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Nutrição em Geriatria: Das peculiaridades à intervenção nutricional – cenário ambulatorial, hospitalar e domiciliar Flávia Lopes Fonseca Doutorado e Mestrado em Ciências Médicas – UERJ Pós Graduação em Nutrição Clínica – Instituto de Pós Graduação Médica Carlos Chagas Pós Graduação de Geriatria e Gerontologia – Unati/UERJ Titulação em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral – SBNPE/BRASPEN 70,6 71,1 71,3 71,5 52,4 58,9 64,7 74,8 75,5 76,1 76,3 79,3 82,2 82,3 82,4 83,4 83,7 Maranhão Piauí Rondônia Roráima Angola Guiné-Bissau Congo Colômbia BRASIL China Argentina Estados Unidos Canadá Coréia do Sul França Suiça Japão 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 IBGE, 2015 O BR está na 9ª posição em termos de maior expectativa de vida, vivendo 8,2 anos a menos que os japoneses que é o país mais longevo do mundo. Idade (anos) P aí se s n o m u n d o Expectativa de vida no mundo (2015) A cada 21 segundos, um brasileiro nasce ... http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/ 2017: 26 milhões de idosos (12,5% da população) 2025: 6º país mais velho do mundo 2050: idosos = 1/5 da população População do Brasil: 208.398.950 Em 2007 eram 17 milhões; a projeção para daqui a 9 anos (2027) é de 37 milhões de idosos. http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/ Expectativa de vida do brasileiro ao nascer (1940-2016) Id ad e e m a n o s Ano 45,5 48,0 52,5 57,6 62,5 66,9 69,8 73,9 75,5 75,8 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2015 2016 0 10 20 30 40 50 60 70 80 IBGE, 2016 30,3 anos 3m11d Por que a expectativa de vida aumentou? Incorporação dos avanços da medicina às políticas de saúde pública Campanhas de vacinação em massa Atenção ao pré-natal Incentivo ao aleitamento materno Contratação de agentes comunitários de saúde Programas de nutrição infantil Id ad e em a n o s 42,9 45,3 49,7 54,6 59,6 63,2 66,0 70,2 71,6 71,9 72,2 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2014 2015 2016 0 10 20 30 40 50 60 70 80 IBGE, 2016 Expectativa de vida do brasileiro ao nascer (1940-2016) 48,3 50,8 55,5 60,8 65,7 70,9 73,9 77,6 78,8 79,1 79,4 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2014 2015 2016 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Id ad e em a n o s Ano Ano As mulheres vivem 7,2 anos a mais que os homens. 70,6 71,1 71,3 71,5 71,6 71,9 72,1 72,7 73,2 73,4 73,5 73,8 73,9 73,9 73,9 74,2 74,2 75,5 75,7 75,8 76,2 77,1 77,2 77,8 78,1 78,1 78,2 79,1 Maranhão Piauí Rondônia Roráima Alagoas Amazonas Pará Sergipe Paraíba Tocantins Bahia Ceará Pernambuco Amapá Acre Goiás M.Grosso M.Grosso do Sul R.Grande do Norte BRASIL Rio de Janeiro Paraná Minas Gerais R.Grande do Sul Distrito Federal São Paulo Espírito Santo Santa Catarina 60 62 64 66 68 70 72 74 76 78 80 IBGE, 2016 Expectativa de vida do brasileiro ao nascer por estado (2016) Em azul, estão os 8 estados que estão acima da média nacional. Quem nasce em Sta Catarina vive em média 3,5 anos a mais que a média nacional. Idade (anos) Es ta d o s d o B ar si l Os 10 bairros brasileiros com maior nº de idosos: Rio de Janeiro: 1º Copacabana (29,7%; 3,3 idosos/10 habitantes) 2º Campo Grande 3º Tijuca 4º Bangu 5º Barra da Tijuca 6º Realengo 7º Santa Cruz 8º Boa Viagem (Recife - PE) 9º Icaraí (Niterói - RJ) 10º Irajá IBGE – Censo 2010 Genética Meio Ambiente e Estilo de Vida Envelhecimento per si Doença Componentes da longevidade ... Para isso, tem que investir. Tem gente que vai sofrer doenças crônicas, degenerativas, independentemente do seu comportamento. Aí, sinto muito, é uma condição hereditária, congênita. Mas a