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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Cálculo Diferencial Integral a Várias Variáveis Aula 5 Profa. Celina Jarletti CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, seja bem-vindo! Você está na quinta rota da disciplina de Cálculo Diferencial Integral a Várias Variáveis. Nesta aula, iremos apresentar temas envolvendo as integrais múltiplas, as formas de resolução e aplicações em situações reais. Iniciaremos com abordagem de integrais duplas, apresentando as possíveis soluções quando estivermos utilizando o sistema cartesiano bidimensional de coordenadas. Bons estudos! Para a videoaula do Conversa Inicial, ver o material on-line. Contextualizando O sistema polar de coordenadas e a determinação de integrais duplas nesse sistema será apresentado como opção de resolução de problemas onde ocorra dificuldade ou até impossibilidade de solução pelo sistema cartesiano. A utilização de técnica de mudança de variáveis para resolução de integrais duplas surge como a última forma de resolução de integrais duplas. Na sequência, trataremos as integrais triplas sendo resolvidas no sistema cartesiano tridimensional com as diferentes técnicas de solução. A apresentação dos sistemas cilíndrico e esférico de coordenadas tridimensionais e as situações onde são vantajosas as aplicações de cada sistema são os temas seguintes. A mudança de variáveis também é apresentada para as integrais triplas. Finalizaremos com resolução de situações problema. Essas aplicações estão relacionadas com a física, e outros. Para tanto, acesse a Biblioteca Virtual, pelo UNICO, e pesquise pela obra: “Cálculo B: funções de várias variáveis, integrais múltiplas, integrais curvilíneas e de superfície”, nos capítulos 7 e 8. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Integrais Duplas As integrais duplas (e triplas) são denominadas genericamente de integrais múltiplas ou iteradas ou ainda integrais repetidas. A distinção entre integrais duplas e triplas ocorre em relação à empregabilidade de cada uma. Normalmente, empregamos integrais duplas em regiões bidimensionais, tais como placas finas, chapas e lâminas onde a espessura pode ser considerada desprezível em relação ao comprimento e à largura das peças. As integrais triplas são utilizadas em cálculos que envolvam regiões tridimensionais ou sólidos. Em relação aos procedimentos para realizar integrais múltiplas, utilizamos os mesmos processos que para as integrais simples que envolvem somente uma variável independente (𝑥). Não há regras novas, mas tão somente as regras obtidas com a definição de uma integral ser uma antiderivada, ou com as técnicas especiais de integração (mudança de variável). Sugerimos uma revisão desses tópicos em caso de ter alguma dúvida em relação aos itens citados. Quando estudamos o processo de integração definida em uma única variável (𝑥), escrevemos ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 𝑏 𝑎 e tomamos o intervalo [ 𝑎; 𝑏] dividido em uma quantidade n de subintervalos de dimensão ∆𝑥. A quantidade n de subintervalos pode aumentar fazendo com que ∆𝑥 diminua. Somando as áreas de n retângulos de base igual a ∆𝑥 e altura 𝑓(𝑥), contidos no intervalo [ 𝑎; 𝑏], obtém-se uma aproximação para a área abaixo de 𝑓(𝑥), acima do eixo x e entre as retas verticais 𝑥 = 𝑎 𝑒 𝑥 = 𝑏. Quando 𝑛 → ∞ ↔ ∆𝑥 → 0 e o cálculo da área torna- se um valor exato e não mais aproximado. Integrar é SOMAR! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Integrais Duplas Considerando uma função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) definida em uma região fechada e limitada 𝑅 do plano 𝑥𝑦, como na figura a seguir. Fonte: GONÇALVES, 2013, p. 229. Traçando paralelas aos eixos 𝑥 e 𝑦, respectivamente, recobrimos a região 𝑅 por pequenos retângulos (somas de Riemann) e considerando somente os retângulos totalmente inseridos na superfície. Fonte: GONÇALVES, 2013, p. 230. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Numeramos os retângulos 𝑅𝑘 e em cada um escolhe-se um ponto (𝑥𝑘, 𝑦𝑘) interno ao retângulo. Cada retângulo terá dimensões ∆𝑥 𝑒 ∆𝑦 (na horizontal e vertical, respectivamente). A quantidade k de retângulos pode aumentar, fazendo com que ∆𝑥 e ∆𝑦 diminuam. Somamos as áreas 𝐴𝑘 = ∆𝑥 . ∆𝑦 de n retângulos de base igual a ∆𝑥 e altura ∆𝑦. Quando 𝑘 → ∞ ↔ ∆𝑥 → 0; ∆𝑦 → 0 e o cálculo exato da área da região R é dada por: 𝐴 = ∬ 𝑑𝐴 𝑅 . Se 𝑓(𝑥, 𝑦) for uma função de duas variáveis contínua e não negativa na região 𝑅 do plano 𝑥𝑦, o volume do sólido que está compreendido entre a superfície 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) e a região 𝑅 será definido por: 𝑉 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝑅 Existem 2 formas de escrevermos uma integral dupla: a) Tipo I ou Verticalmente Simples: ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑓2(𝑥) 𝑓1(𝑥) 𝑏 𝑎 { 𝑓1(𝑥) ≤ 𝑦 ≤ 𝑓2(𝑥) 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 , com 𝑓1(𝑥) e 𝑓2(𝑥) contínuas em [𝑎, 𝑏], Fonte: GONÇALVES, 2013, p.233. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 b) Tipo II ou Horizontalmente Simples: ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑔2(𝑦) 𝑔1(𝑦) 𝑑 𝑐 { 𝑔1(𝑦) ≤ 𝑥 ≤ 𝑔2(𝑦) 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑 , com 𝑔1(𝑦) e 𝑔2(𝑦) contínuas em [𝑐, 𝑑], Fonte: GONÇALVES, 2013, p.234. Teorema de Fubini A integral dupla de uma função contínua 𝑓(𝑥, 𝑦) em uma região bidimensional R é igual à integral iterada (em qualquer ordem): ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑅 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑓2(𝑥) 𝑓1(𝑥) 𝑏 𝑎 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑔2(𝑦) 𝑔1(𝑦) 𝑑 𝑐 O teorema de Fubini indica que o resultado para o cálculo da integral dupla independe da escolha feita, ou seja, tipo I ou tipo II. Dependendo da região bidimensional, poderá ser mais fácil o emprego de uma ou de outra forma de integração. Sempre será integração repetida por duas vezes. Propriedades da Integral Dupla ∬ 𝐶𝑓. (𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 = 𝑅 𝐶 . ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 𝑅 , para todo 𝐶 real. ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) ± 𝑔(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = 𝑅 ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 ± ∬ 𝑔(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 𝑅 𝑅 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 = 𝑅 ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 ± ∬ 𝑔(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 𝑅2 𝑅1 , onde 𝑅 = 𝑅1 + 𝑅2, no caso de sub-regiões de 𝑅. Para a resolução de integrais múltiplas, consideraremos: a) Resolveremos inicialmente as integrais internas, posteriormente, as intermediárias (se houver) e, por fim, as integrais mais externas. b) Consideramos somente a variável de trabalho (ou seja, aquela sobre a qual estamos integrando) e as demais variáveis são consideradas constantes. Exemplo 1: Use uma integral dupla para calcular a área da região 𝑅 compreendida pela parábola 𝑦 = 𝑥² e a reta 𝑦 = 𝑥. 𝐴 = ∫ ∫ 𝑑𝑦𝑑𝑥 𝑥 𝑥² 1 0 = ∫[𝑦]𝑥² 𝑥 𝑑𝑥 1 0 = ∫[𝑥 − 𝑥2]𝑑𝑥 1 0 = [ 𝑥² 2 − 𝑥³ 3 ] 0 1 = 1 2 − 1 3 = 1 6 Ou 𝐴 = ∫ ∫ 𝑑𝑥𝑑𝑦 √𝑦 𝑦 1 0 = ∫ [𝑥]𝑦 √𝑦𝑑𝑦 1 0 = ∫ [√𝑦 − 𝑦]𝑑𝑦 1 0 = [ 2 3 √𝑦³ − 𝑦² 2 ] 0 1 = 2 3 − 1 2 = 1 6 Observação: o resultado obtido é único e não depende do procedimento escolhido (tipo I ou tipo II). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Exemplo 2: Calcular o volume V da região sólida entre a superfície 𝑧 = 16 − 𝑥2 − 3𝑦2 e sendo R o retângulo [0; 3] x [0; 1]. 𝑉 = ∬ 16 − 𝑥2 − 3𝑦2 𝑑𝐴 𝑅 = ∫ ∫ 16 − 𝑥2 − 3𝑦2 𝑑𝑦 𝑑𝑥 1 𝑦=0 3 𝑥=0 = ∫ [16𝑦 − 𝑥2𝑦 − 3 𝑦3 3 ]0 1 𝑑𝑥 = ∫ 16 − 𝑥2 − 1 3 𝑥=0 3 𝑥=0 𝑑𝑥 = ∫ 15 − 𝑥2𝑑𝑥 = 3 𝑥=0 [15𝑥 − 𝑥3 3 ] 0 3 = 15 . 3 − 33 3 = 45 − 9 = 36 Exemplo 3: Calcular ∬ 𝑥3𝑑𝐴 𝑅 onde R (ou D) é a região entre as retas 𝑥 = 1 e 𝑥 = 3 e as curvas 𝑦 = 6 − 𝑥2 e 𝑦 = 2 − 𝑥2. ∬ 𝑥3 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑥3 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥3 . [𝑦]2−𝑥2 6−𝑥2 3 1 𝑑𝑥 6−𝑥2 2−𝑥2 3 1𝑅 = ∫ 𝑥3(6 − 𝑥2 − 2+ 𝑥2)𝑑𝑥 = ∫ 4𝑥3𝑑𝑥 = 3 1 4. [ 𝑥4 4 ] 1 3 = 34 − 14 = 80 3 1 Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Mudança de Variável Uma mudança de variável pode ser empregada quando ocorrer alguma dificuldade no processo de integração. Essa técnica é utilizada no Cálculo a uma variável, quando a expressão do integrando 𝑓(𝑥) for de difícil manuseio. Para integrais múltiplas, é mais comum a mudança de variáveis para simplificar os domínios (região R). No caso de integrais duplas, pode-se empregar o sistema de coordenadas polares como alternativa para os cálculos. Sistema de Coordenadas Polares As coordenadas de um ponto são escritas 𝑃(𝑟, 𝜃), onde 𝑟 (raio polar ou coordenada radial) é a distância do ponto P até a origem do semieixo polar, e 𝜃 (ângulo polar ou coordenada angular) é tomado positivamente no sentido anti- horário a partir do semieixo polar até o raio polar. As relações de transformação entre o sistema cartesiano e o sistema polar de coordenadas são dadas por: 𝑟2 = 𝑥2 + 𝑦2 𝜃 = 𝑡𝑔−1( 𝑦 𝑥 ) 𝑦 = 𝑟 𝑠𝑒𝑛𝜃 e 𝑥 = 𝑟 𝑐𝑜𝑠𝜃 Exemplo 1: Escrever o ponto 𝑃(3, 4) em coordenadas polares. 𝑟2 = 32 + 42 = 9 + 16 = 25 𝑟 = √25 = 5 𝜃 = 𝑡𝑔−1 ( 4 3 ) = 53,13º Então: 𝑃(3; 4) ↔ 𝑃( 5; 53,15 º) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Exemplo 2: Escrever o ponto 𝑄(3; 5𝜋 6 ) em coordenadas cartesianas (ou retangulares). 𝑥 = 𝑟 cos 𝜃 = 3 cos ( 5𝜋 6 ) = 3 (− √3 2 ) = − ( 3√3 2 ) ≅ −2,6 𝑦 = 𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = 3 . 1 2 = 1,5 𝑄 (3 ; 5𝜋 6 ) ↔ 𝑄(−2,6; 1,5) A mudança de coordenadas cartesianas para polares é indicada para os cálculos de integrais duplas quando a região R for um retângulo polar ou um setor circular ou, ainda, quando as equações no sistema cartesiano que descrevem a região R forem de difícil ou até impossível integração. 