
deliberada de padrões. Ocorrem desvios daquilo que é esperado e 
surpresas, embora talvez não completamente integradas dentro da 
peça. Há caracterização expressiva que é sujeita à experimentação, 
explorando-se possibilidades estruturais, buscando-se contrastar 
ou variar idéias musicais estabelecidas; freqüentemente, se 
introduz uma inovação no final, depois de se estabelecer uma 
determinada idéia. 
!  IDIOMÁTICO - Surpresas estruturais são integradas em um 
estilo reconhecível. Contraste e variação acontecem com base em 
modelos emulados e práticas idiomáticas claras, às vezes derivadas 
de tradições musicais populares. Autenticidade harmônica e 
instrumental se tornam importantes. Pergunta e resposta, variação 
por elaboração e seções contrastantes são procedimentos 
comuns. Controle técnico, expressivo e estrutural é demonstrado 
em composições mais longas. 
Critérios para composição – Valor 
!  SIMBÓLICO - O domínio técnico é colocado a serviço da 
comunicação musical. Atenção é focada em relações 
estruturais e no caráter expressivo que são fundidos em um 
depoimento coerente e original. Grupos específicos de 
timbres, inversão de frases, e progressões harmônicas podem 
ser desenvolvidos recebendo uma preocupação contínua. 
Percebe-se um forte comprometimento pessoal com a 
música. 
!  SISTEMÁTICO - Além das qualidades dos níveis 
anteriores, as obras podem ser baseadas em grupos de 
materiais musicais recém organizados, como novas escalas e 
seqüências, novos sistemas harmônicos, sons eletrônicos ou 
de computador. As possibilidades do discurso musical são 
expandidas sistematicamente. 
Critérios para Apreciação - Materiais 
!  SENSORIAL - O aluno percebe efeitos e alterações 
nos parâmetros sonoros, como diferenças claras de 
intensidade, altura, timbre, colorido e textura. Nada 
disso é analisado tecnicamente e não há alusão ao 
caráter expressivo nem a relações estruturais. 
 
!  MANIPULATIVO - O aluno percebe fontes sonoras 
bem características ou definidas, procedimentos básicos 
de tratamento do material musical (como patterns, 
ostinatos, glissandos, trinados), se o pulso é regular ou 
irregular, mas não relaciona tais elementos com o 
caráter expressivo e estrutura da peça. 
Critérios para Apreciação – Caráter 
Expressivo 
!  EXPRESSIVO - O aluno percebe de modo geral o 
caráter expressivo, a atmosfera ou clima emocional de 
uma peça, talvez por meio de associações e imagens 
visuais. Ele relaciona mudanças de nível expressivo com 
mudanças no tratamento do material sonoro, 
especialmente andamento e intensidade, mas não 
observa relações estruturais. 
! 
!  VERNACULAR - O aluno percebe procedimentos de 
organização métrica, seqüências, repetições, síncopes, 
pedais, ostinatos, motivos musicais convencionais e tipos 
previsíveis de fraseado. 
Critérios para Apreciação – Forma 
!  ESPECULATIVO - O aluno percebe relações estruturais, 
identificando o que é incomum ou inesperado em uma peça; 
percebe relações entre as frases, como motivos musicais são 
repetidos, transformados, contrastados, ou conectados entre 
si; percebe mudanças de caráter associadas a cor 
instrumental, altura, andamento, ritmo, intensidade e tamanho 
das frases, podendo ser capaz de avaliar a magnitude de tais 
mudanças. 
!  IDIOMÁTICO - O aluno enquadra a música dentro de um 
contexto estilístico e demonstra percepção de mecanismos 
técnicos e procedimentos estruturais que caracterizam um 
idioma ou estilo particular, como por exemplo, harmonias e 
inflexões rítmicas características, sons instrumentais ou 
vocais específicos, ornamentação, transformação por 
variação, seções centrais contrastantes. 
Critérios para Apreciação – Valor 
!  SIMBÓLICO - O aluno compreende como os materiais 
sonoros são organizados para produzir certo caráterexpressivo e relações formais estilisticamente coerentes. 
Revela um sentimento de valorização da música podendo se 
envolver em alguma área específica do fazer musical. Há 
evidência de insights individuais e apreciação crítica 
independente, e um forte engajamento com determinadas 
obras, compositores e intérpretes. 
!  SISTEMÁTICO - O aluno revela um profundo sentido do 
valor cultural da música em conseqüência de uma 
desenvolvida sensibilidade ao material sonoro, e da habilidade 
de identificar expressividade e compreender forma musical. 
Preferências pessoais cedem lugar a um comprometimento 
sistemático com a música como uma forma de discurso 
simbólico. 
Critérios para performance - Materiais 
!  SENSORIAL - A performance é errática e 
inconsistente. O fluxo é instável e as variações do 
colorido sonoro e da intensidade não parecem ter uma 
função expressiva nem estrutural. 
 