imensa maioria dos problemas pode ser prevenida com hábitos saudáveis, investindo em prevenção das doenças crônicas. O brasileiro está ficando obeso, a epidemia de DCV, problemas osteomusculares ..., tudo isso é decorrência de um padrão de vida muito inadequado. Ter pais longevos e saudáveis até uma idade respeitável, isso ajuda, mas só 25%. O resto dos 75%, é aquilo q a gente faz, como a gente vive e aquilo q a gente come. E tem que caprichar para manter o capital social. Adulto ranzinza é muito chato, mas velho ranzinza ninguém tolera. Então, seja mais doce. O ranzinza acaba realmente só. À medida que você vai envelhecendo, vai ficando sobrevivente da sua geração. Tem que ter um diálogo com a geração que precede ... Tem que começar a fazer amizade com gente que seja pelo menos 20 anos mais jovem que a gente rs. O amanhã vai depender do que fazemos hoje ! J Clin Epidemiol 2010 Jul;63(7):752-9 Maior % Óbitos: Grupo incapacidades Fonte: Relatório Mundial de Envelhecimento Saudável, Organização Mundial da Saúde, 2015 Capacidade funcional: envelhecer sem nenhuma doença é mais uma exceção do que a regra. Um idosos com um mesmo diagnóstico clínico pode ter a CF absolutamente distinta do outro. Dessa forma, a saúde pode ser definida como uma medida da capacidade de realização de aspirações e da satisfação das necessidades e não simplesmente como ausência de doenças. I Consenso Brasileiro de Nutrição e Disfagia em Idosos Hospitalizados, 2010 – SBGG/SBNPE. Estudos epidemiológicos no Brasil apontam que mais de 50% dos idosos têm dois ou mais fatores de risco para o desenvolvimento de comorbidades. Envelhecer pode ser um problema ? Doença cardiovascular é a mais prevalente; principal causa de morte no Brasil é o AVE. Prevalência de Fatores de Risco (n=412) Unidade Integrada de Prevenção em Geriatria – Hospital Adventista Silvestre O idoso adoece mais: >75 anos (~3,5 doenças crônicas). Utilização crescente dos recursos de saúde (idosos ocupam 2/3 dos leitos hospitalares; indicação das IH: 72- 74% para tratamento aguda). Idade > 75 anos Sexo masculino Disponibilidade de cuidador Autopercepção de saúde como ruim Presença de doença cardiovascular Presença de diabetes Hospitalização nos últimos 12 meses Mais de 6 consultas médicas nos últimos 12 meses Boult et al, 1993 Em estudo de coorte, Boult et al (1993) identificaram 8 fatores de risco para uso elevado de serviços hospitalares por idosos e identificação de idosos frágeis: Com base nesses resultados, Boult et al elaboraram um Instrumento de PRA. De acordo com a presença ou não dos fatores de risco mencionados, o modelo de regressão logística aplicado ao PRA gera um valor de 0 a 1. Quanto maior o valor, maior é o risco de internação hospitalar. Predição de Risco de Admissão Hospitalar Repetida (PRA) Rio de Janeiro 2016 Tempo médio de permanência na internação de beneficiários da saúde suplementar por faixa etária – Brasil, 2º semestre de 2015 Fonte: ANS, Dados do TISS competência agosto a dezembro de 2015 87 anos; feminino Independência para todas as AVDs Hipertensa e dislipidêmica Sedentária na 1ª visita E envelhecer nada mais é do que se adaptar e conviver com uma variedade de alterações inerentes a esse processo, que é lento e progressivo e inevitável; uma vez instalado. E o que vai determinar até quando iremos e de que maneira vamos envelhecer, vai depender de uma inter-relação de uma série de fatores que vão desde aspectos genéticos até o que construímos, colecionamos, agregamos de hábito, de histórias ao longo da nossa vida. Após 3 meses: Aumento médio de ingestão de proteína em 25g/dia; Atividade física de resistência 2x/sem; Aumento