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Página 1 de 2 TÉCNICA CIRÚRGICA Celiotomia Celiotomia é o acesso à cavidade abdominal pela linha alba Indicações: 1. Fins diagnósticos Biópsia (de algumas vísceras, biópsia hepática - método guilhotina → hepatectomia parcial) Exploração da cavidade abdominal 2. Fins terapêuticos Tratamento de uma síndrome dilatação (torção gástrica) Hemoperitônio (cólica em equinos) 3. Obstruções: torção, encarceramento (hérnia inguinal com encarceramento), intussuscepção Abdômen agudo (sinais clínicos de distensão abdominal, dor, vômitos), dilatação/torção gás- trica, perfuração de cólon, hemorragia copiosa, peritonite, excisão de tumores. • Procedimento realizado com o animal em decúbito dorsal • Sob anestesia geral (IV ou Inalatória) - protocolo anestésico depende da condição clínica Experiência do anestesista • Se for fêmea e estiver prenha cuidado, há fetos viáveis em questão • Tricotomia ampla - incisão varia de acordo com o objetivo, caso o objetivo seja apenas uma víscera a incisão será menor • Incisões antes ou depois do umbigo - depende do objetivo • Incisão na linha média ventral = linha alba, ela é avascular e ajuda muito no pós operatório • Deve ser seguido todo o protocolo rigoroso dos métodos de assepsia Anatomia cirúrgica → músculo reto abdominal (linha alba entre eles) Técnica cirúrgica: abdômen deve ser explorado por uma incisão na linha média ventral pre- parando assepticamente toda a região do abdômen. Para observar bem deve estender incisão do processo xifoide ao púbis. Vantagem de incidir sobre a linha branca não há tanta hemorragia, cicatrização mais rápida e o tecido muscular é mais fraco, rasga facilmente. Para examinar: Bexiga → incisão abdominal caudal do umbigo ao púbis Fígado e estômago → incisão abdominal cranial do umbigo ao xifoide As vezes precisa estender lateralmente a incisão ao nível do apêndice xifoide (1 cm caudal- mente a última costela) para facilitar exposição do fígado, vesícula biliar e diafragma. A Celiotomia paracostal/paralombar pode ser utilizada para expor rins e glândulas adrenais. Tricotomia: • Deve ser ampla (região inguinal e caudal do tórax) • A incisão varia de acordo com o objetivo e o tamanho da incisão varia de acordo com a suspeita Página 2 de 2 Técnica cirúrgica em fêmeas: 1. Com a paciente em decúbito dorsal 2. Incisão com bisturi em pele região em linha alba 3. Incisão de tecido subcutâneo e identifica a fáscia do músculo reto abdominal 4. Realiza-se a hemostasia dos vasos e identifica a linha alba 5. Pinça a parede abdominal na musculatura e realiza incisão em estocada com o bisturi 6. Palpa através da face interna da linha alba à procura de adesões 7. Amplia a incisão até o ponto em que fique ligeiramente menor que a pele Técnica cirúrgica em machos → lateralização do prepúcio 8. Exploração da cavidade (utilização do instrumento para ampliar o campo de visão - afastadores de Farabeuf) 9. Rafia da parede abdominal Padrões simples contínuo ou interrompido Material absorvível sintético - Poligalactina 910, polidioxanona, poliglecaprone, Nailon PS: nunca usar o categute (forma granuloma) em ruminantes ou fio de aço em animais de com- panhia, gera uma resposta inflamatória 10. Sutura da parede abdominal Entrar com a agulha de 4 a 10mm dos bordos da ferida Se for usar padrão interrompido - 5 a 10mm entre um ponto e outro Realizar o nó de maneira firme, porém com cautela Não se preocupe em incluir o peritônio em sua sutura, não há necessidade (em equinos e animais de com- panhia) 11. Diminuir do espaço morto através da sutura do subcutâneo - utilizar fio absorvível sintético com padrão contínuo semelhante ao cushing, chamado de ziguezague 12. Sutura da pele com material não absorvível sem tensão excessiva – Nylon ou polipropileno Peritônio não contribui para força tênsil da ferida cirúrgica, de forma que utilizar o tempo se preocupando com o fato de introduzir o peritônio na sutura pode atrasar o andamento do procedimento ➔ estudos expe- rimentais concluíram que o ato de sutura do peritônio aumenta a chance de ocorrer aderências intra abdo- minais Pós-operatório: • A sutura deve ser checada 2x ao dia • Exame físico • Checar alterações como inchaço, secreções, dor, hipertermia • Caso o animal fique lambendo a ferida colocar colar Elisabetano Complicações: • Deiscência de pontos - secreção serosanguinolenta; 3-5 dias após cirurgia • Evisceração caso a sutura tenha sido feita de maneira imprópria • Após 15-20 dias, caso haja falha da sutura, pode ocorrer hérnia incisional • Caso a sutura falhe em realizar a aposição logo após a cirurgia → refazer • Utilização de material inabsorvível (Nylon) na parede abdominal de equinos → relato de formação de fístula Particularidades em relação a equinos: Os procedimentos de antissepsia são os mesmos Tamanho da incisão: geralmente entre 20-25 cm (incisão feita sobre a linha alba → palpação)
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