!  MANIPULATIVO - Algum grau de controle é 
demonstrado por um andamento estável e maior 
consistência na repetição de padrões (motivos). O 
domínio do instrumento é a prioridade principal e não 
há ainda evidência de contorno expressivo ou 
organização estrutural. 
Critérios para performance – Caráter 
Expressivo 
!  EXPRESSIVO - Expressividade é evidenciada pela 
escolha consciente do andamento e níveis de 
intensidade, mas a impressão geral que se tem é de uma 
performance impulsiva e não planejada, faltando 
organização estrutural. 
 
!  VERNACULAR - A performance é fluente e 
convencionalmente expressiva. Padrões melódicos e 
rítmicos são repetidos de maneira semelhante e a 
interpretação é bem previsível. 
Critérios para performance – Forma 
!  ESPECULATIVO - A performance é expressiva e 
segura e contém alguns toques de imaginação. A 
dinâmica e o fraseado são deliberadamente controlados 
ou modificados com objetivo de destacar as relações 
estruturais da obra. 
 
!  IDIOMÁTICO - Percebe-se uma nítida noção de 
estilo e uma caracterização expressiva baseada em 
tradições musicais claramente identificáveis. Controle 
técnico, expressivo e estrutural são demonstrados de 
forma consistente. 
Critérios para performance – Valor 
!  SIMBÓLICO - A performance demonstra segurança 
técnica e é estilisticamente convincente. Há refinamento 
de detalhes expressivos e estruturais e um sentimento 
de comprometimento pessoal com a música. 
 
!  SISTEMÁTICO - O domínio técnico está totalmente 
a serviço da comunicação musical. Forma e expressão 
se fundem gerando um resultado - um verdadeiro 
depoimento musical - coerente e personalizado. O 
intérprete explora de forma sistemática e imaginativa 
novos insights musicais. 
Pesquisas em Música relacionadas 
à Teoria Espiral 
 
!  Influência em diversos educadores musicais 
brasileiros: Alda de Oliveira (Bahia), Liane 
Hentschke e Luciana Del Ben (Rio Grande 
do Sul), Cecília Cavalieri França (Minas 
Gerais), entre outros. 
! Pesquisas relacionadas à avaliação do 
desenvolvimento musical. 
! Apreciação, Composição e Performance. 
A avaliação da performance 
no Vestibular da UFMG 
Objeto e problema 
!  Identificação do nível musical das 
performances dos candidatos 
! Teste de associação entre aprovação e o nível 
musical de suas performances 
!  consideração sobre a validade dos critérios no 
vestibular. 
 
A avaliação da performance 
no Vestibular da UFMG 
Hipótese 
! “Candidatos aprovados apresentam uma 
performance instrumental consistente, no 
mínimo, com o nível Especulativo do Modelo 
Espiral de Swanwick e Tillman (1986).” 
! Dados: 99 peças de 26 candidatos 
76% no 
Especulativo 
ou 
superior 
Vernacular: 
!  Previsíveis, convencionalmente expressivas 
Especulativo: 
!  domínio dos materiais sonoros 
!  precisão, fluência 
!  nuances expressivas, dinâmica, agógica, pontos 
culminantes 
!  articulação estrutural intuitiva 
Idiomático: 
!  consistência estilística 
!  coerência estrutural 
Avaliação na Graduação – Bacharelado em 
Piano da UFMG 
Delineamento: descritivo, comparativo 
(observações repetidas) 
Longitudinal (dois anos e meio) 
 