de CP em 1cm; Relato: “compro mais coisas no mercado, estou muito segura e tenho mais felicidade” 87 anos; feminino Independência para todas as AVDs Hipertensa e dislipidêmica Sedentária na 1ª visita Senescência versus Senilidade Envelhecimento patológico Envelhecimento natural Alterações ao passar do tempo: Efeito das doenças crônicas = menor reserva funcional e equilíbrio instável = vulnerabilidade ao descontrole das doenças diante do estresse e das demandas orgânicas = Maior possibilidade de dependência. “Anorexia fisiológica do envelhecimento” Diminuição da habilitdade para mastigação e deglutição Disgeusia e Xerostomia Hipocloridria, redução do fator intrínceco, do esvaziamento gástrico, secreção de lipase Diminuição da altura das vilosidades intestinas e distensibilidade do cólon Diminuição do pâncreas endócrino Aumento do tônus funcional da supra-renal Alterações no metabolismo de vitamina D Balanço negativo de cálcio … insulina < níveis; < velocidade de liberação; menor n0 de receptores = tolerância anormal à glicose; “Anorexia fisiológica de envelhecimento” Hábitos alimentares influenciados pelas alterações sensoriais - quadro latente de anorexia em maior ou menor grau, dependendo da intensidade. VISÃO Diminuição do reconhecimento dos alimentos Habilidade de alimentar-se. tendência a concentrar o tempero dos alimentos para ajuste do paladar). OLFATO Diminuição dos quimiorreceptores olfativos responsáveis pela sensação de percepção do estímulo causado por substâncias voláteis. PALADAR Disgeusia e xerostomia O gosto tem sua base anatômica no número de gemas gustativas das papilas linguais (jovens: > 250 para cada papila; idoso>70 anos: <100 para cada papila). Decréscimo do limiar de detecção e identificação do sabor (maior concentração do sabor atribuído ao alimento). Apetite é influenciado, principalmente, pela palatabilidade dos alimentos. Azedo Azedo Salgado Salgado Amargo Doce Redução da sensibilidade por gostos primários doce, amargo, ácido e salgado. Cultural Financeiro Social Físico Idade Apreciação Disponibilidade Bem-estar Ingestão Alimentar Determinantes relacionados à escolha Principles of Nutrition, Martin Eastwood, Chapman & Hall, 1997 Cultural Financeiro Social Físico Idade Apreciação Disponibilidade Bem-estar Ingestão Alimentar Apetite (desejo; vontade de comer; apetência) Principles of Nutrition, Martin Eastwood, Chapman & Hall, 1997 a ausência de apetite é uma das questões que mais preocupam – a inapetência na terceira idade pode prejudicar a saúde numa fase em que, por natureza, já se inspira maiores cuidados. E sobre a relação do apetite com o envelhecimento, cabe colocar que a inadequação do consumo alimentar mediada por alterações no apetite, compreendem um fator primário e essencial quando pensamos no estado nutricional de um idoso. Nutrients 2016, 8, 28: 1-22 Envelhecimento está associado à diminuição do apetite e ingestão calórica: Uma meta- análise em adultos saudáveis Determinar o efeito do envelhecimento sobre o consumo calórico e o apetite (fome e saciedade) após jejum noturno e um estado pós- prandial. Meta-análises de estudos que incluíram dois grupos etários de adultos e idosos saudáveis (> 18 anos) – n=7.685; PubMed até 30/06/2015 = inclusão de 59 estudos. Consumo calórico: 16% a 20% menor em idosos (n=3.574/~ 70 anos/~ 71kg / ~ 25kg/m²) comparado aos adultos (n=4.111 /~26 anos /~ 69kg /~ 23kg/m²). ... E qual a magnitude disso, considerando a hipótese de redução da ingestão calórica e apetite pelo envelhecimento. Medida do apetite – fome – escala visual analógica (mm) após jejum durante a noite e num estado pós-prandial indivíduos