𝜃1 ≤ 𝜃 ≤ 𝜃2 e 𝑟1 ≤ 𝑟 ≤ 𝑟2 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Uma função 𝑓(𝑥, 𝑦) será escrita em coordenadas polares como 𝑓( 𝑟 𝑐𝑜𝑠𝜃, 𝑟 𝑠𝑒𝑛𝜃) e o elemento de área 𝑑𝐴 = 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝑟, tornando a integral dupla: ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑓(𝑟 𝑐𝑜𝑠𝜃, 𝑟 𝑠𝑒𝑛𝜃) 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑟2 𝑟1 𝜃2 𝜃1𝑅 Exemplo 3: Calcular ∬ 𝑥 + 𝑦 𝑑𝐴 𝑅 , sendo R a região entre as curvas 𝑥2 + 𝑦2 = 4 e 𝑥2 + 𝑦2 = 16 no primeiro quadrante. Resolução: Transformando as equações. 𝑥2 + 𝑦2 = 4 → 𝑟2 = 4 → 𝑟 = 2 𝑥2 + 𝑦2 = 16 → 𝑟2 = 16 → 𝑟 = 4 Calculando: ∬ 𝑥 + 𝑦 𝑑𝐴 𝑅 = ∫ ∫ (𝑟 𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑟 4 2 𝜋 2 0 𝑠𝑒𝑛𝜃) 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ ∫ (𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑠𝑒𝑛𝜃)𝑟2𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 4 2 𝜋 2 0 = ∫ (𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑠𝑒𝑛𝜃). 𝑟3 3 | 2 4𝜋 2 0 𝑑𝜃 = ∫ (𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑠𝑒𝑛𝜃). ( 43 − 23 3 ) 𝑑𝜃 𝜋 2 0 = 56 3 ∫ 𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑑𝜃 = 56 3 [𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝑐𝑜𝑠𝜃]0 𝜋 2 𝜋 2 0 = 112 3 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Mudança de Variáveis com Jacobianos No cálculo a uma variável, em processos de integração mais elaborados, uma das técnicas de solução emprega uma mudança ou substituição de variável 𝑢 = 𝑓(𝑥). A integral definida é calculada na nova variável, e pode ser expressa como: ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑔(𝑢)). 𝑔´(𝑢)𝑑𝑢 𝛽 𝛼 𝑏 𝑎 . Onde: 𝛼 = 𝑔−1(𝑎) 𝑒 𝛽 = 𝑔−1(𝑏) Exemplo 4: ∫ √4𝑥 + 1 𝑑𝑥 = ∫ (4𝑥 + 1) 1 2𝑑𝑥 2 0 2 0 𝑢 = 4𝑥 + 1 𝑑𝑢 𝑑𝑥 = 4 𝑑𝑢 = 4 . 𝑑𝑥 𝑜𝑢 1 4 . 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 Quando 𝑥 = 0 → 𝑢 = 4𝑥 + 1 = 4 . 0 + 1 = 1 e 𝑥 = 2 → 𝑢 = 4𝑥 + 1 = 4 . 2 + 1 = 9 ∫ √4𝑥 + 1 𝑑𝑥 = ∫ (4𝑥 + 1) 1 2𝑑𝑥 2 0 2 0 = ∫ 𝑢 1 2 . 1 4 𝑑𝑢 = 1 4 𝑢 3 2 3 2 | 1 9 = 1 4 . 2 3 (9√9 − 1√1) = 26 6 = 13 3 9 1 Em situações mais gerais, podemos realizar outras mudanças de variáveis para facilitar o processo de integração dupla. Considerando que no plano xy, tomamos uma região retangular pequena para representar o elemento de área 𝑑𝐴 = 𝑑𝑧 𝑑𝑦 = 𝑑𝑦 𝑑𝑥 e que haverá um correspondente elemento de área no plano uv, que é obtida através da transformação T dada por: 𝑥 = 𝑥(𝑢, 𝑣) 𝑒 𝑦 = 𝑦(𝑢, 𝑣) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 O jacobiano de T, denotado por 𝐽(𝑢, 𝑣), relaciona as derivadas das variáveis da transformação, e é dado por: 𝐽(𝑢, 𝑣) = 𝜕(𝑢, 𝑣) 𝜕(𝑥, 𝑦) = | 𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑣 𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑣 | = 𝜕𝑥 𝜕𝑢 . 𝜕𝑦 𝜕𝑣 − 𝜕𝑥 𝜕𝑣 . 𝜕𝑦 𝜕𝑢 A integral dupla pode ser reescrita como sendo: ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴𝑥𝑦 = ∬ 𝑓(𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣)). |𝐽(𝑢, 𝑣)|. 𝑑𝐴𝑢𝑣 𝑆𝑅 Condição: o Jacobiano deve ser não nulo. Exemplo 5: Calcular ∬ 𝑒𝑥𝑦 𝑑𝐴 sobre a região entre as retas 𝑦 = 𝑥 𝑒 𝑦 = 𝑥 2 e as curvas 𝑦 = 1 𝑥 𝑒 𝑦 = 2 𝑥 . CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Solução: deve-se procurar uma transformação na qual as curvas de fronteira do plano xy possam se tornar constantes no plano uv. Para as retas, vem: 𝑦 𝑥 = 1 𝑒 𝑦 𝑥 = 1 2 e para as curvas 𝑥𝑦 = 1 𝑒 𝑥𝑦 = 2, que sugerem a transformação 𝑢 = 𝑦 𝑥 𝑒 𝑣 = 𝑥𝑦, tal que 𝑢 = 1 ; 𝑢 = 1 2 ; 𝑣 = 1 𝑒 𝑣 = 2 são curvas de 𝑢 e 𝑣 constantes, onde 𝑆 é a região retangular da figura. Calculando com 𝑢 = 𝑦 𝑥 𝑒 𝑣 = 𝑥𝑦 , leva a 𝑥 = √ 𝑣 𝑢 𝑒 𝑦 = √𝑢𝑣. 