Método: 
!  análise de produto, correlação, 
observação, entrevista 
 
Avaliação na Graduação – Bacharelado 
em Piano da UFMG 
Problema 
!  identificar o nível dos alunos 
! padrões de desenvolvimento? 
!  validade na Graduação 
Hipótese 
! Os alunos apresentarão um desempenho 
progressivamente refinado e observável 
segundo a Teoria Espiral. 
Resultados 
58 
performances 
14 - Pessoal e 
Vernacular 
32 - 
Especulativo e 
Idiomático 
12 - Simbólico e 
Sistemático 
 
Validade? 
! Validade dos critérios 
! na Graduação? 
! Conceito A 
! do Vernacular ao Simbólico 
! Conceito B 
! do Vernacular ao Especulativo 
 
Relação entre os estudos 
!  Qualidade musical não se desenvolve 
!  Espiral válido no vestibular mas não na 
Graduação 
!  Dispersão dos níveis mais ampla na graduação 
que no vestibular 
!  Essência do fazer musical? 
!  Natureza da performance? 
!  Processo pedagógico? 
!  Escolha de repertório? 
!  Significado da avaliação? 
Conclusões 
! O estudo longitudinal na Graduação não 
encontrou padrões de desenvolvimento 
da compreensão musical segundo o 
referencial adotado. 
! Os resultados convergem para a 
importância da utilização de critérios de 
avaliação apoiados em claras bases 
psicológico-musicais. 
Dizer o dizível 
Que qualidades musicais buscar? 
!  Domínio técnico do instrumento, clareza do 
toque, fluência, consistência 
!  Sutis variações de agógica, fraseado, estilo 
!  Cadências, pontos culminantes, coerência 
estrutural 
!  Compartilhar construções simbólicas 
!  Elegância ou arrebatamento 
!  Entrega pessoal, sinceridade e criatividade 
O dizível 
! precisa ser explicitado e 
socializado para que possamos 
ser, cada vez mais e melhor, 
tocados pelo indizivel 
! (Cecília Cavalieri França 
revista Per Musi, 2004) 
Estudo de Viabilidade para aplicação no 
contexto escolar brasileiro 
! HENTSCHKE, Liane (Porto Alegre – RS) 
! OLIVEIRA, Alda (Salvador – BA) 
! A teoria espiral de desenvolvimento 
musical como base para uma proposta 
curricular 
! Utilização conjunta do Modelo (T)EC(L)A 
e da Teoria Espiral – atividades, 
parâmetros e critérios para avaliação 
Estudo de Viabilidade para aplicação no 
contexto escolar brasileiro 
!  Ensino Fundamental – 8 turmas de 4 escolas 
(2 em cada cidade) 
! Contextos diferentes: rede pública e 
particular de ensino 
!  Iniciou na primeira série e seguiu até a 
terceira série 
!  Estudo longitudinal utilizando entrevistas e 
observações 
!  Planejamento e implementação da proposta; 
coleta de produtos musicais e avaliação. 
Realimentação de todo o processo. 
Resultados 
! Teoria Espiral em conjunto com o 
Modelo (T)EC(L)A pode ser utilizado 
como fundamentação teórica para a 
construção de um currículo em música 
para o ensino fundamental. 
! Dados apontam para um 
desenvolvimento progressivo em direção 
às fases mais avançadas da espiral. 
! Variáveis foram encontradas de acordo 
com os contextos (público e particular) 
Resultados 
! Viabilidade vai além da implementação de 
propostas curriculares fundamentada em 
teorias ou modelos 
!  Fatores de influência: metodologia 
empregada; motivação dos alunos; 
preferência por um dos parâmetros 
(performance, composição, apreciação) 
!  Importância do papel do professor 
! Conhecimento da realidade escolar 
(diretores, pais, professores e alunos) 
Relações entre os critérios de avaliação de 
professores de violão e a Teoria Espiral 
Ana Cristina Tourinho (Doutorado, UFBA, 2001) 
! Relações entre o julgamento intuitivo 
expresso e observado em uma amostra de 
professores de violão acerca da performance 
de seus alunos e os critérios de avaliação e 
desenvolvimento musical de Swanwick 
! Metodologia: coleta e análise qualitativa das 
falas e das ações dos professores no ato de 
avaliar, através de questionários, entrevistas e 
observações gravadas 
 