mais velhos x mais jovens Nutrients 2016, 8, 28: 1-22 A fome foi 25% (após jejum noturno) a 39% (em estado pós-prandial) menor em indivíduos mais velhos. Medida do apetite – saciedade – escala visual analógica (mm) após jejum durante a noite e num estado pós-prandial indivíduos mais velhos x mais jovens Nutrients 2016, 8, 28: 1-22 A saciedade foi 37% maior nos mais velhos comparado aos mais novos. Fracionar refeições; Variar o cardápio: pratos coloridos e diversidade – visual do prato, apresentação das preparações, aroma; Selecionar alimentos palatáveis e de fácil consumo - variação de sopas, purês, suflês e vitaminas; Considerar preferências e hábito alimentar; Estimular o apetite com temperos e ervas: Canela (como aromatizante a pratos como cereais, pudins ou chá. Pães, muffings, rocamboles, mingaus e bebidas); Gengibre (em sucos, sopas e chás); Chás de alfazema e hortelã; Sal de ervas (para uso habitual). Considerar a necessidade de suplementação nutricional para complementação da alimentação. Manejo dietético para alteração de apetite (estímulos aos sentidos com melhora da aceitação) explorar o melhor dos alimentos para instigar o apetite Atenção às gorduras e proteínas Uso de especiarias; gastronomia Composição Corporal Aumento do tecido adiposo. Diminuição da massa magra. Substituição progressiva da massa muscular por gordura e colágeno. Substituição da massa visceral por gordura e tecido conjuntivo. Redução da síntese de creatina. Diminuição da densidade óssea. Diminuição da água corporal total e perda de água intracelular. Redução da TMB em 15 a 20%. Sarcopenia. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2014 Jan; 17(1): 5-11. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2014 Jan; 17(1): 5-11. J Clin Endocrinol Metab 2004; 89:4351–8. Clin Nutr 2010; 29:18–23. J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2008;63:1076–81. Efeitos da inatividade física sobre a massa muscular Testar a hipótese de que a maior massa muscular está associada com baixa mortalidade. N= 3.659 participantes - NHNES III (National Health and Nutrition Examination Survey III – 1988-1994); idade >=65 anos. Mortalidade analisada no ano de 2004. Avaliação: massa muscular esquelética (BIA) e índice de massa muscular (IMM) (massa muscular/altura²) Estratificação em quartis de acordo com o índice de massa muscular (1º ao 4º quartil). The American Journal of Medicine 2014; 127: 547-53. Testar a hipótese de que a maior massa muscular está associada com baixa mortalidade. N= 3.659 participantes - NHNES III (National Health and Nutrition Examination Survey III – 1988-1994); idade >=65 anos. Mortalidade analisada no ano de 2004. Avaliação: massa muscular esquelética (BIA) e índice de massa muscular (IMM) (massa muscular/altura²) Estratificação em quartis de acordo com o índice de massa muscular (1º ao 4º quartil). The American Journal of Medicine 2014; 127: 547-53. Am Clin Nutr 2008; Jan 87(1):150-5 AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA AGA Avaliação Geriátrica Ampla Anamnese + Exame Físico Instrumentos: Avaliação de Capacidades Equilíbrio/ Marcha Depressão AVDs Atividades de vida diária Cognição Estado Nutricional Deglutição FERRAMENTA QUE PROMOVE A ABORDAGEM DIAGNÓSTICA MULTIFACETADA DOS PROBL. Físicos, Psicológicos e Funcionais, e traz o conceito da promoção de vida saudável. O principal objetivo da AGA é detectar as deficiências, incapacidades e desvantagens que os idosos apresentam, identificar os idosos frágeis e de alto risco para se estabelecer medidas preventivas, terapêuticas e reabilitadoras. Como avaliar a saúde do idoso? Atividades de Vida Diárias (AVDs) Katz