𝐽(𝑢, 𝑣) = 𝜕(𝑢,𝑣) 𝜕(𝑥,𝑦) = | 𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑣 𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑣 | = || − 1 2𝑢 √ 𝑢 𝑣 1 2√𝑢𝑣 1 2 √ 𝑢 𝑣 1 2 √ 𝑢 𝑣 || = − 1 4𝑢 − 1 4𝑢 = − 1 2𝑢 ∬ 𝑒𝑥𝑦 𝑑𝐴 = ∬ 𝑒𝑣 . |− 1 2𝑢 | . 𝑑𝐴𝑢𝑣 = 1 2 ∫ ∫ 1 𝑢 𝑒𝑣𝑑𝑢 𝑑𝑣 = 1 2 ∫ 𝑒𝑣 . (ln(𝑢))1/2 1 2 1 1 1 2 2 1 𝑆𝑅 𝑑𝑣 = 1 2 ln(2) ∫ 𝑒𝑣𝑑𝑣 = ln(2) 2 𝑒𝑣|1 2 = ln(2) 2 (𝑒2 − 𝑒) 2 1 Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Integrais Triplas As integrais triplas de funções 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧), que envolvem três variáveis, são uma generalização imediata das integrais duplas. A região de domínio será um sólido. O elemento de volume desse sólido 𝑑𝑉 em coordenadas cartesianas poderá ser escrito em 6 diferentes formas: O teorema de Fubini é aplicável, sendo a integral tripla sobre a região, igual à integral iterada (repetida) que pode ser calculada em qualquer ordem. Existem três maneiras de analisar a região R tridimensional: 1º Caso Região T limitada inferiormente por 𝑧 = ℎ1(𝑥, 𝑦) e superiormente por 𝑧 = ℎ2(𝑥, 𝑦). Os extremos da integral externa e intermediária são obtidos pela análise da “sombra” ou projeção sobre o plano xy. Fonte: GONÇALVES, 2013, p. 275. Adaptado. 𝑑𝑉 = 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = 𝑑𝑥 𝑑𝑧 𝑑𝑦 = 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑧 = 𝑑𝑦 𝑑𝑧 𝑑𝑥 = 𝑑𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑧 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 𝑇 = ∫ ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑧 ℎ2(𝑥,𝑦) ℎ1(𝑥,𝑦) ] 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑓2(𝑦) 𝑓1(𝑦) 𝑑 𝑐 = ∫ ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑧 ℎ2(𝑥,𝑦) ℎ1(𝑥,𝑦) ] 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑓2(𝑥) 𝑓1(𝑥) 𝑏 𝑎 2º Caso Região T limitada à esquerda por 𝑦 = 𝑝1(𝑥, 𝑧) e à direita por 𝑦 = 𝑝2(𝑥, 𝑧). Os extremos da integral externa e intermediária são obtidos pela análise da “sombra” ou projeção sobre o plano xz. Fonte: GONÇALVES, 2013, p. 275. Adaptado. ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 𝑇 = ∫ ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑦 𝑝2(𝑥,𝑧) 𝑝1(𝑥,𝑧) ] 𝑑𝑥 𝑑𝑧 𝑓2(𝑧) 𝑓1(𝑧) 𝑑 𝑐 = ∫ ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑦 𝑝2(𝑥,𝑧) 𝑝1(𝑥,𝑧) ] 𝑑𝑧 𝑑𝑥 𝑓2(𝑥) 𝑓1(𝑥) 𝑏 𝑎 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 3º Caso Região T limitada na parte de trás por 𝑥 = 𝑞1(𝑥, 𝑦) e na parte da frente por 𝑥 = 𝑞2(𝑥, 𝑦).Os extremos da integral externa e intermediária são obtidos pela análise da “sombra” ou projeção sobre o plano yz. Fonte: GONÇALVES, 2013, p. 276. Adaptado. ∭ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛)𝒅𝑽 𝑻 = ∫ ∫ [∫ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛)𝒅𝒙 𝒒𝟐(𝒙,𝒚) 𝒒𝟏(𝒙,𝒚) ] 𝒅𝒚 𝒅𝒛 𝒇𝟐(𝒛) 𝒇𝟏(𝒛) 𝒅 𝒄 = ∫ ∫ [∫ 𝒇(𝒙, 𝒚, 𝒛)𝒅𝒙 𝒒𝟐(𝒙,𝒚) 𝒒𝟏(𝒙,𝒚) ] 𝒅𝒛 𝒅𝒚 𝒇𝟐(𝒚) 𝒇𝟏(𝒚) 𝒃 𝒂 Exemplo 1: Integre 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 na região W do primeiro octante 𝑥, 𝑦 , 𝑧 ≥ 0 delimitada acima por 𝑧 = 4 − 𝑥2 − 𝑦2 e abaixo por 𝑧 = 𝑥2 + 3𝑦2. Solução: Intersecção de superfícies 𝑧 = 4 − 𝑥2 − 𝑦2 = 𝑥2 + 3𝑦2 resulta: 2𝑥2 + 4𝑦2 = 4, cuja projeção sobre o plano xy é a elipse: 𝑥2 + 2𝑦2 = 2. Da equação 𝑥2 + 2𝑦2 = 2, pode-se escrever 𝑥 = √2 − 2𝑦2. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 ∭ 𝒙 𝒅𝑽 = ∫ ∫ ∫ 𝒙 𝒅𝒛 𝒅𝒙 𝒅𝒚 𝟒−𝒙𝟐−𝒚𝟐 𝒙𝟐+𝟑𝒚𝟐 √𝟐−𝟐𝒚𝟐 𝟎 𝟏 𝟎𝑾 = ∫ ∫ 𝒙 [𝒛] 𝒙𝟐+𝟑𝒚𝟐 𝟒−𝒙𝟐−𝒚𝟐 𝒅𝒙 𝒅𝒚 √𝟐−𝟐𝒚𝟐 𝟎 𝟏 𝟎 = ∫ ∫ 𝒙[𝟒 − 𝒙𝟐 − 𝒚𝟐 − 𝒙𝟐 − 𝟑𝒚𝟐]𝒅𝒙 𝒅𝒚 √𝟐−𝟐𝒚𝟐 𝟎 𝟏 𝟎 = ∫ ∫ 𝟒𝒙 − 𝟐𝒙𝟑 − 𝟒𝒙𝒚𝟐𝒅𝒙 𝒅𝒚 √𝟐−𝟐𝒚𝟐 𝟎 𝟏 𝟎 = ∫ [ 𝟒𝒙𝟐 𝟐 − 𝟐𝒙𝟒 𝟒 − 𝟒𝒚𝟐𝒙𝟐 𝟐 ] 𝟎 √𝟐−𝟐𝒚𝟐 𝒅𝒚 𝟏 𝟎 = ∫ 𝟐(𝟐 − 𝟐𝒚𝟐) − 𝟏 𝟐 (𝟐 − 𝟐𝒚𝟐)𝟐 − 𝟐𝒚𝟐(𝟐 − 𝟐𝒚𝟐)𝒅𝒚 𝟏 𝟎 = ∫ 𝟐 − 𝟒𝒚𝟐 + 𝟐𝒚𝟒𝒅𝒚 = [𝟐𝒚 − 𝟒𝒚𝟑 𝟑 + 𝟐𝒚𝟓 𝟓 ] 𝟎 𝟏 = 𝟐 − 𝟒 𝟑 + 𝟐 𝟓 𝟏 𝟎 = 𝟏𝟔 𝟏𝟓 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. Integrais Triplas em Coordenadas Cilíndricas e Esféricas Esses sistemas de coordenadas são normalmente utilizados em problemas que contenham simetria em relação a um eixo ou em relação a um ponto. Como exemplo, o campo magnético gerado por uma corrente fluindo ao longo de um arame reto comprido é, convenientemente, expresso em coordenadas cilíndricas. Sistema de Coordenadas Cilíndricas Um ponto no sistema cartesiano 𝑃(𝑥, 𝑦, 𝑧) é representado no sistema cilíndrico, sendo 𝑃( 𝑟, 𝜃, 𝑧) onde (𝑟, 𝜃) são as coordenadas polares de (𝑥, 𝑦). O exemplo mostra o ponto 𝑃(−√2, √2, 5) em coordenadas cartesianas e a notação 𝑃(2, 3𝜋 4 , 5) em coordenadas cilíndricas, e a representação da projeção desse ponto P sobre o plano xy, resultando 𝑄(−√2, √2, 0). As equações de transformação são: 𝑟2 = 𝑥2 + 𝑦2 𝜃 = 𝑡𝑔−1 ( 𝑦 𝑥 ) 𝑧 = 𝑧 𝑥 = 𝑟 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑦 = 𝑟 𝑠𝑒𝑛𝜃 As integrais triplas são resolvidas no sistema cilíndrico de coordenadas por: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 𝜃1 ≤ 𝜃 ≤ 𝜃2 𝑟1(𝜃) ≤ 𝑟 ≤ 𝑟2(𝜃) 𝑧1(𝑟, 𝜃) ≤ 𝑧 ≤ 𝑧2(𝑟, 𝜃) ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑟 𝑐𝑜𝑠𝜃, 𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝑧2(𝑟,𝜃) 𝑧1(𝑟,𝜃) 𝑟2(𝜃) 𝑟1(𝜃) 𝜃2 𝜃1𝑇 𝜃, 𝑧) 𝑟 𝑑𝑧 𝑑𝑟 𝑑𝜃 Exemplo 1: Integrar 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑧√𝑥2 + 𝑦2 no cilindro 𝑥2 + 𝑦2 ≤ 4 para 1 ≤ 𝑧 ≤ 5. Resolução: O domínio de integração R fica acima do círculo de raio = 2 (base do cilindro). 𝑥2 + 𝑦2 = 4 ↔ 𝑟2 = 4 → 0 ≤ 𝑟 ≤ 2 𝑒 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋 Para: 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑧. √𝑥2 + 𝑦2 = 𝑧 . 𝑟 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = ∫ ∫ ∫ (𝑧 . 𝑟 ) 5 1 2 0 2𝜋 0𝑇 𝑟 𝑑𝑧 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ ∫ ∫ 𝑧 𝑟2𝑑𝑧 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ ∫ 𝑟2 [ 𝑧2 2 ] 1 52 0 2𝜋 0 5 1 2 0 2𝜋 0 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ ∫ 52 − 12 2 𝑟2𝑑𝑟 𝑑𝜃 2 0 2𝜋 0 = 12 ∫ ∫ 𝑟2𝑑𝑟 𝑑𝜃 2 0 2𝜋 0 = 12 ∫ [ 𝑟3 3 ] 0 2 𝑑𝜃 = 12 ∫ 8 3 𝑑𝜃 = 12 . 8 3 . 2𝜋 = 64𝜋 2𝜋 0 2𝜋 0 Sistema de Coordenadas Esféricas Em coordenadas esféricas, um ponto 𝑃(𝑥, 𝑦, 𝑧) do espaço tridimensional é descrito em termos de 𝑃(𝜌, 𝜃, 𝜙), onde 𝜌 é a coordenada radial sendo a distância do ponto até a origem. A coordenada angular 𝜃 é o ângulo polar da projeção 𝑄(𝑥, 𝑦, 0), e 𝜙 é o ângulo entre o semieixo positivo z e a coordenada radial (raio). A coordenada 𝜙 é denominada ângulo de declinação porque mede quanto o raio por P declina da vertical. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 As equações de transformação entre coordenadas cartesianas e esféricas são: 𝑥 = 𝜌 cos 𝜃 𝑠𝑒𝑛 𝜙 𝑦 = 𝜌 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑠𝑒𝑛 𝜙 𝑧 = 𝜌 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝜌 = √𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 𝑡𝑔 𝜃 = 𝑦 𝑥 cos 𝜙 = 𝑧 𝜌 As integrais triplas no sistema esférico são resolvidas por: 𝜙1 ≤ 𝜙 ≤ 𝜙2 𝜃1 ≤ 𝜃 ≤ 𝜃2 e 𝜌1(𝜃, 𝜙) ≤ 𝜌 ≤ 𝜌2(𝜃, 𝜙) ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝜌 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑠𝑒𝑛 𝜌2(𝜃,𝜙) 𝜌1(𝜃,𝜙) 𝜙2 𝜙1 𝜃2 𝜃1 𝜙, 𝜌 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑠𝑒𝑛𝜙, 𝜌 𝑐𝑜𝑠𝜙) 𝜌2𝑠𝑒𝑛𝜙 𝑑𝜌 𝑑𝜙 𝑑𝜃 Onde o elemento de volume é 𝑑𝑉 = 𝜌2𝑠𝑒𝑛𝜙 𝑑𝜌 𝑑𝜙 𝑑𝜃. Exemplo 2: Calcular o volume de uma esfera de raio = 4. 0 ≤ 𝜙 ≤ 𝜋 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋 0 ≤ 𝜌 ≤ 4 ∫ ∫ ∫ 𝜌2 4 0 𝜋 0 2𝜋 0 𝑠𝑒𝑛𝜙 𝑑𝜌 𝑑𝜙 𝑑𝜃 = (∫ 𝑑𝜃) . (∫ 𝑠𝑒𝑛𝜙 𝑑𝜙) . (∫ 𝜌2 𝑑𝜌) 4 𝑜 𝜋 0 2𝜋 0 = [𝜃]0 2𝜋 [−𝑐𝑜𝑠𝜙]0 𝜋 [ 𝜌3 3 ] 0 4 = 2𝜋. [−(−1) + 1]. 43 3 = 4 3 𝜋. 43 = 256 3 𝜋 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Mudança de Variáveis com Jacobianos Equações da forma 𝑥 = 𝑥(𝑢, 𝑣, 𝑤); 𝑦 = 𝑦(𝑢, 𝑣, 𝑤) 𝑒 𝑧 = 𝑧 = (𝑢, 𝑣, 𝑤) definem a transformação T do espaço 𝑢𝑣𝑤 para o espaço 𝑥𝑦𝑧. Pequenos paralelepípedos retangulares do espaço 𝑢𝑣𝑤 vêm da transformação de pequenos paralelepípedos curvilíneos do espaço 𝑥𝑦𝑧. O jacobiano é escrito sendo: 𝐽(𝑢, 𝑣, 𝑤) = 𝜕(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝜕(𝑢, 𝑣, 𝑤) = | | 𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑣 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑣 𝜕𝑦 𝜕𝑤 𝜕𝑧 𝜕𝑢 𝜕𝑧 𝜕𝑣 𝜕𝑧 𝜕𝑧 | | O cálculo da integral tripla é feito por: ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉𝑥𝑦𝑧 = ∬ 𝑓(𝑥(𝑢, 𝑣, 𝑤); 𝑦(𝑢, 𝑣, 𝑤). 𝑧(𝑢, 𝑣, 𝑤)). | 𝜕(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝜕(𝑢, 𝑣, 𝑤) | . 𝑑𝑉𝑢𝑣𝑤 𝑆𝑇 Exemplo 3: Calcular o volume do elipsoide 𝑥2 𝑎2 + 𝑦2 𝑏2 + 𝑧2 𝑐2 = 1. Fazendo 𝑥 = 𝑎𝑢; 𝑦 = 𝑏𝑣 𝑒 𝑧 = 𝑐𝑤, resulta 𝑢2 + 𝑣2 + 𝑧2 = 1 (esfera de raio = 1). Calculando o Jacobiano: 𝐽(𝑢, 𝑣, 𝑤) = 𝜕(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝜕(𝑢, 𝑣, 𝑤) = | | 𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑣 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑣 𝜕𝑦 𝜕𝑤 𝜕𝑧 𝜕𝑢 𝜕𝑧 𝜕𝑣 𝜕𝑧 𝜕𝑧 | | = | 𝑎 0 0 0 𝑏 0 0 0 𝑐 | = 𝑎𝑏𝑐 Calculando o volume: 𝑉 = ∭ 𝑑𝑉𝑥𝑦𝑧 = 𝑎𝑏𝑐 . ∭ | 𝜕(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝜕(𝑢, 𝑣, 𝑤) | 𝑑𝑉 = 𝑎𝑏𝑐 ∭ 𝑑𝑉𝑢𝑣𝑤 𝑆𝑆𝑇 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 O elipsoide foi transformado em uma esfera de 𝑟𝑎𝑖𝑜 = 1, cujo volume é 4 3 𝜋 𝑅3 = 4 3 𝜋. O volume do elipsoide é igual a 𝑉 = 4 3 𝜋. 𝑎 𝑏𝑐. Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. Aplicações de Integrais Duplas e Triplas As integrais duplas permitem calcular valor médio, área, volume e aplicações físicas, tais como: massa, momentos, coordenadas de centro de massa (ou centroide) e momentos de inércia para regiões planas. Regiões como lâminas, placas e chapas finas, onde a espessura pode ser considerada desprezível em relação ao comprimento e largura. As integrais triplas têm aplicações similares para objetos tridimensionais. Exemplo 1: Um arquiteto precisa saber a altura média do teto de um pagode, com base quadrada [-4; 4] x [-4; 4], e o teto é o gráfico de ℎ(𝑥, 𝑦) = 32 − 𝑥2 − 𝑦2. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 �̅� = 1 Á𝑟𝑒𝑎 (𝐷) . ∬ ℎ(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 𝑅 = 1 64 . ∫ ∫ 32 − 𝑥2 − 𝑦2𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 1 64 ∫ [32𝑦 − 𝑥2𝑦 − 4 −4 4 −4 4 −4 𝑦3 3 ] −4 4 𝑑𝑥 = 1 64 ∫ 640 3 − 8𝑥2 𝑑𝑥 = 1 64 . [ 640 3 𝑥 − 8𝑥3 3 ] −4 4 = 1 64 . 4096 3 = 64 3 ≅ 21,334 −4 Exemplo 2: Encontrar o volume da região delimitada pelos dois paraboloides 𝑧 = 𝑥2 + 𝑦2 e 𝑧 = 8 − 𝑥2 − 𝑦2. 𝑉 = ∬ ℎ(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 𝑅 Intersecção entre 𝑧 = 𝑥2+ 𝑦2 e 𝑧 = 8 − 𝑥2 − 𝑦2 𝑥2 + 𝑦2 = 8 − 𝑥2 − 𝑦2 ou 2𝑥2 + 2𝑦2 = 8 ou 𝑥2 + 𝑦2 = 4 ou 𝑟 = 2 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋 e ℎ(𝑥, 𝑦) = (8 − 𝑥2 − 𝑦2) − (𝑥2 + 𝑦2) = 8 − 2(𝑥2 + 𝑦2) = 8 − 2𝑟2 𝑉 = ∫ ∫ (8 − 2𝑟2)𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = ∫ ∫ 8𝑟 − 2𝑟3 𝑑𝑟 𝑑𝜃 2 0 = ∫ [ 8𝑟2 2 − 2 𝑟4 4 ] 0 22 0 2𝜋 0 2 0 2𝜋 0 𝑑𝜃 = [8] ∫ 𝑑𝜃 = 8 . 2𝜋 = 16 𝜋 2𝜋 0 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 Exemplo 3: Encontre o centroide da casquinha de sorvete W que fica abaixo do hemisfério 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 = 𝑅2; 𝑧 ≥ 0 e acima do cone 𝑥2 + 𝑦2 = 𝑧2. Solução: região simétrica ao eixo z, então �̅� = 0 𝑒 �̅� = 0 e 𝑧̅ = ∭ 𝑧 𝑑𝑉𝑊 ∭ 𝑑𝑉𝑊 . Usando coordenadas esféricas: 𝑥2 + 𝑦2 = 𝑧2 (𝜌 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑠𝑒𝑛𝜙)2 + (𝜌 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑠𝑒𝑛𝜙)2 = (𝜌 𝑐𝑜𝑠𝜙)2 𝜌2 𝑠𝑒𝑛2𝜙 . (cos2 𝜃 + 𝑠𝑒𝑛2𝜃) = 𝜌2 cos2 𝜙 𝑠𝑒𝑛2𝜙 = cos2 𝜙 Assim, 𝑠𝑒𝑛 𝜙 = ± cos 𝜙 ou 𝜙 = ± 𝜋 4 . A equação do cone é escolhida 𝜙 = 𝜋 4 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋 0 ≤ 𝜙 ≤ 𝜋 4 0 ≤ 𝜌 ≤ 𝑅 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 Calculando o volume: 𝑉 = ∭ 𝑑𝑉 𝑤 𝑉 = ∫ ∫ ∫ 𝜌2 𝑠𝑒𝑛𝜙 𝑑𝜌 𝑑𝜙 𝑑𝜃 𝑅 𝑜 𝜋 4 0 2𝜋 0 = (∫ 𝑑𝜃) . (∫ 𝑠𝑒𝑛𝜙 𝑑𝜙) . (∫ 𝜌2 𝑑𝜌) = 𝑅 0 𝜋 4 0 2𝜋 0 [𝜃]0 2𝜋 . [−𝑐𝑜𝑠𝜙]0 𝜋 4 . [ 𝜌3 3 ] 0 𝑅 = 2𝜋. (− √2 2 + 1) . 𝑅3 3 = 𝜋 3 (2 − √2)𝑅3 Calculando o momento: 𝑀𝑥𝑦 = ∭ 𝑧 𝑑𝑉𝑊 𝑀𝑥𝑦 = ∫ ∫ ∫ (𝜌 cos 𝜙) . 𝜌 2 𝑠𝑒𝑛𝜙 𝑑𝜌 𝑑𝜙 𝑑𝜃 𝑅 𝑜 𝜋 4 0 2𝜋 0 = (∫ 𝑑𝜃) . (∫ cos 𝜙 . 𝑠𝑒𝑛𝜙 𝑑𝜙) . (∫ 𝜌3 𝑑𝜌) 𝑅 0 𝜋 4 0 2𝜋 0 = [𝜃]0 2𝜋 . [− 1 2 𝑐𝑜𝑠2𝜙] 0 𝜋 4 . [ 𝜌4 4 ] 0 𝑅 = 2𝜋. (− 1 2 (0 − 1)) . 𝑅4 8 = 𝜋𝑅4/8 A cota do centroide é: 𝑧̅ = ( 𝜋𝑅4 8 ) ( 𝜋(2−√2)𝑅3 3 ) = 3 𝜋(2−√2)𝑅3 . 𝜋𝑅4 8 = 3𝑅 8(2−√2) ≅ 0,64 𝑅 Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. Na Prática Nesta aula, trabalhamos com integrais duplas e triplas, bem como as diferentes formas de resolução. Aplicações foram apresentadas em situações que envolvem a física e outras áreas do conhecimento. Procure resolver algumas situações-problemas e depois confira o resultado. Exercite! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 Síntese Para as considerações finais da professora Celina Jarletti, assista ao vídeo que está disponível no material on-line. Referências STEWART, J. Cálculo. v. 2. São Paulo: Cengage Learning, 2009. FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo B. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. THOMAS, G. B. Cálculo. v. 2. São Paulo: Addison– Wesley, 2002. ÁVILA, G. Cálculo de Funções de uma Variável. v. 2. Rio de Janeiro: LTC, 2002. LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. vol. 2. São Paulo: Harbra, 1995. SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. v. 2. São Paulo: Makron Books, 1994.
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