Etapas da pesquisa 
! Revisão de literaturasobre avaliação 
! Apresentação do referencial teórico de 
Swanwick – Teoria Espiral e Camadas de 
Performance 
! Cotidiano dos professores da disciplina 
de violão em cursos técnicos e 
universidades em duas cidades: Salvador e 
São Paulo 
! 15 professores; aulas individuais 
Dados coletados 
! Descrição, categorização e análise 
! Relações com a teoria de Swanwick
(desenvolvimento musical e princípios de 
ensino musical) 
! Avaliação formativa e somativa 
! Avaliação verbal, não-verbal, no 
instrumento, inexistente 
! Principal dimensão encontrada: Materiais 
Conclusões 
!  Inexistência de um registro sistemático e 
de critérios bem definidos, pelo 
professor, ao longo do curso. 
! Necessidade de avaliação precisa e 
verbalizada diretamente para o aluno 
como uma forma de situá-lo e ajudá-lo a 
crescer. 
! Ações não-verbais e demonstração direta 
no instrumento. 
Referências 
 
CARNEIRO, Aline Nunes. Desenvolvimento musical e sensório-
motor da criança de zero a dois anos: relações teóricas e 
implicações pedagógicas. 96 f. Dissertação (Mestrado em Música) – 
Escola de Música – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo 
Horizonte, 2006. 
DELVAL, Juan. Método clínico: descobrindo o pensamento das crianças. 
Porto Alegre: Artmed, 2002. 
FRANÇA, Cecília Cavalieri. Dizer o 'Indizível'?: considerações sobre a 
avaliação da performance instrumental de vestibulandos e graduandos 
em música. Per Musi, v.10, 2004, p.31-48. 
HENTSCHKE, L. A Adequação da Teoria Espiral como Teoria de 
Desenvolvimento Musical. Fundamentos da Educação Musical 1. 
Porto Alegre: Associação Brasileira de Educação Musical, p.47, 1993. 
______. A teoria espiral de desenvolvimento musical como base para 
uma proposta curricular: um estudo longitudinal em escolas de Porto 
Alegre – RS. Revista Expressão, Santa Maria: UFSM, 1, jul/dez,
185-198, 2000 
Referências 
 
KEBACH, Patrícia Fernanda Carmem. Musicalização coletiva de 
adultos: o processo de cooperação nas produções musicais em 
grupo. 301f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. 
MAFFIOLETTI, Leda de Albuquerque. Diferenciações e integrações: 
o conhecimento novo na composição musical infantil 279f. Tese 
(Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. 
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 2 ed. Rio de 
Janeiro: Zahar Editores, 1975. 
______. Problemas de psicologia genética in PIAGET, Jean. Os 
pensadores: Piaget. São Paulo: Editora Abril, 1983b. 
______. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, 
imagem e representação. 3ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 1990. 
SWANWICK, Keith. A basis for music education. London: 
Routledge, 1979. 
 
 
 
 
 
 Referências 
 
______. Music, mind and education. London: Routledge, 1988. 
______. Musical knowledge: intuition, analysis and musica education. 
London: Routledge, 1994. 
______. Teaching music musically. London: Routledge, 1999. 
SWANWICK, Keith; TILLMAN, June. The sequence of musical 
development: a study of children’s composition. B.J. Music Ed. 
3,3,305-339, 1986. 
TOURINHO, Ana Cristina. Relações entre os critérios de 
avaliação de professores de violão e uma teoria de 
desenvolvimento musical. Tese de doutorado. Salvador: UFBA, 
2001. 
http://sites.google.com/site/keithswanwick - acessado em 08/04/2012 
www.ceciliacavalierifranca.com.br - acessado em 08/04/2012

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