Lawton Barthel (10 itens/100 pontos) <20p d.total; 20-35p d.severa; 40-55p d.moderada; 60- 90p d.leve; 91-100p independência Equilíbrio e Marcha Tinetti (19 itens/28 pontos) < 26 sugere problemas; < 19 risco de queda em mais de 5x Morse ( 6 itens/125 pontos) risco queda=0-24sem risco; 25-50 baixo; >50 alto Depressão Yesavage (15 itens/15 pontos) >5 pontos sugere depr. leve; >10 pontos sugere depr. mais grave Cognição MEEN Mini Exame do Estado Mental (5 categorias/30 pontos) < 24 sugere declínio cognitivo Teste do relógio Ferramentas da AGA Freitas EV, Py L, editores. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan; 2011. Consiste em solicitar à pessoa o desenho dos números do relógio, marcando uma determinada hora, sem mencionar a necessidade de ponteiros; Avalia diversas funções cognitivas: memória semântica, função executiva (planejamento), linguagem (compreensão do comando), praxia e função visuo-espacial; Classificação: < = 2 pontos: dep. total; 3 - 4 pontos: dep. parcial; 5 - 6 pontos: independência KATZ (Atividades Básicas de Vida Diária) LAWTON MP & BRODY EM, 1969.; Torres GV et al, 2010 LAWTON (Atividades Instrumentais de Vida Diária) Classificação: Independência / Dependência total, grave, moderada, leve Escore Total Máximo = 27 pontos (9 questões) Classificação: < 18 pontos: dep. Total; 18-26 pontos: dep. Parcial; 27 pontos: independência Fatores que aumentam o risco de adoecer: - Ter mais de 80 anos; - Morar só (solteiros e viúvos); - Isolar-se socialmente; - Ter incapacidades moderadas e graves; - Viver com outro idoso com incapacidades; - Ter recursos econômicos limitados; - Morar em ILP’s Netto MP, Kein EL, Morley JE, 2005. Estudos utilizando a AGA Questões específicas para geriatria: - Condições funcionais; dependência/mobilidade; qualidade de vida; cognição. Limitações: comprometimento neurológico e visão através do cuidador. Sensibilidade 96%, especificidade 98%, valor prognóstico para desnutrição 97%. The Mini Nutritional Assessment (MNA) for grading the nutritional state of elderly patients: presentation of the MNA, history d validation. Nestle Nutr Workshop Ser Clin Perform Programme 1999;1:3-11. MAN (Mini Avaliação Nutricional) Avaliação do risco nutricional Rubenstein, 2001; Kaiser, 2009. Adaptação para reduzir tempo de aplicação do questionário. Composta de 6 questões da avaliação original. Classifica o idoso em: Bem nutrido / Com risco nutricional. Dificuldade para obtenção do IMC em idosos (inclui a circunferência de panturrilha em substituição ao IMC). Mini Avaliação Nutricional (MAN) Versão reduzida Medida antropométrica mais sensível de perda de massa muscular para pessoas idosas. 95% dos cuidadores não tinha problema nutricional 55% em risco nutricional (MAN 17,5 – 23) 9% desnutridos (MAN < 17) 28% baixo peso corporal (IMC<21 kg/m²) 24% haviam perdido >3kg nos últimos 3 meses 20% PCT < p5th 51% possuíam uma ou mais dificuldades para se alimentar Johnson et al, 1999. Capra S. Nutrition 2007;23:356–357. Barbosa-Silva .Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2008;11(3):248-54. A visão do cuidador diante do estado nutricional de quem é cuidado: • Hiperplasia benigna e câncer prostático: 50% em risco • Fratura de quadril: 53% em risco • Lesões por pressão: 54% em risco e 30% desnutridos • Demência: 37% em risco e 62% desnutridos • Pacientes cirúrgicos > 60 anos: 48% desnutridos Vellas, 2006 Risco Nutricional e Desnutrição - MAN 39 21 Normal Possibilidade de desnutrição 35,9% 64,2% n=60 Escore de Triagem MAN Classificação 1900ral 1900ral 1900ral Normal Risco Nutricional Desnutrição n=21 57,1% 42,9% 52,4% 4,7% Escore Global Unidade Integrada de Prevenção em Geriatria Hospital Adventista Silvestre Parte 1: Triagem inicial (4 perguntas (IMC, perda de peso, redução da ingestão e doença grave/TI) e parte 2: triagem do risco nutricional (estado nutricional e gravidade da doença). Considera idade >=70 anos para adição de 1 ponto ao score (ajuste para fragilidade do idoso). ASPEN, 2002 Nutrition Risk Screening (NRS 2002) Avaliação do risco nutricional Nutrition Risk Screening (NRS 2002) Avaliação do risco nutricional Índice de Massa Corporal (IMC) Nutrition Screening Initiative. Interventions manual for professionals caring for older Americans. Washington, DC: Nutrition Screening Initiative, 1992. IMC (kg/m²) Classificação < 22 Desnutrição 22 – 27 Eutrofia > 27 Obesidade Circunferência da panturrilha (CP) CP (cm) Classificação < 31 Baixa massa muscular Circunferência do braço (CB) CB (cm) Classificação < 22 Baixa reserva calórico proteica Vellas B, Villars H, Abellan G, Soto ME, Rolland Y, Guigoz Y, et al. Overview of the MNA: its history and challenges. J Nutr Health Aging. 2006, nov-dec; 10¨(6):456-65. FPM (kg) Classificação <30 (H) Força muscular diminuída <20 (M) Força de preensão manual (FPM) Sarcopenia: European consensus on definition and diagnosis. Age and Aging 2010;39:412-23. Variáveis Homens Mulheres IMC (kg/m²) <=24 >28 <=23 >29 FPM (kg) <=29 <=32 <=17 <=21 Valente M. Sarcopenia. In: Freitas EV, Py L, editores. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan; 2011. p. 1019-30. Avaliação do estado nutricional D E S N U T R IÇ Ã O R IS C O N U T R IC IO N A L Lesão por pressão Disfagia Infecções recorrentes Dietas restritivas Medicações Depressão Outros eventos agudos Alterações fisiológicas GUIGOZ et al., 1994. Condição sócio- econômica O estado nutricional do idoso Pós-operatório Hipermetabolismo BN - Febre Resposta metabólica Iatrogenia Jejum Hemorragia Doença aguda Desnutrição Hospitalar De 33 a 88% dos pacientes internados estão em risco nutricional ou já estão desnutridos na admissão McClave AS et al. JPEN 1998;22,375–81; Huang YC et al. Clin Nutr 2000;19:101–7; Galban C et al. Crit Care Med 2000;28:643–8; Pingleton SK. Clin Chest Med 2001;22,149–163; Rubinson L et al. Crit Care Med 2004;32,350–7; Clinical Nutrition 2008; 27, 5–15 Prevalência de desnutrição em idosos Comunidade: 5 a 12% Residentes de clínicas geriátricas / Home Care: 17 a 68% Hospitalizados: 40 a 85% Variação devido a diferenças na população estudada e método utilizado. Guigoz Y et al, Nutr Rev 1996; 54:S59-65 Abbasi AA, Rudman Nutr Rev 1994; 52:113-22 Edington J et al Clin Nutr 1996; 15:60-63 Sullivan CNW 2010 DESNUTRIÇÃO NOS IDOSOS: Falha na mensuração de peso (23%) e altura (56%). 61% dos pacientes com peso registrado perderam >6kg. 37% apresentaram albumina<3,0mg%. Uso de prolongado de solução salina e glicose intravenosa. Necessidades e ingestão nutricional não mensuradas. Realização de cirurgias sem a avaliação do estado nutricional. Falha no tratamento nutricional pós-operatório. Demora na indicação da Terapia Nutricional. Nutrition Today 1974;9(2):4-8. Reimpresso em: Nutrition 1994;10(5). Alta prevalência de desnutrição. Idade > 60 anos, câncer, infecção, permanência hospitalar prolongada e lesão no TGI alto associam-se a um pior EN. Menos de 20% dos prontuários fazem menção ao EN. 75% dos pacientes internados estavam a menos de 50m de uma balança. Preocupação com EN foi pouco relevante pela equipe de saúde. Terapia Nutricional sub-indicada. IBRANUTRI (Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional). Waitzberg DL et al. Nutrition 2001; 17: 573-80
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